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Manoel Gonçalves Cardoso et al.

Engenharia Civil

Inspeção de ponte ferroviária metálica:


verificação da capacidade de carga da
“Ponte da Barra” em Ouro Preto/MG
(Inspection of steel bridge railway verification of carrying
capacity of the “Bridge of Barra” in Ouro Preto/MG)
Manoel Gonçalves Cardoso
MSc, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil/DECIV/Escola de Minas,UFOP
E-mail: manodemolay@yahoo.com.br

Ernani Carlos de Araújo


Engenheiro, Professor, DSc., Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil/DECIV/Escola de Minas,UFOP
E-mail: ecar_em@yahoo.com.br

Luiz Cláudio Cândido


Professor, DSc., Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil/DECIV/Escola de Minas,UFOP
E-mail: candido@em.ufop.br

Resumo Abstract
Esse trabalho procurou diagnosticar os fenômenos This work sought to diagnose and propose
patológicos apresentados pela “Ponte da Barra” (ponte solutions for the pathological phenomena occurring
metálica restaurada e reforçada para implantação da Fer- on the bridge “Ponte da Barra” (a metallic bridge that
rovia Turística Cultural entre Ouro Preto e Mariana/MG) was restored and reinforced for use by the Tourist-
e apresentar soluções para o combate a tais fenômenos. Culture Railroad between Ouro Preto and Mariana/
Para o cadastro da ponte, foram identificadas, por inspe- MG). To obtain the bridge profile, a visual inspection
ção visual e registros fotográficos, as patologias presen- and photographic registers were performed to evaluate
tes. Também foi realizada a modelagem numérica através existing pathologies. Numerical modeling was also
de elementos finitos (elemento de barra com seis graus performed, using finite elements (bar elements with six
de liberdade por nó), visando a analisar o comportamen- degrees of freedom per node), aiming to analyze the
to estrutural da ponte antes e após reforço estrutural. bridge’s structural behavior before and after
Dessa maneira foi possível fazer a avaliação da estabili- reinforcement. This permitted evaluation of the bridge’s
dade da mesma e, também, a avaliação da eficiência do stability as well as the efficiency of the structural
reforço estrutural proposto. A análise numérica foi viabi- reinforcement proposed. The numerical analysis proved
lizada através de parâmetros levantados in loco, como feasible when parameters measured in situ, such as
geometria, propriedades mecânicas e fatores patológicos. geometry, mechanical properties and pathological
Os estudos laboratoriais, como caracterização química, factors were implemented. The laboratory studies, such
ensaio de tração, análise metalográfica e dos produtos de as: chemical characterization, stress tests,
corrosão, foram determinadas através de amostras do aço metalographic analysis, and corrosion, were performed
de elementos estruturais da própria ponte. Observou-se using steel samples from the bridge’s structural elements.
que o sistema de curva tensionada utilizado para reforço The conclusion reached was that the Rigid Tension
estrutural agravou, sistematicamente, a estabilidade glo- Curve System used for structural reinforcement
bal da ponte, introduzindo acréscimo de carga aos ele- systematically diminished the overall stability of the
mentos estruturais mais críticos. bridge, introducing a load increase on the most critical
structural elements.
Palavras-chave: Pontes de aço, inspeção, avaliação.
Keywords: Steel bridges, inspection, evaluation.

REM: R. Esc. Minas, Ouro Preto, 61(2): 211-218, abr. jun. 2008 211
Inspeção de ponte ferroviária metálica: verificação da capacidade de carga da “Ponte da Barra” ...

