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CURSO DE PETROLOGIA ÍGNEA

PARA ALUNOS DE GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA

UMA COLETÂNEA DE TRADUÇÕES E TEXTOS DE


AUTORES BRASILEIROS E ESTRANGEIROS:

BASEADO PRINCIPALMENTE EM:

PETROLOGIA ÍGNEA
VOLUME 1
ALCIDES NÓBREGA SIAL
IAN Mc REATH (1984)

IGNEOUS PETROGENESIS
MARJORIE WILSON (1988)

PREPARADO POR: MÁRCIA APARECIDA DE SANT’ANA BARROS

Aula 1
2

Introdução:

Petrologia Ignea:

É um ramo da geologia que estuda rochas originadas a partir do resfriamento


de magmas.
Petro= pedra
Logia= estudo
Rochas ígneas também são denominadas de rochas magmáticas. Podem ser
plutônicas, hipoabissais ou vulcânicas.

Magma
Os magmas são definidos como substâncias naturais de alta
temperatura, constituídas por diferentes proporções de líquido, cristais e gases,
cuja natureza depende das propriedades químicas e físicas do material que
sofreu fusão.
As características dos magmas refletem na maioria das vezes um tipo
específico de ambiente geológico envolvido em sua geração.
Chamamos de Magma Primário, o líquido inicial obtido
imediatamente após a fusão da fonte e Magma Parental quando este
representa um magma primário já modificado por processos de diferenciação
magmática.
Se um magma é primário sua composição refletirá as condições de
equilíbrio no instante em que o líquido foi removido da fonte. A profundidade
da fonte, oscila entre 50 e 100 Km. Normalmente acredita-se que o magma
vêm do manto superior. O estudo do manto superior têm demonstrado que este
é heterogêneo em composição e consequentemente em condições de pressão e
temperatura. Assim é de se esperar um amplo intervalo composicional para os
magmas. Acredita-se também que raramente encontrar-se-á um magma
primário, pois devido a grande profundidade de sua geração até atingir níveis
crustais elevados, espera-se que o magma sofra modificações tais como
fracionamento e assimilação.
Deve-se pensar também que muitas vezes o magma é gerado em
profundidades mantélicas e ascende para níveis crustais onde irá residir por
um longo período antes de ser extravasado ou cristalizado formando um corpo
plutônico. Este período onde o magma encontra-se em câmeras magmáticas, é
o período que chamamos de residência crustal. Quanto maior o tempo de
3

residência crustal, maiores modificações o magma terá sofrido e maior será a


diferença entre o magma dito primário e o magma parental (modificado).
As discussões sobre a origem dos magmas, seus tipos composicionais e
sua evolução, têm sido implusionadas pelos dados obtidos através da
petrologia experimental que simulam em laboratório diferentes condições de
pressão e temperatura para constatar os efeitos de cristalização sobre líquidos
naturais ou sintéticos.

Recordando:
Explique a estrutura interna da terra.

É possivel a geração de magmas originalmente andesíticos? Seriam


estes derivados de magmas basálticos? Qual a fonte para este volumoso
vulcanismo (andesíticos)? Seria a fusão da placa litosférica oceânica ou a
cunha do manto sobrejacente a esta placa?

Autores como Green & Ringwood (1968) utilizando composições


naturais sob pressões da ordem de 10-30 Kb, concluíram que os magmas
andesíticos podem evoluir a partir da cristalização fracionada de um liquído
basáltico, originado a partir da placa litosférica na zona de subducção. Este
mesmo trabalho demonstra que líquidos originalmente andesíticos podem ser
gerados através da fusão de uma fonte básica sob alta pressão. Kushiro et al
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(1968) sugere que pode ocorrer fusão de cunha mantélica ultrabásica na zona
de subducção se houver a transferência de voláteis necessários, através da
desidratação da litosfera oceânica, gerando magmas andesíticos.

Composição Química dos Magmas:

A grande maioria dos magmas observados na natureza possuem uma


composição silicática, sendo seus componentes principais o silício e o
oxigênio. Não está comprovado a existência de magmas carbonatados,
sulfetados e óxido-fosfatados. Nos dois últimos casos podemos chamá-los de
magmas secundários, pois se derivaram de outros magmas inicialmente
homogêneos. Nos magmas silicáticos estão presentes os elementos cafêmicos
Ca,Fe e Mg e os alcalinos Na,K e Al e Ti. Esses componentes constituem o
grosso da composição da rocha e consequentemente são chamados de
elementos maiores. Além disso há os elementos menores P ou Mn e os traços
Rb,Sr,Ba,Ni,Cu , Co etc... Estes ocorrem em proporções representadas como
partes por milhão (ppm). Os elementos maiores ocorrem em proporções acima
de 1%.
Pode-se agrupar os elementos de acordo com seu comportamento ao
formarem minerais. Assim têm-se os formadores de retículos que constituem
os grupos aniônicos. São representados por Si, porém incluem também o P e
os modificadores de retículo Mg,Ca,Fe,Na e K que existem como cátions e a
presença deles até certo ponto, determina os tipos de minerais que vão
cristalizar a partir de um determinado magma. Por exemplo se existe muito
Mg disponível o magma irá cristalizar em altas temperaturas Forsterita. Além
desses dois grupos há os elementos de comportamento duplo como Ti+4 e Fe+3,
que tanto podem participar da formação de retículos aniônicos quanto podem
agir como agentes modificadores. É possível também separar um outro grupo
de componentes: os chamados componentes voláteis, que possuem uma certa
solubilidade em magmas sob elevadas pressões, mas que se tornam insolúveis
sob baixas pressões. Devido a sua natureza física, são gases ou líquidos
facilmente volatizados sob condições superficiais. Os componentes voláteis
mais importantes dos magmas são H2O e CO2.

Propriedades dos Magmas

Existem duas propriedades que controlam os magmas, a sua viscosidade e


fluidez. Estas propriedades dependem de uma série de fatores tais como teor
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de SiO2, grau de polimerização, temperatura, conteúdo de voláteis e tipos de


cátions. Vamos começar compreendendo o que é polimirização.

Polimerização: Polimirizar é efetuar ligações de um tetraedro com


outro dando origem aos diferentes sistemas cristalinos dos minerais. No grupo
dos silicatos os de menor polimerização são os nesossilicatos (grupo da
Olivina e Granada). A polimerização nos magmas aumenta diretamente com o

aumento do teor de sílica. Aumenta também com a presença de cátions


do tipo Sr-Li-Na-K e diminue com o aumento de cátions do tipo Fe, Mg e Ca.

1-Viscosidade: é a propriedade que um líquido têm em resistir ao fluxo.


Depende da temperatura, composição,pressão, tipo de estrutura Si-O e
conteúdo de voláteis.

2- Fluidez: é a propriedade do magma de escoar. A fluidez de um magma


aumenta quando sua viscosidade diminue. Assim magmas básicos são mais
fluídos do que magmas ácidos.
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Fatores que influenciam na viscosidade e fluidez

2.1 –Temperatura:

A viscosidade aumenta quando a temperatura diminue. Portanto


magmas básicos são menos viscosos que magmas ácidos, pois a temperatura
dos magmas básicos é em torno de 1100oC e a dos magmas ácidos é em torno
de 850oC

2.2 –Composição

A viscosidade aumenta quando aumenta o teor de sílica. Portanto


magmas ácidos são mais viscosos que magmas básicos.A viscosidade diminue
com a presença de cátions do tipo Ca++,Mg++, Fe++ e aumenta com a
presença de cátions Li,Na e K.

2.3 –Pressão:

Se aumentar a pressão e manter a temperatura constante, a viscosidade


aumentará. No entanto se se elevar a temperatura e pressão simultâneamente,
a viscosidade diminuirá, porque o fator temperatura é mais importante para
determinação desta propriedade.

2.4 –Ligação Si-O

A viscosidade de um magma aumenta com a complexidade das


estruturas silicáticas, ou seja, quanto maior a polimerização dos tetraedros de
SiO4, maior a viscosidade.

2.5 –Conteúdo dosVoláteis.

Voláteis dissolvidos no magma diminuem a viscosidade. No entanto


como fase gasosa eles tendem a escapar, tornando os magmas enriquecidos
nestes mais viscosos.

Conseqências da Viscosidade e Fluidez:

Lavas básicas são mais fluídas e por isso constituem grandes derrames.
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Lavas ácidas são mais viscosas e ricas em voláteis e por isso dão origem a
derrames explosivos, geralmente formando ignimbritos e na maioria dos casos
derrames de pequenas dimensões.

Composição dos Magmas:

Dependendo do ambiente tectônico os magmas variam quimicamente


em séries Toleíticas, Calcio-alcalinas e alcalinas. As séries toleíticas são
conhecidas também como séries a baixo potássio e estão presentes
principalmente nas cordilheiras meso-oceânicas. As séries calcio-alcalinas
dividem-se em calcio-alcalinas a alto potássio e a baixo potássio e ocorrem
principalmente nas zonas de subducção. As alcalinas podem ser sódicas ou
potássicas e ocorrem principalmente em ambientes intra-placa. Os kimberlitos,
lamproitos e lamprófiros fazem parte das rochas alcalinas ultrapotássicas.
Existem também um novo grupo de rochas sub-alcalinas denominadas de
séries shoshoníticas. São rochas calcio-alcalinas com altos conteúdos de K2O,
que ocorrem principalmente nos ambientes pós-colisionais.

Referências bibliográficas do Capítulo

Green & Ringwood (1968) - Genesis of the cal-alkaline igneous rock suite.
Contrib.Mineral. Petrology 18: 163-174

Kushiro,I (1978) – Density and viscosity of some synthetic silicate melts at


high pressures. Carnegie. Inst. Washinton Yearbk. 77 : 672-677
Sial e Mc Reath-1984 – Petrologia Ígnea – volume I – Os fundamentos e as
ferramentas do estudo. Bureau Gráfica e editora Ltda. Rua direita da Piedade,
24 – Centro – 40.000 – Salvador - Bahia

Exercícios para Sala de aula;

1 – Formule Um Conceito Para Magma Utilizando Vários Conceitos


Disponíveis Nas Referências Bibliográficas.
2 – Discuta As Propriedades Dos Magmas E Suas Consequências.
3- Como Podem Ser As Séries Magmáticas De Acordo Com O Ambiente
Tectônico?
4- Qual a influência da polimerização dos tetraedros de sílica na fluidez de um
magma?
5- Qual a profundidade onde começa o manto inferior? E o núcleo/
6- Em qual profundidade do manto superior podem iniciar as fusões?
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7- Faça um desenho esquemático do interior da terra

Aula 2

Evolução Magmática ou Diferenciação Magmática

O magma ao longo do período que vai desde a sua geração através da


fusão até sua ascenção sobre a superfície, sofre uma série de modificações,
que chamamos de processos secundários ou de diferenciação magmática . Este
processo transformam gradualmente magmas inicialmente básicos em
magmas ácidos passando por composições intermediárias.

- Qual o significado de Diferenciação Magmática?


São todos os processos pelo qual um magma inicialmente homogêneo, numa
ampla escala, dá origem a rochas ígneas de composição diferente.
São vários os mecanismos responsáveis porém o de maior importância é o da
cristalização fracionada.

Fracionamento líquido-cristal:

Inicialmente devemos observar que a cristalização de uma ou mais fases


minerais representa quimicamente a incorporação de diferentes elementos
químicos em proporções variadas, o que determina uma modificação no
líquido original. Evidentemente que a composição química das fases são
relativamente simples quando comparadas com o líquido original. A
modificação entre o líquido primário e o líquido residual dependerá da
quantidade das fases minerais cristalizadas e retiradas do sistema. Imagine um
líquido de composição inicial básica. Processos de cristalização precoce
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formam inicialmente em temperaturas mais elevadas, olivina e posteriormente


plagioclásios cálcios e piroxênios. Se estes minerais assentam por gravidade
no fundo da câmera magmática, sobrará um liquído residual (o que sobrou
após a retirada dos minerais ) e este estará mais enriquecido em sílica, e
empobrecido em Ca, Fe e Mg que entraram na composição dos minerais.
Assim o líquido inicialmente basáltico transformou-se por cristalização
fracionada em líquido andesítico ou riolítico. A questão do afundamento ou
não dos minerais depende da pressão reinante sobre a câmara magmática.
Sabe-se que cristais que afundam com o líquido sob baixa pressão podem
flotar se as condições de pressão fossem mais elevadas.

Filtragem sob pressão:

Este mecanismo sugere a separação de um líquido originalmente disperso em


uma pasta de cristais. Este processo normalmente acompanha o mecanismo da
fusão parcial do manto ou crosta inferior, onde os cristais são separados por
uma película de líquido, à qual diminuie a “coesão” destas porções. A
sobrecarga litosférica transfere este líquido para as zonas de mais baixa
pressão. Figura 1
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Segregação por Fluxo

Pressupõe a existência de cristais suspensos em um líquido submetido a um


fluxo ao longo de condutos. O fluxo tende a concentrar os cristais nas zonas
de mais baixa velocidade. Normalmente nas bordas dos condutos o fluxo tem
um maior grau de velocidade que no interior do conduto. Assim as bordas
serão de granulometria mais fina que o interior do conduto. Este conceito
contraria a hipótese de que as margens afanaticas ou faneríticas finas destes
corpos seriam decorrentes da rápida cristalização do líquido em contato com
as encaixantes.

Transferência Gasosa:
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Conforme anteriormente discutido os magmas não possuem uma distribuição


uniforme de temperaturas e pressões. Este fato determina que o potencial
químico de cada elemento seja diferente nas zonas onde estabelecem-se estes
gradientes. Alguns elementos, como os elementos de baixo peso atômico e
grande raio iônico (Ex. Rb, Sr,Ba), buscam um mesmo potencial migrando em
direção ao topo da coluna magmática. No entanto as razões de difusão destes
elementos são mais lentas que a difusão de calor e, consequentemente a
cristalização do magma completa-se antes que esta migração possa causar
efeitos significativos. Todavia se o magma torna-se supersaturado, em
algumas porções da câmara desencadeia-se um fluxo ascendente destes
componentes para as porções superiores da coluna magmática. Qualquer
elemento do sistema que possua uma maior solubilidade na fase gasosa do que
na fase líquida concentrar-se a também no topo da coluna magmática.Em
resumo cabe salientar que a presença de componentes voláteis pode conduzir a
produção de heterogeneidades composicionais dentro do magma, enquanto
eles permanecem dissolvidos neste; porém seu efeito é maior quando eles se
despreendem do magma carregando sua carga de cátions e ânions na forma de
complexos estáveis. Se a fase volátil contiver cloro, elementos tais como Pb,
Zn e Cu se repartem a seu favor. Se a fase volátil for composta de H20, C02 e
F , os lantanídeos ou terras raras de maior número atômico (pesados)
formaram íons complexos. Assim se o magma perde sua carga volátil, irá
embora com ela os elementos terras raras pesados, e com isso o magma
residual será pobre nesses elementos.

Imiscibilidade de Líquidos:

Este processo explica o aparecimento de dois líquidos distintos, não


miscíveis, originados a partir de um único líquido original. Trabalhos
experimentais realizados em líquidos silicatados, demonstram as dificuldades
deste processo atuar em grande escala. Fundamentalmente são conhecidos
apenas três tipos de sistemas magmáticos onde o fenômeno ocorre: sistema
silicatado básico gerando um líquido sulfetado, mesmo diante de baixas
concentrações de enxofre; sistema alcalino rico em CO2, gerando uma fração
rica em álcalis e outra constituída por CO3 gerando os carbonatitos em
magmas toleíticos ricos em Ferro, os quais evoluem para uma porção félsica e
outra máfica.

Mistura De Magmas:
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Atualmente diversas situações geológicas envolvendo rochas ígneas são


explicadas por mecanismos de mistura de magmas. Este conceito pressupõe a
existência de dois líquidos , que ao se misturarem fornecem composições
híbridas condizentes com a proporção de cada um destes. Algumas
composições andesíticas são explicadas pela mistura entre Riolito e Basaltos
em proporções iguais. Em diferentes proporções ocorreriam também através
da mistura destas duas composições magmas dacíticos. Como essas misturas
ocorreriam?
É de se esperar que uma câmara magmática seja episodicamente preenchida.
Desta forma um novo pulso de magma encontraria na câmara magmática um
magma já evoluído. Um bom exemplo deste tipo de situação ocorre nas
dorsais mesooceânicas onde a câmara magmática é preenchida constantemente
por novos pulsos magmáticos.
Um aspecto importante a ser destacado é a barreira termal e
composicional entre os dois líquidos. Quanto maior essa diferença, mais difícil
é ocorrer a mistura. Assim considera-se que este processo seja capaz de
produzir poucas quantidades de material. Uma câmara magmática contendo
um magma ácido, invadida repentinamente por um líquido básico produz
mistura parcial antes do resfriamento total do magma.. Estas misturas parciais
são conhecidas como magma “mingling” e produzem feições do tipo
“quench”. Este mecanismo segundo alguns autores explicaria a presença
comum de enclaves microdioríticos em granitóides

Figura 2 – Enclaves microdioríticos

Fusão e Fracionamento:
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A fusão envolve, na sua origem, a modificação composicional da fonte


levando a formação de um resíduo sólido e de um líquido. A extensão deste
processo definirá o grau de modificação da fonte. Devemos considerar que a
fusão inicial de uma determinada fonte, envolve a retirada de uma
determinada percentagem de fases não refratárias ao calor disponível no
sistema. Se uma nova fusão ocorrer certamente uma maior disponibilidade de
calor será necessária, se mantidas as condições do meio.

Assimilação:

Diversos autores admitiram durante muitos anos a possibilidade das variações


composicionais das rochas ígneas serem o resultado de processos de
assimilação. Bowen (1928) no entanto, estudando experimentalmente esta
possibilidade demonstrou inúmeras limitações da atuação deste processo. Este
autor demonstrou a substancial diferença de calor requerida para um magma
fundir ou mesmo reagir com as encaixantes, onde somente líquidos
superaquecidos poderiam causar extensiva assimilação, sabendo-se que em
condições naturais a existência deles é relativamente rara. Entretanto a
presença de xenólitos e xenocristais, com contrastes texturais e
composicionais com os líquidos hospedeiros, sugerem a existência de
diferentes graus de assimilação. Se é encontrado um xenoclasto de quartzo
arenito em basaltos constituído por fenocristais de plagioclásio imersos numa
matriz vítrea, este xenocristal provavelmente representa fragmentos da
encaixante. Se a composição ao redor permanece a mesma bem como a do
xenocristal, pode-se considerar um processo de assimilação pequeno. Se
houver um grau de assimilação mais avançado os xenoclastos de rochas
pelíticas transformam sua mineralogia para minerais típicos de metamorfismo
de contato.
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AULA 3

Petrologia Experimental

2.0 SISTEMA BINÁRIO


2.1 Generalidades
A cristalização magmática é um processo bastante complexo, variando de acordo
com a natureza do magma e das condições ambientais. Basta relembrar aqui, por exemplo,
as diferenças no comportamento do magma basáltico e granítico durante a sua cristalização.

Magma Água dissolvida Intervalo de temperatura entre o início ao fim


de cristalização
Basáltico Traços Amplo

Granítico Alguns % Reduzido


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Percebe-se, pois de imediato a importância de se entender o processo da cristalização


magmática já que o fenômeno permite explicar a distribuição e as feições geológicas que
caracterizam a ocorrência dos diversos tipos litológicos. Também a diferenciação
magmática, isto é, a formação de vários tipos de rochas a partir de um só magma, pode ser
entendida através do tipo de consolidação ígnea, assim com o desenvolvimento de certas
estruturas e texturas típicas.
A cristalização magmática é, como indica o próprio nome, a transformação do líquido
magmático em cristais pelo resfriamento da câmara magmática, isto é, pelo abaixamento de
temperatura. Durante a cristalização fica caracterizado um estado de equilíbrio entre o
líquido magmático, que ainda irá cristalizar, e os cristais já formados. Em outras palavras,
a cristalização magmática pode ser estudada por diagramas de equilíbrio que ainda são
obtidos por via experimental em laboratório, utilizando-se como modelos misturas de
silicatos representando magmas simplificados.

2.2 Regra Das Fases

Para um melhor entendimento dos diagramas de equilíbrio é necessário recapitular a regra


das fases expressa pela relação:

F= c – p + x

F: grau de liberdade, isto é, número de parâmetros de estado que podem ser variados
arbitrariamente, sem mudar o estado do sistema.
C: número de componentes do sistema, correspondente ao número mínimo de substância
química necessárias para a descrição de composição do sistema.

P: número de fases do sistema, isto é, os diversos estados (sólido, líquido, gasoso), dos
constituintes do sistema. As fases são, portanto partes homogêneas dos sistemas, sem que
haja necessidade de sua continuidade física. Assim se tivermos 10 gotículas de óleo
isoladas, emuladas num copo d’ água, teremos duas fases (óleo líquido e H2O líquido) e
não onze (11) fases (água + gotículas de óleo).

X: parâmetros do estado do sistema, isto é, as condições que definam uma determinada


associação de fases do sistema. Pela variação dos parâmetros do estado é possível fazer
surgir novas fases ou provocar o desenvolvimento de fases previamente existentes no
sistema.

Consideramos, por exemplo, o sistema H2O (Fig. 01). É possível obter-se várias fases
(água, gelo, vapor) nestes sistemas pela variação de pressão e de temperatura, isto é, dos
parâmetros do estado, neste caso 2, (P, T). O número de componentes é 1 (H2O) já que
todas as fases tem esta composição. Não é necessário considerar-se dois componentes (H2 e
O2) como no caso do sistema oxigênio-hidrogênio-água.
Isto posto, vamos examinar o significado do grau de liberdade (F), ou seja, o número de
parâmetros que podem ser variadas, dentro de certos limites, sem alterar o estado do
sistema. Para o sistema H2O temos:

C: 1 (H2O)
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P: 3 (gelo, água, vapor)


X: 2 (P, T)
F: c – p .: x: 1 – 3 + 2 = 0

Isto indica que não podemos mudar nenhum parâmetro do estado para manter
inalterado o estado do sistema, caracterizado pelo equilíbrio água-vapor-gelo. Em outras
palavras o equilíbrio é puntual, no nosso caso o famoso ponto tríplice, caracterizado por
uma, e uma só, associação de pressão e temperatura. Se conseguirmos, entretanto um
estado do sistema caracterizado pela coexistência de somente duas fases (por exemplo,
água e vapor) de tal modo que p=2, então f=1, isto é, existe um grau de liberdade.

DIAGRAMA DE EQUILÍBRIO DO SISTEMA H 2O

Ponto
218 Crítico

ÁGUA

50 B
Pressão (atm)

GELO
Ponto
Triplo

1 A
0,006

VAPOR

0,001 100 200 374


Temperatura (°C)

Figura 1 – Diagrama de fases do sistema H2O

Este caso indica que os parâmetros do estado pode ser variado arbitrariamente já que para
cada variação arbitrária de um dos parâmetros existe uma variação obrigatória do outro
parâmetro de forma que seja mantido o estado do sistema.
Em outras palavras o equilíbrio é linear, existe ao longo de uma linha, denominado neste
caso de linha de equilíbrio vapor d’água.
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Pergunta: O que significa equilíbrio linear?

Assim na Fig.1 existe uma posição de equilíbrio entre a água e o vapor a 100 ° C e 1 atm
(ponto A).Se a temperatura for variando arbitrariamente para 200 ° C (ponto B), a pressão
deverá variar obrigatoriamente para 50 atm para que seja mantido o estado do sistema
caracterizado pelo equilíbrio água-vapor. Entre os pontos A e B existe um infinito número
de associações de P-T ostentando o mesmo estado de sistemas considerando que no seu
total, constituem a curva de equilíbrio.
A diferença entre o sistema H2O e os sistemas silicáticos, futuramente analisados,
consiste em considerar-se apenas um parâmetro do estado, ou seja, a temperatura já que a
cristalização magmática pode ser considerada dentro de certas limitações como sendo um
processo isobárico. Desta maneira resulta para a regra das fases a expressão:

F: c – p + 1
( Na água considera-se variações de T e P e portanto F=c-p+2)

Pergunta: Qual a diferença entre o sistema H2O e os sistemas silicáticos?

2.3 Sistemas Binários com Ponto Eutético Simples

Este tipo de diagrama, exemplificado pelo sistema Diopsídio (Ca Mg Si2O6) –


Anortita (Ca Al Si2O8) respectivamente um piroxênio e um feldspato cálcico é um dos
mais simples, correspondendo a um magma básico ultra-simplificado. Como entre ambos
os componentes não ocorre reação com a conseqüente formação das novas fases, o sistema
pode ser assim caracterizado:

C: 2(Ca Mg Si2O6) (, Ca Al2 Si2 O8)


X: 1 (T)
P: 3 (diopsídio, anortita, fundido silicático)

Para determinar-se o número máximo de fases que podem coexistir neste sistema
aplica-se a regra das fases tornando-se f = 0, x = 1 e c = 2, o que resulta em p = 3, ou seja,
todas as 3 fases do sistema podem coexistir num ponto, neste caso denominado de ponto
eutético E (figura 3).
O diagrama focalizado pode ser subdividido no sentido vertical em 3 regiões
distintas:
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DIAGRAMA DE EQUÍLIBRIO OM EUTÉTICO SIMPLES

B A
1600
LÍQUIDUS
C 1550
ção
liza
1500 rista S+L
1510
c
da
o
íci
in
Temperatura (°C)

do
1400

a
(Fundido +

rv
Cu
1355 S+L Anortita)
(Fundido +
1300 Diopsidio)
1270

1200 SÓLIDUS

0
100 90 80 70 60 58 50 40 30 20 10 0
CaMgSi 2 O6 CaAl 2 Si2 O8
DIOPSIDIO ANORTITA

Cmposição do fundido (% em peso)

Figura 2 – Diagrama binário com eutético simples

1 – A região abaixo da temperatura do eutético (1270 ° C) todo o magma se acha


cristalizado (solidus).
2 – A região acima das curvas do início da cristalização, na qual só ocorre material fundido
(liquidus).
3 – A região situada entre as curvas do início da cristalização e o ponto eutético
caracterizado pela coexistência do líquido magmático e cristais já formados (solidus-
liquidus). Esta região representa o intervalo de temperatura durante o qual se desenvolve a
cristalização.

A região solidus-liquidus comporta duas divisões no sentido horizontal:

1 – O setor que se estende da composição 100 % diopsídio – 0 % anortita (limite esquerdo


do diagrama) até o eutético (58 % diopisídio – 42 % anortita). Nesta área a cristalização
iniciou-se com a formação de cristais de diopsídio.
2 – O setor que se estende do eutético até a composição 100 % anortita – 0 % diopsídio
(limite direito do diagrama), caracterizado pela cristalização inicial da anortita.
No encontro dos dois setores, isto é, no ponto eutético, é óbvio que se cristalizem
conjuntamente cristais de anortita e diopsídio. Consideremos agora a cristalização dos 3
fundidos A, B e C.
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1 – O fundido A, contendo 80% de anortita e 20% de diopsídio está situado à direita do


ponto eutético. A cristalização inicia-se com o abaixamento da temperatura a 1510° C com
a formação de cristais de anortita. Pela retirada de anortita o fundido sofre um
enriquecimento relativo em diopsídio, isto é, a composição do fundido se desloca para a
esquerda (flechas) rumo ao ponto eutético. Com a contínua queda de temperatura cada vez
mais anortita irá cristalizarem-se e o líquido residual ficará cada vez mais enriquecido em
diopsídio. A 1270° C o líquido terá atingido a composição do eutético e neste instante irão
cristalizar conjuntamente diopsídio e anortita na proporção 58:42.
Durante o intervalo de cristalização entre 1510 e 1270° C a anortita inicialmente
formada irá desenvolver-se progressivamente originando grandes cristais (item 1.4.5.7.). Já
no eutético a cristalização ocorre a uma temperatura fixa e não a uma mistura de pequenos
cristais de diopsídio e anortita denominada de matriz. Resulta, pois ao final da cristalização
de todo o magma, uma rocha porfirítica contituída por fenocristais de anortita numa matriz
final de diopsidio anortitica.
Todos os fundidos com composição situada a direita do ponto eutético cristalizam
segundo o esquema do líquido A.
2 – Consideramos agora o fundido B composto por 80 % de diopsídio e 20 % de anortita
situado à esquerda do ponto eutético. A cristalização inicia-se a 1350° C com a formção de
cristais de diopsídio. Isto leva a um enriquecimento do líquido coexistente em anortita cuja
composição se desloca rumo ao eutético. Com o sucessivo abaixamento da temperatura
acompanhado pela cristalização de mais diopsídio e conseqüente enriquecimento do líquido
em anortita, é atingido a 1270° C o ponto eutético, quando então cristalização
conjuntamente e anortita na proporção 50:42. Após a consolidação na proporção total do
magma resultará uma rocha porfirítica constituindo por fenocristais de diopsídio numa
matriz de diopsídio e anortita.
Todos os fundidos com composição situada do ponto eutético cristalizam segundo o
esquema do líquido B.
3 – O fundido C com composição eutética irá cristalizar diretamente a 1270° C com a
formação de uma rocha de granulação fina composta por uma mistura de anortita e
diopsídio na porporção de 42:58.

Conclusões:

A análise do diagrama revela:


1 – Que num sistema a temperatura do início da cristalização com a proporção dos
componentes contidos no liquido original.
2 – Que silicatos quando misturados em fundidos, deprimem mutuamente os seus pontos de
cristalização, assim apesar da anortita pura e do diopsidio puro cristalizarem-se
respectivamente a 1550° C e 1400° C, pela mistura de ambos,pode surgir um fundido que
irá cristalizar apenas a 1270° C (mistura eutética).
3 – Que o intervalo de temperatura durante o qual ocorre a cristalização depende da
composição inicial do fundido, podendo variar desde 0° C (ponto eutético) a centenas de
graus (fundidos ricos em anortita ou diopsídio).
4 – Apesar de início da cristalização ocorrer a temperaturas variáveis de acordo com a
composição do líquido inicial , o fim de cristalização ocorre a uma temperatura fixa, a do
ponto eutético.
20

5 – A última fração cristalizada, a partir de qualquer fundido considerado, tem sempre a


mesma composição, ou seja, diopsídio, e feldspato cálcico na proporção 52:40.

2.4 – Variação de ponto eutético com a pressão

Nestes itens são discutidos basicamente a influencia de dois tipos de pressão, ou


seja, a pressão exercida por vapor d’água e a pressão dita seca. O primeiro caso pode ser
visualizado pelo exemplo da panela de pressão que age sobre o alimento que está
cozinhando, sob uma pressão de vapor d’água. Já o segundo caso, pressão seca, pode ser
exemplificado pela pressão sobre uma substância colocando simplesmente um peso.

2.4.1 – A influência da pressão de vapor d’água

A influência de pressão de vapor d’água sobre um sistema Diopsídio-Anortita já


implica:
1 – No abaixamento de temperatura de cristalização;
2 – Na mudança de composição de mistura eutética. (muda para 50:42 sendo antes na
proporção 52:40)

2.4.2 – A influência da pressão seca

Este é o caso mais realístico para o sistema Diopsídio-Anortita tendo em vista que o
mesmo representa um magma básico ultra simplificado que são, como já ficou exposto
anteriormente , pobres em água . As causas de tal comportamento são duas:.

1 – A baixa solubilidade da água em magmas básicos;


2 – O magma básico se origina na base da crosta ou nas camadas superiores do manto onde
as condições de pressão, temperatura são muito elevadas. Nestas condições a água não
permanece nestes locais, já que os mesmos tende a migrar as regiões de baixa pressão e
temperatura.

A influência da pressão seca manifesta-se sistema Diopsídio-Anortita sob duas formas:


1 – Elevação do ponto de fusão das misturas do sistema conforme os dados da página
seguinte (Fig. 10).

Temperatura de Fusão Temperatura de Fusão


Pressão Normal Pressão de 300 Kg/cm2
Diopsídio 1360° C 1450° C
Anortita 1530° C 1550° C
Mistura Eutética 1270° C 1300° C
21

2 – Mudança na composição da mistura eutética conforme os dados abaixo:

Diopsídio Anortita
Pressão Normal 58 % 42 %
Pressão de 300
50 % 50 %
Kg/cm2

Consideramos agora um fundido com composição próximo à da mistura eutética (55 % Di


– 45 % An) representado pelos pontos 1 e 1’ na Figura . De acordo com a pressão agindo
sobre o fundido as seqüências de cristalização serão distintas. Assim a elevadas pressões
cristalizará inicialmente diopsídio e, a 1300° C uma mistura final de diopsídio e anortita na
proporção de 50:50.
Já à pressão normal cristalizará inicialmente anortita e posteriormente a 1270° C uma
mistura de diopsídio e anortita na proporção de 58:42 (item 2.3). Tal fato ocorre do fundido
a elevadas e baixas pressões situar-se respectivamente à esquerda e a direita do ponto
eutético. Resultarão ao final da cristalização, pois duas rochas com composições idênticas
(55 Di – 45 An), mas com texturas diferentes. As elevadas pressões forma-se-á uma rocha
porfirítica com fenocrsitais de diopsídio numa matriz de diopsídio e anortita enquanto a
baixas pressões a rocha exibirá fenocristais de anortita numa amtriz de diopsídio e anortita.
Outro aspecto interessante elucidado pelo sistema em discussão é a cristalização de
um fundido em condições de rápido alívio de pressão.
Estas condições ocorrem em vulcões através dos quais o material é lançado repentinamente
do interior da crosta terrestre (elevada pressão) para a superfície da mesma (baixa pressão).
Consideremos o fundido cristalizado (Ponto 2) isto é, a coexistência de uma fase cristalina
(diopsídio) e a uma fase líquida. Se este material sofrer um rápido alívio de pressão sob
temperatura constante e a sua posição passará a ser 2’, situada no campo liquidus. Com isto
os cristais de diopsídio já cristalizados serão re-dissolvidos no fundido a partir do qual
agora irá cristalizar a anortita (Ponto 3) e mais tarde a 1270° C no ponto eutético, uma
mistura de diopsídio e anortita na proporção de 58:42.
Se, porém durante o alívio de pressão também ocorrer um abaixamento da
temperatura, os cristais pré-existentes não serão totalmente re-dissolvidos no líquido, já que
se trata de um processo lento, e sim apenas parcialmente. Resultará então, após a
cristalização total do fundido, uma rocha exibindo cristais corroídos (Fig. 11).

2.5 Sistema Binário com Eutético Duplo

Consideremos o sistema constituído pelos dois componentes SiO2 (sílica) e


NaAlSiO4 (Nefelina). As fases deste sistema, já que existe reação entre os seus
componentes, são os que seguem (Fig. 12):

1 – Fundido
2 – SiO2 (sílica)
3 – NaAlSiO4 (nefelina)
4 – NaAlSiO4 + 2 SiO2 = NaAlSi3O8 (albita)
22

Aplicando-se a lei das fases determina-se o número máximo de fases que poderão coexistir:

F = c – p + 1:. 0 = 2 – p + 1:. P = 3

Isto indica que no máximo 3 das 4 fases do sistema considerado poderão coexistir
uma determinada condição de pressão e temperatura. Tal fato pode ser comprovado por um
raciocínio simplista.
Se todas as fases coexistirem fatalmente nefelina e quartzo irão reagir para a formação da
albita, com o conseqüente desaparecimento de uma das duas fases envolvidas na reação de
acordo com as proporções dos componentes no fundido inicial. Assim teremos:

SISTEMA BINÁRIO COM EUTÉTICO DUPLO


°C
1500

LÍQUIDUS 1- NEFELINA + LÍQUIDO


1400 2- ALBITA + LÍQUIDO
3- SÍLICA + LÍQUIDO
A B C D E F G

1300

1200

1 2
3 3
1100
S+L S+L S+L S+L
1168 1062
E1 E2

1000
SÓLIDUS

3 3 4 5 6 3
900
20 30 40 50 60 70 80 % em peso
NaAlSiO4 Si O2
NEFELINA NaAlSi3 O8 SÍLICA
ALBITA

Figura 3 – Diagrama Nefelina-Sílica com eutético duplo.

1 – No caso de excesso de NaAlSiO4 sobre SiO2 resultará o desaparecimento desta última


por ocasião de formação de NaAlSi3O8, que juntamente com o excesso de Na AlSiO4 irão
constituir o sub-sistema integrado pelas fases Nefelina-Albita fundido, do tipo eutético
simples (item 2.3).
2 – Ocorrendo excesso de SiO2 sobre NaAlSiO4, após a reação de formação de NaSiO8, o
excesso de SiO2 e o NaAlSi3O8 irão constituir o sistema integrado pelas fases Albita-Sílica-
fundido, do tipo eutético simples.
23

3 – NaAlSiO4 e SiO2 ocorrem na proporção exata para serem totalmente consumidos


durante a formação do NaAlSi3O6. Este caso representa a linha de separação entre os casos
com excesso ou deficiências de SiO2 ou NaAlSiO4, ou seja, o limite comum aos dois sub-
sistemas da Figura 12.
Para cada um dos casos sub-sistemas a cristalização será idêntica à descrita no item 2.3
como segue:

Intervalo de
Cristalizaçã Cristalizaçã
Composto Cristalizaçã
o Inicial o Final
o
Nefelina+Al
A Nefelina Existe
bita (E1)
________ Nefelina+Al
B Não existe
bita (E1)
Nefelina+Al
C Albita Existe
bita (E1)
D ________ Não existe Albita
Albita+Sílica
E Albita Existe
(E2)
________ Albita+Sílica
F Não existe
(E2)
Albita+Sílica
G Sílica Existe
(E2)

Os sistemas binários com ponto eutético duplo são de importância para a elucidação de
certas paragêneses. No caso focalizado fica demonstrado que a partir de um mesmo
sistema, dependendo apenas da proporção de seus diversos componentes, podem cristalizar
rochas contendo:

1 – Somente albita
2 – Albita e nefelina
3 – Albita e quartzo

Não poderá, entretanto cristalizar uma rocha contendo conjuntamente nefelina


e quartzo dado a incompatibilidade entre ambos e pela relação de reação que os une.
Existem na prática, vários outros pares de minerais que são incompatíveis casos das
associações Leucita-quartzo e Olivina-quartzo, onde possuem incompatibilidades.Estas
feições físico-químicas, servem como linhas mestras para a sistemática das rochas
magmáticas como no caso dos silicatos, subdivididos em supersaturados, (Feldspato-
quartzo), saturados (Feldspatos) e insaturados (Feldspato+feldspatóides).

2.6 – Sistemas Binários com Ponto Eutético de Fusão Incongruente


24

Diagramas de equilíbrio desta natureza são, ao lado dos sistemas de soluções


sólidas, de importância fundamental para a compreensão da diferenciação magmática, por
envolverem o conceito de “princípio de reação”.

2.6.1 – Conceito de Ponto de Fusão Congruente e Incongruente

O gelo a 0° C e sob 1 atm de pressão se funde dando origem a água, isto é, liquefaz-
se num só passo e a uma temperatura fixa, uma vez fixada a pressão. A Anortita,
feldspato cálcico, funde-se a 1550° C sob 1 atm, dando origem a um líquido com a mesma
composição do sólido.
Sob a mesma pressão considerada, o diopsídio, um piroxênio, se liquefaz a 1391° C, dando
origem a um líquido com a mesma composição química do sólido. Em todos os casos
mencionados, durante a fusão a temperatura permanece constante até a consumação total do
fenômeno.
Toda substância que se funde completamente a uma determinada temperatura, uma
vez fixada a pressão, originando um líquido com a mesma composição química do sólido,
exibe ponto de fusão congruente.
O mesmo não ocorre com uma série de substâncias, como no caso da enstatita, um
piroxênio. Este silicato, ao ser aquecido até 1557° C não funde totalmente e sim origina
duas fases distintas, uma sólida e outra líquida. A fase líquida é constituída de SiO2 e a fase
sólida corresponde a um mineral determinado de forsterita (Mg2SiO2), uma olivina de Mg.
Apenas após um aquecimento enérgico, a 1570° C todo mineral se liquefaz fundindo
também a forsterita, segundo o esquema abaixo:

enstatita (Mg2Si2O6) SiO2 (Líquido)


1557° C +

Mg2SiO4(forsterita)

Outro exemplo é representado pela fusão de microclina:

Microclina ( KAlSi3O8) SiO2 (Líquido silicoso)


1150° C + KAlSi2O6 (Líquido com composição da
leucita)

A este tipo de liquefação que não ocorre num só passo a uma temperatura fixa e sim
por uma etapa , num intervalo de temperatura, denomina-se de fusão incongruente.
Consideremos agora a cristalização de um líquido de composição Mg2Si2O6 a 1600°
C, com a queda de temperatura a 1570° C a cristalização inicia-se com a formação de
cristais de forsterita, coexistindo com o líquido de SiO2.
Ao ser atingida a temperatura de 1657° C os cristais de olivina irão reagir com o líquido de
sílica, para a formação de cristais de enstatita , sendo que após a reação não há sobra nem
25

de líquido, nem de cristal. O resultado é uma massa de enstatita com composição idêntica à
do líquido inicial. Nota-se, pois que a formação de um mineral previamente formado (com
composição diferente do mineral inicialmente formado e do mineral a ser obtido pela
reação) segunda segue abaixo:

Mg2Si2O6
(enstatita) funde à e dá origem Mg2SiO4
Líquido 1570° C Forsterita Reação Mg2Si2O6
1557° C Enstatita
SiO2 (Líquido)

2.6.2 O Sistema Forsterita - Sílica

O Sistema focalizado é basicamente semelhante ao diagrama NaAlSiO4 elucidado


anteriormente, já que também aqui ocorre um composto intermediário, a enstatita
(Mg2Si2O6), originada pela reação entre a sílica (SiO2) e a forsterita (Mg2SiO4). A diferença
fundamental entre os dois sistemas considerados reside, entretanto no fato da enstatita
exibir ponto de fusão incongruente o que altera totalmente a disposição das curvas de
equilíbrio do sistema, representado na Figura .
Consideramos a cristalização dos líquidos A, B, C, D, E, F.:
°C
LÍQUIDUS

1900 A B F EC D

1800

1700 1700
S+L S+L
(Sílica) (Olivina)
1600 1600
E 1557
1543
SÓLIDUS y x
1500
0 10 20 30 35 3840 50 60 % em peso
SiO 2 Mg2 Si 2 O6 Mg2 Si O4

SÍLICA ENSTATITA FORSTERITA

Figura 4 – Diagrama com mineral de ponto de Fusão incongruente. O mesmo se aplica para
Leucita –sílica, onde o mineral intermediário é o K-feldspato.

1 – No caso do líquido A, a cristalização é idêntica a dos casos anteriormente discutidos.


Pelo resfriamento cristaliza inicialmente sílica a 1543° C no ponto eutético, sílica e
enstatita na proporção 65:35.
26

2 – No caso do líquido B, a conciliação ocorre a temperatura fixa de 1543° C com


formação de uma mistura de sílica e enstatita na proporção eutética.
3 – A cristalização do C, com composição equivalente à da enstatita (composição X) será
idêntica à descrita no item 2.6.1. A 1600° C ocorrerá a formação de olivina que continuará
a cristalizar com futuras quedas de temperatura. Conseqüentemente o líquido coexistente
irá enriquecer-se sucessivamente em sílica, rumando para a composição Y. A 1557° C o
líquido terá a composição Y e reagirá com os cristais de olivina já cristalizados, originando
enstatita. Tendo em vista a composição inicial do líquido, após a reação sobrarão nem
líquido nem olivina e sim apenas uma massa homogênea de enstatita.
4 – No caso do líquido D, mais rico em Mg4SiO4 que o líquido C, a marcha da
cristalização é semelhante ao caso anterior. A 1700° C inicia-se formação de olivina que
continuará, acompanhado pelo enriquecimento do líquido coexistente em SiO2, até a
temperatura de 1557° C. Neste instante inicia-se a reação entre o líquido, com composição
Y e os cristais de olivina. Como estes estão em excesso (o líquido original situa-se a direita
da composição da enstatita) após a reação sobrarão cristais de olivina. O resultado final de
cristalização será, pois uma rocha constituída por uma mistura de enstatita e olivina.
5 – O líquido E, situado entre as posições X e Y, iniciará a sua crsitalização a pouco menos
de 1600° C com a formação de cristais de olivina. A 1557° C sobrará a reação de olivina e
o liquido coexistente. Como este está presente em excesso (o líquido original situa-se à
esquerda da composição de enstatita) após a transformação de toda olivina em enstatita,
ainda sobrará um resto do líquido. Com nova queda de temperatura irá cristalizar mais
enstatita até que atingindo o eutético, o último líquido irá consolidar-se após a forma de
enstatita e sílica na proporção eutética. O resultado final da cristalização será pois uma
associação entre enstatita e sílica.
6 – Um líquido F, situado entre a composição Y e da mistura eutética, iniciará a sua
cristalização com a formação de enstatita e completará o mesmo ponto do eutético, com a
formação conjunta de enstatita e sílica.

Conclusões

O exame do sistema Mg2SiO4 – SiO2 revela que:

1 – De acordo com a composição do líquido original poderão formar-se rochas constituídas


pelas seguintes associações:

A: Só enstatita – Líquidos com 40 % de Mg2SiO4;


B: Enstatita – olivina - líquidos com mais de 40 % de Mg2SiO4;
C: Enstatita – sílica – líquidos com menos de 40 % de Mg2SiO4;

2 – De acordo com a composição do líquido, poderá cristalizar inicialmente a olivina


(líquidos com mais de 38 % de Mg2SiO4), a enstatita (líquidos com 35 e 38 % de Mg2SiO4)
ou a sílica (líquidos com menos de 35 % de Mg2SiO4).

2.6.3 Diferenciação no Sistema Mg2SiO4 – SiO2


27

Consideramos o líquido C que, como ficou demonstrado no item 2.6.2, ao


cristallizar irá originar uma massa de enstatita pela reação (a 1557° C) entre a olivina já
cristalizada e coexistente líquido rico em sílica (item 2.6.1).
Como também ficou exposto, a cristalização do líquido C inicia-se com a formação de
olivina, após a sua crsitalização seja retirada do sistema, isto é, isolada. Ao ser atingida a
temperatura de 1557° C a rocha normal de cristalização consistirá na reação entre líquidos
com composição Y e os cristais de olivina pré-existentes. Como, porém estes foram
retirados dos sistemas não poderá ocorrer a reação. Não havendo reação, e como o líquido
tem a composição Y a cristalização continuará normalmente como se fosse um líquido F
com a formação de enstatita até que seja atingido o ponto eutético no qual a formação da
enstatita até que seja atingido o ponto eutético no qual cristalização conjuntamente,
enstatita e sílica.
Resultam da cristalização de um mesmo magma (líquido silicático) duas rochas distintas, a
saber:

1 – Uma rocha constituída por olivina, retirada do sistema após a sua crsitalização;
2 – Uma rocha composta por enstatita e sílica.

Em outras palavras, houve diferenciação magmática, isto é, a formação de duas


rochas a partir de um mesmo magma. Neste caso a diferenciação é devida a um
fracionamento magmático, ou seja, a subdivisão do magma original em várias frações ou
partes distintas.
Na natureza, os processos que permitem o isolamento de partes ou de toda a olivina
no sistema são bastante numerosos, destacando-se:

1 – Segregação: O processo já foi discutido no item 1.2.7. A olivina pode ser o primeiro
mineral a crsitalizar e por sua elevada densidade acumula-se no fundo da câmara
magmática. Com isto só a parte superior do depósito de olivina irá reagir com o líquido
originando uma camada protetora do piroxênio que se separa do líquido magmático do
resto das olivinas (Fig. 14).
2 – Bordas de Reação: É óbvio que a reação entre a olivina e o líquido inicia-se na
subsuperfície do mineral. Assim se forma junto à interfácie olivina/líquido um amnto ou
capa de enstatita, denomina-se de borda de reação. Esta capa protege o núcleo dos cristais
de olivina contra a sua reação totalmente com o líquido, isto é, isola a parte da olivina do
sistema (Fig. 15).
3 –Filtragem e Compressão: Consideremos uma câmara magmática numa região
orogênica, submetida a grandes pressões dirigidas. Tais esforços da compressão podem
levar a migração de fração líquida do magma, permanecendo no local apenas o material já
cristalizou, com isso há um isolamento de uma determinada fração, já cristalizou em
relação ao líquido magmático outrora coexistente (Figura 16).
4 – Resfriamanto Rápido: Durante a cristalização se a queda de temperatura for rápida,
não existirá tempo suficiente para a reação entre as fases cristalinas instáveis e o líquido
coexistente na câmara magmática. Desta maneira pode ficar preservado parte dos cristais
que em condições de cristalização lenta teriam sido eliminadas por reação com o líquido
magmático.
28

2.7 Sistema Binário com Componentes constituindo Solução-Sólida


2.7.1 O Sistema Albita-Anortita

Consideremos o sistema CaAl2Si2O8 (Feldspato cálcico-anortita) – NaAlSi3O8


(Feldspato sódico-albita), representado na Figura 6. Ambos os minerais cristalizam no
mesmo sistema (triclínico) e exibem células elementares semelhantes. Nestas condições é
possível a substituição em todas as proporções do agrupamento NaSi pelo agrupamento
CaAL, de tal modo que ambos os minerais constituem uma solução sólida, denominada de
plagioclásio. A série dos plagioclásios de acordo com seu teor em anortita e albita é
dividida nos seguintes membros:
Nome Anortita (%) Albita (%)
Albita 0 – 10 100 – 90
Oligoclásio 10 – 30 90 – 70
Andesina 30 – 50 70 – 50
Labradorita 50 – 70 50 – 30
Bytonita 70 – 90 30 – 10
Anortita 100 – 90 10 – 0

Consideremos no diagrama de Figura 06 da cristalização do composto X, contando


60 % de CaAl2Si2O8:

1 – O fundido permanece no estado líquido até que, pela perda de calor do sistema, seja
atendida a temperatura de 1480° C quando então se inicia a cristalização.

2 – Neste instante o líquido X dá origem a um cristal Y com 87 % de CaAl2Si2O8, isto é,


um cristal mais rico em anortita que o líquido inicial. É lógico, portanto que o cristal Y
coexiste com um líquido mais pobre em CaAl2Si2O8 que o líquido original.

3 – Com os líquidos residuais, obtidos pela cristalização de Y é mais pobre em anortita que
o líquido original, também a sua temperatura de cristalização é mais baixa, isto implica,
portanto durante a marcha de cristalização que o líquido se desloque ao longo da linha
Líquidus rumo a extremidade ocupada pela albita.

4 – Com a queda de temperatura para, por exemplo, 1450° C, o líquido irá deslocar-se para
o ponto R (50 % de anortita). Nestas condições o cristal inicialmente formado (Y a 1470°
C) estará em desiquilíbrio com o líquido R. Ocorre uma reação entre o cristal pré-existente
e o líquido no sentido da formação de um novo cristal para que ambos fiquem em
equilíbrio, estável a 1450° C. Este novo cristal, S, contém 82 % de anortita e estará agora
em equilíbrio com o líquido R a 1450° C. Em outras palavras um líquido (curva superior)
estará em equilíbrio com um cristal (curva inferior) toda a vez que ambos se situarem numa
mesma linha horizontal. Toda a vez que isto não ocorre há um desiquilíbrio (R e Y) com
conseqüente reação entre o cristal pré-existente (Y) e o líquido (R) para a obtenção de uma
nova fase sólida (S) em equilíbrio com o líquido (R).
29

SISTEMA BINÁRIO COM SOLUÇÃO SÓLIDA

°C

1800

1552

1500 X
1470 Y
1450 S
R
1400 S
U U V
ID
U
Q
1350 Q
LI

P
1310
1300 K L

S
U
T

D
LI
Ó
1200 S
N

82% An

87% An
L+S
Z
H
1118
1000

0 20 40 60 80 100
NaAlSi 3 O8 CaAl2 Si 2O8
ALBITA ANORTITA
Composição (% rm pêso)

Figura 5 – Diagrama de solução sólida Albita-Anortita

5 – Assim com a contínua queda de temperatura a composição do líquido se deslocará ao


longo da curva superior (X-R-U-P-K) enquanto a dos plagioclásios correspondentemente
cristalizados migrará ao longo da curva inferior (Y-S-V-Q-L) isto é, ambas as fases vão se
enriquecendo sucessivamente em albita. Pela contínua reação entre o líquido e o cristal pré-
existente não sobram vestígios dos estágios anteriores de cristalização. Assim quando é
obtido S, desaparece Y, por reação. Com a cristalização de V, é eliminado S, por reação.
Com a formação de Q, V é consumido durante a reação, assim por diante.

6 – A cristalização termina a 1310° C quando o último resto do líquido silicático com 20 %


de anortita é consumido durante a reação com Q, para a obtenção do plagioclásio L, com 60
% de anortita. O resultado final da cristalização é, pois a obtenção de um cristal com a
mesma do líquido parental.

Além da cristalização em si o diagrama CaAl2Si2O8 – NaAlSi3O8 permite entender o


motivo pelo qual as séries dos plagioclásios são utilizadas como termômetro geológico
(item 1.1). Existe uma relação definida entre o ponto de fusão dos plagioclásios e o seu teor
em albita, no sentido daquele (ponto de fusão) diminuir com o incremento desta (albita).
Assim é de se esperar que na natureza as rochas formadas a temperaturas mais elevadas
tenham plagioclásios mais ricos em anortita que as formadas a baixas temperaturas. Tal fato
é confirmado quando se compara os plagioclásios de basaltos e granitos, segundo a tabela
seguinte.
30

Rocha Temperatura de formação Tipo de Plagioclásio presente na rocha


Basalto 900 – 1000° C Andesina – Labradorita
Granito 700° C Oligoclásio

2.7.2 Fracionamento no Sistema Albita – Anortita

O magmatismo do fracionamento nos sistema Albita – Anortita é semelhante ao


analisado no sistema sílica-forsterita (item 2.6.3) já que se assenta na mesma característica,
ou seja, no impedimento da reação entre o mineral pré-existente e o líquido X (com 60 %
de anortita) no diagrama da Figura . Os primeiros cristais a se formarem terão a composição
Y, mais rico em anortita que o líquido original. Dado este fato o líquido coexistente mostra-
se agora empobrecido em anortita assumindo com a queda de temperatura a composição R.
Numa marcha de cristalização neste instante deverá ocorrer uma reação entre R e Y para a
formação de S no intuito de restabelecer-se o equilíbrio do sistema. Se neste ínterim, o
plagioclásio, Y for isolado do sistema, não ocorrerá a reação entre R e Y, isto é, R
continuará a sua cristalização como se fosse um novo líquido inicial, com 50 % de anortita.
Ao final da cristalização resultarão pois dois tipos de rochas, uma contendo plagioclásio
com composição de Y (87 % Na) e o plagioclásio T (50 % Na) em vez de um só tipo
litológico contendo o plagioclásio L (60 % An).

2.7.3 Plagioclásios Zonados

No item 2.6.3 se faz referências aos fatores que possibilitam o isolamento das
frações inicialmente cristalizado do fundido existente. Foi destacado entre os mesmos a
velocidade de resfriamento, não propriamente como fator de isolamento dos cristais, mas
mais como fator de impedimento da reação entre os mesmos e o líquido coexistente.
Durante a cristalização dos plagioclásios a reação entre os cristais pré-existentes e o
fundido se faz pela substituição dos agrupamentos CaAl pelos agrupamentos NaSi (item
1.2.1). Se a queda da temperatura for rápida não existe, a cada temperatura condições de
tempo para se obter a troca total, já que se trata de processos algo moroso. Assim serão
obtidos os plagioclásios zonados, que no caso do composto X envolvido por camadas
sucessivas com composições S, V, Q, L, T, etc. Como a composição global do plagioclásio
deve ser a mesma do fundido inicial e, tendo-se em vista que os plagioclásios zonado
contem um núcleo (Y) e algumas camadas (S, V, Q) mais ricas em anortita que o líquido
original, conclui-se que as partes mais externas do plagioclásio zonado deverão se mais
pobres em anortita que o fundido original (caso de capa T). Quanto mais rápido o
resfriamento do fundido, tanto menor será a reação cristal-líquido e conseqüentemente as
capas externas serão cada vez mais ricas em albita, podendo atingir as composições N, Z e
H ou mesmo a albita pura. Nota-se pois que quanto mais rápido for o resfriamento, tanto
menor será a temperatura final de cristalização, e por outro lado, quanto mais intenso for o
zoneamento do plagioclásio , tanto mais rápido foi resfriamento do líquido original.

2.8 Conclusões Finais


31

O exame dos diversos diagramas binários aqui observados permite concluir:

1 – A mistura de composições deprime o ponto de fusão dos minerais.


2 – Fundidos silicáticos podem cristalizar a temperaturas fixas (misturas euteticas) ou em
intervalos a temperaturas (2.3);
3 – Em sistemas eutéticos, o fracionamento não altera o produto final da cristalização,
sempre uma mistura eutética (2.3, 2.4);
4 – Silicatos com pontos de fusões congruentes, incongruentes ou constituindo soluções
sólidas exibem tipos de cristalização muito distintas (2.4, 2.6.2, 2.7.1);
5 – Diagramas de equilíbrio permitem explicar a ocorrência ou a ausência de determinadas
associações de minerais (2.3, 2.4, 2.6.3);
6– O produto final da cristalização depende tanto da composição do fundido inicial como
seu fracionamento (2.6.3, 2.7.2);
8 – A temperatura final da cristalização depende da composição do líquido inicial bem
como o seu fracionamento (2.6.3);
9 – Quanto maior o fracionamento, menor a temperatura final de cristalização;
10 – A pressão altera não só as temperaturas de cristalização mas também tipo e a
proporção dos minerais cristalizados (2.4.1, 2.4.2);
11 – Séries de solução sólida implicam numa contínua reação, durante todo intervalo de
cristalização, entre cristais pré-existentes e o líquido residual coexistente (2.7.1);
12 – Pontos de fusão incongruente levam ao desenvolvimento de uma reação (a
temperatura fixa) durante a cristalização, envolvendo cristais pré-existentes e líquido
coexistente (2.6.2).

Os sistemas até agora expostos permitem a compreensão da freqüência do


fracionamento nos magmas básicos e a sua raridade em magmas ácidos. As rochas básicas
são constituídas principalmente por piroxênios, minerais com ponto de fusão incongruente
(item 2.6.2) e por plagioclásios, a série de solução sólida dos feldspatos sódicos e cálcicos
(item 2.7.1).Como tal o magma básico está sujeito a múltiplos fracionamentos o que
permite a formação de rochas de composição muito distintas. Já os granitos são constituídos
principalmente por feldspatos potássico (ortoclásio , microclina) e o quartzo. Estes dois
minerais formam um sistema eutético (item 2.3) no qual existe possibilidade de
fracionamento. Por outro lado, como o magma granítico tem composição próxima ao
eutético microclina quartzo, o seu intervalo de cristalização é muito reduzido, ao contrário
do magma basáltico (Figura 6), com grandes implicações petrogenéticas (1.4.6.10).
32

O sistema Leucita - Sílica

Pesquise sobre o diagrama acima.


33
34

1- A teoria da tectônica de Placas:

Esta teoria acredita que a litosfera está fragmentada em uma dúzia de placas , que se movem por razões
não tão bem compreendidas, ora se afastando, ora se colidindo. O livro Decifrando a Terra, capítulo 6
página 98, trata muito bem deste assunto e seria de grande importância que os leitores estudassem tal
35

capítulo. Na petrologia, o que nos interessa é que tipo de associação rochosa (magmática) ocorre em cada
tipo de ambiente.
A figura abaixo mostra, primeiro placas oceânicas mergulhando embaixo de placas oceânicas dando
origem aos arcos de ilha. Entre a dorsal meso-oceânica e os arcos de ilhas aparecem as ilhas oceânicas
intra-placa, originadas pelos hot spots. As cordilheiras meso-oceânicas são zonas de acresção de material
mantélico que formam cadeias de montanhas de composição principal basáltica. A direita um choque
entre placa continental e placa oceânica, dá origem aos arcos magmáticos do tipo cordilheira andina.
Dentro do continente tentativas de ruptura formam os ambientes intra-placa continental que em geral
estão associados com estruturas do tipo rift.

a)Ambientes de Margens Construtivas

De acordo com a teoria da tectônica de placas, este ambiente é o local onde formam-se as cordilheiras meso-
oceânicas, um limite entre duas placas, na qual nova litosfera oceânica é gerada (crosta + manto), em resposta
a fusão parcial do manto lherzolitico.
A fusão parcial resulta na formação de magma basáltico, o qual é injetado através de fissuras tensionais
localizadas próxima do eixo. O Vulcanismo superficial ocorre na forma de pillow (almofadas), mas a maioria
do magma solidifica em profundidade maiores formando diques e intrusivas acamadadas.(figura 1) .
As Rochas formadas são afastadas do eixo numa razão de 1 a 10cm/ano.
As cordilheiras meso-oceânicas atingem uma média de 1000 a 3000 metros acima do fundo oceânico, e com
um comprimento de 60.000 km de extensão.
O fundo oceânico é cortado por centenas de zonas de fratura.
Predomina como estrutura falhas transformantes.
Como a terra é de tamanho constante, nova litosfera pode ser criada somente se uma quantindade de material
equivalente for consumida nas zonas de subducção.
Através do tempo geológico uma sucessão de bacias têm sido nascidas e desenvolvidas, diminuídas e
fechadas novamente. A tectônica de placas atuante no presente, começou ao redor de 200Ma atrás com a
abertura do oceano atlântico e índico, os quais estão se expandindo quando comparados com o pacífico que
está se estreitando.
Essencialmente a crosta oceânica pode ser dividida em dois domínios:
zona de acrescção da placa
36

crosta passiva

As principais rochas encontradas na crosta oceânica são basaltos, e estes têm sido chamados de basaltos
MORB, Basaltos de fundo oceânico, basaltos abissais ou basaltos submarinos.

Primeiramente pensava-se que os basaltos de cordilheira meso-oceânicas eram essencialmente toleítos a baixo
potássio com baixo teores de elementos incompatíveis. Entretanto com o avanço das pesquisas no fundo do
mar, foram encontradas diversidades petrológicas e geoquímicas muitas vezes em um único sítio.

Em geral os basaltos MORB são olivina toleítos. Elas são as rochas mais abundantes na face da terra e a
geração delas têm sido um processo significante na diferenciação do manto superior, através do tempo
geológico.

Características petrográficas

As caracterísitcas petrográficas refletem a composição química e a história de resfriamento do magma. A


fábrica reflete resfriamento rápido, perto da temperatura líquidos, de magmas extravasados em ambiente sub-
marino frio. Tamanho de grãos são variáveis, desde vítreos até tipos porfiríticos com 20 a 30 % de
fenocristais. Basaltos profiríticos são comuns.
Os fenocristais geralmente são:
Olivina ligeiramente magnesiana +Espinélio cromífero
Plagiolásio + olivina
Plagioclásio + olivina + augita.

Fenocristais de augita são raros e usualmente confinados a rochas com abundantes olivina e e plagioclásio.

Olivina, espinélio e plagioclásio cálcico, são os primeiros minerais a se cristalizarem, seguidos por augita e
então por óxidos de Fé e Ti (magnetita e ilmenita).

Ainda que predominem basaltos toleíticos nos ambientes de margens construtivas, é possível encontrar
basaltos alcalinos. Para diferencia-los petrograficamente observe o seguinte:
Basaltos Toleíticos:
podem conter xenólitos de rochas ultramáficas, porém isso é muito raro e quando ocorrem aparecem na forma
de textura glomeroporfirítica.
Fenocristais de olivina são raros ou ausentes, porém quando ocorrem são zonados mostram bordas de reação
para ortopiroxênio
Ortopiroxênio pode aparecer como fenocristal.
-Plagioclásios em geral ocorrem como fenocristal acompanhando os minerais máficos.
Pode ocorrer rochas acumulativas (ricas em olivina, piroxênio) acompanhando os basaltos.
Se existir augita esta será de cor marrom pálida.
A matriz em geral é fina e a textura intergranular é comum.
Não ocorre olivina na matriz.
Piroxênio na matriz se for possível determinar é variável, pode ser pigeonita, e mais raramente hiperstênio
com augita sub-cálcica.
Feldspato Alcalino nunca ocorre, exceto como componente da matriz vítrea e nem ocorre analcima.
Textura intersetal é comum com mesostasi de vidro freqüente alterada para clorofeíta.
A biotita geralmente está ausente.

Basaltos Alcalinos

Xenólitos Ultramáficos São Comuns (Dunito E Wherlito)


Olivina Aparece como fenocristal de tamanho médio
A zonação nos fenocristais de olivina freqüentemente é marcante, com uma birrefringência muito forte,
bordas enriquecidas em ferro freqüentemente alteradas para iddingsita.
As olivinas não mostram bordas de reação para ortopiroxênio.
Ortopiroxênio é ausente.
37

Os plagioclásios ocorrem em menor volume como fenocristal ( a ordem é: olivina-augita-plagioclásio).


Rochas acumulativas são geralmente ankarimitos.

Processos De Metamorfismo Hidrotermal:

Os basaltos da cordilheira meso-oceânica, quando eruptidos em água do mar, aquecem as mesmas devido a
alta temperatura. Este processo de aquecimento das águas, faz com que a mesma, ao percolar a rocha
provoque um metamorfismo hidrotermal, conhecido como espilitização. Os basaltos então são chamados de
basaltos espiliticos. Estes caracterizam-se pela transformação de plagioclásio cálcico em albita e são
acompanhados pela formação de clorita, calcita, epidoto, calcedônia e ou prenhita. A transformação do
plagioclásio cálcico em sódico ocorre devido a troca iônica do Ca do plagioclásio com o Na da água do mar.

Magmatismo de Margem Destrutivas (Zonas de Subducção)

Arcos Magmáticos (Associação B-A-R) Basalto-Andesito-Riolito

As margens de placas destrutivas marcam os sítios de subducção de uma litosfera oceânica para o interior do
manto da terra, representando um dos mais significantes fenômenos da tectônica global recente. A grande
maioria dos vulcões em atividade do mundo e de zonas de sismicidades efetivas (zonas de terremotos) estão
associadas com a existência de placas descendentes.
A placa descendente pode gerar dois tipos distintos de ambientes geotectônicos, de acordo com o tipo da
placa sobrejacente. Quando o choque ocorre entre duas placas oceânicas o ambiente gerado recebe o nome de
arco de ilha. Quando o choque se dá entre uma placa oceânica e uma continental, o ambiente gerado recebe o
nome de margem continental ativa.Algumas características se repetem em ambos os ambientes e podem ser
consideradas como características típicas de zonas de subducção.
cadeias arqueadas de ilhas ou cinturões lineares de vulcões estreitos (200-300 km) porém com milhares de
quilômetros de extensão.
Fossa oceânica profunda do lado oceânico, com profundidades de 6000 a 11000 metros.
Vulcanismo ativo.
Zona profunda de sismicidade denominada de zona de benioff, incluindo focos de terremotos rasos,
intermediários e profundos.
Uma associação característica de rochas denominada de associação Orogênica Andesítica.
A cadeia de estrato vulcões arranjada em zonas alongadas acima da zona de Benioff representa a feição
vulcânica mais significativa do planeta. Seus produtos eruptivos transicionam em composição desde basaltos,
passando por andesitos e até riolitos. O andesito é entretanto o tipo de magma mais comum nas extrusões
sub-aéreas. Esse conjunto vulcânico têm sido denominado de associação B-A-R.

A morfologia dos vulcões com seus flancos marcads por ocorrência de rochas piroclásticas refletem processos
de crescimento rápido e erosão acelerada. O vulcanismo é freqüentemente explosivo sendo comum a
formação de caldeiras, acompanhada pela ampla erupção de fluxos piroclásticos e rochas tufáceas.

Vinculados ao mesmo ambiente geotectônico ocorrem pequenos volumes de rochas plutônicas, constituindo
“stoks” e alguns batólitos graníticos com extensão relativamente limitadas. Entre estas rochas granitóides
predominam a ocorrência de termos tonalíticos e granodioriticos, com ocorrência marcante de rochas básicas
como gabros e rochas intermediárias como dioritos e quartzo-dioritos.

Arcos de ilhas:

Sítios onde uma placa oceânica submerge abaixo de outra placa oceânica.
Durante a subducção, a litofera oceânica fria é progressivamente aquecida na medida em que é carregada para
o interior do manto, por condução de calor mantélico e também pela fricção na superfície de contato entre as
placas. Com o aumento da pressão e da temperatura começam a ocorrer progressivamente uma série de
38

reações para o fácies xisto verde, anfibolito e eclogito. O produto deste metamorfismo é uma série de reações
de desidratação mineral, liberando OH, Cl e F dos minerais anteriormente hidratados (anfibóliot, biotita).(***
A reação metamórfica transforma um mineral em outro sobrando moléculas de H2O ). Estes fluídos terão um
papel importante na geração dos magmas neste ambiente geotectônico, sendo fundamentais para o
abaixamento da temperatura de fusão das rochas fontes. A profundidade precisa na qual as várias transições
metamórficas acontecem dependem do regime termal no interior da placa e da composição da rocha, variando
de arco para arco.

Geração dos Magmas:

Em geral, a geração de magmas em qualquer ambiente irá começar em locais onde a temperatura ambiente
exceder o ponto de fusão dos vários materiais rochosos (t >tsólidus). Pode-se considerar como fonte potencial
de magmas de arcos de ilhas a parte do manto superior representada pela litosfera e a crosta oceânica. A
litosfera e a crosta oceânica constituem-se de rochas anfiboliticas, lherzoliticas ou eclogiticas. Assim qualquer
uma destas rochas, quando sofre fusão, pode gerar magmas nos ambientes de arcos de ilhas.

Séries de magmas característica deste ambiente:


séries toleíticas a baixo potássio, quando o arco é imaturo.
Séries calcico-alcalinas a shoshoníticas quando o arco é maduro.
A série calcico-alcalina pode ser a baixo ou alto potássio.

Os membros basálticos da série calcico-alcalinas são referidos como membros a alto alumínio pois seus teores
são superiores a 16%.

A diferença entre estas quatro séries de magmas reflete-se principalmente na extensão variável da morfologia
das associações vulcânicas.

Importante:
Vulcões das séries toleíticas são caracterizados por erupções de basaltos a basalto-andesíticos com
comportamento muito fluído, produzindo formas aproximadamente planas ou plataformais nas proximidades
do cone vulcânico. Rochas piroclásticas são incomuns e fluxos pirocláticos são muito raros. Minerais
hidratados são quase inteiramente ausentes, sugerindo um baixo conteúdo de voláteis nos magmas parentais.
Exemplos típicos de arcos de ilhas são encontrados no cinturão do fogo do circum-pacífico.
Em contraste, as rochas da série cálcico-alcalinas apresentam como rocha principal um andesito a dois
piroxênios com teores médios de 59% de SiO2. Neste caso com teores mais elevados de SiO2, as erupções
tendem a ser mais explosivas, bastante distintas daquelas das séries toleíticas. A ocorrência de rochas
piroclásticas e tufos é acentuada. A geometria dos produtos efusivos é caracterizada por vulcões dômicos ou
em forma de agulhas nas porções centrais. A maioria das lavas é altamente porfirítica tendo o plagioclásio
como principal fenocristal. Minerais hidratados como anfibólio e biotita são freqüentes, indicando a natureza
mais volátil do magmatismo andesítico. A maioria das rochas dos arcos das Antilhas e da Indonésia caem
nesta classificação.
As séries shoshoníticas são muito mais variáveis, mas em média possuem 50% de basaltos, 40% de andesitos
e 10% de dacitos. O termo shoshonítico deve ser aplicado estritamente para rochas alcalinas potássicas.
Adicionalmente a estas rochas encontra-se nos arcos de ilhas um grupo de rochas andesíticas com alto teor de
MgO (>6%) denominadas de Boninitos.

Petrografia:

A feição característica das rochas vulcânicas de arcos de ilhas é a natureza altamente porfirítica das mesmas.
Nas séries toleíticas ou a baixo K, a olivina é o mineral mais comum de ocorrer como fenocristal nas rochas
basálticas e andesíticas. Raramente pode ser encontrado também em dacitos. Neste caso a olivina é a faialita
(rica em ferro). Em segundo lugar em abundância ocorre fenocristais de plagioclásio, sendo em terceiro lugar
comum a augita (clinopiroxênio). Anfibólios em geral são representados por hornblendas fortemente
pleocróicas que mostram bordas de reação com minerais opacos, como uma conseqüência da instabilidade a
baixas pressões. Biotita é comum nas séries calcico-alcalinas a alto potássio. O plagioclásio geralmente exibe
uma zonação complexa. A presença de feldespato potássico e feldspatóides está restrita a série a alto K.
39

Algumas rochas importantes deste ambiente:

Gabro: uma rocha plutônica, constituída basicamente por piroxênio, em geral augita , e plagioclásio (teor de
sílica entre 45% e 52%) , podendo ocorrer ou não olivina.
Quando o piroxênio é o hiperstênio, o gabro é denominado de Norito. A textura é em geral ofítica. O
correspondente hipoabissal (diabásio) e o correspondente vulcânico (basalto) exibem freqüentemente textura
sub-ofítica e pode ocorrer como piroxênio tanto a augita como a pigeonita. O plagioclásio nas rochas básicas
em geral está representado por labradorita, mas pode variar desde composições mais sódicas (andesina ) até
composições ricas em cálcio (bytonita)

Diorito; Rocha plutônica, que ocorre comumente associada ao gabro, variando de máfica a mesocrática.
Diferencia-se de um gabro pelo teor de sílica mais alto,e pelo teor maior de quartzo que pode gerar os
quartzo-dioritos, e composição mais sódica do plagioclásio (oligoclásio). Pode conter hornblenda ou biotia
como mineral máfico ao contrário dos gabros onde predomina piroxênio. Diorito é uma rocha intermediária
(55 a 68% de sílica) e seu equivalente vulcânico é o andesito.

Andesito: Rocha vulcânica intermediária, equivalente ao diorito. A textura é variável. Nos tipos transicionais
aos basaltos, mostram textura sub-ofítica e mineralogicamente
Constituem-se de piroxênio (augita ou pigeonita) e plagioclásio. Tipos porfiríticos e não transicionais,
mostram uma variedade de minerais como fenocristais: olivina, hornblenda, augita, plagioclásio imersos
numa matriz fina de mesma composição.

Riolito: rocha vulcânica ácida, equivalente do granito, em geral mostra textura porfirítica com fenocristais de
feldspato potássico e quartzo com intercrescimentos gráficos imersos numa matriz vítrea ou tufácea.

Tonalito: rocha plutônica, intermediária constituída por plagioclásio e quartzo e pequena proporção de
feldspato potássico, cujo correspondente efusivo é o dacito..

OFIOLITOS

Geólogos estudando corpos alpinos e rochas essencialmente relacionada com os Alpes no nordeste da Itália e
Suiça ficaram impressionados pela constante associação de rochas ultramáficas, lavas basálticas e espiliticas,
cherts, argilitos e calcáreos. Espilitos como nós já vimos anteriormente é um basalto metassomatizado no qual
os minerais primários de altas temperaturas foram substituídos em parte por albita, silicatos hidratados de Ca-
Al, clorita, calcita, esfeno e actinolita, mantendo entretanto a textura. A presença de rochas sedimentares
marinhas juntamente com o caráter comumente em pillow (almofadas) das lavas, levou os autores a
postularem origem submarina para a assembléia inteira. Um destes geólogos chamado Steinman ressaltou a
íntima associação entre rochas ultramáficas alpinas serpentinizadas, espilitos e cherts e por causa disso essa
associação ficou conhecida como Trindade de Steinman. No início de 1960 com o aumento das informações
geofísicas na crosta oceânica, acoplado com o desenvolvimento do conceito de espalhamento de fundo
oceânico, passou-se a tornar-se mais óbvia a idéia de que os ofiolitos representam uma lasca do manto
superior + crosta oceânica tectônica intrudida sobre a margem do continente, ao longo da zona de subducção.
A teoria da tectônica de placas coloca que o ciclo de abertura e fechamento dos oceanos, conhecido como
ciclo de Wilson, ocorre num período de aproximandamente 100 milhoes de anos. Assim o fundo oceânico
derivado do manto, forma as cordilheiras meso-oceânicas e a placa oceânica e no decorrer de 100 Ma de anos
retorna para o manto na zona de subducção. Ocasionalmente porções de placas oceânicas escapam da
destruição na zona de subducção e durante os estágios finais da subducção ou seja do fechamento do oceano,
tornam-se obductados e recebem o nome de Ofiolitos. Nem todos os ofiolitos representam restos de crosta
oceânica normal, alguns podem ser fragmentos de crosta de de bacias marginais.
Os corpos ultramáficos alpinos, considerados os ofiolitos clássicos, mas estudados constituiem-se
principalmente de dois tipos de rochas:

Harzburgito: composto principalmente de harzburgito (rocha com ortopiroxênio


e olivina) e dunito com diques menores, veios e pods de piroxenito, gabro, trondjemito e granito sódico ou
plágiogranito.
40

Lherzolito : principalmente com menores quantidades de piroxenito, ambos com clinopiroxênio proeminente.
A fase aluminosa principal pode ser granada, espinélio ou plagioclásio. Estas rochas quando sofrem fusãó
original líquidos de composição basáltica. Os corpos alpinos são corpos comumente serpentinizados e
foliados de forma generalizada.

VULCANISMO

Rochas vulcânicas ocorrem em todos os ambientes tectônicos. Feições do tipo de vulcanismo, composição e
afinidades geoquímicas caracterizam os diferentes ambientes.

Rochas vulcânicas podem ser dividas em dois tipos:

vulcânicas originadas por processos efusivos


vulcânicas originadas por processos explosivos ou piroclástico.

As rochas vulcânicas efusivas podem ainda se subdividir em


Fluxos de lava e domos de Lava.

Os fluxos de Lava podem conter duas fácies:


Fácies autoclástica e fácies coerente
As rochas da fácies autoclástica apresentam-se fragmentadas, entretanto a fragmentaçao não é de caráter
explosivo (Resfriamento ou autobrechação).

A Fácies coerente não apresenta fragmentaçao e caracteriza-se por apresentar textura porfirítica, vesicular,
foliaçao de fluxo, esferulitos etc...

Os Depósitos Piroclásticos: São aqueles constituítos por fragmentos produzidos diretamente por
vulcanismo de caráter explosivo, expelidos por vents (Fisher, 1966) . Para Cas& Wright (1987) devem ainda
ser depositados por processos resultantes diretamente da atividade vulcânica.
41

Os depósitos piroclásticos ocorrem em qualquer ambiente tectônico porém predominam nas margens
continetais ativas (Ex: cordilheira dos Andes) e nos ambientes intra-placa continental (Ex; Rifts Leste
Africano), pois estes ambientes geram em maior proporçao que os outros, magmas ácidos que mais ricos em
voláteis.

Os depósitos Piroclásticos podem ser de três tipos:

Depósitos de Queda
Depósitos de fluxo
Depósitos de surgência

Quanto a origem os fragmentos piroclásticos estes podem ser:

Juvenis ou essenciais
Cognato ou acessório
Acidental (embasamento)

Uma rocha piroclástica pode ser classificada levando-se em consideraçao a sua gênese ou levando-se em
conta apenas o aspecto textural (tamanho dos fragmentos).

Com relaçao ao tamanho dos fragmentos podemos classifica-las em:

Tufo fino : constituiem-se predominantemente por cinzas do tamanho de 1/16mm.


Tufo Grosseiro: cinzas entre 1/16mm – 2mm
Tufo Lapílitico: lapilis entre 2 - 64 mm
Aglomerado ou Brecha : fragmentos acima de 64mm

Quando eu consigo dizer com certeza o meio de transporte e o processo deposicional dos meus fragmentos eu
posso dar o nome da rocha usando todos estes elementos por exemplo:
Tufo fino de queda lacustrino ou Tufo Lapílitico de fluxo sub-aéreo.

Existem termos bastante utilizados na vida cotidiana de geólogos que trabalham com vulcanismo explosivo,
que descrevemos abaixo:

Aglomerados vulcânicos: são constituídos predominantemente por bombas achatadas soldadas contendo
menos de 25% de cinzas ou lapilli.

Bombas são ejetólitos lançados através de um vent, solidificando-se no ar ou logo após a queda. São
essencialemente juvenis.

Brecha pode ser: Piroclástica


Vulcânica
Sedimentar
Tectônica
Hidrotermal

Brecha Piroclástica: contém 75% de fragmentos acima de 64mm ou seja é um agregado de blocos.
Brecha vulcânica é todo agregado vulcanoclástico composto de partículas angulosas acima de 2mm.

Ignimbritos: é um depósito piroclástico de fluxo de púmice. Este pode ser soldado ou não soldado e é muito
comum em terrenos de depósitos explosivos.
42

Vulcanoclático: Qualquer fragmento de natureza vulcânica, independente do mecanismo de fragmentaçao,


dispersado por qualquer agente de transporte, depositado em qualquer ambiente, misturado com fragmentos
de origem não vulcânica. (Fisher & Schimnke – 1984).

Epiclástico: Material dedrítico (fragmentos de rocha ou cristais) proveniente do imtemperismo e erosão de


qualquer rocha preexistente. Epiclástico bem como piroclástico refere-se apenas ao mecanismo de
fragmentaçao não devendo portanto ser utilizado no sentido genético.
.
Partículas Vítreas

Geralmente em depósitos piroclásticos o resfriamento rápido do magma ácido enriquecido em


voláteis , altamente viscoso leva a formaçao de textura vítrea que após a erupçao explosiva se fragmenta
formando cacos que são conhecidos na literatura petrológica como Shards. As shards podem se apresentar
na forma Cúspide, achatada ou como púmice. É comum em derrames vulcânicos piroclásticos de fluxo de
púmice (ignimbritos) ocorrerem texturas de desvitrificaçao que podem ser esferulíticas ou granofíricos
(agregados equidimensionais de Qz e KF)

Ambientes intra placa continental

No interior dos continentes ocorrem uma grande diversidade de associações rochosas.podemos citar:
os grandes derrames de platô continentais, originados quando um supercontinente estava no começo de sua
ruptura. estes derrames são chamados de derrames de platô continentais (CFB- continental flood basalts).
Os batólitos graníticos anorogênicos, ou tipo A, os quais se associam , muitas vezes, com vulcanismo
do tipo Rapakivi; as intrusões gabróicas estratiformes, que representam associações máficas e ultramáficas
43

plutônicas formadas por processos de assentamento gravitacional ou convectivo numa câmara magmática
residindo no interior de uma crosta continental estável. Por último uma das mais importantes associações de
rochas que ocorrem nos ambientes continentais são as associações de rochas alcalinas (Nefelina-sienitos e
carbonatitos) e a intrusões kimberliticas, estas últimas classificadas juntamente com os lamproítos como
rochas ultrapotássicas.

INICIAREMOS COM OS DERRAMES DE PLATÔ CONTINENTAIS

Nas aulas seguintes, veremos, Kimberlitos, rochas graníticas , maciços estratiformes e rochas
alcalinas. Ao término do ambiente intra-placa continental veremos o ambiente intra-placa oceânica onde
ocorre os basaltos do tipo IOB ou seja basaltos de ilhas oceânicas.
Os derrames de platô continentais, (CFB) constituem-se de derrames de composição basáltica, sendo
que apenas raramente chegam a riolitos por processos de diferenciação magmática. Pertencem a série de
composição toleítica, similar aos basaltos de fundo oceânico sendo que geoquímicamente apresentam
diferença no comportamento dos elementos traços devido a provável contaminação destes magmas com as
encaixantes (rochas graníticas e sedimentares) no trajeto até a superfície . Formam grandes derrames
fissurais, sem cone vulcânico. Podem se encontrar associados os diques alimentadores do vulcanismo e os
sills que ocupam as zonas de fraqueza das rochas encaixantes.
Os derrames basálticos Serra Geral (Bacia do Paraná) e os derrames de Tapirapuã, no Mato Grosso,
são um dos melhores exemplos deste tipo de Província, ocorrida durante a quebra do Gondowana entre 200 e
120 Ma (Juro-cretácico). Do outro lado , na África podemos citar os derrames de Etendeka e Karroo.
A maioria dos basaltos de platô continentais são porfiríticos entretanto os melhores exemplos
brasileiros, Serra Geral e Tapirapuã, são afíricos , mostrando textura intersticial ou sub-ofítica. As lavas do
vulcanismo Serra Geral variam de basaltos a riolitos, ausentando andesitos. Isso caracteriza esta associação
como do tipo bimodal. No Mato Grosso não foi encontrado até o momento lavas ácidas, porém estas são
descritas no Rio Grande do Sul. Entretanto a grande predominância é das lavas básicas. A mineralogia é
constituída de : plagioclásio, augita, pigeonita e abundante magnetita titanífera e ilmenita.
Geoquímicamente os basaltos toleíticos de Serra Geral podem ser subdivididos em dois grandes
grupos. Aqueles com alto TiO2 e P2O5 e áqueles com baixo TiO2 e baixo P2O5.Dentro desses grupos novas
subdvisões foram feitas.

AMBIENTES INTRA-PLACA (RESUMO 2)

Pode ser de dois tipos:

Intra-placa Oceânica
Intra-placa Continental

Os Ambientes intra-placa oceânica são aqueles representados na literatura principalmente pelas ilhas
hawaianas e no Brasil pela ilha de Fernando de Noronha. São resultados de magmatismo dentro do oceano,
devido a placa oceânica viajar constantemente sobre um ponto estacionário quente chamado HOT SPOT ou
pluma mantélica.

AMBIENTES INTRA-PLACA CONTINENTAL

De acordo com vários autores um grande número de vulcanismo ativo na tectônica global atual está
relacionada com a presença de plumas mantélicas. Alguma províncias são claramente associadas com
ambiente extensional e não necessariamente é necessário a presença de plumas mantélicas para explicar esse
fenômeno.
44

Para melhor entendimento das províncias magmáticas que ocorrem nos ambientes intra-placa pode-se dividi-
los em três diferentes províncias, apesar de que se analisarmos o ciclo de Wilson (desde a abertura até o
fechamento dos oceanos), tudo está relacionado, sendo apenas fases diferentes.

Fase um:
Digamos que existe um supercontinente, que está devido a presença de plumas mantélica sobjacentes sendo
forçado a uma ruptura. Neste estágio a crosta continental espessa sofre fraturas profundas (rachaduras) em
toda a sua extensão sendo que algumas delas podem atingir o manto astenosférico. Devido a descompressão
adiabática o manto começa a se fundir e o material em estado líquido atravessa essas fissuras e forma os
grandes DERRAMES DE PLATÔ CONTINENTAL. Veja a figura 01.
A separação da América do Sul e do Continente africano começou num processo de tentativa de quebra há
mais ou menos 250 Ma atrás , sendo que a ruptura foi acontecer em torno de 150 a 100 Ma. (Verificar
literatura atualizada sobre o assunto). No Mato Grosso o vulcanismo de Tapirapuã, situado em Tangará da
Serra é uma prova da existência desses derrames de platô continental, os quais são principalmente toleíticos
em sua composição, apresentam características geoquímicas similares a de basaltos de cordilheira meso-
oceânica com alguns vestígios de contaminação crustal já que o magma atravessa uma espessa crosta
continental.
O que comprova esta contaminação crustal? O magma pode absorver mais sílica do que os basaltos de
cordilheira meso-oceânica, enriquece-se em elementos que normalmente é empobrecido tais como Sr e Ba.

1 – Fissuras no continente provacadas por tentativa de quebra de

continente.

Petrografia:

Exemnplos mundias de basaltos de Platô (Columbia River nos Estados Unidos, Karroo na África, Decan na
Índia, Etendeka na África, levam os autores a dizerem que predominam basaltos de textura porfirítica nestes
ambientes. Entretanto nos basaltos relacionados com a quebra do Gondowana na América do Sul,
predominam basaltos afíricos, com textura sub-ofitica, ou seja aquelas texturas típicas de basaltos, diabásios e
gabros toleíticos formados por um arranjo em trama de plagioclásios e piroxênios mal formados (anédricos a
45

subédricos) ocupando os espaços entre eles. Os basaltos porfiríticos em geral tem uma grande quantidade de
fenocristais chegando a perfazer 25%. Predominam os plagioclásios podendo ocorrer em seguida oliviana,
augita, pigeonita e magnetita titanifera.
As lavas basálticas da formação Serra Geral e Tapirapuã são geralmente afíricas (não são porfiriticas) e
podem atingir composições riolíticas através de processos de assimilação durante a contaminação crustal ou
processos de diferenciação magmática na câmara magmática antes da extrusão. Na província de Karroo
ocorrem basaltos picríticos os quais são fortemente porfiriticos a glomeroporfiritico. Estes basaltos chegam a
ter 20% de olivina como fenocristal. Em plots de diagrama de harker SiO2 x K2O os basaltos de platô
predominam nos campos dos basaltos toleíticos a baixo potássio que são também conhecidos como sub-
alcalinos a baixo potássio a sub-alcalinos..

Ambientes de Rifts Continentais

Na verdade é um processo muito parecido com o da tentativa de quebra de um continente sem entretanto
chegar a ter sucesso na separação.
Em geral o magmatismo é bimodal ou seja mostra tanto basaltos como riolitos ausentando as fases
intermediárias que são os andesitos.
Um exemplo moderno de rift é a província do leste da África onde um pequeno oceano começa a ser formado
(o mar vermelho). Uma parte do assoalho do mar vermelho é formado por crosta de composição básica,
entretanto uma outra parte reside sobre crosta continental o que mostra quão imatura é a abertura do rift em
termos de formar uma margem construtiva no futuro.

Podemo dizer que os rifts continentais são áreas de localizada extensão litosférica, caracterizada por uma
depressão central, flancos soerguidos de ambos os lados e uma crosta continental muito fina.
Existe uma diversidade composicional muito grande nos ambientes de rift continental e é claramente
impossível documentar toda a seqüência. Geralmente variam de rochas sub-alcalina até fortemente alcalinas e
ocorrem em associações típicas por exemplo:

1-sienito – fonolito
2-sienito alcalino – traquito
3- basalto transicional (moderadamente alcalino) – riolito.

A alcalinidade das suítes decresce de 1 para 3. medimos a alcalinidade pela soma dos conteúdos de Na2O+
K2O. Geralmente existe um amplo espectro textural nestas suítes variando desde afiritas a fortemente
porfiriticas. As Olivinas variam desde Forsterita nas fases mais alcalinas até faialita nas fases sub-alcalinas.
Clinopiroxenio rico em Ca varia desde augita marrom nas rochas básicas até hedenbergita verde nos traquitos
e riolitos. As suítes mais alcalinas são extremamente ricas em Na e podem conter nefelina. Minerais mais
hidratados como anfibólio e biotita restringem-se em suítes mais alcalinas. Já o plagioclásio ocorre nas três
suítes, variando apenas o conteúdo de Ca. Apatita é um mineral comum em todas as suítes. Em geral as
rochas alcalinas são muito enriquecidas nos elementos La, Ce, que são os elem,entos terras raras leves,
chegando a ser 500 vezes mais enriquecidos que os condritos. Já as rochas transicionais são menos
enriquecidas em torno de 100 vezes o condrito. Análises de isótopos instáveis Sr e Nd ajudam a compreender
de onde vieram as fusões dos magmas pois quando a fonte é astenosferica as razoes de Nd143/Nd144 são
mais baixas e quando o manto é mais enriquecido de maiores profundidades estas razões aumentam.

Magmatismo Extensional Pós-colisional

Ocorrem como conseqüência de rachaduras na crosta continental, imediatamente após o fechamento de um


oceano ou seja a colisão de dois blocos. Em geral são shoshoníticos em composição ou seja tendência
alcalina potássica. Entretanto, tem sido documentado magmatismo pós-colisional calcico-alcalino com
assinaturas geoquímicas similares áquelas de ambientes de subducção. Isto ocorre em parte porque
fragmentos da placa subductada quebram-se após o fechamento do oceano e viajam a uma certa distância do
46

local da colisão e contaminam os magmas gerados próximos as zonas que sofreram fraturamentos extensivos.
Isto está bem explicíto no cd tectônica de placas de autoria de Kent Condie.

GRANITOS

São rochas ácidas plutônicas, leucocráticas constituídas por diferentes porporções de quartzo, plagioclásio e
feldspato potássico. Geralmente apresentam como mineral máfico biotita , hornblenda ou turmalina. Minerais
acessórios são abundantes, zircão, magnetita, titanita, monazita, dependendo da origem do granito. Alguns
granitos apresentam biotita e muscovita em iguais proporções e são chamados de granitos a duas micas.
Outros mais aluminosos ainda, contém granada. Eles podem ocorrer em qualquer ambiente tectônico,
47

apresentando características petrológicas e geoquímicas diferentes para cada ambiente. Pearce (1984) criou
vários diagramas utilizando alguns elementos traços para o estudo do posicionamento do granito. Em geral a
primeira investigação que se faz no estudo de rochas graníticas é de sua composição modal. Para isso corta-se
uma fatia de rocha, bem plana e faz um teste colorimétrico com uma solução conhecida como cobalto-nitrito
de sódio.

CLASSIFICAÇÃO:

DE ACORDO COM O AMBIENTE TECTÔNICO

GRANITOS FORMADOS EM MARGENS CONSTRUTIVAS

plagiogranitos ou trondjemitos a tonalitos


trondjemitos - < 15 de maficos (em geral hornblenda ou biotita)
tonalitos > quinze por cento de máficos

GRANITOS FORMADOS EM ZONAS DE SUBDUCÇÃO:

EM GERAL SÃO RAÍZES DA ASSOCIAÇÃO VULCANICA

B-A-R (BASALTO-ANDESITO-RIOLITO)

VARIAM DE TONALITOS, GRANODIORITOS A SIENOGRANITOS, SENDO MAIS COMUNS OS


PRIMEIROS.

GRANITOS FORMADOS EM AMBIENTES INTRA-PLACA

GRANITOS TIPO A ( Anorogênico)

CLASSIFICAÇÃO BASEADA NA ORIGEM DO MATERIAL QUE SOFREU FUSÃO:

De acordo com Chappel e White ( 1977) dividiram as rochas grantiticas dos principais batólitos do leste da
austrália em tipo Ie tipo S, relacionando com a classificação de ishirara, 1977 que dividia os granitos em tipo
magnetita e tipo ilmenita.Essa classificaçaõ insere que granitos originados por fusão de rochas
metassedimentares são do tipo S ou seriam do tipo I ou ilmenita aqueles originados por fusão de rochas
ígneas.

Os tipos I incluem principalmente: quartzo-dioritos, dioritos e tonalitos, que nos ambientes de subducção
estariam mais próximos do oceano, estando presentes principalmente nos arcos de ilhas.

Os tipos S incluem granitos sensu stritu e alguns granodioritos e estao em geral localizados mais proximos do
continente e geralmente são resultantes do espessamento da crosta continental durante a colisão de dois
continentes. a mineralogia dos granitos tipo S, incluem minerais ricos em aluminio tais como granada,
muscovita, biotita, andaluzita e silimanita.

Pitcher, 1982 incluem um outro tipo de granito. O tipo m, que estaria restrito nos ambientes de margens
construtivas e seriam representados pelos plagiogranitos (tonalitos e trondjemitos)

Loiselle e wones, 1979 introduziram o termo granito tipo A, para aqueles granitos hipersolvus, onde
predomina feldespato potássico e as texturas pertíticas e intercrescimentos micrográficos são muito comuns.
De acordo com alguns autores estes granitos relacionam-se com ambientes pós-colisionais ou anorogênicos,
sendo a caracteristica principal destes as abundâncias de flúor, cloro e boro.
Estudos experimentais indicam que estes granitos são de alta temperatura > 830o c.
48

Classificação com relação a profundidade de colocação (emplacement)

Epizona (variam de zero a cinco Km)


Mesozona (6-20 Km)
Catazona (>20 Km)

Com relação ao tempo de colocação e os eventos tectônicos

Sin -colisional ou sintectonico


Pré-colisional ou pré-tectonico
pós-colisional pós tectônico
anorogênico

Os granitos de epizona em geral são pós-tectônicos

encaixantes são vulcano-sedimentares


não há evidências de metamorfismo de contato
são intensamente hidrotermalizados e mineralizados
os plútons são pequenos (menor que 10 Km de diâmentro)
associam-se geneticamente com o vulcanismo
são isotrópicos (não ostemtam orientação)

Os granitos de Mesozona são pós a sincolisionais

As rochas encaixantes são rochas metamórficas de baixo grau e sofrem deformação devido a intrusão.
Ocorrem em Stocks e Batólitos
Stocks até 100 Km2
Batólitos > 100 Km2 de área

Os granitos de Catazona
Pré a sin –tectônicos por tanto possuem fábrica anisotrópica (foliação)
Formas de contatos são ausentes
Plútons ocorrem como pods gnáissicos
Os efeitos metamórficos são amplos

Classificação com relação ao trend geoquímico

Lameyre et al (1982)
Lameyere e Bonin (1991)

Séries toleiticas
Series calcico-alcalinas trondjemiticas
-6 – séries granodioriticas
7- séries monzoníticas
8-11 – várias séries alcalinas

Classificação utilizando-se a norma CIPW:


(aula a ser dada)

Como se originam os magmas graníticos?


49

Eskola, 1933 propôs que os granitos podem se formar a partir de diferenciação magmática de magmas
máficos ou a partir de fusão parcial ou anatexia de rochas mais antigas.
As fusões anatéticas formariam-se durante o alto grau de metamorfismo. Estes granitos compõem as porções
félsicas dos complexos migmatitos.

Entre 1940 e 1960, houve um debate sobre a formação de rochas graníticas por processos metamórficos, o
que denominaram de processos de granitização. Este processo transformaria por trocas iônicas, uma rocha
máfica ou intermediária em rocha ácida. Ainda hoje acredita-se que seja possível ocorrer tal processo de
formação de granito, porém este é de ocorrência restrita. Na verdade a granitização é um processo de
metamorfismo de alto grau (fácies granulito). Ocorrem como mineral nesta fácies em geral hiperstênio e
hornblenda.

Origem de granitos:

A maioria dos autores acreditam que vem da fusão parcial de crosta continental, entretanto cada ambiente
tectônico é responsável por um modo diferente de formação de magma. Não se pode descartar a formação de
magmas granticos pela fusão parcial manto associada com processos de contaminação crustal e cristalização
fracionada posteriormente.

EXEMPLO DE UMA DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA DE UM GRANITO:

Rocha holocristalina, hipidiomórfica, de granulação média (2-4mm), apresentando localmente


intercrescimentos gráficos e texturas poquiliticas.
Constitui-se mineralogicamente de Quartzo (30¨%), Feldspato Potássico (35%) e plagioclásio (15%). O
restante compõe-se de opacos, minerais máficos e produtos de alteração.

O Quartzo é anédrico, por vezes mostra extinção ondulante, apresenta figura uniaxial positiva e sua cor de
interferência varia de cinza claro a amarelo.

O Feldspato Potássico apresenta-se em dois tipos: Ortoclásio (macala carlsbad) e microclíneo (macla xadrez).
Ambos apresentam vestígios de pequena alteração hidrotermal, sericitização.
O Plagioclásio foi reconhecido pela sua geminação segundo a lei albita. O ângulo de extinção varia de 18 a 20
graus denotando uma andesina.

A biotita, ocorre em cor marrom avermelhada, contem inclusões de minerais opacos que por vezes sofrem
processos de oxidação.
Como acessório ocorre apatita, zircão e esfeno que tem habito euedrico e formas retangulares.
Como alteração principal ocorre sericitização nos feldspatos potassicos e sausuritização nos plagioclásios.A
rocha , é provavelm,ente plutônica e deve ser chamada de Granito com biotita.

Ambientes Intra-Placa Oceânica

ILHAS OCEÂNICAS (Hot Spots)


Atualmente a maioria das atividades vulcânicas está confinada em ambientes tectônicos de bordas de placas.
No entanto um significante vulcanismo ocorre no interior das placas, tanto em ambiente oceânico como em
ambiente continental. Estes vulcanismos são difíceis de serem relacionados com os processos de tectônica de
placas. As ilhas Havaianas são um exemplo fenomenal de atividade vulcânica intra-placa-oceânica.
50

Baseando-se em observações sobre o alinhamento da cadeia de ilhas neste local, Wilson (1963) explicou o
fato, como sendo o deslocamento da placa do pacífico sobre um ponto estacionário quente (anomalia termal
do manto) denominado de “Hot spot “ Morgan (1973) determinou que tais hot spots marcam o local de
plumas que ascendem do manto inferior, e que tal processo ´pode ocorrer tanto abaixo de placas oceânicas
como abaixo de placas continentais. A fusão parcial da pluma em ascenção ocorre devido a descompressão
adiabática, e pode gerar magmas de composições toleíticas a alcalinas, dependendo do grau de fusão parcial e
da profundidade da fusão, bem como da composição mineralógica do manto que foi fundido (granada
lherzolito, espinélio lherzolito, plagioclásio lherzolito). As composições alcalinas predominam neste
ambiente, embora na ilha havaiana, a única que está em erupção no momento, predominem composições
toleíticas, sendo que as composições alcalinas ocorrem apenas no topo dos edifícios vulcânicos. Nefelinitos
podem ocorrer associados com traquitos, basanitos, hawaiitos e basaltos alcalinos.

Figura 1 – Mostra um esboço do que acontece durante a passagem de uma placa oceânica sobre um ponto
quente fixo, similar ao que ocorre no presente nas ilhas havaianas.

Sugere-se que os Kimberlitos ocorrem num processo semelhante, com a única diferença, que as plumas
estacionárias situam-se abaixo de placas continentais e quando ascendem atravessam espessa crosta
continental..
A próxima figura mostra a distrubuição dos hot spots em escala global. Lembrem-se que apenas aqueles
localizados nas ilhas havaianas estão em atividade no presente. Os outros representam antigas atividades
vulcânicas, hoje extintas que podem ter deixado como vestígios uma série ampla de rochas vulcânicas.
51

Figura 2 - Distribuição dos Hot spots pelo mundo. Linhas cheias representam margens destrutivas. Linhas
que mostram ângulos retos demonstram margens construtivas e os pontos negros mostram os pontos quentes
“hot spots”.

Figura 3 : tipos de rochas comuns nos ambientes de ilhas oceânicas, intra-placa oceânica (hot spots). Os
basaltos das ilhas oceânicas são conhecidos como do tipo OIB enquanto os de cordilheira meso-oceânica são
conhecidos como tipo MORB.

,
52

Características Geoquímicas de rochas de ambientes intra-placa


Oceânica do tipo Hot spot.

Dentro das séries alcalinas podem existir trends de rochas supersaturadas (os últimos diferenciados sendo
ricos riolitos alcalinos portadores de quartzo conhecidos como comenditos ou pantaleritos) ou insaturadas
sendo os últimos produtos de diferenciação fonolitos portadores de nefelina.
As ilhas do oceano atlântico conhecidas como Tristan da Cunha, Fernando de Noronha, gough e Ilhas
canárias, são constituídas de rochas insaturadas. No Pacífico a ilha de Tahiti e no mar indico a ilha de
Kerguelen.
Em termos de conteúdos de elementos maiores e traços os basaltos toleíticos do Havaí mostram teores de 50-
51% de sílica enquanto os basaltos alcalinos são pobres em sílica 46-47%. TiO2 é mais elevado nos basaltos
alcalinos do que nos toleitos, bem como Al2O3. Entretanto as diferenças significativas ocorrem mesmo, nos
elementos traços e terras raras. Zr, em torno de 115 ppm nos toleítos de ilhas oceânicas chegam a 350 nos
basaltos alcalinos de mesmo ambiente. Nb que varia de 8 a 17 nos toleitos chega a 36ppm nos basaltos
alcalinos. Ba e Sr são extremamente mais elevados nos basaltos alcalinos chegando a 650 ppm (Sr) e 340 (Ba)
contra 300ppm Sr e 150 ppm Ba nos toleitos. Os teores de La , Ce e Eu são muito mais elevado nos basaltos
alcalinos. Observe as análises químicas da página 266 do Livro da Marjorie Wilson.
53

ASSOCIAÇÕES MÁFICAS-ULTRAMÁFICAS

Intrusões Gabróicas Estratiformes


Intrusões Acamadadas

tradução de Donald Hyndman (1985) modfiicada por Márcia A S Barros

Feições Gerais:

Intrusões Gabróicas Estratiformes distinguem-se de sills de diabásio por serem mais largas e por
terem acamamento repititivo. A composição global é gabróica, mas geralmente varia de peridotito e
piroxenito na base da intrusão, passando para gabro e anortosito para ferrogabro até gabros
granofíricos no topo (figura 1). Eles variam na forma desde um stock até um batólito, sendo a
maior intrusão gabróica estratiforme conhecida a intrusão de Busheveld na África do Sul, o qual
têm 240 x 480Km de extensão e mais de 7000metros de espessura.
Em forma (fig1), a maioria parece um lopólito (Gabro de Duluth; Bushveldou forma de funil
(intrusão de Skaergard) ou um corpo alongado semelhante a um dique como ou no formato
achatado (Intrusão de Muskox, figura 2, o Grande Dique da Rodésia aparentam ser a parte mais
longa de um lopólito preservada por um falhamento dentro de um rift-graben.

As maiores e mais importantes intrusões gabróicas estratiformes do mundo são as seguintes:


54

Bahia de de Ilhas ou Complexo de ilhas Hare, no oeste de Newfoundland – Canadá


Bahias do Complexo Maine, Maine
Intrusão de Busheveld – África do Sul
Complexo de Cuilin – Escócia
Intrusão de Dufck na Antártica
Gabro de Duluth – Minesota – Estados Unidos
Intrusão de Muskox – nordeste do Canadá
Intrusões Complexas de Giles – Austrália
Grande Dique da Rodésia – Zimbabwe – África
Intrusão Rhum - Escócia
Intrusão de Salt Lick Austrália
Intrusão de Skaergard , leste de Greenland
Complexo Still Water, Montana – Estados Unidos
E algumas outras na Tanzânia, Canadá e Groelândia

O ambiente tectônico para intrusões gabróicas estratiformes não está totalmente esclarecido. Têm
sido considerado como ambiente anorogênico intra-continental, mas a maioria das intrusões deste
tipo são de idades precambrianas, onde a idade e o ambiente tectônico são mais difíceis de se
determinar. Em ambientes fanerozóicos muitas intrusões acamadadas ocorrem próximas a zonas de
rift ou de margem construtivas. As intrusões gabróicas ocorrem também como partes dos ofiolitos,
como já vimos anteriormente.
Alguns autores consideram que devido as largas extensões das intrusões acamadadas, ao seu
aspecto estrutural e por ocorrerem em ambientes estáveis, que estes corpos se originaram por
impacto de meteoros, o qual teriam fundido o manto superior e ascendido para as rochas
sobrejacentes na forma de intrusão.

Figura 2 – Forma comum das intrusões estratiformes e empilhamento. Da base para o topo. Lado
direito: picrito – peridotito-piroxenito-gabro-gabro granofirico-granófiro.
Baseado no exemplo de MusKox intrusion – Canadá
55

A maioria das intrusões acamadadas são caracterizadas por uma gradação mineralógica e química
da base para o topo de todo o corpo. Esta gradação é chamada de acamamento crípito ou
acamamento químico e envolve dois aspectos. Primeiro: minerais tais como olivina, piroxênio e
plagioclásio os quais pertencem as séries de solução sólida mudam de composição
progressivamente com o nível de profundidade da intrusão. Segundo: determinados minerais
começam a se cristalizar em determinadas profundidades.
Esse acamento cripto é repetido devido as várias injeções do magma.Essa repetição leva a formar
um outro acamamento chamado acamamento ritímico que também pode ser chamado de
acamamento por gravidade marcado por camadas gradacionais repitidas. Cada camada varia de 2cm
até 30 metros de espessura. Minerais escuros como piroxênio e olivina ficam na base de cada
camada gradando para minerais mais claros (plagioclásio) no topo. Este acamento é análogo àqueles
encontrados em rochas sedimentares tais como turbiditos. Outra estrutura sedimentar que ocorre
nestes corpos é a estratificação cruzada, estruturas de deslizamento e estruturas de compactação. A
maioria destas feições foi descrita na intrusão de Skaergard leste da Groelândia.

Mineralogia:

Mineralogicamente as intrusões acamadadas de Máficas constituem-se de dois componentes


Cumulus e intercumulus. Grãos Cumulus são os precipitados primários que afundam na câmara
magmática. O líquido intersticial aprisionado pode cristalizar aumentando o mineral original e
formando a textura adcumulatica ou formando novos minerais que dão origem aos intercumulus ou
interprecipitados. A maioria dos cristais cumuláticos incluem cromita, olivina, piroxênio e
plagioclásio. Os intercumulus podem incluir qualquer um dos minerais acima num estágio diferente.
A variação composicional progressiva no acamamento cripto envolve mais de um processo na
diferenciação magmática. Estas mudanças envolvem:
Aumento de Fe/Mg da augita, pigeonita e hiperstênio
Aumento de Fé/Mg de olivina rica em Mg na parte inferior da intrusão e olivina rica em Ferro na
parte superior da intrusão.
Aumento de Na/Ca no plagioclásio.
Aparecimento de gabro granofírico ou de granófiro no topo da intrusão. Este supersaturação em
sílica no topo da intrusão é resultado da remoção dos minerais mais densos do líquido, deixando
apenas sílica como fase residual.
A ordem mais comum de cristalização parece ser Olivina + Cromita, ortopiroxenio,plagioclásio,
augita e pigeonita seguidos de quantidades menores de magnetita-ilmenita, apatita e quartzo +
feldspato potássico nos últimos estágios da cristalização.
A quase completa separação da olivina e ortopiroxênio nos peridotitos e ortopiroxenitos,
respectivamente, é atribuída a uma relação peritética entre eles, sendo a olivina eliminada pela
reação da olivina com o líquido para formar ortopiroxênio e também porque os grãos de olivina são
duas vezes maiores que os grãos de ortopiroxênio.Baseando-se na lei de Stokes, a olivina assenta-se
10 a 100 vezes mais rápida que o ortopiroxênio.Entretanto depois da olivina, assenta-se o
ortopiroxênio formando uma camada rica em ortopiroxênio que vai originar os ortopiroxênitos.
Irvine (1975) argue que a cromita pode precipitar em quantitade suficiente para formar uma camada
de cromita, quando o magma gabróico é subitamente contaminado extensivamente por um magma
granítico vindo das rochas encaixantes. Tal contaminação aumenta a cristalização de ortopiroxênio,
o qual aparece num horizonte similar ao horizonte da cromita em muitas intrusões estratiformes.
Quantidade menores de sulfetos tais como pirrotita e calcopirita e minerais de platina ocorrem
associadas a cromita nas zonas ultramáficas de algumas intrusões.
Gabro granofirico ocorre no topo de algumas intrusões como prova de diferenciação magmática
extrema. Em geral são caracterizados pela presença de veios e lentes de melanogranófiros (rocha
56

escura contendo quartzo e feldspato alcalino). Isto representa um diferenciado extremo de magmas
gabróicos aproximando-se da composição de um granito. No gabro de Duluth e na Intrusão de
Bushevel, crostas de granito vermelho granofírico ocorrem representando essa diferenciação
extrema. Sugere-se que estas rochas são formadas além do acumulo de sílica pela diferenciação por
assentamento gravitacional, pela mistura com sedimentos fundidos das encaixantes que são assimilados pelo
magma gabróico.

Química :

Em geral os magmas destas intrusões são de composição básica a alto alumínio, ou toleíticos. A
mineralogia comprova a química pela grande presença de ortopiroxênio e plagioclásio nesta
associação rochosa.

Origem Sugerida:

Em geral concorda-se que o magma que cristalizou para dar origem a uma intrusão estratiforme foi
um magma básico toleítico ou a alto alumino. As diferenças de opinião são mais com relação a
origem dos acamamentos rítmicos. Se não houver evidências claras de que houve injeções
múltiplas, a maioria dos autores acreditam que o acamento rítmico é conseqüência de diferenciação
magmática em um local e mais um destes fenômenos:

ocorrem em perídos curtos de turbulência pequena e irregular, forte apenas para colocar
temporariamente o plagioclásio em suspensão sem interromper o assentamento dos minerais mais
pesados.

O acamamento crípito é aceito como processo de assentamento gravitacional ou


convectivo.Correntes de convecção carregam os minerais mais pesados para a base e permitem que
os mais leves sejam levados para o topo.

O acamamento rítimico pode ser conseqüência de injeções múltiplas que podem ser de fontes
similares ou de fontes diferentes.

A presença de granófiros pode ser devido a metassomatismo (substituião metamórfica) de um


sedimento original.

Anortositos:

É uma rocha com mais de 90% de plagioclásio que ocorre junto aos gabros estratiformes nas
porções mais elevadas. A maioria deles ocorre no precambriano sendo alguns poucos de idade
arqueana. Isto implica em um tipo de evento ou vários eventos que não ocorrem em situações
geológicas mais recentes No passado chegou-se a postular uma origem metamórfica mas hoje isso é
totalmente descartado. Acredita-se que os anortositos, mesmo aqueles que formam largos maciços
são resultados de diferenciação magmática de um líquido resultante de fusão parcial no manto ou
crosta profunda.

Depósitos Minerais Econômicos de Maciços Gabróicos Estratiformes


57

Intrusões Estratiformes contém as maiores reservas do mundo de Cromo e platina do O horizonte


da cromita, são encontrados nas partes inferiores juntamente com peridotitos ricos em olivina e
ortopiroxênio ou em alguns casos próximo aos noritos. Em Busheveld a camada de cromita chega a
atingir 1Km de espessura. Metais de platina incluindo platina, osmium,iridium,paládio,rutênio e
ródium ocorrem junto com a cromita. Estes metais estão associados com minerais de minério tais
como: pentlandita, pirrotita, calcopirita ou como ligas de Pt e Fé. As, Sb e ouro também ocorrem
em Busheveld.
Irvine (1975) sugere que a assimilaão de rochas encaixantes ricas em sílica pode induzir a saturação
em sulfeto de magmas básicos, resultando na precipitação de tais sulfetos.
Anortositos nos níveis mais elevados da intrusão hospedam ilmenita e magnetita..

Questionário:

Qual o empilhamento estratigráfico mais frequentemente encontrado nas associações de gabros


estratiformes?
Qual o período de tempo (tempo geológico) mais representativo destas associações de rochas?
Qual a mineralogia de um Norito, um ortopiroxenito e um dunito?
Qual a série magmática que predomina nesta associação rochosa?
Qual o ambiente tectônico e as formas de intrusão mais comuns em uma intrusão acamadada?
Desenhe
Ainda acredita-se em impacto de meteoros para a formação de gabros estratiformes? Dê um
exemplo. Pesquise Sudbury- Canadá.
O que causa a saturação do magma em sulfetos? Isso é bom?
Explique o processo de formação de acamamento crípito e ritimico.
Qual a importância econômica dos maciços estratiformes?
Qual a seqüência de cristalização dos minerais durante o assentamento gravitacional?

INTRUSÕES GABRÓICAS ESTRATIFORMES

São gabróicas em composição global, variando de peridotitos e piroxenitos até gabros e anortositos a ferro-
gabros granofíricos no topo.
Em dimensão variam de pequenos stocks a imensos batólitos. A maior intrusão conhecida é a de Bushveld na
África do Sul com 240 e 480Km em superfície e mais de 7Km de espessura.

A forma se assemelha a um lapólito, semelhante a um funil.

Exemplos: Bushveld – África do Sul


Dufek – Antártida
Giles Complex – Austrália
Great Dike – Rodésia
Muskox intrusion – Northwest Territories, Canadá
Stillwater – Montana

O ambiente tectônico não é claro, considerado anorogênico em áreas continentais. A maioria é Pré-
Cambriana. A grande espessura das intrusões acamadadas indica um ambiente estável tectonicamente.

A maioria das intrusões mostram dois tipos de gradação, mineralógica e química:


Minerais como olivina, px e plag que são soluções sólidas variam em composição da base para o topo.
Minerais específicos variam em níveis específicos, formando um acamamento repetitivo.
58

Cada camada varia de centímetros a metros, até 30m. Camadas escuras de olivina e/ou px gradando para
camadas de felsdspato. Parecem muito com camadas sedimentares.

MINERALOGIA:
As intrusões acamadadas mineralogicamente consistem de dois componentes:
Cumulus: grãos precipitados primariamente. Grãps assentadas no fundo da câmara magmática;
Intercumulus: espaço restante entre os grãos já precipitados e prreenchidos por:
por crescimento dos cristais já existentes (adcumulus)
por novos grãs (interprecipitados)

Os minerais cumulus mais comuns são: cromita, olivina, px e plag.

As mudanças progressivas na intrusão em direção ao topo mostram:


Zona de finos grão próximo aos contatos com as rochas encaixantes;
Aumento da razão Fé/Mg das augitas, pigeonita e hiperstênio;
Aumento da razão Fé/Mg de olivinas ricas em Mg da parte inferior da intrusão e das olivinas ricas em Fé da
parte superior;
Aumento da razão Na/Ca do plag;
Aparecimento de gabro granofírico no topo.

Na ordem de cristalização se formam:


Principais: olivina + cromita menores: magnetita + ilmenita
Ortopx apatita
Plag quartzo + FK
Augita
Pigeonita

Os magmas formadores são toleíticos ou de composição basáltica a alto alumínio. Discussão sobre a
possibilidade injeções múltiplas, porém a origem de injeção única com posterior diferenciação é a mais aceita.

Em termos econômicos formam interessantes depósitos de:


Cromita
Platinóides = Platina, Índio, Ósmio, Paládio, Ródio e Rutênio. Metade da produção do mundo vem
de Bushveld
Níquel.
59

ASSOCIAÇÕES DE ROCHAS ALCALINAS.

1) Feições Gerais:
Rochas alcalinas são aquelas com conteúdo de Na2O + K2O maior que o necessário para formar
feldspatos com a sílica disponível. Isto resulta no aparecimento de feldspatóides, ou piroxênios e anfibólios
alcalinos.

Feldspatóides: Grupo de silicatos similares aos feldspatos em estrutura, mas que contêm menos sílica
por unidade de forma.

Assim, são consideradas rochas alcalinas aquelas onde a razão


Na2O + K2O/Al2O3 é igual a 1 (um).
Quando esta razão ultrapassa 1 (um) as rochas são classificadas como peralcalinas.

2) Principais Associações de Rochas Alcalinas:


Granito peralcalino (riebequita granito), pantalerito e rochas associadas;
Rochas ígneas ricas em sódio, incluindo ijolito/nefelinito e nefelina sienito/traquito;
Carbonatitos e rochas alcalinas máficas associadas;
Rochas ígneas ricas em potássio ou shosoníticas, incluindo shonquinito e sienito;
Diques de Lamprófiro.

3) Mineralogia mais comum:


Minerais Principais:
Leucita
Pseudoleucita
Sodalita
Cancrinita
Nefelina
Analcima

Micas:
Lepdomelano (biotita rica em Fé, em microscopia parece a biotita)
Astrofilita (parece biotita, alguns livros classificam como anfibólio)
Titanoflogopita (flogopita rica em Ti)

Anfibólios e Piroxênios
Fé-Hornblenda pargasítica
Arfverdsonita
Riebequita
Ferroricterita
Aenigmatita
Aegerina

Tabelas do Hyndman (páginas 370 a 374)

Ijolito: Uma rocha de médio a grosso grão, plutônica, aultra-alcalina que consiste essencialmente de nefelina,
aegerina ou aegerina-augita, ou diopsídio sódico, com ou sem granada e melanita. Acessórios são apatita,
esfeno e cancrinita.

Traquito: Equivalente vulcânico do sienito.

Lamprófiro: Uma rocha escura, intrusiva porfiríc\tica, contendo abundantes fenocristais euhedrais de biotita
e/ou anfibólio e ainda olivina, diopsídio, apatita e opacos (óxidos) em uma matriz máfica ou félsica ou de
vidro. Não apresenta nenhum mineral félsico como fenocristal.
60

4) Ambiente Tectônico
Rochas ígneas alcalinas são principalmente relacionadas a ambientes de rift tais como os rift valleys
no leste da África (Figura 1). Porém rochas alcalinas também ocorrem em áreas geralmente consideradas
como sobre subducções profundas, zonas atrás de arcos andesíticos e em estágios mais evoluídos de arcos.
Ocorrem ainda em fases tardias de ilhas basálticas no interior de placas oceânicas.

Em zonas de rifts continentais as tensões são variadas. Superficialmente elas parecem com rifts ou
cadeias meso-oceânicas, porém a princípio são feições diferentes. Em ambientes de fomação de rifts
continentais as placas não se movem rapidamente como em ambientes construtivos ligados a separação de
placas, onde as velocidades alcançam vários centímetros por ano, e sim em velocidades que podem ser 100
vezes menor que estas.
Muito embora, os basaltos alcalinos ocorram em ambientes de rift, a maioria das rochas mais ricas
em álcalis são encontradas nas margens do rift, na crosta soerguida pelo processo de riftamento, são
associadas com o rift, porém podem estar localizadas de 100 a 200Km do eixo do rift, associadas a falhas
transformantes e extensões continetais geradas pelo processo.
Composições dos magmas gerados do Mioceno ao Plioceno no leste da África, iniciaram com
nefelinitos, carbonatitos e álcali-basaltos eruptindo regionalmente durante o processo inicial de soerguimento,
este processo foi seguido por derrames de fonólitos e erupções fissurais e no final por flows de traquitos
formando o assoalho do rift durante o rifteamento principal.
As mais conhecidas províncias ígneas alcalinas ligadas a rift (dominantemente sódica e menos
potássicas), e falhas extensionais e transformantes ligadas ao processo são:
Área Afro-Arabia (Afar) – presentemente ativa;
Zonas de rift do leste Africano – Terceário médio a presente;
Suldeste do Brasil – Cretáceo a Terceário;
Graben de Oslo, Graben de Rhine, França Central – Permiano a Quaternário;
Província Monteregian, Quebec – Precambriano a Cretáceo em intervalos;
Rift de Gadar, Sul da Groelândia – Precambriano.

As áreas mais conhecidas de rochas ígneas alcalinas (suítes ricas em potássio) atrás de arcos
andesíticos, provavelmente formadas em zonas profundas e processo finais de subducção são:
Províncias Montana Central e Yellowstone, EUA – Eoceno;
Andes Central – Plioceno a Quaternário;
Papua Nova guiné – Eoceno a Recente;
Indonésia – Pleistoceno a Recente.

Basaltos alcalinos ocorrem em ilhas oceânicas em ambientes intra-placa, distante de zonas de


espalhamento. Eles são mais dominantes em pequenas ilhas oceânicas, tais como as Ilhas Marquesa e
Canárias, ou ainda menores associadas a membros finais de suítes dominantemente toleíticas como Hawaii e
Iceland.
Em uma escala mais local, rochas alcalinas podem ocorrer em intersecções de grandes falhamentos,
como é o caso da Série Magmática Montanha Branca em New Hemisphere-EUA, ou em estruturas dômicas e
áreas arquadas sobre zonas de fraqueza. Em alguns destes casos a estrutura associada não é clara, como a
província alcalina Montana Central-EUA.
Rochas alcalinas são raramente encontradas em grandes volumes e em muitos casos estão
subordinadas a outras rochas ígneas. Em algumas áreas as rochas alcalinas formam pequenas e restritas
ocorrências, as quais se relacionam a um período restrito de tempo geológico; em outros como no Rift do
Leste da África e na Província Monteregian de Quebec, elas são espalhadas em uma região ampla e contínua
ao longo de um amplo espaço de tempo geológico.

5) Estilo e Profundidade de Emplacement


Na maioria dos ambientes tectônicos descritos acima, rochas alcalinas ocorrem como vulcânicas ou
como intrusões rasas. Derrames são comuns, porém tufos ocorrem em menores quantidades, ocorrendo
associado a rochas mais félsicas, como os extensivos platôa fonolíticos do leste da África. Lacólitos e diques
são comuns onde o emplacement ocorrem em níveis rasos em rochas sedimentares acamadadas tais como a
Província Alcalina Montana Central (Figura 2). Stocks rasos e complexos anelares ocorre em variadas rochas
61

encaixantes, sendo raros os complexos em grandes profundidades. Rochas ígneas alcalinas associadas a
rochas metamórficas regionais de alto grau são conhecidas, porém geralmente não mostram evidencias de que
a intrusão tenha associação com o metamorfismo.
A ascensão de magmas alcalinos para a superfície ou próximo à superfície, indicam condições de baixa
quantidade de água e ascensão rápida, fato que previne o resfriamento em altas profundidades. Se os magmas
são é derivados do manto, eles se mantêm acima dos sólidus e provavelmente acima dos liquidus bem
próximo ao emplacement (Figura 3). Embora a água seja baixa, como inferido a partir de uma relação
positiva no diagrama P-T, CO2 pode ser alto, como inferido para muitos magmas basálticos.

6) Principais Associações
Incontáveis nomes tem sido dados para as rochas alcalinas, muitas das quais se diferem a partir de
um simples mineral menor ou da variação textural. Nomes gerais aparecem na classificação triangular
proposta pela I.U.G.S. (Figura 4). Termos gerais tais como aqueles como sufixo “oid” (ex.: feldspatoide), são
comumente substituídos por nomes mais específicos, tais como nefelina (ex.: nefelina sienito ou nefelinito) e
leucita (ex.: leucita fonólito). Classificações separadas para lamprofiros, carbonatitos e rochas ígneas ricas em
melilita serão descritas posteriormente.

A tabela abaixo mostra algumas das rochas alcalinas mais comuns:

Intrusiva Correspondente Mineralogia


vulcânica
Feldspatóide sienitos e álcali- Traquitos e fonolitos Rochas de FK com nefelina,
feldspato sienito ou foialitos leucita, etc (foides)
Augita rico sienito ou shonquinito Rochas de augita e FK podendo
apresentar biotita e olivina
Ijolitos Nefelinitos e leucititos Rochas com Nefelina-augita ou
leucita-augita, respectivamente.
Nefelina Gabros ou essexitos Álcali basaltos, nefelina basaltos, Augita, ± olivina, ± hornblenda,
basanitos ou tefritos FK, plag.
Jacupiranquito Titano-augita, magnetita, ±
nefelina
Álcali granitos Álcali riolitos FK, quartzo, e aegerina ou
riebequita.
A diferença composicional entre estas rochas pode ser observada na figura 5.

6.1. Granito peralcalino, comendito e pantalerito:


Granitos peralcalinos e rochas relacionadas tais como riolitos alcalinos, comenditos e pantaleritos,
são rochas contendo quartzo e caracterizada pela insuficiência de alumina para combinar com os álcalis para
formar plagioclásios junto com FK. A razão Al2O3 para o total de Na2O + K2O é menor que 1 (um). Isto
resulta na aparição de minerais ricos em álcalis, porém pobres em Al, tais como aegerina, arfvedsonita e
riebequita.
62

Rochas peralcalinas ocorrem nos seguintesambientes:


Em domos e processos iniciais de ambientes de rift, como os comenditos e pantaleritos de Cameron no
Quênia a Afar, e associadas com margens de espalhamento continental, relacionadas a pares de cisalhamento,
como os tufos de cinza e flows e derrames comenditicos da caldeira de McDermit e outras áreas na Great
Basin de Nevada-EUA e no noroeste de British Columbia;
Em rifts intracratônicos após o pulso principal, formados pela reativação do rift ou pela geração de um novo
sistema de rifts, como em Labrador;
Atrás de arcos de ilhas, como em Hokkaiko no Japão, no leste de Papua Nova Guiné, no leste da Auatrália e
no cinturão vulcânico Anahim no oeste de British Columbia;
Como comenditos no interior ou próximo a zonas de espalhamento ou de ilhas oceânicas como em Iceland,
Easter Island, Açores e Ilhas Canárias;
Como comenditos com nefelina traquitos formando um escudo vulcânico erodido no oeste do Texas;
Como parte exposta de complexos anelares com plutons graníticos rasos e rochas vulcânicas calci-alcalinas,
na Série Magmática White Mountain em New Hemisphere-EUA ou nos Younger Granites da Nigéria;
Em zonas de subducção e em colisões continente-continente seguitos por relaxamento da tensão, como o
exemplo do Escudo Arábico;

Rochas peralcalinas supersaturadas em complexos anelares podem estar associadas com rochas vulcânicas
não peralcalinas, tais como biotita-, hornbelnda-, faialita granitos; dioritos; traquitos; sienitos; sienogabro e
anortositos, ou ainda com rochas alcalinas tais como nefelina sienito. Em ilhas oceânicas e outros ambientes
vulcânicos elas são subordinadas e associadas a rochas alcalinas subsaturadas tais como basaltos alcalinos,
traquibasaltos, traquiandesitos, traquitos e fonólitos.

Granitos peralcalinos são rochas de coloração clara, de grãos médios, com ± 30% de quartzo e um único
feldspato pertítico (hipersolvus). São caracterizados por pequena quantidade de riebequita, arfverdisonita e
aegerina, as quais são pretos ou perto de preto em amostras de mão. Albita de baixa temperatura comumente
forma finos núcleos e grão microscópicos entre os grão de pertita.
Comenditos são lavas bandadas, obsidianas e tufos de flows de cinza de cores azul pálidas a amareladas para
verde acinzentada, comumente apresentam fenocristais de quartzo, anortoclásiom ou sanidina sódica (Or29-
50,7 ), aegerina, ferroedembergita sódica, arvferdsonita e aenigmatita.
Pantaleritos são tufos, lavas e obsidianas verdes para pretas, comumente com textura traquítica de flow. Os
fenocristais incluem anortoclásio (Or30-41,8) e em alguns casos quartzo, aegerina, ferroedembergita sódica e
aenigmatitas.

Os Complexos Anelares dos Younger Granitos do norte da Nigéria representam níveis profundos erodidos de
um pluton complexo do tipo caldeira de diques anelares de baixa profundidade. Na área é caracterizado por
um grupo de compelxos diques anelares, geralmente de 11 a 14Km de diâmetro. O Complexo Liruei primeiro
desenvolveu fraturas anelares com a subsidência de blocos e a formação de uma larga caldeira. Finas camadas
de rochas piroclástica, algumas ou todas de flows de cinza, preencheram a caldeira e são preservadas em
algumas áreas da região, entre os diques anelares e o pluton central. Seguindo a subsidência, diques anelares
de arfvedsonita-fayalita granitos pórfiros foram formados, sendo sequidos pela intrusão de pluton de biotita
granito. Erosão próxima a uma das margens expôs o albita-riebequita granito em finos plutos acamadados.
Riebequita granitos tardios intrudiram as rochas vulcânicas, através de fraturas anelares.Estando e tungstênio
ocorrem em veios associados com greissens (cassiterita e wolframita com muscovita e quartzo), em fases
micro graníticas do biotita granito.

O Complexo de Amo na mesma região da Nigéria é erodido a um nível um pouco mais profundo, não
preservando mais as rochas vulcânicas (Figura 6). Contatos internos entre os sucessivos diques em anéis e o
pluton central são abruptos e com uma inclinação em cone com o diâmetro maior para a superfície. Cada anel
tem de 100 a 200m de espessura, sendo que o emplacement é sucessivo entre eles.

6.2. Rochas ricas em Na

São Nefelina sienitos, sienitos e ijolitos e seus equivalentes vulcânicos, álcali basaltos, fonólitos, traquitos,
nefelinitos e rochas relacionadas. Elas tem mais sódio do que potássio, gerando um feldspato potássico e
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minerais ricos em sódio como nefelina, sodalita, analcima, aegerina, hornblenda ferropargasítica,
arfverdsonita e riebequita.
Nefelina sienitos e rochas ricas em sódio relacionadas, são associações relativamente incomuns, porém bem
distribuídas em áreas de crosta continental estável, zonas de riftiamento, grandes blocos falhados ou zanas de
dobramentos continentais em zonas de thrust.
Tipicamente elas ocorrem como corpos circulares ou elípticos, com contatos bruscos, em plutons do tipo
stock ou pequenos batólitos, como complexos anelares, ou como cones acamadados (Figura 7). A maioria
aparece de forma claramente intrusiva, com aureolas de contato bem distintas.
Membros vulcânicos destas associações são também de pequenos volumes e geralmente estão na parte central
das ocorrências. Exceções incluem os fonolitos do tipo platô e os traquitos como aqueles que ocorrem em
ambiente de rift no leste da África, que foram eruptidos em grandes volumes.

Principais exemplos de complexos de rochas alcalinas ricas em Na.


Complexos Messum, Okonjeje e relacionados, na Namíbia (Martin e al., 1960);
Complexos alcalinos do sul da África e do Zimbabwe (Mathias, 1974);
Zonas do rift do leste da África no Moçambique, Malawi, Tanzânia e Quênia (King e Southerland, 1960;
Wooley e Garson, 1970; Barker et al., 1972; Bailey, 1974; Logatchev, 1976; e LeBas, 1977);
Área Afro-Arábia (Afar) (Gass, 1970; Barberi et al., 1975);
Plutons do leste de Tuva e do leste de Sayan no sul da Sibéria (Butakova, 1974 e Pavlenko, 1974);
Khibiny e Lovorezo e plutons relacionados da Península de Kola, noroeste da Rússia (Gerasimovsky et al.,
1974)
Oslo, Noruega (Barth, 1945; Oftedahl, 1960; e Neumann, 1976);
Rochas alcalinas do centro sul da França e Vogelsberg-Eifel no gabren de Rhine na Alemanha (Wimmenauer,
1974; Duda e Schmincke, 1978);
Província de Moneregian do Quebec (Gold, 1967; Woussen, 1970; Valilquette e Archambault, 1970; e
Philpotts, 1974);
Complexo de Coldwell, noroeste de Ontário (Mitchell et al., 1983);
Complexo Ice River, British Columbia (Curie, 1975);
Cinturão magmático Cortland-Beemerville de New York e New Jersey (Ratcliffe, 1981);
Provincia magmática Trans-Pecos no oeste do Texas (Barker, 1979 e Parker, 1983);
Província vulcânica do leste de Otago, Nova Zelândia (Turner e Verhoogen, 1960 e Coombs e Wikkinson,
1968);
Poços de Caldas, Itatiaia, São Sebastião e outros complexos no sudeste do Brasil e Leste da Bolívia (Herz,
1977; Darbyshire e Fletcher, 1979; Ulbrich e Gomes, 1981);
Basaltos alcalinos e rochas relacionadas em ilhas oceânicas tais como Haleakala e leste de Oahu nas ilhas
Hawaianas, Samoa, Reunion, Kerquelem Island, Açores, Santa Helena, Tristan da Cunha, Tenerife, Trinidad,
e Cape Verde (Baker et al., 1964; Upton e Wadsworth, 1966; MacDonald e Powers, 1968; Stice, 1968;
Borley, 1974; Clague e Frey, 1982; Wolff e Storey, 1983);
Basaltos alcalinos de segmentos off-ridge do Atlântico Norte e Leste do Pacífico.

Nefelina sienito e sienitos são brancas e cinza clara. Em muitos casos de grãos grosseiros; os sienitos em
especial tendem a ter uma textura tracóide dada pelo arranjo paralelo de feldspatos potássicos.

Sienito rico em nefelina e monzonitos são geralmente de grãos médios e maciços. As rochas vulcânicas e sub-
vulcânicas tais como fonólitos e traquitos são rochas de fino grão ou afaníticas.

Sienitos comuns e nefelina sienitos nos quais a razão Na2O + K2O / Al2O3 é menor ou igual a 1 (um), são
chamadas miasquíticas. Elas tendem a ser ricas em feldspatos alcalinos pertíticos e nefelina. No diagrama
Quartzo-Nefelina-Kalsilita (Figura 8), estas rochas plotam perto da linha albita-ortoclásio. Membros mais
máficos geralmente contêm biotita com ou sem substituição pela aegerina ou por anfibólio sódico tal como
kaersutita ou hartingsita, e pode conter olivina ou titanoaugita.
64

Sienitos contendo excesso de álcalis, onde a razão Na2O + K2O / Al2O3 é maior do que 1 (um) são chamados
agpaíticos. Eles são constituídos principalmente por feldspato alcalino com alguns minerais peralcalinos tais
como sodalita, aegerina ou anfibólio alcalino. Eles também podem conter como minerais menores nefelina,
natrolita, analcima, eudialita, ramsaíta, rinkolita e silicatos sódicos com alto Zr, Ti e ETR (Curie, 1976).

Rochas mais máficas comumente ocorrem em diques ou fases de bordas dos plutons. Rochas alcalinas
máficas e rochas relacionadas geralmente incluem ijolitos de granulação média, magnetita piroxenito, biotita
piroxenito, ortoclásio-nefelina gabro (essexito), com seus equivalentes de grão finos tais como nefelinito e
melanefelinito. Membros plutônicos deste grupo tem sido chamados algumas vezes incorretamente de álcali
gabros, porém a maioria não contem plagioclásio. A maioria destas rochas são de grãos médios, coloração
escura e com altos conteúdos de nefelina e são membros das séries aegerina-diopsidio ou aegerina-augita. O
piroxênio nestas rochas ultramáficas é titanaugita.

Os nefelinitos ou melanefelinitos desta associação, os quais são encontrados com carbonatitos, e comumente
contêm abundantes fenocristais de augita, porém poucos de olivina, exceto in rochas cumuláticas. Este
contraste com nefelinitos ricos em olivina, são associados a basaltos alcalinos.

Minerais acessórios ocorrem em quantidades variadas e incluem outros feldspatóides como sodalita,
cancrinita, analcima, melilita, ± hauine, ± leucita, com flogopita, esfeno, apatita, melanita, perovsquitaq,
magnetita ou ilmenita, calcita, zeólitas, wollastonita, ± anfibólios sódicos, ± eudialita. Feldspatos são
incomuns e ortopiroxênios são ausentes.

As zonas de contato de rochas máficas alcalina com granitos ou outras rochas encaixantes são comumente
rochas de grão mais finos e em alguns casos porfiríticas ou mais máficas. A rochas granítica próxima está
geralmente fenitizada gradando para granitos não fenitizado. Esta fenitização, ou metasomatismo alcalino,
resulta na formação de uma rocha semelhante a um sienito contendo feldspato alcalino, aegerina e anfibólio
sódico azul.

As rochas mais máficas da associação pode conter xenólitos de lherzolito spinélio e em alguns casos de
granada lherzolito, os quais indicam derivação de zonas profundas do manto.
6.3. Complexos carbonatíticos-nefeliníticos

Carbonatitos são rochas ígneas de grãos grossos e finos, as quais caracteristicamente contêm mais
que 50% de minerais carbonatos, especialmente calcita, e as quais podem não conter fases silicáticas. Muito
embora estas rochas sejam pobres ou desprovidas de álcalis, elas são invariavelmente associadas com rochas
silicáticas ricas em álcalis, principalmente nefelinitos, com cerca de 35% de nefelina e 65% de minerais
máficos, ou com ijolitos (o equivalente plutônico do nefelinito), com 55% de nefelina e 45% de minerais
máficos. Eles também são associados com fenitos, ou seja os produtos do metassomatismo de Na e K.
Carbonatitos com rochas alcalinas máficas e com nefelina sienitos, desenvolvem como um incomum,
porém amplamente espalhadas rochas, em áreas de estabilidade crustal, hot spots anorogênicos, riftiamentos,
ou falhamentos moderados. Em ilhas oceânicas, carbonatitos são relatados somente nas ilhas Canárias e em
Cabo Verde, onde eles são associados com nefelina sienitos e gabros alcalinos, porém não com nefelinitos e
ijolitos. Eles foram reconhecidos também em ambientes tectono-metamórficos.
Carbonatitos ocorrem como plugs e corpos de formas irregulares de até 8Km2 em área. Eles são
comumente incluídos em centros de compelxos máficos alcalinos, ou ocorrem como partes inferiores de
camadas cônicas ou em dikes cortando complexos alcalinos (Figura 9).
Figura 9: a) Mapa geológico do Complexo de diques anelares Magnet Cove, Arkansas (simplificado de
Erickson e Blade, 1963).
b) Vulcão de Kisingiri no Lago Vitória no oeste do Kênia, mostrando carbonatitos e brechas de nefelinitos
feldspatizados, preservados em uma caldeira circundado pelo embasamento de granitos e circundados por
lavas nefeliníticas e aglomerados preservados nos flancos do vulcão (simplificado de LeBas, 1977)
Rochas máficas associadas aos carbonatitos incluem jacupiranquitos, biotita piroxenito, ijolito e nefelinito.
Carbonatitos e rochas máficas alcalinas também se desenvolvem em ambientes vulcânicos – flows máficos
alcalinos, tufos e brechas com flows carbonatíticos, brechas e tufos se desenvolvem em menores proporções
em estágios finais. Alguns exemplos são: os flows de carbonatitos sódicos em Oldoiyo na Tanzânia, e os
carbonatitos cálcicos em Fort Portal no oeste de Uganda. Os tufos vulcânicos foram provavelmente
65

carbonatitos alcalinos em Oldoingo e em Kaiserstuhl na Alemanha. Em muitos carbonatitos, uma área de


brecha ou aglomerado de carbonatito sugere uma área de “vent”.
Muito embora os carbonatitos sejam desenvolvidos mais comumente em fases finais de rochas
alcalinas máficas em todos os ambientes mencionados no parágrafo anterior, em algumas poucas áreas tais
como em Fen na Noruega e Alno na Suécia, eles se desenvolveram como fases precoces. Kimberlito, mica
peridotito, ou em alguns casos dunitos ou serpentinitos podem aparecer associados com estas rochas em
algumas localidades, porém nestes casos podem não representar carbonatitos reais.
A maioria dos contatos dos carbonatitos com as rochas encaixantes são bruscos, porém alguns
apresentam contatos gradacionais como em Budeda Hill em Uganda, mostrando a substituição de nefelina e
piroxênio das rochas alcalinas por calcita do carbonatito. Xenólitos de rochas alcalinas e de outras rochas
encaixantes são encontrados nos carbonatitos em diferentes fases de assinilação, tais como em Tororo em
Uganda e em Kaiserstuhl na Alemanha. Encaixantes compostas por granitos, gnaisses e arenitos, adjacentes
aos contatos com o carbonatito, normalmente estão fenitizados entre 1 a 200m, podendo chegar a 2,2Km
como no caso de Tundulu em Malawi. A substituição geralmente inicia por zonas de fraturas e gradualmente
se expande substituindo toda a rocha. Estruturas originais das rochas substituídas geralmente são preservadas,
embora os minerais se transformem para ortoclásios e piroxênios sódicos, com pouca albita e anfibólio sódico
(Figura 10).

Figura 10: Diagrama esquemático de uma seção típica de um complexo carbonatítico (modificado de Garson,
1966).
Exemplos de associações nefelina-carbonatitos:
Bearpaw Moutains, Montana (Hearn et al., 1964)
Pass Moutains, Califórnia (Olson et al., 1954)
Iron Hill e Powderhorn, Colorado (Larsen, 1942, Nash, 1972)
Magnet Cove, Arkansas (Erikson e Blade, 1963)
Oka, Quebec (Gold, 1966, Watkinson, 1970)
Honolulu Volcanic Series, Hawaiian (Clagieand Frey, 1982)
Jacupiranga, Brazil (melcher, 1966, Ulbrich e Gomes, 1981; Gaspar e Wyllie, 1983)
Serrote, Brazil (Leonardos, 1959)
Fen, Noruega (Ramberg, 1973)

Exemplos da África e outras regiões:


Palabora e Spitzkop, África do Sul (Heinrich, 1970)
Chasweta, Zâmbia (Bailey, 1960)
Ruri-Sokolo, Kenia (McCall, 1963)
Torroro e Sukulo, Uganda (King and Sutherland, 1966)
Kerimasi, Tanzânia (Dawson, 1966)

Algumas descrições de carbonatitos:

Carbonatitos são principalmente rochas de médio grão, porém incluem algumas de grão muito finos e outras
de grão grossos, exceto pela composição mineralógica ela se parece muito com o mármore. O mineral mais
comum é a calcita, algumas vezes chamada de sovite, e por vezes dolomita que é chamada de beforsite, pode
ainda ocorrer a anquerita. Carbonato de Na-K-Ca é chamado de natrocarbonato. Algumas vezes uma
seqüência de carbonatos de Ca para Mg e para Fé reflete uma diferenciação progressiva. Zonação entre apatita
e magnetita também aparecem como evidência de zonação.
As cores dos carbonatitos variam de branco para marrom e menos comumente amarelo. Texturalmente muitos
carbonatitos são mássicos, porém algumas vezes mostram foliação em forma de textura tracóide ou
acamadamento, mais comumente resultante do paralelismo das concentrações de minerais máficos que
tendem a ser paralelos com os contatos com as rochas encaixantes. Estas bandas podem representar: apatitas
verdes, magnetitas, flogopitas verdes ou marrons, pirocloro amarelo ou amarronado e piroxênio sódico
escuro.

Dois tipos mineralógicos de carbonatitos são reconhecidos:


Magnetita-apatita±flogopita, especialmente com sovite.
Minerais Terras Raras, fluorita, barita, U e Th, especialmente com ferrocarbonatitos.
66

Rochas vulcânicas associadas com intrusões rasas de carbonatitos e ijolitos são dominantemente nefelinitos
caracterizados por estrato-vulcões. Nefelinitos e melanefelinitos são aglomerados e lavas, que em muitos
casos seguem a fase final do colapso da caldeira.

Kimberlitos e Lamproitos

Kimberlitos e Lamproitos são produtos de magmatismo alcalino intra-placa continental. Ainda que
relativamente pequenas em volume, comparada com outras províncias alcalinas, rochas kimberliticas e
lamproíticas , são importante por serem as fontes primárias dos diamantes. São portadoras de xenólitos
derivados do manto e são geradas (pelo menos até o nível do conhecimento atual) em profundidades no
manto, superiores ás de outros magmas. O objetivo desta revisão é fornecer um breve sumário das principais
características geoquímicas, mineralógicas e petrológicas de kimberlitos e lamproítos. Uma discussão
detalhada da petrologia dos Kimberlitos é dada por Mitchell (1986). Sumários recentes da mineralogia e
geoquímica dos lamproítos tem sido dada por Mitchell (1985) e Bergman (1987).

