– admite que as espécies se alteram de forma lenta e
progressiva ao longo do tempo, dando origem a novas espécies;
– as espécies são originadas a partir de ancestrais comuns;
– o ambiente intelectual em que o evolucionismo se
estabeleceu foi influenciado pelas ideias de mudança que surgiram, ao mesmo tempo, em todas as áreas do conhecimento;
– construiu-se com o contributo e a colaboração de várias
ciências e, em particular, da Geologia.
As principais evidências geológicas que abalaram o modelo fixista foram:
– a idade da Terra ser muito superior à admitida até então;
– o aparecimento de fósseis de espécies muito diferentes das que se
conheciam.
– foi dificilmente aceite pela comunidade científica e a sua implantação
definitiva decorreu do aparecimento de mecanismos explicativos muito bem fundamentados e apoiados por argumentos válidos;
– as duas teorias evolucionistas mais marcantes são o Lamarckismo e
o Darwinismo.
Lamarckismo:
– foi a primeira teoria explicativa sobre o mecanismo de
evolução dos seres vivos, formulada e defendida por um naturalista francês, o cavaleiro de Lamarck;
– esta teoria assentava em duas leis fundamentais – a Lei
do uso e do desuso e a Lei da herança dos caracteres adquiridos;
– nesta teoria, a adaptação é definida como sendo a
capacidade dos seres vivos desenvolverem características que lhes permitam sobreviver e reproduzir-se num determinado ambiente; – o ambiente é considerado o principal agente responsável pela evolução;
– admite, ainda, uma progressão lenta e gradual dos
organismos mais simples para os mais complexos.
O lamarckismo sofreu grande contestação porque:
– atribui à evolução uma intenção ou objectivo, ao afirmar que as
alterações ocorrem devido à necessidade de as espécies procurarem a perfeição, o que não se conseguiu provar cientificamente;
– a herança dos caracteres adquiridos não se verifica
experimentalmente.
Esta teoria não vingou e o evolucionismo foi, temporariamente, posto de
parte. Na altura em que surgiu era impossível testar, cientificamente, alguns dos seus pontos e, por outro lado, as ideias fixistas ainda estavam bem enraizadas.
Darwinismo
– Charles Darwin, naturalista inglês, apresentou a teoria
evolucionista como explicação para a biodiversidade; – Darwin baseou-se num conjunto de dados e informações recolhidos ao longo de mais de 20 anos, destacando-se os recolhidos na viagem à volta do Mundo no Beagle;
– os fundamentos desta teoria são os dados geológicos, os
dados biogeográficos, o Malthusianismo, a selecção artificial e a variabilidade intraespecífica: – o mecanismo essencial que dirige a evolução é a selecção natural: só os mais aptos sobrevivem e transmitem as características mais favoráveis porque o ambiente não possui os recursos essenciais para a sobrevivência de todos os que nascem;
– esta teoria pode enunciar-se da seguinte forma:
– todas as espécies apresentam indivíduos com pequenas
variações nas suas características;
– as populações tendem a crescer em progressão
geométrica, originando mais descendentes do que aqueles que podem sobreviver;
– o número de indivíduos de uma espécie não se altera
significativamente de geração em geração;
– em cada geração, uma parte dos indivíduos é naturalmente
eliminada na luta pela sobrevivência;
– sobrevivem os indivíduos que estiverem mais bem
adaptados a um determinado meio, por possuírem características mais vantajosas relativamente aos restantes;
– a selecção natural, feita pela Natureza, privilegia os
indivíduos mais bem dotados e elimina os menos aptos relativamente a determinadas condições do ambiente – sobrevivência do mais apto;
– os mais aptos, portadores das variações favoráveis, vivem
durante mais tempo e reproduzem-se mais e, como tal, transmitem as suas características aos descendentes por reprodução diferencial; – a acumulação de pequenas variações ao longo das gerações determina, a longo prazo, a transformação e o aparecimento de novas espécies.
– a principal crítica a esta teoria é o facto de não conseguir explicar
as causas das variações existentes nas populações.
Confronto entre Lamarckismo e Darwinismo
O Lamarkismo e o Darwinismo explicam a diversidade de espécies
existente através de processos evolutivos. Contudo, embora ambos valorizem o papel do meio e da adaptação, os mecanismos de explicação que apresentam são diferentes: