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Astrid Uzcátegui1
SUMÁRIO
Introdução; 1. A marca de certificação e sua proteção legal no Brasil; 2. A marca de
certificação e sua proteçao na Comunidade Européia; 3. A marca de garantia na legislação
espanhola; Considerações finais; Referências consultadas.
RESUMO
RESUMEN
quien presenta durante el año 2001, una nueva ley sobre marcas con importantes cambios en
el tratamiento de esta institución.
Palabras-chave: Marcas de certificação – Legislação - Brasil – Comunidade Européia –
Marca de garantia – Espanha.
INTRODUÇÃO
1
Professora Agregada de Direito Comercial na Universidade dos Andes, ULA, Mérida Venezuela; Mestre em
Propriedade Intelectual.Doutoranda na Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC, Florianópolis, Brasil.
Orientador: Dr. Prof. Luiz Otávio Pimentel. E-mail: acuzcategui3@hotmail.com
2
O Brasil: Lei da propriedade industrial nº 9.279/96; Costa Rica: Lei de marcas e signos distintivos nº
7978/2000 reformada pela lei nº 8020; Guatemala: Lei de propriedade industrial do ano 2000; Nicarágua: Lei de
marcas e signos distintivos do ano 2001; Panamá: Ley sobre propriedade industrial nº 35/96; Paraguai: Lei sobre
marcas nº 1294/98; Uruguai: Normas relativas a marcas nº 17.011/98; nos cinco países da Comunidade Andina
de Nações (Colômbia, Equador, Peru, Bolívia e Venezuela), pela Decisão 486 de Regime Comum da
Propriedade Industrial do ano 2000.
3
3
TINOCO OSARES, José Carlos. Marcas vs. Nome Comercial: Conflitos. São Paulo: Jurídica Brasileira,
2000. p. 47.
4
Brasil. Presidência da República. Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI Nº 9.279, DE 14 DE MAIO DE 1996.
Regula direitos e obrigações relativos à propriedade industrial. Disponível em http://www.planalto.gov.br acesso
10 de abril de 2003.
4
No que diz respeito à titularidade das marcas de certificação, para que esta seja
conferida, é preciso cumprir com dois requisitos essenciais, quais sejam:
1. Caso o requerente seja uma pessoa de direito privado, deve possuir, no âmbito de seu
objeto social a atividade comercial para a qual está solicitando o registro da marca. Isto é, a
atividade de certificação, recai sobre atividades lícitas. Nesse sentido, é oportuno, aqui, fazer
as seguintes reflexões:
Segundo o dicionário de Língua Portuguesa,6 entende-se por lícito: “1. Conforme à lei;
2. V. Jurídico: 1.Relativo ou pertencente ao Direito. 2. Conforme aos princípios do direito,
lícito; legal. 3. Permitido por lei; lega, justo. Aquilo que é justo ou permitido.” (grifo nosso).
A esse respeito, De Plácido e Silva7 assinala que lícito é
5
Artigo 129 da lei da propriedade industrial brasileira.
6
Novo Aurélio Século XXI: O dicionário de Língua Portuguesa. Diccionário electrônico. Nova fronteira,
1999.
7
De Plácido e Silva. Vocabulário jurídico. 21ª ed. Rio de Janeiro: Forense. 2003. p. 493.
5
Derivado do latim licitus (legítimo, permitido, legal). De licere (ser permitido, ser
possível), em sentido rigorosamente jurídico, quer exprimir tudo aquilo que se pode
fazer, porque não é vedado por lei.
Nesta razão, no ponto de vista do Direito, lícito é não somente o que está por lei
autorizado, como legitimo, o legal, o permitido, o regular.
Equilave, por veces, ao sentido de jurídico, pois que a licitude, qualidade ou
condição de ser lícito, fundada no Direito ou decorrente de um direito, em
referencia aos atos, é condição legal para que promova a aquisição, o resguardo, a
transferência, a modificação ou a extinção de direitos, segundo desejo ou vontade
do agente.
Lícito: Em sentido lato, porém quer significar tudo o que é permitido ou não proibido,
não somente pela lei, como pela moral ou pela região. (grifo nosso).
8
OMPI citado por RIBEIRO DE ALMEIDA, Alberto Francisco. Denominação de origem e marcas.
Universidade de Coimbra, 1999. p. 369.
9
Artigo 128, § 3º da lei da propriedade industrial brasileira.
6
10
Artigo 148 da lei da propriedade industrial brasileira.
11
Aurélio Século XXI: O dicionário de Língua Portuguesa. op.cit.
12 12
De Plácido e Silva. op.cit. p. 6959.
13
Direito Administrativo Brasileiro. P. 108
7
14
Artigo 149 da lei da propriedade industrial brasileira.
15
Artigo 150 da Lei da propriedade industrial brasileira.
16
Artigo 151 da Lei da propriedade industrial brasileira.
17
Artigo 154 da Lei da propriedade industrial brasileira.
8
Assinalam Largo Gil e Monge Gil19 que o estatuto jurídico das marcas comunitárias
coletivas não foi um assunto pacífico. É sim, o resultado de uma transação entre as diversas
delegações nacionais. A redação inicial como proposta de Regulamento no ano 1980 até
chegar ao texto atualmente vigente, foi objeto de modificações consubstanciadas, em várias
versões distintas e que foram se delineando, ao longo do tempo.
Devemos assinalar que nem todas as legislações sobre marcas nos Estados membros
da Comunidade Européia, no que se refere ao de 1993, continham regulação sobre as marcas
coletivas em geral, nem quanto às marcas de certificação, em particular. É oportuno observar,
18
Sobre o assunto, veja-se FERNÁNDEZ-NÓVOA, C.; García Vidal, A. Derecho de marcas: Legislación.
Jurisprudencia comunitaria. Madrid: Marcial Pons, 2001. p. 127-169.
9
ainda que as legislações dos países membros da Comunidade Européia que a possuíam, suas
regulamentações eram discrepantes entre si. No que se refere a este tema, Largo Gil e Monge
20
Gil, apontam que no anteprojeto de Convênio relativo a um Direito Europeu de Marcas de
1964, que pode ser considerado como o germe do atual RMC, encontrava-se contemplada a
figura da marca coletiva, com um perfil muito próximo ao da marca de garantia. Salientam,
aqueles autores, ainda, que a proteção das marcas coletivas em alguns Estados membros foi
prematura, como é o caso da Grã-Bretanha, da Alemanha, da Espanha, mas em outros países,
foi tardia, como é a hipótese da França, Itália, Dinamarca, o Benelux, Portugal Grécia e
Irlanda. Não obstante, tal fato, pode-se mencionar que não houve nenhum impedimento
quanto ao seu uso, na prática, pelos agentes econômicos e que sua regulação tivesse sido
realizada em disposições específicas de alcance nacional.
Por tais considerações, os autores Largo Gil e Monge Gil21 acrescentam que as
pressões exercidas por algumas delegações para prescindir da regulação das marcas de
garantia, ensejou as disposições contidas no Título VIII do RMC, regulamentando as marcas
coletivas, em sentido amplo sem uma aparente discriminação. Entretanto, ressalta os autores,
ora citados que atualmente em quase todas as legislações nacionais sobre as marcas, mantém-
se uma proteção “bivalente” ao delinear o regime jurídico para as marcas coletivas e outro
para as marcas de garantia.
19
LARGO GIL, R; MONGE GIL, A. L. Marcas comunitaria colectivas. In: CASADO CERVIÑO, A.;
LLOBREGAT FURTADO, M.ª L. (Org). Comentarios a los reglamentos sobre la marca comunitaria. 2. ed.
España: La Ley, 2000. p. 605.
20
Ibid. p. 608
21
Ibid. p. 606-611.
10
22
Sobre el assunto, veja-se LARGO GIL, R; MONGE GIL, A. L. op. cit. p. 624.
23
FERNANÁNDEZ-NÓVOA, Carlos; GARCÏA Vidal, Angel. Derecho de marcas: Legislación.
Jurisprudencia comunitaria (atualización). Madrid: Marcial Pons, 2002. p. 12-16.
11
A referida lei, regula em seu Título VII, as marcas coletivas e as marcas de garantia,
fazendo previsão expressa, em capítulos separados, as disposições específicas de cada uma
das figuras. Sendo assim, o Capitulo I traça as determinações jurídicas referentes às marcas
coletivas; e no Capitulo II, encontram-se as previsões normativas específicas para as marcas
de garantia. É importante observar que as disposições comuns para ambas modalidades de
marcas, encontram-se previstas expressamente no Capitulo III. Passaremos, em seguida a
analisar concretamente o Capítulo II que disciplina as Marcas de Garantia.
Expressa a lei que se entende por “marca de garantia todo signo visualmente
perceptíveis, [...] utilizado por uma pluralidade de empresas sob o controle e autorização de
seu titular, que atesta que os produtos ou serviços aos que se aplica cumprem uns requisitos
comuns, em especial, no que concerne a sua qualidade, material utilizado, origem geográfica,
especificações técnicas ou metodologia empregrada na elaboração do produto ou da
prestações do serviço.”24
Lobato Manuel,25 autor espanhol, entende e destaca que a origem da marca de garantia
foi inspirada nas marcas de certificação, que são, por seu turno, marcas outorgadas pela
Administração que verificam a qualidade, a origem geográfica, etc. Igualmente, o autor
assinala que o titular da marca é um terceiro (entidade privada) não usuário da mesma, que,
além disso, garante que os usuários da marca deve cumprir com as condições estabelecidas no
Regulamento de uso. O Regulamento, por seu turno, é um documento imprescindível, no
qual, deve estar expresso que o titular é livre para determinar o regime de aplicação e os
padrões a serem aplicados sobre os produtos ou serviços oferecidos por um empresário.
