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Planos, processos e técnicas de regulação

Caso n.º 1
António pretende casar-se. É alemão e vive em Portugal, mas está a pensar emigrar para a
França.
A lei alemã (lei da nacionalidade) impede o casamento de António, ao invés da lei francesa e
da lei portuguesa (lei da residência habitual), que permitem o casamento.
A) Supondo que em cada um dos três países em causa é sempre aplicado o direito
material do foro a situações transnacionais:

i. se António se quiser casar em Portugal, pode casar-se?


ii. se António se quiser casar na França, pode casar-se?
iii. se António se quiser casar na Alemanha, pode casar-se?

B) Sendo aplicadas às situações transnacionais as normas de conflitos vigentes em


cada um dos países em apreço, isto é, empregando-se, nesses países, o método
conflitual ou da conexão para a regulação de situações transnacionais:

i. se António se quiser casar em Portugal, pode casar-se?


ii. se António se quiser casar na França, pode fazê-lo, atendendo a que a
norma de conflitos francesa aplicável ao casamento remete para a lei da
nacionalidade?
iii. se António se quiser casar na Alemanha, pode fazê-lo, sabendo que a
norma de conflitos alemã aplicável ao casamento remete para a lei da
nacionalidade?

Caso n.º 2
Luisão é brasileiro, tem residência habitual em Portugal e quer-se casar.
A lei brasileira impede o casamento; a lei portuguesa permite-o.
No Brasil, a norma de conflitos pertinente manda aplicar a lei do domicílio (que, no caso
concreto, é a lei portuguesa).

Usando o método conflitual ou da conexão para a regulação de situações transnacionais:


a) se Luisão se quiser casar em Portugal, pode fazê-lo?
b) se Luisão se quiser casar no Brasil, pode fazê-lo?

Se Luisão quiser casar no Brasil, podia casar porque a norma de conflitos brasileira remete
para a lei portuguesa, cujo direito material permite o casamento.

Visita guiada ao sistema geral de conflitos português: obrigações contratuais1

Caso n.º 3
Em 30 de Janeiro de 2013, ABM, sociedade comercial com sede no Texas (EUA),
vendeu a BoaBase, sociedade comercial com sede em Portugal, 10 computadores.
O contrato foi celebrado em Portugal e os computadores foram entregues em Portugal.

( 1 ) Regulamento Roma I — Regulamento (CE) n.º 593/2008 do Parlamento Europeu e do


Conselho, de 17 de Junho de 2008, sobre a lei aplicável às obrigações contratuais («Roma I»);
Convenção de Roma — Convenção sobre a lei aplicável às obrigações contratuais, aberta a assinatura
em Roma em 19 de Junho de 1980.
No contrato, as partes incluíram a seguinte cláusula: “É aplicável ao contrato a lei
brasileira”.
Qual a lei aplicável à questão, admitindo que a questão era colocada perante os tribunais
portugueses?

Sub-hipóteses (as sub-hipóteses são totalmente independentes entre si, exceto se


expressamente disserem o contrário)

1. Imagine agora que as partes não tinham escolhido a lei aplicável. Qual é a lei
reguladora do contrato?
2. Imagine agora que, nos termos do contrato celebrado, a ABM obrigava-se a entregar à
BoaBase, para gozo temporário desta, 10 computadores, bem como a prestar serviços
de manutenção in site dos referidos computadores, mediante o pagamento de uma
renda mensal pela BoaBase. Os computadores e os serviços de manutenção deviam ser
entregues e prestados em Portugal. As partes não escolheram a lei aplicável. Qual é a
lei reguladora do contrato?
3. Imagine agora que, nos termos do contrato celebrado, a ABM obrigava-se a entregar
os 10 computadores à BoaBase e a BoaBase obrigava-se a entregar à ABM 20
smartphones. Os computadores e os smartphones foram entregues em Espanha. As
partes não escolheram a lei aplicável. Qual é a lei reguladora do contrato?

Visita guiada ao sistema geral de conflitos português: obrigações extracontratuais2

Caso n.º 4
Em Janeiro de 2016, o veículo de Armande, cidadão francês, com residência habitual em
França, que se encontrava a passar férias em Portugal, colide frontalmente na EN 125 com o
veículo de Benito, cidadão espanhol, com residência habitual em Espanha.
Benito põe ação junto de tribunais portugueses para ser ressarcido dos danos sofridos.
Qual é a lei que vai regular a pretensão de Benito?

