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Fotográfica
Material Teórico
Estabelecimento da Fotografia (1826 a 1860)
e a Fotografia Artística
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Sandra Regina
Estabelecimento da Fotografia (1826 a
1860) e a Fotografia Artística
• Introdução;
• Criação da Fotografia:
Uma História Antiga...
• Química a Serviço da Fotografia;
• A Daguerreotipia Ganha o Mundo;
• A Primeira selfie
e a Era dos Estúdios Fotográficos;
• O Primeiro Negativo e o Calótipo de Talbot;
• Evolução Permanente:
O Colódio Úmido;
• Fotografia Artística:
Comunicação Gráfica ou uma Forma de Arte?
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Conhecer os diferentes procedimentos, técnicas e materiais utiliza-
dos entre os anos 1826 a 1860 na história da fotografia;
· Conhecer fotógrafos que marcaram a história da fotografia no sé-
culo XIX;
· Conhecer, contextualizar e analisar diferentes tendências estilos e
movimentos artísticos e estéticos da fotografia.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Estabelecimento da Fotografia (1826 a 1860)
e a Fotografia Artística
Contextualização
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Introdução
A fotografia, desde a sua criação, tem desempenhado inúmeros e fundamentais
papeis. Ela é importante como instrumento de informação e de conhecimento, como
apoio à pesquisa nos diversos campos da ciência e em campos da economia (a publici-
dade, por exemplo, só para citarmos uma área) e também como forma de expressão
artística, entre tantas outras aplicações e usos. Com toda essa utilização, a fotografia
se transformou em uma atraente carreira profissional, envolvendo técnicos e artistas
que se dedicam exclusivamente à tarefa de construção de imagens.
E hoje não é diferente. A máxima de que nos dias atuais todos nós somos “fo-
tógrafos” (entre aspas porque o correto talvez fosse dizer que todos nós “tiramos”
fotografias), traduz a importância da técnica em um mundo cada vez mais digital.
Observe as propagandas de aparelhos de telefones móveis. O apelo principal é a
qualidade das câmeras – coitado do dispositivo que não tiver uma câmera de boa
qualidade. A internet, por sua vez, tem desempenhado um importante papel na
proliferação sem precedentes de imagens fotográficas, tanto das atuais quanto das
do passado em um grau jamais visto.
Criação da Fotografia:
Uma História Antiga...
A fotografia não tem um único inventor. Ela é resultado de pesquisas, tentati-
vas, observações, acertos e erros de cientistas, pesquisadores e de pessoas curiosas
e determinadas em diferentes momentos da história. A invenção da fotografia é
consequência da combinação de duas técnicas científicas desenvolvidas ao longo
de vários séculos: a óptica (ou física), inicialmente por meio da câmara escura, e a
química, por meio da fotossensibilidade – qualidade de materiais sensíveis à luz ou a
radiações luminosas.
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e a Fotografia Artística
A câmara escura é uma caixa na qual apenas uma de suas paredes tem um furo
que permite a passagem da luz de uma fonte externa para um espaço escuro. A luz
é projetada na parede oposta à do furo, formando uma imagem invertida da cena
externa. Vejamos como esse equipamento, fundamental para a criação da câmera
fotográfica, se desenvolveu efetivamente a partir do século IV a.C., ainda que outras
iniciativas tenham sido registradas antes:
Tabela 1
Câmara escura: o princípio de tudo
Aristóteles (384-322 a.C.) Reiner Gemma Frisius (1508-1555)
É atribuída ao filósofo grego (Fig. 3), no século IV a.C., a des- O físico e matemático holandês publica, em 1545, a primeira
coberta dos princípios ópticos da câmara escura e o seu uso ilustração de uma câmara escura, definindo-a (Fig. 4). Leo-
para observaçãode eclipses. Ele percebeu que quanto menor nardo da Vinci (1452-1519) também descreveu o equipamen-
o furo, mais nítida era a imagem, que aparecia invertida. to, mas suas anotações foram publicadas somente em 1797.
Figura 4
Fonte: Wikimedia Commons
Figura 3
Fonte: Wikimedia Commons
Johann Zahn (1641-1707)
O matemático alemão descreve, em 1685, a utilização de um espelho (Fig. 5), para redirecionar a imagem ao plano horizontal,
facilitando assim o ato de desenhar nas câmaras escuras portáteis (Fig. 6). Artistas começam a usar o equipamento
regularmente para facilitar o desenho de imagens da vida real.
