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LOCALIZAÇÃO DE POSTOS DE COLETA PARA APOIO AO

ESCOAMENTO DE PRODUTOS EXTRATIVISTAS - UM ESTUDO DE


CASO APLICADO AO BABAÇU.
Oneida Barros Bezerra, Engenheira Agrimensora
Mestre em Engenharia de Produção
Universidade Federal do Piaui.Centro de Tecnologia -Dep o de Transportes- C.Universitário.Teresina Piauí.
CEP-64.049-550. (086) 232-2412. FAX(086) 232-2812

Sérgio Fernando Mayerle, M.Eng.


Universidade Federal de Santa Catarina - Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção-
Campus Universitário.Trindade.Florianópolis.Santa Catarina. CEP 88041-800. (048) 234-
1255.FAX(048)234-1524.

RESUMO

Neste trabalho apresenta-se uma metodologia aplicada sobre o extrativismo do babaçu, numa região do
nordeste, para localização de postos de apoio ao escoamento da produção, visando racionalizar o trabalho
de transporte entre o local de coleta e o local de processamento. Para a otimização do problema foram
utilizados 3 (três) algoritmos: o algoritmo de Floyd, o algoritmo das p-medianas, e um algoritmo genético.
Para avaliar as soluções obtidas neste problema de implantação dos postos de coleta, foi feito uma análise
de viabilidade econômica.

ABSTRACT

The present work carries out a research on the babaçu tree extrativism in a northeast region of Brazil in
order to locate collecting places to the outlet of its production. This work aims to rationalize the
transportation work between the collecting place and the processing place. In order to solve the problem,
three (3) algorithms are used: Floyd’s algorithm; The p-median algorithm, and the genetic algorithm which
finds out the distances and the route of the traveling salesman’s problems. To evaluate the obtained results
concerning the problem of implanting the collecting places, an analysis of economic viability is done.

