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Manual da
Oficina de Motores Diesel
Volume 2
FICHA TÉCNICA
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Nível vocacional 2 e 3
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NOTAS
ÍNDICE DO MANUAL
Página
1 FUNCIONAMENTO DO MOTOR DIESEL 7
1.1 Introdução 8
1.2 Nomenclatura básica 12
1.3 Motor diesel – Descrição dos quatro tempos 14
1.4 Motor a gasolina – Descrição dos quatro tempos 16
1.5 Motor a gasolina – Descrição dos dois tempos 18
1.6 Processo de combustão e transmissão de energia 20
1.7 Ordem de inflamação 24
1.8 Formas de injecção diesel 26
1.9 Classificação de motores de combustão interna 28
1.10 Motores diesel seleccionados – Alguns exemplos 30
1.11 Especificações de motores de combustão interna 34
1.12 Exercícios de auto-avaliação 38
3 DISTRIBUIÇÃO E SINCRONIZAÇÃO 81
3.1 Introdução 82
3.2 Accionamento das válvulas 82
3.3 Momento de abertura e fecho das válvulas 83
3.4 Diagrama circular 84
3.5 Transmissão e sincronização entre cambota e veio de 86
cames
4 SISTEMA DE LUBRIFICAÇÃO 91
4.1 Introdução 92
4.2 Princípio de lubrificação 92
4.3 O que vai acontecer sem lubrificação 93
4.4 Função do sistema de lubrificação 94
4.5 Bomba de óleo 97
4.6 Regulação da pressão de óleo 99
4.7 Arrefecedor de óleo 100
4.8 Manómetro e indicador de óleo 102
4.9 Filtro de óleo 103
4.10 Mudança de óleo e filtro de óleo 106
4.11 Consumo de óleo 107
4.12 Características e especificações de óleo de lubrificação 108
4.13 Exercícios de auto-avaliação 117
9 MANUTENÇÃO 217
NOTAS
1.1 INTRODUÇÃO
Carros
Camiões
Tractores
Máquinas de construção
Comboios
Navios
Geradores
Bombas
Moinhos
Gasóleo
Gasolina
Gás
Álcool
Este manual trata sobretudo dos motores diesel, mas também trata alguns
aspectos dos motores a gasolina, para podermos melhor compreender todos os
motores de combustão interna.
Elementos móveis.
Sistema de lubrificação.
Sistema de arrefecimento.
Sistema de combustível.
Sistema de ar.
Sistema eléctrico.
Outra diferença é que o motor diesel admite ar puro dentro do cilindro, enquanto o
motor a gasolina admite uma mistura de ar e gasolina.
O motor diesel também funciona com uma pressão de combustão maior do que a
do motor a gasolina o que leva a que algumas peças móveis do motor diesel sejam
feitas de materiais mais resistentes.
Portanto existem motores diesel com quatro tempos e com dois tempos, e existem
motores a gasolina com quatro tempos e com dois tempos.
Em seguida vamos dar uma descrição profunda dos quatro tempos dum motor
diesel, dos quatro tempos dum motor a gasolina e dos dois tempos dum motor a
gasolina.
1º Tempo
ADMISSÃO
2º Tempo
COMPRESSÃO
3º Tempo
COMBUSTÃO
4º Tempo
ESCAPE
1º Tempo
ADMISSÃO
2º Tempo
COMPRESSÃO
3º Tempo
COMBUSTÃO
4º Tempo
ESCAPE
1º TEMPO
2º TEMPO
1 O volume de ar comprimido
2 O tipo de combustível usado
3 A quantidade de combustível misturada ao ar.
CÂMARA DE COMBUSTÃO
1 Camisa do cilindro
2 Pistão
3 Válvula de admissão
4 Válvula de escape
5 Cabeça do motor
Fig. 1.20 – Ignição por compressão no fim do 2º tempo no motor diesel de quatro
tempos.
Quando o pistão desce, ele move outros componentes mecânicos que realizam o
trabalho, isto é uma transmissão de energia térmica.
Fig. 1.22 – Motor diesel de quatro tempos com a ordem de inflamação de 1-3-4-2
VA = Válvula de admissão. VE = Válvula de admissão.
Para completar um ciclo de trabalho a cambota vai girar duas voltas, percorrendo
720º.
Primeiro é o cilindro nº 1 que faz combustão e a cambota gira meia volta (180º).
A seguir é o cilindro nº 3 que faz combustão, e a cambota gira mais meia volta.
A seguir é o cilindro nº 4 que faz combustão e a cambota gira mais meia volta.
Finalmente é o cilindro nº 2 que faz combustão e a cambota gira mais meia volta.
CILINDROS
POSIÇÃO
CAMBOTA Nº 1 Nº 2 Nº 3 Nº 4
Meia volta
ADMISSÃO COMPRESSÃO ESCAPE COMBUSTÃO
1
Meia volta
COMPRESSÃO COMBUSTÃO ADMISSÃO ESCAPE
2
Meia volta
COMBUSTÃO ESCAPE COMPRESSÃO ADMISSÃO
3
Meia volta
ESCAPE ADMISSÃO COMBUSTÃO COMPRESSÃO
4
Fig. 1.23 – Esquema do ciclo de quatro tempos num motor de quatro cilindros com a
ordem de inflamação de 1-3-4-2.
INJECÇÃO DE GASÓLEO
Como vimos nas páginas anteriores o combustível num motor diesel é injectado
através de um injector dentro do cilindro momentos antes da combustão. As
formas de injecção podem ser diferentes de um motor para outro.
INJECÇÃO DIRECTA
INJECÇÃO INDIRECTA
1 - COMBUSTÍVEL UTILIZADO
2 - CICLO DE TRABALHO
Estas duas são as disposições de cilindros utilizadas para motores diesel modernos.
4 - SISTEMA DE ARREFECIMENTO
5 - FORMA DE INJECÇÃO
Neste manual vamos focar nos motores diesel de quatro tempos de alta velocidade.
CATERPILLAR 3516
Motor diesel
Alta velocidade
4 tempos
16 cilindros em V
Arrefecido por água
Injecção directa.
A sede da fábrica Caterpillar fica nos Estados Unidos, e tem fábricas em vários
países. O Caterpillar 3500 é sobretudo usado em navios pequenos e para accionar
geradores.
CUMMINS 6 LT AA 9.3
Motor diesel
Alta velocidade
4 tempos
6 cilindros em linha
Arrefecido por água
Injecção directa.
A sede da fábrica Cummins fica nos Estados Unidos, e tem fábricas em vários países.
O Cummins 6 LT é sobretudo usado em camiões e autocarros.
DEUTZ D 914 L4
Motor diesel
4 tempos
4 cilindros em linha
Arrefecido por ar
Injecção directa.
Motor diesel
4 tempos
4 cilindros em linha
Arrefecido por água
Injecção directa.
TOYOTA 2L TE
Motor diesel
4 tempos
4 cilindros em linha
Arrefecido por água
Injecção indirecta.
Motor diesel
4 tempos
3 cilindros em linha
Arrefecido por água
Injecção directa.
DIÂMETRO DO CILINDRO
CURSO DO PISTÃO
Os motores que têm um curso de pistão longo, têm mais força enquanto as
rotações são baixas.
CILINDRADA
A cilindrada de um motor é dada em cm3, ou em litros (lembre-se que 1 litro = 1000 cm3).
RELAÇÃO DE COMPRESSÃO
Como exemplo podemos ver um cilindro em que o volume acima do pistão, quando
está no PMI, é de 1000 cm3, e o volume acima do pistão, quando está no PMS, é de
50 cm3
BINÁRIO DO MOTOR
O binário do motor, também chamada torque do motor, é uma grandeza que nos
orienta parcialmente sobre a capacidade que um determinado motor tem em
transferir a força desenvolvida durante o processo de combustão. Quanto mais alto
o binário melhor é a sua capacidade de transferir a força.
POTÊNCIA DO MOTOR
A potência máxima indicada pelos fabricantes pode não ser a máxima que é
possível obter do motor, mas sim a máxima em que o funcionamento é correcto, e
as rotações a que é possível obter tal potência.
Verdadeiro
Falso
Escape
Faísca
Admissão
Combustão
NOTAS
2.1 INTRODUÇÃO
Para perceber melhor a função do motor diesel é necessário conhecer cada peça
principal e a sua função no motor.
Nas páginas seguintes vamos primeiro ver a nomenclatura e a localização das peças
fundamentais, e depois vamos ver a função de cada peça fundamental.
1 Veio de cames
2 Vareta da válvula
3 Martelo da válvula
4 Válvula de admissão
5 Pistão
6 Biela
7 Cambota
8 Filtro de óleo de lubrificação
9 Condutas de óleo de lubrificação.
Fig. 2.02 – Localização de algumas peças fundamentais num motor diesel típico.
Os nomes são:
1: Tampa da cabeça
2: Junta da tampa
3: Cabeça do motor
4: Junta da cabeça
5: Tampa lateral
7: Bloco do motor
8: Tampa de engrenagens
9: Junta do carter
10: Carter.
