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PARECER ELABORADO PELO DOUTOR JACY GARCIA VIEIRA, VERSANDO SOBRE A REVALIDACAO DE DIPLOMAS ESTRANGEIROS NO BRASIL | - introdugao Formalizou-me convite o College norte-americano American College Of Brazilian Studies - AMBRACOLLEGE para fomecer parecer juridico, acerca das questées constitucionais e legais relacionadas ao procedimento de revalidagéo de diplomas estrangeiros no Brasil. Solicitou-me a instituigao de ensino andlise abrangente sobre o tema, mas com énfase nas respostas as seguintes questdes: a) Existe empecilho constitucional ou legal a revalidagao de diplomas estrangeiros no Brasil? b) Havendo condigées objetivas de avaliagdo da formagao superior obtida no estrangeiro, poderia existir motivago constitucional, legal ou mesmo lagica para que o Brasil editasse normas que impedissem ou restringissem a revalidagao de diplomas estrangeiros no Brasil? ¢} O método de ensino, se presencial ou a distancia, empregado na obtengao do diploma estrangeiro pode influenciar no processo’de revalidagao do diploma no Brasil? € Passo ao parecer: PARECER Il -Consideragées prel ares ‘A educagao pode ser entendida como um conjunto de agées e/ou reflexées pedagégicas ao desenvolvimento geral do corpo, da mente e do espirito humano, por transferéncia de conhecimentos efou promogao de aprendizades. Trata-se da fonte geradora de aprendizados respensaveis por todas as transformagSes promovidas pelo homem em todas as esferas, circunstancias ou niveis. A educagao € o félego do raciocinio e do desenvolvimento intelectual e esta intrinseca e determinantemente ligada ao viver humano. A educagdo é uma atividade humana natural, feita pelo aprendizado, treino, observagao ou experiéncia, e sempre embasou e preparou o homem ao trabalho, permitindo-Ihe agir sobre a natureza, alterando-a e adaptando-a as suas necessidades. O processo educativo ocorre em todas as circunstancias da vida humana, em todos os locais e em todos os tempos, em maior ou menor intensidade, formal ou nao, com melhor ou menor qualidade. Mesmo sendo a educagao um processo continuo e ininterrupto da vida humana, © aperfeicoamento do homem e a sua evolugdo para uma vida organizada exigiu a progressiva sistematizacao do processo educativo. Houve uma natural especializagao, pela dedicagao ao estudo de temas especificos, para atendimento a demandas também especificas. Areas de estudos se sistematizaram, criando-se parametros distintos ao aprendizado. Evidenciaram-se situagdes claras de ensinantes @ aprendentes para conhecimentos parametrizados direcionados a vencer a resisténcia da natureza as adaptagoes necessarias a vida humana organizada. Nessa linha evolutiva, surgiram as pessoas detentoras de conhecimento suficiente sobre uma determinada area ou atividade de atuagao, os profissionais. Em natural sequéncia, emergiu a necessidade de transmissao permanente dos conhecimentos profissionais as geragdes sucessoras. Essa necessidade criou as primeiras escolas e a conseqiiente escolarizag’o da educac¢ao. Ainda que 0 processa educativo, por sua natureza intrinseca ao viver humano, ocorra de forma natural, independentemente de qualquer formalizagéo, temos hoje a educagao socialmente organizada, formalmente instituida e completamente escolarizada. Essa organizagao escolar introduziu niveis formais de educagao ou, mais especificamente, de certificagao de conhecimentos adquiridos. A educagao ao aprendizado esta hierarquicamente organizada por niveis dé 3 conhecimento adquirides mediante a aplicagdo de métodes de transmissao desses conhecimentos. Em geral, os niveis de conhecimento adotados s&o 0 basico, o intermediario, o de transigaéo, 0 profissional & 0 pés-profissional. Todos os niveis sao formaimente certificados por um titulo oficial conferido ao egresso do nivel cursado. O titulo certifica a completa transferéncia ao egresso dos conhecimentos previstos para o nivel cursado, independentemente do método adotado. Embora existam diferentes métodos educacionais, 0 objetivo fundamental da educagSo oficial @ a formagao de profissionais. O progresso da humanidade exige cada