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Agentes Públicos - Parte II

Conforme combinado, hoje estou disponibilizando a segunda parte das aulas ministradas pela
Prof. Norma Eduardo.

Boa sorte nos estudos,

Prof. Ítalo

Cargos, funções e empregos públicos


Vimos que os servidores estatais são os titulares de cargos e os ocupantes de empregos, daí a necessidade de
definirmos estas expressões. Em ambas, está implícito o desempenho de uma atividade laboral, de uma função.
No Dicionário Aurélio consta que função é ação própria ou natural de um órgão, aparelho ou máquina.
Assim, conforme ensinamento de Odete Medauar, nas relações de trabalho com o poder estatal, a função
pública significa o exercício de atividades da competência da Administração, em nome desta e de acordo com as
finalidades desta, ou seja, para atender ao interesse público. Então, todo vinculo de trabalho com a
Administração traduz o exercício de uma função pública. A função pública, portanto, é gênero e, dependendo
dos vínculos de trabalho, teremos cargos, empregos ou função pública (em sentido estrito).
CARGOS PÚBLICOS são as mais simples e indivisíveis unidades de competência a serem expressas por um
agente, previstas em número certo, com denominação própria, retribuídas por pessoas jurídicas de Direito
Público e criadas por lei, salvo quando concernentes aos serviços auxiliares do Legislativo, caso em que se criam
por resolução, da Câmara ou do Senado, conforme se trate de serviços de uma ou de outra destas Casas.
No caso dos serviços auxiliares do Legislativo, a criação dos cargos dá-se mediante resolução, no entanto, a
fixação da remuneração dependerá de lei de iniciativa da Casa respectiva, conforme alteração introduzida pela
EC nº 19. Celso A. B. de Mello critica a alteração, pois ocorreu “em detrimento da autonomia do Poder
Legislativo e em favor de sua notória e crescente submissão ao Executivo”.
Os servidores titulares de cargos públicos submetem-se ao regime estatutário ou institucional, de índole não-
contratual.
Perceba que as várias competências previstas na Constituição para a União, Estados, Distrito Federal e
Municípios (arts.22 a 24) são distribuídas entre seus respectivos órgãos, cada qual dispondo de um certo
número de cargos criados por lei, que lhes confere denominação própria, define suas atribuições e fixa o padrão
de vencimento ou remuneração.
FUNÇÕES PÚBLICAS são conjuntos específicos de atribuições, criados por lei, correspondentes a encargos de
direção, de chefia ou de assessoramento, a serem exercidas por titular de cargo efetivo, da confiança da
autoridade que as preenche.
As funções públicas assemelham-se aos cargos em comissão, quanto à natureza das atribuições e confiança que
caracterizam seu preenchimento, deles divergindo, pois são exercidas por titulares de cargo efetivo.
Na redação originária do art. 37, V, a expressão funções de confiança significava o mesmo que "atividades
gratificadas". O termo havia sido constitucionalizado para justificar os baixos salários, como é o caso dos
datilógrafos e dos antigos "extranumerários", os quais não ocupavam cargos de provimento efetivo, nem cargos
de provimento em comissão.
“Extranumerários” eram os servidores que, no regime antigo, foram admitidos irregularmente, sem concurso, os
quais não ingressavam em cargos. Denominavam-se também de “interinos”, “temporários”e integravam um
quadro de funções paralelo ao quadro de cargos; normalmente essas funções tinham a mesma denominação,
remuneração e atribuições dos cargos correspondentes, porém eram de livre provimento e exoneração, não
conferia estabilidade àqueles que a exerciam.
EMPREGOS PÚBLICOS são núcleos de encargos de trabalho permanentes, a serem preenchidos por agentes
contratados para desempenhá-los, sob relação trabalhista. A relação é regida pelas normas da CLT, figurando o
Poder Público como empregador.
Quando se trate de emprego permanente da Administração direta ou em autarquia, só podem ser criados por
lei, de iniciativa do chefe do Executivo (art. 61, § 1º, II, a, CF88).
Tendo em vista que o empregador é o ente estatal, alguns preceitos do regime jurídico estatutário estendem-se
aos celetistas: limite de remuneração (art. 37, XI, CF88), proibição de acumulação remunerada de outro