Os nomes são:
1: Martelo de válvula
2: Válvula
3: Vareta de válvula
4: Pistão
5: Segmentos do pistão
6: Tucho de válvula
7: Veio de cames
8: Moente de impulso
9: Biela
11: Carreto
12: Cambota.
Os nomes são:
1: Pistão
2: Segmentos do pistão
3: Biela
4: Casquilho da biela
5: Cavilha do pistão
6: Capas da biela
7: Camisa do cilindro
8: Junta da camisa
9: Veio de cames
10: Chaveta
11: Carreto
18: Polia
Os blocos para motores refrigerados por água são caracterizados por ter os
cilindros mandrilados directamente no bloco, ou ter camisas removíveis. O bloco
tem canais para a circulação da água de refrigeração.
Os blocos para motores refrigerados por ar têm apenas furos mandrilados para
montagem de cilindros separados.
O material usado para fabricar cilindros é sobretudo ferro fundido. Os cilindros são
fundidos em moldes rotativos com grande precisão, e a seguir são polidos por
interior.
Os cilindros que formam um corpo com o bloco do motor são normalmente usados
em motores pequenos. Os cilindros são mandrilados e polidos directamente no
bloco.
Os cilindros que são montados no bloco chamam-se camisas. As camisas podem ser
trocadas quando atingem o seu máximo desgaste. As camisas podem ser divididas
em camisas secas e camisas húmidas.
As camisas secas são montadas no bloco com a força de uma prensa, e o lado
exterior da camisa não tem contacto directo com as condutas de água de
arrefecimento.
As camisas húmidas não são montadas com a força de uma prensa. O lado exterior
da camisa tem contacto directo com as condutas de água de arrefecimento.
Para vedar a água de arrefecimento as camisas húmidas são montadas com anéis
de borracha.
Nos motores refrigerados por ar os cilindros não são geralmente parte integrante
do bloco, mas são montados individualmente. O lado exterior tem deflectores para
o arrefecimento por ar.
Os nomes são:
1: Segmentos de compressão
2: Segmentos de óleo
3: Pistão
4: Freios
5: Cavilha do pistão
6: Casquilho da biela
7: Biela
8: Capas da biela
9: Parafuso da biela
PISTÃO
Nos motores modernos os pistões são fabricados em liga de alumínio com metais
como magnésia e silício. A característica destes metais é de ter um peso baixo, ter
alta resistência, e ter um rápido desprendimento de calor. Alguns pistões têm um
revestimento de aço, e pode ter partes cromadas.
1: Coroa do pistão
2: Zona de segmentos
3: Saia do pistão
4: Orifício para cavilha do pistão.
A superfície da cabeça do pistão pode ter varias formas. Para motores diesel de
quatro tempos a mais frequente é plana, ou plana com abertura para uma câmara
de combustão (ver figura 2.14). Também é frequente terem aberturas para as
válvulas.
A parte inferior do pistão chama-se a saia do pistão. Alguns pistões têm a ranhura
para o segmento de óleo na área da saia do pistão.
A figura 2.14 mostra um pistão recortado com cavilha de pistão livre no pistão e na
biela. Vê-se:
1: Câmara de combustão
2: Canal para óleo de lubrificação
3: Cavilha do pistão.
SEGMENTOS
Os segmentos são montados nas ranhuras da zona dos segmentos, e a função deles
é de manter a hermeticidade da câmara de combustão, conduzir o calor ao cilindro
e regular a película de óleo de lubrificação na parede interior do cilindro.
Os segmentos podem ter várias formas no corte, o que se pode ver na figura 2.15.
O primeiro segmento de compressão, que é aquele que tem que aguentar com a
maior pressão e que é mais sujeito ao desgaste, é frequentemente cromado.
BIELA
A biela pode ser dividida em três partes: Pé, Corpo e Cabeça. (ver figura 2.16)
Pé: É a parte da biela que se acopla ao pistão por intermédio da cavilha do pistão.
No pé da biela é montado um casquilho de bronze para diminuir os efeitos do atrito
com a cavilha do pistão.
CAMBOTA
A cambota tem moentes de apoio, que servem para alojar a cambota no bloco do
motor. Os apoios completos designam-se chumaceiras. Uma cambota para um
motor diesel com 4 cilindros em linha tem normalmente 5 moentes de apoio.
Os ângulos que os moentes formam entre si são diferentes para cada tipo de
cambota. Num motor em linha com quatro cilindros o angulo é de 180º, enquanto
num motor em linha com seis cilindros o angulo é de 120º.
1: Moente de apoio
2: Moente de impulso
3: Contrapeso
Para obter bom balanço durante a função do motor, a cambota tem contrapesos. A
forma e o tamanho dos contrapesos variam em cada tipo de motor.
VOLANTE
Para este efeito está montado um volante na cambota. O volante acumula energia
cinética durante o curso de combustão e transmite uma parte desta energia
durante os outros cursos.
Nos motores com motor de arranque, o volante do motor tem na sua periferia
montado um aro dentado, ou uma cremalheira, que é accionada pelo pinhão do
motor de arranque, ao se colocar o motor em funcionamento.
Os apoios dos moentes de impulso e os apoios dos moentes de apoio são montados
com meio casquilhos de bronze.
A função das capas de bronze é de servir como apoios para a cambota e as bielas,
para que elas possam rodar com facilidade sem produzir um desgaste excessivo.
1: Corpo de aço
2: Camada de liga de bronze e chumbo ou liga de alumínio.
3: Superfície de chumbo, estanho e/ou cobre.
Entre o moente e os meio casquilhos de bronze existe uma pequena folga, bem
determinada, (normalmente entre 0,10 e 0,15 mm) para permitir a existência duma
camada de óleo de lubrificação.
Se a folga for grande demais a pressão de óleo não vai conseguir manter-se, e os
moentes não são lubrificados correctamente, por isso também desgastam-se
rapidamente
Quando um motor começa a ter uma pressão de óleo baixa pode ser necessário
substituir os meio casquilhos. É importante não ignorar isto. Se for ignorado os
moentes da cambota ficam gastos, o motor vai cessar de funcionar, e a reparação
fica muita mais cara do que substituir as capas de bronze em tempo.
Na figura 2.20 vê-se as duas metades dos meio casquilhos. Uma metade tem um
furo e uma ranhura, para permitir a entrada de óleo de lubrificação.
As capas têm uma pequena guia para assegurar a posição correcta. Normalmente
as capas têm carimbada uma referência da fábrica. A referência informa sobre a
dimensão do jogo de capas.
As capas têm que ser sempre substituídas em jogos. Uma metade de um jogo não
pode ser trocada com outra metade de um outro jogo.
Antes de entrar nos pormenores destas peças é útil ver a sua posição.
Na figura 2.22, num conjunto com localização lateral do veio de cames, vê-se o
seguinte:
1: Martelo de válvula
2: Mola de válvula
3: Válvula
4: Vareta de válvula
5: Tucho de válvula
6: Came
7: Veio de cames
8: Carreto de comando
9: Corrente de comando
10: Pinhão
VEIO DE CAMES
O veio de cames pode ser colocado na parte lateral do bloco do motor, ou em cima
da cabeça do motor, sempre em paralelo com a cambota.
ENGRENAGENS (CARRETOS)
Fig. 2.25 – Um motor onde a cambota acciona o veio de cames e a bomba injectora
através de engrenagens (exemplo do motor diesel Toyota, series “B”).
Quando o veio de cames está localizada na cabeça do motor, isto é por cima, a
vantagem é que a abertura e o fechamento das válvulas são realizados
directamente pelos cames.
Fig. 2.26 – Configuração DOHC. Os dois veios de cames estão localizados na cabeça
do motor.
Fig. 2.27 – Um motor V de seis cilindros, com a configuração DOHC em cada lado,
totalizando quatro veios de cames. O accionamento dos veios de cames é através de
corrente.
A cabeça do motor é fixada ao bloco por meio de parafusos, ou pernos com porcas.
Entre a cabeça do motor e o bloco do motor fica colocada a junta da cabeça, que é
resistente a altas temperaturas e pressões.
A cabeça pode ser construída de uma peça única para todos os cilindros, ou pode
ser dividida em dois, ou ainda divida em uma cabeça individual para cada cilindro.
Nas cabeças para motores arrefecidos por água há passagens para água do sistema
de refrigeração. Algumas cabeças de motor têm também canais para passagem de
A maior parte das cabeças de motor tem uma válvula de admissão e uma válvula de
escape por cada cilindro, mas nos motores grandes e alguns motores para viaturas,
cada cilindro pode ter duas válvulas de admissão e duas válvulas de escape.
NOMENCLATURA E LOCALIZAÇÃO
Para entender melhor a localização de cada peça que está montada na cabeça do
motor podemos ver a figura 2.30.
A cabeça é de um motor da marca “Lister”, modelo HR arrefecido por ar, que tem
cabeças individuais para cada cilindro.
2.14 VÁLVULAS
Nos motores que têm o veio de cames colocado em cima da cabeça do motor
(OHC), as válvulas são accionadas directamente pelos cames (ver figura 2.31).
