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Aluno: D.

A MISSÃO CRISTÃ NO MUNDO MODERNO

Autor: John Stott

Ed. Ultimato

Apresentação

A obra de John Stott tem com objetivo central, discutir o papel da igreja no mundo
moderno. Abordando a temática Missão sob um ponto de vista diferente do habitual, o
autor argumenta que a missão genuína do cristão na face da terra, não consiste apenas
em proclamar o evangelho, isto é, falar do amor de Cristo, nem tão pouco realizar obras
de ação social isoladamente. Para o autor, proclamação e caridade devem andar juntas,
ambas as ações devem ser complementares. Ao longo do texto, Stott busca definir 5
termos universalmente cunhados no meio cristão, sendo Missão, Evangelismo, Diálogo,
Salvação e Conversão. A partir dessas definições, são esclarecidos conceitos
fundamentais e muitas vezes esquecidos, ou até mesmo diluídos em uma negligência
típica do comodismo moderno cristão.

Introdução: Palavras e seus significados (p.13-16)

Em sua introdução, Stott enfatiza que cada palavra tem o significado que tem, ou seja,
deve-se considerar a intenção e o significado puro que o escritor deu a elas, nesse
sentido, o autor nos indaga a pensar qual a responsabilidade e o relacionamento da
igreja no mundo. Para iniciar a discussão do tema missão da igreja na terra, John Stott
destaca os motivos e a origem desse debate entre proclamação e ação social. Segundo o
autor, esse aparente antagonismo de sentidos tem sua origem em uma convenção
ecumênica na cidade de Upsalla, quando o mesmo foi convidado a discursar a respeito
da missão como proclamação do evangelho, enquanto outro interlocutor defendia a ideia
da missão da igreja como forma de ação social.

Segundo Stott, (p.15) “Não se discute que o significado das palavras, muda com o
tempo”, para ele muitos teólogos agem sem escrúpulos com alguns termo bíblicos,
dando a eles o significado que lhes apraz. Por isso, o autor pretende defender seu ponto
de vista sobre a missão cristã no mundo moderno, primeiramente trazendo o significado
concreto das palavras relacionadas a este tema. De maneira bíblica e exegética,
resgatando o significado que os autores tencionaram então.

Capítulo 1: MISSÃO (p.17-41)

Em seu primeiro capítulo, John Stott começa a buscar a definição de Missão.


Primeiramente, o autor destaca que existem dois polos opostos sob o mesmo termo. A
primeira interpretação, mais antiga e tradicional, defende que missão não difere de
evangelismo, sendo entendido o termo por essa primeira visão como proclamação do
evangelho por meio da palavra, seja ela realizada por pregadores e evangelistas, ou por
médicos e profissionais que cativam sua audiência para lhes ouvir falar de sua religião.

Enquanto isso, no polo oposto, encontra-se o ponto de vista ecumênico, que originado
na década de 60, defende a missão como o estabelecimento da “shalom” de Deus na
terra, uma espécie de paz harmônica e social, que deve ser o objetivo final dos cristãos
na terra. Segundo os defensores dessa visão, deve-se entender que Deus tem uma
missão na terra, no sentido de igualar o ambiente terreno ao celeste, em sua paz, justiça
e igualdade entre sexos, raças e classes sociais.

Diante de visões aparentemente opostas e excludentes, nosso autor enfatiza a


importância de ambas para o desenvolvimento do projeto divino como missio dei na
face da terra. Para Stott, ambas devem ser combinadas, no sentido da prática do
evangelho na vida secular, mas sem deixar de lado a proclamação como testemunho da
palavra de Deus, “a fé vem pelo ouvir”, por isso não nos esqueçamos do evangelismo
como proclamação e testemunho, obviamente combinados com as obras sociais, pois o
homem não pode ouvir-nos falar de Deus se seu estomago fala mais alto.

É fundamental aqui, entender que cada pessoa tem mais do que uma missão, todos tem
em si uma vocação particular e específica que o Senhor nos dá. Nela, somos chamados a
proclamar o Reino de Deus, em atos no mundo, mas também com palavras na vida. No
entanto, há que se deixar claro que existem pessoas vocacionadas e chamadas para
oferecerem suas vidas em serviço da proclamação do evangelho.
A aplicação proposta pelo autor segue em 3 exemplos: Primeiramente nomeando
conselheiros e recrutadores ao ministério pastoral, que incentivassem e promovessem
essa vocação nas escolas e faculdades. Em segundo lugar, a propositura do foco da
igreja local como influenciadora e alcançadora do seu bairro, no sentido de criar grupos
de estudo e ação em torno das realidades locais específicas de cada região, propondo
aos líderes e pastores ações específicas que podem ser realizadas para levar o evangelho
no contexto local. E em terceiro plano, organizar um grupo de estudos e ação para o
desenvolvimento das ações do evangelho a nível nacional. Abrangendo aqui, desde
estudantes, reitores, profissionais liberais e vocacionados ao ministério da palavra, até
empresários comprometidos com o mantimento dessa missão.