Figura 5 Figura 6
Fonte: Wikimedia Commons Fonte: iStock/Getty Images
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Câmara escura: o princípio de tudo
Giovanni Battista della Porta (1535-1615)
O cientista italiano publicou, no livro Magia Naturallis (1558), uma descrição detalhada sobre a câmara escura e seus usos
(Fig. 7), especialmente no auxílio ao desenho. Ainda no século XVI, foram acrescentadas lentes ao equipamento conferindo
maior nitidez às imagens.
Figura 7
Fonte: Wikimedia Commons
Em 1777, o químico sueco Carl Wilhelm Scheele (1742-1786), avança nas pes-
quisas de fixação de uma imagem a partir de sais de prata, mas ainda não consegue
que as imagens desapareçam com o tempo. No final do século XVIII, o britânico
Thomas Wedgwood (1771-1805) começou a utilizar nitrato de prata fotossensível
em papel e couro. E, em 1802, ele conseguiu imprimir em couro sensibilizado com
nitrato de prata, silhuetas de folhas e penas. Contudo, as imagens não se fixavam
e escureciam quando expostas à luz. Wedgwood havia criado imagens fotográficas,
mas não foi capaz, tecnicamente, de preservá-las.
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Figura 8 – Joseph Nicéphore Niépce. Vista da janela em Le Gras, 1826. Heliografia (16,5 x 20 cm)
Fonte: Wikimedia Commons
Figura 9 – Placa de estanho original utilizada por Joseph Nicéphore Niépce, em 1826,
como negativo da primeira fotografia permanente da História: Vista da janela em Le Gras
Fonte: Wikimedia Commons
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O processo de Niépce mostrou-se, contudo, inadequado para a fotografia co-
mum. Foi quando, em 1829, ele se associou ao pintor e inventor parisiense Louis-
-Jacques-Mandé Daguerre (1787-1851), que também buscava encontrar um mé-
todo para produzir fotografias. Niépce faleceu logo após, em 1833, sem que o
grande público conhecesse seu sistema heliográfico.
Daguerre prosseguiu com suas pesquisas e, entre 1835 e 1837, havia padroni-
zado o processo no qual utilizava chapas de cobre sensibilizadas com prata e trata-
das com vapores de iodo, revelando a imagem com mercúrio aquecido, resultando
em positivos diretos de 16 x 21 cm. A fixação da imagem era feita em uma solução
aquecida de sal de cozinha. O processo foi chamado de daguerreótipo ou daguerre-
otipia. O ateliê do artista (Fig. 10), de 1837, uma natureza-morta, é considerado
o primeiro daguerreótipo exposto, revelado e fixado com sucesso por Daguerre.
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Em 7 de janeiro de 1839, foi anunciada oficialmente a criação da daguerreo-
tipia – processo fotográfico desenvolvido por Daguerre e Niépce – na Academia
de Ciências da França, em Paris. Sete meses depois, em 19 de agosto, durante
encontro realizado no Instituto da França, também em Paris, com a presença de
membros da Academia de Ciências e da Academia de Belas-Artes, o cientista
François Arago, secretário da Academia de Ciências, explicou o processo e comu-
nicou que o governo francês havia adquirido a invenção, colocando-a em domínio
público, ou seja, todos poderiam ter acesso ao sistema. Em troca, Louis Daguerre
e o filho de Joseph Niépce, Isidore, passaram a receber uma pensão anual vitalícia
do governo da França, de seis mil e quatro mil francos, respectivamente. Assim,
19 de agosto foi instituído como o Dia Internacional da Fotografia.