Fig. 2.31 – Componentes de accionamento das válvulas num motor com veio de
cames OHC.
A válvula está constituída por: Cabeça, contra-sede, haste e ranhura (ver figura
2.32).
A haste é torneada e rectificada para ter uma dimensão com uma tolerância de
centésimos de milímetros, apropriada para entrar na guia de válvula.
No topo da válvula encontra-se uma ranhura, cuja função é servir de lugar para as
meias luas e o prato que fecham a mola da válvula na sua posição.
SEDE DE VÁLVULA
A válvula veda na parte da sede da válvula, que é um anel feito de aço especial.
Para assegurar uma boa vedação a sede é feita com o mesmo ângulo que a contra-
sede na válvula. A sede fica colocada na parte inferior da cabeça do motor.
Normalmente as sedes de válvula são montadas com uma prensa enquanto estão
geladas, o que significa que no momento da montagem o diâmetro exterior é
ligeiramente inferior ao normal, para permitir a entrada no orifício aberto para o
efeito, na cabeça do motor.
GUIA DE VÁLVULA
MOLA DE VÁLVULA
A função da mola é manter a válvula fechada, enquanto esta não estiver sob a
pressão do martelo da válvula.
MARTELO DE VÁLVULAS
Motores com o veio de cames colocado em cima da cabeça do motor não têm
martelos, uma vez que os cames accionam directamente o tucho da válvula, que
accione haste da válvula (ver figura 2.31). A folga é ajustada com pastilhas
calibradas.
VARETA DE VÁLVULA
Nos motores com veio de cames lateral (OHV) a vareta de válvula tem a função de
transferir o impulso do veio de cames para os martelos. Entre a vareta e o veio de
cames fica o tucho da válvula.
As varetas são feitas de aço, e às vezes são ocas. As extremidades da vareta são
endurecidas.
Para compensar esta dilatação deixa-se uma folga entre a haste da válvula e o
martelo da válvula.
A folga, que varia de um modelo de motor para outro, deve ser ajustada conforme
as especificações do fabricante do motor.
Fig. 2.37 – Folga das válvulas num motor com veio de cames lateral (OHV).
Nos motores modernos usa-se vários tipos de material para juntas. Os materiais
mais utilizadas são: cobre, alumínio, asbesto, borracha, PVC (plástico), cartolina,
papel, feltro e cortiça.
Uma vez que as exigências para as juntas são diferentes, os fabricantes escolhem o
material apropriado para cada junta, consoante a sua tarefa. Como exemplo pode-
se mencionar:
Junta da tampa da cabeça: Esta junta vai vedar óleo, e é feita de cortiça ou de
borracha.
Junta da cabeça: Esta junta vai vedar a pressão de combustão, óleo e água, e é feita
de chapa fina de cobre ou alumínio tapado com uma camada de material isolante,
resistente ao calor.
Junta do colector de escape: Esta junta vai vedar a pressão dos gases de combustão
e é feita de material resistente ao calor.
Junta da bomba de água: Esta junta vai vedar água, e é normalmente feita de papel
especial ou de alumínio com reforços em borracha ou PVC.
Junta do cárter: Esta junta vai vedar óleo e é normalmente feita de borracha, PVC
ou cortiça.
Anéis de cobre: Os anéis de cobre são utilizados para vedar tubos com parafusos de
banjo na tubagem de combustível e de óleo.
Para garantir uma boa vedação, as juntas só devem ser utilizadas uma única vez.
Isto significa que deve-se substituir as juntas em causa cada vez que está a
desmontar peças que requerem juntas.
Colector de admissão
Camisa
Cabeça de cilindros
Pistão
Falso
Verdadeiro
3.1 INTRODUÇÃO
Entre a posição e ciclo de cada pistão tem que existir uma sincronização com a
abertura e fecho das válvulas, e com o ponto de injecção de combustível.
Neste capítulo vamos ver em pormenores como esta sincronização funciona e como
é comandada.
Num motor de quatro tempos a cambota gira duas voltas para completar o seu
ciclo de trabalho. Durante o ciclo cada válvula é accionada uma vez, e
consequentemente o veio de cames sempre roda com a metade das rotações da
cambota.
Fig. 3.01 – Os mecanismos que impulsionam as válvulas num motor com veio de
cames montado na parte lateral do bloco.
Cada came actua sobre um tucho da válvula (2), que por sua vez actua sobre uma
vareta de válvula (3), que por sua vez actua uma das extremidades de um martelo
da válvula (4).
Os martelos das válvulas são colocados num eixo montado por cima da cabeça,
chamado o eixo das válvulas (5), que lhes serve como ponto de apoio. Quando a
extremidade do martelo é levantada pela vareta, o extremo oposto do martelo
baixa e acciona o topo da haste da válvula (6) e provoca a sua abertura.
A mola da válvula (7) mantém a válvula fechada quando não accionado pelo
martelo.
Também vimos que a válvula de escape abre no início do 4º tempo (escape) quando
o pistão está no PMI, e fecha no fim do mesmo tempo quando o pistão atinge o
PMS.
Nesta figura supõe-se que as válvulas abrem e fecham quando o pistão encontra-se
no PMS e PMI, e assim o diagrama chama-se o diagrama circular teórico.
Como vimos nas páginas anteriores, na prática o momento da abertura das válvulas
é adiantado e o momento do fecho é atrasado.
Na figura 3.04 vê-se um exemplo dum diagrama circular de abertura e fecho das
válvulas.
Como foi visto na página 82 o veio de cames recebe o seu movimento através da
cambota. O meio de transmissão pode ser engrenagens, corrente metálica ou
correia dentada.
ENGRENAGENS
Entre o pinhão da cambota e o carreto do veio de cames pode ficar montada uma
ou mais rodas intermediárias (ver figura 3.05).
CORRENTE METÁLICA
Este é uma solução mais barata de que engrenagens, mas tem a inconveniência de
que a corrente metálica fica frouxa devido ao desgaste dos elos. Para compensar
este, prevê-se um dispositivo tensor.
A corrente metálica de distribuição tem uma vida útil limitada, e é preciso substituir
a corrente com um determinado intervalo. Para mais detalhes, consulte o manual
do fabricante do motor em causa.
CORREIA DENTADA
Nos motores diesel a corrente dentada também pode sincronizar a bomba injectora
e em alguns motores a correia dentada também accione a bomba de água.
Devido ao seu desgaste, a correia fica frouxa com o tempo de operação do motor, e
para compensar isto, tem montado um tensor cuja função é de criar a tensão
necessária na correia de forma a manter o seu alinhamento.
Na figura 3.08 vê-se os seguintes componentes num motor com veios de cames
alojados na cabeça do motor (DOHC):
1: Cames
2: Veios de cames
3: Mola de válvula
4: Carretos do veio de cames
5: Correia dentada
6: Roda tensora
7: Válvulas
8: Tucho de válvula.
Uma vez que para cada posição da cambota as válvulas têm que se encontrar numa
determinada posição é preciso que haja uma sincronização entre a cambota e o
veio de cames.
Cada fabricante pode ter o seu sistema de marcação ou carimbos, por isto é
necessário notar a posição e alinhamento das marcas antes de começar uma
desmontagem que envolve estas peças.
Fig. 3.10 – Marcação típica das posições dos veios de cames e da cambota.
4.1 INTRODUÇÃO
Lubrificar componentes.
Arrefecer componentes.
Vedar entre pistão e cilindro.
Limpar (transportar sujidade até o filtro de óleo).
Proteger contra corrosão e ferrugem.
Para diminuir o atrito todas as peças móveis são separadas umas a outras por uma
película de óleo de lubrificação. Dessa maneira o sistema de lubrificação assegura
que as peças móveis trabalhem com um mínimo de atrito e que as peças do motor
possam trabalhar por um tempo ilimitado, praticamente sem desgaste. O óleo de
lubrificação tem também a função de vedante entre pistão e cilindro, e tem um
efeito de arrefecimento em algumas peças.
Primeiro temos o veio parado (ver figura 4.01). O veio toca na parte inferior do
casquilho. A folga em cima entre o veio e o casquilho está cheia de óleo de
lubrificação.
Depois o veio começa a rodar (ver figura 4.02). A bomba de óleo começa a fazer
pressão e entra óleo de lubrificação no casquilho. A rotação do veio, e a aderência
do óleo de lubrificação, faz com que o veio esteja separado do casquilho por uma
camada de óleo de lubrificação em forma de cunha.
Este desgaste é tão rápido que as peças do motor podem deformar-se em poucos
minutos.
Fig. 4.03 – Desgaste total de capas do moente de uma cambota, por falta de
lubrificação.
Em alguns casos o calor é suficiente para fundir os meio casquilhos de bronze nas
chumaceiras da cambota (ver figura 4.03)
1: Bomba de óleo.
2: Regulador da pressão do óleo.
3: Filtro de óleo.
4: Lubrificação do turbo compressor.
5: Conduto principal de lubrificação.
6: Lubrificação do veio de cames.
