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ÉTICA E CIDADANIA

ÉTICA E
CIDADANIA

PALAVRA DE ORIGEM TUPI


QUE SIGNIFICA “CRIANÇA” OU “CRIANÇA PEQUENA”.
SUMÁRIO
1. EPÍGRAFE ............................................................................................................. III

2. INTRODUÇÃO ................................................................................................... III

3. PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS ............................ III

POR QUE TRABALHAR COM PROJETOS? ............................................. III

QUAL É A CONTRIBUIÇÃO DA ÉTICA E DA CIDADANIA


AO CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO INFANTIL? ...................................... V

NA FORMAÇÃO MORAL, UMA PARTE ESQUECIDA


PELO CURRÍCULO – A AFETIVIDADE ..................................................... VI

4. EIXOS TEMÁTICOS SELECIONADOS ...................................................... VI

5. OBJETIVOS......................................................................................................... VI

6. PROPOSTAS DE TRABALHO....................................................................... VII

1. RESPEITO MÚTUO – DIVERSIDADE E DIFERENÇA ................. VII

2. JUSTIÇA – REGRAS SOCIAIS ............................................................XII

3. SOLIDARIEDADE – RELAÇÕES INTERPESSOAIS:


EDUCAÇÃO PARA A PAZ E A SOLIDARIEDADE ..................... XV

7. LEITURAS RECOMENDADAS AOS ALUNOS ......................................XX

8. LEITURAS RECOMENDADAS AOS PROFESSORES ..........................XX

9. REFERÊNCIAS ................................................................................................XXI

II
1. EPÍGRAFE
O ser humano vem ao mundo com seus instintos primitivos de sobrevivência, próprios
do mundo animal. Durante seu processo de inserção na cultura, tais instintos necessitam
ser dominados e submetidos a compromissos morais. Um longo e sofrido processo, ini-
cialmente heterônomo e só aos poucos tornado autônomo na medida em que cada um
desenvolve em si a subjetividade e a consciência moral. Todo novo ser humano nasce em
princípio amoral e similar aos demais seres do mundo animal, sem quaisquer critérios da
moralidade. A superação dessa situação originária de animalidade e a assunção da condição
de humanidade é a trajetória da aculturação que conduz, lentamente, ao reconhecimento
de cada indivíduo como membro da cultura própria dos humanos. [...]
GOERGEN, Pedro. In: TOGNETTA, Luciene; VICENTIN, Vanessa (Org.). Formação ética e Filosofia: uma parceria de futuro.
São Paulo: Editora do Brasil, 2012. p. 16.

2. INTRODUÇÃO
Levar alguém à reflexão e à mudança de hábitos e atitudes é uma tarefa complexa que exige
pesquisa, planejamento, tempo e ação, já que influencia ações de outro ser, como o modo de pensar,
falar e fazer coisas. Educar para o desenvolvimento moral e a formação de cidadãos justos, conscien-
tes e críticos – éticos –, desde a mais tenra idade, é também, portanto, papel imprescindível da escola.
De acordo com o Dicionário eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa, uma das acepções de ética é
um “conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um indivíduo, de um grupo social
ou de uma sociedade”. Assim, o estudo da ética fornece subsídios importantes para o pensamento
sobre o fazer cotidiano, o conviver e o estar no mundo.
Intenciona-se, aqui, expor uma proposta para levar crianças e adultos a rever posturas e
maneiras de ver o mundo e lidar com ele, visto que, no dia a dia da sociedade atual, paradigmas
são derrubados: algo proibido por séculos torna-se aceito e defendido e preconceitos de todos
os tipos são combatidos em busca de uma sociedade mais igualitária e justa.
Este Projeto Mitanga Ética e Cidadania foi elaborado com essa perspectiva, visando contribuir
com uma proposta pedagógica para o desenvolvimento moral e a formação ética dos alunos. Para isso,
optou-se pelo trabalho com projetos pedagógicos, uma vez que oferecem uma metodologia compro-
missada com a construção de conhecimento por meio da interação entre os indivíduos.
A seguir, apresentamos os pressupostos teóricos e metodológicos que embasaram a elaboração
deste Projeto.

3. PRESSUPOSTOS TEÓRICOS
E METODOLÓGICOS
Por que trabalhar com Projetos?
Trabalhar com projetos na escola, desde a Educação Infantil, é uma forma de vincular o
aprendizado escolar aos interesses e preocupações das crianças, aos problemas emergentes
na sociedade em que vivemos, à realidade fora da escola e às questões culturais do grupo. [...]
CORSINO, Patrícia. Educação Infantil: cotidiano e políticas. Campinas: Autores Associados, 2009. p. 105.

III
Projetos são conjuntos de atividades que trabalham com conhecimentos espe-
cíficos construídos a partir de um dos eixos de trabalho que se organizam ao redor
de um problema para resolver ou um produto final que se quer obter. Possuem
uma duração que pode variar conforme o objetivo, o desenrolar das várias etapas,
o desejo e o interesse das crianças pelo assunto tratado. Comportam uma gran-
de dose de imprevisibilidade, podendo ser alterados sempre que necessário, ten-
do inclusive modificações no produto final. [...] Por partirem sempre de questões
que necessitam ser respondidas, possibilitam um contato com as práticas sociais
reais. Dependem, em grande parte, dos interesses das crianças, precisam ser sig-
nificativos, representar uma questão comum para todas e partir de uma indagação
da realidade. É importante que os desafios apresentados sejam possíveis de serem
enfrentados pelo grupo de crianças. Um dos ganhos de se trabalhar com projetos
é possibilitar às crianças que, a partir de um assunto relacionado com um dos eixos
de trabalho, possam estabelecer múltiplas relações, ampliando suas ideias sobre
um assunto específico, buscando complementações com conhecimentos perti-
nentes aos diferentes eixos. Esse aprendizado serve de referência para outras situa-
ções, permitindo generalizações de ordens diversas.
A realização de um projeto depende de várias etapas de trabalho que devem
ser planejadas e negociadas com as crianças para que elas possam se engajar e
acompanhar o percurso até o produto final. O que se deseja alcançar justifica as
etapas de elaboração. O levantamento dos conhecimentos prévios das crianças so-
bre o assunto em pauta deve se constituir no primeiro passo. A socialização do que
o grupo já sabe e o levantamento do que desejam saber, isto é, as dúvidas que pos-
suem, pode se constituir na outra etapa. [...]
O registro dos conhecimentos que vão sendo construídos pelas crianças deve
permear todo o trabalho. [...]
Os projetos contêm sequências de atividades e pode-se utilizar atividades per-
manentes já em curso.
A característica principal dos projetos é a visibilidade final do produto e a solu-
ção do problema compartilhado com as crianças. Ao final de um projeto, pode-se
dizer que a criança aprendeu porque teve uma intensa participação que envolveu a
resolução de problemas de naturezas diversas. Soma-se a todas essas característi-
cas mais uma, ligada ao caráter lúdico que os projetos na Educação Infantil têm. [...]
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional
para a Educação Infantil. Brasília: MEC; SEF, 1998. v. 3. p. 57-58.