Figura 13 – Daguerreótipo Succe Frères, de 1839. Westlicht Photography Museum, Viena, Áustria
Fonte: Wikimedia Commons
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A Primeira Selfie e a Era
dos Estúdios Fotográficos
Você imaginava que a selfie era uma criação
contemporânea? Então, vejamos: no final de
1839, poucos meses após o francês Daguerre
apresentar sua invenção, o químico amador norte-
-americano, Robert Cornelius (1809-1893), tirou
um autorretrato (Fig. 16) do lado de fora da loja
da família em Filadélfia, na Pensilvânia. Esse é o
mais antigo daguerreótipo americano preservado e
um dos primeiros retratos fotográficos de todos os
tempos (HACKING, 2012). A obra está guardada
na Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos,
em Washington. Os americanos aderiram aos re-
tratos em daguerreotipia com grande entusiasmo,
realizando o maior número desse tipo de imagem
Figura 16– Robert Cornelius.
em todo o mundo. Em 1850, somente Nova York
Autorretrato, 1939. Daguerreótipo
contava com cerca de 70 estúdios de retratos. Fonte: Wikimedia Commons
Figura 17 – Carl Ferdinand Stelzner. Associação dos artistas de Hamburgo, 1843. Daguerreótipo
Fonte: Wikimedia Commons
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O Primeiro Negativo e o Calótipo de Talbot
A divulgação do daguerreótipo, em janeiro de 1839, foi logo seguida pela
notícia da existência de outro processo fotográfico importante – desta vez na
Inglaterra – que também mudaria o rumo da fotografia. O cientista e ex-mem-
bro do Parlamento inglês, William Henry Fox Talbot (1800-1877), no final de
1840, relatou a descoberta do primeiro sistema simples para a produção de um
número indeterminado de cópias, a partir de uma chapa exposta. O dispositivo
de Daguerre resultava em apenas um positivo, ou seja, apenas uma imagem
sem possibilidade de cópias. A técnica de Talbot permitia o registro de uma
imagem sobre papel – um meio versátil, relativamente barato e capaz de repro-
duzir imagens com grande beleza – sensibilizado por ação da luz e emulsionado
por nitrato de prata.
Talbot vinha trabalhando em suas pesquisas desde 1833, quando obteve nega-
tivos minúsculos, após uma exposição de 30 minutos, em máquinas fotográficas
de fabricação local. Dois anos depois, em 1835, ele chegou ao que hoje é o mais
antigo negativo do mundo: a fotografia de uma das janelas da Abadia de Lacock,
em Wiltshire (Inglaterra), que poderia ser reproduzida para sempre (Fig. 20).
Figura 20 – William Henry Fox Talbot. Abadia de Lacock, em Wiltshire (Inglaterra), 1835. Negativo
Fonte: Wikimedia Commons
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Entretanto, passaram-se cinco anos até que Talbot começasse a usar iodeto de
prata e percebesse que os tempos de exposição poderiam ser reduzidos para cerca
de um minuto. A prática da calotipia nas décadas de 1840 e 1850 na Grã-Bretanha
e na França contribuiu para o experimento e o desenvolvimento de uma série de
avanços técnicos e estéticos para a fotografia. Sir John Herschel, no início de 1840,
por exemplo, produziu negativos experimentais em vidro, e, em 1842, inventou o
cianótipo, negativo fotográfico em papel com base em sais de ferro, impróprio para
exposições em câmeras. O processo resultava em fotogramas detalhados em tons
de azul vivo (HACKING, 2012).
Um ano após Anna Atkins iniciar sua publicação (1843), Talbot relata o desen-
volvimento de seu trabalho na série de livros The pencil of nature (O lápis da natu-
reza) (Figs. 23 e 24), editado em seis volumes, entre 1844 e 1846, com calótipos
e explicação de seu trabalho, estabelecendo padrões de qualidade do seu processo.
É considerado o primeiro livro ilustrado com fotografias distribuído comercialmente.
Existe um exemplar na Biblioteca Nacional, na cidade do Rio de Janeiro. O calótipo
obteve grande sucesso na Grã-Bretanha até o final dos anos 1850.
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Figuras 23 e 24 – Capa do livro The pencil of nature (O lápis da natureza), de William Henry
Fox Talbot, 1844; editado por Longman, Brown, Green & Longmans, Londres;
e página interna (William Henry Fox Talbot, O palheiro, 1844; calótipo)
Fontes: Wikimedia Commons
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Os negativos de vidro em colódio úmido de Fenton eram difíceis de produzir
e precisavam ser preparados no escuro, pouco antes da exposição, e reve-
lados logo em seguida, antes que o éter e o álcool evaporassem. Uma sala
escura portátil era necessária para que ele pudesse trabalhar nos campos de
batalha de Crimeia, de modo que Fenton adaptou a antiga caminhonete de
entregas de um comerciante de vinhos. (HACKING, 2012, p. 53)
A Febre Carte-de-Visite
A década de 1850 foi, de fato, muito criativa. Em 1854, o francês André-Adolphe-
-Eugène Disdéri (1819-1889) patenteou uma invenção que iria revolucionar o merca-
do da fotografia, tornando-se uma verdadeira febre em vários países: o carte-de-visite
(cartão de visita fotográfico). A fotografia tornava-se, assim, parte da vida do homem
de forma efetiva.