vez mais a atuagdo proficiente de profissionais bem formados. Em sintese pratica, educa-se basicamente para o trabalho. Traduzindo-se o resultado da educagao fermal em beneficios de fronteiras, o pais que pratica a melhor educagao tem totais condigdes de ser 0 pais mais evoluido. Todavia, sera mais evoluido o pais que tiver trabalhando para si o maior nimero de bons _profissionais, independentemente de onde foram formados. Ill - Sobre a difusdo do conhecimento no mundo © grande e¢ constante progresso existente nos paises desenvolvidos deve-se a essa légica de educacdo ou de captagéo dos melhores profissionais para atuagao dentro de suas fronteiras. A educagao formal e escolarizada se processa em todos os paises, com maior ou menor qualidade. Todavia, essa formacao profissional oriunda de qualquer localidade do mundo, desde que identificada como de boa qualidade, sempre seré aproveitada pelos paises que so notoriamente desenvolvides. Em verdade, nao ha fronteiras A atuacao profissional, decorrente da boa educagéo. O desenvolvimento depende fundamentalmente do exercicio do bem __ profissionalismo, independentemente do método ou do local onde o profissional foi formado. © desenvolvimento depende da internalizagéo do conhecimento e esse processo decorre do incentivo e acompanhamento ao exercicio profissional nas mais variadas areas, sendo irelevante a origem ou método empregado na formagiio profissional. Todas os paises possuem sistemas de educacao institucionalizados e formam profissionais, sempre oficialmente certificados para sua area de aluagae técnica-profissional. Ainda que existam escolas de formacao profissional em todos os paises, 0 atuar profissional, na esséncia, ndo é cingindo ao territério do pais responsdvel pela formagdo e cerlificagao do profissional. Os conhecimentos obtidos pela educagdo escolarizada podem ser absorvidos ¢ utilizados ao progresso de toda civilizagao, ¢ independentemente de fronteiras. Para tanto, condig6es oficiais de recanhecimenta da formagao profissional sao construidas em todos os paises, para validagao de certificagdes ou titulagdes, independentemente do local onde se processou a educagao escolarizada do profissional. Para beneficio proprio em prol de seu desenvolvimento, todos os paises engendram condigées normativas capazes de permitir o trabalho de profissionais qualificados em seu territério, independentemente do pais onde se processou a educagdo escolarizada desses. Ha em todos os casos ambientes normativos instituidos para reconhecer, revalidar, convalidar ou validar titulos, diplomas ou certificados de forma a possibilitar a atuagdo profissional do detentor desses dentro das fronteiras do pais reconhecedor do conhecimento certificade fora de seu territério. O progresso da humanidade sempre dependeu da difusao de conhecimento no mundo. Diz-se comumente que ndo deve haver fronteiras ao conhecimento. IV ~ A normatizagao brasileira sobre a revalidacao de diplomas estrangeiros no pais Ao tratarmos de revalidagéo de diplomas estrangeiros no Brasil, intrinsecamente se nos apresentam os temas educagao e trabalho, como assente a0 desenvolvimento pleno da pessoa e © seu preparo ao exercicio da cidadania. Nessa ineréncia de temas, constata-se que a Constituigao brasileira de 1988, dentre todas, foi a mais incisiva ao tratar do direito 4 educagdo no Pais, dando-lhe maior preciso na redagao ¢ acrescentando, inclusive, os institutes juridicos 4 sua garantia. A Carta Magna brasileira, em seu artigo 6°, trouxe com clareza a educagao como direito social, ou seja, a educagao aparece como imprescindivel ao plena gozo dos direitos sociais, por exigir do Estado a correta interferéncia, em agao de justica distributiva, & diminuigao das desigualdades sociais. Por essa abrangéncia, cumpre-nos, em complemento, ingressar em analise das ordens constitucionais que orientam o direito 4 educacdo, especificamente ao esclarecimento da possibilidade de revalidagao de diplomas estrangeiros no Brasil, naquilo que respsita a intengo do ordenamente maior brasileiro a educacée como base a formagao profissional das pessoas para o exercicio