7: Lubrificação da cambota.
8: Lubrificação dos martelos das válvulas.
O óleo sai da bomba com pressão e passa primeiro pela válvula da regulação da
pressão (3) e segue para o filtro de óleo (4). Do filtro de óleo o óleo passa para o
conduto principal (5) e a partir daqui divide-se.
Uma parte vai lubrificar as chumaceiras da cambota (6) e uma parte deste óleo
passa através das condutas existentes dentro da cambota (7) para lubrificar os
moentes da biela (8), enquanto outra parte passa para lubrificar o veio de cames (9)
e o eixo das válvulas (10).
Na saída das chumaceiras, uma parte do óleo também passa por bicos (11) que
lubrificam as paredes dos cilindros com vapor de óleo.
Nos motores que têm arrefecedor de óleo, este normalmente fica inserido entre a
bomba e o filtro.
O óleo depois de ter passado os pontos de lubrificação volta por gravidade até o
cárter, pronto para recircular dentro do circuito de lubrificação.
BOMBA DE CARRETOS
Conforme a indicação das setas na figura 4.06 o óleo é aspirado pelo movimento
dos dentes. Na saída o óleo é forçado para dentro do tubo de saída criando a
pressão necessária.
A parte interior deste rotor tem a forma dentada especial, que engrena com o perfil
do rotor interior. O rotor interior tem o seu veio montado excentricamente em
relação ao corpo da bomba.
Ao rodar, o rotor interior arrasta o rotor exterior e entre ambos forma-se no lado
de sucção uma câmara relativamente maior e no lado de pressão uma câmara
relativamente menor, criando assim sucção e pressão.
BOMBA DE PISTÃO
A bomba de pistão é constituída por um pistão e um cilindro com uma mola (ver
figura 4.08).
Quando o pistão da bomba se move para cima, com a força da pressão da mola
dentro do cilindro, cria-se um vácuo dentro do cilindro, a válvula inferior abre-se e
o óleo entra no cilindro.
A seguir o pistão recebe um impulso através de uma haste que por sua vez recebe o
seu impulso através do veio de cames e o pistão move-se para baixo.
As duas válvulas estão fechadas e cria-se uma pressão no óleo dentro do cilindro.
Quando a pressão chega ao seu máximo a válvula de descarga abre-se e o óleo sai
para a conduta principal com uma determinada pressão.
1: Haste da bomba
4: Pistão da bomba
5: Mola da bomba
6: Retentor de esfera
8: Cilindro
PRESSÃO DE ÓLEO
Se a pressão for mais alta do que indicada como a máxima permitida, os vedantes
de óleo podem quebrar.
O arrefecedor tem a função de assegurar que o óleo não aqueça. Se o óleo aquecer
começa a perder a sua capacidade de lubrificar.
Dentro deste tipo de arrefecedor (ver figura 4.11) o óleo passa por canais
separados, e o meio refrigerante num tubo enrolado ou uma serpentina.
Os motores diesel com sistema eléctrico têm normalmente uma lâmpada que
indica se a pressão de óleo é tão baixa que as peças do motor correm o risco de se
danificar ou desgastar excessivamente.
Alguns motores diesel também têm incorporado um sensor de pressão que tem a
função de desligar o motor caso que a pressão de óleo de lubrificação é demasiada
baixa.
Alguns motores diesel são equipados com um manómetro que indica a pressão
actual do óleo de lubrificação (ver figura 4.12)
Se for eléctrico existe um contacto de pressão ligado a uma resistência, que por sua
vez é ligado com o manómetro através de um fio eléctrico isolado.
Isto faz-se com uma vareta que fica montada no bloco do motor. A vareta
indicadora tem marcas que indicam o nível máximo e o nível mínimo.
A vareta só pode ser tirada quando o motor está parado e deve sempre ficar no seu
lugar quando o motor está em marcha.
O filtro de óleo tem como função retirar matérias estranhas do óleo de lubrificação
em circulação, tais como: grãos de areia, carvão, partículas metálicas e qualquer
outro objecto estranho. Se essas partículas não forem eliminadas podem causar
danos e desgaste em excesso nas peças móveis do motor.
FILTRAGEM TOTAL
Existem duas maneiras diferentes de filtrar o óleo de lubrificação. Pode ser uma
filtragem total ou pode ser filtragem em derivação. A filtragem total é a mais
frequente, e neste manual só vamos tratar deste tipo de filtragem.
Na filtragem total o filtro fica inserido no circuito de óleo logo depois da bomba, e
todo o fluxo do óleo passa pelo filtro. Para o filtragem total existem dois tipos de
filtros diferentes, isto é filtro tipo “canister” e filtro tipo “cartridge”.
O óleo entra no filtro pelos furos abertos na circunferência do filtro, passa pelo
material filtrante, e sai pelo furo no centro (ver figura 4.15). O filtro tem uma
válvula de desvio (válvula de segurança) que permite a passagem de óleo sem ser
filtrado no caso de entupimento do material filtrante.
O filtro tipo “cartridge” é diferente do filtro tipo “canister” dado que o elemento
filtrante é separável do corpo do filtro.
Quando for preciso fazer mudança do filtro de óleo muda-se somente o elemento.
O elemento do filtro fica montado dentro do corpo do filtro. Este conjunto fica
montado num suporte no bloco do motor.
1: Suporte do filtro
2: Junta de borracha
3: Elemento de filtro de óleo
4: Corpo do filtro de óleo.
Devido a isto o óleo e o filtro de óleo devem ser substituídos. Quando se substituo
o óleo é sempre necessário mudar o filtro de óleo ao mesmo tempo.
CONSUMO ANORMAL
Este tipo de fuga de óleo deve ser resolvido por substituição das juntas e vedantes
deficientes.
Um motor com consumo anormal interno tem fumo de escape de cor cinzenta, e é
uma indicação de que o motor precisa de uma reparação geral.
Existem dois tipos de óleo de lubrificação, isto é óleo mineral e óleo sintético. O
óleo mineral é o tipo de óleo muito usado em Moçambique, enquanto o óleo
sintético ainda não é muito utilizado, e sobretudo apenas está a venda nos grandes
centros urbanos.
Os óleos minerais não são tão desenvolvidos tecnicamente em relação aos óleos
sintéticos e semi-sintéticos, embora ainda sejam o produto mais comum e
tradicional do mercado em Moçambique.
VISCOSIDADE DE ÓLEO
Os óleos para lubrificação de motores diesel começam com o valor SAE 10 que é o
óleo menos viscoso, e vai até SAE 50 que é o óleo mais viscoso.
O óleo menos viscoso usa-se nos climas frios, e o óleo mais viscoso usa-se nos
climas tropicais. Isto significa que a escolha correcta da viscosidade do óleo para
lubrificação depende do clima, nomeadamente a temperatura ambiental. Para o
clima de Moçambique, que é tropical, as viscosidades mais indicadas são SAE 30 e
SAE 40.
Os óleos que têm uma viscosidade como acima referida têm a denominação
“monograduado” (“single”). Há um outro grupo de óleos para lubrificação que por
exemplo podem ter uma área variável de viscosidade dentro de SAE 20-50. Estes
óleos têm a denominação “multigraduado” ("multi-grade") porque podem ser
usadas em motores onde há uma grande variação da temperatura da operação do
motor, tanto como a temperatura ambiental.
Existem várias qualidades de óleos para lubrificação. O sistema mais comum para
classificar a qualidade dos óleos para lubrificação é o sistema API.
API é uma abreviação de Inglês e significa: “American Petroleum Institute” que pode
ser traduzida para: “Instituto Americano de Petróleo”.
Existem duas classes: Uma classe que se refere às exigências de lubrificação nos
motores a gasolina. Esta classificação começa com um S. A outra classe refere-se às
exigências de lubrificação nos motores diesel e a classificação começa com um C.
A classificação para motores a gasolina leva a letra S seguida de outra letra, que
determina o “estágio de evolução” do óleo (de A a N, ou seja: SA, SB, SC, SE, SF, SG,
SH, SJ, SL, SM e SN). Esta classificação é de fácil entendimento já que a evolução das
letras significa a evolução da qualidade dos óleos.
Fabricante Castrol
Denominação Motor Oil
Viscosidade SAE 40 monograduado
Categoria Motores a gasolina API SF
Motores diesel API CD
Fabricante Castrol
Denominação GTX
Viscosidade 20W-50 multigraduado
Categoria Motores a gasolina API SL
Tipo Óleo mineral
Fabricante Castrol
Denominação GTX Diesel
Viscosidade SAE 15W-40 multigraduado
Categoria Motores diesel API CI-4
Tipo Óleo mineral
Fabricante Castrol
Denominação Magnatec
Viscosidade 10W-40 multigraduado
Categoria Motores a gasolina API SN
Tipo Óleo semi-sintético
Fabricante Castrol
Denominação Edge
Viscosidade 10W-60 multigraduado
Categoria Motores a gasolina API SN
Tipo Óleo sintético
Fabricante Total
Denominação Rubia S 40
Viscosidade SAE 40 monograduado
Categoria Motores diesel API CF
Tipo Óleo mineral
Fabricante Total
Denominação Rubia XT
Viscosidade 15W-40 multigraduado
Categoria Motores diesel API CF-4
Tipo Óleo mineral
Fabricante Total
Denominação Rubia TIR 7400
Viscosidade SAE 15W-40 multigraduado
Categoria Motores diesel API CI-4
Tipo Óleo mineral
Fabricante Total
Denominação Quartz 5000
Viscosidade 20W-50 multigraduado
Categoria Motores a gasolina API SL
Tipo Óleo mineral
Fabricante Total
Denominação Quartz 9000 Energy
Viscosidade 5W-40 multigraduado
Categoria Motores a gasolina API SN
Tipo Óleo sintético
5.1 INTRODUÇÃO
1: Radiador.