1. INTRODUÇÃO oportunidade ao pequeno extrativista da região, para


comercializar o produto dentro do preço de mercado,
A presença de intermediários entre o extrativista do próximo ao local de extração, sem que haja a
babaçu e a indústria de processamento da amêndoa, existência de intermediários.
no Município de União-Pi, tem como consequência
imediata uma redução drástica da receita do 2. DESCRIÇÃO DA METODOLOGIA
produtor, que vende o produto a um preço muito
inferior ao efetivamente pago pelas usinas. Desta Na obtenção dos dados necessários para a
forma, a falta de incentivo para a comercialização do realização deste trabalho, foram utilizados produtos
produto tem provocado o desmatamento dos de sensoriamento remoto (fotografias aéreas),
babaçuais para dar lugar a outras culturas, documentos cartográficos e equipamentos. A partir
prejudicando, assim, aqueles trabalhadores rurais destes elementos, obteve-se informações acerca da
que tem na amêndoa de babaçu a sua principal rede viária, localização dos nós, distância entre os
fonte de renda. nós, dados a respeito da produção de babaçu,
O babaçu é matéria prima tipicamente nacional com associando-se a mesma a cada um dos nós. A
disponibilidade avaliada em cerca de 13 milhões de otimização do problema de localização deu-se,
toneladas anuais [ver PROJETO... ,(1980)], que se basicamente, através da utilização de algoritmos de
presta a múltiplas aplicações e cuja ocorrência busca de caminhos de mínima distância entre os
principal é a região Norte-Nordeste. BEZERRA vários nós que compõem a rede, a resolução do
(1995), apresenta um histórico do babaçu, sua problema de localização de p-medianas, e a
importância econômica dentro do extrativismo resolução do problema do caixeiro viajante para
vegetal piauiense, como também as potencialidades definição das rotas de coleta.
energéticas apresentadas por esta matéria prima. Para avaliar economicamente o projeto, montou-se
Neste trabalho, o objetivo é apresentar uma uma planilha na qual são considerados os custos de
sistemática para localização de postos de coleta de implantação e operação do sistema, e os benefícios
produtos extrativistas, de modo que os custos de que este sistema proporciona.
transportes envolvidos, ou seja, os custos de
transporte da população e os custos de transportes 2.1. Coleta de Dados
até a usina sejam minimizados, bem como dar
Na etapa de coleta de dados utilizou-se fotografias produção, correspondente a cada mancha
aéreas referente ao Recobrimento Fotogramétrico do mapeada, através da interpretação das fotografias
Estado do Piauí, na escala aproximada de 1/32.000, aéreas. Para este fim, adotou-se a classificação de
executado no ano de 1983 pelo serviço produtividade publicada por FONTELES (1981), que
Aerofotogramétrico TerraFoto S.A. Antes de se relaciona a produtividade com o tipo de associação
iniciar a interpretação das fotografias aéreas, foi feito na qual a palmeira está inserida. As manchas
uma averiguação de campo, onde foram mapeadas na área de estudo foram relacionadas
identificadas as várias formas de ocorrência e aos nós da rede viária, e posteriormente
distribuição da palmeira babaçu, e a rede viária do classificadas em cinco tipos diferentes de
município. Nesta etapa de reconhecimento foram associações [ver FONTELES (1981)]:
realizadas entrevistas com moradores locais, o que
contribuiu para um maior conhecimento dos Associações Produtividade
aspectos econômicos e sociais da região em estudo,
como também na interpretação das fotos, no que diz ( kg/km2 )
respeito aos alvos observados. Para a
C B3 capoeira e babaçual 160.000
fotointerpretação utilizou-se, estereoscópio de m
espelho marca Zeiss e lentes de aumento. A C B S 1m p alternância de capoeira, babaçual e parque 120.000
documentação cartográfica utilizada como apoio a 1
identificação e interpretação dos alvos observados S B C pm alternância de parque, babaçual e capoeira 80.000
foram: mapas e cartas topográficas da região. As 1
S B S pm alternância de parque, babaçual e cerrado 70.000
fotografias foram interpretadas aos pares, com
auxílio da visão estereoscópica, combinada com 4
C B capoeira com babaçu 50.000
trabalho de campo nas áreas que apresentaram r
dúvidas. Identificadas as manchas de babaçu,
Em seguida, somou-se as áreas em km2 dos
procedeu-se em seguida a medição das manchas
diferentes tipos de associações correspondentes a
identificadas nas fotos, calculando-se para cada
cada nó, e obteve-se a área total por nó veja Quadro
uma a área em m 2, utilizando-se o método da
3 a seguir. Atribuiu-se para cada tipo de associação
quadrícula, que posteriormente foi transformada em
um valor de produtividade correspondente as faixas
km2 . Na identificação da rede viária, pode-se
apresentadas por FONTELES (1981), e de acordo
observar que a mesma é formada por uma via
com a escala de adensamento apresentada no Mapa
asfáltica que corta o município no sentido norte-sul,
de Ocorrência do Babaçu no Estado do Piauí [ver
sendo as demais estradas de chão batido e caminho
CEPRO (1980)]. Para compatibilizar as escalas dos
carroçável, interligando vilas, povoados e fazendas
diversos mapas utilizados na definição dos padrões
(ver Figura 1). Após esta etapa, determinou-se em
de produtividade, adotou-se o processo de redução e
mapa, os nós (pontos de confluência entre as vias
ampliação de mapas, com o objetivo de sobrepor os
da rede viária), resultando num total de 37 (trinta e
mesmos, em escala comum, permitindo, com isto,
sete) nós, como mostra a Figura 1 abaixo.
correlacionar as informações apresentadas pelos
diversos autores. Maiores esclarecimentos a este
Figura 1. Rede viária com a identificação dos nós.
respeito, podem ser encontrados em BEZERRA
(1995).

2.2. Modelos de Otimização

O problema em estudo foi dividido em três


subproblemas bem conhecidos na literatura: o
problema da obtenção de caminhos mínimos em
grafos, o problema de localização de centros e
medianas e o problema do caixeiro viajante.