1. Introdução da Estação Ouro Preto/MG, é uma ponte pectivamente, as fotomicrografias da


ferroviária metálica, em treliça, com liga- amostra 1 retirada do montante, amostra
Nesse trabalho, procurou-se pes- ções rebitadas e pilares em alvenaria de 2 retirada da cantoneira de apoio da pas-
quisar sobre um assunto atual e, até en- pedra. Ela foi inaugurada em 1914 e tem sarela e amostra 3 retirada do rebite.
tão, pouco estudado no Brasil: os fenô- uma extensão de 21,00 metros. É consti-
menos patológicos em pontes metálicas tuída de elementos compostos, forma- O aço utilizado na ponte apresenta
ferroviárias. Esses fenômenos, tais como dos pela associação de chapas e canto- uma microestrutura praticamente só de
corrosão, trincas por fadiga, afrouxamen- neiras. A distância entre banzos é de ferrita (solução sólida de carbono no fer-
to de ligações e deformações e/ou des- 2,00 metros e, entre montantes, de ro α), como era de esperar, devido ao
locamentos excessivos de elementos 1,75 metros. baixo teor em carbono contido nesse
estruturais, são os principais fatores res- material; essa característica está eviden-
ponsáveis por intervenções e interdição te nas fotomicrografias com aumento de
parcial ou total de uma ponte. 2.2 Ensaios laboratoriais 500x observadas nas Figuras 2-4. Nota-
As propriedades mecânicas e a se a microestrutura do aço na amostra 1,
Na literatura nacional disponível,
composição química do aço utilizado na grãos ferríticos de tamanhos variados e
são poucos os casos de estudos como o
proposto. É fato que a ciência evolui com construção da ponte foram obtidas atra- inclusões alinhadas, caracterizando o fi-
os erros e acertos de casos estudados, vés dos ensaios e análises laboratoriais bramento mecânico. A análise da amos-
neste sentido, o objetivo desse trabalho em amostras retiradas da própria ponte. tra 2, referente à cantoneira de sustenta-
é contribuir para o desenvolvimento da Em virtude da natureza destrutiva dos ção da passarela, apresenta uma micro-
área de “Patologia das Estruturas”, mui- ensaios realizados, as amostras foram estrutura ferrítica, semelhante à da amos-
to difundida para o concreto armado, coletadas apenas em elementos estrutu- tra 1; no entanto, nesse caso, os grãos
porém ainda pouco estudada para as rais substituídos por apresentarem pro- de ferrita são ligeiramente maiores.
estruturas metálicas. blemas estruturais. A Figura 1 ilustra, atra- Destacam-se as inclusões e até mesmo
vés de hachuras, o posicionamento dos escória no material. Isso caracteriza o
As metodologias de inspeção, ava- elementos utilizados para confecção de “Ferro Pudlado” (produto siderúrgico
liação e restauração, empregadas no es- amostras para ensaios. antigo, obtido no estado pastoso, com
tudo dessa ponte, contribuirão para o numerosas partículas de escória, em vir-
desenvolvimento de novas estratégias Para determinação da composição
química do aço utilizado na ponte, foi tude do seu processo particular de fa-
a serem utilizadas para outras pontes do bricação: vazado em moldes e, depois,
mesmo gênero. retirada uma amostra de aço do montan-
te apresentado na Figura 1. Os resulta- “pudlado”, quer dizer, agitado ao ar por
dos da análise estão apresentados na meio de barras, para redução do teor de
Tabela 1. Destacam-se os teores de carbo- carbono, com conseqüente formação do
2. Materiais no (muito baixo) e de fósforo (muito alto). aço).
2.1 Descrição da Ponte O material dos rebites, normalmen-
O ensaio metalográfico foi feito em
A “Ponte da Barra”, localizada so- três amostras retiradas de elementos da te, em função do grau de deformação e
bre o córrego do Funil e distante 1,17km ponte. As Figuras 2 a 4 mostram, res- da temperatura a que são submetidos,

Figura 1 - Posição dos elementos estruturais danificados.

Tabela 1 - Composição química do aço analisado (Cardoso, 2007).

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durante o processo de montagem, pode A amostra 3, referente ao rebite, e Buritizeiro/MG, apresentou fy=270 MPa
apresentar, em sua microestrutura, inci- teve o limite de resistência determinado e fu=573 MPa.
dência de textura cristalográfica. Obser- de forma indireta, através do ensaio de
va-se que a microestrutura é constituí- dureza. Esse procedimento foi adotado
da, basicamente, de ferrita, o que indica em virtude das dimensões reduzidas do 3. Metodologia
que esse aço também é de baixo carbono. rebite. Foram realizadas 25 leituras de du-
3.1 Inspeção
reza Vickers, com valor médio de 171 (Vi-
O ensaio de tração foi realizado em
ckers HV30). Para esse valor de dureza, A inspeção cadastral foi o primeiro
amostras do montante (amostra 1) e da
obtém-se, para o rebite-limite de resis- passo no processo de restauração da
cantoneira de sustentação da passarela
tência fu = 575 MPa. ponte, quando foram coletadas informa-
(amostra 2). Os resultados do ensaio de
ções referentes à localização da ponte,
tração encontram-se apresentados na O valor médio de resistência mecâ-
sistema estrutural, data de construção,
Tabela 2. nica (limite de escoamento e limite de re-
tipo de tráfego, características geométri-
sistência) obtido com as amostras 1-2 é
Para cada amostra foram confecci- cas, etc. Essa fase, também, foi acompa-
semelhante aos valores médios encon-
onados três corpos-de-provas (CPs), nhada de inspeção visual e, registro fo-
trados em outras pontes da mesma épo-
sendo os três primeiros CPs, retirados tográfico, contemplando vista lateral,
ca estudadas na Europa e no Brasil. Se-
da amostra 1, e os demais retirados da superior, inferior e detalhes.
gundo Figueiredo (2004), a “Ponte do
amostra 2, totalizando 6 CPs. A amostra
Pinhão”, construída em Portugal, em Em se tratando de pontes antigas,
1 apresentou limite de escoamento
1906, apresentou fy= 284 MPa e a inspeção cadastral, também, é a primei-
f y = 272 MPa e limite de resistência
fu= 367 MPa. Para Brink (2004), a ponte ra inspeção da ponte, após anos de cons-
fu = 370 MPa, já a amostra 2 apresentou
“Marechal Hermes”(1922), rio São trução. Nesse caso, em virtude dos pro-
fy = 315 MPa e fu = 419 MPa.
Francisco, entre as cidades de Pirapora blemas patológicos, o cadastro deve ser