Sub-hipóteses (as sub-hipóteses são totalmente independentes entre si, exceto se


expressamente disserem o contrário)
1. Imagine que, durante a pendência da ação, Armande e Benito acordam entre si que a
lei que deve regular o ressarcimento dos danos é a lei alemã. Quid juris?
2. Considere que Armande tem residência habitual em Espanha. Qual é a lei aplicável?
3. Imagine que Armande e Benito residem habitualmente em Inglaterra e que o choque
frontal se deveu ao facto de Armande se encontrar a circular pelo lado esquerdo da
faixa de rodagem e Benito pelo lado direito da faixa de rodagem. De acordo com o
Código da Estrada português “a posição de marcha dos veículos deve fazer-se pelo
lado direito da faixa de rodagem”, mas de acordo com o Direito rodoviário inglês a
posição de marcha dos veículos deve fazer-se pelo lado esquerdo da faixa de
rodagem. Qual é a lei aplicável: (i) à determinação do montante da indemnização; e
(ii) à determinação da culpa?

2
Regulamento Roma II — Regulamento (CE) n.º 864/2007 do Parlamento Europeu e do Conselho, de
11 de Julho de 2007, relativo à lei aplicável às obrigações extracontratuais («Roma II»)
Visita guiada ao sistema geral de conflitos português: lei reguladora do divórcio e
separação judicial3
Caso n.º 5
Ana, cidadã portuguesa e brasileira, com residência habitual em França, e Bernardo,
cidadão Marroquino com residência habitual na Espanha casaram em 1 de agosto 2009 em
Leiria. Após o casamento passaram a viver na Alemanha.
No dia 1 de maio de 2016, após uma violenta discussão, Bernardo abandona a casa de
morada de família e passa a viver sozinho em Lisboa a partir de 20 de maio de 2016.
Em 22 de maio de 2017, Bernardo intenta uma ação no tribunal de comarca de Lisboa
pedindo que seja decretado o divórcio.
Determine a lei reguladora do divórcio.

Sub-hipóteses (as sub-hipóteses são totalmente independentes entre si, exceto se


expressamente disserem o contrário):
1. Imagine que no dia 20 de dezembro de 2012, Ana e Bernardo consultam-no porque
pretendem escolher a lei brasileira como lei reguladora de um eventual divórcio.
Determine se tal é possível.
2. Imagine agora que as partes escolheram como lei aplicável o direito marroquino, que
concede ao cônjuge homem o direito de se divorciar através do repúdio unilateral
(talak). Bernardo intenta ação de divórcio em Portugal, fundamentando o seu pedido
no direito de repúdio unilateral (talak). Como deve o juiz atuar?
3. Imagine que: (1) tinha sido Bruna (e não Bernardo), cidadã francesa com residência
habitual em França a casar com Ana; (2) as partes escolheram a lei portuguesa como
lei reguladora do divórcio; e (3) a ação de divórcio foi intentada na Áustria, país da
residência habitual comum.
Diga se o juiz austríaco tem a obrigação de decretar o divórcio sabendo que o Direito
material austríaco não prevê o instituto do casamento entre pessoas do mesmo sexo,
admitindo apenas a celebração de parcerias registadas entre pessoas do mesmo sexo.

Visita guiada ao sistema geral de conflitos português: lei reguladora das sucessões por
morte4

Caso n.º 6
António, que nasceu em Londres e é nacional francês e do Reino Unido, veio viver a sua
reforma para o Algarve. Assim, desde 2010 que vive em Albufeira, tendo anteriormente
vivido em Paris. Em 2011, adotou plenamente Bernardo, cidadão português com residência
habitual em Portugal. António falece, em 17 de Agosto de 2017, com bens imóveis em

3
Regulamento Roma III - Regulamento (UE) n.º 1259/2010 do Conselhode 20 de Dezembro de 2010
que cria uma cooperação reforçada no domínio da lei aplicável em matéria de divórcio e separação
judicial.
4
Regulamento (UE) n.º 650/2012 do Parlamento Europeu e do Conselho de 4 de julho de 2012 relativo
à competência, à lei aplicável, ao reconhecimento e execução das decisões, e à aceitação e execução
dos atos autênticos em matéria de sucessões e à criação de um Certificado Sucessório Europeu.
Portugal. Deixou testamento no qual estipulou que à sua sucessão deve ser aplicado o direito
material inglês. Diga qual é a lei aplicável à sua sucessão?

Sub-hipótese:
1. A sua resposta seria a mesma se António tivesse falecido intestado?

Normas de conflitos bilaterais e unilaterais. Bilateralização das normas de conflitos.


Normas de remissão condicionada

Caso n.º 7
Alberto, português, celebrou, mediante troca de correspondência, um contrato de
prestação de serviços, que devia ser executado em Portugal, com a empresa Deals’r’us, S.A.,
que tem sede estatutária e sede da administração na África do Sul.
A Deals’r’us, S.A., quando viu que fez um mau negócio, intenta ação nos tribunais
portugueses pedindo a anulação do contrato com fundamento de que, segundo a lei da sua
sede da administração, a sociedade só se vincula mediante a assinatura de dois
administradores e o contrato está apenas assinado por um dos três administradores da
Deals’r’us, S.A..
Supondo que:
1) A lei material da África do Sul estabelece que as sociedades anónimas só se vinculam
mediante a assinatura de dois dos seus administradores;
2) A lei material portuguesa e brasileira não têm idêntica limitação, admitindo que as
sociedades anónimas se vinculam mediante a assinatura de apenas um dos seus
administradores.
A sociedade tem razão?