laboral. Em intengao interpretativa sistemdtica da ConstituicSo Brasileira no que se refere ac tema em discusséo, comegamos a andlise pelos incisos, I, do artigo 206, que informa os principias que regem.a ministragao do ensino: "Il - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar ¢ divulgar 0 pensamento. a antee 0 saber.” © 0 V, do artigo 208, que incumbe ao Estado o dever de educar e especifica as garantias aos educandos: “V ~ Bcesso aos niveis mais elevados do ensino, d= pesquisa © da crisgo artista, sequndo a capacidade de cada ut em consonancia, por necessério, 4 expressdo do art, 205; “Art. 205. A educagao, direito de todos e dever do Estado e da familia, sera promovida © incentivada com a colaberagas da ceciedade, visando a0 pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercicio da cidadania Sua qualificagao para o trabalho, Uma canstituigaa nao € um elipanto de afloramentos normativos sem razées de origem, mas, em sintese, quando legitima, representa uma outorga popular que limita o poder-alcance do Estado-Governo e define a politica fundamental, os principios, os poderes e os direitos @ estabelece a estrutura de um governo. Assim, se a Constituigéo brasileira consagra a educagéio como direito social é porque entende como indiscutivel 0 papel da educagao como agente propulsor do desenvolvimento do Pais. Para o alcance desse mister sanciona a Lei Maior total “liberdade de aprender, ensinar e pesquisar..."¢ ndo admite a imposigao de limites ao “acesso aos niveis mais elevades do ensino, da pesquisa...", Esses mandamentos tém 0 claro desiderato de exigir do Estado a equidade na distribuig&o de oportunidades aos cidadaos para o acesso @ educagdo de qualidade, em todos os niveis, oferecendo-lhes liberdade indistinta & abtengéo © a ministrago de ensino @ a realizagdo de pesquisas, Todavia, os direitos conferidos nesses ditames s4o plenos e devem ser exercidos independentemente de oferta governamental, ao livre arbitrio das pessoas, ainda que tenham que recorrer ao ensino estrangeiro, sem que haja qualquer barreira, empecilho ou discriminagao ao reconhecimento no Pais da formagao obtida no estrangeiro, normalmente representada pelo reconhecimento de um titulo académico, Um titulo académico representa a certificagdo de um nivel de conhecimento adquirido. © lugar, a forma e 0 método empregados para a obtengao do conhecimento tém significdncia didatica e exaurem-se quando do cumprimento do objetivo da prestagéo educacional, ou seja, 0 lugar, a forma 6 © método empregados no ensino, desde que tenham formade o educando, pela transferéncia do conhecimento, objetivamente pouca relevancia tém. Existem hoje variados métodes de ensino empregados na ministragdo de cursos em todos. 0s niveis, decorrentes da evolugdo das técnicas pedagagicas. HA um crescente aumento na ministragae de cursos por educagde a distancia, em, raz&o do flagrante desenvolvimento da tecnologia das comunicagées. A rede. e"4 6 ( internet € amplamente utilizada como meio eficaz de comunicagéo a proporcionar a oferta de inimeros cursos por educagdo a distncia. Contudo, ainda que a atual configurag&o tecnolégica disponivel no mundo propercione a adogao de inimeros novos métodes de educar, de forma presencial ou a distancia, todos tém a propdsite fundamental de formar o educando, conferindo-Ihe um diploma que certifica, em sintese, a transferéncia do conhecimento ministrado. O método empregado na formagéo tem sua importéncia ne curso da ministragao, mas o que de fato oficialmente certifica 0 formado 0 diploma a ele conferida ¢ é esse titulo que serd objeto de revalidagao, nessa fase, sem qualquer relevancia ao método empregado. Em sequéncia, cumpre-nos destacar os ditames previstos no inciso IV do art. 1° da Constituigo Federal que expressa “Ar. 1®- A Republica Federativa do Brasil, formada pela unio indissolivel dos Estados e Municisios ¢ da Distrito Federal, constitui-se em Estado Democratico de Direito e tert como fundsmentos: ty IV - 0 valores socials do trabalho e da livre iniciatwa’ A garantia dos direitos individuais de cada pessoa a uma vida digna esta intimamente vinoulada a