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MACEIÓ-AL
2018/2
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MACEIÓ-AL
2018/2
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AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus pais, Sidney Vieira Barbosa e Ana Katia Oliveira Felix
Barbosa, aos meus irmãos, Guilherme Felix Barbosa de Mello e Leticia Felix
Barbosa de Mello, e a minha noiva, Elisa Maria Santos Balbino, por sempre me
apoiarem, estarem ao meu lado em momentos de necessidade e me ajudarem a
não desanimar em todo decorrer do curso.
A todo corpo docente do curso de engenharia civil do CESMAC, que graças a
eles moldamos nosso conhecimento e nos tornamos profissionais capazes.
A todos os amigos que existiam na minha vida antes do curso, Nívea Savana,
José Roberto, Marcelo Monteiro, por sempre me ajudar e aconselhar. A todos os
amigos que fiz no decorrer do curso, em especial a minha dupla de TCC, Victor
Augusto.
RESUMO
O Brasil ainda se encontra em processo de implementação de processos para a
compatibilização de projetos, com isso torna-se constante o encontro de choques entre projetos. Uma
grande gama desses choques deve-se aos projetos sanitários e elétricos, que em muitos casos são
feitos depois, já com as vigas existentes, com isso os tubos se chocam com as vigas, que não
permitem a continuidade de seu caminho até o escoamento. As vigas são furadas para a passagem
dessas tubulações, sem o uso de dimensionamentos e segurança que é pedido pela norma ABNT
6118 (2014), comprometendo a resistência e segurança dos elementos estruturais. É importante este
tipo de análise, para deixar claro que o comportamento de uma viga com furo não se compara a uma
viga maciça, e que a realização de um furo em viga, sem um pré-dimensionamento, pode levar uma
estrutura ao colapso Este trabalho tem como tema a Análise e dimensionamento de vigas em
concreto armado com furos e aberturas por meio do método dos elementos finitos, com o objetivo de
analisar o comportamento de vigas de concreto com furos. Foi utilizado o software MathCad para
fazer os cálculos da viga, e o software Abaqus para modelagem da viga, representação do apoio e
forças nela aplicadas, assim como a simulação dessa aplicação de forças na viga. O presente
trabalho inseriu furos horizontais de 100mm (10 cm), para avaliar os efeitos que esta descontinuidade
irá trazer a viga. Na presença do furo, as forças próximas se comportam de formas diferente.
ABSTRACT
Brazil is still in the process of implementing processes for the compatibility of projects, with which it
becomes constant the encounter of shocks between projects. A wide range of these shocks is due to
the sanitary and electrical projects, which in many cases are made later, already with the existing
beams, in this way the pipes collide with the beams, which do not allow the continuity of their path until
the flow. The beams are punctured for the passage of these pipes, without the use of sizing and safety
that is requested by the ABNT 6118 (2014) standard, compromising the strength and safety of the
structural elements. This type of analysis is important to make clear that the behavior of a drilled beam
does not compare to a solid beam, and that the performance of a beam bore without a pre-
dimensioning can lead to a collapse structure. has as its theme the Analysis and dimensioning of
beams in reinforced concrete with holes and openings by means of the finite element method, with the
objective of analyzing the behavior of concrete beams with holes. The MathCad software was used to
make the beam calculations, and the Abaqus software for beam modeling, representation of the
support and forces applied to it, as well as the simulation of this application of forces in the beam. The
present work inserted horizontal holes of 100mm (10 cm), to evaluate the effects that this discontinuity
will bring to the beam. In the presence of the hole, the neighboring forces behave in different ways.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8
1.1 Considerações Iniciais ....................................................................................... 8
1.2 Objetivos ............................................................................................................ 10
1.2.1 Objetivo Geral: ................................................................................................. 10
1.2.2 Objetivos Específicos: ...................................................................................... 10
2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 11
2.1 Concreto............................................................................................................. 11
2.1.1 Histórico do concreto........................................................................................ 11
2.1.2 Características do Concreto ............................................................................. 12