Sub-hipóteses:
1. Mantém a resposta se a empresa tivesse sede estatutária em Portugal e sede principal
e efetiva da administração na África do Sul?
2. Mantém a sua resposta se a empresa tivesse sede estatutária no Brasil e sede principal
e efetiva da administração na África do Sul?

Caso n.º 8
António, espanhol com residência habitual na Rússia, quer vender um seu imóvel a
Pierre, francês com residência habitual em França.
Diga, considerando que é aplicável o direito de conflitos português, qual é a lei que regula
a questão de saber se António tem ou não capacidade para dispor do imóvel:
1. Se o imóvel estiver situado em Portugal;

5
Regulamento (UE) 2016/1103 do Conselho de 24 de junho de 2016 que implementa a cooperação
reforçada no domínio da competência, da lei aplicável, do reconhecimento e da execução de decisões
em matéria de regimes matrimoniais.
2. Se o imóvel estiver situado na Rússia e esta tiver uma norma de conflitos que dispõe
“A capacidade para dispor de imóveis é aferida pela lex rei sitae (lei do lugar da
situação da coisa).”
3. Se o imóvel estiver situado na Rússia e esta tiver uma norma de conflitos que dispõe
“A capacidade para dispor de imóveis é aferida pela lei da residência habitual do
proprietário.”

Elemento de conexão

Caso n.º 9
Em 2003, António, natural de Osaka, emigrou para Marrocos tendo aí fixado residência.
Em 2014 António, que, entretanto, tinha encontrado emprego em Casablanca, conheceu
Elaine, filha de pai e mãe jamaicanos, nascida no Brasil e reside habitualmente em Portugal.
Apesar de ter nascido no Brasil, a família nuclear de Elaine reside habitualmente na Jamaica,
país que ela visita com regularidade.
Após alguns anos de namoro, António e Elaine estão preparados para dar o próximo
passo, sendo que para o efeito pretendem contrair matrimónio em Portugal.
Sabendo que:
- António é considerado cidadão Japonês pelo direito da nacionalidade do Japão;
- António é considerado cidadão Marroquino pelo direito da nacionalidade de Marrocos.
- Elaine é considerada cidadã jamaicana pelo direito da nacionalidade da Jamaica;
- Elaine é considerada cidadã brasileira pelo direito da nacionalidade do Brasil.
Determine qual a lei reguladora da capacidade para contrair casamento de António e
Elaine.

Sub-hipóteses (as sub-hipóteses são totalmente independentes entre si, exceto se


expressamente disserem o contrário):
1. A solução seria a mesma se António fosse considerado cidadão português pelo
direito da nacionalidade português.
2. Admita agora que António e Elaine casaram em 2016 e, pouco depois, tiveram o seu
primeiro filho Daniel. Nessa altura, Elaine decidiu mudar a sua residência habitual
para Jamaica, pois aí viviam os seus pais que lhe poderiam dar um maior apoio na
educação do seu filho. António continuou a residir, por razões profissionais, em
Casablanca. Determine qual a lei reguladora das relações entre os cônjuges.

Caso n.º 10
Paco, cozinheiro nascido na Ciudad Juàrez, filho de mãe mexicana e pai italiano, reside
habitualmente em Linda-a Velha. Paco voa todos os trimestres para Ciudad Juàrez , no
México, para visitar os seus avós maternos, únicos parentes sobrevivos, e ainda para trazer
iguarias e artesanato mexicanos que muito aprecia.
Em Abril de 2006, Paco, profissionalmente desiludido com Portugal que diz ser um país
demasiado pequeno para o seu talento gastronómico, adquire um imóvel no Bairro de
Salamanca, em Madrid, onde tenciona gerir um restaurante próprio.
Os seus sonhos esbarram no entanto num agente de autoridade particularmente zeloso que
o informa que, segundo a sua interpretação da lei espanhola, Paco não pode abrir o seu
estabelecimento sob pena de graves multas e de deportação para o país donde é nacional, o
México.
Paco regressa a Lisboa para o consultar a si, eminente advogado, pedindo-lhe que o
esclareça sobre a possibilidade de invocar a nacionalidade italiana para efeitos do exercício
do direito de estabelecimento em Espanha, nos termos do artigo 49.º do Tratado sobre o
Funcionamento da União Europeia, apesar de nunca sequer ter visitado Itália.
Considerando que:
1) A lei italiana da nacionalidade considera cidadão italiano os filhos de pai ou mãe
italiana;
2) A lei mexicana da nacionalidade considera cidadão mexicano todas as pessoas que
nasceram no território mexicano;
3) A lei espanhola da nacionalidade regula as situações de plurinacionalidade da mesma
forma que a lei da nacionalidade portuguesa.
Esclareça fundamentadamente se a pretensão de Paco tem sustentação jurídica.