Figura 2 - Fotomicrografias da amostras Figura 3 - Fotomicrografias da amostras Figura 4 - Fotomicrografias da amostras


1; Nital 2%; 500x. 2; Nital 2%; 500x. 3; Nital 2%; 500x.

Tabela 2 - Ensaio de tração do aço analisado (Cardoso, 2007).

L0 - comprimento inicial. L - comprimento final. φ0 - diâmetro inicial. φ - diâmetro final. A 0 - área inicial.
FMax - carga máxima. ∆ L - alongamento. ε - deformação fy - limite de escoamento. fu - limite de resistência.

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realizado simultaneamente à inspeção las (Sp); ação do vento (V2); carga majorada pelo impacto vertical (ϕ =1,37),
rotineira que vai determinar o estado de móvel - trem-tipo (TB 240); impacto la- determinado de acordo com a Norma
conservação da ponte. O registro foto- teral (Fh) ou força centrífuga (Fc) a que NBR 7187 (2003).
gráfico, neste caso, é ampliado, contem- for maior; impacto vertical (ϕ) e força
plando as características da ponte, além longitudinal (Fl). ϕ = 0 ,1%( 1600 − 60 l + 2.25l ≥ 1,2
dos problemas patológicos encontrados. É conveniente ressaltar que a força Onde:
centrífuga foi inserida na combinação 2
em virtude de a ponte estar situada em l = vão em metros
3.2 Modelagem em elemento um trecho curvo da ferrovia, onde, nes- A Norma NBR 7187 (2003) não apre-
finito sas condições, mesmo sendo reto o eixo
senta um procedimento específico para
da ponte, a força centrífuga é gerada em
Em função da análise dos resulta- a consideração da ação do vento, no en-
função do eixo da ferrovia ser curvo.
dos da inspeção rotineira, identificou-se tanto esse trabalho adotou as recomen-
a necessidade de analisar a capacidade Foram escolhidos esses dois tipos dações da antiga Norma NB-2 (1961), na
estrutural da ponte. Neste sentido, foi de carregamentos, para determinar a am- qual a ação de vento é considerada uni-
utilizado o software “Metálicas 3D” para plitude de tensão atuante em cada ele-
formemente distribuída, horizontalmen-
análise numérica, utilizando elementos mento estrutural, sendo calculada pela
te e normal ao eixo da ponte, sendo
finitos de barra (6 graus de liberdade por diferença entre a tensão máxima e a ten-
são mínima provocada pelo carregamen- 1,5kN/m² para a ponte descarregada e
nó).
to cíclico. 1,0kN/m² para a ponte carregada. Tam-
O modelo estrutural utilizou as ca- bém foi empregada uma força centrífuga
racterísticas geométricas da estrutura O trem-tipo, TB 240, é utilizado na
(Fc = 8% do trem-tipo majorado pelo im-
real e o software foi configurado com as verificação de estabilidade e na análise-
pacto vertical), aplicada horizontalmen-
propriedades mecânicas do aço utili- do projeto de reforço de obras existen-
tes. A designação dos trens-tipo é feita te e normal ao eixo da ponte 1,6m acima
zado em 1914 (módulo de elasticidade dos trilhos, e força longitudinal (Fl =
E = 205GPa; coeficiente de Poisson pela carga dos eixos mais pesados de
uma locomotiva. A ação do trem-tipo foi 300kN) aplicada normal ao trilho.
ν = 0.3; coeficiente de dilatação térmica
α = 11x10 -6 m/m°C ; peso específico
ρ = 78,5 kN/m³; limite de escoamento
f y = 272MPa e limite de resistência
fu = 370MPa). As ligações foram consi-
deradas rígidas entre banzos e birrotula-
das nas diagonais e nos montantes.
Conforme observado na Figura 5, a se-
ção transversal da ponte é assimétrica,
sendo, portando, necessária uma análi-
se numérica tridimensional.