a) O problema da obtenção de caminhos mínimos


em grafos

Para obter as distâncias mínimas entre todos os


pares de vértices do grafo, utilizou-se o algoritmo de
Floyd (CHRISTOFIDES, 1975). Aplicando-se o
algoritmo de Floyd, obteve-se a matriz de distâncias
mínimas, que é o ponto de partida para o problema
das p-medianas e o problema do caixeiro viajante.
Para a determinação dos nós, considerou-se
apenas as confluências nas estradas de chão batido b) O problema de localização de centros e medianas
e na via asfaltada, desconsiderando-se as trilhas e
caminhos rudimentares que não permitem transporte Na literatura, problemas de localização de facilidades
motorizado. Tendo em vista a impossibilidade de são tratados pela teoria dos grafos, e são conhecidos
se detectar a nível visual uma resposta padrão como problema dos centros e problema das medianas
específica para o babaçu, não se calculou a CHRISTOFIDES (1975). Na determinação da
localização dos postos de coleta, utilizou-se o apresentado em CHRISTOFIDES (1975), com o
algoritmo das p-medianas de TEITZ e BART, objetivo de minimizar o momento de
Quadro 3 - Área por nó com os diferentes tipos de associação ( km2 ).

1 1 3 4 1
Nó CBS mp SCB pm CB m CB r SBS pm T.Á.por Nó Produção ( kg) Peso (Ton)
1 - - - - - - 0,00 0,00
2 - - 0,43 1,19 - 1,62 128.300,00 128,30
3 - - - 1,90 - 1,90 95.000,00 95,00
4 - - - 1,53 - 1,53 76.500,00 76,50
5 - - 0,39 1,79 - 2,18 151.900,00 151,90
6 - - 1,32 1,45 - 2,77 283.700,00 283,70
7 - - 1,40 - - 1,40 224.000,00 224,00
8 0,63 1,21 0,49 - 2,33 293.700,00 293,70
9 - - 1,11 - - 1,11 177.600,00 177,60
10 0,42 - 1,26 - - 1,68 252.000,00 252,00
11 1,01 - 0,25 - - 1,26 161.200,00 161,20
12 - - 0,90 - - 0,90 144.000,00 144,00
13 - - 0,74 - - 0,74 118.400,00 118,40
14 - - 0,99 - - 0,99 158.400,00 158,40
15 1,03 - 0,45 - - 1,48 195.600,00 195,60
16 - - 1,03 - - 1,03 164.800,00 164,80
17 1,74 - - - - 1,74 208.800,00 208,80
18 - 1,36 1,49 - - 2,85 347.200,00 347,20
19 - 0,41 - - - 0,41 32.800,00 32,80
20 - - 1,99 - - 1,99 318.400,00 318,40
21 - - - - 1,53 1,53 107.100,00 107,10
22 - 1,16 - - - 1,16 92.800,00 92,80
23 - 1,77 - - - 1,77 141.600,00 141,60
24 - 1,88 - - - 1,88 150.400,00 150,40
25 - - - - 4,67 4,67 326.900,00 326,90
26 - - - - - - 0,00 0,00
27 - - - - - - 0,00 0,00
28 - - - - - - 0,00 0,00
29 - - - - - - 0,00 0,00
30 - - - - - - 0,00 0,00
31 - - - - - - 0,00 0,00
32 - - - - - - 0,00 0,00
33 - - - - - - 0,00 0,00
34 - - - - - - 0,00 0,00
35 - - - - - - 0,00 0,00
36 - - - - - - 0,00 0,00
37 - - - - - - 0,00 0,00
Produtividade 120.000 80.000 160.000 50.000 70.000 4.351.100
2
(kg/km )
Q. fornecida 1.285.000
à Usina

transporte entre o local de extração da amêndoa do aplicação do algoritmo das p-medianas para
babaçu, e o posto de coleta mais próximo. O diversos valores de p (no de medianas).
quadro 1, a seguir, apresenta os resultados da
Quadro 1 . Solução dos problemas das p-medianas.
o
N Medianas Nós Escolhidos Sígmas
(ton.km/ano)
05 18,20,8,11,25 30.007.4
06 20,18,11,7,6,25 23.640.6
08 18,14,20,33,5,6,12,25 17.937.5
10 25,15,14,12,5,6,20,8,18,10 14.103.7
12 17,20,15,14,3,6,7,8,25,10,18,12 10.687.0
15 16,2,18,17,5,6,7,8,21,10,25,12,20,14,15 6.799.8
18 25,2,21,20,5,6,7,8,24,10,11,12,23,14,15,16,17,18 3.410.6
20 21,2,24,23,5,6,7,8,9,10,11,12,13,14,15,16,17,18,25,20 1.533.5
21 25,2,3,24,5,6,7,8,9,10,11,12,13,14,15,16,17,18,23,20,21 1.011.0
22 23,2,3,25,5,6,7,8,9,10,11,12,13,14,15,16,17,18,24,20,21,22 537.8
23 24,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11,12,13,14,15,16,17,18,25,20,21,22,23 147.6
25 1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11,12,13,14,15,16,17,18,19,20,21,22,23,24,25 0