Normas de aplicação imediata


Caso n.º 11
Em 20 de Novembro de 2010, Joaquim, português com residência habitual em França,
após ter visto um anúncio da Sociedade Painters'R'Us, com sede na Alemanha, no jornal Le
Monde, contactou-a com vista a celebrar um contrato de prestação de serviços de pintura das
suas casas de férias situadas no Algarve e na Espanha.
O contrato foi celebrado mediante recurso a cláusulas contratuais gerais fixadas pela
Sociedade Painters'R'Us. Nas cláusulas contratuais gerais dispunha-se que:
- "A lei reguladora deste contrato é a lei francesa.";
- "São competentes para dirimir litígios decorrentes deste contrato os tribunais
portugueses."; e
- "As partes desde já excluem toda e qualquer responsabilidade que pudesse ser assacada
à Sociedade Painter'R'us, nomeadamente, mas sem limitar, a que, nos termos da lei, pudesse
resultar de vícios no cumprimento da prestação a que se obrigou a Sociedade neste contrato".
Jacques verificou que, por causa da pintura defeituosa efetuada pela Sociedade
Painters'R'Us, a sua casa de férias no Algarve tinha agora problemas graves de infiltrações.
Em ação intentada perante um tribunal português contra a sociedade Painters'R'Us,
Joaquim requer uma indemnização pelos danos sofridos e alega que, ao abrigo do Direito
Português, a cláusula de exclusão de responsabilidade constante do contrato não é válida. Na
contestação, a sociedade alega que nada deve e que a cláusula de exclusão de
responsabilidade é válida à luz da lei escolhida pelas partes.
Quid juris, admitindo que a lei francesa considera a cláusula de exclusão de
responsabilidade válida?

Caso n.º 12
Igual ao anterior, mas:
a) as casas de férias situam-se em Marrocos e Espanha;
b) a lei escolhida pelas partes é a lei portuguesa;
c) a lei marroquina sobre cláusulas contratuais gerais, tal como a espanhola, não tem
normas equivalentes aos artigos 21.º, 22.º e 23.º do Decreto-Lei que institui o
Regime das Cláusulas Contratuais Gerais.
Quid juris?

Caso n.º 13
A e B, britânicos nascidos em Londres, casados há 10 anos, vivem em Portugal há 5.
Recentemente, A decide vender, sem o consentimento de B, a casa de morada de família
(situada em Portugal). Na ação intentada por B contra A, este vem dizer que vendeu a casa
legitimamente, na medida em que se aplica o direito inglês, que não contém regra equivalente
à do artigo 1682º-A, n.º 2, do CC português.

Caso n.º 14
Em 20 de Novembro de 2010, Joaquim, português com residência habitual em frança,
após ter visto um anúncio da Sociedade Painters'R'Us, com sede na Alemanha, no jornal Le
Monde, contactou-a com vista a celebrar um contrato de prestação de serviços de pintura das
suas casas de férias situadas na Suíça e na Espanha.
O contrato foi celebrado mediante recurso a cláusulas contratuais gerais fixadas pela
Sociedade Painters'R'Us. Nas cláusulas contratuais gerais dispunha-se que:
- "A lei reguladora deste contrato é a lei francesa.";
- "São competentes para dirimir litígios decorrentes deste contrato os tribunais
portugueses."; e
- "As partes desde já excluem toda e qualquer responsabilidade que pudesse ser assacada
à Sociedade Painter'R'us, nomeadamente mas sem limitar, a que, nos termos da lei, pudesse
resultar de vícios no cumprimento da prestação a que se obrigou a Sociedade neste contrato".
Jacques verificou que, por causa da pintura defeituosa efetuada pela Sociedade
Painters'R'Us, a sua casa de férias na Suíça tinha agora problemas graves de infiltrações.
Em ação intentada perante um tribunal português contra a sociedade Painters'R'Us,
Joaquim requer uma indemnização pelos danos sofridos e alega que a cláusula de exclusão
de responsabilidade constante do contrato não é válida. Na contestação, a sociedade alega que
nada deve e que a cláusula de exclusão de responsabilidade é válida à luz da lei escolhida
pelas partes.
Quid juris, admitindo que a lei francesa considera a cláusula de exclusão de
responsabilidade válida e a lei suíça considera a mesma cláusula inválida?

Ordenamentos jurídicos complexos

Caso n.º 15
Mark, cidadão dos Estados Unidos da América, residente até 1999 em San Diego
(Califórnia) e a partir dessa data em Lisboa, e Teresa de nacionalidade portuguesa,
pretendem casar em Lisboa.
Determine, sabendo que:
1) nos E.U.A. não existe direito interlocal ou DIP unificado;
2) o direito de conflitos da Califórnia considera-se competente para regular a capacidade
matrimonial de Mark.
face a que lei ou leis, deve o Conservador do Registo Civil aferir a capacidade
matrimonial dos nubentes.

