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INFORMATIVO TÉCNICO

Utilizando a altura do pasto como ferramenta


de manejo de pastagens
Felipe Jochims¹, Patrícia Aparecida Pereira da Silva² e Vagner Miranda Portes³

Resumo - Pastagens devem ser manejadas com adequada disponibilidade de forragem e mantendo resíduos adequados na
saída dos animais. Essa quantidade de biomassa tem relação direta com a altura do pasto e é um resíduo importante pela
quantidade de área foliar residual fotossinteticamente ativa, que tem relação direta com a capacidade de absorção de radiação
solar pelas plantas e, com isso, sobre a capacidade de rebrote da pastagem, sem depender de suas reservas radiculares.
Diferentes gramíneas apresentam diferentes alturas ideais de manejo, variando de 28cm na entrada a 14cm na saída em
Cynodons até de 120 a 60cm para entrada e saída dos animais em capim pioneiro, respectivamente.

Termos de indexação: forragem; kurumi; pastagens perenes de verão; tifton

Using sward height to manage pastures

Abstract - Pastures need to be managed with a proper herbage availability and keeping a proper residual mass when animals
are removed from the area. This herbage has direct relation with the grass height and this residual mass is important due to the
photosynthetically active leaves and their capacity in intercept the solar radiation, influencing the pasture regrowth without
using the plant root reserves. Different grass species present different management heights, varying from 28cm to 14cm in
Cynodons until 120cm to 60cm in Pioneiro elephant grass.

Index-terms: herbage; kurumi; summer perennial pastures; tifton

Importância do pasto total de leite a pasto ser menor do que a ções. Além disso, se bem manejadas, a
do sistema em confinamento, a margem produtividade dessas pastagens pode
dentro do sistema de bruta deste sistema é maior pelo menor perdurar por muitos anos, diluindo as
produção custo. despesas ao longo do tempo, resultan-
A utilização de pastagens como do em alimento de baixo custo (CÓRDO-
Santa Catarina apresenta topogra- principal fonte de alimentação reduz VA, 2012). No entanto, para a manuten-
fia, condições edafoclimáticas e lumi- os custos de produção de leite pela di- ção da produtividade dessas pastagens
nosidade que conferem condições fa-
minuição de gastos com combustíveis, e para alcançar resultados produtivos
voráveis para a exploração da produção
mão de obra e principalmente pela re- satisfatórios, é necessário que o manejo
animal utilizando as pastagens como
dução do uso de alimentos concentra- respeite rigorosamente as exigências de
principal fonte de alimento. Devido a
dos (FONTANELI,1999). Segundo Matos fertilidade, a morfologia das plantas e o
esses atributos, a adoção de sistemas
(2002), os itens produção de alimentos tempo fisiológico para a recuperação de
de produção de leite à base de pasto é
preconizada. Nestes sistemas as pasta- e alimentação do rebanho são respon- tecidos dessas espécies após o distúrbio
gens são a principal fonte de alimento sáveis pela maior proporção, represen- promovido pelo pastejo (MATOS, 2002).
com adequada suplementação de con- tando de 40 a 60% dos custos variáveis, O produtor deve ter em mente que am-
centrados e uso de forragem conserva- tendo o custo de produção de leite rela- bos os componentes, o pasto e os ani-
da nas fases de transição fisiológica da ção inversamente proporcional à parti- mais, necessitam das folhas. O pasto
vaca (gestando, fases da lactação, etc.) e cipação do pasto na dieta dos animais. para ter condições de realizar fotossín-
em períodos estratégicos, sendo assim Diante do exposto, a Epagri reco- tese e crescer, sem restrições após pas-
os sistemas de produção mais viáveis menda a adoção de sistemas de produ- tejo, e os animais para sua nutrição. O
economicamente (CÓRDOVA, 2012). Ao ção de leite à base de pastagens, prin- manejo sustentável de uma pastagem é
comparar os sistemas a pasto com siste- cipalmente perenes, que possuam alta justamente encontrar o ponto de equi-
mas intensivos, Fontaneli (1999) consta- capacidade de suporte com qualidade líbrio entre a remoção de folhas e o re-
tou que, apesar da receita da produção nutricional, suportando boas produ- brote.

Recebido em 19/5/2016. Aceito para publicação em 23/5/2017 http://dx.doi.org/10.22491/RAC.2018.v31n2.3

¹ Zootecnista, Dr., Epagri / Centro de Pesquisa para Agricultura Familiar (Cepaf), 89803-904 Chapecó, SC, fone: (49) 2049-7510, e-mail: felipejochims@epagri.
gov.sc.br.
² Engenheira-agrônoma, UDESC/CAV, e-mail: pa_atyp@hotmail.com.
³ Médico-veterinário, Dr., Epagri / Cepaf, e-mail: vagnerportes@epagri.sc.gov.br.

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Importância da altura dade de forragem produzida durante o alturas e quantidade de biomassa para
período de descanso do pasto (SOUZA seu manejo (Tabela 1).
do pasto no manejo da JÚNIOR, 2007). Da mesma forma, além Ao se revisar a literatura em busca
pastagem da altura residual, a altura de entrada de alturas de manejo das diferentes
dos animais na pastagem também é de forrageiras, e até para uma mesma, é
Dentre os fatores de manejo que fundamental importância. Quando o encontrada uma variação nas alturas
afetam a utilização sustentável das pas- dossel da pastagem atinge aproximada- sugeridas por diferentes autores. Essas
tagens, a carga animal interfere dire- mente 95% de interceptação luminosa, diferenças são observadas, mesmo que
tamente na disponibilidade de pasto e a produtividade é máxima, o que ocorre em uma mesma espécie e cultivar seja
utilização da forragem produzida. Essa em alturas variadas para cada espécie oriunda do histórico de manejo que es-
influência se dá pela relação da carga forrageira (SILVA, 2011). Ultrapassando tava sendo empregado na área experi-
animal com a severidade de desfolha essa altura, a forragem começa a ser mental, ambiente, tipo de solo, clima,
e o resíduo de pasto mantido após o perdida por morte de folhas velhas (se- fertilidade e outros fatores. As diferen-
pastejo (COSTA et al., 2004). Os autores nescência). ças que ocorrem por modificações que
ainda destacam que no manejo de uma Sabendo que o ponto ideal de co- as plantas apresentam em sua morfolo-
pastagem deve-se procurar manter a lheita de gramíneas para o máximo gia são chamadas de plasticidade feno-
disponibilidade de forragem em níveis crescimento é 95% de interceptação típica e é uma resposta normal. Ainda
que, embora possam não representar o luminosa, que essas alturas são espe- assim, dentre os valores observados na
máximo ganho por animal, propiciem os cíficas para as diferentes forrageiras e literatura para o manejo das espécies,
maiores ganhos por área e, além disso, da necessidade da manutenção de um pode-se trabalhar confortavelmente
proporcionem um resíduo adequado de resíduo de folhas após o pastejo ou cor- com os resultados indicados pelos dife-
pasto. Dessa forma, a pastagem estará te, pode-se dizer que é relativamente rentes autores.
expressando o seu potencial produti- simples manejar as pastagens em fun- As plantas do gênero Cynodon, por
vo naquele ambiente, e com alto valor ção de sua altura, que está diretamente apresentarem estrutura prostrada e
nutritivo. Isso ocorre pela manutenção relacionada com a quantidade de forra- com estolões, devem ser manejas den-
de um resíduo de folhas no dossel da gem da pastagem. Usualmente se reco- tro da amplitude de 28cm na entrada
pastagem, que preserva parte da área menda que o consumo do pasto não ul- e de até 12 a 14cm de altura na saída,
foliar, que é responsável pela intercep- trapasse 50 a 60% da altura de entrada podendo ser superior dependendo o
tação de radiação solar, favorecendo o para que se remova os animais. Isso já cultivar (estrela africana). Ao contrário,