Considerando o exposto acima e a “grande dose de imprevisibilidade” dessa metodologia, cabe


lembrar que essa característica essencial aos projetos determina que as etapas propostas para o
desenvolvimento das atividades e as próprias temáticas eleitas possam e devam ser alteradas sem-
pre que necessário. Quanto maior a contribuição do grupo, mais rica será a experiência; além disso,
as possibilidades de ampliação são infinitas. Para concluir, enfatiza-se que, uma vez que o projeto
pretende trabalhar com a formação ética e o desenvolvimento moral de crianças, o envolvimento
das famílias é uma meta a ser perseguida. Em geral, a resposta dos familiares costuma ser positiva
e eles, sem dúvida, são parceiros essenciais para o sucesso desse trabalho.

IV
Qual é a contribuição da ética e da cidadania
ao currículo da Educação Infantil?
A ética e a cidadania são dois conceitos cruciais na sociedade e estão intimamente relacio-
nados com as atitudes dos indivíduos e a forma como interagem uns com os outros. Segundo
o Dicionário Aulete Digital, ética é o “conjunto de princípios, normas e regras que devem ser
seguidos para que se estabeleça um comportamento moral exemplar”, e cidadania é o “conjunto
dos direitos civis, políticos e sociais dos cidadãos, ou dos mecanismos para o estabelecimento e
garantia desses direitos”.

Aprender a ser cidadão e a ser cidadã é, entre outras coisas, aprender a agir com
respeito, solidariedade, responsabilidade, justiça, não violência, aprender a usar o diálogo
nas mais diferentes situações e comprometer-se com o que acontece na vida coletiva da
comunidade e do país. Esses valores e essas atitudes precisam ser aprendidos e desenvol-
vidos pelos estudantes e, portanto, podem e devem ser ensinados na escola.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.
Ética e cidadania: construindo valores na escola e na sociedade. Brasília: MEC; SEB, 2007. p. 69.

À medida que a sociedade se desenvolve, vai-se construindo e ampliando cada vez mais a
noção de cidadania, justamente pelo conjunto de parâmetros sociais que ela envolve. Já o tra-
balho com ética tem como “horizonte o bem comum e a dignidade humana, exige que estejam
presentes o respeito mútuo, a justiça, a solidariedade e o diálogo: bases da construção da ci-
dadania”. (BRASIL, 2005, p. 78).

CIDADANIA

RESPEITO
JUSTIÇA SOLIDARIEDADE DIÁLOGO
MÚTUO

Em todos esses conceitos – respeito, justiça, solidariedade e diálogo – encontra-se


referência a algo da maior importância: a consideração dos outros. A individualidade de
cada um só tem sentido quando reconhecida pelos outros. Reconhecer quer dizer
conhecer e respeitar. Assim, compreende-se a expressão igualdade na diferença.
Somos diferentes – homens e mulheres, brancos e negros, adultos e crianças –,
mas somos iguais em nosso direito de participar da construção da cultura e de nos re-
alizarmos como seres humanos em sociedade, com nosso trabalho.
MENEZES, Mindé Badauy de; RAMOS, Wilsa Maria (Org.). Livro de estudo. Brasília: MEC; SEB; Secretaria de Educação a
Distância, 2005. Unidade 6. p. 79. (Coleção Proinfantil).

V
Na formação moral, uma parte esquecida
pelo currículo – a afetividade
O currículo escolar é um dos itens que mais provocam discussões dentro e fora do ambien-
te escolar. O docente, em sua rotina, tem de desenvolver habilidades e dar conta de uma série de
exigências. No entanto, pesquisadores vêm alertando sobre uma falha recorrente nos currículos
que abordam a formação moral: considerar apenas o aspecto cognitivo, e não levar em conta a
afetividade infantil. A criança precisa saber o que ela deve moralmente fazer, mas, igualmente,
deve querer fazer o que ela entende ser correto.
O trabalho com a afetividade na escola proporciona ao aluno a possibilidade de conhecer os
próprios sentimentos e emoções, de modo que possa conviver bem consigo mesmo e com os ou-
tros. “Moral e Ética, inteligência e afetividade, dever e querer, são conceitos que se articulam para
o entendimento do fenômeno humano.” (TOGNETTA, 2009, p. 28).

A escola infelizmente utiliza uma formação moral baseada no medo e na obediência,


ou no dever. No entanto, é no querer desses meninos e meninas que nós precisamos
mexer. Para serem bons, solidários, honestos, ou seja, para agirem com ética, esses
jovens e crianças precisam desejar assim serem. Agora, o fato é que para que isso aconteça
é preciso que nós, educadores, nos preocupemos com uma parte esquecida pelo currículo
ocidental: a afetividade.
E o que é afetividade? Longe de carinho e cuidado, temos insistido que um trabalho
com afetividade na escola é permitir que essas crianças possam se conhecer para
controlar a energia que as move a agir, ou seja, seus sentimentos e emoções – e assim
possam estar bem consigo mesmas para estarem bem com os outros. [...]
TOGNETTA, Luciene Regina Paulino. A formação da personalidade ética: estratégias de trabalho com afetividade na escola.
Campinas: Mercado de Letras, 2009. p. 29. (Coleção Psicologia e Educação em Debate).

4. EIXOS TEMÁTICOS SELECIONADOS


Tendo por base esses pressupostos teóricos e metodológicos, foram selecionados alguns ei-
xos e temas a fim de desenvolver o trabalho com ética e cidadania em turmas de alunos da
Educação Infantil.
Para o sucesso do trabalho é muito importante que sejam feitas adequações dessas propos-
tas à realidade da turma e da comunidade em que a escola está inserida, além de manter-se aten-
to às oportunidades que o cotidiano escolar e o familiar oferecem para o desenvolvimento e a
ampliação do projeto.

EIXOS
RESPEITO MÚTUO JUSTIÇA SOLIDARIEDADE
relações interpessoais: educação
TEMAS diversidade e diferença regras sociais
para a paz e a solidariedade

5. OBJETIVOS
Considerados os eixos e os temas selecionados, foram definidos os seguintes objetivos para o
desenvolvimento do trabalho na Educação Infantil:
f favorecer a construção da identidade;
f promover a construção da autoestima e consequentemente da autoconfiança;

VI
f desenvolver a capacidade de se relacionar com o outro;

f propiciar aprendizagens sociais, como dividir, compartilhar, colaborar uns com os outros,
combinar e respeitar regras;

f conhecer, respeitar e utilizar regras de convívio social;

f estabelecer e ampliar cada vez mais as relações sociais, aprendendo aos poucos a ar-
ticular seus interesses e pontos de vista com os dos demais, respeitando a diversidade e
desenvolvendo atitudes de ajuda e colaboração;

f vivenciar valores de igualdade e respeito entre pessoas de sexos diferentes e aceitar as di-
ferenças e particularidades do outro;

f valorizar ações e atitudes que envolvam respeito ao outro, cooperação e solidariedade;

f formar cidadãos e sujeitos éticos;

f possibilitar aos alunos que se posicionem criticamente diante de situações e conflitos que
envolvam valores e regras de convívio social;

f proporcionar a interação entre os alunos com base nas atividades sugeridas, possibilitando
um trabalho de reflexão e troca.