garantia de seus direitos sociais e econdmicos. Certo 6 que 08 direitos sociais nao se contrapéem ou excluem os direitos individuais, mas servem de meio para sua integral realizago, ou seja, todos da sociedade so sujeitos de direito, titulares de todos os direitos subjetivos que o estado democratico de direito assegura Nessa linha, 0 direito a0 trabalho ou, em maior amplitude, os direitos laborais no Brasil, inserido na Constituigao, devem ser interpretados em sua plenitude e nunca pela aplicabilidade restritiva, ainda que esse direito, por ser principio, nao se reverta de cardter pragmatico, pois sem eficdcia juridica imediata. Tem-se, portanto, em interpretagdo sistematica e sociolégica, que a formagao técnica do profissional faciita indiscutivelmente 0 acesso desse ao mercado de trabalho, independentemente do local onde a pessoa obteve sua especializagado, Evidente, portanto, que a formagao profissional obtida no exterior deve ser também prestigiada no Brasil, na mesma proporcdo daquela obtida nas escolas do pais, dando ao formado/certificado no exterior condigdes para trabalhar no Brasil, ¢ a lei néo pode ¢ nao tolheu seu reconhecimento no Brasil, sob pena de afronta ao preceita constitucional fundamental naquilo que respeita aos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa Na mesma linha, os incisos | e IV do art, 3°, também da Carta Ma brasileira, quando expressam: “Art. 3* Consbtuem objetivos fundamentals da Republica Federativa do Brasit | - construir uma sociedade livre, justa e solidaria;... IV - promover 9 bem de todos, sem preconceitos de origem, raga, S6x0, cor, Idade @ quaisquer outras ‘formas de discriminarao.”, indicam claramente que o Estado néo pode, sob pena de flagrante inconstitucionalidade, emanar ato que atente contra os objetivos fundamentais da repiblica, especialmente com relacdo a liberdade, a justiga, ao nao preconcsito ou a qualquer forma de discriminago. Qu seja, um ato emanado do Estado sera patentemente inconstitucional se for contra a construgao de uma sociedade livre, justa e soliddria, se for contra o desenvolvimento social, se, de alguma forma, promover a pobreza ou a marginalizagao ou aumentar as desigualdades ou, ainda, sé for preconssituasc, Levando-se essa linha interpretativa @ revalidagao de diplomas estrangeiros, vé-se que a normatizagao brasileira que sistematiza esse processo tem claro propésito de promover o desenvolvimento social, na medida em que proporciona ao profissional estrangeiro, ou ao brasileiro formado em outro pais, a possibilidade de desempenhar suas atividades em territério brasileira, via a revalidacdo de seus titulos de comprovacao de conhecimento obtida, desde que atendidas as -exigéncias de equivaléncia da mesma formagao no Brasil Ainda sobre os principios esculpidos na Constituigdo Federal Brasileira, -expressa os incisos Il, Ill ¢ IX do art. 4°: ‘At 4 - A Repiblica Federativa do Brasil rege-se nas suas relaghes internacionais pelos seguintes principios....1I- prevaléncia dos direitos humanos:..ll « autodeterminagao dos povos:..IX - eaoperagae entre os pavos, para o progresso da humenidade ‘Aqui temos mais uma inequivoca constatago de que o legislador constituinte brasileiro deu primazia aos direitos € garantias fundamentals da pessoa humana ao incluir no ral dos principios regentes das retagdes intemacionais a “prevaléncia dos direitos humanos". Dessa forma, o respeito 208 direitos humanos deve ser necessariamente contetido programatico orientador das relagdes interacionais do Brasil. Na mesma ordem, a corientagao da politica externa brasileira dave se pautar, por mandamento constitucional, na “cooperagao entre os povos para o progresso da humanidade’, respeitando-se a autodeterminagao desses. Definiu a Constituigao brasileira, para inserg4o do Brasil nas relagdes internacionais globalizadas, uma clara intersegio de nossos mandamentos constitucionais como © direito intemacional, para proporcionar 6 manter as garantias € 68 direitos fundamentais da pessoa humana, independentemente de sua origem. Com isso, € flagrante que © Brasil esta @ quer se manter 8 7 integrado ao mundo e no