2.1.3 Concreto Fresco ............................................................................................... 13
2.1.3.1 Slump Test .................................................................................................... 13
2.1.4 Trabalhabilidade ............................................................................................... 14
2.1.5 Plasticidade ...................................................................................................... 15
2.1.6 Agregado Miúdo ............................................................................................... 15
2.1.7 Agregado Graúdo ............................................................................................. 15
2.1.8 Cimento Portland ............................................................................................. 16
2.1.9 Concreto Endurecido........................................................................................ 17
2.2 Concreto Armado .............................................................................................. 17
2.2.1 Vantagens do Concreto Armado ...................................................................... 18
2.3 Modelo de Bielas e Tirantes ............................................................................. 20
2.3.1 Regiões B e D .................................................................................................. 21
2.4 Normas ............................................................................................................... 23
2.4.1 Parâmetros Normativos .................................................................................... 23
2.5 Método dos Elementos Finitos (MEF) ............................................................. 25
2.5.1 Análise através do MEF ................................................................................... 27
2.6 VIGAS COM FUROS EM SUA ALMA ................................................................ 28
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 33
3.1PROPRIEDADES UTILIZADAS PARA A MODELAGEM .................................... 37
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 39
6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 44
7
1 INTRODUÇÃO
1.1 Considerações Iniciais
quais podem ser dimensionadas, de acordo com a NBR 6118/2014, pelo método
das bielas e tirantes. Esse método permite visualizar a distribuição de tensões na
estrutura, as áreas de compressão (bielas) e as de tração (tirantes), viabilizando o
dimensionamento e detalhamento da estrutura.
Quando não há o planejamento prévio de furos, é estabelecido, por norma,
dimensões máximas e distâncias mínimas para execução da abertura em vigas de
concreto armado. Ao levar em consideração apenas a flexão, é recomendado que o
furo não intercepte o banzo comprimido. Todavia, é necessária também uma
atenção aos esforços de cisalhamento, pois se o furo for feito numa região que sofre
um alto esforço cisalhante, a continuidade dos esforços internos de tração e
compressão será comprometida, podendo causar o colapso estrutural (ARANTES,
2001).
De acordo com Simões (1997), para que a viga com abertura obtenha a
mesma carga última que uma viga maciça, é de extrema importância que o
dimensionamento e o detalhamento dessa região sejam feitos previamente. No
entanto, ao projetar a abertura de furos em vigas de concreto armado, o engenheiro
é livre para escolher o Modelo de Bielas e Tirantes utilizado e, muitas vezes, opta-se
por um modelo com tensões internas não tão correspondentes com a realidade,
resultando no superdimensionamento da estrutura.
Para conhecer melhor as tensões internas de uma viga em concreto armado,
Souza (2004) cita o Método dos Elementos Finitos (MEF) como um grande aliado do
Modelo das Bielas e Tirantes. Tal afirmação se dá pelo fato da análise elástica
utilizando o MEF determinar com grande precisão o encaminhamento das forças no
interior da estrutura, facilitando a alocação adequada das bielas e tirantes,
permitindo um dimensionamento econômico, sem afetar a segurança em serviço e
no estado de limite último.
10
1.2 Objetivos
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Concreto
Como estava surgindo um novo tipo de construção foram criando normas para
que ficasse adequada, sendo as primeiras normas: Alemanha – 1904; França –
1906; Suíça – 1909.
No Brasil, a construção com cimento armado no Brasil teve inicio em 1901,
com construções de galerias de água no Rio de Janeiro. Várias outras construções
se deram com o tempo, mas até 1924 todos os projetos eram feitos no exterior,
Entre o período de 1913 a 1924 um alemão chamado L. Riedlinger abriu uma
empresa no Brasil e trouxe com ele vários funcionários da Alemanha, eles chegaram
a construir cerca de 40 pontes de concreto armado aqui, sua firma funcionou como
escola para formação de profissionais nacionais, evitando assim a importação de
mais estrangeiros.