c) O problema do caixeiro viajante (PCV) cruzamento e mutação, novos indivíduos


(cromossomos) são gerados e incorporados na
O problema do caixeiro viajante consiste na população inicial. A exemplo do que acontece na
determinação da rota de menor custo para uma natureza os cromossomos mais ajustados
pessoa que parte de uma cidade e deva visitar apresentam uma maior probabilidade de
diversas outras, passando uma vez em cada cidade e sobreviverem e de participarem do processo de
retornando ao ponto de partida ao fim da viagem. O seleção e reprodução. Uma descrição completa do
problema do caixeiro viajante apresenta grande algoritmo, aplicado ao problema do caixeiro viajante,
importância prática e pode ser solucionado através pode ser encontrada em MAYERLE (1994).
dos métodos exatos, para soluções de problema de Com os resultados apresentados no quadro 1, pode-
pequeno porte, e dos métodos heurísticos, se partir para as resoluções dos problemas do
apropriados à resolução de problemas reais. Dentre caixeiro viajante, com o objetivo de definir a rota de
os muitos métodos heurísticos, pode-se citar, os de menor custo para efetuar o transporte das amêndoas,
Procedimento de Construção de Rotas e dos postos de coleta até a usina de processamento.
Procedimentos de Melhorias de Rotas, que podem Para este fim, utilizou-se o algoritmo genético para
ser encontrados em GRACIOLLI (1994). Outra forma solução do caixeiro viajante proposto por MAYERLE.
de resolver o problema do caixeiro viajante, é com a (1994). O quadro 2, apresenta os roteiros e as
utilização de algoritmos genéticos. Tais algoritmos respectivas distâncias, para os diversos valores de p-
foram inventados por John Holland, no início da medianas. Cada roteiro tem início e término no nó 37,
década de 70, com o objetivo de imitar o processo de que corresponde a usina de processamento As
evolução observado na natureza, na solução de distâncias para os problemas do caixeiro viajante
problemas de otimização. Nestes algoritmos, cada foram obtidas com a aplicação de 5(cinco)
solução para o problema é representada por um simulações do algoritmo citado acima, considerando
cromossomo. Com o uso de operações de uma população de 150 cromossomos.

Quadro 2 . Solução dos problemas do caixeiro viajante.

Nº Medianas Roteiro de Coletas Distância (km)


05 37-20-25-18-08-11-37 127,60
06 37-7-6-18-25-20-11-37 149,00
08 37-20-25-18-5-14-6-33-12-37 189,60
10 37-12-10-8-6-14-5-15-18-25-20-37 189,60
12 37-10-7-3-14-6-8-15-18-25-20-17-12-37 191,60
15 37-10-7-5-2-14-6-8-15-18-21-25-16-20-17-12-37 216,10
18 37-10-7-5-2-14-6-8-15-18-21-25-23-16-20-24-17-11-12-37 229,60
20 37-13-10-9-7-5-2-14-6-8-15-18-21-25-23-16-20-24-17-11-12-37 237,60
21 37-13-17-24-20-16-23-25-21-18-15-8-6-14-2-3-5-7-9-10-11-12-37 237,60
22 37-13-10-9-7-5-3-2-14-6-8-15-18-21-22-25-23-16-20-24-17-11-12-37 237,60
23 37-13-17-20-24-16-23-22-25-21-18-15-8-6-14-2-3-4-5-7-9-10-11-12-37 238,10
25 37-13-17-20-24-23-22-25-21-19-18-15-16-8-6-14-2-1-3-4-5-7-9-10-11-12-37 263,10
37 (usina de processamento)