-1-
emprego, função ou cargo (art. 37, XVII, CF88), possibilidade de sofrer sanções por improbidade administrativa
(art. 37, § 4º, CF88 e art. 1º Lei 8112/90).
Nas pessoas de Direito Público, tanto há titulares de cargos, quanto ocupantes de empregos públicos.
Nas pessoas de Direito Privado da Administração indireta, só há empregos públicos.

Natureza da relação jurídica entre os titulares de cargos e o Poder Público


A relação jurídica é de índole estatutária, institucional.
No liame de função pública (para os titulares de cargo ou função), composto sob a égide estatutária, o Estado,
ressalvadas as pertinentes disposições constitucionais impeditivas, deterá o poder de alterar legislativamente o
regime jurídico de seus servidores, inexistindo a garantia de que continuarão sempre disciplinados pelas
disposições vigentes quando de seu ingresso. Em face de regime jurídico, não há direito adquirido, é o
entendimento doutrinário e jurisprudencial.
A CF e as leis outorgam aos servidores públicos um conjunto de proteções e garantias com a finalidade de
assegurar-lhes condições propícias a uma atuação imparcial, técnica, liberta de ingerências que os eventuais e
transitórios ocupantes do Poder, isto é, os agentes políticos, poderiam pretender impor-lhes para obtenção de
benefícios pessoais ou sectários, de conveniência da facção política dominante no momento.

Natureza da relação jurídica entre os ocupantes de emprego e as entidades governamentais


A relação jurídica é de índole contratual, regida, basicamente, pela CLT, em que há particularidades decorrentes
de disposições constitucionais relativas a qualquer servidor público, aplicáveis, portanto, aos empregados do
Poder Público.

Regime jurídico do servidor público


Tratando-se de servidor público, regime jurídico significa o conjunto de normas referentes aos seus deveres,
direitos e demais aspectos da sua vida funcional, disciplinando o vínculo entre este e o Poder Público.
Apesar da redação original do art. 37 da CF88 determinar a instituição de regime jurídico único para os
servidores públicos, coexistem na Administração brasileira diversos regimes jurídicos de servidores.
Regime jurídico único
A expressão gerou vários entendimentos, com a edição da Lei 8112/90, prevaleceu o que entende ser o RJU
sinônimo de regime estatutário.
Regime estatutário
É aquele em que os direitos, deveres e demais aspectos da vida funcional do servidor estão contidos
basicamente numa lei denominada Estatuto.
O Estatuto pode ser alterado no decorrer da vida funcional do servidor, independente da sua anuência,
ressalvados os direitos já efetivamente adquiridos, as expectativas de direito não subsistem.
O servidor não tem direito a que seja mantido o Estatuto que existia no momento de seu ingresso nos quadros
da Administração.
O Estatuto rege a vida funcional dos ocupantes de cargos efetivos e de cargos em comissão, quanto a estes, no
que for compatível com esse tipo de cargo.
Regime celetista
No regime celetista, os servidores têm seus direitos e deveres norteados, nuclearmente, pela CLT.
Recebem a denominação empregados públicos e, tendo em vista que o empregador é o ente estatal, alguns
preceitos do regime estatutário estendem-se aos celetistas.
Regime especial
O art. 37, IX da CF88 estabelece que poderão ser contratados sob regime especial os servidores por tempo
determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, na conformidade da lei.
A contratação se dá sem concurso público, por prazo determinado, para atender a casos de calamidade,
epidemia, vacinação em massa etc., conforme disposto em lei.
A lei poderá fixar que o contrato será regido pela CLT ou estabelecer o regime jurídico, determinando a
aplicação de preceitos do Estatuto correspondente.
Na órbita federal, os parâmetros para a contratação nos termos do art. 37,IX, estão disciplinados na Lei
8745/93 (a íntegra está transcrita apóis o quadro).

