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INTERNATIONALI NEGOTIA
EDITORA
SUBSECRETARIA HISTÓRICA

DÉBORA JACINTHO DE FARIA


ANDRÉ DUARTE

CONFERÊNCIA DE PARIS
CONSTRUÇÃO DO TRATADO DE VERSALHES

MODELO INTERNACIONAL DO BRASIL

BRASÍLIA - DF
2018
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DÉBORA JACINTHO DE FARIA


ANDRÉ DUARTE

CONFERÊNCIA DE PARIS
CONSTRUÇÃO DO TRATADO DE VERSALHES

BRASÍLIA - DF
2018
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CARTA DO SECRETARIADO

Caros delegados e delegadas,


Vocês estão próximos de adentrar o século XX para a Conferência de Paris,
construindo o Tratado de Versalhes. É dever de vocês resolver um dos assuntos mais
importantes da humanidade após a Primeira Guerra Mundial.
Sem a Primeira Guerra Mundial e sem os acordos de paz assinados ao seu fim, não
poderíamos contemplar o Fascismo, Nazismo e provavelmente não aconteceria a Segunda
Guerra Mundial. Logo, sem essa catástrofe não haveria nem a Guerra Fria ou as guerras locais
que aconteceram.
Essa Guerra marca o início de um centenário de massacres. Em apenas quatro anos de
conflito, os níveis de morte estavam em seu ápice, chegando a números recordes. 1.8 milhão
de Alemães, 1.6 milhão de Franceses, 800.000 Britânicos, 116.000 Americanos. O massacre
russo era tamanho que gerou a Revolução Russa. Porém nós podemos concluir que a Primeira
Guerra levou ao sistema comunista.
Estamos no final da Grande Guerra e a Conferência de Paris está prestes a começar. O
que deve ser feito para estabelecer a paz e evitar que aconteça uma nova guerra? Como os
conflitos entre os maiores polos de poder podem ser resolvidos? Preparem suas máquinas de
escrever. Senhoras e senhores, bem-vindos à conferência que definirá o futuro da
humanidade.
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“É bem mais fácil fazer a Guerra do que a


Paz.”

(George Clemenceau)
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RESUMO

O objetivo desse artigo é debater e desenvolver a habilidade de averiguar todos os


passos tomados durante a Conferência de Paris com a construção de uma nova ordem
mundial, considerando tudo que houvera acontecido durante a guerra. Tendo em vistao
massacre ocorrido durante o século XX, o artigo tem como seu principal ponto ajudar
qualquer indivíduo que esteja interessado em como o Tratado de Versalhes foi construído e
seus pontos negativos e positivos, sempre melhorando a perspectiva mundial como a antiga
Liga das Nações, atual Organização das Nações Unidas (ONU), se comportou após A Grande
Guerra, que definiu os caminhos a serem tomados durante todo o percurso.
A necessidade desse estudo é a de aprofundar-se nas consequências causadas no pós-
guerra e as medidas tomadas no passado, comparando-as aos parâmetros mundiais atuais e o
efeito que as medidas tomadas durante a Conferencia ainda geram e possuem efeitos no
cotidiano.

Palavras-chave: Conferência de Paris, Primeira Guerra Mundial, Grande Guerra, Pós-Guerra,


Tratado de Versalhes.
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ABSTRACT

The main objective of this article is to debate and develop the ability to look into every
step taken during the Paris Peace Conference with the construction of a new global order and
its sanctions towards the past, considering everything that has happened during the war.
Keeping in mind that the massacre occurred during the 20th century, the article has as its main
point help anyone who might be interested in how the Treaty of Peace was built and its
upsides and downsides, always trying to enhance the worldwide perspective as the old League
of Nations, current United Nations, behaved after The Great War, that defined the paths to be
taken during the hole route.
The necessity of this study is to deepen on the consequences caused in the post war
and the measures taken in the past, comparing to the current worldwide parameters and the
effect of that these actions taken at the Conference still generates and has impacts in the
everyday life

Keywords: Paris Peace Conference, First World War, Great War, Post War, Treaty of
Versailles.
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .........................................................................................................................8

1 Abordagens Conceituais ........................................................................................................9


1.1 Nacionalismo ....................................................................................................................9
1.2 Soberania.........................................................................................................................10
1.3 Imperialismo ...................................................................................................................10
1.4 Equilíbrio de Poder .........................................................................................................11

2 Background ..........................................................................................................................11
2.1 Reino Unido ....................................................................................................................12
2.2 França..............................................................................................................................12
2.3 Alemanha ........................................................................................................................12
2.4 Rússia ..............................................................................................................................12

3 Rivalidades ...........................................................................................................................13

4 Estágios da Guerra ..............................................................................................................14

5 Conferência de Paris ............................................................................................................16

REFERÊNCIAS ......................................................................................................................19

APÊNDICE I – POSICONAMENTO DE PAÍSES .............................................................22


6.1 Membros Permanentes ....................................................................................................22
6.2 Império Britânico ............................................................................................................23
6.3 América Latina e Caribe .................................................................................................24
6.4 Ásia-Pacífico e outros .....................................................................................................27
6.5 Europa .............................................................................................................................28
6.6 Poderes Centrais..............................................................................................................32

7 Grupos Políticos ...................................................................................................................34

8 Grupos Regionais .................................................................................................................34