Capítulo 2: EVANGELISMO (p. 42-70)

John Stott abre o segundo capítulo desse livro, expressando sua intencionalidade em
dizer que missão é um conceito amplo, que deve incluir tanto evangelismo, quanto
responsabilidade social, pois os dois “são expressões autênticas de amor”, de acordo
com esse autor, quem quer que deseje servir ao homem em suas necessidades, deve
levar o evangelho em palavras e em ações.

Nesse capítulo, fica evidente que a atenção dada ao evangelismo deve ser preferencial
em relação à luta pelas desigualdades sociais. Para Stott, qualquer injustiça para com o
nosso próximo, deveria nos tirar o sono e desassossegar, no entanto, há maior injustiça
ainda saber que muitos passam dessa vida sem conhecer a verdade do evangelho, sendo
destinados à perdição eterna. Aqui sim esta a maior das injustiças: “Nós, conhecedores
do evangelho de salvação, não levarmos a libertação e salvação do evangelho aos
perdidos.”.

Partindo para a definição do termo “EVANGELISMO”, John Stott passa pelo grego
para definir etimologicamente seu significado. Entendendo como boa nova, ou boa
notícia, o autor ressalta que o termo é apresentado apenas duas vezes em o Novo
Testamento. Contudo, a função dessa palavra tem se estendido sobre as boas novas
cristãs, isso é, o termo evangelismo tem ganhado conotação e sentido de proclamar e
testemunhar a respeito de Cristo.
John Stott entende que Evangelismo não deve ser definido a partir dos receptores, isso
é, de quem ouve a mensagem. Também não se deve definir o evangelismo pelos
resultados, de conversão ou não. Haja vista que para Stott, Evangelizar o mundo não
significa necessariamente converter todos os habitantes da terra ao cristianismo, mas
principalmente fazer a mensagem de Cristo conhecida a todos eles. Evangelismo tão
pouco deve ser definido pelo método, visto que fazê-lo independe de como é realizado,
se levamos o evangelho verbalizando, em impressos, através de nossos lares, etc, o fato
é que evangelismo requer um anuncio para que essa comunicação seja feita com
precisão.

Capítulo 3: DIÁLOGO (p.71-00)

Nesse Capítulo, o autor se posiciona a respeito da possibilidade de haver um diálogo no


testemunho das boas novas, isso é, o diálogo com pessoas de outras crenças, o
ecumenismo e a reação negativa daqueles que se posicionam a favor do evangelismo
como proclamação da mensagem de Cristo em testemunho.

Primeiramente, Stott defende que há posições extremadas em que, de um lado encontra-


se o evangelicalismo defendendo a pregação da mensagem cristã como tarefa primordial
da igreja, nessa visão entende-se que o Evangelho é tem como objetivo transmitir a
mensagem de salvação, não sendo objeto de discussões acadêmicas. De outro lado, há
uma defesa do diálogo como forma de chegar ao conhecimento da verdade juntamente
com aquele que a desconhece, essa forma de pensar em seu extremo entende que o
diálogo é o melhor caminho, enquanto pensa que a pregação trata-se de algo rudimentar
e sem abertura para o consenso.

John Stott afirma, contudo, que a pregação cristã é sempre dialógica, engajando a mente
do ouvinte e, de forma relevante, falando com ele. Para ele, o diálogo em abertura total,
pressupõe que não somos detentores da verdade do evangelho, estar totalmente aberto
significaria tornar rasa e dissolvida a verdade de Cristo.

Capítulo 4: SALVAÇÃO

Na quarta parte desse livro, o autor destaca a centralidade da salvação na missão da


igreja. Para ele, o objetivo final da evangelização e missão é a salvação de todo aquele
que se encontra perdido. Ainda que se trate de um assunto que, por vezes traga certo
desconforto em algumas conversações, Stott afirma que é essencial permanecer fiel à
revelação bíblica. Ao longo desse capítulo o autor fundamenta biblicamente que Jesus e
Deus são sinônimos e significados para salvação ao longo de todo o Novo Testamento.
Por tanto, a missão de Deus em toda sua palavra é salvar os pecadores e esse foi o
objetivo de Cristo na terra.