6. PROPOSTAS DE TRABALHO
1. Respeito mútuo – Diversidade e diferença
PARA INÍCIO DE CONVERSA...
Na Educação Infantil, o trabalho com as diferenças e diversidades ganha especial relevância no
momento atual. Discutir o inegável fato de que todos são diferentes tem se tornado de extrema
importância, e até o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) destaca o
trabalho com diversidade. Para que a atitude de aceitação das diferenças e particularidades do
outro seja incorporada pelas crianças, esse conceito precisa estar presente nos diálogos e nas
atitudes dos adultos com quem elas convivem, já que os adultos são o modelo dos pequenos.
Deve-se considerar, também, que os alunos são diferentes entre si e isso possibilita uma educa-
ção fundamentada em condições de aprendizagem que respeitem as necessidades deles, cabendo
a você identificar as diversas soluções. Além disso, é importante dar atenção particular aos alunos
com necessidades educativas especiais, que, por suas características peculiares, estão mais sujeitos
à discriminação.
Há algum tempo, as diferenças eram entendidas como aquilo que se distanciava do normal, fu-
gia ao padrão. Mas, afinal, o que é ser normal e o que é ser diferente? Para Brandão (1986), o diferente
e a diferença são partes da descoberta de um sentimento que, armado pelos símbolos da cultura, nos
diz que nem tudo é o que eu sou e nem todos são como eu. Mais que as diferenças, o que está em jogo
é a imensa diversidade que nos forma, que nos constitui como sujeitos de uma relação de alteridade.
Alteridade é o estado, qualidade daquilo que é outro, distinto (antônimo de identidade).
Atualmente, o trabalho com as diferenças constitui um desafio para as instituições de Educação
Infantil, e sua prática deve ser orientada para a compreensão da cultura de um grupo ou de um in-
divíduo que faz parte dela, considerando também a sociedade na qual esse grupo ou indivíduo está
inserido. Segundo Gusmão (2000), é com base nesse conceito que as diferenças ganham sentido e
expressão como realidade e definem o papel da alteridade nas relações sociais entre os homens.
A instituição inclusiva é capaz de trabalhar com a diversidade, fazendo com que todos os alu-
nos, com suas capacidades e limitações, consigam aprender. A ideia de inclusão se fundamenta
numa filosofia que reconhece e aceita a diversidade da vida, e isso significa garantir o acesso de
todos a todas as oportunidades, independentemente das particularidades de cada indivíduo no
grupo social e considerando que a aprendizagem é algo que provoca mudanças nas pessoas, por

VII
meio de experiências individuais e sociais. Assim, o indivíduo aprende em contato com o outro,
com o meio e com suas próprias experiências, construindo e reformulando seus conhecimentos e
passando a estabelecer relações entre eles.

2xSamara.com/ Shutterstock
O trabalho com a diversidade e o convívio com a diferença possibilitam a amplia-
ção de horizontes tanto para o professor quanto para a criança. Isto porque permite a
conscientização de que a realidade de cada um é apenas parte de um universo maior
que oferece múltiplas escolhas. Assumir um trabalho de acolhimento às diferentes
expressões e manifestações das crianças e suas famílias significa valorizar e respeitar a
diversidade, não implicando a adesão incondicional aos valores do outro. Cada família
e suas crianças são portadoras de um vasto repertório que se constitui em material rico
e farto para o exercício do diálogo, aprendizagem com a diferença, a não discriminação
e as atitudes não preconceituosas.
Estas capacidades são necessárias para o desenvolvimento de uma postura ética
nas relações humanas. Nesse sentido, as instituições de Educação Infantil, por intermédio
de seus profissionais, devem desenvolver a capacidade de ouvir, observar e aprender com
as famílias.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental.
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC; SEF, 1998. v. 1. p. 77.

1a ETAPA – AUTORRETRATO
Prepare uma caixa com um espelho dentro e diga aos alunos que nela há algo muito es-
pecial. Em seguida, oriente cada aluno a abrir a caixa e descobrir o que há nela de tão especial.
Uma sugestão é que essa atividade de descoberta seja feita fora da sala de aula. Depois de todos
terem aberto a caixa e descoberto suas próprias carinhas no espelho, peça que façam, em folha
sulfite, o desenho do que viram: o autorretrato deles. Se necessário, explique-lhes o que é um
autorretrato.
Por fim, organize os alunos sentados em roda e proponha a cada um que apresente sua pro-
dução aos colegas, descreva a si mesmo e conte o que tem de tão especial. Fique atento se alguns
alunos não perceberem de imediato alguma característica pessoal que considere especial. Ajude-os,
mostrando que todos têm algo de diferente, bom e excepcional.

VIII
2a ETAPA – PERCEBENDO A DIVERSIDADE
Inicie a atividade cantando com os alunos a música “Você vai gostar de mim”, de Xuxa (DVD Xuxa
só para baixinhos, v. 10, Sony Pictures, 2010, 43 min, faixa 12). Se desejar, mostre-lhes o videoclipe da
canção disponível no endereço <www.youtube.com/watch?v=kSqs_CAs4zs> (acesso em: nov. 2014).
Explore a letra levando a turma a cantar, dançar e dramatizar a música com gestos e outros
movimentos do corpo.
Em seguida, organize os alunos em roda e converse com eles sobre a música. Levante algumas
questões que os façam refletir e incentive-os a verbalizar opiniões. Uma possibilidade é reler trechos
da música e questioná-los:
f Vocês são iguais ou muito parecidos com alguém da família de vocês?
f Vocês são iguais ou muito parecidos com alguém desta sala de aula?
f Vocês são muito diferentes de alguém da família de vocês? Citem algumas diferenças.
f Vocês são muito diferentes de alguém desta sala de aula? Citem algumas diferenças.
Conclua a conversa perguntando se eles já pensaram como seria se todas as pessoas fossem
iguais. Estimule-os a contar hipóteses.

3a ETAPA – SE TODOS FOSSEM IGUAIS...


Mostre aos alunos a imagem a seguir (ou alguma outra imagem com a mesma proposta), que
retrata um grupo de pessoas exatamente iguais fazendo atividades diferentes num mesmo ambiente.
Se desejar, reproduza a imagem em um projetor multimídia.
Oriente os alunos a observarem a imagem, analisarem a situação e emitirem opinião sobre
a situação retratada: Como seria o mundo se todas as crianças (ou pessoas) do mundo fossem
exatamente iguais?
Estimule o grupo a manifestar-se livremente e registre na lousa as ideias ditas por eles; a opinião
de cada um é extremamente importante. Leve-os a perceber, com a discussão, que se todos fossem
iguais as pessoas não teriam nada de especial, teriam os mesmos gostos, os mesmos hábitos, as
mesmas características etc.