8

INTRODUÇÃO

Eric Hobsbawm, um dos historiadores mais importantes da contemporaneidade,


descreve o século XX como o século de massacres e guerras. Claramente, é o século
com as maiores taxas de mortes e considerado o mais violento da história (Hobsbawm,
2006).
Considerado o ponto de partida do século XX, a Primeira Guerra Mundial,
marcada pelo colapso da civilização ocidental do século XIX. A economia capitalista
mundial expandiu no século XIX e o mundo não mais estava limitado a economias
nacionais. Houve um aumento na base de economias e no número de países industriais e
se industrializando. A produção global aumentou entre 1880 e 1914 e no mercado
internacional de produtos primários. O boom econômico das economias europeias entre
1890 e 1914 é chamado de a belle époque.
O período entre 1875 e 1914 é classificado por Hobsbawn como a “Era dos
Impérios” (“Age of Empires”), quando as maiores potências europeias dividiram a
África e partes da Ásia em colônias formais, informais e zonas de influência. O
imperialismo criado pela rivalidade entre os Estados, que culminaram na Primeira
Guerra Mundial (Hobsbawm, 2008).
A partição do Terceiro Mundo é considerada por Hobsbawm uma extensão do
protecionismo. Em politicas protecionistas, países industrializados tentam fechar seus
mercados para garantir a competitividade do Mercado interno. Com o avanço do
protecionismo para as colônias, criou-se uma rivalidade entre os poderes para conquistar
novos mercados (Hobsbawn, 2008).
Kissinger (1997) analisa o cenário europeu ao final do século XIX pela teoria do
equilíbrio do poder. De acordo com ele, em caso de múltiplos poderes, ou um Estado se
torna tão forte que domina todos os outros e cria um império, ou nenhum Estado é
poderoso o suficiente para atingir esse objetivo.
O Sistema do equilíbrio do poder tinha o objetivo de limitar a habilidade dos
Estados de dominar outros e também a extensão de conflitos. O objetivo é a estabilidade
e a moderação, e funciona quando se mantem a insatisfação em um nível menor, na qual
a parte prejudicada tentará superar a ordem internacional. E claro, o sistema falhou de
forma generalizada pela primeira vez no século XX, durante a Primeira Guerra Mundial.
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1 Abordagens Conceituais

Antes ser debatida a discussão histórica do problema, alguns conceitos devem


ser considerados que definem o curso da Primeira Guerra e, logo, a Conferência de Paris
com o Tratado de Versalhes.

1.1 Nacionalismo

Nacionalismo, de acordo com Gellner (1993), é a fusão decorrente da


congruência entre as partes nacional e politica. Essa essência de nacionalismo é
considerada o fator central de legitimidade do Estado Moderno. Desse modo, é uma
poderosa identidade formal juntar características pré-existentes baseado no critério de
raça, linguagem, religião e território comuns, uma idade nacional e criada desses
critérios dentro de uma nação.
Pearson (1994) acreditava que a Guerra de unificação entre 1859 e 1871 foi
iniciada pelo espirito liberal e senso de orgulho nacionalista exacerbado pelo progresso
da nação. Com isso, o autor entende que existe uma transição entre a ideia liberdade e
imperialismo.
Hobsbawm (1990) entende o nacionalismo como o equilíbrio entre pessoas e
Estado (anterior a Revolução Francesa). Os movimentos nacionalistas tinham objetivo
de unificar, que de acordo com Hobsbawn (1990, p.45), seria incompatível com as
definições baseadas na etnia, linguagem, história em comum, tendo em vista que não era
o critério mais relevante na formação liberal das nações. Como exemplos, A fusão dos
Sérvios com os Croatas na Jugoslávia, dos Poloneses com os Lituânios e Russos, entre
outros. O autor ainda aponta que até as velhas Nações-Estado, como a Grã-Bretanha,
França e Espanha eram heterogêneas.
De acordo com Motta (2011), o nacionalismo europeu tomou forças com o
avanço da industrialização. O governo procurou criar uma série de tradições para
convencer a sua população da sua superioridade na história mundial. Concluindo que
aquelas responsáveis pelos seus próprios problemas internos, eram considerados
“inimigos externos”, i.e., outras nações. O nacionalismo criado pelos Estados tinham o
seguinte objetivo: reforçar a unidade nacional, assegurar a obediência dos cidadãos e
expandir o patriotismo, que possivelmente motiva milhares de jovens a defender os
interesses das nações na guerra.
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1.2 Soberania

O conceito de soberania tem suas origens do Latim, super omne, que significa
“sobre tudo”. É um importante elemento legitimador do estado contemporâneo. De
acordo com Jean Bodin, soberania se refere ao direito exclusivo de autoridade suprema
sobre um grupo de pessoas em determinado território. Na construção do Estado
Moderno, o poder era transferido do rei para o Estado, e esse era o portador da maior
autoridade na nação.
Em um nível nacional, leis promulgadas pelo Estado tomavam precedência sobre
qualquer regra ou decisão tomada por outros grupos. No contexto das relações
internacionais, existe a ideia de igualdade entre todos os Estados perante a comunidade
internacional: todos os países são soberanos, sem um subordinador ou dependência
entre eles.

1.3 Imperialismo

Cerca da última década do século XIX, os maiores poderes europeus - Reino


Unido, Franca, Alemanha, Bélgica e Itália – tinham aumentado, consideravelmente, os
seus domínios territoriais. Os Estados Unidos e o Japão também participaram da
expansão; porém, a corrida por novas colônias era essencialmente um fenômeno
europeu (Decca, 2011, p. 156-157). O capitalismo industrial pedido pelos mercados iam
além da economia nacional que levaram a frente uma mudança na organização politica
dos Estados-Nação. Como citado anteriormente, o movimento nacional deu espaço a
expansões territoriais e, então, acontece uma mudança no paradigma do conceito de
nação.
Imperialismo, então, é definido por Decca (2011, p. 160) como “uma política
deliberativa de estados europeus de anexo das pessoas e territórios destinados a
expansão de mercados capitalistas”. A colonização aconteceu por dominação militar e
era preponderada na África e na Ásia, de forma direta.
Na América Latina, não existia nenhuma intervenção dos poderes Europeus. A
Doutrina Monroe reinada e criada pelos Estados Unidos, pregava “América para os
Americanos” como uma forma de não aceitar interferência de nenhum continente afora.
Os Estados Unidos, previamente mencionado, não participou ativamente do processo de
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colonização. Porém, com a Doutrina Monroe, eles tiveram grande influência no


continente Americano.

