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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

FELIPE JANSON DA SILVA CORRÊA

SISTEMA DE GERENCIAMENTO DA SEGURANÇA


OPERACIONAL PARA PREVENÇÃO DE ACIDENTES
AERONÁUTICOS

Palhoça
2018
FELIPE JANSON DA SILVA CORRÊA

SISTEMA DE GERENCIAMENTO DA SEGURANÇA


OPERACIONAL PARA PREVENÇÃO DE ACIDENTES
AERONÁUTICOS

Monografia apresentada ao Curso de


graduação em Ciências Aeronáuticas, da
Universidade do Sul de Santa Catarina, como
requisito parcial para obtenção do título de
Bacharel.

Orientador: Prof. Orlando Flávio Silva, Esp.

Palhoça
2018
FELIPE JANSON DA SILVA CORRÊA

SISTEMA DE GERENCIAMENTO DA SEGURANÇA


OPERACIONAL PARA PREVENÇÃO DE ACIDENTES
AERONÁUTICOS

Esta monografia foi julgada adequada à


obtenção do título de Bacharel em Ciências
Aeronáuticas e aprovada em sua forma final
pelo Curso de Ciências Aeronáuticas, da
Universidade do Sul de Santa Catarina.

Palhoça, 23 de novembro de 2018.

__________________________________________
Orientador: Prof. Orlando Flávio Silva, Esp.

__________________________________________
Prof. Cleo Marcus Garcia, MSc.
Dedico este trabalho primeiramente a Deus, por ser
essencial em minha vida, que iluminou o meu caminho
durante essa caminhada, agradeço aos meus professores, e
a toda minha família que, com muito carinho e apoio, não
mediram esforços para que eu chegasse até esta etapa de
minha vida.
AGRADECIMENTOS

Agradeço à equipe de professores da Universidade do Sul de Santa Catarina, ao


coordenador do curso o Sr. Paulo Roberto dos Santos e, ainda, agradeço especialmente
ao Professor Esp. Orlando Flávio Silva, da Disciplina de Direito Aeronáutico,
orientador neste trabalho.
RESUMO

Este trabalho tem como principal objetivo apresentar o Sistema de Gerenciamento da


Segurança Operacional – SGSO, utilizado para prevenção de futuros acidentes
aeronáuticos, expondo o Sistema e conceituando os principais pontos como sua política
de desenvolvimento através de pesquisa explicativa, com referencial bibliográfico e
documental com natureza qualitativa efetuado por meio de livros, artigos, trabalhos
acadêmicos, regulamentos e leis. O trabalho versa sobre o conceito de segurança
operacional de voo, explicando os pontos fundamentais sobre essa modalidade, onde se
destaca o SGSO, quais suas principais características e finalidades. O trabalho também
versa sobre a segurança operacional de voo, e como são investigados os acidentes
aeronáuticos, com a ajuda fundamental do SGSO.

Palavras-chaves: SGSO; Segurança Operacional; Acidentes Aeronáuticos.


ABSTRACT

This work has the main objective of presenting the System of Management of
Operational Safety - SMS, used to prevent future aeronautical accidents, exposing the
System and conceptualizing the main points as its development policy through
explanatory research, with a bibliographic and documentary reference with qualitative
nature made through books, articles, academic papers, regulations and laws. The work is
about the concept of flight operational safety, explaining the fundamental points about
this modality, where the SMS stands out, what its main characteristics and purposes.
The work also deals with operational flight safety, and how aeronautical accidents are
investigated, with the fundamental help of the SMS.

Keywords: SMS; Operational safety; Aeronautical Accident.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Características do SGSO ............................................................................... 22


Figura 2 – Desenvolvimento do SSP .............................................................................. 26
Figura 3 – A ponte: SSP e SGSO ................................................................................... 27
Figura 4 – A ponte: ALoS do SSP e desempenho de SO dos SGSO ............................. 28
Figura 5 – Sistema Integrado de Gerenciamento da Segurança Operacional................. 30
Figura 6 – Estrutura do PSO-BR .................................................................................... 31
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Características do Sistema ........................................................................... 23


Quadro 2 – Exemplo de desempenho de Segurança Operacional de um SGSO ............ 28
Quadro 3 – Elementos do componente "Políticas e Objetivos do Provedor de Serviços"
........................................................................................................................................ 35
Quadro 4 – Elementos do componente Gerenciamento de Risco (GR) ......................... 39
Quadro 5 – Elementos do componente Garantia da Segurança Operacional (GSO) ..... 40
Quadro 6 – Elementos do componente Promoção da Segurança ................................... 41
LISTA DE SIGLAS

ANAC Agência Nacional de Aviação Civil


ALoS Acceptable Level of Safety (Nível Aceitável de Segurança
Operacional)
ASAP Programa de Ação para a Segurança da Aviação
CENIPA Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos
COMAER Comando da Aeronáutica
ESO Eventos de Segurança Operacional
FOQA Flight Operational Quality Assurance (Garantia de Qualidade
Operacional de Voo)
GRSO Gerenciamento do Risco à Segurança Operacional
ICAO International Civil Aviation Organization (Organização da
Aviação Civil Internacional)
IDSO Indicadores de Desempenho de Segurança Operacional
LOSA Line Operations Safety Audit (Nível Aceitável de Segurança
Operacional)
MDSO Metas de Desempenho de Segurança Operacional
NASO Nível Aceitável de Segurança Operacional
PSAC Provedor de Serviços de Aviação Civil
PSOE/ANAC Programa de Segurança Operacional Específico da ANAC
PSO/BR Programa Brasileiro de Segurança Operacional
ReqSO Requisitos de Segurança Operacional do SGSO
RBAC Regulamentos Brasileiros de Aviação Civil
SGSO Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional
SGQ Sistema de Gestão da Qualidade
SMS Safety Management System (Sistema de Gerenciamento da
Segurança Operacional)
SSP State Safety Program (Programa de Segurança do Estado)
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 13
1.1. PROBLEMA DA PESQUISA ......................................................................... 14
1.2. OBJETIVOS .................................................................................................... 14
1.2.1. Objetivo Geral .................................................................................................. 14
1.2.2. Objetivos Específicos ...................................................................................... 14
1.3. JUSTIFICATIVA ............................................................................................ 15
1.4. METODOLOGIA ............................................................................................ 16
1.4.1. Natureza e Tipo de Pesquisa ............................................................................ 16
1.4.2. Procedimento de Análise de Dados Pesquisa .................................................. 16
1.4.3. Organização do Trabalho ................................................................................. 16
2. O QUE É O SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE SEGURANÇA
OPERACIONAL (SGSO) ............................................................................................ 18
2.1 OS PRINCÍPIOS DO SGSO.............................................................................18
2.2. OS BENEFÍCIOS QUE AS ORGANIZAÇÕES PODEM TER COM SGSO 19
2.3. CARACTERÍSTICAS DO SGSO ................................................................... 19
3. EXPLICANDO A REGULAÇÃO DO SISTEMA DE GERENCIAMENTO
DA SEGURANÇA OPERACIONAL (SGSO) ........................................................... 25
3.1. DEMANDA DA ICAO ................................................................................... 25
3.2. A IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA DE SEGURANÇA OPERACIONAL
NO BRASIL (PSO-BR) ................................................................................................. 30
3.2.1. Anexo 19 da ICAO .......................................................................................... 32
4. A IMPLANTAÇÃO E O GERENCIAMENTO DO (SGSO) ........................ 33
4.1 GESTÃO DA SEGURANÇA OPERACIONAL PELA ANAC ..................... 33
4.2 A POLÍTICA DE PLANEJAMENTO DO SGSO .......................................... 34
4.2.1 Os Componentes que integram as Políticas e Objetivos do Provedor de
Serviços ......................................................................................................................... 35
4.3 O PROCEDIMENTO DO SISTEMA DE GERENCIAMENTO DA
SEGURANÇA OPERACIONAL (SGSO)..................................................................... 38
4.3.1 Elementos que integram o componente “Gerenciamento de Risco (GR)” ...... 39
4.3.2 Elementos que integram o componente de Garantia da Segurança Operacional
(GSO) ......................................................................................................................... 39
4.3.3 Elementos que integram o componente da Promoção da Segurança ............... 41
4.4 SEGURANÇA OPERACIONAL DE VOO .................................................... 43
4.4.1 Conceitos Básicos de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos.......................... 43
4.4.2 Objetivo do SGSO na Segurança do Voo ........................................................ 43
4.4.3 Como são realizadas as Investigações de Acidentes Aéreos ........................... 44
5. CONCLUSÃO.................................................................................................... 45
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 47
1. INTRODUÇÃO