Surgiram várias estruturas imponentes no Brasil desde então, conseguindo
assim vários recordes mundiais, entre eles estão: em 1969 recorde mundial de vão
para o Museu de Arte de São Paulo; em 1962 maior arco de concreto do mundo
para a Ponte da Amizade, em Foz do Iguaçu; em 1930 maior vão do mundo em viga
reta (68m), onde fui utilizado pela primeira vez o processo de balanço sucessivo na
Ponte Emílio Baumgart, em Santa Catarina; em 1982 a maior usina hidroelétrica do
mundo, com 190 metros de altura, projetada e construída por brasileiros e
paraguaios, a Usina Hidroelétrica de Itaipu.
Para Neville (2016), o concreto é um material duradouro, que pode atingir uma
resistência de valor bastante elevado. Porém, seu poder de resistência é somente
alto para forças de compressão. O concreto não resiste bem a forças de tração,
sendo necessário o auxilio de barras ou armaduras de aço para corrigir essa falta de
resistência. E ai nasce o concreto armado, onde a união do concreto com as
armaduras de aço, resulta num material heterogêneo e resistente a forças de
compressão e tração.
O Slump Test consiste num ensaio onde se utiliza um cone com 30cm de
altura e diâmetros de 10cm e 20cm. O cone é preenchido com concreto, onde a
cada 10cm é dado 25 golpes com uma barra de ferro de 16mm. Ao fim, o cone deve
ser retirado cuidadosamente em linha reta, e é medido com um auxilio de uma trena
e uma barra chata a altura que o concreto ficou após a retirada do cone e
comparada com a altura do cone. O resultado do slump test é essa diferença entre
as alturas.
Abaixo estão dois quadros sobre a utilização do Slump Test.
14
2.1.4 Trabalhabilidade
2.1.5 Plasticidade
Para Araújo; Rodrigues e Freitas (2000), o agregado miúdo mais utilizado para
a fabricação do concreto é a areia lavada, sendo as de tamanho médio e grossa as
mais indicadas para a fabricação do concreto. “É fundamental para a dosagem que
se conheça a umidade e o inchamento da areia a ser usada.”
Para Araújo; Rodrigues e Freitas (2000), o concreto endurecido deve ter uma boa
resistência, durabilidade, impermeabilidade e aparência. Exceto a aparência, os
outros pontos são influenciados sensivelmente pela relação água/cimento.
O concreto endurecido tem poder de resistência a compressão, tração, flexão e
cisalhamento. Onde dentre essas, a que mais se destaca é a resistência a
compressão. Aos 28 dias de idade, o concreto já atingiu entre 75% e 90% da sua
resistência máxima. Os cálculos dos elementos de concreto se baseiam nessa
idade. Porém o concreto pode levar até 2 anos para atingir sua resistência máxima.
A resistência a compressão e a tração se correlacionam. Onde a resistência a
tração simples seria 1/10 da resistência a compressão, e a resistência a tração na
flexão seria 1/5 da resistência a compressão do concreto. Chamamos de:
fc – A resistência a compressão do concreto
ft – A resistência a tração simples do concreto
ft’ – A resistência a tração na flexão do concreto
fck – A resistência característica do concreto
fct – A resistência característica a tração pura do concreto
ftk – A resistência a tração característica do concreto
fcd – A resistência de cálculo do concreto
materiais são distribuídos de uma maneira que cada um consiga resistir ao seu
esforço, concreto a compressão e aço a tração.
O surgimento do concreto armado se deu pela necessidade de construir obras
com padrões diferentes e diferentes formatos, para tal o concreto precisaria de um
aditivo, uma ajuda para que ele resistisse a forças de tração. Alguns pontos
solidificaram a escolha do aço para ser esse material resistente a tração, o aço
possui boa resistência a tração, tem uma boa adesão ao concreto fazendo com que
sua aderência seja melhor e possibilitando que o trabalho conjunto funcione melhor,
o coeficiente de dilatação térmica do aço e do concreto são praticamente iguais,
concreto: (0,9 a 1,4) x 10^-5/ºC, mais frequente 1,0x10^-5/ºC, aço: 1,2x10^-5/ºC,
uma diferença insignificante, adota-se para o concreto armado 1,0x10^-5/ºC (NBR
6118/2014), e como o concreto envolve o aço totalmente ele o protege contra
agentes externos protegendo-o contra a corrosão, para agentes internos, durante a
pega do concreto ele cria uma camada inibidora ao redor do aço.