O sistema era simples: uma câmera fotográfica com quatro lentes obtinha oito
pequenos retratos com variadas poses em apenas uma chapa de vidro; as primei-
ras quatro fotos eram expostas, a chapa se deslocava e permitia a exposição das
outras quatro fotos. Os cartes-de-visite (Fig. 28) apresentavam uma fotografia de
cerca de 9,5 x 6 cm montada sobre um cartão rígido de cerca de 10 x 6,5 cm a um
custo muito acessível. A cópia era feita geralmente com a técnica de impressão em
albumina. O invento permitiu a produção em massa de fotografias (BRASILIANA
FOTOGRÁFICA, 2016a). Inicia-se, no período, a prática do retoque do negativo e
a criação dos álbuns fotográficos.
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Figura 29 – Alexander Gardner. Abraham Lincoln, sentado
segurando óculos, 1865. Impressão carte-de-visite cortado
Fonte: loc.gov
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Uma das mais famosas fotografias alegóricas Dois modos da vida, de 1857
(Fig. 31), do pintor sueco Oscar Gustaf Rejlander (1813-1875), tem o tamanho
de um quadro de cavalete (78 x 40 cm). O tema obedece à iconografia da pintura
acadêmica com as poses dos personagens lembrando estátuas greco-romanas.
A composição é formada por 30 negativos sobrepostos em papel sensibilizado,
tendo levado seis semanas para sua execução. Rejlander fotografou cada modelo
e seção de fundo separadamente. O método foi denominado de fotografia com-
posta (ou impressão composta). O trabalho representa o desejo de fotógrafos
britânicos de provar o valor da técnica como arte.
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Figura 31 – Oscar Gustaf Rejlander. Dois modos da vida, 1857.
Processo de carvão a partir de impressão original em papel albuminado
Fonte: Wikimedia Commons
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Fotografia Dadaísta
O dadaísmo, gestado na Suíça, em 1916, ganhou o mundo, especialmente os
Estados Unidos. O movimento artístico contestava valores culturais de forma radical
e se utilizava de vários canais de expressão como revistas, manifestos, exposições
e outros. A fotografia oportunizou aos artistas dadaístas uma forma de integração
entre o trivial e cotidiano à pratica artística. Em Nova York, artistas como Man Ray
(1890-1976) utilizaram a fotografia como um meio de revitalizar a arte visual, “sen-
do capaz de embaralhar as fronteiras entre a arte clássica e a arte popular, o estilo
e a moda, a pintura e a ilustração”, afirma Floresta (2011, p. 5).
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Fotografia Abstrata
Em 1916, Alvin Langdon Coburn (1882-1966)
questionou: “Por que a câmera também não deve-
ria se livrar dos grilhões da representação conven-
cional?” (Hacking, 2012, p. 197). Ele sugeriu que
a câmera explorasse movimentos rápidos, exposi-
ções múltiplas e ângulos de perspectiva. Coburn
foi um dos primeiros fotógrafos a produzir foto-
grafias não-figurativas.
Fotografia Surrealista
O Surrealismo, movimento criado pelo escritor francês André Breton (1896-
1966), em 1924, abrangia belas-artes, fotografia e filosofia e explorava o sub-
consciente humano, usando os preceitos da psicanálise, como o significado dos
sonhos, por exemplo. O primeiro fotógrafo que Breton trouxe para o Surrealismo
foi o artista norte-americano Man Ray (olha ele de novo). Inovador em temas,
composição e técnica criou imagens modernas (Hacking, 2012).