A segurança é um dos fatores considerados ao se falar em aviação devido à


complexidade e risco existente ligado a qualquer segmento relacionado às atividades
aéreas (BIEGER, 2018).
Os acidentes ou incidentes aeronáuticos ocorridos permitiram aprendizados
que foram importantes para a existência da evolução da segurança nas atividades
aeronáuticas (SANTOS, 2014).
Todo acidente aeronáutico possui grande repercussão e causa na população
elevada sensibilidade, tornando assim grande a cobrança por redução de qualquer tipo
de acidente e incidente aeronáutico (SANTOS, 2014).
Dessa forma, ao longo dos anos, para reduzir qualquer tipo de risco foram
desenvolvidos procedimentos e posturas que devem ser rigorosamente seguidos durante
a realização de toda e qualquer atividade envolvida na realização de operação aérea
(BIEGER, 2018).
Ainda, verificou-se através de pesquisas e estudos, que para a melhora dos
índices de segurança seria necessário a implementação de sistemas de gestão da
segurança, onde estes sistemas seriam responsáveis por efetuar a identificação e análise
de atos considerados inseguros permitindo então criação de recomendações adequadas a
fim de se reduzir o número dessas ocorrências e suas consequências, de forma que a
qualidade das operações aeronáuticas não fossem comprometidas. Também foi
necessário efetuar uma mudança de paradigma quanto a abordagem relacionada a
prevenção de acidentes, onde passou-se a utilizar uma abordagem proativa e preditiva
(através dos sistemas de gestão de segurança), abandonando então a abordagem reativa
e prescritiva antes utilizada (SANTOS, 2014).
Assim, a ICAO implantou o Safety Management System - SMS (Sistema de
Gestão de Gerenciamento da Segurança), sistema de gestão da segurança operacional,
conhecido atualmente como Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional –
SGSO (SANTOS, 2014).
O SGSO é padrão para toda a aviação mundial, sendo ainda utilizado fora
do ambiente da aviação através de sistemas parecidos em organizações que requerem
elevado nível de qualidade em áreas como a de segurança, saúde ocupacional, meio

13
ambiente, etc. Este sistema irá ainda garantir a segurança operacional através da
integração do gerenciamento de riscos presentes nos conceitos de gestão atuais,
elevando então a confiabilidade em atividades aéreas (BRASIL, [200-]).

1.1. PROBLEMA DA PESQUISA

Esta pesquisa visa identificar como o SGSO, e seus procedimentos, podem


auxiliar no mecanismo de prevenção e investigação de acidentes aeronáuticos.

1.2. OBJETIVOS

1.2.1. Objetivo Geral

Analisar como são as execuções do SGSO para a prevenção de futuros


acidentes.

1.2.2. Objetivos Específicos

• Apresentar o que é o SGSO, e como funciona seu Sistema;


• Analisar sua política de desenvolvimento e seus regulamentos do SGSO;
• Descrever o que é prevenção e investigação de Acidentes Aeronáuticos, e
como que o SGSO com seu escopo pode ajudar nesses quesitos.

14
1.3. JUSTIFICATIVA

Este trabalho foi desenvolvido através da perspectiva de como podem ser


prevenidos os acidentes aéreos e, nesse sentido “os acidentes aeronáuticos são eventos
raros, no entanto, pesquisas sugerem que poucas organizações estão preparadas para o
caso deste tipo de evento ocorrer” (FOGAÇA, 2016, p. 12).
Entretanto, o Regulamento Brasileiro de Homologação Aeronáutica
(RBHA) 91 da Agencia Nacional de Aviação Civil – ANAC (Regras Gerais de
Operação para Aeronaves Civis), que regulamenta a aviação de modo geral, não exige
da empresa possuidora da aeronave adquirir uma política de 1PRE, se distinguindo do
Regulamento Brasileiro da Aviação Civil (RBAC) 121 (Requisitos Operacionais:
Operações Domésticas, de Bandeira e Suplementares), adequado para as Companhias
Aéreas juntamente com o RBAC 135 (Requisitos Operacionais: Operações
Complementares e por Demanda) para Táxi Aéreo. Por isso, para as Companhias
Aéreas e Táxi Aéreo a legislação exige-se que os operadores devem portar o Sistema de
Gerenciamento da Segurança e ter um 1PRE. Nesse sentido, por exemplo, quando
alguma empresa consegue uma aeronave para operar, é crucial que detenha um alcance
e aprovação das partes interessadas, ou seja, os 2Stakeholders e que tenha um
compromisso de organizar uma política de cultura de segurança, isto é, fixando uma
SGSO e 1PRE para uma melhor segurança nas atividades aéreas (FOGAÇA, 2016).
Por isso é que através da cultura de segurança que se define como o modo e
como a segurança é percebida, valorizada e priorizada em uma organização, refletindo
assim, no compromisso real com a segurança, em todos os níveis na organização
(SKYBRARY, 2016, p. 101).

1
O Plano de Resposta a Emergência - PRE tem como objetivo orientar as (re)ações de mobilização, com
a maior eficácia possível, para atendimento a emergências e anormalidades que venham a ocorrer
(acidente/incidente aeronáutico).
2
Em inglês stake significa interesse, participação, risco. Holder significa aquele que possui. Assim,
stakeholder também significa parte interessada ou interveniente. É uma palavra em inglês muito utilizada
nas áreas de comunicação, administração e tecnologia da informação cujo objetivo é designar as pessoas e
grupos mais importantes para um planejamento estratégico ou plano de negócios, ou seja, as partes
interessadas.
15
1.4. METODOLOGIA

1.4.1. Natureza e Tipo de Pesquisa

O trabalho expõe uma pesquisa explicativa, com referencial bibliográfico e


documental com natureza qualitativa.
No entanto, a pesquisa explicativa deverá abordar os fatores que motivam a
realização do trabalho estudado. Sua investigação é teórica e prática no procedimento da
pesquisa científica (BIEGER, 2018, p.15).
Já no mecanismo de coleta de dados se encaixa como bibliográfico, de
acordo com RAUEN (2002, p.65) que narra “a busca de informações bibliográficas
relevantes para a tomada de decisões em todas as fases da pesquisa”.
Porém, a pesquisa caminha para uma exploração teórica e prática sobre um
supradito no projeto, com isso, usa-se o procedimento documental conforme BIEGER
(2018, p.15) afirma que “tem o objetivo de descrever e comparar dados, características
da realidade presente e do passado”.
Por fim, a abordagem da pesquisa foi qualitativa, por se “assear na realidade
para fins de compreender uma situação única” (BIEGER, 2018 p.15).

1.4.2. Procedimento de Análise de Dados Pesquisa

A análise de conteúdo é descrita como “técnica de pesquisa para a descrição


objetiva, sistemática, e quantitativa do conteúdo evidente da comunicação” (BIEGER,
2018 p.16).
Foram ainda realizadas pesquisas na internet, sites, blogs, trabalhos e artigos
acadêmicos, de forma a se obter as respostas para o questionamento deste trabalho.