1.4 Equilíbrio de Poder

Com o fim das Guerras Napoleônicas, em 1815, os Estados Europeus se


reuniram no Congresso de Viena e definiram uma nova ordem mundial. O conserto da
Europa foi estabelecido com regras escritas e instituições permanentes, mas em tempos
de crise, qualquer país membro poderia propor uma conferência.
Consequência da derrota napoleônica, formava-se por Prússia, Áustria e Rússia,
a Santa Aliança com o objetivo de conter manifestações revolucionárias, como a
Francesa. Os países, dessa forma, atuariam em conjunto. Kissinger (1997, p. 90-92)
julga que a existência de instituições domésticas compatíveis entre os Estados garantia
um balanço de poder sobre elas mesmas. Dessa forma, as monarquias da Europa
enxergavam outras formas de organização do poder como ameaças a paz, voltadas para
ir contra movimentos revolucionários. A Europa se manteve em paz por quase cem anos
e, durante a maior parte deles, as potências Europeias não se envolveram diretamente
em nenhuma guerra grande. Esse cenário é graças aos três pilares do Congresso de
Viena: Paz conciliatória com a Franca, Balança do Poder e Senso comum de
legitimidade. O propósito da balança de poder era limitar a capacidade de dominância
dos outros assim como a extensão dos conflitos, com o objetivo de estabilidade e
moderação entre as potências europeias. O conceito pode ser derivado do sistema de
poderes ou de controles e equilíbrio de Montesquieu, aplicada em um contexto
internacional.
No entanto, as nações europeias transformaram a balança de poder em corrida
armamentista (Kissinger, 1997, p. 194), colocando o continente em uma “paz armada”.
As tensões entre as potências logo abalaram todo o movimento, levando a Grande
Guerra.

2 Background

A Primeira Guerra vem da rivalidade imperialista entre os estados Europeus. No


início da guerra, as demandas dos quatro maiores poderes – Grã-Bretanha, França,
Alemanha e Rússia – eram:
12

2.1 Reino Unido

O Reino Unido foi o primeiro país industrial e foi um grande poder por muito
tempo na Europa. Porém, com o formato do novo capitalismo no mundo, os britânicos
foram os que mais sofreram já que os novos países industrializados botaram um limite a
expansão da indústria britânica. Ademais, as crises econômicas dos anos 1870 levaram a
um menor número de indústrias grandes e aos déficits nos lucros.

2.2 França

Ao início do século XIX, a economia francesa ainda era muito rural, com uma
economia doméstica mal desenvolvida. O fornecimento de bens britânicos desencorajou
qualquer produção doméstica. Dessa forma, o desenvolvimento industrial da França
foca em produtos de qualidade, diferente das indústrias têxteis inglesas, tomando
vantagem da cultura francesa, que na época era sinônimo de beleza e bom gosto (Motta,
2011, p. 237). Com o cuidado com o estado e a capital inglesa, o país expandiu a sua
linha de trem, com o objetivo de estimular o mercado doméstico, mas ainda assim
retrógrado comparado ao Reino Unido e Alemanha.

2.3 Alemanha

A experiência industrial alemã foi resultado de um planejamento como uma


resposta a competição com a Inglaterra. O país investiu na indústria pesada, bases
tecnológicas avançadas e forte associações entre bancos e indústrias. Houve um grande
encorajamento para que se construísse linhas de trem para integração do mercado
interno. Além disso, investimentos pesados em educação foram realizados de forma a
criar indivíduos altamente habilidosos. O governo também encorajou a formação de
carteis, pra promover a criação de conglomerados que seriam capazes de competir com
mercados internacionais.

2.4 Rússia

O Império Russo foi uma potência por conta da sua grande população. Sendo um
país de contrastes, houve um avanço eficiente e tecnológico que contrasta com a gigante
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e miserável população rural, com cerca de 79% morando no campo. Ademais, a


indústria Russa era extremamente dependente de uma capital exterior. De acordo com
Motta (2011, p. 237-238), “A Guerra mundial seria apenas para aumentar a pobreza e a
crise econômica, trazendo a conhecimento público a fragilidade da industrialização do
país”.

3 Rivalidades

A França desenvolveu uma grande rivalidade com a Alemanha por conta da


Guerra Franco-Prussiana, que tomou lugar durante a guerra da unificação alemã. A
derrota da França e consequentemente a perda da região da Alsácia-Lorena (rica em
ferro e carvão), estimulou o revanchismo da França (Motta, 2011, p. 239).
O antagonismo entre o Reino Unido e a Alemanha não era esperado visto que os
países não tinham histórico de conflito. Porém, o Reino Unido sentiu os seus interesses
econômicos ameaçados pela grande e rápida evolução da indústria alemã. Hobsbawm
(2008) analisa a mudança do paradigma britânico de política estrangeira: primeiro, uma
aliança com qualquer nação continental parecia incompatível com a manutenção do
equilíbrio do poder, ainda que com grandes rivalidades entre poderes, as regras do jogo
diplomático teriam mudado, e o Reino Unido, forçado a se adaptar.
O Reino Unido e a França tiveram uma disputa sobre a região do Marrocos, mas
para superar a rivalidade, assina-se acordos para definir as áreas coloniais na África.
Esses acordos foram conhecidos como Entente Cordiale, e consistia na estratégia contra
o avanço do império alemão. A Rússia também assinou o tratado com a Franca e a Grã-
Bretanha em troca de capital de ambos. Além disso, ambos impérios gostariam de
aumentar sua influência na região balcânica.
Assim, formou-se dois blocos opostos, a Tríplice Aliança, composto por
Alemanha, Império Austro-húngaro e Itália. O Outro bloco era a Tríplice Entente,
composto por da Grã-Bretanha, França e Rússia.
O mapa da Europa no início da Guerra tinha a seguinte configuração (Imagem
1):
14

Imagem 1: Mapa da Europa em 1914 (Arquivos Nacionais, 2015)


AMARELO: TRIPLICE ENTENTE; ROSA: POTENCIAS CENTRAIS; AZUL: NEUTRO
Norway: Noruega; Sweden: Suécia; Denmark: Dinamarca; Netherlands: Holanda; Switzerland: Suíça;
Spain: Espanha; United Kingdom: Reino Unido; Belgium: Bélgica; Luxemburg: Luxemburgo; Italy:
Italia; Germany: Alemanha; Austria-Hungary: Austria-Hungria, Serbia: Sérvia, Greese: Grécia; Turkey:
Turquia; Romênia, Portugal, Argélia, Tunísia, Rússia, Bulgária e Montenegro.