opera em sua legislacao, por absoluto respeito a essa condigao, qualquer restricéio inconstitucional a estrangeiros ou a sua formagao profissional. © Brasil respeita a formago felta no exterior, por imperative constitucional, expressando abjetivamente em sua legislagao que os diplomas obtidos no exterior sero sempre revalidados, desde que atendidas a8 condigdes que comprovem a boa formagao do postulante. Sobre as garantias individuais a Constituicdo Federal Brasileira dispée que “ fodes séo iguais perante a lei, sem distingdo de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pais a inviolabilidade do dirsito 4 vida, a liberdade, @ iqualdade, a seguranga e a propriedade, nos termos seguintes". Assim, a Constituigao igualou brasileiros ¢ estrangeiros residentes no Pais o direito as garantias individuals. Por esse dispesitivo constitucional, agora sobre as garantias individuais, todos os cidadaos residentes no Brasil, brasileiros ou no, tém direito, dentre outros, a liberdade e a igualdade, incluindo-se, por dbvio, 0 direito do estrangeiro portador de diploma exercer sua alividade profissional em territério brasileiro, em igualdade com os brasiliros, desde que a formagao obtida no exterior confira a qualidade educacional requerida no Brasil ao desempenho da alividade profissional Na definigéo dos direitos sociais, expressa nossa Carta Magna: ‘Art, 6° S80 direitos sociais a educagao, a sallde, a alimentagda, 0 trabalho, a moradia, o lazer, a sequranca. a previdéncia sacial, a protegdo a matemnidade « A inf€ncia, a assisténcia aos desamparados, ns forma desta Constituigio.” Embora a nerma tenha como fundamento definir a obrigagao do estado em promover, dentre outras direitos, a educagao de forma indistinta a todos, a educagao como direito social constitucionalmente instituid no Brasil deve ser plena e sem restriches. Cumprido os ditames referentes a formacao profissional exigida no pais, deve a formagao profissional (educacdo) ser reconhecida no Brasil, independentemente do pais onde essa se processou Dai a lei somente poder exigir a comprovacdo da equivaléncia da formagado obtida no exterior com aquela praticada no Brasil Em atendimento aos ditames constitucionais sobre a revalidagao de diplomas estrangeiros no Brasil, a Lei de Diretrizes e Bases de Ensino (LDB - Lei n° 9.394/96) em seu artigo 48, paragrafo 2°, estabelece: Art 48 - Os diplomas de cursos superiores reconhecidos, quando registrados, ferdo validade nacional como prova da formagdo recebidta por | 4 1 } | seu ttuler, Pardgrafo 2° - Os diplomas de graduag3o expedidos par universidades estrangeiras sero revalidadas por universidades peblicas que tenham curse. do mesmo nivel @ arex ou squivalente, respeitando-se os acardos internacionais de reciprocidade ou equiparagéo. Vé-se que a LDB tem perfsita adequacdo a crientago constitucional patria, uma vez que traz como ponte principal, em seu paragrafo segundo, a ‘obrigacéo da revalidaco no Brasil de diplomas obtides no estrangeiro. A norma traz © verbo “seréo” e n&o a locacéo “poderao ser’ revalidados, respeitando-se unicamente 0 mesmo nivel, jA que a 4rea poderd ainda ser somente equivalente. Decorre desse mandamento legal que toda a normatizagao infra-legal que regeré a matéria deverd indicar claramente a intengdo de que o pleito de revalidagéo de diplomas estrangeiros no Brasil deve ser deferido, seja pela confirmagao da equivaléncia educacional exigida ‘ou, se assim nao se concluir de plano, pela aplicagio de provas de conhecimento ou, ainda, pela complementagao de estudos. Nao podendo a norma infra-legal desafiar a lei, a RESOLUCAO CNEICES N° 1, DE 28 DE JANEIRO DE 2002, alterada pela Resolugao CNEICES n° 8, de 4 de outubro de 2007, que estabelece normas para a revalidagéo de diplomas de graduagdo expedides por estabelecimentos estrangeiros de ensino superior, segue a mesma linha, Diz a norma vigente: Atl. 1° O8 diplomas de cursos de graduagdo expedides por estabelecimentas estrangeires dé ensing superior seréo declaradas ‘equivalentes 208 que s80 concedides na Pais @ hdbeis para os fins previstos em Lei, mediante a devida revalidacéo por