Henrique Brum

IX
4a ETAPA – O QUE SERIA DO AZUL SE TODOS GOSTASSEM DO AMARELO?
Inicie esta etapa do trabalho entregando a cada aluno duas cópias da Ficha 1, disponível para
impressão no Portal Projeto Mitanga.

FICHA 1 – AZUL, AMARELO OU COLORIDO?


Instrua os alunos a colorir uma das imagens utilizando somente a cor amarela ou azul.
Oriente-os a pintar a segunda imagem com as cores que desejarem e na variedade preferida.
Em seguida, peça-lhes que apresentem aos colegas as duas imagens coloridas, estimulando-
-os a dizer qual delas acharam que ficou mais bonita e por quê. Espera-se que eles percebam que
as várias cores, com seus diferentes matizes, contribuem para a beleza da composição. O mesmo
acontece com as pessoas: cada uma com sua particularidade torna a convivência mais bela e rica.

5a ETAPA – VALORIZANDO AS DIFERENÇAS


Faça com os alunos a leitura comentada do livro Meu amigo Etevildo, de Telma Guimarães
Castro Andrade (Editora do Brasil). Veja a seguir a sinopse da obra e uma sugestão de trabalho de
leitura comentada.
Editora do Brasil

Um novo aluno na classe sempre causa curiosidade. Ainda mais quando


esse aluno é Etevildo, um garoto especial, que não se parece muito com os
colegas. Cabelo espetado, altura acima da média e uma mochila esquisita
ajudam a deixá-lo ainda mais diferente. Porém, quando um amigo fica doente,
Etevildo mostra que gestos de verdadeira amizade podem vir daqueles que, às
vezes, menos esperamos.

LEITURA COMENTADA
Antes da leitura do livro, faça perguntas aos alunos sobre o título: Vocês conhecem alguém
com o nome Etevildo? É um nome comum? Que nomes são comuns no lugar onde moramos? Que
nomes não são tão comuns? É bom ter um nome comum? Por quê? É melhor ter um nome diferente?
Por quê?
Então leia o texto para eles, de maneira pausada e, em determinados trechos, conversem sobre
as questões que a narrativa apresenta. Por exemplo, na página 3, a história diz: “Meus amigos riram
quando ele entrou na classe”. Você pode perguntar: Por que as crianças fizeram isso? Como você se
sentiria se fosse o novo aluno da turma?
Outro exemplo, na página 15: “E amigos a gente aceita do jeito que eles são!”. Você pode
perguntar: Amigos só têm qualidades ou eles também fazem coisas que não são legais? Você
deixa de gostar de um amigo porque ele fez algo de que você não gostou? O que devemos fazer
nessas horas?
Leve-os a perceber que cada pessoa é de um jeito, que todos temos qualidades e defeitos, e
que não deixamos de ser amigos das pessoas por causa dessas diferenças.

6a ETAPA – OBSERVANDO MEUS COLEGAS DE CLASSE


Em nosso mundo, são comuns manchetes de jornais falando em agressões e maus-tratos.
Muitas vezes, as pessoas mais facilmente reclamam das outras do que as elogiam. Gestos de
generosidade são, em geral, mais raros de acontecer ou ser publicados na primeira página de um
jornal. No entanto, pesquisadores e cientistas têm estudado a importância do elogio na vida das
pessoas. Não o elogio falso, mas aquele que realmente vale a pena ser dito a alguém. Sempre ha-
verá algo bom a ser dito sobre as pessoas.
Elogiar não é uma tarefa fácil na sala de aula, mas valerá a pena cada segundo investido nesse
sentido. Lembre-se de que a autoestima é muito importante para o desenvolvimento social e
psicológico da criança.
Veja as sugestões de atividades a seguir.

X
ENVELOPES DAS QUALIDADES
Prepare antecipadamente envelopes com tiras de papel nas quais estarão escritas qualidades
(elogios). Em cada envelope, uma tira de papel com uma qualidade. Algumas sugestões: CARINHOSO,
SIMPÁTICO, ALEGRE, COMPREENSIVO, DIVERTIDO, CRIATIVO, CAPRICHOSO, ANIMADO,
GENEROSO, RISONHO e outras que desejar.
Inicie a atividade questionando os alunos quanto às qualidades deles e às dos colegas: Quais
são nossas qualidades? Elas nos fazem especiais e únicos? E quais são as qualidades dos colegas da
sala de aula? Incentive-os a falar o que pensam a respeito.
Organize-os, então, sentados em roda e espalhe os envelopes no chão, no centro da roda. Um
aluno por vez escolhe um dos envelopes e lê, com sua ajuda, a qualidade sorteada. Se desejar,
para a atividade ficar mais interessante, faça adivinhas e peça ao resto da turma que tente acertar
qual é a qualidade antes de o aluno mostrar-lhes o papel.
Depois, discuta com a turma sobre a qualidade sorteada perguntando a todos se compreendem
o que a palavra significa; peça-lhes que deem exemplos de como é ter essa qualidade. Em seguida,
leve-os a olhar para os colegas a fim de perceber o que eles têm de interessante ou de diferente e que
mereça destaque, identificando, assim, um colega que tenha a qualidade sorteada. Instrua-os a
verbalizar para o colega a qualidade na forma de um cumprimento ou elogio.

INTEGRAÇÃO
Outra atividade interessante com objetivo semelhante é a integração, que pode contribuir
muito para se instituir uma nova rotina em sala de aula: o elogio como prática cotidiana. Muitas
vezes, os alunos se intimidam ao demonstrar o que acham do outro. Mostre que características
simples podem virar elogios, como: ter uma letra bonita, ser alegre, brincalhão, animado, capri-
choso, educado, honesto, generoso, criativo, desenhar bem, dar uma risada gostosa etc. Essas qua-
lidades podem ser percebidas em situações como ceder a vez na hora de um jogo ou na fila da can-
tina, partilhar os brinquedos, ajudar quando alguém está em dificuldade, entre outras.
Em seguida, organize os alunos em roda e peça que façam um elogio ao colega que estiver ao
lado direito deles. Dê um tempo para que pensem e escolham o elogio que querem fazer. Depois,
distribua-lhes folha sulfite e peça que desenhem o colega a quem fizeram o elogio e, com sua ajuda,
escrevam abaixo do desenho o elogio dito a ele.