4 Estágios da Guerra

Os Balcãs, no inicio da Guerra, se tornaram um barril de pólvora, envolvendo


interesses na Áustria, Rússia e o Império Otomano (Motta, 2011, p. 239). A faísca que
iniciou a guerra aconteceu exatamente nessa região, com o ataque ao Arquiduque Franz
Ferdinand, herdeiro ao trono Austríaco, por terroristas sérvios em Saravejo, em 1914. A
Áustria, apoiada pela Alemanha, declarou guerra com a Sérvia; A Sérvia, por sua vez,
recorreu à Rússia e ao sistema de alianças que o conflito regional escalou para Guerra
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Mundial (Motta, 2011, p. 240). Os alemães declararam guerra contra a Rússia e a


França.
A primeira ofensa alemã acontece com a Bélgica, que a atravessa para chegar a
França. Como um resultado disso, Grã-Bretanha declaram Guerra contra a Alemanha.
Previsões acreditavam que seria uma guerra de curta duração já que os Alemães
possuíam superioridade bélica. Na verdade, ainda houve uma supremacia inicial dos
exércitos alemães e a França teve que retroceder. A Itália continuou neutra, com uma
politica definida de que iria pra guerra somente por defesa de si.
A Alemanha lutou em duas frentes, a oeste, contra os exércitos francês e
britânico, e a leste, com a Áustria, contra a Rússia. Na frente leste, os alemães tiveram
superioridade militar, mas os russos possuíam número superior de integrantes. Porém,
em outubro de 1914, o Império Otomano entrou na guerra no lado alemão e em
resposta, a Entente declarou guerra contra os otomanos.
A Grande Guerra se inicia com o movimento entre os beligerantes avançando
em território inimigo. Começando em 1915, a frente oeste veio para atrasar e as tropas
pararam de ter progresso. Esse foi o começo da Guerra das Trincheiras, que aconteceu
por conta da revolução em poder de fogo que não condizia com os avanços similares em
mobilidade, resultando em uma exaustiva guerra bélica na qual a defesa possuía a maior
vantagem.
Em 1915, a Itália se alinha com a Entente, declarando Guerra contra a Áustria. A
Bulgária entra na guerra do lado da Tríplice Aliança. Os Estados Unidos tinham a
politica de não intervenção em questões europeias e permaneceram neutros até 1917.
Porém, por mais que não diretamente envolvidos na guerra, os EUA mantinham estritas
relações de mercado com os países da Tríplice Entente, vendendo comida e armas.
Em 1917, os alemães instituíram um bloqueio naval. Potências neutras foram
avisadas para retirarem o navios e embarcações dos mares, com ameaça de naufrágio.
Isso forçou com que os norte americanos entrassem na guerra.
No mesmo ano, a Revolução Russa começara. Em outubro daquele ano, com a
revolução bolchevique, uma das reinvindicações era a saída do país da guerra. O acordo
de paz fora feito com a Alemanha em março e 1918, com o Tratado de Brest-Litovsk.
Com o acordo, a Rússia perdeu os seguintes territórios: Finlândia, Polônia Russa,
Ucrânia, países Bálticos Letônia, Estônia e Lituânia.
Com a saída da Rússia, houvera um grande crescimento nas forças da frente
ocidental da Alemanha. Contudo, o exército alemão mostrou sinais de fadiga. Com a
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entrada do reforço americano, houve um poder desbalanceado e a Alemanha fora


derrotada. Em novembro de 1918, o armistício alemão foi assinado, chamado de
Armistício de Compiègne.
Motta (2011, p. 243) analisa a Guerra da seguinte forma: “A primeira Guerra
expressou a forma cruel de competição entre as potências e a crença de superioridade de
uma comparada a outra.” O resultado foi esse massacre, com um enorme numero de
mortos em ambos os lados.

5 Conferência de Paris

Em janeiro de 1918, antes do fim da Guerra, o presidente dos Estados Unidos,


Woodrow Wilson, apresentou um plano de paz com um principio de justiça para todas
as pessoas. O documento seria uma “paz sem guerra”. Porém, esse não agradava ao
Reino Unido e nem a França. (Motta, 2011, p. 249-250).
Os países se reuniam para definir os caminhos do mundo em um pós-guerra. De
acordo com Hobsbawm (2006, p. 39) “as potências procuram pelo tipo de acordo de paz
que previna outra Guerra como aquela que devastou o mundo”.
A Conferência de Paris começa suas atividades em 19 de janeiro de 1919 no
Palácio de Versailles. Agora, senhoras e senhores delegados, o futuro está nas suas
mãos, e é o seu dever como representante de Estado, decidir os caminhos da paz.
Abaixo, como ponto inicial, a configuração territorial na Europa no final da
Grande Guerra (Imagem 2):
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Imagem 2: Mapa da Europa em 1918 (ARQUIVO NACIONAL, 2015)


Norway: Noruega; Sweden: Suécia; Denmark: Dinamarca; Netherlands: Holanda; Switzerland: Suíça;
Spain: Espanha; United Kingdom: Reino Unido; Belgium: Bélgica; Luxemburg: Luxemburgo; Italy:
Italia; Germany: Alemanha; Austria-Hungary: Austria-Hungria, Serbia: Sérvia, Greese/Greece: Grécia;
Turkey: Turquia; Romênia, Portugal, Algeria, Tunísia, Rússia, Bulgária e Montenegro.

As questões que devem ser tratadas e respondidas pelo comitê são:


1. Questões territoriais:
- Disputa pela região da Alsácia-Lorena;
- Conflitos na região dos Balcãs;
- Conflitos na região da Polônia e Prússia Oriental;
- Questões sobre as colônias do Império Alemão.
2. Quem é o responsável pela Guerra?
3. Definir se sanções serão aplicadas aos países culpados e quais são eles.
18

4. Como definir os conceitos de soberania e Nação-Estado a nova forma do


mapa europeu?
5. Criação da Liga das Nações.
19

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APÊNDICE I – POSICONAMENTO DE PAÍSES


6.1 Membros Permanentes

Estados Unidos da América


Os Estados Unidos, representado pelo Presidente Woodrow Wilson, tiveram um
diferente conceito de política internacional quando comparado aos países europeus. De
acordo com Kissinger (1997, p. 258), o critério para a ordem seria a democracia, a
segurança coletiva e a autodeterminação. O presidente americano postulou que nações
democráticas eram, por definição, pacíficas e a autodeterminação das pessoas,
aplicadas, sem necessidade de guerra. Wilson condenou o equilíbrio de poder como um
sistema instável e propôs que se estabelecesse os direitos iguais entre os Estados.

França
Liderada pelo primeiro ministro Geoge Clemenceau, a delegação chega à
conferência com sentimento revanchista pela Alemanha, construído desde a perda de
Alsácia-Lorena, e pretendem pegar o território de volta. Além do declínio econômico
desde o meio do século XIX, que fez com que a França não conseguisse acompanhar o
avanço industrial da Alemanha. Tem como desejo dividir a Alemanha novamente para
manter o balanço e segurança. Kissinger (1997, p. 266) analisa que o país, ao final da
segunda Guerra “mascara a vulnerabilidade com a irritabilidade e um pânico incipiente
na intransigência.”. O país tem como maior objetivo requerer segurança, com pedidos
que envolvem enfraquecer os alemães.

