CINEMA E AUDIOVISUAL REALIZAÇÃO VI GABRIELA QUEIROZ
BORDWELL, David; THOMPSON, Kristin. A arte do cinema: Uma Introdução.
Campinas, SP: Editora da Unicamp; São Paulo, SP: Editora da USP, 2013. pp. 143 a 156.
“A narrativa é uma maneira fundamental de os seres humanos compreenderem o
mundo” (p.143) “Justamente porque estão cercados por histórias, os espectadores abordam um filme narrativo com expectativas definidas” (p.144) “Expectativas que são características da própria forma narrativa: pressupomos que haverá personagens e alguma ação que as envolva umas com as outras, esperamos uma série de acontecimentos que tenham alguma espécie de relação entre si, e é provável que também esperemos que os problemas e conflitos surgidos no curso da ação cheguem a alguma conclusão” (p.144); “Podemos considerar uma narrativa como uma cadeia de eventos ligados por causa e efeito, ocorrendo no tempo e no espaço” (p.144) “Não significa que outros princípios formais não possam reger o filme. Por exemplo, uma narrativa pode fazer uso do paralelismo” (p.145) “O paralelismo apresenta uma similaridade entre elementos diferentes” (p.145) “Uma narrativa pode nos dar pistas para que criemos paralelos entre personagens, cenários, situações, horários do dia ou quaisquer outros elementos” (p.145); “Como espectadores, também fazemos outras coisas: normalmente, inferimos eventos que não foram explicitamente apresentados e reconhecemos a presença de material alheio ao mundo da história” (p.146) “Distinção entre história e enredo” (p.146) “O conjunto de todos os eventos numa narrativa, os que são explicitamente apresentados e os que são inferidos pelo espectador, constitui a história” (p.146) “O mundo completo da ação da história é, às vezes, chamado de diegese (termo grego para ‘história recontada’)” (p.147) “O termo enredo é usado para descrever tudo que está presente de maneira visível e audível no filme a que assistimos. O enredo inclui, primeiramente, todos os eventos da história que são retratados diretamente” (p.147) “Em suma, a história e o enredo se sobrepõem num ponto e divergem em outros. O enredo apresenta explicitamente determinados eventos da história; assim, esses eventos são comuns a ambos os domínios. A história vai além do enredo ao insinuar determinados eventos diegéticos que nunca são testemunhados. O enredo vai além do mundo da história pela apresentação de imagens e sons não diegéticos que podem afetar a nossa compreensão da ação” (p.147-148); “Normalmente, os agentes de causa e efeito são as personagens” (p.149) “No sistema formal do filme, elas fazem com que coisas aconteçam e reagem aos eventos” (p.149) “Junto com um corpo, uma personagem tem traços: atitudes, habilidades, hábitos, gostos, impulsos psicológicos e outras qualidades que a tornam distinta” (p.150) “Em geral, uma personagem recebe traços que depois irão ter uma função causal na ação geral da história” (p.150); “As causas e seus efeitos são fundamentais para a narrativa, mas eles acontecem no tempo” (p. 153) “Enquanto assistimos a um filme, construímos o tempo da história com base no que o enredo nos apresenta” (p.153) “Ordem temporal – [...] filmes que apresentam eventos fora da ordem da história” (p.153) “Fornece ao espectador pistas para montar uma história linear” (p.154) “Duração temporal – [...] No geral, o enredo de um filme seleciona determinados intervalos da duração da história, seja se concentrando num espaço de tempo relativamente curto e coeso, [...] seja destacando intervalos de tempo significativos num período de muitos anos” (p.154-155) “A soma dessas fatias de duração da história produz a duração total do enredo” (p.155) “Frequência temporal – Mais comumente, um evento da história é apresentado apenas uma vez no enredo. Ocasionalmente, entretanto, um único evento da história pode aparecer duas ou até mais vezes no tratamento do enredo” (p.155) “Quando o enredo repete um evento da história, o objetivo, geralmente, é fornecer uma nova informação” (p.156).