1.4.3. Organização do Trabalho

A pesquisa foi desenvolvida com a finalidade de alcançar os supostos


objetivos proposta da seguinte forma:

16
• Capítulo 1 descreve a introdução do trabalho (problema da pesquisa,
objetivo em geral, e específicos), e também a justificativa, a metodologia e a
organização do trabalho;
• Capítulo 2 narra sobre o referencial teórico e o desenvolvimento do
trabalho, apresentando o que é o SGSO;
• Capítulo 3 relata sobre o regulamento do SGSO e seus subtópicos;
• Capítulo 4 descreve sobre a implantação e o gerenciamento do SGSO, e o
que é a Segurança Operacional de Voo;
• Capítulo 5 onde é apresentado a conclusão deste trabalho sendo então
posteriormente seguido das referencias que dão base a esta monografia.

17
2. O QUE É O SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE SEGURANÇA

OPERACIONAL (SGSO)

2.1 OS PRINCÍPIOS DO SGSO

Antes de iniciar a explanação de conceito de Sistema de Gerenciamento de


Segurança Operacional, é importante entender o significado de cada uma das palavras
que compõem a sua sigla SGSO: S: Sistema; G: Gerenciamento; SO: Segurança
Operacional. “Sistema” significa um conjunto organizado de processos e
procedimentos. “Gerenciamento” refere-se ao processo de conseguir com que tarefas
sejam completadas eficazmente com (e por outras) pessoas. “Segurança Operacional” é
o estado no qual o risco de lesões às pessoas ou danos às propriedades é reduzido e
mantido em, ou abaixo de, um nível aceitável, mediante um contínuo processo de
identificação de perigos e gerenciamento de riscos (ICAO, 2006). (BRASIL, [200-], p.
12).
Ainda de acordo com a ICAO (2006), o SGSO representa uma abordagem
sistemática ao gerenciamento de segurança, incluindo as estruturas organizacionais
necessárias, definição de responsabilidades, políticas e procedimentos.
O Guia PSOE ANAC & SGSO/SAR: Conheça Mais A Respeito (BRASIL,
[200-], p.12), afirma que SGSO constitui-se de “um conjunto de regras e atividades
(ferramentas) estruturadas de modo a aumentar a segurança operacional e reduzir os
riscos, por meio de um sistema de gestão desses riscos”.
Este Sistema tem o objetivo de possibilitar a implantação de uma cultura de
segurança operacional proativa, em organizações do Setor Aeronáutico, por intermédio
do relato efetivo de perigos à segurança operacional (FOGAÇA, 2016).
Seu escopo abrange a maioria das atividades da organização. Deve iniciar
pela Alta Direção e se estender a todos os níveis da organização (BRASIL. [200-]).
Proporciona um conjunto coerente de crenças, de práticas sistematizadas e
procedimentos integrados para o monitoramento e a mitigação dos riscos à segurança
operacional. Consiste de um elemento do programa de Gerenciamento da Segurança
Operacional que possui as seguintes características principais: envolve a maioria das
atividades de uma organização; considera a segurança operacional em todos os níveis da

18
organização; deve partir da Alta Direção; tem como meta a melhora contínua do nível
global da segurança operacional; e envolve todos os usuários do Sistema (BRASIL.
[200-], p. 76).
De acordo com a ICAO (2013), o SGSO caracteriza-se, ainda por ser:
sistemático; proativo; e explícito. Resulta “sistemático” porque as atividades de gestão
da segurança operacional estão de acordo com um plano pré-determinado e se aplicam
de forma consistente em toda a organização. Significa “proativo” porque adota uma
abordagem que enfatiza a identificação de perigos e controle e mitigação dos riscos,
antes da ocorrência de eventos que afetam a segurança operacional. Decorre “explícito”
porque todas as atividades de gerenciamento da segurança operacional são
documentadas e estão disponíveis, fazendo com que nada seja subentendido.

2.2. OS BENEFÍCIOS QUE AS ORGANIZAÇÕES PODEM TER COM SGSO

Conforme documento 10 pontos essenciais que você precisa saber sobre o


SGSO da ANAC (BRASIL, [200-], p. 3), uma organização que possui um SGSO
consolidado possui as seguintes qualidades:

Alta Direção comprometida com a melhoria da segurança operacional e


pessoal emprenhado em alcançar os objetivos de desempenho da segurança
operacional;
Clara percepção sobre o que significa um SGSO e sobre o que deve ser feito
para melhorar a segurança operacional;
Orientação para alocação equilibrada dos recursos visando o controle e a
mitigação viável do risco;
Prática de comunicação aberta através da organização, que é abrangente e
transparente, além de não punitiva;
Cultura organizacional que continuamente busca a melhoria.

2.3. CARACTERÍSTICAS DO SGSO

Conforme DOC 9859 da ICAO, o SGSO possui estrutura fundamentada


basicamente em quatro estruturas, chamadas também de Quatro Pilares do SGSO
(ICAO, 2013).
19
Os Quatro Pilares do SGSO são:

a) Políticas e Objetivos
Os sistemas de gerenciamento atingem seus objetivos estabelecidos através
da definição de políticas, procedimentos e estruturas organizacionais. A
responsabilidade, autoridade, imputabilidade e expectativas são definidas junto das
políticas, sendo a segurança operacional o fator fundamental para a organização. Os
objetivos são definidos de forma que sejam mensuráveis e claros, ainda ao se estipular
prazo a um determinado objetivo, este se torna uma meta. Após a definição dos
objetivos, o Sistema deve possuir mecanismos (indicadores de desempenho) que
permitam acompanhar a evolução e se necessário efetuar correções para permitir que os
objetivos sejam alcançados (SANTOS, 2014).

b) Gerenciamento do Risco à Segurança Operacional (GRSO)


Para o controle de risco em níveis aceitáveis é necessário um sistema que
identifique e faça o gerenciamento dos riscos. Um Sistema de Gerenciamento de Risco
quando corretamente desenvolvido é capaz de estabelecer processos em diversos
departamentos da organização, e através de indicadores de desempenho identifica,
efetua a medição, avaliação e controle de riscos de forma a diminuí-los. O GRSO é
parte do Sistema do Provedor de Serviços de Aviação Civil (PSAC). Seu processo inicia
no momento em que um perigo é identificado, seja por um funcionário do PSAC ou por
alguém de fora da organização, e relatado ao setor responsável por efetuar o
Gerenciamento do Risco. Ao receber a informação da situação de risco, o setor de
GRSO fica então responsável por sua avaliação e pelas medidas para diminui-lo
(SANTOS, 2014).
Ainda, em caso de Estado/Autoridade de Aviação Civil, o GRSO de acordo
com o Guia PSOEANAC & SGSO/SAR: Conheça mais a respeito (BRASIL, [200-], p.
19), deve tratar de:
Definição de requisitos, diretrizes, métodos aceitáveis de cumprimento e
material de orientação no que se refere ao processo de gerenciamento de risco
dos PSAC; [...] Definição da metodologia e formalização dos acordos que
estabelecerão as bases do relacionamento entre a Autoridade de Aviação
Civil e cada PSAC, dos objetivos relacionados à performance da segurança
operacional no curto, médio e longo prazos; adicionalmente a esses aspectos,
pode-se traçar um paralelo entre as empresas e o Estado. As empresas
gerenciam os riscos de suas operações; o Estado gerencia os riscos inerentes
aos PSAC por ele regulados.