3.3 Combinação de ações


A estrutura foi calculada para dois
tipos de carregamentos:
• COMB 1 - Ponte descarregada, antes
da passagem da composição férrea, na
qual todo o carregamento atuante é
referente ao peso próprio da estrutura
(PP) aplicado, uniformemente, e distri-
buído no eixo local do elemento estru-
tural, além da ação do vento referente
à ponte descarregada (V1).
• COMB 2 - Ponte carregada, com atua-
ção do peso próprio da estrutura (PP),
mais a sobrecarga devido às passare- Figura 5 - Seção transversal típica da “Ponte da Barra” - Ouro Preto - MG.

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3.4 Reforço estrutural causou sérios danos à estrutura. Tais solicitação de força Normal (N). É mais
problemas podem ser visualizados em fácil compreender o efeito do reforço es-
A equipe de restauração da ponte trecho do registro fotográfico (Figuras 7 trutural quando forem “plotadas” em um
optou por um reforço externo, acoplan- a 9).Tais problemas ilustram os aspectos mesmo gráfico, as solicitações máximas
do à estrutura já existente uma curva ten- mais importantes da inspeção visual. de força Normal (N), atuantes devido ao
sionada longitudinal com elevada rigi- trem-tipo deslocando-se sobre a ponte,
dez, com a finalidade de diminuir os des- A análise numérica identificou os o que pode ser observado nas Figuras
locamentos no centro da ponte, e, por montantes e as diagonais próximas aos 10 e 11.
conseqüência, diminuir as solicitações apoios, como sendo os elementos estru-
nos antigos elementos estruturais (Fi- turais mais críticos. Mesmo após o re- Todos os elementos estruturais ti-
forço estrutural, o montante sobre o veram o mesmo comportamento de Mc1
gura 6).
apoio e a primeira diagonal tracionada, e Bi6, nos quais os elementos estrutu-
continuaram em estado crítico, além de rais, dentro do raio de ação do reforço
estrutural, tiveram um sensível decrésci-
4. Resultados terem um acréscimo nas solicitações.
mo nos níveis de solicitações, enquanto
Para facilitar o entendimento do compor-
A corrosão foi o fator patológico que, para os elementos estruturais fora
tamento após o reforço, serão apresen-
mais freqüente na ponte, conforme rela- do raio de ação da curva tensionada, hou-
tadas, nas Tabelas 3-6, as solicitações
tório de inspeção rotineira, porém, em ve pequeno aumento da solicitação de
atuantes no montante sobre o apoio
virtude da atmosfera local, esse fator cau- força Normal. Após análise dos resulta-
(Mc 1), localizado fora do raio de ação
sou relativamente poucos danos à es- dos, é de se esperar que se reforçassem
da curva tensionada e fora do trecho
trutura, com baixa redução de seção os elementos estruturais próximos aos
central do banzo inferior da ponte (Bi 6),
transversal dos elementos estruturais. O apoios, em virtude do acréscimo de soli-
dentro do raio de ação da curva.
fenômeno de corrosão foi mais pronun- citação Normal observada nesses ele-
ciado em regiões com presença de fres- Para a estrutura após o reforço es- mentos. A curva tensionada, que foi pro-
tas, decorrentes do projeto da ponte, trutural, observa-se acentuada diminui- jetada como reforço estrutural, agrava,
onde eletrólitos são retidos. A flamba- ção da força Normal (N), para o banzo ainda mais, a estabilidade global da ponte,
gem de alguns montantes e o rompimen- inferior (Bi 6), enquanto que, para o mon- introduzindo acréscimo de tensão aos ele-
to de uma das diagonais, no entanto, tante, houve um acréscimo de 10% na mentos que já eram considerados críticos.

Figura 6 - Ilustração da curva tensionada utilizada para reforçar a “Ponte da Barra” no sentido longitudinal (Cardoso, 2007).

Figura 7 - Vista lateral, onde podem ser Figura 8 - Diagonal tracionada rompida. Figura 9 - Montante com flambagem
observados os pilares em alvenaria de pedra. global.

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Tabela 3 - Solicitações extremas atuantes no montante sobre o apoio (Mc 1) antes do reforço estrutural.

Tabela 4 - Solicitações extremas atuantes no montante sobre o apoio (Mc 1) após o reforço estrutural (Cardoso, 2007).