CULMINÂNCIA
Organize uma mostra de trabalhos para a comunidade escolar.

f Expressão por meio de música e dança: os alunos cantam e dançam a música “Você vai
gostar de mim”, de Xuxa. Depois, todos devem expor em um mural confeccionado coletiva-
mente os autorretratos produzidos, as imagens coloridas (monocromáticas e coloridas) e
as conclusões formuladas por eles sobre as questões abordadas nas duas atividades.

f Expressão por meio da literatura: leitura da história Meu amigo Etevildo, de Telma Guimarães
Castro Andrade. Proponha uma contação da história, que pode ser feita por um aluno ou
um grupo. Finalize a apresentação fazendo a pergunta: O que descobrimos sobre os cole-
gas da sala de aula e as diferenças entre cada um de nós e os outros? Em seguida, peça que
relatem livremente, ou com base nos desenhos que fizeram, o que descobriram ao ouvir a
história, ao observar as imagens e ao conversar com os colegas e o professor.

f Expressão por meio de elogio: incentive os alunos a mostrar o que descobriram de bom sobre
os colegas da sala de aula. Isso pode ser feito confeccionando um mural com os desenhos
e os elogios dados aos colegas.

f Expressão por meio dos sentimentos: oferta-surpresa de um brinde ao membro ou aos


membros da família ou da comunidade escolar que estiverem presentes no dia da mostra
de trabalhos. Pode-se oferecer um retrato da pessoa homenageada desenhado pelo próprio
aluno, com um elogio abaixo do desenho.
Converse com os pais dos alunos sobre os objetivos éticos traçados e oriente-os a conquistar
os mesmos objetivos no espaço familiar.

XI
AVALIAÇÃO
Por fim, faça com os alunos uma avaliação do trabalho realizado. Questione-os:

f O que mais gostaram de fazer no projeto?

f De que não gostaram?

f O que aprenderam?

f O que foi mais importante nesse trabalho?

Após um mês da conclusão do projeto – e periodicamente –, conduza uma conversa com o


grupo para que avaliem o relacionamento entre eles: o respeito mútuo e o respeito às diferenças
entre os membros do grupo. Observe as seguintes questões:

f A prática do elogio foi incorporada à rotina da sala de aula ou mesmo às famílias dos
alunos?

f Os alunos estão sendo tolerantes em relação às diferenças de cada um e têm conseguido con-
versar para resolver suas discordâncias?

f O projeto ajudou a melhorar o relacionamento entre os alunos na sala de aula e fora dela?

f O que falta fazer para o grupo conviver com mais harmonia?

DURAÇÃO DO PROJETO: 1 BIMESTRE

2. Justiça – Regras sociais

PARA INÍCIO DE CONVERSA...

michaeljung/ Shutterstock
O objetivo das regras sociais é organi-
zar a convivência humana; são normas de
comportamento socialmente aceitas, ou
seja, consideradas adequadas ou corretas
por um grupo cultural. O conjunto des-
sas normas é fundamental para regular
as relações sociais e a cooperação entre
as pessoas, e é reforçado por sanções so-
ciais. O processo de integração de um in-
divíduo num determinado grupo cultural
depende da aplicação das regras sociais
desse grupo.

1a ETAPA – O JOGO DE BOLICHE


Proponha aos alunos um jogo de boliche. Inicie conversando com eles sobre o que conhecem
a respeito desse jogo. Estimule a turma a participar contando tudo que já experienciaram com
relação ao boliche. Se achar enriquecedor, registre as ideias dos alunos na lousa.
Alguns questionamentos podem ser feitos para orientar a discussão. Veja:

f Quem conhece o jogo de boliche?

f Alguém já jogou?

f Sabem como se joga?

f Existe alguma regra?

f Como se decide quem vai jogar primeiro?

XII
f Quem ganha o jogo?

f Como se anotam os pontos de cada jogador?

2a ETAPA – AS REGRAS DO JOGO DE BOLICHE


Dê continuidade ao trabalho com boliche explicando aos alunos as regras desse jogo. Você
pode utilizar as regras convencionalmente estabelecidas ou elaborar outras com a turma, con-
siderando a maturidade dos alunos. Os endereços a seguir (acesso em: nov. 2014) podem ser con-
sultados para esta fase do projeto.

f www.boliche.com.br/instru_basicas.htm

f www.infoescola.com/esportes/boliche/

f www.mundoeducacao.com/educacao-fisica/boliche.htm

Em seguida, solicite aos alunos que, em duplas, registrem as regras estabelecidas por meio de
desenhos em cartolina ou papel kraft. Oriente-os a fazer um desenho por regra, para que nenhuma
fique sem o recurso visual. Disponibilize diversidade de materiais, como: giz de cera colorido, lápis
de cor, canetas hidrográficas, cola colorida, papéis picados coloridos etc. Após o registro, exponha os
cartazes no mural da sala de aula.

3a ETAPA – CONFECCIONANDO AS PEÇAS DO JOGO DE BOLICHE


Proponha à turma a confecção das peças necessárias para se jogar boliche. Utilize preferen-
cialmente materiais recicláveis e sucata. Há diversos modelos de pinos e bolas de boliche, mas
escolha o que se adaptar melhor ao nível de maturidade da turma. Veja a seguir um exemplo.

MATERIAIS:
f 10 garrafas PET pequenas;

f papel crepom colorido;

f jornal;

f fita adesiva colorida;

f meia velha.

Oriente os alunos a decorar as garrafas PET com papel crepom e fita adesiva colorida, enchê-las
com jornal ou papel crepom colorido. Para fazer a bola, recheiem uma meia velha com jornal até ela
ficar firme e decore-a com fita adesiva colorida.
Se preferir, organize os alunos em grupos de 3 ou 4, dividindo os materiais e as tarefas entre
eles. Durante essa atividade, fique atento ao comportamento de cada um: verifique se o aluno
consegue trabalhar em equipe sem brigas, se respeita a opinião do colega, se segue instruções etc.

4a ETAPA – CAMPEONATO DE BOLICHE


Com os pinos e a bola de boliche confeccionados, sugira aos alunos um campeonato de boliche.
Nesta etapa, oriente-os a consultar os cartazes com as regras que eles confeccionaram. Organize-os
em equipes e combinem como os pontos serão registrados. Você pode marcar os pontos numa car-
tolina ou mesmo na lousa, escrevendo também os nomes das equipes. Ao término do jogo, somem
os pontos para saber qual equipe foi a vencedora.

5a ETAPA – OBSERVANDO AS REGRAS DA ESCOLA


Retome com os alunos os processos relacionados às regras do jogo de boliche: consentimento de
todos quanto à regra, elaboração da regra escrita, ilustração dela, exposição para consulta, especial-
mente para que haja um campeonato harmônico. Explique-lhes que com as regras sociais também
acontece dessa forma. Tome como exemplo as regras da escola por meio de questionamentos: E
na escola também há regras? Para que servem?

XIII
Faça com eles o levantamento das regras que devem ser observadas no ambiente escolar para
que haja:
f convivência harmoniosa no grupo;

f conservação e organização dos materiais escolares;

f limpeza e organização dos ambientes da escola.

