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A ABP constitui uma estratégia de aprendizagem, cujo ponto de partida é uma situação
problema, com o objetivo de estimular o aluno nos seus estudos.
Segundo Piaget, aprendemos a partir da ação dos sujeitos sobre os objetos, em que o
sujeito é sempre aquele que vai em busca do conhecimento; o objeto é sempre aquilo que
se deseja conhecer e a ação exercida pelo sujeito sobre o objeto é sempre uma interação.
A ABP parte de um princípio construtivista, inspirado nas idéias de Jean Piaget, procurando
instigar a curiosidade do aluno, levando-o a encontrar respostas a partir de suas
experiências e de sua interação com a realidade e com os outros.
O aluno participde forma ativa do próprio aprender impulsionado pelo estímulo à dúvida
com o conseqüente desenvolvimento do raciocínio e da criatividade. Utiliza como principal
ferramenta de disparo, a tempestade de idéias ou brain storm.
Esta técnica funciona como uma atividade neuróbica capaz de estimular a produção de
neurotrofinas, as quais são nutrientes ativadores da atividade cerebral, acionando novos
circuitos nervosos e estabelecendo novas conecções cerebrais, o que potencializa a
capacidade de concentração e de criatividade do indivíduo ou de um grupo.
A integração dos conteúdos é importante, para que a situação problema funcione como
âncora no resgate destes conhecimentos quando for necessário utilizá-los, sob condição
que o conjunto de problemas perderá a sua função e os demais conteúdos passarão a ser
trabalhados separadamente deixando de constituir uma ABP. Esta dinâmica é realizada em
grupos de 7 a 15 indivíduos e consiste de 7 passos a saber:
Antes de esclarecer os termos desconhecidos é importante escolher entre eles quem será o
líder ou coordenador e quem será o secretário.
A primeira sessão tutorial visa trazer para discussão os conhecimentos prévios do grupo.
Todo mundo tem conhecimentos prévios, e alguns se lembram de coisas que os outros
esqueceram.
Cabe ao tutor orientar o coordenador nesse sentido e caso o coordenador não funcione o
tutor deve fazer a sessão funcionar até que os alunos adquiram essa habilidade de
estimular a discussão e de coordenar a participação de todos.
O secretário (a) também desempenha uma função importante, pois escrevendo o que é
dito facilita a participação de todos. As idéias devem ser estimuladas, aproveitadas, sejam
elas bem elaboradas ou que pareçam “absurdas”. Não deve haver julgamento de alguma
idéia por parte do outro, como também, domínio da reunião. Os participantes devem estar
livres para desenvolverem ou “pegar carona” nas sugestões do outro.
RESUMIR
Resumir a discussão, relembrando os problemas listados, as hipóteses levantadas, e as
contribuições dos conhecimentos prévios, prós e contras. As idéias são agrupadas em
categorias, o ideal é que sejam utilizadas na construção de um fluxograma ou mapa
mental, visualizando a ligação entre as idéias.
Essa formulação é bem dinâmica, ou seja ela é gerada durante toda a sessão tutoral
quando os alunos alcançam o limite do conhecimento do grupo, é o ponto ao qual eles não
conseguem mais explicar com seus conhecimentos prévios.
Assuntos ou temas que precisam ser estudados, para resolver o(s) problema(s). O ideal é
ser objetivo, isto é, formular os objetivos com base nos problemas, sem tentar estudar
tudo sobre o assunto, pois o tempo não vai ser suficiente. Mais uma vez, lembrar de
trabalhar em grupo: mesmo que alguém ache que um tema específico é importante, o
grupo deve decidir o que é importante estudar.
Devem ser evitados apostilas, xérox de cadernos de colegas, livros de consulta rápida,
especialmente quando usados como única fonte de consulta. O ideal é buscar informações
em mais de uma fonte, e ter como um dos objetivos trocar essas informações, de fontes
diversificadas, na discussão em grupo.
O ideal é que se releia a situação problema e inicie uma nova discussão sobre o caso agora
explicando os pontos não esclarecidos na sessão anterior sem necessidade de ler as
perguntas levantadas, ao final pode-se retornar às perguntas para ver se todos os pontos
de dúvida foram discutidos e aqueles aspectos que não conseguiram explicar ficam como
ponto para nova busca de conhecimento, principalmente se ela for parte dos objetivos
instrucionais planejados e cobra-se dos alunos na aula seguinte.