Veja o quadro abaixo:

FUNÇÕES PÚBLICAS

REGIME VÍNCULO COM O PROVIMENTO ÂMBITO DE OBSERVAÇÕES


PODER PÚBLICO APLICAÇÃO

-2-
* exceto para os cargos
Estatutário Concurso público* Adm. Direta, suas au- em comissão e para os
CARGO
Institucional tarquias e fundações empregados(anteriores a
PÚBLICO (é o regime normal) de Direito Público. 88) efetivados

Celetista Concurso público Adm. Direta, suas au- Serviços subalternos


(é regime excepcional) tarquias e fundações
de Direito Público.

Celetista Concurso público* Administração Indireta * dispensa em casos


EMPREGO de Direito Privado especiais, Lei 8666
PÚBLICO
Regime especial Contratação direta* Administração Direta * casos de necessi-
e Indireta dade temporária, de-
(CLT ou lei especial) (definida em lei)
finida em lei

Celetista Art. 19 ADCT Adm. Direta, suas au- Estáveis no serviço


tarquias e fundações público, até efetivação
de Direito Público. por concurso público

Estatutário Nomeação de titular Adm. Direta, suas au- Exercem as denomi-


FUNÇÃO
de cargo efetivo tarquias e fundações nadas funções de
PÚBLICA Institucional
de Direito Público. confiança

Contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional


interesse público
LEI Nº 8.745, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1993.
Dispõe sobre a contratação por tempo determinado para atender a
necessidade temporária de excepcional interesse público, nos termos do
inciso IX do art. 37 da Constituição Federal, e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Para atender a necessidade temporária de Parágrafo único. Nos casos dos incisos V e VI, os
excepcional interesse público, os órgãos da Administração contratos poderão ser prorrogados desde que o prazo total
Federal direta, as autarquias e as fundações públicas poderão não ultrapasse quatro anos.
efetuar contratação de pessoal por tempo determinado, nas Art. 5º As contratações somente poderão ser feitas com
condições e prazos previstos nesta Lei. observância da dotação orçamentária específica e mediante
Art. 2º Considera-se necessidade temporária de prévia autorização do Ministro de Estado ou do Secretário da
excepcional interesse público: Presidência da República sob cuja supervisão se encontrar o
I - assistência a situações de calamidade pública; órgão ou entidade contratante.
II - combate a surtos endêmicos; Parágrafo único. Os órgãos ou entidades contratantes
III - realização de recenseamentos; encaminharão à Secretaria da Administração Federal, para
IV - admissão de professor substituto e professor controle da aplicação do disposto nesta Lei, cópia dos
visitante; contratos efetivados.
V - admissão de professor e pesquisador visitante Art. 6º É proibida a contratação, nos termos desta Lei,
estrangeiro; de servidores da Administração direta ou indireta da União,
VI - atividades especiais nas organizações das Forças dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como
Armadas para atender a área industrial ou a encargos de empregados ou servidores de suas subsidiárias e
temporários de obras e serviços de engenharia. controladas.
Art. 3º O recrutamento do pessoal a ser contratado, nos Parágrafo único. Sem prejuízo da nulidade do contrato, a
termos desta Lei, será feito mediante processo seletivo infração do disposto neste artigo importará na
simplificado sujeito a ampla divulgação, inclusive através do responsabilidade administrativa da autoridade contratante e
Diário Oficial da União, prescindindo de concurso público. do contratado, inclusive solidariedade quanto à devolução dos
§ 1º A contratação para atender às necessidades valores pagos ao contratado.
decorrentes de calamidade pública prescindirá de processo Art. 7º A remuneração do pessoal contratado nos
seletivo. termos desta Lei será fixada:
§ 2º A contratação de pessoal, nos casos dos incisos V e I - nos casos do inciso IV do art. 2º, em importância não
VI do art. 2º, poderá ser efetivada à vista de notória superior ao valor da remuneração fixada para os servidores de
capacidade técnica ou científica do profissional, mediante final de carreira das mesmas categorias, nos planos de
análise do curriculum vitae. retribuição ou nos quadros de cargos e salários do órgão ou
Art. 4º As contratações serão feitas por tempo entidade contratante;
determinado e improrrogável, observados os seguintes prazos II - nos casos dos incisos I a III, V e VI do art. 2º, em
máximos: importância não superior ao valor da remuneração constante
I - seis meses, no caso dos incisos I e II do art. 2º; dos planos de retribuição ou nos quadros de cargos e salários
II - doze meses, no caso do inciso III do art. 2º; do serviço público, para servidores que desempenhem função
III - doze meses, no caso do inciso IV do art. 2º; semelhante, ou, não existindo a semelhança, às condições do
IV - até quatro anos, nos casos dos incisos V e VI do art. mercado de trabalho.
2º.