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Pop Art
Movimento que surgiu no final dos anos 1950
na Inglaterra, e que no início da década seguin-
te conquistou os Estados Unidos, a Pop Art tem
uma relação visceral com os meios de comunica-
ção de massa, os bens de consumo e a cultura po-
pular. Expoente maior da Pop Art, Andy Warhol
(1928-1987) utilizou a fotografia como suporte
para suas criações, que foram reproduzidas, prin-
cipalmente, em serigrafia.
Fotografia Conceitual
A arte conceitual, desenvolvida nas décadas de 1960 e 1970, privilegia o con-
ceito, ou a ideia, em detrimento do meio utilizado na produção artística, e tem
na fotografia uma forma importante de manifestação. Os artistas conceituais, en-
tretanto, questionaram os significados sociais e a estética da fotografia em suas
obras, especialmente no registro de suas performances – forma de arte que com-
bina elementos de teatro, artes visuais e música. O artista norte-americano Vito
Acconci (1940-2017) examinou o papel da fotografia como meio de vigilância e
controle social em Cena de perseguição (Fig. 38), de 1969. Ele seguia um des-
conhecido ao acaso até essa pessoa entrar em um local privado.
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Fotografia Pós-Moderna
“Nas artes visuais, o pós-modernismo muitas vezes adotou uma ampla varie-
dade de estilos, mídias e práticas, com a fotografia desempenhando um papel de
destaque” (HACKING, 2012, p. 418). Vários artistas, especialmente nos Estados
Unidos, a partir do final da década de 1970, utilizaram a fotografia como forma
de desafiar conceitos modernistas como originalidade, subjetividade, autenticida-
de e autoria. Práticas como apropriação, pastiche e ironia passaram a dominar
a fotografia. A norte-americana Cindy Sherman (1954-) produziu uma série de
fotografias em preto e branco (entre 1977 e 1980) na qual ele posa em diversas
cenas que remontam às décadas de 1950 e 1960.
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Figura 40 – Miguel Rio Branco. Blue tango, 1984. Fotografia, cibachrome, 20 fotografias
Fonte: inhotim.org.br
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individualidade das pessoas. “Embora a manipulação digital das obras seja central
à concepção desta série, é o efeito de realidade na representação fotográfica que
torna os elementos fantásticos ao mesmo tempo verossímeis e perturbadores”
(HACKING, 2012, p. 531).
Figura 42 – Anthony Aziz e Sammy Cucher. Chris, 1994. Impressão colorida cromogênica
Fonte: Wikimedia Commons
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e a Fotografia Artística
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Cinetoscopio
Os 15 melhores filmes sobre fotografia.
https://goo.gl/1ZpyqM
Título da Página
Mais de 101 sites de fotografia que tem de conhecer – Parte 1.
https://goo.gl/hroQkd
Instagram
Cindy Sherman. Selfies no Instagram. Instagram da fotógrafa norte-americana Cindy
Sherman (1954-).
https://goo.gl/k8MeC8
Filmes
Extraordinário
O filme Extraordinário (diretor: Stephen Chbosky, 2017, USA) não é sobre fotografia
ou sobre um grande fotógrafo: É sobre gente como nós. Em um determinado momen-
to, Auggie Pullman (Jacob Tremblay), um garoto que nasceu com uma deformação
facial, dá um show na feira de ciências da escola. Você logo vai reconhecer o equipa-
mento que ele e um colega de aula construíram.
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Referências
ARCHER, Michael. Arte contemporânea – Uma ideia concisa. São Paulo: Martins
Fontes, 2001.
BARTHES, Roland. A câmara clara: nota sobre a fotografia. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 1984.
BUSSELLE, Michael. Tudo sobre fotografia. São Paulo: Livraria Pioneira Edi-
tora, 1979.
HACKING, Juliet (ed.). Tudo sobre fotografia – Técnicas criativas de 100 grandes
fotógrafos. Rio de Janeiro: Sextante, 2012.
HONNEF, Klaus. Fotografia. In: WALTHER, Ingo F. Arte do século XX. Lisboa:
Taschen, 2010.
J. PAUL GETTY MUSEUM. Sir John Frederick William Herschel [2018]. Dis-
ponível em: <http://www.getty.edu/art/collection/artists/1881/sir-john-frederick-
-william-herschel-british-1792-1871/>. Acesso em 03 mai. 2018.
KOSSOY, Boris. Fotografia & História. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001.
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