O trabalho conjunto entre concreto e aço é o que permite o aumento da
capacidade resistente de um elemento estrutural fletido (viga), quando se compara a
vigas de mesma largura e altura da seção transversal. Na região tracionada onde o
concreto somente sofreria fissuração e assim deformaria ele arrasta consigo o aço,
por conta da aderência, que é forçado a trabalhar e assim absorver os esforços de
tração. Já na região comprimida uma parcela poderá ser absorvida pela armadura
de aço, caso o concreto não consiga lidar com todo o esforço de compressão.
segurança que não estão sendo utilizadas sempre, deixando-as em reserva para o
caso de alguma avaria vá atingir a estrutura;
Simplicidade de execução: como não se faz necessário muita mão de obra
especializada, a execução fica bem mais simples comparando as estruturas de aço;
Economia de Execução: Como o aço não será o responsável por resistir a todos
os esforços de compressão, sendo resistido pelo concreto, fica mais barato;
Economia de conservação: A conservação do aço impõe manutenções mais
constantes que as do concreto, sendo exigido pinturas frequentes e mais cuidados,
caso que não ocorre no concreto;
Incombustibilidade: grande diferença em comparação as estruturas metálicas,
que em contato com altas temperaturas podem ser deformadas consideravelmente,
o concreto por ser bem resistente a temperatura conserva sua forma e consegue
assim proteger o aço que se encontra no seu interior, a resistência do concreto não
se altera até 200ºC, a 300ºC a sua resistência é de 80% ao valor inicial e aos 500ºC
é de 50% da resistência inicial;
Maior resistência a choque e vibrações: estruturas de concreto armado são
menos sensíveis aos esforços rítmicos de cargas moveis do que estruturas
executadas com outros materiais;
Impermeabilidade: o concreto é pouco permeável a água, mas é poroso, então se
faz necessário manutenção periódica em regiões com ambientes quimicamente
agressivos e regiões marítimas, é preciso planejar revestimos para as armaduras,
pelo cobrimento do concreto.
As estruturas de concreto armado têm algumas características inerentes ao seu
comportamento que podem ser, para alguns, possíveis desvantagens, essas
precisam ser consideradas durante a fase de planejamento e projetos. Podemos
citar:
Por ter essa composição seu peso também aumenta, adota-se massa especifica
aparente igual a 25 kN/m³, o que é maior que o máximo adotado para estruturas
com concreto leve estrutural utilizando agregado graúdo, que tem sua massa
especifica aparente no máximo em 20 kN/m³;
Surgem problemas se for necessário fazer reformas ou ajustes por ser mais
trabalhoso, como meio de se evitar pode ser adotado em projeto estruturas pré-
fabricadas;
20
outros. Essa seria uma das vantagens desse modelo, junto à possiblidade de uma
visualização físico-intuitiva clara e abrangente do comportamento do elemento
estrutural em consideração.
Para Pantoja (2012), esse modelo permite um detalhamento mais refinado para
uma estrutura de forma mais racional, substituindo os procedimentos empíricos,
visto que antes desse método os elementos estruturais com algum tipo de
descontinuidade eram projetados levanto em consideração recomendações práticas.
2.3.1 Regiões B e D
Figura 3: Regiões B e D e modelo de treliça para uma viga. Fonte: Silva; Giongo,
(2008)
Segundo Santos e Giongo (2008), na determinação do ângulo θ entre as bielas e
os tirantes, quanto maior o valor de θ, maior é a taxa de armadura transversal e
menor é o valor da tensão nas bielas. Porém, ao diminuir o valor desse ângulo e
deixa-lo próximo de seu valor mínimo, a taxa de armadura diminui, mas o valor da
tensão nas bielas aumenta. Com base nessas informações, sugere-se que se adote
o valor mínimo de θ para que apenas as tensões de compressão sejam verificadas
diretamente, garantindo que essas tensões estejam dentro do limite estabelecido.
Porém, bielas com baixos valores de θ tem um alto valor de tensão na
armadura transversal entre o inicio da fissuração e seu estado limite último, e
necessitam de um maior comprimento de ancoragem da armadura longitudinal. Em
elementos que sofrem a forças de tração axial, não é recomendado a utilização de
um baixo valor de inclinação.