É importante destacar a preocupação do autor em diferenciar salvação de saúde, haja


vista que desde há tempos, surgiu um pensamento que defende um tipo de saúde
integral, que engloba corpo, alma e espírito. O Autor nega que esteja incluída, a cura na
salvação da humanidade através do evangelho, o mesmo afirma todas as curas são de
origem divina e que o poder de Deus pode se manifestar em nossa carne corrompida e
morta, no entanto, crer que a cura física ou psíquica está atrelada a salvação significa
não ficar doente jamais, o que de fato acontecerá apenas na redenção de todas as coisas
na segunda volta de cristo.

Também é fundamental para esse capítulo, destacar que a salvação do homem caído,
não tem ligação com a libertação sócio-política, como os teólogos da libertação
procuram afirmar. Ainda que seja um fato verídico a necessidade da redenção e da
instituição do Reino de Deus na esfera política, a Salvação em termos bíblicos, não deve
ser confundida com paz social ou algum conceito holístico de harmonia social em que a
igreja tem um papel fundamental. Tudo isso é importante, no entanto não deve tomar o
lugar da proclamação do evangelho que salva a alma condenada do homem, objeto de
maior interesse divino.

Para finalizar essa sessão, entendemos como primordial a questão da redenção do


homem caído, a fim de alcançar a estatura de homem perfeito, mas também para
restaurar sua imagem e semelhança do Deus vivo!

Capítulo 5: CONVERSÃO

Finalmente, chegamos ao cerne da missão cristã no mundo. Até aqui entendemos que,
missão é o serviço de um Deus amoroso que envia seu povo ao mundo para realizar.
Evangelizando na proclamação e nas ações sociais. Estabelecer pontes de diálogo com a
sociedade é fundamental para proclamar a salvação, cujo objetivo final é a conversão,
ou seja, a decisão por seguir a Cristo e recebe-lo como único e suficiente salvado.
O termo “Conversão” tem se tornado impopular, algo tido como de extrema necessidade
para os pobres, mas dificilmente aceito pelos mais abastados, segundo o autor. Também
é destacado aqui, a corrupção do termo que agora se equipara ao proselitismo,
fundamentalmente ligado ao crescimento e construção de impérios e catedrais, não
levando realmente em consideração a necessidade da conversão para salvação do
homem, mas prostituíndo o termo para gerar números.

O sinal de genuína conversão, talvez poderia ser relacionado à Regeneração, isso é, uma
transformação no caráter e estilo de vida, em Deus através do Espírito Santo, que
regenera a pessoa. Essa regeneração também está ligada com o arrependimento, ou seja,
a mudança de atitude em relação aos atos pecaminosos que anteriormente praticávamos.
Esse chamado ao arrependimento, não deve ser negligenciado em nome da pseudo-
conversão que visa as estatísticas, mas deve relatar a inexorável relação entre conversão
e arrependimento, haja vista que essa nova vida implica tomar novas atitudes, ter novos
desejos e aplicar novos padrões para sua vida. “as coisas velhas passaram, eis que tudo
se fez novo” (2 Co 5,17).

Nesse interim, o papel da igreja é, não somente evangelizar a fim de converter, mas
agora enviar ao mundo esse novo convertido em missão de testemunhar essa nova vida
com Cristo.

Opinião:

A proposta de John Stott nesse livro é definir, claramente qual é a missão da igreja no
mundo, partindo do princípio da existência de duas principais correntes teológicas
separadas pelo seu entendimento a respeito do significado e da forma com que a missão
é realizada.

Em primeiro plano, temos o conceito amplamente difundido da proclamação da


mensagem do evangelho, isso é, a pregação das boas novas de salvação através do
testemunho oral ou escrito. Enquanto que, no plano de fundo, surge a visão teológica
difundida na América latina em meados dos anos 70 e redesenhada no período atual,
sendo essas conhecidas como teologia da libertação, retratada nesse livro, e a teologia
da missão integral, difundida principalmente no Brasil na atualidade.
Não apenas por se tratar de John Stott, mas esse livro deixa evidente a necessidade do
diálogo entre as duas principais visões a respeito de missão, pois, uma igreja que
proclama e vocifera a necessidade de conversão, não deve deixar de praticar aquilo que
prega, demonstrando seu amor pelos menos favorecidos através de ações sociais,
levando o evangelho todo, ao homem todo. Além disso, fundamentar um tema
aparentemente simples e teoricamente compreendido por todos, faz com que se abram
novas oportunidades de aprendizado com aqueles de quem possamos discordar.

É evidente a necessidade da discussão desse tema a partir das lideranças, visto que é do
púlpito que jorra a visão teológica da igreja. Não levar em consideração a necessidade
de clarificar a questão das missões, torna ambíguo e pobre o entendimento da grande
massa da igreja a respeito desse tema tão fundamental para o avanço do Reino de Deus.