institui¢ao brasileira nos termos da presente Resclugao. lomas que correspendam, quanto a0 curticulo, aes titulos ou habilitagées conferidas por instituig6es brasileiras, entendida a equivaléncia em sentido amplo, de modo a abranger areas congéneres. similares ou afins, aos que 5&0 oferecidos no Brasil. (grifo nosso) Ao tempo em que a norma corrobora com o espirito da lei ao expressar que 0s titulos obtides no exterior “sero” declarados equivalentes aos concedidos no Brasil, mediante revalidagao, amplia a forma de identificar essa equivaléncia, que a norma entende ampla, ao considerar dreas congéneres, jares ou afins aos cursos oferecidos no Brasil y Seguindo-se também a orientacao constitucional no que respeita~a a C S 10 autonomia universitéria no Brasil expressa em seu art. 207, 0 art. 3° da mesma Resolugao n° 1-CNE/CES, revela que! “art. 3° so competentes para processar 6 concader as revalidagbes de diplomas de graduacao, as universidades puiblicas que ministrem curso de graduagéo reconhecido na mesma érea de conhecimento ou em éreas atin Informa objetivamente a norma que so as universidades piblicas brasileiras 8 instituipdes competentes para processar é conceder a revalidagio de diplomas estrangeiros no Brasil. Da mesma forma, a citada resolugao informa em seu art. 7° que a revalidagdo deve necessariamente ocorrer, ainda que seja necessério a feitura superveniente de provas elou a realizagao de estudos complementares. Diz a norma: ‘Art 7° Quando surgirem duvidas sobre @ real equivaléncia dos estudos realizados no exterior aos correspondentes nacionais, podera a Comissaa solicitar parecer de instituiggo de ensino especislizada na area de conhecimente na qual fol obtide © titulo. § 1° Na hipdtese de persistirem divides poderd a Comissao determinar que © candidato seja submetido a exames e provas destinados a caracterizagao dessa equivaléncie @ prestados em lingus portuguesa § 2 Os exames € provas versardo sabre as matéria incluldas nos curriculos. dos cursos correspondentes no Brasil § 3° Quando a comparagae dos tilulos e os resultados dos exames # provas demonstrarem o nao preenchimento das condieies exigidas para revalidagde deverd a candidato realizar estudos complementares na propria universidade ou em outra instiluiga que ministre o cursa correspondente. § 4° Em qualquer caso exigi-se-4 que o candidate hale cumpride ou venha a cumprit os requisites minimas presents para os cursos brasilsiros correspondentes.” O artigo claramente trata de excegao caso nao seja declarado de plano a equivaléncia dos estudos realizados no exterior aos correspondentes praticados no Brasil. Mesmo assim, a norma expressa objetivamente que a revalidagao acontecera, seja pela realizagao de provas, seja pela realizagao de estudos complementares. Com efeito, imperioso ponderar que o ato administrativo que declard a revalidagae de diplomas obtides no exterior nao comporta discricionariedade: c u ) Nesse Ambito, o ato de revalidagao de diplomas estrangeiros no Brasil tem carater claramente vinculado. A Lei 9.394/96 (Lei de Diretrizes @ Bases da Educagdo Brasileira) traz expressamente as situagoes faticas e comprobatorias em que a revalidaco deve necessariamente acontecer, sem qualquer margem de liberdade para o atuar da administragao publica. Assim, cumprides os requisites legais da postulagdo, que devem ser estabelecidos em edital de revalidacéo de diplomas estrangeiros, 0 pleito de revalidagéo de di estrangeiros deve ser deferido. Diante de toda a andlise sobre a legislagéo aplicavel & revalidagao de diplomas estrangeiros no Brasil, verifica-se, de forma extreme de dividas, a clara expresso constitucional e legal sobre a necessidade de se promover sem entraves a revalidagao de diplomas estrangeiros no Brasil, desde que atendidas as exigéncias da lei e suas conseqientes normas regulamentadoras, Ademais, a soberania nacional, no que se refere a politica educacional ou © controle dessa, fica absolutamente garantida, na medida em que todos os diplomas obtidos em instituigSes de ensino fora do Brasil precisam ser revalidados aqui para que tenham validade em territorio