Caso n.º 16
António, português residente habitualmente em Lisboa, é proprietário de um terreno
situado no Estado do Texas, nos Estados Unidos da América. Atualmente surgiu um litígio
com Bob, cidadão dos EUA, residente habitualmente no Texas, e proprietário de um terreno
confinante com o de António. Bob alega que se constituiu uma servidão de passagem no
terreno propriedade de António em favor do seu terreno.
Determine, sabendo que nos E.U.A. não existe direito interlocal ou DIP unificado, qual a
lei competente para determinar se o terreno de António está ou não onerado com uma
servidão de passagem.

Devolução ou Reenvio

Caso n.º 17
Andrea e Berta, são dois nacionais romenos que casaram entre si em França, e fixaram
residência habitual comum em Portugal.
Determine qual a lei reguladora dos efeitos pessoais do casamento, considerando que:
a) os tribunais portugueses são internacionalmente competentes;
b) a norma de conflitos francesa determina que a lei aplicável aos efeitos pessoais do
casamento é a lei da nacionalidade comum dos cônjuges;
c) a norma de conflitos romena determina que a lei aplicável aos efeitos pessoais do
casamento é a lei da residência habitual comum dos cônjuges;
d) o direito de conflitos francês e romeno adotam o sistema de devolução simples;

Caso n.º 18
Analise o caso n.º 6 da secção I do livro Direito Internacional Privado – casos práticos
de devolução e qualificação, AAFDL, 2016 (doravante livro de casos práticos) e represente o
caso em esquema.
O artigo 59.º do Código Civil, à data em que foi proferido o Acórdão em que se baseia o
caso, dispunha:
“1. À constituição da relação de filiação ilegítima é aplicável a lei pessoal do progenitor,
que vigore à data do reconhecimento.
2. As relações entre pais e filhos ilegítimos são reguladas pela lei nacional comum dos
progenitores e, na falta desta, pela lei da sua residência habitual comum; se os pais tiverem a
residência habitual em países diferentes, é aplicável a lei pessoal do filho.
3. Se o filho estiver reconhecido apenas por um dos progenitores, ou algum deles tiver
falecido, é competente, no primeiro caso, a lei pessoal daquele relativamente ao qual se
verifica o reconhecimento e, no segundo caso, a lei pessoal do sobrevivo.
4. À simples relação de filiação natural é aplicável a lei pessoal do progenitor.”
Caso n.º 19
Discute-se perante tribunais portugueses a capacidade matrimonial de Alberto, cidadão
argentino, com domicílio em Portugal. Alberto casou no Paraguai.
Determine qual a lei reguladora da capacidade para contrair casamento, considerando
que:
a) a regra de conflitos argentina estabelece que a capacidade para contrair casamento é
regulada pela lei do lugar da celebração do casamento;
b) a regra de conflitos paraguaia determina regula a questão pela lei do domicílio do
nubente e considera Alberto domiciliado em Portugal;
c) os direitos de conflitos argentino e paraguaio praticam o sistema de devolução
simples;
d) segundo o direito material argentino, Alberto não teria capacidade para casar;
e) segundo o direito material português, não existiriam quaisquer impedimentos ao
casamento.

Caso n.º 20
Bernardo, nacional português, residente em Inglaterra (Reino Unido), faleceu em 10 de
novembro de 2016, como bens sucessórios, um imóvel sito em Portugal e um imóvel sito no
Quebeque (Canadá). Discute-se hoje perante tribunais portugueses a sua sucessão imobiliária.
Determine qual a lei reguladora da sucessão imobiliária de Bernardo, considerando que:
a) os tribunais portugueses são internacionalmente competentes;
b) no Reino Unido e no Canadá não existe direito interlocal ou direito internacional
privado unificado;
c) o direito de conflitos inglês pratica o sistema da foreign court theory, regula a
sucessão imobiliária pela lex rei sitae e permite que a sua norma de conflitos
determine não só o ordenamento jurídico soberano, mas também o ordenamento
jurídico local;
d) o direito de conflitos do Quebeque pratica o sistema da referência material e regula a
sucessão imobiliária pela lex rei sitae.

Caso n.º 21
Analise o caso n.º 9 da secção I do livro de casos práticos e represente o caso em
esquema.

Caso n.º 22
Carlos, nacional suíço, com última residência habitual em Luisiana (EUA), falece em 15
de setembro de 2015, deixando bens imóveis no Brasil.
Determine qual a lei reguladora da sucessão imobiliária, considerando que:
a) os tribunais portugueses são internacionalmente competentes;
b) o direito de conflitos suíço determina que a lei reguladora da sucessão imobiliária é a
do último domicílio do autor da sucessão e pratica o sistema de devolução simples;
c) os EUA não dispõem de Direito Internacional Privado ou Direito Interlocal unificado;
d) o direito de conflitos do Luisiana determina que a lei reguladora da sucessão
imobiliária é a lex rei sitae e pratica o sistema de devolução dupla.
e) o direito de conflitos brasileiro regula a sucessão pela lei da última residência
habitual do de cujus e estabelece que a remissão feita pelas suas normas de conflitos a
ordenamentos estrangeiros abrange apenas as normas de direito material destes.
f) no direito de conflitos brasileiro, quando a norma de conflitos remeta, sem ser em
razão da nacionalidade, para ordenamentos plurilegislativos, o elemento de conexão
da norma de conflitos brasileira define não só o ordenamento soberano como o
ordenamento jurídico local.

