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Belo
Horizonte: O lutador, 2005, p. 59-62.
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Como estudantes e pesquisadores, interessa-nos a leitura informativa, isto é, aquela que
tem em vista a coleta de documentação para o trabalho que executamos ou o levantamento de
dados que respondam os problemas para os quais procuramos solução. Dada a natureza do
estudo cientifico, a leitura informativa deve ser também crítica, o que significa que o leitor deve
ser capaz de escolher e distinguir. Ler é, sobretudo, "escolher", ou seja, "distinguir os elementos
importantes daqueles que não o são e, depois, optar pelos mais representativos e mais
sugestivos".
A leitura crítica de um texto deve desenvolver-se pelo menos em três etapas: 1) leitura
preparatória; 2) leitura temática; 3) leitura interpretativa.
1) Leitura preparatória - Trata-se de um primeiro contato com o texto, que deve ter sido
selecionado adequadamente: um livro, um capítulo, parte de capítulo ou uma página cujo
conteúdo apresente princípio, meio e fim. No correr da leitura, que deve ser bem atenta, faz-se a
indicação dos elementos básicos para a compreensão do texto. O leitor deverá anotar numa
folha à parte todas as questões que exijam esclarecimento. Severino sugere atenção para os
seguintes dados: o autor do texto, o vocabulário, os fatos históricos e as doutrinas contidas no texto,
outros autores mencionados.
Feito o levantamento dos pontos obscuros, o leitor não dará por encerrada esta etapa
antes de esclarecer um a um, através da consulta aos dicionários, enciclopédias, manuais
didáticos e obras especializadas. Para as duvidas não esclarecidas através da consulta aos livros,
o leitor poderá recorrer a especialistas da área que se disponham a ajudá-lo.
Ao final dessa visão panorâmica e tiradas todas as dúvidas, é de bom alvitre fazer um
esquema do texto, de modo a delimitar a sua estrutura redacional, com vistas à etapa seguinte,
em que se buscará o tema ou a ideia central. Para fazer o esquema, basta inicialmente dividir o
texto nas três partes fundamentais: introdução, desenvolvimento e conclusão, procurando expressar
por uma frase-chave o conteúdo de cada uma. Depois, cada parte poderá receber novas
divisões, para maior compreensão da mensagem contida no texto.
b) Na composição do parágrafo, a ideia principal se destaca expressa por uma frase chamada
frase-tópico ou frase-mestra; um parágrafo deverá ter apenas uma frase-tópico, sendo as demais
desdobramentos desta, explicações, complementos, comentários, comprovações do que se
afirmou ou negou e conclusões.
d) Tudo isso feito, fica fácil a descoberta da cadeia lógica estabelecida pelo autor, da mensagem
que ele quis transmitir ou dos problemas que propõe. A visão analítica do texto permitirá o
julgamento das ideias ou a atribuição de valor, determinando a sua utilidade e importância, de
acordo com critérios sugeridos pelos propósitos do autor ou do leitor-pesquisador.
e) A última etapa da leitura temática é a redação da síntese ou resumo do texto. Com a síntese,
pretende-se condensar em poucas palavras a compreensão daquilo que o texto expôs
extensamente.
3. Confrontar as ideias principais dos parágrafos e deduzir a ideia geral ou tema do texto.
Responder à pergunta: de que trata o texto?
Não se trata mais de discussão a respeito do texto, mas das posições ne1e contidas. Esta parte
da interpretação supõe, no leitor, pleno amadurecimento para o trato com as questões
estudadas.
2. Descobrir que aspectos da realidade o texto sugere; que ideias estão nas entrelinhas.
- se o tema é original.
- se o tema é relevante.
7. Fazer uma crítica pessoal das ideias do texto, dizendo se aceita ou não essas ideias, e
por quê.