próximo crescimento. foi sugerido por Silva (2011), o qual con- plantas que apresentam hábito de cres-
Segundo Zanini et al. (2012), a área cluiu que o uso de metas de altura de cimento mais ereto, como as do gênero
foliar residual é função da severidade da pasto como referência física para a en- Panicum, devem ser trabalhadas com
desfolha, que é determinada pela pres- alturas de entrada e de saída acima des-
trada e saída dos animais, se torna uma
são de pastejo imposta ou pela altura se ponto, porque as folhas são dispostas
ferramenta fácil para monitoramento e
de corte. Neste contexto, conclui-se que de outra maneira e com uma estrutura
controle do processo de pastejo a cam-
remoções excessivas de forragem, situa- mais alta que os Cynodon. Além dessas,
po, contribuindo para produção de for-
ção na qual se caracteriza o superpaste- como já referido no nome, os capins-
ragem em quantidade e qualidade.
jo, são extremamente prejudiciais para elefante são plantas de porte elevado,
a pastagem (COSTA et al., 2004), pois e assim sendo, devem ser manejadas
desfolhações intensas reduzem drasti- Indicativos de manejo em altura muito superior as anteriores,
camente a área foliar e, consequente- das principais espécies de mesmo se a planta em questão for uma
mente esgotam as reservas de carboi- do tipo anão de capim-elefante, como
dratos não estruturais das plantas, re- pastagens o capim kurumi. Além dessas, as princi-
duzindo o vigor da rebrota e resultando pais pastagens de estação fria, aveia e
em menor produção de forragem, além Os valores de altura para o mane- azevém, que possuem um papel impor-
de diminuir a persistência das plantas jo de pastagens, tanto para a entrada tante na alimentação animal nos perío-
forrageiras. como para a saída dos animais, varia em dos de inverno, apresentam alturas de
Após o corte ou pastejo, o pasto co- função da espécie e/ou cultivar utiliza- manejo para pastejo de 24 a 27 de en-
meça a rebrotar com o objetivo de re- do. As diferentes espécies e cultivares trada e 12 a 14cm de saída (CARVALHO
fazer sua área foliar para maximizar a apresentam estruturas muito distintas et al., 2010).
interceptação de luz. Isso é otimizado umas das outras, seja pelo hábito de
quando um resíduo de folhas é respeita- crescimento da planta ou até mesmo Considerações finais
do ao se retirar os animais, pelo fato das pela disposição e angulosidade que
folhas serem as receptoras de luz (SIL- as folhas estão nos perfilhos. Isso gera A altura da pastagem é um parâ-
VA, 2011). Assim, a manutenção de uma ambientes de captação luminosa muito metro indicador da quantidade de for-
biomassa e uma determinada altura re- diferentes. Dessa forma, um valor gene- ragem presente no ambiente de pas-
sidual de forragem é determinante para ralizado de altura de entrada e saída se- tejo e é uma das maneiras mais fáceis
a sustentabilidade da pastagem, velo- ria insuficiente, principalmente porque e práticas de se observar o momento
cidade de rebrota, quantidade e quali- cada tipo de pastagem exige diferentes correto de colocar e retirar os animais
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Tabela 1. Alturas, em centímetros, indicadas para entrada e saída dos animais nas principais Costa, N.L.; Magalhães, J. A.; Town-
espécies de pastagens utilizadas em Santa Catarina, Brasil send, C. R.; PAULINO, V.T. Fisiologia e ma-
nejo de plantas forrageiras. Porto Velho:
Altura (cm) Embrapa Rondônia, 2004. 27p. (Embrapa
Forrageiras Nome científico Variedade
Entrada Saída Rondônia. Documentos, 85)