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Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, não se § 2º - A extinção do contrato, por iniciativa do órgão ou
consideram as vantagens de natureza individual dos entidade contratante, decorrente de conveniência
servidores ocupantes de cargos tomados como paradigma. administrativa, importará no pagamento ao contratado de
Art. 8º Ao pessoal contratado nos termos desta Lei indenização correspondente à metade do que lhe caberia
aplica-se o disposto na Lei nº 8.647, de 13 de abril de 1993. referente ao restante do contrato.
Art. 9º O pessoal contratado nos termos desta Lei não Art. 13. O art. 67 da Lei nº 7.501, de 27 de julho de
poderá: 1986, alterado pelo art. 40 da Lei nº 8.028, de 12 de abril de
I - receber atribuições, funções ou encargos não 1990, passa a vigorar com a seguinte redação:
previstos no respectivo contrato; "Art. 67. As relações trabalhistas e previdenciárias
II - ser nomeado ou designado, ainda que a título concernentes aos Auxiliares Locais serão regidas pela
precário ou em substituição, para o exercício de cargo em legislação vigente no país em que estiver sediada a repartição.
comissão ou função de confiança; § 1º - Serão segurados da previdência social brasileira os
III - ser novamente contratado, com fundamento nesta Auxiliares Locais de nacionalidade brasileira que, em razão de
Lei, salvo na hipótese prevista no inciso I do art. 2º, mediante proibição legal, não possam filiar-se ao sistema previdenciário
prévia autorização do Ministro de Estado ou Secretário da do país de domicílio.
Presidência competente. § 2º - O Poder Executivo expedirá, no prazo de noventa dias,
Parágrafo único. A inobservância do disposto neste as normas necessárias à execução do disposto neste artigo."
artigo importará na rescisão do contrato nos casos dos incisos Art. 14. Aplica-se o disposto no art. 67 da Lei nº 7.501,
I e II, ou na declaração da sua insubsistência, no caso do de 27 de julho de 1986, com a redação dada pelo art. 13
inciso III, sem prejuízo da responsabilidade administrativa das desta Lei, aos Auxiliares civis que prestam serviços aos órgãos
autoridades envolvidas na transgressão. de representação das Forças Armadas Brasileiras no exterior.
Art. 10. As infrações disciplinares atribuídas ao pessoal Art. 15. Aos atuais contratados referidos nos arts. 13 e
contratado nos termos desta Lei serão apuradas mediante 14 desta Lei é assegurado o direito de opção, no prazo de
sindicância, concluída no prazo de trinta dias e assegurada noventa dias, para permanecer na situação vigente na data da
ampla defesa. publicação desta Lei.
Art. 11. Aplica-se ao pessoal contratado nos termos Art. 16. O tempo de serviço prestado em virtude de
desta Lei o disposto nos arts. 53 e 54; 57 a 59; 63 a 80; 97; contratação nos termos desta Lei será contado para todos os
104 a 109; 110, incisos, I, in fine, e II, parágrafo único, a efeitos.
115; 116, incisos I a V, alíneas a e c, VI a XII e parágrafo Art. 17. Esta Lei entra em vigor na data de sua
único; 117, incisos I a VI e IX a XVIII; 118 a 126; 127, incisos publicação.
I, II e III, a 132, incisos I a VII, e IX a XIII; 136 a 142, Art. 18. Revogam-se as disposições em contrário,
incisos I, primeira parte, a III, e §§ 1º a 4º; 236; 238 a 242, especialmente os arts. 232 a 235 da Lei nº 8.112, de 11 de
da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. dezembro de 1990.
Art. 12. O contrato firmado de acordo com esta Lei Brasília, 9 de dezembro de 1993, 172º da Independência e
extinguir-se-á, sem direito a indenizações: 105º da República.
I - pelo término do prazo contratual; ITAMAR FRANCO
II - por iniciativa do contratado. Romildo Canhim
§ 1º - A extinção do contrato, nos casos do inciso II, Arnaldo Leite Pereira
será comunicada com a antecedência mínima de trinta dias.