Durante a conversa, faça o papel de escriba, registrando na lousa ou em papel kraft uma lista
das regras citadas pelo grupo e que são importantes para a boa convivência no ambiente escolar,
organização e manutenção dele. Depois, distribua folhas sulfite e instrua-os a desenhar uma das
regras escolares que citaram. Exponha os trabalhos no mural da escola para apreciação de alunos
de outras turmas.

6a ETAPA – ORGANIZANDO MEU MATERIAL ESCOLAR


Distribua a cada aluno uma cópia da Ficha 2, disponível para impressão no Portal Projeto
Mitanga, e siga as orientações que acompanham a ficha.

FICHA 2 – ORGANIZANDO MEU MATERIAL ESCOLAR

CULMINÂNCIA
Organize uma mostra de trabalhos para a comunidade escolar.

f Expressão por meio do jogo: promova uma gincana com jogos simples, como boliche,
dominó, quebra-cabeças etc., e convide alunos de outras turmas da escola, familiares de
alunos e a comunidade escolar para participar. As disputas devem ser feitas sempre en-
tre duas equipes e serão orientadas por um professor e alunos coordenadores. O objetivo
é colocar o aluno na função de mediador, inclusive observando as regras sociais para ma-
nutenção da harmonia entre as disputas. Professor e alunos coordenadores apresentarão
o jogo às equipes, deixando claras as regras e a forma de jogar. Em caso de discordância, o
grupo procurará, por meio do diálogo, resolver o problema; o professor ou os alunos coorde-
nadores somente devem interferir caso não cheguem a um acordo. No final, todas as equipes
receberão um diploma de participação, confeccionados pelos próprios alunos.

Enfatize, nessa etapa, que o importante é sempre participar e competir, não necessariamente ganhar.

AVALIAÇÃO
1. Da atividade de jogar boliche em sala de aula

a) Observância das regras pelo grupo:

f O grupo respeita as regras?

f Alguém costuma esquecer as regras? O que o grupo faz para ajudar o colega que as esquece?

f Houve brigas por causa das regras estabelecidas para convivência no ambiente escolar ou
para os jogos?

b) Formação de grupos para atividades ou jogos:

f Os participantes conseguiram se organizar em grupos de forma harmoniosa?

f Houve quem não aceitasse um colega como parceiro de equipe?

c) Resolução das discordâncias:

f Os alunos conseguiram se entender por meio da conversa?

f Houve interferência do professor para resolver a discordância?

XIV
d) Registro de pontos durante atividades de jogos:

f Houve problemas no registro dos pontos? De que tipo? Como foram resolvidos?

Proponha aos alunos que avaliem cada item por meio de palavras e/ou de carinhas (do tipo
smiles). Elas podem ser fotocopiadas e distribuídas aos alunos ou produzidas com eles. Caso opte
pela confecção, instrua-os a colar um palito de sorvete atrás da carinha, de modo que seja usada
como uma plaquinha.
Veja exemplos de carinhas:

Vanessa Alexandre
2. Do projeto

f O que mais gostaram de fazer no projeto?

f Do que não gostaram?

f O que aprenderam?

f O que foi mais importante nesse trabalho?

Após um mês da conclusão do projeto – e periodicamente –, conduza uma conversa com o


grupo para que avaliem o relacionamento e a convivência entre eles com relação ao respeito às
regras. Fundamente sua observação nas questões seguintes.

f Quais regras têm sido menos respeitadas pelo grupo?

f Quais regras têm sido respeitadas sem problemas pelo grupo?

f Jogar é uma atividade que o grupo realiza com tranquilidade?

f O projeto ajudou a melhorar a convivência do grupo durante jogos e competições? E em


relação ao respeito às regras em geral?

f Os alunos têm conseguido conversar para resolver suas discordâncias?

f O que falta fazer para o grupo observar melhor as regras da escola em geral?

DURAÇÃO DO PROJETO: 1 BIMESTRE

3. Solidariedade – Relações interpessoais:


educação para a paz e a solidariedade
PARA INÍCIO DE CONVERSA...
Atualmente, o trabalho com crianças impõe grandes desafios aos profissionais da educação.
E no que diz respeito à Educação Infantil, o cotidiano escolar constitui-se de uma realidade tan-
to de cooperação como de conflitos entre os sujeitos que a compõem. Tal dinâmica depende da
maneira como as pessoas se percebem, já que a percepção que temos dos outros é influência de
nossos próprios valores, que interferem de forma decisiva nas relações sociais.
O ser humano precisa valorizar o ser humano: por ser dotado de inteligência, consciência e
vontade, é importante pensar na preservação da vida com dignidade e como bem maior.
A paz é um bem muito precioso e necessário à vida humana. É importante que se reflita sobre
a paz buscando ações e atitudes que aproximem as pessoas e as tornem capazes de construir

XV
relações solidárias, de respeito e cooperação. A educação, responsável pela formação intelectual
do ser humano, tem papel importante na construção da paz.

Aprender a conviver e relacionar-se com pessoas que possuem habilidades e


competências diferentes, que possuem expressões culturais e marcas sociais próprias,
é condição necessária para o desenvolvimento de valores éticos, como a dignidade do
ser humano, o respeito ao outro, a equidade e a solidariedade. (BRASIL, 1998, p. 35).

“Da mesma forma, para que as crianças possam exercer a cooperação, a solidariedade e o
respeito, por exemplo, é necessário que aprendam alguns procedimentos importantes relacionados
às formas de colaborar com o grupo, de ajudar e pedir ajuda etc.” (BRASIL, 1998, p. 51).
A ação do professor de Educação Infantil como mediador é possibilitar a criação de condições
para os alunos desenvolverem, gradualmente, diversas capacidades importantes, como a tomada
de decisão, a construção de regras, a cooperação, a solidariedade e o diálogo.

1a ETAPA – COM O QUE COMBINA?


Inicie a atividade cantando com os alunos a música “Fico assim sem você”, de Claudinho e
Buchecha (CD Claudinho & Buchecha – Nosso sonho não vai terminar, Som Livre, 2002, 58 min, faixa 1).
Explore a letra, levando a turma a cantar, dançar e dramatizar a música por meio de gestos
e outros movimentos. A letra da canção fala de coisas que costumamos ver juntas, coisas que
socialmente entendemos que se completam e combinam uma com a outra, como: queijo e goiabada,
futebol e bola, avião e asa, fogueira e brasa, circo e palhaço, Romeu e Julieta, entre outros.
Em seguida, proponha a eles um jogo com palavras. Peça que formem pares de palavras que
combinem ou se completem. Por exemplo, dê uma palavra e oriente-os a dizer outra palavra para
completar a dupla. Exemplos: feijão (arroz), sapato (pé), anel (dedo), papel (lápis) etc. Registre na
lousa ou em cartolina as combinações feitas.
Depois, distribua folhas sulfite e instrua-os a fazer um desenho para representar o par de
palavras que preferirem.
Por fim, monte um mural com as imagens e combinações de palavras produzidas pelos alunos
e exponha-o na sala de aula. Não se esqueçam de dar um título para o mural, que pode ser algo
como COM O QUE COMBINA?