2: Bomba de água.
3: Tubagem.
4: Válvula termostática.
5: Tanque de expansão.
6: Arrefecedor de óleo de lubrificação.
O líquido refrigerador quente é enviado ao radiador (3), onde é distribuído por uma
grande superfície, que é atravessada por uma corrente de ar, provocada pela
rotação do ventilador (4).
Para controlar a temperatura do motor, está ligado um termómetro (6) que previne
o operador de possíveis avarias no motor ou no sistema de arrefecimento.
Nos motores diesel com sistema de refrigeração por água, o circuito do líquido
refrigerador é selado, e quando está em funcionamento normal, não tem contacto
directo com o ar ambiental.
Quando o líquido refrigerador está a ferver, significa que já atingiu a sua capacidade
máxima em desviar o calor do processo de combustão, e consequentemente as
peças fundamentais ficam sobreaquecidas e provavelmente vão sofrer danos.
5.4 RADIADOR
1: Depósito superior.
2: Colmeia.
3: Parte interior da colmeia.
4: Depósito inferior.
5: Tampa do radiador.
6: Tubo para ligação com tanque de expansão.
A colmeia é formada por tubos metálicos de paredes muito finas que fazem a
comunicação entre o depósito superior e o depósito inferior.
Os tubos são separados por alhetas que servem como elementos permutadores de
calor. Os tubos e as alhetas são fabricados em cobre, latão ou alumínio.
Fig. 5.07 – Tampa do radiador – Válvula de pressão aberta permitindo ligação para
o tanque de expansão.
Em alguns motores com tanque de expansão o radiador não tem tampa. A tampa
fica montada na parte superior do depósito de expansão, e é também aqui que se
controla o nível do liquido refrigerador.
O depósito de expansão fica sempre num ponto mais elevado do que o radiador.
Fig. 5.09 – Tanque de expansão com indicações do nível mínimo e o nível máximo.
5.7 VENTILADOR
Nos motores diesel estacionários o ventilador muitas vezes é do tipo forçado, o que
significa que o ventilador gira sempre quando o motor está em marcha.
O ventilador fica montado num cubo junto com a bomba de água, e é accionado
por uma polia com correia.
O ventilador na figura 5.03 é deste tipo e na figura 5.10 também pode-se ver um
motor diesel com ventilador forçado, montado no eixo da bomba de água.
Fig. 5.10 – Motor diesel com ventilador forçado, montado no veio da bomba de
água.
Quando a temperatura em volta do motor ainda é baixa o dispositivo faz com que o
ventilador apenas se engate parcialmente. Quando a temperatura sobe o ventilador
engata totalmente. Este tipo de ventilador pode-se ver na figura 5.11.
Na figura 5.13 pode-se ver uma bomba de água em corte. A bomba tem duas
entradas.
Uma entrada (1) é para o líquido que vem directamente do motor, quando o
termóstato está fechado, e a outra entrada (2) é para o líquido que vem do
radiador, quando o termóstato está aberto. O líquido sai com pressão pela boca de
saída (3) para o motor.
Fig. 5.15 – Circuito do líquido arrefecedor. 1: O líquido arrefecedor ainda não atingiu
a sua temperatura normal. O termóstato está fechado e o líquido arrefecedor
circula dentro do motor sem passar pelo radiador. 2: O líquido arrefecedor já atingiu
a sua temperatura normal. O termóstato está aberto e o líquido arrefecedor passa
pelo radiador.
1 2
Fig. 5.16 – Pormenores do termóstato. 1: Posição fechada. 2: Posição aberta.
Água é o liquido ideal para refrigeração devido às suas boas qualidades como
líquido transmissor de calor. No entanto, a água tem algumas inconveniências para
o sistema de refrigeração, que é a sua agressividade para as superfícies metálicas
dentro do sistema de refrigeração. Muitas vezes a água contém cal, que se pode
fixar numa camada fina nas paredes interiores do radiador, diminuindo a sua
capacidade de refrigeração.
A água que se deita no sistema de refrigeração deve ser limpa, e se á agua contiver
cal, é melhor usar água destilada. A água sempre deve ser misturada com um
aditivo especial para sistemas de refrigeração.
5.11 CORREIA
Na figura 5.20 vê-se uma correia esticada entre a polia da cambota (1), a polia da
bomba de água (2) e a polia do alternador (3).
Nos motores diesel de tamanho grande, em que a força para transferir é maior usa-
se muitas vezes duas correias (um par) montadas paralelamente.
A refrigeração por ar num motor diesel é um sistema mais simples do que o sistema
de refrigeração por água. Isto pode ser de preferência para motores estacionários
montados em áreas remotas.
NOTAS
6.1 INTRODUÇÃO
Nos motores diesel o combustível, que é gasóleo, é injectado com alta pressão
dentro de cada cilindro, momentos antes do início da combustão (ver páginas 14 e
15).
Fig. 6.02 - Bombas injectoras e injectores só devem ser reparados numa oficina
especializada para o efeito. (www.randburgdiesel.co.za)
A bomba injectora tipo rotativo só deve ser reparada por mecânicos qualificados e
em oficinas especiais que estão preparadas para este tipo de serviço, que é muito
delicado e requer conhecimentos especiais.
As bombas injectoras tipo rotativo podem ser divididas em dois grupos. A bomba
rotativa tipo “Bosch” e a bomba rotativa tipo “CAV” (CAV Lucas Delphi).
Na figura 6.04 vê-se uma bomba injectora rotativa tipo “CAV” pelo exterior:
1: Entrada de combustível
2: Parafuso de sangrar
3: Parafuso de sangrar do corpo da bomba
4: Parafuso de sangrar da caixa do regulador
5: Comando de velocidade
6: Porca de fixação da caixa do regulador
7: Alavanca de paragem do motor
8: Tubo de retorno de excesso de combustível
9: Saída de alta pressão para os injectores
10: Tampa para verificar afinação da bomba injectora.
Fig. 6.04 – Parte exterior de uma bomba injectora rotativa, tipo “CAV”.
Fig. 6.05 – Bomba injectora rotativa, tipo “CAV” montado num motor diesel da
marca “Cummins” de 6 cilindros.
Na figura 6.05 vê-se uma bomba injectora rotativa tipo “CAV” montado num motor
diesel de 6 cilindros da marca “Cummins”:
Na figura 6.07 pode-se identificar os seguintes componentes num motor diesel com
bomba injectora tipo pistão, em linha:
1: Bomba de alimentação
2: Filtros de combustível
3: Bomba injectora tipo pistão, em linha
4: Reguladora da bomba injectora
5: Injectores.
Fig. 6.07 – Sistema de combustível com bomba injectora tipo pistão em linha, num
motor diesel de 6 cilindros.
Da saída da bomba injectora o combustível passa pelos tubos de alta pressão (6)
para os injectores (7), onde é injectado em cada cilindro.
Uma parte do combustível que está em excesso volta para o depósito através do
tubo de retorno (8).
Conforme mencionado nas páginas anteriores, as bombas injectores tipo pistão são
subdivididas em dois grupos.
Um grupo, bomba injectora tipo pistão em linha, onde a bomba injectora tem
carcaça única, com os elementos da bomba em linha, e outro grupo, bomba
injectora tipo pistão individual, em que cada elemento da bomba tem a sua própria
carcaça.
Para identificar as partes principais visíveis do exterior numa bomba injectora tipo
pistão em linha, pode-se ver figura 6.09:
1: Carcaça da bomba
2: Saída de alta pressão
3: Regulador da bomba injectora
4: Bomba de alimentação
5: Bomba manual.
A bomba injectora visível na figura 6.08 é de fabrico Bosch e é para um motor diesel
com 6 cilindros.
Num motor diesel de quatro tempos o veio de cames da bomba injectora gira com
a metade das rotações da cambota do motor.
Para efeitos de regulação cada elemento tem uma semi-roda dentada onde a
cremalheira do braço regulador encaixa.
Fig. - 6.12
2) Compressão do Gasóleo:
Fig. - 6.13
3) Injecção:
Fig. - 6.14
4) Cessação da Injecção
Fig. - 6.15
1) Paragem do Motor
Fig. - 6.16
2) Fornecimento Parcial
Fig. - 6.17
3) Fornecimento Máximo
Fig. - 6.18
Nas figuras 6.19 e 6.20 vê-se um sistema de combustível com colector comum
(Bosch CRSN 25) com os seguintes componentes:
1: Depósito de combustível.