2.4 Normas
De acordo com o item 13.2.5.1 da NBR-6118/2014, que fala sobre furos em vigas
na direção de sua largura, a distância mínima do furo a face mais próxima da viga
24
deve ser de no mínimo 5cm ou duas vezes o valor do cobrimento desta face. A
seção remanescente deve ser capaz de resistir aos esforços calculados e permitir
uma boa concretagem.
Para a dispensa de verificação, devem ser respeitadas algumas condições:
a) furos em zona de tração e a uma distância da face do apoio de no mínimo 2 h,
onde h é a altura da viga;
b) dimensão do furo de no máximo 12 cm e h/3;
c) distância entre faces de furos, em um mesmo tramo, de no mínimo 2 h;
d) cobrimentos suficientes e não seccionamento das armaduras.
De acordo com o item 21.3, que fala sobre furos e aberturas, as estruturas de
concreto armado que tem furos devem ser previamente calculadas e detalhadas de
acordo com a presença do furo e das variações de tensão que essa abertura vai
causar. Calculando e definindo armadura para ser posta no entorno dessa abertura,
a fim de resistir as tensões que surgem ao redor desse furo.
Segundo o item 21.3.3 as aberturas no sentido vertical da viga não podem
possuir diâmetro maior que 1/3 da largura da viga, a distância entre o furo a face
mais próxima da viga deve ser de 5cm e duas vezes o cobrimento, no mínimo. No
caso de existir um conjunto de furos, esses devem ser alinhados e a distância entre
as faces de cada tubo deve ser de 5cm ou o diâmetro do furo, e esses
espaçamentos devem ter no mínimo um estribo.
Importante ressaltar que a redução da capacidade de resistir a esforços de
tração e flexão na região da abertura devem ser verificadas.
25
Já Vaz (2011) cita o estudo sobre torção do matemático alemão Richard Courant,
realizado em 1943, como o pioneiro do método dos elementos finitos. No entanto, o
mesmo autor afirma que o estudo não foi evidenciado o suficiente na época de sua
publicação, “Talvez esse fato possa ser atribuído ao pouco apelo dos métodos
numéricos em um momento em que a indústria de computadores estava em fase
embrionária.”. Bathe (2014) suporta essa afirmação ao correlacionar a viabilidade da
utilização do Método dos elementos finitos à solução de um conjunto de equações
algébricas por meio computacional.
Moraes (2015) diz que a nomenclatura oficial do método dos elementos finitos
surgiu em um artigo publicado na década de 1960 pelo professor de Engenharia
Estrutural do departamento de Engenharia Civil da universidade da Califórnia, Ray
W. Clough.
Figura 5: Ponte D. Luis I, Porto, Portugal. Estudos para a ponte Luis I. Fonte:
Azeredo (1998).
28
Figura 6: Análise por M.E.F. revelou quais barras precisariam ser reforçadas.
Fonte Estudos para a ponte Luis I. Fonte: Azeredo (1998).
furos, o que delimita a quantidade máxima de furos para cada viga de acordo com
suas dimensões.
Comparado com os resultados encontrados por Augustinho (2009), a viga em
balanço continua tendo como melhor local para colocação do furo em H/2, visto que
mais próximo do apoio tem o aumento das tensões diagonais e quanto mais
afastado do apoio maior será o momento atuante. Nas vigas bi apoiadas analisadas
por Augustinho (2009) constatou-se que com furos próximos ao apoio, cumpridas as
exigências da norma (Augustinho utilizou da norma 6118/2003), comporta-se de
uma maneira semelhante com a viga de alma cheia, e, que quanto maior a distância
que o furo é feito do apoio, e, a adição de outro furo na viga, interfere no processo
de fissuração. Visto que em sua análise, a fissura surgiu exatamente no segundo
furo, que ficava mais próximo ao ponto de momento máximo (centro) da viga.
Já segundo Silva et al (2016) também analisando vigas bi apoiadas notou-se
que as que os furos foram colocados mais próximos ao centro (momento máximo),
sofreram ruptura por cisalhamento. Enquanto uma viga com furos mais próximos ao
apoio se comportou praticamente igual a uma viga de alma cheia.