Reino Unido
A maior preocupação da delegação do Reino Unido, liderada pelo Primeiro
Ministro David Lloyd, é a manutenção da unidade do Império Britânico. Além disso,
tem o objetivo de garantir a segurança da França e aplicar sanções à Alemanha,
incluindo acabar com o poder naval alemão. Considera que a Alemanha deve pagar todo
o custo da Guerra.

Itália
Os Aliados induziram a Itália a ir pra Guerra prometendo a concessão da costa e
dos territórios do Sul de Tirol e Dalmata. O acordo foi fechado em 1915 com o Tratado
23

de Londres. A delegação da Itália, cabeceada por Vittorino Orlando, vem com o


objetivo de garantir o tratado e anexar as regiões.

Japão
O Japão reivindica colônias antigas da Alemanha, chamada Shantung (incluindo
Kiaochow) e as ilhas do pacífico ao norte do Equador (As ilhas Marshall, Micronésia,
ilhas Mariana e as Carolinas). Em 1917, o país fez acordos secretos com o Reino Unido,
França e Itália, que garantiam a anexação desses territórios.

6.2 Império Britânico

Austrália
O principal objetivo da delegação da Austrália são os reparos da Guerra e
assegurar o controle australiano (Império Britânico) sobre as velhas colônias alemãs na
Nova Guiné e as suas ilhas. As forças armadas australianas apreenderam esses
territórios em 1914 e a delegação quer anexá-las por meio direto da legislação
australiana. A delegação ainda se preocupa com a ascensão do Japão.

Canadá
A declaração de Guerra britânica automaticamente levou o Canadá a entrar na
Guerra, por conta da situação legal de dominação britânica do país, que levou à política
externa na mão do parlamento do Reino Unido. Canadenses tiveram uma participação
militar importante na guerra, e então o primeiro ministro requereu um assento separado
na conferência. Mesmo tendo sacrificado aproximadamente 60,000 homens na Guerra,
o Canadá não pede nenhum beneficio direto para reparações.

Índia
A Índia tem uma representação independente na conferência. Essa decisão cai no
envolvimento dela na guerra. Tropas indianas estiveram na frente oeste no inverno de
1914 e lutaram na primeira batalha de Ypres. Ao final de 1915, eles enfrentaram muitas
perdas. Junto às perdas por doenças, o governo do país decidiu retirar as tropas indianas
da linha de frente ao final de 1915. Por conta disso, a Índia espera ser recompensada
com um grande passo à independência ou pelo menos ao governo próprio.
24

Nova Zelândia
A Nova Zelândia entrou na Guerra não só para ajudar o Reino Unido como parte
do Império Britânico, mas também com interesse próprio: o país era dependente do
mercado britânico pra venda de lã, carne congelada e commodities. Tudo que
atrapalhava esse mercado, atrapalhava a vida na Nova Zelândia. O país confia no poder
naval britânico para proteger a sua integridade física e as trocas no mercado. A Nova
Zelândia veio para conferência com o objetivo físico e de segurança econômica.

África do Sul
A União da África do Sul estava ligada intimamente ao Império Britânico, e
automaticamente se aliou à Grã-Bretanha e seus aliados contra o Império Alemão. A
África do Sul é uma parte significante das operações militares contra a Alemanha. A
África do Sul deseja recompensas sobre o seu sacrifício, e seu maior objetivo é o
território sudoeste da África.

6.3 América Latina e Caribe

Bolívia
A Bolívia, junto ao Peru, rompeu as relações de favores com os Estados Unidos
com o objetivo de que aquilo auxiliasse suas reinvindicações para os pedaços de terra
tomados pelo Chile em 1879 na Guerra do Pacífico. O país espera ser beneficiado
economicamente em troca de apoio. Com interesses alinhados aos dos Estados Unidos,
a Bolívia, que não foi para Guerra, deseja ser representada na conferência.

Brasil
O Brasil foi o único país na América Latina que realmente participou da Guerra.
Por conta da crise do café (com a progressividade da guerra, ocorreu um bloqueio pela
maior necessidade de bens, tornando o café a última opção), o Brasil importava
petróleo, enfrentando um período frágil na economia. Após o bloqueio e,
posteriormente, ao ataque às exportações de café, em outubro de 1917, o Brasil entra na
guerra. A maior preocupação do Brasil na conferência é garantir a estabilidade
25

econômica e a manutenção do mercado de café (garantindo o comercio). O Brasil possui


um vínculo próximo aos EUA.

Cuba
As repúblicas da América Central e do Caribe são oficialmente pró-Aliados. O
local geográfico de Cuba não permitiria uma neutralidade enquanto os EUA estivessem
na guerra. O açúcar cubano se tornou uma commoditie muito famosa durante a guerra, e
os Estados Unidos tornaram possível que o açúcar fosse usado da melhor forma pelos
Aliados. Uma proposta de lei foi feita e 25.000 soldados Cubanos estavam preparados
para ir à França quando o armistício interviu. Uma unidade de 100 doutores e
enfermeiras foram equipados e enviados para a frente oeste. O país tem os seus
interesses alinhados aos do Estados Unidos durante a conferência.

Equador
O Equador também seguiu os passos de outros países latino-americanos. O
Estado não foi à guerra, mas cortou relações com o governo alemão por conta das ações
absurdas tomadas na guerra e não por conta de nenhuma indignação por submarinos
alemães (por ser uma nação sem comerciantes marinhos). O país tem interesses
alinhados aos dos EUA.

Guatemala
As repúblicas da América Central e do Caribe são oficialmente pro-Aliados,
porém tiveram suas próprias razões para declarar Guerra contra a Alemanha. Nos
últimos vinte anos, a Alemanha ganhou controle sobre as ricas terras de café e
introduziu métodos científicos para que eles controlassem 50% da economia da
Guatemala. Com o objetivo de se libertar dessa gaiola, o país se juntou aos Estados
Unidos na guerra contra a Alemanha. A Guatemala quer o controle sobre o mercado de
café e a delegação possui interesses congruentes aos estadunidenses.

Haiti
As repúblicas da América Central e do Caribe são oficialmente pro-Aliados.
Como uma potencial base naval para os Estados Unidos, a instabilidade do Haiti criava
uma preocupação nos diplomatas e a defesa oficial, que poderia resultar em uma regra
estrangeira do Haiti. Marinhas americanas ocuparam o Haiti em 1915. O Haiti protestou
26

no dia 11 de maio de 1917, contra o bloqueio submarino, tomando a Alemanha como a


responsável por vidas e interesses por indivíduos Haitianos nos oceanos adentro.
Quando diversos nativos do Haiti perderam suas vidas no Karnak e Montreal, o governo
declarou guerra contra a Alemanha. O Haiti é congruente aos pensamentos norte
americanos.

Honduras
As repúblicas da América Central e do Caribe são oficialmente pró-Aliados.
Honduras não foi à guerra, mas rompeu relações com o governo alemão e o declarou
guerra. Honduras tem seus interesses alinhados aos dos Estados Unidos.

Nicarágua
As repúblicas da América Central e do Caribe são oficialmente pró-Aliados.
Navais norte-americanos ocuparam a Nicarágua desde 1912 e assim, o governo foi
obrigado a cortar relações com a Alemanha quando os Estados Unidos declararam
guerra. Além disso, o país tem os interesses alinhados aos do Estados Unidos e está
acometido com os propósitos americanos na conferência.

Panamá
As repúblicas da América Central e do Caribe são oficialmente pró-Aliados. A
maior razão de eficiência do Panamá foi o Canal e a sua existência se deve aos Estados
Unidos. Quando os EUA declararam guerra à Alemanha, o Panamá cortou relações
diplomáticas com os alemães, expulsando os cônsules do país. Também fora anunciado
que qualquer plano vindo dos agentes alemães contra o Canal resultaria em prisão com
duração indeterminada. O país se alinha aos ideais americanos.

Peru
Quando a Primeira Guerra começou, as repúblicas da América Latina, incluindo
o Peru, torceram para sair dela. O navio peruano afundou em fevereiro de 1917 no
caminho para a costa espanhola e a Alemanha se recusou a dar satisfação. Depois disso,
o país não foi à Guerra, mas rompeu suas relações com o governo alemão e entregou os
navios alemães nos portos para o governo dos EUA. O país tem interesses congruentes
aos norte-americanos.
27

Uruguai
O Uruguai não teve nenhuma relação direta com a Guerra, mas acabou com
relações diplomáticas e comercias com a Alemanha, bem como com pequenas rotas
alemãs nos portos uruguaios. Além de se alinhar ao posicionamento estadunidense, ele
vem à conferência com o objetivo de garantir representação e se compromete a intervir
apenas em aspectos políticos e financeiros que afetam a América.

6.4 Ásia-Pacífico e outros

China
Os chineses exigiram que as concessões da Alemanha em Shandong fossem
devolvidas à China. A nação também pediu o fim das instituições imperialistas, tais
como extraterritorialidade e arrendamentos estrangeiros. A China também mostra
interesse em unir as províncias do norte e do sul. A delegação declarou que a briga entre
as duas facções na China seria curada e que os delegados chineses representariam os
princípios enunciados pelo Presidente Wilson dos Estados Unidos.

O Hejaz
O Hejaz enviou um representante à Conferência com o objetivo de entrar nas
discussões com os representantes Aliados preocupando-se com o acordo definitivo entre
os países Árabes. Durante a guerra, os aliados recrutaram uma legião arábica para lutar
contra os Otomanos, em troca de assegurar que o Estado Árabe seria estabelecido nas
remanências do Império Otomano. O principal objetivo é garantir que as potências do
grupo dos Aliados não o ignorem.

Libéria
A delegação da Libéria foi à conferência em completa harmonia com os Estados
Unidos. A Libéria participa da conferência pois acredita que o futuro do continente
africano nela será decidido e que terá uma grande função para o futuro da região.

Rússia
Em 1917, com a Revolução Bolchevique na Rússia, o país emergiu da Primeira
Guerra Mundial e assinou o armistício com a Alemanha. O papel da Rússia na luta
mundial fez dela uma forte parceira dos grandes arranjos internacionais de finanças e
28

economia de guerra, cuja regularização e ajuste são iminentes. É no Oriente que as


maiores mudanças no ajuste territorial e nacional estão para ocorrer, a maioria das quais
afeta a Rússia diretamente ou influenciam materialmente seu desenvolvimento futuro.
Durante o período bolchevique, várias obrigações haviam sido impostas à Rússia pela
Alemanha com o propósito de conquista pacífica. As Potências Centrais estão
prendendo quase dois milhões de prisioneiros de guerra russos. As exigências russas na
Conferência são de que nenhuma questão, afetando diretamente a Rússia, seja resolvida
sem seu conhecimento e consentimento; participar em termos iguais e semelhantes em
relação à reparação e restituição devido a espoliação e represálias e que os prisioneiros
de guerra russos para recebem tratamento igual.

Sião (Tailândia)
Embora o Sião tivesse permanecido neutro desde o início da Primeira Guerra
Mundial em agosto de 1914, seu país desfrutou de relações amistosas com a Alemanha
e o governo reconheceu o valor político de jogar sua sorte com as Potências Aliadas. A
Tailândia sofria com os desígnios imperiais tanto dos britânicos quanto dos franceses,
perdendo o controle do Laos e do Camboja, cedendo quatro províncias do sul entre
1889 e 1909. Portanto, a entrada na guerra do lado dos Aliados foi uma oportunidade de
ganhar igualdade com outras nações, e este é o principal objetivo do país na
Conferência.

6.5 Europa

Bélgica
A Bélgica esperava não apenas retificar a restrição de neutralidade imposta a ela
em 1839, mantendo as garantias da Grande Potência, mas também ganhar importantes
concessões territoriais e econômicas. Suas demandas incluíam a Zelândia flamenca
(incluindo o controle da boca do Escalda); Holandês Limburg; Cantões da fronteira
alemã, Moresnet, Eupen (predominantemente alemão) e Malmedy (todos os quais
obteve); Luxemburgo; e na África, uma significativa ampliação da estreita costa
marítima do Congo Belga e grandes porções da África Oriental Alemã.

Checoslováquia
29

A área da Checoslováquia foi uma parte do Império Austro-Húngaro até o


Império entrar em colapso no final da Primeira Guerra Mundial. Durante a guerra, um
pequeno número de tchecos, chamados de legiões checoslovacas, lutaram com os
Aliados na França e na Itália, enquanto grandes números desertaram para a Rússia em
troca de seu apoio à independência da Checoslováquia do Império Austríaco. Após o
Acordo de Pittsburgh em maio de 1918, a declaração de independência checoslovaca foi
publicada pelo Conselho Nacional da Checoslováquia. O principal objetivo da
Delegação da Checoslováquia é ganhar território, especialmente na Áustria. Além disso,
é um país com fraca base militar que demanda receber proteção.

Grécia
A delegação grega foi uma forte defensora dos Quatorze Pontos e da Liga das
Nações. Eles exigiram a expansão na Trácia e na Ásia Menor (terras do derrotado Reino
da Bulgária e do Império Otomano), Épiro Setentrional, Imvros e Tenedos, visando a
realização da Ideia Megali. Sofrendo por suas fortes recessões, com falta de alimento e
matéria-prima, a delegação vem à Conferência com o principal objetivo de melhorar a
sua situação.

Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos


O Estado foi criado quando o Império Habsburgo se dissolveu, em outubro de
1918. O Reino fora proclamado em meio ao caos, à insegurança e à euforia. O país está
localizado na área central de conflitos, e eles estão tentando ganhar território. A
delegação reivindica territórios povoados por eslavos do sul e defende o princípio da
autodeterminação nacional. Outro objetivo principal é fortalecer seus laços com os
aliados que possam ajudá-los na Conferência.

Lituânia
Durante a Primeira Guerra Mundial, o território lituano foi ocupado pela
Alemanha de 1915 até o final da guerra, em novembro de 1918. O primeiro governo
nacional da Lituânia foi formado após o armistício. O Estado reivindica a região de
Vilnius. Demograficamente, Vilnius foi dividido quase uniformemente entre poloneses
e judeus, com lituanos étnicos constituindo uma fração menor da população total. Os
lituanos, no entanto, acreditavam que sua reivindicação histórica à cidade tinha
precedência e se recusa a reconhecer quaisquer reivindicações polonesas à cidade e à
30

área circundante. O principal objetivo da delegação na conferência de paz é o


reconhecimento territorial.

Montenegro
Montenegro fazia parte do Império Otomano na virada do século XX. O país
sofreu baixas substanciais na Guerra dos Bálcãs e esta guerra garantiu formalmente a
independência de Montenegro do Império Otomano. Quando a Áustria declarou guerra
à Sérvia, Montenegro se juntou a seu vizinho pouco depois e declarou guerra à Áustria e
à Alemanha. Montenegro tinha soldados na frente oriental e na frente franco-belga. O
Estado tem um papel importante na região central do Adriático e na sua relação com as
outras regiões do interior. Montenegro tem laços estreitos com os sérvios e é leal aos
interesses das potências aliadas.

Polônia
A delegação polonesa demandou os seguintes territórios no Ocidente: a Polônia
prussiana (Ducado de Posen / Poznan); Pomorze, isto é, a Pomerânia polonesa (os
alemães a chamavam de "Corredor Polonês" porque separava a Prússia Oriental da
Alemanha propriamente dita); o sul da Prússia Oriental, onde a maioria das pessoas
falava um dialeto eslavo chamado mazuriano; Silésia Superior a leste do rio Oder.
Todas essas exigências eram justificadas por motivos étnicos, pois, segundo o censo
prussiano de 1910, esses territórios eram preponderantemente poloneses. No entanto, a
delegação polonesa também exigiu que o território de Danzig fosse o único porto que
poderia atender às necessidades polonesas.

Portugal
Portugal foi inicialmente neutro na guerra. No entanto, devido às tensões com a
Alemanha envolvendo especialmente a campanha alemã em Angola, Portugal entrou na
guerra. A principal demanda de Portugal é a segurança das possessões coloniais de
Angola e Moçambique na África. Além disso, o Estado também tinha interesse no
sudoeste da África e na África Oriental alemã. A delegação portuguesa pretende aderir o
mais próximo possível à posição da Grã-Bretanha.

Romênia
31

A Romênia entrou na Primeira Guerra Mundial com a motivação de aproveitar a


Transilvânia. No entanto, após um sucesso inicial, as Potências Centrais empurraram a
Romênia de volta até sua rendição com a Paz de Bucareste em maio de 1918. As
exigências da Romênia na Conferência de Paz de Paris são recuperar o controle do
território perdido e a reparação dos danos sofridos na guerra.

San Marino
Enquanto a Itália declarou guerra à Áustria-Hungria em 23 de maio de 1915, San
Marino permaneceu neutra. O país não esteve diretamente envolvido na guerra, já que
só enviou voluntários. No entanto, sofreu as consequências. No final da guerra, não
apenas o nível de desemprego, que já era alto, aumentou enormemente, é acompanhado
por uma taxa de inflação igualmente alta. Assim, a delegação vai à Conferência de Paz
de Paris com a intenção de obter ajuda para a sua recuperação.

Dinamarca
Por ter uma boa estratégia, o país se mantém neutro durante a primeira guerra.
Porém, não deixa de manter sua relação internacional em exportações, e mantinha uma
relação de exportação tanto com a Alemanha quanto com a Grã-Bretanha. Dessa forma,
com um certo receio por parte britânica, eles impõem uma restrição de exportações (a
Dinamarca necessitava das exportações), e o país entra em extrema recessão. A
Dinamarca ainda se mantém neutra, porém procura finalizar a recessão e ser
recompensada pelas exportações feitas com o governo alemão e ainda tenta se alinhar
com a delegação do Reino Unido.

Suécia
Por ter sofrido uma represália em suas tripulações navais vindas da Grã-
Bretanha e com o objetivo de não ter o mesmo fim que a Dinamarca, a Suécia garante
que não exportará para o governo Alemão. Essa atitude reforça a opinião e a
congruência da delegação sueca com os Aliados. Uma recessão de alimentos assombra a
Suécia nesse momento. O objetivo da delegação sueca na Conferência é criar laços com
os países para resolver a sua atual situação de fome. O país, assombrado por revoluções,
se alinha ao ideal britânico.