2.3. Análise Econômica 8) taxa de manutenção: considerou-se um valor da


ordem de 10% sobre o investimento de construção,
com o objetivo de cobrir as despesas anuais com
Para avaliar o projeto, montou-se uma planilha na luz, água, e manutenção das instalações dos postos;
qual são considerados os custos de implantação e 9) custo unitário de transporte: para transportar a
operação do sistema, além dos benefícios que este amêndoa coletada diariamente pelos postos até a
sistema proporciona. Entre os custos de operação usina de processamento, foi considerado a
são considerados os custos de manutenção, mão de necessidade de um caminhão com capacidade de 8
obra e transporte entre os postos de coleta e a usina ton. O valor do custo unitário de transporte é R$
de processamento. Entre os custos de implantação 0,33/km, e foi obtido na tabela de custos de
são considerados a depreciação e os encargos transporte da REVISTA CONSTRUÇÃO, jan./1995.
financeiros. Do ponto de vista dos benefícios,
avaliam-se os ganhos que se tem com a redução da
distância de viagem por parte das pessoas que b) Benefícios do sistema
fornecem a amêndoa (o extrativista).

Na composição dos benefícios obtidos com a


a) Custos do sistema implantação do sistema de coleta, são adotados os
seguintes parâmetros como referência:

Na composição do custo anual do sistema de coleta 1) carga por viagem (qcv): estima-se em 20kg o
são adotados os seguintes parâmetros como peso das amêndoas que um indivíduo transporta a
referência: pé, em cada viagem do babaçual até o posto de
coleta;
1) taxas de juros anual de 10% que representa a
remuneração do capital investido no projeto; 2) velocidade (v): a velocidade média de caminhada
de um indivíduo que transporta a amêndoa do
2) salário básico: é considerado a necessidade de babaçual até o posto de coleta, é estimada em
remuneração de um agente para cada posto 5km/h;
implantado. Estimou-se esta remuneração em dois
salários mínimos, o que é condizente com a 3) valor do dia de trabalho (vdt): segundo informações obtidas na
realidade da região em estudo; região, o preço pago pelo dia de trabalho no babaçual é da ordem de
R$ 4,00;
3) encargos sociais: sobre a remuneração dos
agentes, incidem diversas despesas, referentes a 4) custo da ton/km transportada (C t/kt .): a partir dos dados
o anteriores, pode-se calcular o custo da ton/km no transporte do
férias, 13 salário, INSS e outros, correspondendo a babaçual até o posto de coleta, pela seguinte expressão:
um percentual aproximado a 60,9 % dos valores
pagos diretamente aos agentes;

4) custo anual de mão de obra: valor referente ao


pagamento anual de um agente, acrescido dos  1000   htd 
C t/k t = vdt  ÷ v
 qcv   2 
encargos sociais, ou seja: 12 x 200 (1+ 0,609) = Eq. (1)
R$ 3.861,60;

5) área construída: é uma estimativa da área a ser


construída, necessária para instalação de um posto
de coleta; para comportar um local de recebimento onde htd é a quantidade média
das amêndoas e armazenar o resultado de um dia de horas trabalhadas por dia.
de coleta, idealizou-se uma construção com
aproximadamente 20 m 2 ;
Para o indivíduo que faz a extração, transportar uma
6) custo unitário por m2 : o custo de construção dos tonelada na distância de um quilômetro, e retornar
postos de coleta, é estimado em R$ 157,95 por m 2. ao ponto de partida, custa aproximadamente R$
Este valor foi obtido da tabela de custos unitários de 10,00. Uma descrição completa dos parâmetros
edificações - construção industrial - galpão médio mencionados acima, pode ser encontrada em
(REVISTA CONSTRUÇÃO, jan./1995); BEZERRA (1995).

7) vida útil do projeto: considerou-se 10 anos.