Marta Lagarta/Editora Ática


2a ETAPA – COM O QUE NÃO COMBINA?
Faça com os alunos a leitura do livro Rima ou combina?, de Marta Lagarta (Ática).
No poema que dá nome ao livro, a autora brinca com os sons das palavras e
com elementos que, apesar de ter nomes que rimam, não combinam. Por exemplo,
ao comparar as palavras RATO e GATO, conclui que elas rimam, mas os elemen-
tos não combinam.
Após a exploração do livro, continue a brincar com as palavras, seus sons e suas rimas. Peça
aos alunos que, oralmente, identifiquem as rimas e os objetos que não combinam, apesar de seus
nomes rimarem.
Nessa faixa etária, o trabalho com rimas é muito importante para o desenvolvimento de diversas
habilidades que contribuem para o processo de alfabetização e letramento em Língua Portuguesa.

3a ETAPA – COMBINAR OU NÃO COMBINAR DEPENDE DE MUITA COISA!


Faça com os alunos a leitura comentada do livro E não tinha briga não, de
Editora do Brasil

Márcia Glória Rodriguez Dominguez (Editora do Brasil). Veja a seguir a sinopse da


obra e uma sugestão de trabalho de leitura comentada.
Feito cão e gato eles viviam, dividiam o mesmo prato e dormiam no mesmo
balaio. Brincavam juntos, se davam bem. Tem alguma coisa errada aí! Como po-
de o cachorro e o gato não brigarem? Pois é, esses eram diferentes e entre eles
não tinha briga não!

XVI
LEITURA COMENTADA
Antes da leitura do livro, indague os alunos sobre o título: Vocês acreditam que cães podem ou
não conviver com gatos? Em sua opinião, cães e gatos são sempre inimigos? Estimule-os a contar
o que pensam e o que já vivenciaram a respeito.
Então leia com eles o livro de maneira pausada e, em determinados trechos, conversem sobre
as questões que a narrativa apresenta. Por exemplo, na página 2, a história diz: “Existe uma crença
antiga/que você deve conhecer,/falando que o cão e o gato/jamais podem se entender”.
Leve-os a perceber que, muitas vezes, combinar ou não depende da cultura e das regras es-
tabelecidas por um grupo social. No caso da história, o gato e o cachorro cresceram e se desen-
volveram juntos, então não conheceram a crença de que um não tinha de gostar do outro, sendo,
assim, amigos inseparáveis.

4a ETAPA – CONVIVENDO EM HARMONIA


A proposta desta etapa é mostrar aos alunos que “inimigos naturais” podem conviver em
harmonia. Isso pode ser feito assistindo com eles ao vídeo A amizade é linda, disponível no link:
<www.youtube.com/watch?v=qQZAuKf5GuM> (acesso em: nov. 2014), ou por meio de imagens
semelhantes às que seguem. Essas imagens também podem ser expostas com o uso de um pro-
jetor multimídia.

Ermolaev Alexander/
Shutterstock

Vvvita/Shutterstock

XVII
Após a exposição do vídeo ou das imagens, retome com eles a história do livro E não tinha briga
não, de Márcia Glória Rodriguez Dominguez. Incentive-os a comentar o que viram e ouviram e
explore os comentários com questionamentos. Veja algumas sugestões:

f O cão é diferente do gato (ou o gato é diferente da coruja), mas podem viver em harmonia?

f Vocês conhecem outros animais de famílias diferentes que convivem em paz e são amigos?

f Vocês acham que diferenças representam necessariamente oposição ou inimizade?

f Em sua opinião, pessoas ou animais diferentes podem conviver e viver em paz e harmonia?

Por fim, distribua folhas sulfite para a turma e peça que façam um desenho para representar
do que mais gostaram do vídeo, do livro ou das imagens.

5a ETAPA – ANIMAIS E AMIZADE


Distribua a cada aluno uma cópia da Ficha 3, disponível para impressão no Portal Projeto Mitanga,
e siga as orientações que acompanham a ficha.

FICHA 3 – ANIMAIS E AMIZADE

6a ETAPA – FALANDO SOBRE AS PESSOAS E A PAZ


CONVERSANDO, REFLETINDO E APRENDENDO
Proponha aos alunos uma conversa sobre a paz e estimule-os escrevendo PAZ num cartaz.
Explore a palavra e questione a turma quanto aos significados que ela pode assumir. Em seguida,
inicie um debate usando as perguntas a seguir.

f Animais diferentes podem viver em paz?

f As pessoas vivem em paz?

f Por que as pessoas brigam?

f Por que as pessoas fazem guerra?

f As pessoas podem viver em paz?

Depois, direcione a conversa para a realidade escolar e social dos alunos. Veja algumas opções
de questionamentos:
f Na escola, vivemos em paz?

f De que vocês gostam que seu colega faça?

f De que vocês não gostam que seu colega faça?

f O que incomoda vocês na atitude dos colegas na sala de aula ou no pátio?

f O que vocês fazem quando um colega faz algo de que vocês não gostam?

f Por que acontecem brigas na sala de aula e no pátio?

f Conversar pode evitar brigas? Conversar é melhor do que brigar?

f O que pode ser feito para evitar brigas, construir a paz e conviver em harmonia com nossos
amigos na escola?

Por fim, proponha à turma a confecção de um Manual de Regras de Convivência, para o qual
você será o escriba de um texto coletivo elaborado com as dicas e opiniões dos alunos para a boa
convivência com colegas, funcionários e professores na escola.

XVIII
CULMINÂNCIA
Organize uma mostra de trabalhos para a comunidade escolar.

f Expressão por meio de música e dança: os alunos cantam e dançam a música “Fico as-
sim sem você”, de Claudinho e Buchecha. Depois, apresentam um mural confecciona-
do previamente no qual estão expostos os desenhos e as frases produzidas sobre o tema
“Com o que combina?”.

f Expressão por meio de literatura, imagens e vídeo: peça aos alunos que contem aos
familiares, amigos e às pessoas da comunidade o que descobriram sobre as relações
entre cão e gato e entre outros animais de espécies diferentes. Proponha uma contação
da história do livro E não tinha briga não!, de Márcia Glória Rodriguez Dominguez, que
pode ser feita por um aluno ou um grupo. Finalize a apresentação fazendo a pergunta:
O que descobrimos sobre as relações entre animais de diferentes espécies? Em segui-
da, peça que relatem livremente, usando os desenhos que fizeram, o que descobriram
ao ouvir a história, observar as imagens, assistir ao vídeo e conversar com os colegas e
o professor.

f Expressão por meio dos sentimentos: proponha a todos que ouçam e cantem juntos
a música “A paz”, de Roupa Nova (DVD Roupa Nova 30 anos ao vivo, Microservice, 2011,
100 min, faixa 11). Se desejar, mostre-lhes o videoclipe da canção disponível no en-
dereço <www.youtube.com/watch?v=3MW9jAZ0gOM> (acesso em: nov. 2014). Ofereça
também, aos membros da família dos alunos ou da comunidade escolar que estiverem
presentes no dia da mostra de trabalhos, a letra da música impressa para que seja can-
tada por todos. Se preferir, ensaie a canção algumas vezes com os alunos antes do dia
da mostra.