24
Artigo 68.1 da lei nº 17/2001 de marcas. Em FERNANÁNDEZ-NÓVOA, Carlos; GARCÏA Vidal, Angel. op
cit. 2002. p. 38.
25
LOBATO, Manuel. Comentarios a la ley nº 17/2001, de marcas. Madrid: Civitas, 2002. p. 941-943.
12
Em relação às causas de denegação da marca de garantia, a lei determina que: (1) ser-
lhe-ão aplicadas as causas gerais de denegação empregadas para as marcas individuais; (2) as
causas referentes ao descumprimento dos artigos 68 e 69 da lei; (3) as causas contidas no
regulamento de uso quando estas sejam contrário à lei, à ordem pública, ou aos bons
costumes; e (4) as causas referentes a solicitação da marca, quando esta induza o público o
engano sobre a natureza ou a significação da mesmas, ou dê a impressão de ser algo distinto
de uma marca de garantia. 27
26
Artigo 69 da lei nº 17/2001, de marcas. Em FERNANÁNDEZ-NÓVOA, Carlos; GARCÏA Vidal, Angel.
op.cit. p. 39.
27
Artigo 70 da Lei 17/2001, de marcas.
28
Artigo 71 da Lei 17/2001, de marcas.
13
29
Artigo 72 da Lei 17/2001, de marcas.
30
Artigo 73 da Lei 17/2001, de marcas.
31
Artigo 74 da Lei 17/2001, de marcas.
32
Artigo 75 da Lei 17/2001, de marcas.
14
• A legitimação ativa, para o exercício das ações derivadas da titularidade de uma marca de
garantia (tanto por nulidade relativa como por infrações da marca), corresponderá ao
titular da mesma, com exceção daqueles casos em que o Regulamento de uso da marca
preveja o contrário. Poderá também o titular propor as ações por reparação de danos
sofridos pelas pessoas facultadas para o uso da marca por usos não autorizados.33
• A proibição de registrar novas solicitações de marcas de garantias, cujos registros tenham
sido cancelados por nulidade, caducidade ou porque não tenham sido renovadas, para os
mesmos produtos ou similares, durante um período de três anos, a contar do dia da
publicação do cancelamento do registro da marca ou do dia do termino do prazo de graça
para a renovação da mesma.34
• A aplicação do regime geral das marcas individuais às marcas de garantia, naqueles casos
em que tal regulação não seja contraditória com a regulação da marca coletiva ou de
garantia.35
CONSIDERAÇÕES FINAIS
33
Artigo 76 da Lei 17/2001, de marcas.
34
Artigo 77 da Lei 17/2001, de marcas.
35
Artigo 78 da Lei 17/2001, de marcas.
15
nacionais, nos quais se reconhece e protege de maneira particular a marca de certificação e/ou
de garantia, com os quais deve coexistir.
REFERÊNCIAS CONSULTADAS
Costa Rica. Ley de marcas y signos distintivos nº 7978, de 2000. Sistema de información
sobre comercio exterior SICE. Disponible en: <http://www.sice.oas.org/ipnale.asp>. Acceso
en: 21 mar. 2002.
DE PLÁCIDO e Silva. Vocabulário jurídico. 21ª ed. Rio de Janeiro: Forense. 2003.
MEIRELLES, HELY LOPES. Direito administrativo brasileiro. São Paulo: Revista dos
Tribunais,1991.
Nicaragua. Ley de marcas y otros signos distintivos nº 380, de 2001. Sistema de información
sobre comercio exterior SICE. Disponible en: <http://www.sice.oas.org/ipnale.asp>. Acceso
en: 21 mar. 2002.
Panamá. Ley sobre propiedad industrial nº 35, de 1996. Sistema de información sobre
comercio exterior SICE. Disponible en: <http://www.sice.oas.org/ipnale.asp>. Acceso en: 21
mar. 2002.
Paraguay. Ley sobre marcas nº. 1294, de 1998. Sistema de información sobre comercio
exterior SICE. Disponible en: <http://www.sice.oas.org/ipnale.asp>. Acceso en: 21 marzo.
2002.
SALIS, Eli. El Protocolo de marcas del Mercosur y el sistema de marcas argentino. En:
Temas de derecho industrial e de la competencia 3: Derecho de marcas. Madrid; Ciudad
Argentina, 1999.
TINOCO OUSAR, José Carlos. Marcas vs. Nome Comercial: Conflitos. São Paulo: Jurídica
Brasileira, 2000.
Uruguay. Normas relativas a las marcas nº. 17.011, de 1999. Sistema de información sobre
comercio exterior SICE. Disponible en: <http://www.sice.oas.org/ipnale.asp>. Acceso en: 21
marzo. 2002.