20
c) Garantia da Segurança Operacional (GSO)
SANTOS (2014) informa que após a definição das políticas, dos processos,
avaliações e controles, a organização deve então através da gerência efetuar revisão
frequentemente do sistema com o objetivo de garantir a realização dos objetivos da
segurança operacional e verificar a necessidade de criação de novos controles em
função de mudanças no ambiente operacional. Ainda é dito que os processos de
gerenciamento devem ser capazes de se adaptarem a mudanças permitindo então que o
Sistema também seja capaz de se adaptar.
O GSO utiliza informações oriundas de: Auditorias e avaliações;
Investigações de eventos relacionados com a segurança operacional; Análise de dados
de operações de rotina; e Informações submetidas pelos empregados no sistema de
relatos internos. Ainda, o SGSO possui o conceito chave de que um sistema de revisão
de nível gerencial deve ser alimentado por vários sistemas de supervisão (SANTOS,
2014, p. 71).

d) Promoção da Segurança Operacional


Por fim, a organização deve ter a segurança operacional como um de seus
valores fundamentais, e deve estimulá-la através de práticas que gerem a cultura de
segurança operacional. O SGSO tem como grande desafio a criação e manutenção da
cultura de segurança operacional, onde todos os funcionários da empresa são então
conscientes de seu papel e participe no controle e minimização dos riscos. A Promoção
da Segurança Operacional, junto da Política e Objetivos, é responsável por estabelecer
as políticas, os objetivos, as metas e o planejamento do Sistema, e também por
promover o SGSO por meio de treinamentos, divulgação e capacitação. Sendo então
que após essas etapas o GSO passa a ser responsável por garantir que os controles de
riscos estejam sendo praticados e cumprindo seus objetivos (SANTOS, 2014, p. 71).
A seguir, na Figura 1, temos a representação dos Quatro Pilares do SGSO
(SANTOS, 2014)

21
Figura 1 – Características do SGSO

Fonte: (BRASIL, [200-])

22
Quadro 1 – Características do Sistema

Fonte: (BRASIL, [200-])

De acordo com o Quadro 1, é possível verificar que cada Estado terá um


PSO (Programa de Segurança Operacional) implementado após sua Autoridade de

23
Aviação Civil demonstrar ter e garantir a operação eficaz de todo os 4 componentes e
seus respectivos elementos. Dessa forma, um Provedor de Serviço também terá um
SGSO implementado ao comprovar possuir os quatro componentes e seus respectivos
elementos estão operando de forma eficaz. O Provedor ainda é responsável por decidir
se outros componentes e elementos devem ser inclusos para garantir que a
implementação do SGSO tenha êxito (SANTOS, 2014, p. 74). A ANAC não aceita a
exclusão ou alteração de nenhum destes componentes e elementos quanto à sua
descrição, função e escopo. (BRASIL, 2014, p. 12). (IS n° 145.214-001).

24
3. EXPLICANDO A REGULAÇÃO DO SISTEMA DE GERENCIAMENTO

DA SEGURANÇA OPERACIONAL (SGSO)

3.1. DEMANDA DA ICAO

A ICAO implantou o Safety Management System (SMS), ou Sistema de


Gerenciamento da Segurança Operacional (SGSO), como é conhecido no Brasil, através
da publicação do DOC 9859 (ICAO, 2006). (SANTOS, 2014, p. 74).
O SGSO é parte de um modelo de prevenção de riscos com base em
sistemas de segurança a ser implantado gradualmente pelos Estados-membros, nas áreas
tratadas nos Anexos da ICAO. Os Estados-membros e os Provedores de Serviços
Aeronáuticos seriam então responsáveis pela elaboração de seus respectivos Programas
de Segurança Operacional do Estado (State Safety Programs – SSP) e pela
implementação do SMS a fim de atingirem Níveis Aceitáveis de Segurança Operacional
(NASO), respectivamente (SANTOS, 2014).
O Programa de Segurança Operacional (SSP) é um conjunto de
regulamentos e atividades que visam a melhoria da segurança operacional, onde os
Estados-membros possuem a responsabilidade de estabelecer programa de segurança
relativo à Regulamentar e Supervisionar a segurança operacional; Investigar Acidentes e
Incidentes; Sistemas mandatório-voluntários de reportes; Analisar dados referentes à
segurança operacional e por fim, Promover a segurança operacional (SANTOS, 2014;
ICAO, 2006).
O DOC 9859 ainda prevê as referências necessárias para a estruturação do
SMS e também informa que cada Estado-membro é responsável pela definição dos
requisitos mínimos que seus provedores de aviação civil devem possuir (SANTOS,
2014, p. 75).
A Figura 2 informa os quatro passos para o desenvolvimento de um
Programa de Segurança do Estado (SSP).

25
Figura 2 – Desenvolvimento do SSP

Fonte: Pellegrino (2008, p.11)

SANTOS (2014, p. 75) informa que as exigências mínimas de um Estado-


membro é que um Provedor de Serviço ao desenvolver um SGSO como parte de seu
Programa de Segurança (SSP) deste Estado são:
• Identificar os perigos de segurança operacional;
• Assegurar a execução de medidas corretivas necessárias a fim de garantir
o desempenho de segurança operacional;
• Prever a contínua monitoração e avaliação periódica do desempenho da
segurança operacional;
• Possuir a meta de que o desempenho geral do SGSO seja continuamente
melhorado.
Adiante na Figura 3 tem-se a representação da sustentabilidade do Sistema
com base no SSP e nos SGSO implementados por provedores de serviços através da
supervisão de Autoridade Reguladora.

26
Figura 3 – A ponte: SSP e SGSO

Fonte: Vieira (2008, p. 28)

O Programa de Segurança do Estado (SSP) de um Estado é desenvolvido


baseado nos objetivos de segurança operacional e devem atingir um Nível Aceitável de
Segurança Operacional – NASO (Acceptable Level of Safety – ALoS, em inglês). Ou
seja, o Estado é responsável por definir um ALoS a ser obtido através de várias
ferramentas e meios do SSP. O ALoS ainda pode servir para monitorar o desempenho
dos SGSO (SANTOS, 2014, p. 76).
Na Figura 4 é representada a sustentabilidade do Sistema gerada através do
ALoS (estabelecido no Programa de Segurança do Estado - SSP) e pelo controle que os
provedores de serviços utilizam para acompanhar o desempenho de segurança
operacional dos SGSO.

27
Figura 4 – A ponte: ALoS do SSP e desempenho de SO dos SGSO

Fonte: VIEIRA (2008, p.35)

Os requisitos legais e normas estabelecidas não podem ser substituídos por


NASO e SGSO, sendo estes ainda responsáveis por dar suporte ao seu fiel
cumprimento. Ainda, mesmo que um nível de desempenho de segurança operacional
seja estabelecido os operadores (prestadores de serviços) não são eximidos de cumprir a
SARP e/ou regulamentação nacional adequada (VIEIRA, 2008, p. 21).
O Quadro 2 representa um exemplo de modelo de desempenho de
segurança operacional de um SGSO.

Quadro 2 – Exemplo de desempenho de segurança operacional de um SGSO

Fonte: (SANTOS, 2014, p. 78)

28
A responsabilidade de supervisão é compartilhada pelo Estado e pela ICAO,
sendo que esta última exerce sua responsabilidade através de um programa de
monitoramento que possibilita às autoridades verificarem se todos os Estados
implementaram as normas de segurança operacional, as práticas sugeridas e os
procedimentos informados nos Anexos da ICAO, este programa é conhecido como
Universal Safety Oversight Audit Program – USOAP (SANTOS, 2014). De acordo com
Santos (2014, p. 78) o Estado por sua vez, efetua a supervisão através das ações abaixo:
• Elaborando as normas, as instruções e as regras;
• Investigando os acidentes e incidentes aeronáuticos;
• Aplicando multas, sanções, inspeções e auditorias de segurança
operacional;
• Atividades de vigilância.