A emenda constitucional nº 19 e o regime jurídico único


Antes de prosseguirmos no estudo relativo aos cargos públicos, por serem estes regidos pela Lei 8112/90,
objeto deste Ponto, é necessário sublinhar que:
A EC nº 19 não mais obriga à instituição de um regime jurídico único dos servidores públicos, substituindo-o
pela obrigatoriedade da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios instituírem um Conselho de
Política de Administração e Remuneração de Pessoal.
As novas regras constitucionais visam à extinção do RJU, à isonomia funcional e ao retorno ao sistema que
vigorava na CF anterior, em que a Administração podia ter cargos públicos, bem como, carreiras funcionais sob
regimes jurídicos diversos (regime estatutário, regime trabalhista-CLT), e agora, também, pelo regime especial
ou de emprego.
Além disso, desde a promulgação da referida emenda, os estrangeiros, na forma da lei, poderão ser investidos
em cargos, empregos e funções públicos.

Regime de emprego público do pessoal da Administração federal direta, autárquica e fundacional


LEI No 9.962, DE 22 DE FEVEREIRO DE 2000.
Disciplina o regime de emprego público do pessoal da
Administração federal direta, autárquica e fundacional, e dá
outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o O pessoal admitido para emprego público na direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo, bem
Administração federal direta, autárquica e fundacional terá sua como sobre a transformação dos atuais cargos em empregos.
relação de trabalho regida pela Consolidação das Leis do § 2o É vedado:
Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio I – submeter ao regime de que trata esta Lei:
de 1943, e legislação trabalhista correlata, naquilo que a lei a) (VETADO)
não dispuser em contrário. b) cargos públicos de provimento em comissão;
§ 1o Leis específicas disporão sobre a criação dos
empregos de que trata esta Lei no âmbito da Administração
-4-
II – alcançar, nas leis a que se refere o § 1o, servidores IV – insuficiência de desempenho, apurada em
regidos pela Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, às procedimento no qual se assegurem pelo menos um recurso
datas das respectivas publicações. hierárquico dotado de efeito suspensivo, que será apreciado
§ 3o Estende-se o disposto no § 2o à criação de em trinta dias, e o prévio conhecimento dos padrões mínimos
empregos ou à transformação de cargos em empregos não exigidos para continuidade da relação de emprego,
abrangidas pelo § 1o. obrigatoriamente estabelecidos de acordo com as
§ 4o (VETADO) peculiaridades das atividades exercidas.
Art. 2o A contratação de pessoal para emprego público Parágrafo único. Excluem-se da obrigatoriedade dos
deverá ser precedida de concurso público de provas ou de procedimentos previstos no caput as contratações de pessoal
provas e títulos, conforme a natureza e a complexidade do decorrentes da autonomia de gestão de que trata o § 8o do
emprego. art. 37 da Constituição Federal.
Art. 3o O contrato de trabalho por prazo indeterminado Art. 4o Aplica-se às leis a que se refere o § 1o do art. 1o
somente será rescindido por ato unilateral da Administração desta Lei o disposto no art. 246 da Constituição Federal.
pública nas seguintes hipóteses: Art. 5o Esta Lei entra em vigor na data de sua
I – prática de falta grave, dentre as enumeradas no art. publicação.
482 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT; Brasília, 22 de fevereiro de 2000; 179o da Independência e
II – acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções 112o da República.
públicas; FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
III – necessidade de redução de quadro de pessoal, por Martus Tavares
excesso de despesa, nos termos da lei complementar a que se Publicado no D.O. de 23.2.2000
refere o art. 169 da Constituição Federal;