2: Pré-filtro.
3: Bomba de alimentação.
4: Filtro principal.
5: Bomba de alta pressão.
6: Tubos de alta pressão para o colector comum.
7: Colector comum (de alta pressão).
8: Válvula de regulação da pressão.
9: Tubos de alta pressão para os injectores.
10: Injector com válvula electromagnético.
11: Unidade de comando electrónico (Electronic Control Unit = ECU)
O sistema de combustível com colector comum apresentado nas figuras 6.19 e 6.20
é concebido para um motor diesel com 6 cilindros, e é fabricado pela empresa
Bosch de Alemanha, que é uma das empresas lideres no desenvolvimento de
sistemas de injecção diesel.
O combustível procede do depósito (1) e passa por uma pre-filtragem (2) até a
entrada da bomba de alimentação (3), que por sua vez pressione o combustível
para o filtro principal (4) e para a entrada da bomba de alta pressão (5). A bomba
de alta pressão alimenta o colector comum (7) através da tubagem de alta pressão
(6).
Fig. 6.21 – Sistema de combustível com colector comum num motor diesel de um
camião Volvo (www.volvotrucks.com)
O regulador tem também o objectivo de assegurar que o motor pare, caso que
estiver a ser sobrecarregado em regime não temporário, e proteger o motor contra
sobre-rotações.
Para o efeito o regulador pode ser do tipo que só entra automaticamente em acção
quando o motor ultrapassa os limites mínimos ou máximos de rotações.
Veículos podem também ter instalado um outro tipo de regulador cujo objectivo é
o mesmo. Este tipo de regulador é pneumático e chama-se regulador de vácuo ou
regulador pneumático.
Da parte dos reguladores mecânicos, neste manual vamos apenas ver o princípio de
funcionamento de um regulador mecânico centrífugo com regulação contínua.
Este regulador tem a função de manter o motor com as mesmas rotações quando a
carga sobe ou desce.
Na figura 6.24 vê-se uma engrenagem do motor (EN). A engrenagem está ligada a
um veio onde está montada a manga do regulador (MR) e os pesos do regulador
(P). Os pesos giram em sincronização com as rotações do motor.
Vamos ver como o regulador funciona quando a carga desce e quando a carga sobe.
Os fabricantes dos motores informam sobre quantos graus antes do PMS é que
deve começar a injecção. Usa-se a abreviação ºAPMS. Para efeitos de afinação está
carimbada no volante do motor uma letra ou uma seta que indica o ponto de
injecção.
Num motor em marcha pode ser desejável variar as rotações. Quando aumentam
as rotações é preciso avançar o ponto de injecção, isto significa que a injecção tem
de começar mais cedo quando se aumenta as rotações do motor.
LISTER TS 3
Rotações ºAPMS
1800 20
3000 24
Quando um motor diesel está montado em veículos, ele funciona com uma grande
variação de rotações. Para regular o ponto de injecção consoante as rotações, a
bomba injectora tem instalado um regulador de avanço, que automaticamente
modifica o ponto de injecção.
Numa bomba injectora tipo pistão em linha fica montado, entre o veio que
transmite as rotações da cambota e o veio de cames da bomba injectora, um
sistema de contrapesos e molas, que consoante a velocidade do veio avança ou
atrasa o ponto de injecção.
Quando mais rápido girar o veio, mais depressa se produzirá o ponto de início de
injecção.
Os motores diesel com controlo electrónico diferem sobretudo dos motores diesel
em como o sistema de combustível é controlado. Em vez de terem um regulador
mecânico, os motores com controlo electrónico tem montado um computador
chamado a unidade de controlo electrónico, normalmente denominado ECU
(Electronic Control Unit = ECU).
A ECU actua como um regulador para controlar as rotações por minuto (RPM) do
motor enviando sinais para o sistema de injecção, fornece energia eléctrica para os
componentes electrónicos do motor e regista falhas de desempenho do motor.
Sensores de pressão.
Sensores de temperatura.
Sensores de posição e de velocidade.
6.9 INJECTORES
1: Tubo de retorno.
2: Tampa do injector.
3: Parafuso de afinação.
4: Contra porca.
5: Mola de pressão.
6: Vareta de pressão.
7: Falange de montagem.
8: Suporte do bico injector.
9: Bico injector.
O gasóleo é comprimido pela bomba injectora a alta pressão até aos injectores.
Nos injectores o gasóleo entra pelos canais de entrada até a câmara de pressão no
bico injector, onde a agulha impede a passagem uma vez que está vedada na sede
com a pressão da mola de pressão.
O gasóleo que escapa entre a agulha e o corpo do bico injector sobe por dentro do
injector e volta para o depósito através do tubo de retorno.
Existem vários tipos diferentes de bicos injectores. Os mais comuns são bico
injector de orifício e bico injector de espiga.
O bico injector de orifício aplica-se nos injectores para motores diesel com injecção
directa.
O bico injector pode ter entre 2 a 12 orifícios. A dimensão dos orifícios varia
consoante o tipo e modelo do motor.
O ângulo formado pelos jactos pode ter até 180º. A pressão de abertura para este
tipo de bico injector varia entre 150 e 250 bar.
O bico injector de espiga aplica-se nos injectores para motores diesel com injecção
indirecta.
A agulha deste tipo de bico injector tem a forma de espiga, que entra no furo de
injecção posicionado no fim do bico.
Antes de qualquer controlo deve-se sempre limpar os injectores. A limpeza deve ser
efectuada com um jogo especial de agulhas para limpeza de injectores.
Uma vez limpo monta-se o injector numa bomba de testes de injectores (ver figura
6.32). Aqui pode-se ensaiar a pressão de abertura e o jacto.
Ao mesmo tempo controla-se a forma do jacto e que o injector não pingue. Se esse
for o caso existem jogos de agulhas calibradas para limpar os orifícios e outras
ferramentas especiais para o efeito.
Os tubos são feitos de aço especial para aguentar com pressões até quase 300 bar
em sistemas convencionais.
Cada injector tem o seu próprio tubo. Cada tubo de alta pressão tem o
comprimento igual, mesmo que a distância entre a bomba injectora e os injectores
varie. O que varia é a forma como o tubo está dobrado.
AVISO DE SEGURANÇA
Fig. 6.33 – Jogo de tubos de alta pressão para um motor diesel com seis cilindros.
Existem vários tipos de bombas de alimentação. As duas bombas mais comuns são
a bomba de membrana e a bomba de pistão.
Quando o excêntrico (1) toca na alavanca (2), esta arrasta para baixo puxando uma
haste (3) que por sua vez puxa uma membrana (4) para baixo. Este movimento cria
um vácuo na câmara (5) e o gasóleo é chupado para dentro da câmara através
duma válvula de admissão (6).
Quando o excêntrico do veio de cames está numa posição em que já não exerce
pressão sobre a alavanca, esta já não exerce pressão na haste, e a força de uma
mola (7) pressiona a membrana para cima. A válvula de admissão está fechada e a
válvula de descarga (8) abre devido à pressão criada, e o combustível sai com uma
determinada pressão para o tubo que vai para o filtro de combustível.
O movimento cria um vácuo, e quando o came já não exerce pressão no pistão uma
mola empurra o pistão para cima criando pressão.
O depósito de combustível vai acumular sujidade como areia e água. Por isto é
preciso limpar o depósito em intervalos determinados.
Os depósitos normalmente têm um bujão que serve para drenar água e sujidade
que as vezes se acumulam durante algum tempo de operação.
O depósito tem uma inclinação para o lado oposto da válvula onde se abastece,
para que a sujidade e a água possam acumular-se longe da válvula de
abastecimento.
Fig. 6.37 – Depósito para quantidades grandes de gasóleo, equipado com válvula
para drenar água e sólidos.
Impurezas como por exemplo grãos de areia e água podem causar desgastes
rápidos e consequentemente avarias na bomba injectora.
Água no gasóleo pode também fazer parar um motor diesel num instante.
Na figura 6.38 vê-se um filtro tipo que é muito corrente. O filtro completo é
constituído por:
Uma forma de aumentar a capacidade de filtragem pode ser de aplicar dois filtros
em série, (ver figura 6.39), ou a montar um pré-filtro antes do filtro principal.
Para a separação de água o motor pode ter montado um separador de água antes
do filtro de combustível, ou este pode fazer parte da unidade do filtro de
combustível.
Existem dois tipos de filtros de gasóleo, isto é filtro tipo “canister” e filtro tipo
“cartridge”.
NOTAS
7.1 INTRODUÇÃO
Filtro de ar.
Colector de admissão
Colector de escape.
Tubagem de escape e silenciador.
Filtro de ar.
Turbo-compressor.
Arrefecedor do ar de sobre-alimentação (opcional).
Colector de admissão
Colector de escape.
Tubagem de escape e silenciador.