O desempenho de segurança operacional pode ser monitorado através de


vários métodos empregados pelas Organizações, sendo que estes variam de acordo com
o tamanho e a complexidade da organização.
Órgãos reguladores e Organizações podem observar o desempenho e avaliar
as condições de segurança operacional através de inspeções. Informações sobre
operações de linha aérea podem ser obtidas através da análise de dados do Flight
Operations Quality Assurance (FOQA), da Aviation Safety Action Program (ASAP) e
da Line Operations Safety Audit (LOSA). As organizações ainda podem efetuar esta
avaliação deste desempenho através de Auditorias de Segurança Operacional, de
Relatórios de Segurança Operacional e ainda por meio de eventos e integração de
sistemas de segurança (SANTOS, 2014, p. 78).
De Acordo com a (ICAO 2013) as principais atividades do SSP/SGSO são:
• Supervisão da segurança: atividade onde o Estado verifica o SGSO de
operadores/provedores de serviços;
• Garantia da segurança: atividade em que os operadores/provedores de
serviços monitoram e medem o desempenho da segurança operacional;
• Auditoria de segurança: atividade em que o Estado avalia seu Programa
de Segurança Operacional (SSP) e os SGSO de seus provedores de serviços.
A Figura 5 ilustra o Sistema Integrado de Gerenciamento da Segurança
Operacional.

29
Figura 5 – Sistema Integrado de Gerenciamento da Segurança Operacional

Fonte: VIEIRA (2008, p.36).

A figura acima informa que o SSP e o SGSO estão no lado da proteção, e


possuem o objetivo de controle de riscos à segurança operacional e controle dos riscos à
segurança durante a entrega de serviços, respectivamente. A interação SSP e SGSO
ocorre através de auditorias e inspeção. No lado superior direito da figura 5 (Produção)
estão as atividades que o Estado possui para atender as necessidades de cliente. A parte
inferior direita informa que a entrega de serviços, do Provedor de Serviços, tem o
objetivo de atingir as metas comerciais e a satisfação dos clientes. Ainda, informa que
este processo interage com o SSP e com o SGSO do Provedor de Serviços. (Santos,
2014, p. 79-80).

3.2. A IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA DE SEGURANÇA OPERACIONAL NO

BRASIL (PSO-BR)

O Programa de Segurança Operacional Brasileiro, abreviado de PSO-BR,


foi implantado através da Portaria Conjunta n° 764/GC5 (BRASIL, 2009, p.2).
O documento PSOE-ANAC, Programa de Segurança Operacional
Específico da ANAC, estabeleceu requisitos de Órgão Regulador à ANAC e os
30
requisitos e diretrizes necessários aos Provedores de Serviços de Aviação Civil (PSAC)
quanto a orientação, implantação e desenvolvimento de SGSO. De forma semelhante,
no PSOE-COMAER ficou estabelecido ao COMAER (Comando da Aeronáutica)
requisitos como Órgão Regulador – navegação aérea e investigação de acidentes
aeronáuticos e os requisitos aos seus Provedores de Serviços de Navegação Aérea.
Dessa forma, ANAC e COMAER, são responsáveis por regular os provedores de
serviços da aviação civil e os provedores de serviços de navegação aérea,
respectivamente, quanto à implantação e operação de seus Sistemas de Gerenciamento
de Segurança Operacional – SGSO (SANTOS, 2014, p. 80-81).
Adiante na Figura 6, é ilustrado a estrutura do Programa de Segurança
Operacional Brasileiro.

Figura 6 – Estrutura do PSO-BR

Fonte: Brasil ([200-], p. 8).

Santos (2014, p. 81) ainda informa que o PSOE-ANAC é responsável pela


Segurança Operacional, Aeronavegabilidade e Infraestrutura Aeroportuária, de acordo
com as exigências dos “Anexos 1, 6, 8 e 14” da ICAO e que o PSOE-COMAER, junto
de seus Órgãos, Departamento de Controle do Espaço Aéreo, Assessoria de Segurança
Operacional do Controle do Espaço Aéreo e Centro de Investigação e Prevenção de
Acidentes Aeronáuticos, é responsável por implantar e operar o Programa, conforme os
“Anexos 1, 11 e 13” da ICAO.
O Art. 7º da Portaria Conjunta nº 764/GC5, informa que o PSO-BR é um
indicador de desempenho para a avaliação do PSOE-BR, sendo então determinado pela
ANAC a criação de metas e indicadores de forma a possibilitar a gerência da segurança
31
operacional, tanto para si como Órgão Regulador, quanto para seus regulados. Adiante
no Art. 8º da Portaria Conjunta nº 764/GC5 é dito que os PSOE da ANAC e do
COMAER devem apoiar o Estado Brasileiro na gerência do GSO (SANTOS, 2014, p.
82).

3.2.1. Anexo 19 da ICAO

Em 2013 a ICAO criou o “Anexo 19” no qual trata do Gerenciamento da


Segurança Operacional da Aviação, sendo este “Anexo” um resumo dos tópicos mais
relevantes dos “Anexos 1, 6, 8, 11, 13 e 14” de forma a ter em um único documento as
normas referentes ao gerenciamento da segurança operacional (ICAO, 2013). Este
“Anexo” ainda auxilia em melhorias na padronização; na colaboração entre as partes
interessadas da aviação; na criação de iniciativas para troca de informação; e também ao
estabelecer prioridades para investimento em recursos humanos e técnicos com o
objetivo de garantir a segurança das operações no futuro (SANTOS, 2014, p. 82).

32
4. A IMPLANTAÇÃO E O GERENCIAMENTO DO (SGSO)

4.1 GESTÃO DA SEGURANÇA OPERACIONAL PELA ANAC

É importante informar que o PSOE-ANAC possui caráter permanente,


sendo então necessário sua atualização de forma a estar sempre alinhado com o PSO-
BR, conforme informado no (Art. 5º do PSOE-ANAC). (SANTOS, 2014, p. 86).
Conforme informado anteriormente os objetivos da segurança operacional
de acordo com o PSOE-ANAC é obter os NASO estabelecidos para a aviação civil. O
NASO é utilizado para avaliar o desempenho da segurança operacional do PSAC sendo
que este deve ser estabelecido pela ANAC por tempo determinado (SANTOS, 2014, p.
86-87). (Art. 4° do PSOE-ANAC).
A ANAC ao estabelecer um NASO avalia o nível e a tolerância do risco, o
custo/benefício ao se propor melhorias para o sistema da aviação civil e também a
expectativa que a sociedade possui quanto ao sistema de aviação civil. Ainda, o NASO
para ser alcançado requer a contribuição de todos os PSAC envolvidos, sendo que seu
desempenho é avaliado pelos PSAC através Nível Aceitável de Desempenho da
Segurança Operacional - NADSO (SANTOS, 2014, p. 87).
O NADSO de todos os PSAC, de acordo com a ANAC deve ser
representado através de “duas medidas ou métricas” que são os Indicadores de
Desempenho de Segurança Operacional (IDSO) e Metas de Desempenho de Segurança
Operacional (MDSO) e também por “meios e ferramentas” a serem utilizados para o
alcance das metas são os Requisitos de Segurança operacional – ReqSO (BRASIL,
[200-], p.70). (SANTOS, 2014, p. 87-88)
Santos (2014), informa que ANAC adotou um programa de GRSO com o
objetivo de aceitar e aprovar os níveis de segurança operacional a serem obtidos por
PSAC. Informa ainda que o SGSO é a principal ferramenta utilizada pela ANAC em seu
programa de gerenciamento de risco.
Na definição do SGSO na página da ANAC (BRASIL, [200-]), os processos
chave de um SGSO envolvem:

33
Reporte de Eventos de Segurança Operacional (ESO) – processo de aquisição
de dados e informações relacionados à segurança operacional;
Identificação de perigos: conjunto de atividades voltadas para identificação
de perigos relacionados com a organização;
Gerenciamento de Riscos: processo padronizado para avaliação e definição
de medidas de controle de riscos;
Medição de desempenho: ferramentas gerenciais definidas para avaliar se os
objetivos de segurança operacional da organização estão sendo atingidos; e
Garantia da Segurança Operacional: conjunto de atividades voltadas para
padronização da prestação do serviço, conforme critérios estabelecidos de
desempenho. (SANTOS, 2014, p. 88).