Estabelecer na mente das multidões de nossas igrejas a condição sine qua non da igreja
em ir e proclamar, isso é, testemunhar das maravilhas de Deus para aqueles que ainda
não o conhecem, na verdade deve estar atrelado ao atendimento dos mais necessitados,
pois um homem de barriga vazia não consegue ouvir nada além de seu estomago
roncando, ainda que seja a mensagem mais importante de sua vida, sem entender quais
são suas fragilidades e torna-las menos pesarosas, não conseguiremos preencher seu
vazio interior existencial, nem muito menos conquistar sua atenção para a pregação da
mensagem que irá salvar sua alma da perdição eterna.

A proposta teológica de John Stott, consiste em combater o extremismo que resume a


tarefa da igreja no simples assistencialismo. “aos pobres, sempre tereis” (João 12,8)
significa que sempre haveriam pessoas menos abastadas, quando Jesus diz aos
discípulos de João “..aos pobres é anunciado o evangelho” (Mateus 11,5) deixa evidente
que a ação dos discípulos era pregação para salvação, não diferente do texto de Isaías
61.1 quando se refere a pregação das boas-novas aos pobres (‫) ָענָו‬. Por tanto, entender a
proposta da missão como salvação das almas é fundamental e não deve ser substituída
por nenhum outro adjetivo ou desvio de função.

Como já dissemos, esse é um tema ainda em discussão entre os extremos. A Missão, foi
discutida em diversos fóruns e convenções teológicas, no entanto ainda é uma questão
atual para muitos. Algumas pessoas tem bem claro, o que é fazer missão não apenas em
outros continentes, mas como a proclamação do evangelho de salvação para conversão
de almas em território nacional. Também é verdade que vivemos em um país de
multidões abaixo da linha da pobreza, porém, definir como papel principal da igreja o
assistencialismo social é tornar rasa a mensagem de salvação. Confundir os propósitos
de Deus enviando seu filho para perdão de pecados com as propostas de uma teologia
da libertação, certamente é degradar o texto e politizar a missão do Messias entre os
homens caídos.

Como é de praxe, o autor consegue organizar e estruturar suas ideias de maneira clara e
concisa, dando aspecto de uma só coisa evidenciada e detalhada minunciosamente de
forma que seja impossível não compreender seu objetivo.

Esse livro de John Stott comunica claramente seus conceitos aos leitores. Fazendo uso
de uma linguagem clara, o escritor torna a mensagem compreensível ao público amplo,
fazendo desnecessário algum conhecimento prévio de qualquer conceito. O que não
torna o assunto menos interessante ao leitor mais exigente, a final estamos falando de
John Stott. Sua profundidade temática sempre acrescenta novos saberes ao leitor mais
assíduo sem, contudo, deixar de ser acessível e compreensível ao leitor que nunca teve
contato com este autor.

O ponto que foi mais importante para o meu ministério, com certeza é o equilíbrio que
devemos ter entre a proclamação da mensagem de salvação e a aplicação do evangelho
em ações concretas para tirar o homem da sua miséria. A questão do posicionamento da
igreja como instituição, que move seus recursos e membros em favor dos menos
favorecidos, tem se tornado uma necessidade recorrente no público Brasileiro, ainda que
se trate de um tema tabu no meio evangélico, há tempos existem igrejas que incluem a
ação social em seu projeto de evangelismo. A Assembleia de Deus, denominação da
qual faço parte, tem em suas raízes o cuidado com os mais pobres, ainda que pareça
uma contradição pois, a maioria dos membros encontram-se em uma classe social não
muito privilegiada, o que poderia gerar confusão, acaba por demonstrar o amor que os
irmãos tem uns pelos outros pois, na maioria dos casos, a ação social começa com os
próprios membros da igreja, até que então, surja a necessidade de algum membro da
comunidade local, ou seja, pessoas que vivem na mesma cidade, mas ainda não
professam a mesma fé. O que se faz necessário destacar é o baixo percentual de pessoas
que, por ocasião de receberem ajuda da assistência social da igreja, passam a desejar se
tornarem “crentes”, na verdade grande parte do público atendido, sente-se muito
agradecido, no entanto, não decide por Cristo. Entendo que haveria a necessidade de
efetuar uma pesquisa mais minuciosa e completa nesse sentido, visando entender quais
os elementos que fazem com que essas pessoas, apesar de gratas, não estarem
plenamente convencidas da necessidade de receberem a mensagem de salvação para
suas almas. Talvez, seja esse um dos principais obstáculos entre o time da proclamação
e os engajados com as ações sociais.

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