Neste período deverá ser amortizado o investimento c) Planilha de custos
de construção dos postos de coleta;
Considerou-se um custo de mão de obra fixo por
indivíduo, ao ano. Este valor é obtido pelo produto
do salário básico com o número de meses, calculado pela soma dos custos da coluna (8) com
acrescido dos encargos sociais, ou seja: 12 x 200 os custos da coluna (10).
(1+ 0,609) = R$ 3.861,60. Para implantar um
posto de coleta o capital investido é em torno de R$
3.159,00, e é obtido pelo produto entre a área de um 3. RESULTADOS
posto de coleta e o custo unitário de construção. O
capital investido aumenta sucessivamente, conforme Observando-se na planilha a seguir, os valores do
o número de postos implantados. O cálculo é obtido custo anual, e analisando os resultados obtidos,
pelo produto do número de p (no de medianas) pelo verifica-se que a melhor solução encontrada
custo de construção de um posto. Como por corresponde a 22 medianas.
exemplo, no caso de implantar seis postos, o capital Na implantação dos 22 (vinte e dois) postos de
investido é: coleta, os nós escolhidos foram: 23, 2, 3, 25, 5, 6, 7,
8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 24, 20, 21 e
6 x R$ 3.159,00 = R$ 18.954,00 22, e o roteiro percorrido diariamente pelo caminhão
para efetuar o transporte das amêndoas entre os
Observa-se que as colunas da planilha de custos a postos de coleta e a usina de processamento é, 37 -
seguir, estão numeradas de 1 a 11. Os dados das 13-10-9-7-5-3-2-14-6-8-15-18-21-22-25-23-16-20-24-
colunas (1) e (9), e coluna (6), foram transportados 17-11-12-37 , perfazendo uma distância de 237,6 km,
dos quadros 1 e 2 respectivamente. As demais conforme mostra os quadros, 1 e 2,
colunas são calculadas a partir da coluna (2) que respectivamente. Na planilha de custos, a primeira
corresponde ao capital investido, ou seja: linha corresponde a situação atual, na qual o
extrativista necessita deslocar-se até o centro da
coluna (3): amortização - é o custo anual do cidade para poder vender o seu produto, dado que
investimento que está sendo feito, calculado pela esta é a única alternativa atualmente disponível.
equação: Pode-se observar que o custo total neste caso é
bastante elevado, estando muito acima dos custos
encontrados para a situação proposta. A diferença
i ( 1 + i) n existente, apesar de poder ser questionada a
A = P Eq. (2) precisão dos parâmetros utilizados, mostra
(1 + i) n - 1 perfeitamente que a estratégia de implantação de
postos de coleta é viável.
Uma melhor visualização dos resultados desta
onde: P = capital investido; i = taxa anual de juros planilha pode ser obtida pela Figura 2 a seguir,que
e n = número de períodos. apresenta as curvas de custo total,, custo anual
social e custo anual do projeto em função do número
de medianas.
coluna (4): custo anual de manutenção para os
postos implantados, variando sucessivamente de
acordo com o número de p ( no de medianas). É 4. CONCLUSÕES
obtido pelo produto da taxa de manutenção pelo
capital investido;
Verificou-se neste trabalho a importância da
coluna (5): custo anual de mão-de-obra para os utilização de produtos de sensoriamento remoto, no
postos implantados. É obtido pelo produto do custo que diz respeito a obtenção dos dados levantados.
de mão-de-obra pelo número de p (no de medianas); FRANZONI (1993), conclui em seu trabalho, que o
emprego das tecnologias de sensoriamento remoto
coluna (7): custo anual de transporte para os postos para a coleta de informações e a determinação dos
implantados, variando sucessivamente de acordo tipos de uso do solo é considerado adequado. Neste
com a distância percorrida diariamente para os trabalho utilizou-se um procedimento para obter a
diferentes valores de p (no de medianas ) [ver localização de postos de coleta para apoio no
BEZERRA (1995)]; escoamento de produtos extrativistas no Município
de União no Estado do Piauí. O procedimento utiliza
coluna (8): custo anual do projeto. É o somatório três algoritmos de otimização. O primeiro deles, o
dos valores das colunas (7), (5), (4), e (3), referentes algoritmo de Floyd, é utilizado para determinar as