A ANAC tem desenvolvido ações de certificação, regulação e fiscalização


para acompanhar o crescimento que o segmento da aviação civil brasileira tem tido
recentemente, de forma a garantir que a segurança operacional evolua de acordo com
esse crescimento (SANTOS, 2014, p. 88-89).
A seguir alguns programas e atividades (de destaque) voltados a melhorar a
segurança operacional que a ANAC colocou em prática (SANTOS, 2014, p. 89)
exemplos deles são:
1. Relatórios de Prevenção (RELPREV);
2. Recomendações de Segurança Operacional (RSO);
3. Auditorias/Vistorias de Segurança Operacional (VSO);
4. Auditorias Internas;
5. Sistema Decolagem Certa (DCERTA);
6. Capacitação e desenvolvimento de pessoas;
7. Revisão de atos normativos; e
8. Além de inúmeras palestras, seminários e cursos voltados para os
profissionais da aviação civil.

4.2 A POLÍTICA DE PLANEJAMENTO DO SGSO

O planejamento do SGSO requer procedimentos organizacionais e


processos, necessários para estruturar, implantar e efetuar a manutenção do SGSO,
sendo estes elaborados, documentados, devidamente assinados e aceitos pela ANAC. A
etapa de planejamento ainda envolve o treinamento de pessoal, caracterização do
ambiente operacional, diagnóstico do SGSO e, por fim, o Plano de Implantação do

34
SGSO, sendo somente encerrada após a ANAC aceitar previamente toda essa
documentação (SANTOS, 2014, p. 90).

4.2.1 Os Componentes que integram as Políticas e Objetivos do Provedor de Serviços

Conforme informado anteriormente, o SGSO de um PSAC só será


implementado após a comprovação de que o PSAC possui cada um dos quatro pilares
do SGSO e estes junto de seus respectivos elementos estão efetivamente operando.
A seguinte tabela apresenta 5 elementos (Quadro 3) que constitui o
componente “Políticas e Objetivos do Provedor de Serviços”, sendo que este é parte
integrante da etapa de planejamento do SGSO, e que constam no Guia PSOE- ANAC &
SGSO/SAR (SANTOS, 2014, p. 90).

Quadro 3 – Elementos do componente "Políticas e Objetivos do Provedor de Serviços"

Fonte: Adaptação de Brasil ([200-]).

Os elementos da Política e Objetivos do Provedor de Serviços são:

a) Elemento 1.1 – Responsabilidade e comprometimento da Alta Direção:


A Alta Direção e seu comprometimento com a segurança operacional é a
base do SGSO. A responsabilidade por definir a segurança operacional como um dos
valores centrais da empresa é da Alta Direção, sendo também responsável por controlar
os recursos e assegurar a segurança operacional. Cabe ao PSAC inserir a Alta Direção
35
nos processos e criar a política de segurança operacional conforme os requisitos da
ANAC (SANTOS, 2014, p. 91).
A política de segurança é baseada no compromisso que a organização tem
com a segurança operacional, deve ser comunicada a toda a organização, deve informar
quais os procedimentos adequados ao se notificar eventos de segurança operacional, e
ainda, de informar claramente os comportamentos que não são aceitáveis e quais as
ações disciplinares correspondentes, ainda é importante que esta política seja revista de
forma a garantir que continue a ter relevância para a organização (SANTOS, 2014).
O Detentor de Certificado (pessoa jurídica certificada e autorizada pela
ANAC a possuir empresa de transporte aéreo funcionando) é responsável por planejar,
implantar, operar e executar a manutenção de seus SGSO. Enquanto que a ANAC fica
responsável pela aceitação e supervisão dos SGSO dos Detentores de Certificados
(SANTOS, 2014).
Segundo a ANAC (BRASIL, 2012) o Detentor de Certificado fica ainda a
cargo de definir o NADSO de seu SGSO considerando IDSO, MDSO e ReqSO, ou seja,
levando em conta o Desempenho de Segurança Operacional; Metas de Desempenho de
Segurança Operacional; requisitos de Segurança Operacional do SGSO.
A MDSO e o ReqSO são os indicadores de desempenho da segurança
operacional e as ferramentas utilizadas para que a MDSO seja atendida, respectivamente
(SANTOS, 2014).
Cabe ainda ao Detentor de Certificado identificar e avaliar riscos e perigos
levando em conta a compatibilidade da estrutura organizacional em relação à
complexidade das operações; as características operacionais da frota de aeronaves; as
características físicas e operacionais e deficiências dos aeródromos nos quais operam; as
tecnologias, treinamentos e regulamentos; os contratos de terceiros; e ainda as
dificuldades quanto às mudanças, (BRASIL, 2012).

b) Elemento 1.2 – Responsabilidade primária acerca da segurança


operacional
Segundo SANTOS (2014, p. 94) A responsabilidade primária, também
chamada de accountability, é uma declaração formal e explícita que informa as
obrigações do Gestor Responsável mediante a ANAC, seja por ele ou por seus
subordinados. A alocação de responsabilidades (accountability) deve estar claramente
definidas no SGSO (BRASIL, 2014). O significado do termo “accountability” de acordo

36
com o dicionário Oxford Escolar (DICIONÁRIO, 2000) é “responsabilidade onde se
deve efetuar a prestação de contas perante suas ações”.

c) Elemento 1.3 – Designação do pessoal-chave de segurança operacional


O grupo de planejamento é formado pelo Gestor Responsável que seleciona
um grupo de Diretores e Dirigentes da Organização (chamado de grupo-chave) para
desenhar, desenvolver e implementar o SGSO. Em situações nas quais o Gestor
Responsável não possuir conhecimento técnico na área da aviação, cabe ao Detentor de
Certificado indicar um representante (Diretor ou Gerente de Segurança Operacional)
para tratar de assuntos relacionados ao SGSO junto da Autoridade de Aviação Civil. A
seleção do grupo-chave e distribuição de responsabilidade entre seus membros é uma
das primeiras tarefas do Gestor Responsável. Ainda é importante dizer, que os Diretores
e Dirigentes que constituem o grupo-chave necessitam comprometer-se com as suas
responsabilidades, independente de qual seja função principal (SANTOS, 2014, p. 97).

d) Elemento 1.4 – Coordenação do Plano de Resposta a Emergências


Infelizmente, apesar de todos os cuidados os acidentes ainda ocorrem e,
portanto, as empresas necessitam então se prepararem para a sua ocorrência. Assim se
faz necessário existir um Plano de Resposta a Emergência onde são detalhadas as ações
a serem executadas quando um acidente ocorre e ainda, estipula um responsável por sua
execução (SANTOS, 2014).
Cabe ao PSAC coordenar seu PRE e documentar todos os seus
procedimentos e ainda assegurar que o mesmo esteja de acordo com o das organizações
nas quais possui interface. Sendo importante ainda que os responsáveis pelas ações
estejam claramente identificas (SANTOS, 2014).
O Guia PSOE-ANAC & SGSO/SAR (BRASIL, [200-], p. 16-17) informa
que alguns dos tópicos do PRE devem ser: estabelecer um local no qual ocorre a
coordenação das ações; a escolha de recursos disponíveis nesta sala; como e de que
foram tais recursos serão gerenciados; de que forma ocorrerá o atendimento de vítimas
(sejam fatais ou não) e de suas famílias; e por fim, quem pode se comunicar e quais
informações poderão ser entregues a imprensa. Ainda é importante informar que se faz
necessário executar simulações (ou exercícios) em intervalos definidos pela
organização, com todos os membros atuantes (direta ou indiretamente) do PRE.