Por fim, nos resta, ainda, abordar aspectos relativos aos cargos públicos.

Cargos, Quadro, lotação e redistribuição.


Já vimos que o regime de cargo público deverá ser a forma mais comum de relação entre o servidor e o Poder
Público.
Todos os cargos existentes encontram-se “lotados”, inseridos em algum Quadro. O Quadro, por sua vez, é o
conjunto de cargos isolados e de carreira, relativos a uma unidade básica de organização (no âmbito federal,
Presidência e Ministérios). A lotação é o número total de cargos de um quadro. Quando ocorre a passagem de
um cargo de um quadro para outro quadro, dá-se o que se denomina redistribuição (art.37, Lei 8112/90)

Classificação dos cargos


Quanto à posição no Quadro,ou seja, quanto à possibilidade de progressão vertical, classificam-se em : de
carreira ou isolados.
Cargos isolados não são suscetíveis de progressão e, em face do disposto no art. 37,§ 1º da CF88, são em
número reduzido e tendem a desaparecer.
Cargos de carreira são aqueles que admitem progressão funcional vertical; para tanto, são agrupados e
escalonados em classes. Classe é o agrupamento de cargos da mesma denominação e idênticas referências de
vencimento, de mesmo grau de responsabilidade e nível de complexidade de atribuições. O nomeado para cargo
inicial da carreira, no decorrer da vida funcional, ascenderá aos cargos das classes superiores, o que importará
em acréscimo de remuneração e às vezes o exercício de atribuições mais complexas, mas da mesma natureza
de trabalho. Assim, carreira é o conjunto de classes da mesma natureza de trabalho, escalonadas segundo a
responsabilidade e a complexidade da atribuições.
A passagem para cargos de classes superiores por vezes recebe a denominação de acesso, por vezes de
promoção (que é vertical) – por antiguidade ou por merecimento; essa passagem não significa investidura
inicial, a demandar concurso público; havendo concurso de acesso ou promoção, dele só poderão participar
integrantes da carreira, titulares de cargos da classe imediatamente inferior aos cargos objeto da disputa.

Quanto à vocação do cargo para a retenção do ocupante, dividem-se em: cargos de provimento em
comissão (cargo em comissão), cargos de provimento efetivo (cargos efetivo) e cargos de provimento vitalício
(cargo vitalício).
Cargo efetivo é aquele preenchido com o pressuposto da continuidade e permanência do seu ocupante. Ao ser
nomeado alguém para um cargo efetivo, há o pressuposto de permanência da pessoa no desempenho das
atribuições. Este é, portanto, o sentido do termo efetividade. É a nomeação em cargo efetivo que possibilita a
aquisição da estabilidade ordinária ou comum; não é o concurso público; é o modo como o cargo é provido, ou
seja , o provimento efetivo. A aprovação em concurso público é um requisito de validade do ato de provimento
do cargo.
Não se deve confundir efetividade com estabilidade.
A efetividade é modo de preenchimento do cargo, ligado à possibilidade de permanência do seu ocupante no
exercício das atribuições respectivas. É atributo do cargo, o qual,por lei, já nasce assim.
A estabilidade é o direito que o servidor adquire, após o estagio probatório, de só ser demitido do serviço
público em hipóteses especificas (falta grave ou avaliação de desempenho insuficiente), sendo-lhe garantido o
devido processo legal e a ampla defesa. É atributo do servidor, o qual conquista este direito. A estabilidade do