Caso n.º 23
Discute-se perante conservador do registo civil a capacidade matrimonial de Anthony,
cidadão dos EUA, o qual reside habitualmente na Itália (tendo anteriormente vivido no Estado
de Nova Iorque) e pretende casar em Lisboa.
Diga qual a lei que o conservador do registo civil deve aplicar, considerando que:
a) os EUA não têm direito interlocal ou direito internacional privado unificado;
b) o direito de conflitos nova iorquino regula a questão pela lex loci celebrationis,
considerando, no caso concreto, que a sua norma de conflitos remete, única e
exclusivamente, para as normas de direito material de ordenamentos jurídicos
estrangeiros;
c) o direito de conflitos italiano regula a capacidade matrimonial pela lei da
nacionalidade do nubente; no caso concreto, pratica o sistema de referência material;
e, na falta de direito interlocal ou direito internacional privado unificado, entende-se a
remissão para um ordenamento jurídico complexo como sendo para o ordenamento
jurídico local que possui a conexão mais estreita.

Caso n.º 24
Adalberto e Belarmina, cidadãos dos EUA, consultam-no, pois pretendem saber se têm
capacidade para contrair casamento. Apesar de residirem habitualmente em França desde
2007 (anteriormente residiam em Nova Iorque), o seu sonho é casar em Sintra.
Determine, da perspetiva da aplicação do direito de conflitos português, qual a lei
reguladora da capacidade para Adalberto e Belarmina contraírem casamento, considerando
que:
a) os EUA não têm direito interlocal ou direito internacional privado unificado;
b) o direito internacional privado de Nova Iorque submete a capacidade para casar à lei
do lugar de celebração do casamento;
c) o direito internacional privado francês submete a mesma questão à lei da
nacionalidade de cada um dos nubentes e, na falta de direito interlocal ou direito
internacional privado unificado, entende-se a remissão para um ordenamento jurídico
complexo como sendo para o ordenamento jurídico local que possui a conexão mais
estreita.
d) os tribunais franceses adotam o sistema de devolução simples;
e) os tribunais de Nova Iorque aplicam o sistema de referência material;
f) segundo o direito material de Nova Iorque Adalberto e Belarmina teriam
capacidade para contrair casamento;
g) segundo o direito material português Adalberto e Belarmina não teriam capacidade
para contrair casamento;
Caso n.º 25
Analise o caso n.º 16 da secção I do livro de casos práticos e represente o caso em
esquema.
À data de 10 de junho de 2015, o ordenamento jurídico italiano regulava as sucessões por
morte pela lei da nacionalidade do de cujus, resolvia os problemas dos ordenamentos
jurídicos complexos, na falta de Direito interlocal, aplicando o sistema normativo local que
tivesse a conexão mais estreita e, em casos como o presente, praticava o sistema de referência
material.

Caso n.º 26
Alain e Beatrice são cidadãos franceses, casados um com o outro sem convenção
antenupcial, e residem habitualmente em Lisboa.
Beatrice, antes do casamento, tinha adquirido uma casa no Luxemburgo e, depois do
casamento, vendeu-a a Charles.
Determine qual a lei reguladora do regime de bens deste casamento admitindo que:
a) os órgãos aplicadores do Direito competentes são os portugueses;
b) quer no ordenamento jurídico francês, quer no luxemburguês, vigora a Convenção da
Haia de 1978 sobre a lei aplicável ao regime de bens do casal;
c) de acordo com as normas de conflitos previstas nesta Convenção, e, por isso, em
vigor quer em França, quer no Luxemburgo, a lei aplicável para regular o regime de
bens do casal será a do país onde os imóveis do casal se encontrarem, desde que os
cônjuges assim o acordem. Alain e Beatrice celebraram, aquando do casamento, um
tal acordo, determinando que no que respeitava às questões suscitadas pelos imóveis
próprios ou comuns sitos no Luxemburgo, seria aplicável ao regime de bens a lei
luxemburguesa;
d) no âmbito da referida Convenção da Haia de 1978 é excluído o reenvio, praticando-
se, pois, referência material;

Qualificação
Caso n.º 27
Angelina Smith e Brad Smith são dois nacionais americanos que pretendem casar em
Portugal. Pretendem casar um com o outro apenas por motivos de aparência, relacionados
com a sua verdadeira atividade profissional, não nutrindo qualquer sentimento um pelo outro.
Sabendo deste facto, o conservador do registo civil português recusa-se a casar Angelina e
Brad, com fundamento que o casamento, segundo o artigo 1577.º do Código Civil português,
só é possível quando os nubentes "pretendem constituir família mediante uma plena
comunhão de vida".
Concorda com a decisão do conservador do registo civil português?
Pondere, antes de responder, o caso n.º 2 da secção II do livro de casos práticos.