37
d) Elemento 1.5 – Documentação do SGSO
Todas as atividades de GSO devem estar devidamente documentadas. Todas
as organizações devem documentar seus manuais de procedimentos e registros, e ainda
efetuar estes procedimentos de acordo com o que está documentado, sendo então a
documentação um elemento de grande importância para o desenvolvimento de SGSO.
Ainda, além de documentar e armazenar estes documentos importantes também se faz
necessário encaminhar à ANAC todos os documentos que venham a demonstrar que os
componentes relacionados à implantação do SGSO estão efetivamente funcionando. O
documento que informa todos os aspectos do SGSO, e de que forma a organização irá
atingir seus objetivos e os requisitos estabelecidos pela ANAC, é chamado de Manual
do Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional, MSGSO (SANTOS, 2014, p.
102-103).

4.3 O PROCEDIMENTO DO SISTEMA DE GERENCIAMENTO DA

SEGURANÇA OPERACIONAL (SGSO)

O papel do gerenciamento na segurança operacional é proteger os interesses


da organização. Através de um SGSO bem desenvolvido a gerência terá melhores
oportunidades para que suas obrigações em relação a segurança operacional sejam
cumpridas. O SGSO possui processos e procedimentos mesmo estando em
funcionamento podem sofrer alterações. O SGSO é integrado por processos de GRSO e
GSO, sendo o GRSO responsável por identificar inicialmente os perigos e a avaliar os
riscos enquanto que o GSO responsável por comandar e garantir que o controle de risco
esteja sendo praticado (SANTOS, 2014).

38
4.3.1 Elementos que integram o componente “Gerenciamento de Risco (GR)”

Quadro 4 – Elementos do componente Gerenciamento de Risco (GR)

Fonte: Adaptação de Brasil ([200-]).

No Quadro 4 estão identificados os dois elementos que constituem o


componente “Gerenciamento de Risco (GR)” integrante da etapa de operação do SGSO
(BRASIL, [200-]). Os processos de identificação, análise, avaliação e controle de riscos
são desenvolvidos pelas organizações, através da escolha das ferramentas adequadas
sendo ainda documentadas no MGSO (SANTOS, 2014, p. 106).

4.3.2 Elementos que integram o componente de Garantia da Segurança Operacional

(GSO)

O Gerenciamento de Riscos de Segurança Operacional através da


supervisão e retro informação avalia a eficácia do SGSO e ao identificar perigos se faz
então necessário efetuar alterações no sistema. A organização ainda é responsável por
diariamente monitorar e garantir que os controles de risco de segurança operacional
continuem instalados e funcionem conforme estabelecido (SANTOS, 2014).
O Quadro 5 abaixo apresenta os três elementos do componente Garantia da
Segurança Operacional (GSO).

39
Quadro 5 – Elementos do componente Garantia da Segurança Operacional (GSO)

Fonte: Adaptação de Brasil ([200-]).

A seguir, são detalhados os elementos de Garantia da Segurança


Operacional (GSO).

a) Elemento 3.1 – Monitoramento e medição da performance da segurança


A principal tarefa da garantia da segurança operacional é o controle, onde
são efetuados o monitoramento e medição dos resultados obtidos pelas atividades
efetuadas pelos envolvidos na prestação de serviço da organização. Garantindo então
que as pessoas envolvidas nas atividades possuam condições adequadas para entregar as
atividades de acordo com o esperado (SANTOS, 2014, p. 107).
Conforme informado anteriormente, o monitoramento se faz por meio de
auditorias, monitoramento contínuo das atividades e através de relatos de perigos feito
por funcionários (ICAO, 2013).
Cabe ao Gestor Responsável estabelecer metas para que os objetivos sejam
alcançados, levando em conta os recursos da organização. Estas metas junto de
indicadores são utilizadas para avaliar o desempenho da SGSO da organização
(SANTOS, 2014).

b) Elemento 3.2 – Gestão das mudanças


As mudanças em organizações de aviação são permanentes. Isso se deve por
frequentemente ocorrer expansão, contratação, alteração em sistemas, introdução de
equipamentos mais sofisticados, assim, cabe a gestão de segurança operacional
minimizar possíveis perigos causados pelas mudanças internas. As mudanças podem ser
também externas à organização, sendo as alterações efetuadas pelas Agências
Regulamentadoras, um exemplo de mudança externa. Assim cabe a organização então
desenvolver um processo que garanta que as mudanças e perigos possam ser

40
identificadas, de forma a possibilitar que os riscos sejam então gerenciados e tratados
(SANTOS, 2014).

c) Elemento 3.3 – Melhoria contínua do SGSO


A Garantia da Segurança Operacional é fundamentada no ciclo de melhoria
contínua, garantindo então o controle da segurança operacional de forma eficaz através
da melhoria do sistema operacional. A melhoria contínua é resultado obtido através: de
reavaliações da política e objetivos da segurança operacional; análise dos dados da
segurança operacional; resultados encontrados por auditorias (internas e externas); de
rigoroso acompanhamento da documentação; de análise crítica dos resultados obtidos;
dos impactos que a gestão de segurança operacional obteve; por ações corretivas e
preventivas estipuladas pelas medidas de diminuição de riscos ou perigos (SANTOS,
2014, p.110).
Portanto a melhoria contínua do SGSO determina o motivo de ocorrer
desempenhos abaixo do esperado e busca corrigi-los através de atividades de garantia da
segurança operacional (SANTOS, 2014).

4.3.3 Elementos que integram o componente da Promoção da Segurança

A Promoção da Segurança Operacional considera tanto o comportamento


individual quanto o da organização de forma a completar possíveis brechas que venham
a existir nas políticas, procedimentos e processos da organização (SANTOS, 2014).
O Quadro 6 apresenta os elementos do componente “Promoção da
Segurança”.

Quadro 6 – Elementos do componente Promoção da segurança

Fonte: Adaptação de Brasil ([200-]).

41
Os elementos do componente “Promoção da Segurança” são:

a) Elemento 4.1 – Treinamento e educação


As organizações comprometidas com a eficácia de seu SGSO devem
fornecer treinamento apropriado a seus funcionários (independentemente do seu nível
hierárquico e função), a fim de permitir que as atividades executadas de acordo com o
previsto. A organização e a ANAC avaliam a eficiência dos treinamentos através de
auditorias, considerando o desempenho que os funcionários possuem ao executar suas
atividades. Estes treinamentos junto de informações como conteúdo, frequência de
realização, avaliação e controle de documentação devem estar descritos no Manual do
SGSO (SANTOS, 2014, p.111).

b) Elemento 4.2 – Comunicação e disseminação dos assuntos relativos ao


SGSO
A comunicação clara entre todos os setores e funcionários da organização é
um fator de grande importância, pois assim é possível comunicar as metas e situação
das atividades ou ainda de acontecimentos relevantes. Essa comunicação permite ainda
ser divulgado o desempenho do SGSO e de todas as lições aprendidas (seja por
pesquisas ou por experiencias vividas por outras organizações). A comunicação entre o
Gerente de Segurança Operacional e os demais funcionários da organização possibilita a
este gerente tomar conhecimento de todas as situações importantes nas quais não pode
estar presente, sendo o RAC – Relato de Aviação Civil uma das ferramentas utilizadas
para este propósito (SANTOS, 2014, p.112).
As principais formas de comunicação utilizadas para divulgar o SGSO são a
apresentação do manual do SGSO; divulgação de todos os processos, procedimentos,
boletins, avisos e alertas referentes a segurança operacional; e incentivo ao
preenchimento do RAC (SANTOS, 2014).