ao número de postos implantados; distâncias mínimas entre os nós do grafo, e é o
ponto de partida para aplicação do algoritmo das p-
coluna (10): "custo social" do projeto. Representa a medianas, o qual foi utilizado para a localização dos
perda de rendimento do extrativista, pelo transporte postos de coleta. O terceiro algoritmo, utilizado para
do babaçu até o local de venda. Este custo é resolver o problema do caixeiro viajante, permite
expresso em R$/ano, e pode ser calculado pelo determinar o roteiro de mínima distância, a ser
produto do custo da tonelada quilômetro seguido no transporte das amêndoas dos diversos
transportada pelo momento de transporte associado, postos de coleta até a usina de processamento.
obtido da coluna (9); Uma aplicação do procedimento proposto, mostrou
dentro da perspectiva do trabalho, que a
coluna (11): custo anual total do sistema, expresso implantação dos postos pode representar uma
em R$/ano. Representa o custo total do projeto, redução considerável dos custos, para a população
que vai se beneficiar do sistema, na medida em que com problemas idênticos. Deste modo, espera-se
seu trabalho pode ser melhor aproveitado. A que esta proposta de ação, venha despertar novas
metodologia definida para o babaçu, no município alternativas de investimentos, seja por parte do
em questão, pode ser aplicada, com as devidas poder público ou através de cooperativas formadas
adaptações, para outros tipos de produtos pelos extrativistas.
extrativistas e culturas agrícolas em outra região
Planilha de Custos
Custo de Operação Custo Anual TOTAL ANUAL
Investimento Manutenção MDO Transporte do Projeto Custo Social DO SISTEMA
Medianas Capital R$/Ano R$/Ano R$/Ano Dist. R$/Ano R$/Ano Sigma R$/Ano R$/Ano
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11)
Centro 0,00 0,00 0,00 0,00 52,0 4.473,86 4.473,86 806.866,1 8.068.661,00 8.073.134,86
5 15.795,00 2.570,56 1.579,50 19.308,00 127,6 10.978,16 34.436,22 30.007,400 300.074,00 334.510,22
6 18.954,00 3.084,68 1.895,40 23.169,60 149,0 12.819,32 40.969,00 23.640,60 236.406,00 277.375,00
8 25.272,00 4.112,90 2.527,20 30.892,80 189,6 16.312,37 53.845,27 17.937,50 179.375,00 233.220,27
10 31.590,00 5.141,13 3.159,00 38.616,00 189,6 16.312,37 63.228,50 14.103,70 141.037,00 204.265,50
12 37.908,00 6.169,35 3.790,80 46.339,20 191,6 16.484,44 72.783,80 10.687,00 106.870,00 179.653,80
15 47.385,00 7.711,69 4.738,50 57.924,00 216,1 18.592,32 88.966,51 6.799,80 67.998,00 156.964,51
18 56.862,00 9.254,03 5.686,20 69.508,80 229,6 19.753,80 104.202,83 3.410,60 34.106,00 138.308,83
20 63.180,00 10.282,25 6.318,00 77.232,00 237,6 20.442,09 114.274,34 1.533,50 15.335,00 129.609,34
21 66.339,00 10.796,37 6.633,90 81.093,60 237,6 20.442,09 118.965,95 1.011,00 10.110,00 129.075,95
22 69.498,00 11.310,48 6.949,80 84.955,20 237,6 20.442,09 123.657,57 537,80 5.378,00 129.035,57
23 72.657,00 11.824,59 7.265,70 88.816,80 238,1 20.485,10 128.392,20 147,60 1.476,00 129.868,20
25 78.975,00 12.852,82 7.897,50 96.540,00 263,1 22.636,00 139.926,31 0,00 0,00 139.926,31

Figura 2- Custo do projeto x número de postos de coleta

350.000,00

300.000,00 Custo Anual do Projeto


Custo Anual Social
250.000,00 Custo Total

200.000,00

150.000,00

100.000,00

50.000,00

0,00
0 5 10 15 20 25
Número de Postos
4. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

BEZERRA, O. B.; Localização de Postos de Coleta Para Apoio ao Escoamento de Produtos Extrativista. Um Estudo
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CEPRO - Fundação Centro de Pesquisas Econômicas e Sociais do Piauí. Zoneamento Ecológico do Babaçu no
Estado do Piauí. Convênio Sudene/SIC. Teresina, 1980;

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MAYERLE, S.F.; Um Algoritmo Genético Para o Problema do Caixeiro Viajante; Artigo de circulação interna do
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PROJETO babaçu integral. São Paulo: CNPq, FTI / INT , IPT, 1980;

RABUSKE, M. A.; Introdução dos Grafos. Florianópolis, Ed. da UFSC, 1992.

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