Suíça
32

Por ter tido caráter neutro durante a Grande Guerra, o país conseguiu se
esquivar de grandes recessões econômicas e se manter no controle de seu comércio.
Porém, com a crise mundial, o único objetivo da delegação é tentar trazer um controle
econômico e ser capaz de trazer a paz. Comparece à Conferência para manter sua
autossuficiência econômica e evitar quaisquer conflitos, responsabilizando os maiores
culpados da atrocidade.

Albânia
O país corre o risco de ser dividido entre a Inglaterra e a França. Sofrendo por
suas fortes recessões, com falta de alimento e matéria-prima, a delegação vem à
Conferência com o principal objetivo de melhorar a sua situação e defender-se de
qualquer problema territorial.

Países Baixos
O país ainda sofria muitos problemas com os bombardeios alemães aos navios
com as exportações. Pela capacidade de negócio do país, a Grã-Bretanha ajudou muito
na situação. Dessa forma, os Países Baixos seguem os passos do Império Britânico, e
procura, na Confêrencia, coligações necessárias para o financeiro.

6.6 Poderes Centrais

Alemanha
Durante a Primeira Guerra Mundial, o Império Alemão foi uma das Potências
Centrais. Começou a participação com o conflito depois da declaração de guerra contra
a Sérvia por seu aliado, a Áustria-Hungria. As forças alemãs combateram os Aliados
nas frentes oriental e ocidental, embora o território alemão permanecesse relativamente
seguro de uma invasão generalizada durante a maior parte da guerra, exceto por um
breve período em 1914, quando a Prússia Oriental foi invadida. Em junho de 1918, os
primeiros soldados americanos lutaram contra os alemães. A França, alguns dias depois,
iniciou uma contraofensiva e pegou os alemães de surpresa. Então, os Aliados
começaram a empurrar os alemães lentamente de Marne. A Bulgária entrou em colapso
no final de setembro, e a Áustria-Hungria logo entraria em colapso. Sem outra
alternativa, os alemães propuseram o armistício em 3 de outubro. Os Aliados
declararam que só o concederiam se a Alemanha não fizesse nenhum movimento para
33

melhorar sua força militar. A Alemanha, como os outros Estados das Potências
Centrais, é um membro observador da Conferência. Seus principais objetivos são tentar
garantir concessões favoráveis a interesses alemães de longo prazo e convencer os
participantes da conferência a votar contra termos de paz excessivamente duros.

Áustria-Hungria
A Áustria-Hungria era o poder cujas ambições territoriais desempenharam um
papel importante no advento da guerra em 1914. A associação do Estado com a
Alemanha a veria em guerra com a França, a Inglaterra e o Japão, enquanto seu ataque à
Sérvia também se aproximava de Montenegro. Após os revezes iniciais na Galiza
(contra os russos) e na Sérvia, o exército austríaco teve mais sucesso em 1915 e em
meados de 1916 conquistou a Sérvia e Montenegro, empurrou os russos de volta da
Polônia e no final do ano a Romênia caiu a um ataque combinado germano-austro-
búlgaro. Finalmente, com reforços britânicos e franceses alcançando os Balcãs e a Itália,
o imperador austríaco decidiu, em outubro de 1918, pedir a paz. O país vai para a
Conferência como um membro observador preocupado com o seu território.

Bulgária
O Reino da Bulgária participou na Primeira Guerra Mundial do lado das
Potências Centrais de 14 de outubro de 1915, quando o país declarou guerra à Sérvia,
até 30 de setembro de 1918, quando o Armistício de Tessalônica foi assinado e entrou
em vigor. Em setembro de 1918, os sérvios, britânicos, franceses e gregos invadiram a
frente macedônia e o czar Fernando foi forçado a pedir a paz. Sob os termos do
armistício, as tropas búlgaras tinham que evacuar todo o território grego e sérvio
ocupado; concordar em renunciar a todas as armas e armas de guerra; a evacuação de
todas as tropas alemãs e austríacas e ocupação aliada de pontos estratégicos dentro da
Bulgária. A delegação búlgara tem um estatuto de observador na Conferência de Paz.

Império Otomano
O Império Otomano entrou na guerra depois que a Rússia declarou guerra. Os
exércitos otomanos amarraram um grande número de tropas aliadas em várias frentes,
mantendo-as longe dos teatros da Europa, onde teriam sido usadas contra forças alemãs
e austríacas. Em setembro de 1918, as forças aliadas montaram uma súbita ofensiva na
Frente da Macedônia, que teve sucesso. Em 30 de outubro de 1918, o Armistício de
34

Mudros foi assinado, encerrando o envolvimento otomano na Primeira Guerra Mundial.


Depois que as forças da Entente ocuparam Constantinopla, o Império Otomano entrou
em colapso. O Império Otomano vai para a Conferência como um membro observador e
seu principal objetivo é limitar a quantidade de território que é particionado e a maneira
como o território é particionado.

7 Grupos Políticos

América Ásia-Pacífico Poderes


Membros Império Latina e e outros Centrais
Europa
Permanentes Britânico Caribe

Estados
Unidos da Austrália Bélgica Alemanha
América Bolívia China
Áustria-
França Brasil O Hejaz
Canadá Checoslováquia Hungria
Reino Unido Índia Cuba Libéria Grécia Bulgária
Reino dos
Nova Sérvios,
Itália Rússia
Zelândia Croatas e Império
Equador Eslovenos Otomano
África do Sião
Japão
Sul Guatemala (Tailândia) Lituânia
Haiti Montenegro
Honduras Polônia
Nicarágua Portugal
Panamá Romênia
Peru San Marino
Dinamarca
Suécia
Uruguai
Albânia
Países Baixos

8 Grupos Regionais

América
Ásia- Europa Ocidental e Europa
África Latina e
Pacifico Outros Oriental
Caribe
Império
Libéria Bolívia China Bélgica Otomano Rússia
(Turquia)
África O Hejaz Estados
Brasil Grécia Checoslováquia
do Sul (Arábia Unidos da
35

Saudita) América
Reino dos
Sião Sérvios,
Cuba Portugal France
(Tailândia) Croatas e
Eslovenos
San Reino
Equador Japão Lituânia
Marino Unido
Guatemala Alemanha Itália Montenegro
Áustria- Dinamarca
Haiti Polônia
Hungria
Países
Honduras Suécia Romênia
Baixos
Nicarágua Bulgária
Panamá
Peru Albânia
Uruguai

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