42
4.4 SEGURANÇA OPERACIONAL DE VOO

O planejamento de atividades para prevenir acidentes aeronáuticos no Brasil


é orientado pelo documento ICA 3-2 (Programas de Prevenções de Acidentes
Aeronáuticos da Aviação Civil Brasileira). O SIPAER é o Sistema de Investigação e
Prevenção de Acidentes Aeronáuticos da aviação civil brasileira (BRASIL, 2012). (ICA
3-2, 2012).
É de responsabilidade de todas as pessoas, físicas ou jurídicas, que estejam
envolvidas na fabricação, manutenção, operação e circulação de aeronaves efetuar a
prevenção de acidentes aeronáuticos (NSCA 3-3, 2013).

4.4.1 Conceitos Básicos de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos

Os conceitos básicos de prevenção de acidentes aeronáuticos são: Cultura da


Organização, Atividades básicas da Organização e Funcionários. Em Cultura da
Organização, as normas, valores e atitudes estabelecem um conjunto de hábitos e
crenças. Em Atividades básicas da Organização são identificados e gerenciados os
riscos presentes nas atividades da organização. O último conceito diz respeito a quem
executa a atividade, no caso os Funcionários, sendo estes o componente mais sensível
de forma que é importante para o sucesso das atividades executadas conhecer suas
capacidades e vulnerabilidades (BRASIL, 2012). (ICA 3-2, 2012, p. 10).

4.4.2 Objetivo do SGSO na Segurança do Voo

Um Programa de Segurança de voo é confeccionado de forma a reagir após


o acontecimento de um evento indesejado enquanto que o SGSO, conforme
mencionado, é um programa de cultura de segurança operacional que busca a melhoria
contínua de seus processos com o propósito de eliminar riscos que podem interferir na
entrega dos resultados estabelecidos. Com o SGSO, a segurança de voo é ampliada de
forma a se considerar todos os aspectos envolvidos na segurança de operação de uma

43
aeronave e promovendo a melhoria contínua dos níveis de segurança. (SANTOS, 2014;
BRASIL, 2009 e LIRA [200-]).

4.4.3 Como são realizadas as Investigações de Acidentes Aéreos

A investigação de acidente aéreo é um processo relevante na melhoria da


segurança de voo (FAB, [200-]).
É efetuado pelo SIPAER, Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes
Aeronáuticos, para prevenir que novos acidentes ocorram através da identificação dos
fatores que o possibilitaram ocorrer. O SIPAER não considera que apenas um fator é
determinante para a ocorrência do acidente e sim, que diversos fatores em séries
contribuíram de forma equivalente para a sua ocorrência (FAB, [200-]).
A investigação é de responsabilidade do País onde esta ocorreu, podendo ter
o envolvimento de outras nações (fabricante da aeronave, operador, etc.). Sindicatos e
entidades semelhantes podem também participar da investigação (FAB, [200-]).
Entende-se por acidente aeronáutico determinadas situações que venham a
ocorrer com um indivíduo desde o embarque até o desembarque. Essas situações de
acordo com a (FAB, [200-]), (NSCA 3-13, 2017) podem ser:
• lesão grave ou morte por contato direto com qualquer uma das partes da
aeronave, a única exceção é para as lesões de causa naturais, por terceiros ou causadas
pelo próprio individuo lesionado;
• dano ou falha estrutural que tenha influência na resistência estrutural, no
desempenho ou nas características de voo da aeronave, de forma que seja necessário
efetuar a substituição ou reparos de componentes, sendo desconsiderado dano ou falha
no motor, suas carenagens ou acessórios, ou ainda de outros componentes como hélices,
pontas de asa, antenas, pneus, freios, etc.
• situações nas quais a aeronave esteja desaparecida ou absolutamente
inacessível.

44
5. CONCLUSÃO

A inserção e o desenvolvimento do Sistema de Gerenciamento de Segurança


Operacional são fundamentais para a gestão e metodologia científica da segurança
operacional, beneficiando as organizações aéreas, através da melhoria contínua de seus
processos garantindo, então, que as atividades estipuladas sejam entregues conforme
estipulado. Este Sistema é padrão para toda a aviação mundial, sendo ainda utilizado
fora do ambiente da aviação através de sistemas parecidos em organizações que
requerem elevado nível de qualidade, em áreas como a de segurança, saúde
ocupacional, meio ambiente, etc.
O SGSO após implementado estabelece valores (crenças), práticas
altamente definidas e organizadas (sistematizadas) e procedimentos integrados
adequados para que ocorra o monitoramento em busca da extinção dos riscos à
segurança operacional, possuindo como principais características o envolvimento da
maioria das atividades da organização; a segurança operacional é considerada em todos
os níveis da organização; e tem como propósito a melhoria constante da segurança
operacional; e sempre envolve todos os usufruidores do Sistema.
O SGSO viabiliza a adoção de práticas de gestão que devem ser efetuadas
de forma a se prever um perigo através de práticas proativas ao invés de tomar medidas
somente após o problema realmente ocorrer. Essas práticas proativas são então
efetuadas durante o gerenciamento de riscos, processo este onde são analisados a
severidade e a probabilidade dos perigos anteriormente identificados, possam gerar
impactos permitindo, então, que seja elaborado um plano para mitigar estes riscos.
Assim, o SGSO é reconhecido como ferramenta de prevenção que guia as
ações de gerenciamento da segurança operacional dos provedores de serviços, conforme
os padrões e procedimentos instituídos pela ANAC.
Por fim, ressalta-se com especial observação a importância do SGSO na
vida dos funcionários e das empresas, e até mesmo para a segurança dos voos, já que
possui a característica de buscar a melhoria contínua dos processos, treinamento de
funcionários sendo importante proporcionar melhores condições para que os
trabalhadores executem suas atividades da melhor forma possível e ainda possibilite que
através de melhores práticas os acidentes aeronáuticos podem então ser reduzidos e até

45
eliminados. Assim, a operação deste Sistema traz diversos benefícios com a sua
implantação, em particular ao melhorar a prevenção de acidentes aeronáuticos e
proporcionando então maior segurança a todas as pessoas durante os voos.
Devido a este trabalho informar apenas a utilização do Sistema de Gestão de
Segurança Operacional como forma de se melhorar a prevenção de acidentes e
consequentemente a segurança de voo, fica evidente a limitação quanto a dados
concretos obtidos por empresas aéreas que implementaram a utilização deste Sistema.
Assim, para trabalhos futuros fica a sugestão de se primeiramente, verificar
as atualizações, modificações e possíveis novos entendimentos que as organizações e
autoridades nacionais ou internacionais possam ter quanto a utilização deste sistema,
por se tratar de um tema que possui a necessidade de constantemente ser revisto a fim
de que cada vez mais se tenha o aumento da segurança de voo, sendo então necessário
verificar os novos estudos que envolvem a utilização do SGSO.
Também é recomendável efetuar pesquisa quantitativa, de forma a se obter
dados numéricos que informem os benefícios obtidos por empresas, autoridades
nacionais ou internacionais, através da utilização deste Sistema. Ainda é importante
informar as dificuldades encontradas, as metas alcançadas e quais as formas a serem
utilizadas para se atingir todos os objetivos almejados e garantir a constante melhoria
dos processos envolvidos nas atividades aeronáuticas e consequentemente a segurança
de voo.

46
REFERÊNCIAS

BIEGER, J. R. Fatores Humanos e suas Ligações com Acidentes no Meio


Aeronáutico. 2018. 43f. Monografia - Curso de graduação em Ciências Aeronáuticas,
Universidade do Sul de Santa Catarina. Palhoça. 2018.

BRASIL. Agência Nacional de Aviação Civil. A ANAC: O SGSO. [200-]. Disponível


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______. A ANAC: Promoção da Segurança Operacional. [200-]. Disponível em:


<http://www2.anac.gov.br/SGSO2/PSO.asp>. Acesso em: 17 out. 2018.

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operacional/arquivos/cba.pdf>. Acesso em: 06 out. 2018.

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