Caso n.º 28
Angelique e Pierre são dois nacionais franceses enamorados e noivos um do outro, tendo
combinado casar assim que Pierre terminasse o seu serviço militar no estrangeiro, tendo
inclusive os noivos já enviado os convites. Enquanto Angelique passava férias em Portugal,
recebeu notícia de que o seu noivo Pierre tinha falecido. Agora, Angelique apresenta-se
perante o conservador do registo civil com cópia certificada do disposto no artigo 171.º do
Código Civil Francês que dispõe "O Presidente da República pode, por motivos graves,
autorizar a celebração do casamento no caso de falecimento de um dos futuros cônjuges,
desde que existam factos suficientes que provem inequivocamente o consentimento do
falecido" e com a correspondente autorização do Presidente da República Francesa, pedindo
que o conservador a case com Pierre.
O conservador, à luz do artigo 171.º do Código Civil Francês e da autorização do
Presidente da República Francesa, casa Angelique com Pierre (já falecido).
Concorda com a decisão do conservador do registo civil português?

Caso n.º 29

Andrew, britânico, e Helena, portuguesa, casaram-se em 1988, viveram em Londres até


2014 e desde então residem habitualmente em Portugal. Têm dois filhos maiores, Daniel e
Eva, ambos com dupla nacionalidade portuguesa e britânica e com residência habitual em
Londres.
Em dezembro de 2019, Andrew e Helena propuseram a alienação de um apartamento
sito em Cascais a um dos seus filhos, Daniel, a qual seria celebrada, mediante escritura
pública, num notário em Cascais em finais de fevereiro de 2020.
Quando soube do projeto de venda, Eva comunicou ao notário que recusava o seu
consentimento ao negócio e considerava que o notário não deveria celebrar a escritura de
compra e venda, por o negócio ser anulável nos termos do artigo 877.º do Código Civil
português. Andrew, Helena e Daniel entendem que o consentimento de Eva é desnecessário,
porquanto é aplicável a lei inglesa, a título de lei com a conexão mais estreita ao negócio.
Admitindo que:
a) a situação é suscitada perante órgãos de aplicação do Direito portugueses, que se
consideram internacionalmente competentes;
b) a ordem jurídica do Reino Unido é complexa e não dispõe de Direito Interlocal
ou de Direito Internacional Privado unificados;
c) o Direito material inglês não tem disposição equivalente ao art. 877.º do Código
Civil português e considera a alienação de bens do pai a um dos filhos, sem
consentimento dos outros, válida;

diga, fundamentadamente e apreciando os argumentos invocados pelas partes, se era


necessário o consentimento de Eva para a celebração do contrato de compra e venda entre
Andrew, Helena e Daniel?

Pondere, antes de responder, o caso n.º 8 da secção II do livro de casos práticos.

Caso n.º 30
Numa conservatória do registo civil português colocou-se, em 2007, a seguinte questão.
Adalberto, nacional brasileiro e residente habitualmente em Lisboa, pretendia contrair
casamento com Bruna, luso-brasileira, residente habitualmente em Lisboa e mãe de 2 filhos.
A residência habitual anterior de ambos tinha sido no Brasil.
Bruna queria casar-se em comunhão geral de bens. Porém, o conservador do registo civil
português recusou-se a celebrar o casamento com esse regime de bens, por força do disposto
no art. 1699.º, n.º 2, do Código Civil português.

Admitindo que:

a) o art. 7.º, § 4.º, da Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro, determina


que o “regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que
tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, à do primeiro domicílio
conjugal”;
b) de acordo com o art. 10.º da Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro, a
“sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que era
domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a
situação dos bens”;
c) todos os ordenamentos jurídicos em presença consideravam que Adalberto e
Bruna tinham domicílio em Portugal;
d) o art. 16.º da Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro estabelece que a
referência das regras de conflitos brasileiras a uma ordem jurídica estrangeira é
uma referência material;
e) não existe norma equivalente à do art. 1699.º, n.º 2, do Código Civil português no
Direito brasileiro, o qual permitia, neste caso, a escolha do regime de comunhão
geral de bens.

Diga, justificadamente, se o conservador do registo civil português devia ter casado


Adalberto e Bruna em regime de comunhão geral de bens.

Sub-hipótese:
A resposta seria a mesma se todos os acontecimentos se tivessem passado em maio de
2019?

António, cidadão brasileiro com residência habitual em Portugal, pretende casar com
Beatriz, cidadã portuguesa com residência habitual em Portugal e mãe de 2 filhos.
António e Beatriz pretendem casar em Portugal.