Com base nos resultados vistos por diversos trabalhos, temos uma falsa
verdade que quanto mais próximo dos apoios melhores serão os resultados,
contudo a norma 6118 (2014) nos mostra que a distância ideal para os furos se tem
em H/2 do apoio a face do furo. Isso se dá porque quanto mais próximos dos
apoios, maior a tensão diagonal, com isso a tensão de cisalhamento aumenta
consideravelmente.
Segundo Abreu et al (2016), a presença do furo implica em menor a
resistência da peça de concreto, com isso maiores serão os esforços e
consequentemente, maior será o consumo de aço.
De acordo com Silva et al (2016), se o furo atravessar alguma biela
comprimida, a situação torna-se mais crítica, pois os esforços de tração sobre a viga
aumentam.
Silva et al (2016), fizeram furos no sentido vertical da viga, foi feita a análise e
observou-se que quanto mais era aproximado o furo do apoio, maior era o valor das
tensões principais de tração, o que aumentava as chances de uma ruptura por
tração diagonal. Através de seus resultados, dar-se a entender que furos na vertical
aumentam os esforços de tração nos estribos mais ainda que nos furos horizontais.
30
Sendo assim, o furo vertical é mais prejudicial que furos no sentido horizontal,
cortando a largura da viga.
Segundo Abreu et al (2016) para o reforço das armaduras para uma viga com
furo, analisou-se 3 casos diferentes, as ditas situações mais críticas para
implementação de um furo. Uma viga com dois furos próximos do apoio teve uma
elevação da quantidade de consumo de aço em cerca de 74%, seguido da viga com
furo central em que a elevação foi de 70% e por último a viga com um furo próximo
do apoio com a respectiva elevação de armadura de 51%.
3 METODOLOGIA
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Como o esperado, os resultados indicaram o que previamente foi estudado.
Quanto mais próximo da região do furo, maiores foram as tensões encontradas. Nas
faces e no meio da viga apresentaram maior amplitude na região do furo.
Gráfico 6: Média – Lado em balanço – região fora do furo. Fonte: Autor (2018).
Já na análise no lado do engaste, é possível notar uma intensidade maior de
tensões no decorrer de toda a viga, esta reage bem e permanece estável até o seu
limite. Pode ser visto um acréscimo, quase linear de forças, sendo interrompido por
uma leve variação na área em que se encontra o furo, o que se faz necessário uma
tensão maior, como também ocorreu do lado em balanço por ser o ponto de
momento máximo.
42
Gráfico 7: Média – Lado do engaste – região fora do furo. Fonte: Autor (2018).
Quadro 5: Valores das médias fora do furo. Fonte: Autor (2018).
Figura 15: Viga após análise, tensões de compressão e tração. Fonte: Autor (2018).
6 CONCLUSÃO
Desde o início, foi descoberto que os furos em vigas são comuns em obras
da Construção Civil e que a NBR 6118 (2014) explica como elaborar e executar os
furos de forma segura e adequada. O presente trabalho trouxe um furo de 100mm
(10 cm) na viga para a análise, por este ser o furo mais comum na execução da
parte sanitária de uma edificação.
Após analises dos dados encontrados da viga, o estudo mostra que para
realização de furos em vigas de concreto armado é necessário um pré-
dimensionamento, pois a região do furo e sua periferia tornam-se uma região menos
resistente, comparada a parte maciça da viga, necessitando de um fortalecimento
da região, com reforços para a carga extra solicitada sendo colocados nas regiões
mais solicitadas.
As forças que passam pela viga tendem comprimir o furo, tornando uma
região que sofre maiores tensões. Assim como previsto, de acordo com os estudos
feitos, a viga tende a se romper na região do furo, colocando em risco a estabilidade
e durabilidade da construção.
45
REFERÊNCIAS
INCULET, VLAD. ABAQUS Reinforced Concrete Beam. 2016. Disponível em: <
https://www.youtube.com/watch?v=XzJC8Nqf8vo&t=4147s>. Acesso em: 21 de
janeiro de 2018.