O filtro destina-se a evitar que poeiras do ar entrem por dentro do motor, pelo que
nunca se deve operar um motor de combustão interna sem o seu sistema de
filtragem de ar de combustão.
O dobrado tem por objectivo proporcionar uma maior superfície, e com isso
diminuir a resistência à passagem do ar.
Para dar solidez ao elemento do filtro, o papel é colado a dois anéis de material
plástico, e entre eles é colocada uma chapa perfurada, ou uma tela metálica.
Quando se realize manutenção regular, ou se for necessário antes, num motor com
este tipo de filtro, deve-se substituir o elemento por um elemento novo, e limpar a
caixa do filtro.
Fig. 7.02 – Controlo de sujidade num filtro de ar com elemento de filtro em papel
(filtro seco).
Na figura 7.03 vê-se um filtro de ar, tipo banho de óleo com os seguintes
componentes:
1: Corpo.
2: Grampo.
3: Caixa de óleo.
4: Elemento filtrante.
5: Vedante.
6: Vedante.
O ar para a combustão entre pela abertura anelar em cima do filtro, desce por um
tubo interior e passa por um estreitamento em cima do banho do óleo, enquanto o
ar muda de direcção. Isto faz com que as partículas sólidas com mais peso caiam no
banho de óleo.
O ar entra no material filtrante junto com vapor de óleo. O material filtrante retira
as partículas finas como pó, e o vapor de óleo. O ar filtrado continua para o colector
de admissão, ou em motores sobrealimentados, para a entrada do
turbocompressor.
Uma vantagem deste tipo de filtro, é que pode ser lavado e usado muitas vezes.
O filtro deve ser lavado com petróleo e deve-se mudar o óleo do banho do filtro
quando se realize manutenção regular, ou, se for necessário, diariamente ou
semanalmente (ver capítulo 9).
PRÉ-FILTRAGEM
O pré-filtro faz com que o ar seja forçado a fazer um pequeno "ciclone" dentro do
corpo do pré-filtro, e uma grande parte do pó e areia fica retida dentro da periferia
do pre-filtro.
Motores com mais de 4 cilindros têm muitas vezes o colector de admissão dividido
em duas ou três partes individuais
7.4 SOBRE-ALIMENTAÇÃO
FUNCIONAMENTO DO TURBOCOMPRESSOR
A turbina é montada num veio. No outro lado do veio é montada uma roda
compressora. A tarefa desta roda é de comprimir o ar de alimentação, para
enriquecer o processo de combustão.
NOMENCLATURA E PORMENORES
1: Corpo da turbina.
2: Turbina.
3: Apoio do veio.
4: Entrada do escape.
5: Corpo do compressor.
6: Veio.
7: Roda do compressor.
8: Saída do ar de alimentação comprimido.
9: Entrada de óleo de lubrificação.
Este aumento pode ainda ser superior se o ar comprimido pela roda compressora
do turbocompressor for sujeito a um arrefecimento antes de ser enviado para a
entrada dos cilindros do motor.
O colector de escape recolhe os gases queimados nas saídas dos cilindros para a
entrada da turbina do turbocompressor.
Motores com mais de 4 cilindros têm muitas vezes o colector de escape dividido em
duas ou três partes individuais.
Fig. 7.11 – Colector de escape para motor diesel de seis cilindros, com componentes
associados.
A câmara ressonadora (uma das partes que formam o silenciador) possui tamanho
e volume de ar específicos para anular uma determinada frequência de som, sendo
dimensionado para actuar na faixa de frequência em que o motor produz mais
barulho.
Fig. 7.13 – Silenciador para um tractor com componentes para a sua montagem.
4 O que é pre-filtragem ?
Para melhor entender a função do sistema eléctrico dum motor diesel, ou o sistema
eléctrico de uma viatura ou uma máquina, é preciso ter conhecimento dos
seguintes conceitos e definições aqui apresentados de forma resumida.
CORRENTE ELÉCTRICA
TENSÃO ELÉCTRICA
Para haver corrente eléctrica é preciso que haja diferença de potencial. Esta
diferença de potencial é denominada por tensão eléctrica.
Exemplos: A tensão usada numa instalação eléctrica dentro duma casa ou de uma
sala de aulas ligada à rede da EDM, é normalmente de 220 Volt. A tensão usada no
sistema eléctrica de uma viatura ou numa máquina com motor diesel é de 12 Volt
ou de 24 Volt.
CORRENTE CONTÍNUA
CORRENTE ALTERNADA
FREQUÊNCIA
INDUÇÃO
Quando o condutor tem a forma duma bobina, cria-se uma força de magnetismo, o
campo magnético.
Nos motores eléctricos é a força do campo magnético que gira o eixo do motor.
GERAÇÃO DE CORRENTE
DÍODOS RECTIFICADORES
Se uma determinada bateria tem a capacidade de 100 Ah, significa por exemplo,
que a bateria pode alimentar uma lâmpada que consome uma corrente de 2
amperes durante 50 horas.
POTÊNCIA
P=UxI
A figura 8.03 mostra o triângulo da fórmula de potência. Tape o valor que está a
procurar para ver como calculá-lo.
ENERGIA ELÉCTRICA
E=Pxt
A LEI DE OHM
A descrição da lei de Ohm (primeira lei de Ohm) pode ser expressa numa fórmula: A
tensão é igual à corrente multiplicada pela resistência.
U=IxR
𝑼𝑼 𝑼𝑼
I= & R=
𝑹𝑹 𝑰𝑰
A figura 8.07 mostra o triângulo da fórmula da lei de Ohm. Tape o valor que está a
procurar para ver como calculá-lo.
CURTO CIRCUITO
Para evitar isto é preciso que todos os condutores positivos estejam propriamente
isolados e fixados.
CÁLCULO DE RESISTÊNCIA
Para calcular o valor de uma resistência num circuito de corrente contínua aplica a
lei de Ohm, isto é a resistência é igual a tensão dividido com intensidade.
𝑼𝑼
R= 𝑰𝑰
R = r1 + r2 + r3
1 1 1 1
= + +
R r1 r2 r3
Fig. 8.12 – Fórmula para calcular resistências ligadas em paralelo.
O circuito da figura 8.15 tem duas baterias de 12 V e 100 Ah cada, ligadas em série.
8.2 FUSÍVEIS
A instalação eléctrica num carro, ou num camião, ou num tractor ou numa máquina
pesada está subdivida em circuitos. Cada circuito tem uma protecção contra
sobrecarga e os efeitos de curto circuitos. Portanto, os fusíveis protegem os
circuitos eléctricos e os seus respectivos componentes.
O fusível para este tipo de circuitos eléctricos são pequenas peças coloridas onde o
material condutor tem um colapso sempre que um determinado limite de corrente
é ultrapassado, evitando assim que os componentes ou outras peças maiores, de
reparação bem mais difícil e dispendiosa, se danifiquem irremediavelmente. A
amperagem nominal é estampada no fusível.
Na tampa da referida caixa de fusíveis, que já deve ter encontrado com a ajuda do
manual do fabricante, existe um esquema, uma espécie de mapa desenhado, que
explica para que serve cada fusível, a posição, o número e a função. Cada fusível
pode desempenhar uma ou mais funções. E é também por isso que existem fusíveis
de dimensões e amperagens distintas.
8.3 ALTERNADOR
1: Díodos rectificadores.
2: Estator.
3: Rotor.
4: Escovas.
1: Alternador.
2: Rotor do alternador.
3: Díodos rectificadores (principal).
4: Díodos rectificadores (excitação).
5: Relé de tensão.
6: Lâmpada de controlo.
7: Interruptor de ignição.
8: Bateria.
Para melhor conseguir explicar a função do circuito vamos ver três situações
diferentes da operação do circuito:
O rotor do alternador (2) começa a girar. O campo magnético do rotor induz tensão
na bobina do estator (9). A corrente de excitação, que é fornecida pelo estator,
passa pelos díodos de rectificação da corrente de excitação (4) e pelo relé de tensão
para o rotor do gerador. Já não há diferença de tensão nos dois lados da lâmpada
de controlo e a lâmpada desliga-se.
O estator (9) começa a fornecer mais corrente, a tensão sobe e a bateria (8) está a
ser carregada. A corrente principal para carregar a bateria passa pelos díodos de
rectificação da corrente principal (3) para o borne positivo da bateria.
Quando a bateria já está carregada a tensão no circuito sobe mais. Quando atinge
14 V (ou 28 V num sistema de 24 V) o relé de tensão (5) começa a diminuir a
corrente de excitação que por sua vez diminua a corrente principal.
Quando o motor diesel arranca o operador larga a chave, o relé fica desligado, o
motor eléctrico cessa de girar, e uma mola desengata o pinhão do motor de
arranque. O pinhão volta para o seu lugar inicial.
1: Bobine de arranque
2: Motor de arranque
3: Mola de desengate
4: Pinhão de engate.
Para o efeito, este tipo de motor diesel tem montado velas de aquecimento na
cabeça do motor, isto é uma vela para cada cilindro.
1: Cabeça do motor.
2: Injector.