Caso n.º 31
Por que razão decidiu Portugal participar na cooperação reforçada que culminou com a
aprovação do Regulamento (UE) 2016/1104 do Conselho, de 24 de junho de 2016, que
implementa a cooperação reforçada no domínio da competência, da lei aplicável, do
reconhecimento e da execução de decisões em matéria de efeitos patrimoniais das parcerias
registadas?
Pondere a sua resposta tendo em atenção que o Direito material português desconhece
(não prevê) o instituto das parcerias registadas.
Caso n.º 32
Andrew, cidadão dos EUA, pede em Portugal a condenação de Belmiro, português, no
pagamento de dívida contratual contraída por este em Janeiro de 1994. As partes tinham
convencionado a aplicação da lei do Tennessee.
Segundo o direito do Tennessee, a ação para o exercício do direito de créditos de Andrew
devia ter sido intentada no prazo de 6 anos a contar do vencimento, por força das normas
sobre Limitation of Actions.
Ao abrigo destas normas, Belmiro alega a prescrição do direito de Andrew.
Considerando que as normas têm natureza processual, B tem razão?
Pondere, antes de responder, o caso n.º 3 da secção II do livro de casos práticos.

Fraude à lei

Caso n.º 33
António, português, quer privar da legítima, Bruno, seu filho, para deixar todos os seus
bens a Carla, sua segunda mulher. Com vista a obter este resultado, António obtém a
nacionalidade do Reino Unido e dispõe, ao abrigo do Direito inglês, dos bens imóveis que se
situam em Portugal e que integram toda a sua herança a favor de Carla.
Todavia, António continuou a viver em Portugal e a comportar-se como português.
Atendendo a que:
a) os tribunais portugueses são internacionalmente competentes;
b) o Reino Unido não contém normas de Direito Internacional Privado ou de Direito
Interlocal unificadas;
c) a lei inglesa remete para a lex rei sitae;
d) os tribunais ingleses praticam a dupla devolução.
Admitindo que António veio a falecer em 30 de Maio de 2015:
1. Determine qual a lei aplicável à situação em análise.
2. Quid juris se o António tivesse, nos termos da Lei da Nacionalidade, renunciado
à nacionalidade portuguesa?
3. Igual à questão 2, mas António, a partir do momento em que renunciou à
nacionalidade portuguesa, passou a fazer a sua vida em Londres?
4. A sua resposta seria a questão 1 seria a mesma se António tivesse falecido em 27
de agosto de 2018 e o testamento tivesse sido redigido em dezembro de 2016,
contendo uma disposição expressa de escolha da lei inglesa?

Interpretação e aplicação do Direito estrangeiro


Caso n.º 34
Admita que, ao dirimir um litígio referente a uma situação privada internacional, o
tribunal português de 1.ª instância determinou que o Direito material competente era o Direito
francês e que a norma de Direito material aplicável ao caso concreto era, no seu entender,
inconstitucional à face do disposto na Constituição da República Francesa.
Como deve o tribunal português de 1.ª instância atuar nesta situação?
Subhipótese: a resposta alterava-se se o Direito material estrangeiro competente fosse o
do Estado de Nova Iorque (EUA) e a concreta norma aplicável fosse, no entender do tribunal
português, inconstitucional face à Constituição dos EUA?

Caso n.º 35
Imagine que se discute em tribunal português a capacidade de Albert, súbdito britânico
com 18 anos de idade e residência habitual em Londres, para adquirir um imóvel sito em
Portugal. Considerando que:
a) o Direito inglês se considerava competente para regular a capacidade de Albert;
b) existia, no Direito inglês, um precedente dispondo que a capacidade para adquirir
imóveis se adquire aos 21 anos;
diga como deve atuar o juiz português, sabendo que o citado precedente não foi invocado
por nenhuma das partes no processo.

Limites à aplicação do Direito estrangeiro

Caso n.º 36
Poderá recusar-se a aplicação de uma determinada norma material da lei estrangeira
competente não em virtude da sua contradição com o direito português, mas em virtude dos
resultados chocantes a que a sua aplicação conduziria devido a uma complexa e anormal
combinação de circunstâncias no caso?

Caso n.º 37
Supondo que a lei reguladora das relações entre os cônjuges permite a escravatura da
mulher, será necessária a existência de uma conexão espacial da situação com o ordenamento
jurídico português para a recusa da aplicação da norma em causa com fundamento na
violação de princípios fundamentais da ordem pública internacional do Estado português?

Caso n.º 38
Viola a ordem pública internacional portuguesa a aplicação, por tribunais portugueses, da
lei estrangeira que negue direitos sucessórios aos filhos ilegítimos?

Caso n.º 39
A, nacional de um país que permite o casamento poligâmico, casou, nesse país, com as
suas esposas B, C e D. Posteriormente, D vem requerer, junto de tribunais portugueses, uma
pensão alimentos de A, com fundamento na sua relação conjugal. O tribunal português pode
deferir o pedido?

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