Conceito de Kimberlito:

Kimberlito é uma rocha ígnea ultrabásica (MgO=15%-40%), potássica, rica em voláteis (principalmente
CO2), que ocorre na forma de pipes, diques e soleiras.
Comumente exibem uma textura inequigranular distintiva, resultando da presença de macrocristais e alguma
vezes megacristais numa matriz de grãos finos. A assembléia megacristal e macrocristal consiste de cristais
anédricos arredondados de ilmenita magnesiana, piropo titanífero pobre em cromo, olivina, clinopiroxênio
pobre em cromo, flogopita, enstatita e cromita pobre em titânio. Olivina é um membro dominante da
assembléia de macrocristais. Os minerais da matrix incluem olivina primária euédrica de segunda geração e
ou flogopita, com peroviskita, espinélio, diopsidio, monticelita, apatita, calcita e serpentina rica em ferro.
Sulfetos niquelíferos e rutilo são minerais acessórios comuns. Olivina, flogopita, monticelita e apatita são
comumente substituídas por soluções deutéricas formando serpentina e calcita.
Kimberlitos comumente contém inclusões de rochas ultramáficas do manto superior. Quantidades variáveis
de xenólitos crustais e xenocristais podem também estar presentes.
O diamante é um constituinte raro dos kimberlitos, mas o que mais valoriza o estudo destas rochas.

O Termo Lamproito:
O termo Lamproíto foi introduzido por Niggli (1923) para referir-se a rochas alcalinas ultramáficas,
ultrapotássicas cujos números de Nigli são > ou = 0,8 para mg e k.
Antes de 1970 os lamproitos eram considerados espécimes exóticas petrologicamente e de pouca
importância. Entretanto a descoberta de diamantes em lamproitos mudou esse conceito. Isso aconteceu a
primeira vez no nordeste da Austrália. Hoje na classificação de rochas com perspectivas de conterem
diamante o Lamproíto é a segunda, perdendo apenas para os kimberlitos. Os lamproitos caracterizam-se por
conter flogopita titanífera, tetraferroflogopita titanífera, praderita , olivina forsteritica, diopisidio, sanidina,
leucita, tipicamente como fases maiores. Como fases menores ocorrem apatita,perovskita, magnésio cromita,
magnetita magnésio titanifera, anatasio, ilmenita e enstatita. Analcita é comum como mineral secundário
substituindo leucita e ou sanidina. Alteração ou outros minerais secundários incluem : clorita, sílica,
carbonato,zeolita, serpentina, barita e argilo minerais.etc... Minerais ausentes nos lamproitos são:
nefelina,sodalita,kalsilita,melilita, plagioclásio, monticelita e melanita.
Quimicamente os lamproitos exibem uma ampla composição de sílica (40-55%), sendo simultaneamente
ultrapotássicas K2O+Na2O>3 e percalcalina K+Na/Al2O3>1. Os lamproítos são caracteristicamente
enriquecidos em elementos incompatíveis (Ti,REE,Sr,Ba,Zr) acoplado com altos conteúdos de elementos
incompatíveisn (Co,Ni,Cr, Sc)

Características Gerais dos Kimberlitos:

Kimberlitos são rochas petrográficamente complexas. Elas podem conter cristais derivados de três diferentes
fontes:
67

xenólitos derivados do manto que são desagregados durante o transporte do magma kimberlítico. Xenocristais
derivados de granada lherzolito, harzburgito, eglogitos e dunitos contribuiem para o magma kimberlítico.
Algumas fases, exemplo olivina e flogopita tem composições idênticas a áquelas de minerais considerados
como cristalizados a partir do magma kimberlitico. Discussão detalhada da mineralogia de xenólitos
derivados do manto pode ser encontrada em Sobolev (1977), Dawson (1980) e Nixon (1987)
Megacristais de piropo titanífero com baixo Cromo, ilmenita magnesiana, diopsídio cálcico a sub-cálcico,
enstatita, flogopita e zircão. Intercrescimentos lamelares entre piroxênios e ilmenita magnesianas são comuns.
A variação composicional exibida pela coexistência de membros da suíte sugerem que estes cristais se
precipitaram a partir de um tipo único de magma por diferenciação. Os megacristais são considerados
xenocristais não relacionados ao Kimberlito por Boyd & Nixon , 1975 ou cristais cognatos (fenocristais)
formados no manto superior a partir de magmatismo kimberlítico.
Fases primárias representadas por fenocristais e microfenocristais de hábito euédrico-subédrico e os mineriais
os quais têm cristalizado em situ forma matriz kimberlítica. As fases principais são olivina, flogopita,
espinelio, ilmenita, peroveskita, diopsídio, monticelita, apatita, calcita e serpentina.
Em qualquer kimberlito a relativa contribuição da mineralogia global da rocha a partir de cada uma das três
fontes varia amplamente. Em muitos exemplos não é possível identificar sem equívoco a proveniência de
algumas fases (ex.olivina). Além do mais as variações modais mineralógica podem vir de um processo de
diferenciação magmática e são especialmente importante nas rochas no fácies diatrema e nas intrusões
hipoabissais ricas em carbonato.

O problema dos macrocristais de Olivina

Kimberlitos exibem uma textura inequigranular distintiva devido a presença de cristais largos (0,5 – 10mm)
de olivinas anédricas arredondadas, dispersas numa matriz de granulação mais fina. Estas olivinas podem ser
consideradas tanto como xenocristais derivados de lherzolitos e harzbugitos ou como fases cognatas, sendo
fenocristais. No último caso, os cristais arredondados devem ter sido derivados de precursores euédricos a
subeuédricos. Estudos composicionais e morfológicos indicam que a população macrocristal na maioria dos
kimberlitos é feita de vários componentes e que estão presentes tanto xenocristais como fenocristais de
olivinas.

Forma dos Kimberlitos:

As intrusões kimberlíticas apresentam-se de forma cônica invertida, chamadas de pipes ou


diatremas. Existem três fácies principais:
a) uma fácies em superfície denominada de fácies cratera, onde ocorre material kimberlítico
associado a sedimentos de origem flúvio-lacustre (epiclásticos)
b) fácies de diatrema, rica em xenólitos do manto superior, como também de rochas encaixantes.
c) uma fácies hipoabissal (zona de raiz), que é caracterizada pela abundância de diques e soleiras.
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FACIES CRATERA

FACIES DIATREMA

FÁCIES DE

As fácies de cratera podem ser divididas em lavas, rochas piroclásticas e rochas epiclásticas. Fácies de lavas,

até o momento não foram observadas nos Kimberlitos.


As fácies de diatrema são classificadas em kimberlitos tufáceos e brechas kimberlíticas tufáceas. Nos
kimberlitos tufáceos existem clastos provenientes de kimberlitos hipoabissais, que são fragmentados e
incorporados aos kimberlitos tufáceos durate a ascenção do magma. Já nas brechas kimberlíticas tufáceas a
presença de material clástico é bem mais reduzida.
69

Estudos Geoquímicos em kimberlitos são difíceis porque existe muita contaminação pelo material da crosta,
como também por água subterrânea. As melhores fácies kimberlíticas para estudos geoquímicos são as
hipoabissais. Uma característica dos kimberlitos é o baixo teor de Na2O e a razão de Na2O/K2O menor que 0,5
e altos teores de K2O o que leva-se a classificar estas rochas como do grupo das ultrapotássicas.
Os principais elementos traços compatíveis com os kimberlitos são: Sc (6-38ppm) V (21-760ppm) Cr (430 –
2554ppm) Co (9 – 125ppm), Ni (471-1800ppm) e Zn (10-287ppm), já os principais elementos incompatíveis
são: Ba (128 – 5690ppm), Zr (47 – 1300ppm), Hf (1-40 ppm), Nb (29-400) U (0,5 – 22,9), Th (2,8 – 920ppm)
e terras raras.
Com respeito a idade dos kimberlitos, eles são conhecidos desde o precambriano até o cretáceo superior. Em
geral ocorrem quatro períodos de intrusões de kimberlitos no mundo:
1600 Ma Kurumani (África do Sul)
1200 Ma Premier (África do Sul)
500 Ma Zimbawbwe (África do Sul)
240 Ma – 80 Ma (África do Sul, Rússia e Brasil)

Mineralogia e características texturais segundo o Hyndman (1985)


Olivian é de longe o mineral mais abundante dos kimberlitos. Ela pode ser serpentinizada ou carbonatada.
Xenólitos incluindo granada peridotito, podem ser abundantes e alguns poucos pedaços de eclogito podem
estar presentes.Kimberlitos, kimberlitos micáceos e kimberlitos calciferos podem ser distinguidos com base
na olivina dominantee >5% flogopita ou carbonato respectivamente. Alguma rochas muito parecidas com
Kimberlitos , entretanto ausentam em sua mineralogia ilmenita magnesiana, piropo, xenólitos de peridotitos e
diamantes e são chamadas de Lamprófiros. Estas rochas contém aegirina-augita, augita, e são muitas vezes
chamadas de alnoítos.
Minerais importantes dos kimberlitos:

Olivina – Forsterita 82-94 ocorre como fenocristal e na matriz e pode estar alterada para antigorita
(serpentina)
Flogopita – Ocorre como fenocristal e na matriz. Pode ser substituída por clorita e por vermiculita, magnetita
ou calcita.
Ilmenita – contém 30 a 60% de MgTiO3 e mais de 8% de Cr2O3. Pode alterar para leucoxênio ou ser
bordejada por perosvkita.
Granada – rica em piropo e pode ser rica em Cromo. É difícil saber se a granada originou no magma ou se
xenólito do manto. A granada comumente mostra borda Kelipitica, uma mistura de espinélio, enstatita,
hornblenda, mica e clorita.
Piroxênios: Enstatita (En84-92). A enstatita mostra bordas ou lamelas internas de clinopiroxênio,granada ou
espinélio exsolvida da enstatita.

Matriz: Grão fino, consistindo de antigorita e magnetita, mais de 50% de calcita ou dolomita primária, e
perovskita , apatita, zircon,rutilo e algum diamante. Uma segunda geração de material fino também ocorre.

Química:

Kimberlitos são rochas ultramáficas contendo altos teores de TiO2 e possimente de Al2O3, alto Fe2O3,
Cr2O3, Cão, K2O, P2O5, H2O e CO2. Existe mais K2O do que Na2O e a razão Fé/Mg é maior do que em
outras rochas. Sílica e Magnésio são baixas (25 a 30%). A matriz é enriquecida em elementos traços
Li,B,F,Sc,V,Cu,Ga,Rb,Sr,Y,Zr,Nb,Cs,Ba,La,Ta,Pb,Th e U.
Concentrações de Sr,Y,Zr,/Nb,/Ba,La e Pb e altas razões de terras raras leves comparada aos terras raras
pesados são similares em carbonatitos.

Rochas Associadas:

Lamprófiros: olivina –mica-augita-melilite (alnoito) ou biotita-plagioclasio-augita (kersantita).


Basaltos alcalinos e lamprófiros de biotita-ortoclásio ou olivina-piroxenio-mica.
Melilito, nefelinito,aegirina-hornblenda-plagioclásio lamprófiros
Nefelina Sienitos, ijolitos, carbonatitos
70

Origem sugerida para um Kimberlito:

Existem várias linhas de pensamento. Vejam algumas delas:

Segundo Hyndman (1985), Kimberlitos parecem se originar de profundidades acima de 100-


200 Km no manto astenosférico. Concentrações de CO2, H2O, Fe e K2O em um peridotito
parcialmente fundido talvez acompanhe um decréscimo na pressão durante a elevação diapírica ou
sorerguimento regional. O conteúdo de voláteis pode facilitar a subida do peridotito, provavelmente
forçando a cristalização antes de se atingir a superfície e pode causar uma brechação interna
fragmentando o kimberlito. Origem sugerida para kimberlitos incluem cristalização fracionada,
fusão parcial no manto, metassomatismo no peridotito e uma combinação de metassomatismo e
fusão parcial.

Cristalização Fracionada:
Kimberlitos originam-se como líquido final durante a cristalização de um magma peridotitico ou
como produto final de zona de refinamento no manto (Verrschure, 1966, O Hara and Yoder,
1967, Mitchell, 1970).

Fusão Parcial:
Kimeberlito é formado por fusão incipiente de granada peridotito contendo mica ou anfibólio rico
em potássio (Dawson, 1971; Green, 1971) ou por fusão parcial de peridotito como resultado de
soerguimento e queda de pressão ou como resultado de intrusão de um manto diapírico.
Um magma protokimberlitico formado por fusão parcial de manto astenosférico fértil se ascende
através de um corpo diapírico e mistura-se com magmas fundidos parcialmente da base da litosfera
enriquecida em terras raras leves (Nixon e outros, 1981)

DEPÓSITOS ECONÔMICOS

KIMBERLITOS são dominados é claro por diamantes. São os maiores se não os únicos a originar diamantes
industriais. Os principais depósitos estão na Tanzânia e África do Sul, Lucapa na Angola, Serra Leoa e Nova
Guiné. No Brazil os diamantes foram minerados durantes muitos anos apenas a partir de depósitos aluviais. A
descoberta de kimberlitos no oeste de Minas Gerais e no Mato Grosso, prováveis fontes dos diamantes
aluviais. são recentes,
71

PRATICA DE PETROLOGIA IGNEA

Classificação das Rochas Magmáticas

As rochas magmáticas podem ser classificadas de acordo com vários critérios. Os mais comuns estão
relacionados abaixo:

Quanto a profundidade de cristalização:

Vulcânicas - superfície

Hipoabissal - subsuperfície

Plutônicas - profundidades

Quanto ao índice de cor:

Ultramáficas - Predominam em mais de 90% minerais máficos (olivina, piroxênio...)

Máficas - Mais de 60% e menos de 90%são minerais máficos

Mesocráticas - Proporções equivalentes de minerais máficos e félsicos (entre 30 e 60% de minerais máficos)

Félsicas - Predominam minerais félsicos em mais de 60% da rocha.

Quanto a visibilidade dos grãos:

Afaníticas - os grão não podem ser vistos sem ajuda da lupa.

Faneriticas- é possível distinguir os minerais sem ajuda de lupa

4- Quanto a granulometria

Muito Grossa > 3 cm


Grossa - 5mm - 3cm
Média - 1 a 5mm
Fina menor que 1mm

5 - Quanto ao conteúdo de sílica

ácidas - > 65% de SiO2


intermediárias - entre 52 e 65% de SiO2
básicas - entre 45% e 52% de SiO2
ultrabásica < 45% de SiO2

6 - Quanto a saturação em Sílica

Supersaturada - Saturada – Insaturada

7 - Quanto Alumina-Saturação

a- Rochas peraluminosas - nestas a proporção molecular de Al2O3 supera a soma das proporções moleculares
de Na2O + K2O + CaO.
72

Como consequências surgirão como minerais: muscovita, biotita, córindon, turmalina, topázio e granadas
portadoras de ferro.

b- Rochas Metaluminosas

proporção molecular Al2O3 > Na2O + K2O porém é menor que Na2O + K2O + CaO

c- Rochas Sub-aluminosas

proporção molecular de Al2O3 é aproximadamente igual a soma das proporções de Na2O + K2O+CaO.

d- Rochas peralcalinas

PM Al2O3 < PM Na2O +K2O


Nestas rochas costuma-se aparecer minerais ricos em álcalis tais como piroxênios alcalinos, anfibólios
alcalinos, feldspatóides.

Exercícios 1- Classifique as rochas abaixo com relação a sílica saturação e alumina-saturação.

Rocha A

(granito) Rocha B PM
(Basalto) (Andesito)
SiO2 = 70% 50% 60.69
Al203 = 15,99 15% 101.96
CaO = 1,81 7,16% 56.08
Na2O = 4,76 4,93% 61.98
K2O = 3,55 0,38% 94.20

Como procede-se o cálculo:.

% em gramas dividida pelo peso molecular do óxido.


Exemplo

SiO2 = 70% : 60.69 = 1,15


73
74

Estruturas e Texturas de Rochas Igneas

Conceitos:

Textura:
Conjunto de feições observadas em escala de mão ou em seção delgada. Refere-se ao grau de cristalinidade,
arranjo dos grãos e a relação geométrica entre eles.
75

Estrutura: Conjunto de feições observadas em escala de afloramento ou amostra de mão, tais como
lineamento, bandamento, vesicularidade.

Estruturas importantes em escala de Afloramentos:

Estruturas devido ao escape de gases.

Estrutura Vesicular: Resulta da consolidação rápida da lava contendo bolhas de gases formadas pela
descompressão do magma durante sua ascenção à superfície.As vesículas representam em realidade os moldes
destas bolhas.Ostentam formas variáveis, arredondadas, irregulares ou alongadas e suas dimensões variam de
milimetros a decimetros.Na estrutura vesicular a porção lítica da rocha predomina sobre os espaços vazios.

2- Estrutura Celular.
É uma variedade de estrutura vesicular. É formada por vesículas alongadas, justapostas e isso-orientadas
lembrando vagamente um tecido orgânico. Os espaços vazios predominam sobre os espaços líticos.
Ex: pedra púmice

3- Estrutura Escoriácea: Variedade da anterior porém as vesículas são irregulares.

4- Amigaloidal: É a estrutura vesicular na qual a maioria dos moldes das bolhas se acham parcialmente ou
totalmente preenchidas por material primário ou secundário tal como zeólitas,cloritas,calcita,quartzo.

Estruturas devido à Movimentação das Lavas

5- Estrutura Fluidal ou de Fluxo:

Retrata vestígios da lava durante sua consolidação. Esta consolidação pode ser expressa na lava de diversas
maneiras.
por meio de cristais tabulares,colunares ou aciculares iso-orientados pelo fluxo.
Através de amigdalas alongadas e isso-orientadas segundo seu eixo maior.
Através de fragmentos alongados incorporados pela lava durante sua corrida e dispostos paralelamente a sub-
paralelamente.
Por meio de um fino bandamento milimétrico a decimétrico que representa o contato enre as diversas lâminas
de fluxo que se deslocam com velocidade diferencial.

Figura -Estrutura Fluidal


76

6- Brecha de Derrame

Estrutura frequente no topo dos derrames, parte inicial a sofrer a consolidação. A crosta externa rígida quando
relativamente fina pode sofrer fragmentação quando forçada pela parte interna e ainda inconsolidada do
derrame, sendo englobada pelo mesmo. Resulta uma mistura de fragmentos escoriaceos, vesiculares,
angulosos, cimentados por uma matriz fina a densa , afanítica a sub-fanerítica de caráter compacto.

7 – Estrutura em Blocos

Designada no Havaí de estrutura a – a É uma variedade de brecha de derrame. Espessas crostas externa de
derrames possantes são fragmentadas e envolvidas pelo material subjacente ainda fluido. O número e as
dimensões dos fragmentos são tais que mascaram completamente o caráter original do derrame resultando na
aparência apenas um amontoado caótico de blocos irregulares.

8- Estrutura Cordada

Denominada também de pa hoe hoe, designação conferida a esta estrutura pelos índigenas do hawai. Corridas
de lavas em terrenos mais ou menos acidentados sofrem uma sub-divisão em numerosos e delgados riachos de
lava que ao despencarem de desníveis, dado seu estado pastoso, se amontoam como se fossem novelos
irregulares de cordas, à semelhança de uma massa de bolo que escorre de uma colher quando se faz o ponto
da massa.

Figura - Exibe derrame na forma de lava em corda no Hawai.

Aula 6
77

PARA CONCENTRAÇÃO DE MINERAIS MÁFICOS MAIOR QUE 90% (M>90)

ROCHAS PLUTÔNICAS ULTRAMÁFICAS

OL - OLIVINA
OPX - ORTOPIROXENIO (ENSTATITA, BRONZITA, HIPERSTÊNIO, FERROHIPERSTÊNIO, EULITA, FERROSSILITA)
CPX - CLINOPIROXENIO (DIOPSÍDIO, HEDEMBERGITA, AUGITA, EGIRINA, JADEÍTA, ESPODUMÊNIO)
PX - PIROXÊNIO
HBL – HORNBLENDITO
78

PARA CONCENTRAÇÃO DE MINERAIS MÁFICOS MENOR QUE 90% (M<90)

ROCHAS PLUTÔNICAS

1- QUARTZOLITO
2- ÁLCALI-FELDSPATO GRANITO
3A- SIENOGRANITO
3B- MONZOGRANITO
4- GRANODIORITO
5- TONALITO
6'- ÁLCALI-FELDSPATO QUARTZO SIENITO
7'- QUARTZO SIENITO
8'- QUARTZO MONZONITO
9'- QUARTZO MONZODIORITO / QUARTZO
MONZOGABRO
10'- QUARTZO DIORITO / QUARTZO GABRO / QUARTZO
ANORTOSITO
6- ÁLCALI-FELDSPATO GRANITO
7- SIENITO
8- MONZONITO
9- MONZODIORITO / MONZOGABRO
10- DIORITO / GABRO / ANORTOSITO
6"- ÁLCALI-FELDSPATO SIENITO COM QUARTZO
7"- SIENITO COM FÓIDE
8"- MONZONITO COM FÓIDE
9"- MONZODIORITO / MONZOGABRO COM FÓIDE
10"- DIORITO / GABRO COM FÓIDE
11- FÓIDE SIENITO
12- FÓIDE MONZOSIENITO (SIN.: FÓIDE PLAGI-SIENITO)
13- FÓIDE MONZODIORITO / FÓIDE MONZOGABRO
(AMBOS SIN.: ESSEXITO)
14- FÓIDE DIORITO / FÓIDE GABRO (SIN.: THERALITO)
15- FOIDOLITOS
16- ROCHAS ULTRAMÁFICAS (ULTRAMAFILITOS)
79
80

ESTRUTURAS DE ROCHAS EFUSIVAS


LIGADAS A ESCAPE DE GASES LIGADAS À LIGADAS AO RESFRIAMENTO RÁPIDO DAS
MOVIMENTAÇÃO DAS LAVAS
LAVAS

VESICULAR CORDADA FRATURA CONCHOIDAL

AMIGDALOIDAL FLUIDAL PERLÍTICA

ESCORIÁCEA COMPACTA

CELULAR ESFERULÍTICA
ESTRUTURAS DE ROCHAS INTRUSIVAS
LIGADAS AO REFRIAMENTO LIGADAS À LIGADAS A VARIAÇÃO LOCAL NAS CONDIÇÕES
MOVIMENTAÇÃO DO DE CRISTALIZAÇÃO
MAGMA

SHLIEREN
COMPACTA FLUIDAL

XENOLÍTICA MACULADA

BANDEADA

GRAU DE CRISTALINIDADE
DEFINE-SE COMO GRAU DE CRISTALINIDADE A PROPORÇÃO ENTRE O MATERIAL CRISTALINO E VÍTREO DE UMA
ROCHA. DE ACORDO COM ESTES CRITÉRIOS AS ROCHAS SÃO CLASSIFICADAS EM:

HIPOCRISTALINA ROCHAS CONSTITUÍDAS PREDOMINANTEMENTE DE


MATERIAL CRISTALINO;
HOLOCRISTALINA ROCHAS CONSTITUÍDAS SÓ DE MATERIAL CRISTALINO;
HIPOVÍTREA ROCHAS CONSTITUÍDAS PREDOMINANTEMENTE DE
MATERIAL VÍTREO;
HOLOVÍTREA ROCHAS CONSTITUÍDAS SÓ DE MATERIAL VÍTREO.

GRAU DE VISIBILIDADE
O GRAU DE VISIBILIDADE INDICA A FRAÇÃO CRISTALINA DE UMA ROCHA VISÍVEL COM A VISTA DESARMADA.
QUANTO AO GRAU DE VISIBILIDADE, AS ROCHAS SÃO CLASSIFICADAS EM:
FANERÍTICA SÃO CONSTITUÍDAS INTEGRALMENTE DE MATERIAL CRISTALINO
IDENTIFICÁVEL COM A VISTA DESARMADA;

SUBFANERÍTICA SÃO CONSTITUÍDAS APENAS PARCIALMENTE POR MATERIAL


CRISTALINO IDENTIFICÁVEL COM A VISTA DESARMADA;

AFANÍTICA NÃO CONTÉM MATERIAL CRISTALINO IDENTIFICÁVEL COM A


VISTA DESARMADA.

TAMANHO DOS CRISTAIS


DE ACORDO COM O TAMANHO DOS CRISTAIS, AS ROCHAS MAGMÁTICAS SE CLASSIFICAM, QUANTO A
GRANULAÇÃO, EM:

GIGANTES CRISTAIS COM MAIS DE 10 CM;


MUITO GROSSA CRISTAIS ENTRE 3 À 10 CM;
81

GROSSA CRISTAIS ENTRE 1 À 3 CM;


MÉDIA CRISTAIS ENTRE 1 À 10 MM;
FINA CRISTAIS ENTRE 0,1 À 1 MM;
DENSA CRISTAIS ENTRE 0,009 À 0,1 MM;
VÍTREA SEM CRISTAIS (MATERIAL VÍTREO).