DERESZ, F.; CÓSER, A.C.; MOZZER, O.L. For-


spp. (preta,
Aveias Avena sativa 25 a 27 12 a 14 mação e Utilização de Pastagem de Capim-
branca)
elefante. Juiz de Fora: Embrapa Gado de
Leite, 2000. 2p. (Embrapa Gado de Leite.
Azevém Lolium multiflorum spp. (comum) 22 a 24 10 a 12
Instrução Técnica para o Produtor de Leite,
Flórida, Roxinha, 17)
Hemártria Hemarthria altissima 26 a 28 12 a 14
EMPASC 302 DIAS-FILHO, M.B. Formação e manejo de
pastagens. Belém: Embrapa Amazônia
Cynodon plectostachyus Estrela branca 30 13 a 15
Oriental, 2012. 9p. (Embrapa Amazônia
Estrela africana
Cynodon nlemfluensis Estrela roxa 30 13 a 15 Oriental. Comunicado Técnico, 235)

Tiftons e Jiggs Cynodon dactylon 68, 85, Jiggs 26 a 28 12 a 14 FONTANELI, R.S. Forage systems per year-
round grazing by lactating dairy cows.
Missioneira 1999. 220 f. Tese (Ph.D.), University of Flori-
Axonopus catharinensis Catarina-gigante 28 a 30 12 a 14 da, Gainesville, 1999
gigante
GOMIDE, C.A.M.; PACIULLO, D.S.C.; LÉDO,
Marandú, MG5,
F.J. S.; PEREIRA, A.V.; MORENZ, M.J.F.; BRI-
Braquiárias Urochloa sp Humidícola, 37 a 47 17 a 24
GHENTI, A.M. Informações sobre a cultivar
Xaraés, Piatã
de capim-elefante BRS Kurumi. Juiz de
Aruana, Áries, Fora: Embrapa Gado de Leite, 2015. 4p.
Panicuns Panicum sp 40 a 50 20 a 24 (Embrapa Gado de Leite. Comunicado téc-
Tangola, Tanzânia
nico, 75)
Elefante anão cv. HANISCH, A.L.; FLARESSO, J.A.; CÓRDOVA,
Capim Kurumi Pennisetum purpureum 70 a 80 30 a 40
Kurumi U.A.; ROSA, J.L. Pastagem perene de verão:
Hemártria, uma opção para produzir mais
Capim pioneiro Pennisetum purpureum Elefante pioneiro 120 a 130 55 a 65 leite e carne a pasto em Santa Catarina.
Fontes: Baldissera (2014); Carvalho et al., (2010); Deresz et al., (2000); Dias-Filho (2012), Gomide et al., Florianópolis: Epagri/GMC, 2009
(2015); Hanish et al., (2009); Zanini et al., (2012).
MATOS, L.L. Estratégias para redução do
custo de produção de leite e garantia de
na pastagem. É importante conduzir o passo para o sucesso em sistemas pro- sustentabilidade da atividade leiteira. In:
sistema de produção visando otimizar a dutivos que utilizam as pastagens, que Simpósio sobre Sustentabilidade da
produção de pasto, pois esse é o princi- é a fonte mais barata de alimento dos Pecuária Leiteira na Região Sul do
pal componente do sistema produtivo. animais. Brasil, 2002, Maringá. Anais... Maringá,
2002. p.156-183
Respeitando as alturas de entrada,
que foram obtidas através da capacida-
Referências SILVA, S.C. O manejo do pasto e a inten-
de de interceptação de radiação solar, sificação da produção animal a pasto. In:
momento no qual quase nada de forra- BALDISSERA, T.C. O ambiente luminoso: do Simpósio de Produção Animal a Pas-
gem seria perdida por senescência, e a to - SIMPAPASTO. 2011, Maringá. Anais...
impacto do crescimento e desenvolvimen-
altura de saída dos animais, que indica o Maringá, 2011
to em nível de planta forrageira a dosséis
resíduo mínimo de forragem que man- em sistemas integrados de produção agro- SOUZA JÚNIOR, S.J. Estrutura do dossel,
têm uma quantidade de folhas capaz de pecuária. 2014. 140f. Tese (Doutorado em interceptação de luz e acúmulo de forra-
interceptar radiação solar para um rápi- Produção Vegetal), Universidade Federal do gem em pastos de capim-marundu subme-
do crescimento da pastagem, o ambien- Paraná, Curitiba, PR, 2014 tidos à estratégias de pastejo rotativo por
te pastoril será manejado de uma forma bovinos de corte. 2007. 127p. Dissertação
sustentável. Esse procedimento respei- CARVALHO, P.C.F.; SANTOS, D.T.; GONÇAL- (Mestrado), Escola Superior de Agricultura
ta as exigências estruturais das plantas VES, E.N.; MORAES, A.; NABINGER, C. For- Luiz de Queiroz, Piracicaba, SP, 2007
rageiras de Clima Temperado. In: FONSECA,
e, por consequência, a pastagem vai
D.M.F; MARTUSCELLO, J.A.; (Orgs.). Plantas ZANINI, G.D.; SANTOS, G.T.; SBRISSIA, A.F.
expressar todo o seu potencial produ- Frequencies and intensities of defoliation in
Forrageiras. Viçosa, 2010. Cap.16
tivo, desde que os níveis de fertilidade, Aruana Guineagrass swards: accumulation
umidade e outros fatores associados ao CÓRDOVA, U.A. Produção de leite à base and morphological composition of for-
clima e solo estejam adequados. de pasto em Santa Catarina. Florianópolis: age. Revista Brasileira de Zootecnia, v.41,
O manejo adequado é o primeiro Epagri, 2012. 626p. n.4, p.905-913, 2012

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