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servidor é no serviço público e não no cargo, tanto assim que o servidor será posto em disponibilidade se
ocorrer a extinção do cargo que ocupa ou a declaração de sua desnecessidade.
Cargo em comissão é aquele destinado a ser ocupado em caráter transitório por pessoa de confiança da
autoridade competente para preenchê-los, a qual também pode exonerar ad nutum, isto é, livremente, quem o
esteja titularizando. O pressuposto do cargo em comissão é a temporariedade. Se a confiança deixa de existir
ou se há troca da autoridade que propôs a nomeação, geralmente, o ocupante do cargo em comissão não
permanece.
Além dos cargos efetivos e em comissão, há número pequeno de cargos ocupados por mandato, com duração
previamente fixada, o qual só poderá ser cassado por razões de suma gravidade e segundo processo fixado em
normas. Para alguns autores, trata-se de investidura a termo. Por exemplo: os cargos de Reitor e Diretor em
Universidades Públicas; nesses casos, colegiados universitários elegem três ou mais nomes para integrar uma
lista, a ser apresentada à autoridade competente para nomear, a qual escolherá um dos nomes. Em muitos
conselhos (por exemplo: Conselho Estadual de Educação), seus integrantes detêm mandatos.
Cargo vitalício é aquele, tal como o efetivo, predisposto à retenção do ocupante, mas cuja predisposição à
retenção é ainda mais acentuada. Aquele que nele tenha sido predisposto, uma vez vitaliciado, só poderá ser
desligado por processo judicial.
São cargos vitalícios, unicamente, os de Magistrado (art. 95, I – que se tornam vitalícios após 2 anos de
exercício), os de Magistrados de Tribunal (nos casos de nomeação direta, em seguida à posse), os de Ministro
(da União) ou de Conselheiro (dos Estados, DF ou Municípios) do Tribunal de Contas (art. 73, § 3º - em seguida
à posse) e de Membro do Ministério Público (art.128,§ 5º, I, a – após 2 anos de exercício).

Criação, extinção e declaração de desnecessidade de cargo público


Os cargos públicos são criados por lei ou, no caso dos serviços auxiliares do Legislativo, mediante resolução.
A extinção de cargo público dar-se-á através de atos da mesma natureza. O art. 84, XXV prevê a extinção de
cargos públicos federais, na forma da lei, por ato do Presidente da República.
Cabe também ao Chefe do Executivo, nos termos definidos em lei, declarar a desnecessidade de cargo público.
Com a alteração introduzida pela EC nº 32, poderá o Presidente da República, independentemente de previsão
em lei, mediante decreto autônomo, extinguir função ou cargo público quando vagos.

Demissão e exoneração
Demissão é o desligamento do cargo com caráter sancionador, correspondendo a uma expulsão, aplicável nos
casos previstos em lei.
Exoneração é o desligamento sem caráter sancionador, ocorrendo a pedido do servidor ou de ofício.
Hipóteses de exoneração de ofício:
• para desinvestir alguém de um cargo em comissão;
• para desligar o servidor que se revelou inadequado ao cargo, após aferição de sua ausência de
capacidade para permanecer;
• para desligar o servidor que obteve avaliação periódica de desempenho insatisfatória;
• para desligar o servidor, nomeado e empossado, que não entrou em exercício no prazo legal;
• para desligar o servidor de um dos cargos que de boa-fé acumulou, sendo-lhe permitido optar pelo em
que deseja persistir.
Nos casos em que o servidor pediu exoneração, foi exonerado de cargo em comissão ou porque não iniciou o
exercício, foi punido com a perda do cargo (demissão), passou a exercer outro cargo por readaptação, acesso
ou promoção, ou ainda, nos casos de aposentadoria ou morte do servidor, o cargo ficará sem ocupante, o que
se denomina vacância.

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