TAMANHO RELATIVO DOS CRISTAIS:


TRATA-SE DA COMPARAÇÃO RELATIVA DAS DIMENSÕES DOS DIVERSOS CRISTAIS DE UMA ROCHA,
ENQUADRANDO AS ROCHAS NAS CATEGORIAS:

EQUIGRANULAR OS CRISTAIS DE UMA ROCHA TEM


APROXIMADAMENTE O MESMO TAMANHO;

INEQUIGRANULAR OS CRISTAIS APRESENTAM DIMENSÕES


VARIÁVEIS;

MEGAPORFIRÍTICA COEXISTEM NA ROCHA GRANDES CRISTAIS


(FENOCRISTAIS), INSERIDOS NUMA MATRIZ DE
GRANULAÇÃO MÉDIA;

PORFIRÍTICA ROCHAS COM PEQUENOS FENOCRISTAIS, IMERSOS


NUMA MATRIZ DE GRANULAÇÃO FINA A DENSA. O
TERMO PÓRFIRO, É USADO PARA OS CASOS EM QUE
OS FENOCRISTAIS PERFAZEM MAIS DE 50% DO

VOLUME DA ROCHA;
VITROFÍRICA COEXISTEM PEQUENOS CRISTAIS, INSERIDOS NUMA
MATRIZ ESSENCIALMENTE VÍTREA (VITRÓFIROS).

FORMA GEOMÉTRICA DOS CRISTAIS:


CARACTERIZAÇÃO TEXTURAL FUNDAMENTADA NA PROPORÇÃO ENTRE MINERAIS EUHEDRAIS ( MINERAIS
DELIMITADOS POR FACES EXTERNAS CRISTALINAS), SUBHEDRAIS (PARCIALMENTE DELIMITADOS POR FACES
CRISTALINAS) E ANHEDRAIS (DESPROVIDOS DE FACE CRISTALINA) CONSTITUINTES DA ROCHA.

PANIDIOMÓRFICA OU PREDOMINAM MINERAIS COM


AUTOMÓRFICA FORMAS EUHEDRAIS (OLIVINAS,
PIROXÊNIOS, FELDSPATOS);

HIPAUTOMÓRFICA OU PREDOMÍNIO DE MINERAIS COM


HIPIDIOMÓRFICA FORMAS SUBHEDRAIS (PIROXÊNIOS,
ANFIBÓLIOS, MICAS,
PLAGIOCLÁSIOS);
XENOMÓRFICAS OU PREDOMINAM MINERAIS COM
ALOTRIOMÓRFICA FORMAS ANHEDRAIS (QUARTZO,
FELDSPATO K, FELDSPATÓIDES).

ARTICULAÇÃO ENTRE OS CRISTAIS:


CADA CRISTAL CONSTITUINTE DE UMA ROCHA EXIBE CONTATOS ÍNTIMOS COM SEUS VIZINHOS, ORIGINANDO
UMA TRAMA EXTREMAMENTE FORTE. AS SUPERFÍCIES DE CONTATOS ENTRE OS MINERAIS PODEM SER:
82

PLANAR OS CONTATOS SÃO POR JUSTAPOSIÇÃO,


(MOSÁICO OU DE CALÇAMENTO).
OCORREM EM ROCHAS
MONOMINERÁLICAS;
IRREGULAR CONTATOS POR IMBRICAMENTO
MINERAL ( CÔNCAVO-CONVEXO OU
SERRILHADO). OCORREM EM ROCHAS
PLURIMINERÁLICAS (GRANITOS,
GABROS).

ARRANJO (TRAMA):
É A DISPOSIÇÃO ESPACIAL RELATIVA DAS DIFERENTES ESPÉCIES MINERAIS CONSTITUÍNTES DE UMA ROCHAS,
DESTACANDO-SE OS SEGUINTES TIPOS TEXTURAIS PRINCIPAIS:

TEXTURAS MAGMÁTICAS
SAL E PIMENTA TIPO GRANULAR, FORMADA POR QUANTIDADES SEMELHANTES DE CRISTAIS CLAROS E
ESCUROS;
APLÍTICA FORMADA POR CRISTAIS ANHEDRAIS DE FELDSPATO POTÁSSICO E QUARTZO,
JUSTAPOSTOS POR CONTATOS RETILÍNEOS OU LOBULADOS ( APLITOS E GRANITOS);

CALÇAMENTO JUSTAPOSIÇÃO DE CRISTAIS MAIS OU MENOS EQUIDIMENSIONAIS E COM FORMAS


POLIGONAIS (DUNITOS, PERIDOTITOS, ETC);
GRANULAR PREDOMÍNIO DE MINERAIS APROXIMADAMENTES EQUIDIMENSIONAIS (ANHEDRAIS,
SUBHEDRAIS);
INTERSTICIAL MALHA DE CRISTAIS DE FORMA TABULAR, NA QUAL OS INTERSTÍCIOS SÃO OCUPADOS POR
CRISTAIS ANHEDRAIS;
OFÍTICA FORMADA POR PIROXÊNIOS PRISMÁTICOS QUE ENGLOBAM RIPAS DE PLAGIOCLÁSIOS;

SUBOFÍTICA CRISTAIS RIPIFORMES DE PLAGIOCLÁSIO PARCIALMENTE INCLUIDOS EM CRISTAIS DE


PIROXÊNIOS (GABROS;DIABÁSIOS);

INTERGRANULAR CRISTAIS EUHÉDRICOS, SUBHÉDRICOS RIPIFORMES DE PLAGIOCLÁSIO CONTENDO GRÃOS


INTERSTICIAIS DE CLINOPIROXÊNIO (BASALTO; DIABÁSIO). NA VARIAÇÃO DESTA É A "
INTERSETAL" POR APRESENTAR PEQUENAS QUANTIDADES DE VIDRO INTERSTICIAL;
HIALOFÍTICA CRISTAIS RIPIFORMES DE PLAGIOCLÁSIO E AUGITA EM MATRIZ VÍTRIA (BASALTOS);

PILOTAXÍTICA VARIEDADE DO TIPO ANTERIOR ONDE OS CRISTAIS RIPIFORMES E MICRÓLITOS DE


PLAGIOCLASIO ENCONTAM-SE ISO-ORIENTADOS EM MATRIZ HOLOCRISTALINA OU
HIPOVÍTREA;
POIQUILÍTICA CRISTAIS MAIORES ENGLOBAM VÁRIOS CRISTAIS MENORES, DE UMA OU MAIS ESPÉCIES
MINERAIS (ULTRAMÁFICAS E PERIDOTITOS);
SPINIFEX TRAMA DE CRISTAIS ALONGADOS E ESQUELÉTICOS DE OLIVINA EM MATRIZ FINA DE
VIDRO E CLINOPIROXÊNIO;
MACULADA MANCHAS COLORIDAS REPRESENTADAS POR MEGACRISTAIS OU POR AGREGADOS
MINERAIS QUE SE DESTACAM NA MATRIZ DA ROCHA (GRANITOS CINZENTOS COM
MEGACRISTAIS RÓSEOS; GRANITOS ESBRANQUIÇADOS COM AGREGADOS DE TURMALINA

PRETA);
RAPAKIVI TEXTURA MACULADA DE CERTOS GRANITOS, CUJOS MEGACRISTAIS DE FELDSPATO
POTÁSSICO APRESENTAM ANEL EXTERNO DE ALBITA OU OLIGOCLÁSIO;

PEGMATÍTICA ROCHAS DE GRANULAÇÃO GROSSA A GIGANTE;


83

TEXTURAS DE INTERCRESCIMENTO
MIMERQUÍTICA INTERCRESCIMENTO ENTRE CRISTAIS DE PLAGIOCLÁSIO OU FELDSPATO POTÁSSICO E
VÊNULAS DE QUARTZO EM FORMA DE BASTÕES (ROCHAS GRANÍTICAS);

GRANOFÍRICA COMUM EM ROCHAS GRANÍTICAS HIPO-ABISSAIS. SE CARACTERIZA PELO


INTERCRESCIMENTO ENTRE FELDSPATO POTÁSSICO E QUARTZO, ESTES COM FORMAS
VERMICULARES, GLOBULARES, DENDRÍTICAS OU IRREGULARES;
GRÁFICA
INTERCRESCIMENTO ORIENTADO ENTRE QUARTZO E FELDSPATO (RUNITOS);
TEXTURAS DE REAÇÕES
CORONADAS CRISTAIS ENVOLTOS POR ANÉIS OU COROAS DE OUTRA ESPÉCIE MINERAL, DADA PELA
REAÇÃO ENTRE UM MINERAL E O LÍQUIDO MAGMÁTICO COEXISTENTE PARA A FORMAÇÃO

DE UM NOVO MINERAL;
TEXTURAS CATACLÁSTICAS
RESULTAM DE INTENSA FRAGMENTAÇÃO E MICROGRANULAÇÃO DOS MINERAIS DE ROCHAS PRÉ-EXISTENTES
POR AÇÃO DE ESFORÇOS DINÂMICOS.
CATACLÁSITICA TEXTURA DE FRAGMENTAÇÃO MINERAL DESPROVIDA DE ORIENTAÇÃO PLANAR
MARCANTE. A VARIEDADE " MORTAR" OU " DE MOLDURA" CARACTERIZA-SE PELA
PRESENÇA DE PORFIROCLASTOS, (GRÃOS OU NÚCLEOS DE MINERAIS MAIORES
PRESERVADOS PELA DEFORMAÇÃO) ENVOLVIDOS POR MINERAIS MICROGRANULADOS;
MILONÍTICA TEXTURA DEFORMACIONAL (FRAGMENTAÇÃO E MICROGRANULAÇÃO MINERAL)
CARACTERIZADA POR NÍTIDA FOLIAÇÃO TECTÔNICA DEFINIDA PELO ESTIRAMENTO DOS
MINERAIS COM DIFERENTES INTENSIDADES DE MICROGRANULAÇÃO E RECRISTALIZAÇÃO;
FLASER VARIEDADE DE TEXTURA MILONÍTICA CARACTERIZADA PELA PRESENÇA DE
PORFIROBLASTOS OVALADOS, OU FUSIFORMES ENVOLTOS POR MASSA MICROGRANULADA
COM ORIENTAÇÃO MAIS OU MENOS NÍTIDA;
TEXTURAS CUMULÁTICAS
RESULTAM DO ACÚMULO DE MINERAIS SEGREGADOS POR DECANTAÇÃO AINDA NO ESTADO LÍQUIDO. É
COMPOSTA POR UMA FRAÇÃO CÚMULUS, DADO PELOS CRISTAIS DECANTADOS, E POR UMA FRAÇÃO
INTERCUMULUS, DE CRISTAIS ANHEDRAIS, RESULTANTE DA CRISTALIZAÇÃO DO LÍQUIDO MAGMÁTICO
INTERSTICIAL QUE PREENCHE OS POROS ENTRE OS CRISTAIS SEGREGADOS;
ORTOCUMULÁTICA A FRAÇÃO INTERCUMULUS É SIGNIFICATIVA E SEUS MINERAIS ENGLOBAM PARTE DOS
MINERAIS CÚMULUS. OS MINERAIS CÚMULUS NÃO SE TOCAM E APRESENTAM INTENSO
ZONAMENTO EXTERNO;
MESOCUMULÁTICA A FRAÇÃO INTERCUMULUS É REDUZIDA. OS CRISTAIS DA FRAÇÃO CÚMULUS SE TOCAM E
TEM ANEL EXTERNO PÓS-CÚMULUS BEM DESENVOLVIDO;

ADCUMULÁTICA O CRESCIMENTO PÓS-CÚMULUS DA FRAÇÃO DECANTADA, À EXPENSAS DO LÍQUIDO


INTERSTICIAL É MUITO GRANDE, PRODUZINDO CUMULUS " HOMOGÊNEO," SEM
ZONEAMENTO EXTERNO (ROCHAS MONOMINERÁLICAS);
TEXTURAS DE FLUXO
FLUIDAL ORIENTAÇÃO DE CRISTAIS TABULARES, ACICULARES E COLUNARES. UMA VARIAÇÃO
DESTA É A TRAQUÍTICA, DADA POR RIPAS DE FELDSPATO COM ORIENTAÇÃO PARALELA À

SUB-PARALELA EM MATRIZ DENSA A MICROCRISTALINA;


FELTRO É DADO POR DIMINUTAS RIPAS ALONGADAS DE FELDSPATO COM DISTRIBUIÇÃO CAÓTICA;

HIALOFILÍTICA DIMINUTOS CRISTAIS DE FELDSPATO COM DISPOSIÇÃO PARALELA IMERSOS EM MATRIZ


DENSA OU VÍTREA E NA MAIORIA DAS VEZES NÃO SE TOCAM.

ASPECTOS QUÍMICOS E MINERALÓGICOS DAS ROCHAS MAGMÁTICAS:

ENGLOBAM CONCEITOS FUNDAMENTAIS QUE ATUAM COMO BASE DAS NOÇÕES PETROLÓGICAS RELACIONADAS
ÀS ROCHAS MAGMÁTICAS.
84

ACIDEZ:
AS ROCHAS MAGMÁTICAS PODEM SER CLASSIFICADAS, QUANTO A PORCENTAGEM DE SIO2 PRESENTE NA ROCHA
EM:

ÁCIDA > 65% DE SIO2;


INTERMEDIÁRIA 52 A 65% DE SIO2;
BÁSICA 45 A 52 % DE SIO2;
ULTRABÁSICA < 45% DE SIO2.
SÍLICA SATURAÇÃO:
É A CLASSIFICAÇÃO DA ROCHA QUANTO À SATURAÇÃO EM SÍLICA, IDENTIFICADA ATRAVÉS DA PRESENÇA DE
MINERAIS SILICÁTICOS SATURADOS(MINERAIS NÃO DEFICIENTES EM SÍLICA), INSATURADOS (DEFICIENTES EM
SÍLICA), E SÍLICA LIVRE ( ATRAVÉS DA PRESENÇA DE QUARTZO):

SUPERSATURADA QUARTZO (QUE APRESENTA EXCESSO


EM SÍLICA);

INSATURADA FELDSPATÓIDES (NEFELITA, LEUCITA,


SODALITA);

SATURADA PIROXÊNIOS E FELDSPATOS(MINERAIS


SATURADOS);

RELAÇÃO DOS FELDSPATOS PRESENTES:


É A CARACTERIZAÇÃO ATRAVÉS DA PROPORÇÃO ENTRE OS DIFERENTES TIPOS DE FELDSPATOS (POTÁSSICO E
SÓDICO-CÁLCICOS) PRESENTES NAS ROCHAS:

ROCHA RELAÇÃO FELDSPATO POTÁSSICO/PLAGIOCLÁSIO;


POTÁSSICA > 2/3;
CALCO - POTÁSSICA ~ 1;

SÓDICO-CÁLCICA < 1/3


(PLAG. - AN<50)

CALCO-SÓDICA
(PLAG. - AN.>50

FELDSPATO POTÁSSICO: SANIDINA, ORTOCLÁSIO, MICROCLÍNIO

PLAGIOCLÁSIOS: AN<50 - OLIGOCLÁSIO, ANDESINA

AN>50 - LABRADORITA, BYTONITA E ANORTITA

ÍNDICE DE COLORAÇÃO:
DENOMINA-SE ÍNDICE DE COLORAÇÃO, A PORCENTAGEM CONJUNTA, EM VOLUME, DE MINERAIS FÊMICOS,
OPACOS E ACESSÓRIOS PRESENTES EM UMA ROCHA MAGMÁTICA, SEGUNDO O QUADRO ABAIXO:

HOLOLEUCOCRÁTICA 0-5%
LEUCOCRÁTICA 5 - 35 %
MESOCRÁTICA 35 - 65 %
MELANOCRÁTICA 65 - 90 %
ULTRAMELANOCRÁTICA > 90 %
85

TERMOS: MELA - DEMASIADAMENTE MÁFICA (PERIDOTITO, DUNITO, PIROXENITO,)


LEUCO - EMPOBRECIDA EM MÁFICO (TRONDHJEMITO E ANORTOSITO)

ÍNDICE DE ALUMINA SATURAÇÃO (IAS):


IAS CONSISTE NA RELAÇÃO ENTRE A PROPORÇÃO MOLAR (% EM PESO / PESO MOLECULAR) DE AL2O3 E A SOMA
DAS PROPORÇÕES MOLARES DE NA2O+K2O+CAO DE UMA ROCHA.
PROPORÇÃO MOLECULAR DE ÓXIDO = % EM PESO DE ÓXIDO / PESO MOLECULAR DE ÓXIDO.
IAS = P.M. AL2O3 / NA2O+K2O+CAO.
PERALUMINOSA O EXCESSO DE ALUMINA APÓS A FORMAÇÃO DOS FELDSPATOS ENTRARÁ NA
AL2O3 > NA2O+K2O+CAO FORMAÇÃO DE MINERAIS FÊMICOS E ACESSÓRIOS COM PRESENÇA DE AL,
IAS >> 1 CONSTITUINDO MINERAIS ALUMINOSOS; EX: MUSCOVITA, BIOTITA,
TURMALINA, CORINDON, TOPÁZIO E GRANADA;

METALUMINOSA O EXCESSO DE ALUMINA É MENOR, MAS MESMO ASSIM ALGUMA ALUMINA É


AL2O3 > NA2O+K2O; < INCORPORADA AOS MINERAIS ESCUROS. O PRINCIPAL ELEMENTO A SER
NA2O+K2O+CAO AFETADO PELA ALUMINA-SATURAÇÃO É O CA; PORTANTO A FRAÇÃO DE CA;
IAS > 1 QUE POR FALTA DE ALUMINA NÃO IRÁ FORMAR O COMPONENTE
PLAGIOCLÁSIO, CONSTITUI MINERAIS ESCUROS SOB DUAS FORMAS:
- OS MODERADAMENTE ALUMINOSOS E CÁLCICOS, CASO DA HORNBLENDA,
EPIDOTO E MELILITA;
- MINERAIS RICOS EM ALUMINA, QUE COEXISTEM COM MINERAIS ESCUROS
NÃO ALUMINOSOS (BIOTITA + PIROXÊNIO; HONRBLENDA + OLIVINA);

SUBALUMINOSA TEORICAMENTE A ALUMINA OCORRE EM QUANTIDADES EXATAS PARA A


AL2O3 = NA2O+K2O+CAO SATURAÇÃO DOS FELDSPATOS E FELDSPATÓIDES, NÃO OCORRENDO SOBRAS
IAS = 1 PARA A FORMAÇÃO DE MINERAIS FÊMICOS E ACESSÓRIOS ALUMINOSOS,
FORMAM APENAS OLIVINAS E PIROXÊNIOS, (MINERAIS NÃO ALUMINOSOS);

PERALCALINA NESTE CASO OS MINERAIS A SEREM AFETADOS SÃO OS FELDSPATOS


AL2O3 < NA2O+K2O ALCALINOS, PRINCIPALMENTE OS SÓDIOS. PORTANTO, A FRAÇÃO DE NA
IAS < 1 QUE POR FALTA DE ALUMINA NÃO FORMARÃO A ALBITA, ENTRARÃO NA
FORMAÇÃO DE MINERAIS MÁFICOS SÓDICOS: PIROXÊNIO (EGIRINA) E
ANFIBÓLIO (ARFVEDSONITA E RIEBECHITA).

ALCALINIDADE:
ENVOLVE O TEOR RELATIVO DE ÁLCALIS, SÍLICA E ALUMINA PRESENTES NUMA ROCHA. NA CRISTALIZAÇÃO DAS
ROCHAS MAGMÁTICAS, OS ÁLCALIS SE LIGAM AO ALUMÍNIO E AO SILÍCIO NA PROPORÇÃO 1:1:3, NA FORMAÇÃO
DOS FELDSPATOS POTÁSSICO (KALSI3O8), SÓDICO (NAALSI3O8) E MICAS (MUSCOVITA E BIOTITA). NA QUEBRA
DESTA REGRA GERAL, AS ROCHAS SÃO DENOMINADAS DE ALCALINAS, COM O DESENVOLVIMENTO DE MINERAIS
ESPECÍFICOS. SE DESENVOLVEM DE TRÊS MANEIRAS:

ROCHAS EQUÍRITICAS DEFICIÊNCIA EM ALUMINA (NA2O + K2O >AL2O3 ). DESTA FORMA O ALUMÍNIO NÃO
É SUFICIENTE PARA O CONSUMO DE TODO O NA E K NA PRODUÇÃO DE FELDSPATOS
E MICAS, SOBRANDO (NA E K) QUE É INCORPORADO AOS MÁFICOS SÓDICOS EGIRINA
E RIEBECKITA;

ROCHAS DEFICIÊNCIA EM SÍLICA PARA O CONSUMO TOTAL DE NA E K NA FORMAÇÃO DOS


MIASQUÍTICAS
FELDSPATOS ( NA2O + K2O > 1/6 SIO2 ). DESTA FORMA OCORRERÁ A FORMAÇÃO DE
MINERAIS DEFICIENTES EM SÍLICA: NEFELINA, LEUCITA E SODALITA;

ROCHAS AGPAÍTICAS DEFICIÊNCIA EM SÍLICA E ALUMÍNIO. OCORRERÁ OS DOIS CASOS ANTERIORES, COM
A FORMAÇÃO DE MÁFICOS SÓDICOS E FELDSPATÓIDES: EGIRINA, RIEBECKITA,
NEFELINA, LEUCITA E SODALITA.

POR COMPARAÇÃO TEMOS:


86

ALCALINIDADE SILICA ALUMINA SAT. ROCHAS ROCHAS EFUSIVAS


SATURAÇÃO PLUTÔNICAS
EQUIRÍTICAS SUPERSATURADA PERALCALINA EGIRINA GRANITO EGIRINA RIOLITO
SATURADA PERALCALINA EGIRINA SIENITO EGIRINA TRAQUITO
INSATURADA PERALCALINA EGIRINA OLIVINA EGIRINA BASALTO
GABRO
MIASQUÍTICAS INSATURADA PERALUMINOSA NEF. BIOTITA NEF. FONÓLITO
SIENITO
METALUMINOSA NEF. DIORITO NEF. ANDESITO
SUBALUMINOSA NEF. GABRO NEF. BASALTO
AGPAÍTICAS INSATURADA PERALCALINA NEF. EGIRINA NEF. EGIRINA
SIENITO FONÓLITO

Análise cipw –(Cross, Iddings, Pirsson, Washington).

Foi criada para calcular os minerais normativos quando impossíveis de se identificar na lâmina. mais tarde
utilizado também na geoquímica para caracterizar rochas holocristalinas.

Divida o peso % de cada óxido pelo peso molecular.

Elementos Maiores Peso Molecular Resultado – Proporção Molar

SIO2 – 70,66 60.69


TIO2 0,24 79,90
AL2O3 15,99 101,96
FE2O3 0,76...............159,69
FEO 0,70..................71,85
MNO.....0,03...................70,94
MGO.....0,47....................40,30
CAO......1,81....................56,08
NA2O 4,76....................61,98
K2O.....3,55....................94,20
P2O5....0,07...................141,95

2 – Adicione a proprção de MnO para a proporção do FeO.


3 – use todo o P2O5 para Apatita e 3,33 vezes proporção molar da apatita para o Ca, uma vez que o Ca
também é usado na formação da apatita.
4-Use todo TiO2 para formar ilmenita
5- Use todo K2O para formar ortoclásio
6- use todo Na2O para formar albita
7-Use qualquer excesso de albita para formar acmita (se o alumínio não for suficieinte para formar albita)
8- Use Al2O3 remanescente para formar anortita.
9-Use qualquer excesso de Al2O3 para formar coríndon (se não existir Ca sufuciente para formar anortita)
use todo Fe2O3 para formar magnetita
qualquer excesso de Fe2O3 para formar hematita.
Anote o que sobrou de MgO e FeO neste estágio
Use qualquer remanescente de Sílica para formar Quartzo.
Entretanto a rocha pode ser insaturada para formar quartzo neste caso toma-se o seguinte procedimento:
Converte-se hiperstênio para Olivina, preservando a razão MgO/FeO
87

2 hiperstênio = 1 olivina + 1 quartzo


converta albita para nefelina
1 albita = 1 ne+ 4 quartzo
Se mesmo asssim a sílica não for suficiente converta toda albita para nefelina
Converta ortoclásio para leucita:
1 ortoclásio = 1 leucita + 2 Q

AGORA CONVERTA AS PROPORÇÕES MOLECULARES DE MINERAIS NORMATIVOS PARA PESO% PELA


MULTIPLICAÇÃO DE SEUS RESPECTIVOS PESOS MOLECULARES E DIVIDINDO POR 1000.
Journal of Volcanology and Geothermal Research , v. 159, p. 343-354, 2007.

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