3: Câmara de pré-combustâo.
4: Vela de aquecimento.
As velas de aquecimento são ligadas num circuito eléctrico com um relé. O relé é
activado quando a chave de ignição está virada para a posição de arranque do
motor.
Quando o motor estiver pré-aquecido (leva entre 10-20 segundos) uma lâmpada
indicadora desliga-se e pode-se proceder ao arranque do motor.
O operador pode observar isto dado que a lâmpada indicadora não acende.
8.7 BATERIA
A bateria fornece corrente contínua (CC), e só pode ser carregada com corrente
contínua.
As placas de chumbo são divididas em grupos. Entre cada grupo existe uma parede
feita do mesmo material como o vaso, este grupo chama-se uma célula.
Cada célula consiste de algumas placas de chumbo, umas com polaridade negativa
e outras com polaridade positiva. Entre as placas de chumbo é inserida uma placa
isoladora.
As placas dentro da célula estão interligadas e cada célula representa uma tensão
de 2 volt. As células são ligadas em série e uma bateria com a tensão de 6 volts tem
um total de 3 células, uma bateria de 12 volts tem 6 células e uma bateria de 24
volts tem 12 células.
Em baterias não-seladas cada célula tem um bujão que serve para verificar o nível
do líquido da bateria e para adicionar água destilada.
O líquido dentro da bateria tem o nome electrólito e é formado por uma solução de
ácido sulfúrico e água destilada em proporções bem determinadas.
O electrólito tem uma densidade que varia com a carga ou descarga da bateria.
1: Borne positivo
2: Tampa de inspecção do nível
3: Placa de chumbo positiva
4: Placa de chumbo negativa
5: Placa isoladora
6: Uma célula
7: Vaso da bateria.
Só água destilada pode ser usada para manter o nível correcto da solução. Se a
bateria tiver uma perda de solução por se ter entornado, ou ter tido qualquer outro
acidente, será necessário aumentar o electrólito.
Os bornes da bateria devem manter-se limpos para facilitar um bom contacto com
os terminais dos cabos de ligação. É aconselhável lubrificá-los ligeiramente com
vaselina.
O borne positivo da bateria é marcado com + e/ou uma anilha plástica de cor
vermelha, enquanto o borne negativo é marcado com - e/ou uma anilha plástica de
cor preta ou azul.
Se não for possível identificar claramente qual é o borne positivo deve-se verificar
isto usando uma busca-pólos.
Podem-se ligar duas ou mais baterias umas com as outras de duas maneiras
diferentes. Faz-se uma ligação em série ou uma ligação em paralelo (ver também as
páginas 195-196), com o objectivo de aumentar a voltagem (tensão) ou aumentar a
capacidade da corrente (amperagem).
8.9 PRECAUÇÕES
A VANTAGEM DE MANUTENÇÃO
Para evitar um desgaste rápido de um motor diesel, como qualquer outra máquina,
é necessário executar manutenção preventiva planificada.
MANUTENÇÃO PREVENTIVA
MANUTENÇÃO
Manutenção Manutenção
Preventiva Correctiva
Manutenção Manutenção
Preventiva Directa Preventiva Indirecta
MANUTENÇÃO CORRECTIVA
Manutenção de Avaria
Este conceito de “deixa andar” é um conceito muito dispendioso, uma vez que a
reparação de avarias é sempre muito mais cara do que efectuar manutenção
preventiva.
MANUTENÇÃO
Manutenção Manutenção
Preventiva de Avaria
REGISTO DE OPERAÇÃO
Para um motor estacionário deve existir um livro onde o operador regista a data e a
hora de operação do motor. As horas de operação é o indicador de quando é que se
deve executar manutenção preventiva, uma vez que a manutenção é executada em
função dos intervalos das horas de operação.
Alguns motores podem ter conta-horas, mas para além disto deve-se manter o
registo.
PLANO DE MANUTENÇÃO
O técnico responsável por uma ou mais viaturas ou responsável pela instalação com
um ou mais motores diesel deve elaborar um plano de manutenção.
Para além da manutenção que se deve executar em função das horas de operação
(ou quilómetros) o operador do motor deve, diariamente, controlar o nível de óleo
de lubrificação e o nível do líquido refrigerador no radiador ou no depósito de
expansão antes de começar a operar o motor.
Em lugares onde haja muita poeira o operador deve controlar o filtro de ar cada
dia.
O técnico responsável deve elaborar uma lista destas rotinas para o uso do
operador.
Quando um motor é novo, ou quando um motor tiver tido uma reparação geral ou
ainda se o motor tiver estado parado durante muito tempo, devem-se observar os
seguintes cuidados:
Depois das primeiras 25 horas de operação (ou 1000 km) deve-se executar
uma manutenção extraordinária que no mínimo deve incluir o seguinte:
Fig. 9.05 – Um motor diesel novo precisa cuidados especiais no início do seu
funcionamento (Deutz F6L912).
1) Óleo de lubrificação.
Fig. 9.06 – Exemplo de uma instrução sobre como substituir o filtro de óleo de
lubrificação (Deutz TCD L6).
Cada vez que se muda o óleo e o filtro de óleo deve-se verificar se o motor, quando
está em marcha tem algumas fugas de óleo. Num motor que já tem muitas horas de
funcionamento pode ser necessário verificar diariamente.
4) Filtro de combustível
5) Depósito do combustível
Devido à situação geral do gasóleo que se encontra muito impuro e contem um alto
nível de resíduos lamacentos e água, deve-se limpar frequentemente o depósito.
Ajuste os intervalos através da sua experiência com o grau de sujidade do depósito.
6) Filtro de ar
Isto aplica-se aos filtros de ar com elemento de filtro. Pode-se limpar o elemento do
filtro com o intervalo de 125 horas (5000 km). Os filtros de banho de óleo devem
ter uma limpeza e mudança do banho de óleo com o intervalo de 125 horas (5000
km).
Em lugares com muita poeira e areia pode ser necessário reduzir os intervalos e
fazer uma inspecção diária.
7) Bateria
Em lugares onde haja muito calor pode ser necessário controlar o nível
semanalmente.
8) Correias
Controle da tensão das correias: Intervalo recomendado: 125 horas ou 5000 km.
Além de controlar a tensão deve-se controlar o estado geral das correias com o
intervalo de 250 horas (10000 km).
Afinação da folga das válvulas: Intervalo recomendado: 1000 horas ou 40000 km.
Alguns motores podem precisar de uma afinação com maior frequência, por
exemplo 500 horas. Verifique com frequência se os martelos das válvulas estão a
bater. Isto é um sinal de que é preciso afinar a folga das válvulas.
10) Injectores
Faça uma descarbonização dos injectores e limpe os furos no bico injector. Controle
e afine a pressão e o doseamento do injector.
Se o motor deita fumo preto pode ser uma indicação de que é preciso intensificar
os intervalos de limpeza e afinação dos injectores.
11) Limpeza
Antes de arrancar um motor novo, ou um motor que tenha sido sujeito a uma
revisão geral, deve-se abrir a tampa da cabeça do motor e a tampa das
engrenagens e lubrificar os martelos das válvulas e as engrenagens.
Executar uma revisão geral do motor verificando as folgas das peças móveis, e
avaliar se é necessária efectuar uma reparação geral do motor.
Limpar filtro de ar x x x x
Mudar filtro de ar x x x x
Limpar o motor x x x x x x x x
Antes de arrancar um motor novo, ou um motor que tenha sido sujeito a uma
revisão geral, deve-se abrir as tampas das cabeças do motor e a tampa das
engrenagens e lubrificar os martelos das válvulas e as engrenagens.
Executar uma revisão geral do motor verificando as folgas das peças móveis, e
avaliar se é necessária efectuar uma reparação geral do motor.
Limpar filtro de ar x x x x
Mudar filtro de ar x x x x
Limpar o motor x x x x x x x x
AVISO
O SEGUINTE É UM PLANO DE MANUTENÇÃO APENAS PARA O MOTOR DE UM
CAMIÃO. É PRECISO ELABORAR UM PLANO DE MANUTENÇÃO QUE ABRANGE
TODOS OS COMPONENTES DO CAMIÃO, EM CONFORMIDADE COM AS
RECOMENDAÇÕES DO FABRICANTE.
Antes de arrancar um motor novo, ou um motor que tenha sido sujeito a uma
revisão geral, deve-se abrir a tampa da cabeça do motor e lubrificar os martelos das
válvulas, ou o veio de cames.
Executar uma revisão geral do motor verificando as folgas das peças móveis, e
avaliar se é necessária efectuar uma reparação geral do motor.
5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
mil mil mil mil mil mil mil mil mil mil
Limpar filtro de ar x x x x x
Mudar filtro de ar x x x x x
Limpar o motor x x x x x x x x x x
Nos motores diesel mais recentes esta pesquisa pode ser realizada com o apoio de
um combutador equipado com uma aplicação para a detecção de avarias num
determinado motor.
Os quadros nas páginas a seguir servem como uma guia de assistência técnica, para
a determinação das causas mais prováveis e possíveis soluções.