Tabela 5 - Solicitações extremas atuantes no trecho central do banzo inferior (antes do reforço estrutural) (Cardoso, 2007).

Tabela 6 - Solicitações extremas atuantes no trecho central do banzo inferior (após o reforço estrutural) (Cardoso, 2007).

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Figura 10 - Comparação entre os esforços máximos de compressão para o montante sobre o apoio (Ponte da Barra - Ouro Preto/
MG), para os casos antes e após o reforço estrutural, em função do carregamento móvel (Cardoso, 2007).

Figura 11 - Comparação entre os esforços máximos atuantes no banzo inferior da “Ponte da Barra” - Ouro Preto/MG, para os casos
antes e após o reforço estrutural, em função do carregamento móvel (Cardoso, 2007).

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5. Conclusões de de solicitações. Esse fato indica o fenômeno de fadiga como sendo o estado-
limite de resistência prioritário nas análises numéricas e experimentais.
O aço empregado na confecção da
“Ponte da Barra” foi caracterizado como A barra vertical comprometida mostrada na Figura 9 representou a princípio um
sendo de baixíssimo teor de carbono, problema patológico estrutural devido ao apoio inadequado de uma das barras que
com estrutura heterogênea, destacando- suportava a passarela de pedestre. Havia a suspeita de flambagem por torção pura,
se grande quantidade de inclusões (re- já que se tratava de seção transversal com coincidências entre o Centro de Gravida-
tenção de escória). Portanto trata-se de de com o Centro de Cisalhamento. Verificou-se, conforme a NBR 8800/86, esse esta-
uma liga denominada “Ferro Pudlado”, do-limite e comprovou-se, analiticamente, que a flambagem torsional não ocorre
muito utilizada nas pontes antigas (cen- para as solicitações atuantes na barra vertical.
tenárias). Quanto à resistência mecânica
do aço, foram obtidos valores próximos
aos encontrados para o aço do tipo 6. Referências bibliográficas
ASTM A-36. CARDOSO, M. G. Avaliação da integridade estrutural de pontes metálicas da ferrovia
turística entre Ouro Preto e Mariana (MG) por meio de modelagem numérica e técnicas
Os fatores patológicos detectados laboratoriais. Ouro Preto: Construções Metálicas, DECIV/UFOP, 2007. 195p.
foram diagnosticados como graves, o (Dissertação de Mestrado).
que constitui risco à segurança, princi- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto e execução de pontes de
palmente os problemas relacionados à concreto armado e protendido: NBR 7187. Rio de Janeiro: ABNT, 1987. 75p.
estabilidade, como a flambagem de mon- ____. Design and Execution of Steel Structures in the Building NBR 8800 (Load and
tantes e rompimento de diagonais. resistance Factor Design)(in Portuguese) Rio de Janeiro: ABNT, 1986. 200p.
____. Carga móvel em ponte rodoviária e passarela de pedestre: NBR 7188. Rio de Janeiro:
Para melhorar a resistência global ABNT, 1984. 4p.
da ponte, o reforço estrutural tornou-se ____. Carga móvel para projeto estrutural de obras ferroviárias: NBR 7189. Rio de Janeiro:
falho, principalmente por introduzir ABNT, 1985. 2p.
acréscimo de solicitações nos elemen- ____. Vistorias de pontes e viadutos de concreto: NBR 9452. Rio de Janeiro: ABNT, 1986.
tos mais críticos (montantes e diagonais 13p.
próximos aos apoios). O reforço somen- BRINCK, F. M. Efeito da corrosão na integridade estrutural da ponte metálica Marechal
te atenderia ao propósito em função do Hermes. Ouro Preto: Construções Metálicas, DECIV/UFOP, 2004. 177p. (Dissertação
qual foi projetado, se ele abrangesse todo de Mestrado).
o comprimento da ponte, ou se aumen- GENTIL, V. Corrosão. Rio de Janeiro: 2003. 341p.
FIGUEIREDO, M. Avaliação da integridade estrutural da Ponte do Pinhão, DEMEGI/FEUP,
tasse a resistência dos elementos fora
2004.
do raio de ação da curva tensionada.
GONÇALVES, R. M. Alguns aspectos relativos à inspeção e recuperação de pontes de aço
O software utilizado foi adequado - ênfase em pontes ferroviárias. São Carlos: Departamento de estruturas, Universidade de
e possibilitou a modelagem da estrutura São Paulo, 1992. (Tese de doutorado).
de forma simples e eficiente. Os resulta-
dos obtidos indicaram elevada amplitu- Artigo recebido em 31/05/2007 e aprovado em 11/03/2008.

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