Converse com os pais dos alunos sobre os objetivos de solidariedade traçados e oriente-os a
conquistar os mesmos objetivos no espaço familiar.

AVALIAÇÃO
Por fim, faça com os alunos uma avaliação do trabalho realizado. Questione-os:

f O que mais gostaram de fazer no projeto?

f De que não gostaram?

f O que aprenderam?

f O que foi mais importante nesse trabalho?

Após um mês da conclusão do projeto – e periodicamente –, conduza uma conversa com o grupo
para que avaliem o relacionamento e a convivência entre eles. Fundamente sua observação nas
questões seguintes.

f A convivência está sendo tranquila?

f O projeto ajudou a melhorar o relacionamento entre os alunos na sala de aula e fora dela?

f Os alunos têm conseguido conversar para resolver suas discordâncias?

f Está havendo brigas?

f O que falta fazer para o grupo conviver em paz e harmonia?

DURAÇÃO DO PROJETO: 1 BIMESTRE

XIX
7. LEITURAS RECOMENDADAS AOS ALUNOS
Editora do Brasil

TÍTULO: Girafinha Flor faz uma descoberta


AUTORA: Therezinha Casasanta
ASSUNTOS: Amadurecimento e descobertas, amizade, animais, so-
ciabilidade, solidão, solidariedade e união.
A doce girafinha Flor sentia-se muito sozinha. Achou que não tinha ami-
gos, que ninguém ligava para ela e decidiu ir à cidade buscar um remédio pa-
ra esse problema. Porém, o remédio estava bem ali: ela conseguiu perceber a
tempo como era cercada de bondosos amigos. A girafinha fez uma excelente
descoberta!

TÍTULO: É meu!

Editora do Brasil
AUTORA: Telma Guimarães Castro Andrade
ASSUNTOS: Cidadania, amadurecimento, descobertas, amizade, disci-
plina, comportamento, egoísmo, escola, sociabilidade, solidariedade, união
e ética.
É dia do brinquedo na escola. Uma boneca-faz-tudo, um gato mia e
pula e um ursinho que repete tudo que ouve... A cada semana, Patrícia
leva alguma coisa diferente, e seria muito divertido se ela emprestasse e
dividisse o que leva com os colegas... Mas isso logo muda. Com a ajuda do
ursinho, ela percebe que ser egoísta não é nada divertido.
Editora do Brasil

TÍTULO: Boneco da paz


AUTORA: Telma Guimarães Castro Andrade
Assunto: Amizade, diferenças, inclusão, disciplina, comportamento,
preconceito, intolerância, sociabilidade, solidariedade, união, ética, plura-
lidade cultural.
Ana convida Miguel e Bárbara para brincar em sua casa. No mo-
mento de escolher a brincadeira, já começa o desentendimento. Ana e
Bárbara acabam se entendendo, mas Miguel fica de lado, fora da diversão.
Sozinho, logo percebe que brincar sem as amigas não tem a menor gra-
ça. Como mudar essa situação? Crianças podem lidar com conflitos pró-
prios da idade e sempre encontram soluções divertidas para resolvê-los.

8. LEITURAS RECOMENDADAS
AOS PROFESSORES
TÍTULO: A formação da personalidade ética: estratégias de trabalho com
Mercado de Letras

afetividade na escola
AUTORA: Luciene Regina Paulino Tognetta
O objetivo principal deste livro é desmistificar o trabalho com afetivi-
dade na escola, comprovando que é muito mais do que carinho e cuidados
– na verdade é a tarefa principal do docente. Da mesma forma que para
lecionar Matemática os professores devem aprender como ocorre a gênese
do número, das noções de espaço, das medidas etc., é necessário um conhe-
cimento sistematizado do desenvolvimento infantil para formar pessoas
éticas, e não apenas adequar o currículo escolar. Este livro contextualiza o
tema da afetividade na escola e dos estudos contemporâneos sobre ética e

XX
moral e faz propostas para serem usadas na educação de acordo com as orientações da psicologia
moral. Acompanha o livro um encarte com propostas de atividades que foram experimentadas.
Muitos meninos e meninas relatam, na obra, sua participação nessas atividades – pessoas que
nunca haviam tido a oportunidade de ser ouvidas e de ter respeitados seus próprios pensamentos
e sentimentos e que, por meio desses experimentos, puderam vivenciar a ética e aprender como
estar bem consigo mesmas e com o outro.

TÍTULO: Ética e cidadania: construindo valores na escola e na sociedade


Ministério da Educação

AUTOR: Brasil, Ministério da Educação


Toda criança e todo jovem têm o direito de aprender o sentido de cida-
dania em sua concepção mais ampla. Portanto, é dever da escola ensinar
e agir com base nos princípios da democracia, da ética, da responsabilida-
de social, do interesse coletivo, da identidade nacional e da própria con-
dição humana.
O Programa Ética e Cidadania – Construindo Valores na Escola e na
Sociedade é o reflexo desses compromissos e o campo no qual se espera
consolidar práticas pedagógicas que conduzam à consagração da liber-
dade, da convivência social, da solidariedade humana e da promoção e
inclusão sociais.

9. REFERÊNCIAS
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O outro, esse GUSMÃO, Neusa Maria Mendes de. Revista
desconhecido. In: . Identidade e Mediações, Londrina, EDUEL, v. 5, n. 2,
etnia. São Paulo: Brasiliense, 1986. p. 9-28, jul./dez. 2000.
BRASIL. Ministério da Educação e do MENEZES, Mindé Badauy; RAMOS, Wilsa Maria.
Desporto. Secretaria de Educação Livro de estudo (Org.). Brasília: MEC; SEB;
Fundamental. Referencial Curricular Secretaria de Educação a Distância, 2005.
Nacional para a Educação Infantil. Brasília: (Coleção Proinfantil).
MEC; SEF, 1998. 3v.
TOGNETTA, Luciene Regina Paulino.
. Ministério da Educação. Secretaria A formação da personalidade ética:
de Educação Básica. Fundo Nacional de estratégias de trabalho com afetividade
Desenvolvimento da Educação. Ética e na escola. Campinas: Mercado de Letras,
cidadania: construindo valores na escola e 2009. (Coleção Psicologia e Educação
na sociedade. Brasília: MEC; SEB, 2007. em Debate).
CORSINO, Patrícia (Org.). Educação Infantil: ; VICENTIN, Vanessa (Org.). Formação
cotidianos e políticas. Campinas: Autores ética e Filosofia: uma parceria de futuro.
Associados, 2009. São Paulo: Editora do Brasil, 2012.

XXI

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