brasileiro. Comprova-se, de forma absolutamente oficial e definitiva, a intengao governamental brasileira em reconhecer no Brasil os conhecimentos auferidos em escolas estrangeiras, especialmente as escolas norte-americanas, pela expressdo da Exma. Presidente do Brasil, em seu discurso proferido em 18/03/2011, quando da visita do Presidente dos Estados Unidos da América Barack Obama ao Brasil. Disse Sua Exceléncia que considerava a educagao € a inovagao temas centrais nas futuras parcerias a serem feitas entre o Brasil ¢ os EUA e sugeriu a aproximagao e 0 avango das experiéncias educacionais de ambos os paises, pela ampliag3o do intercémbio educacional para a construgdo do progresso em todas as Areas do conhecimento. Esse posicionamento do governo brasileiro, na expresso de sua maior mandataria, reflete claramente a intencdo oficial brasileira em promover sem entraves o intercambio de conhecimentos técnico-profissionais entre o Brasil e os EUA. Destaca-se importante trecho da fala de Sua Exceléncia: “A gentileza da sua visita, logo no inélo do meu governo, &-¢ longo histérica de amizade entre nassos poves. me permite avangar sobre dois temas que considera centrais nas futuras parcerias que fizermos: a educagSo 6 a inowagao. Aproximar & avangar em nossas. experiéncias educacionais, ampliando asso infercémbio € consiruinde progresse em todas as dreas do conhecimento é uma questo chave para a fuluro das nossas paises. Na pesquisa © Inovegdo, os Estados Unidos alcangaram as mais extraordingrias conquistas nas itimas déeadas, favorecendo a produtividade em diferentes setores econémices, O Brasil, senhor” presidente Chama, esté na fronteira tecnolégica em algumas importantes 12 reas, come a genética, 2 biotecnologia, as fontes renovaveis de energia a exploragdo do petrolea em aguas profundas.” Essa posigéio de nossa presidente corresponde aos anseios fundamentais do desenvolvimento da humanidade, pelo prioritario e declarado incentivo dado ao intercAmbio de conhecimentos entre as nagées. Oficialmente indiscutivel, portanto, © incentiva dado pela governo brasileiro ao reconhecimente da educagdo obtida no estrangeiro, que fermalmente no Brasil ¢ feita pela revalidacao de diplomas. V-Conclusac Por toda a exposigaéo feita, trago as seguintes repostas aos questionamentos objetivamente colocades: a) Existe empecilho constitucional ou legal a revalidagdo de diplomas estrangeiros no Brasil? Nao, ao contrario, nado se podendo conceber situacao diferente, a constituigao brasileira e toda a normatizagéo subordinada apresentam total e irrestrito incentive 4 revalidagéo de diplomas estrangeiros no Brasil, sendo que a normatizagao infra constitucional apresenta 0 necessdrio detalhamento dos requisitos indispensdveis para que seja objetivamente avaliada a qualidade do diploma estrangeiro sob andlise aos fins de revalidagao. b) Havendo condigdes objetivas de avaliagdo da formagao superior obtida no estrangeiro, poderia existir motivagao constitucional, legal ou mesmo légica para que o Brasil editasse normas que impedissem ou restringissem a revalidagao de diplomas estrangeiros no Brasil? Nao, segundo os ditames expressos em nossa conslituig&o, que claramente indicam o incentive & revalidagao de diplomas estrangeiros ne Brasil, seré patentemente inconstitucional toda normatizacdo que impuser restrigées ou impedimentos a0 processo em questdo, ja que as condigées a revalidacio devem estar limitadas aos mecanismos. objetivos que comprovem a equivaléncia do aprendizado estrangeiro cam correspondent oficialmente realizado no Brasil. 7 - C4 2B c) O método de ensino, se presencial ou a distancia, empregado na obtengao do diploma estrangeiro pode influenciar no processo de revalidagao do diploma no Brasil? Nao, 0 que se revalida ¢ 0 diploma, que oficialmente representa & certifica ao detentor um nivel de conhecimento adquirido. No Brasil, a normatizagao a revalidagao de diplomas estrangeiros leva em conta o nivel e a equivaléncia do programa cursado, sua -extensdo @ peculiaridades com o curso equivalente ministrado no Brasil, sem qualquer relevancia ao método empregado na ministragao, seja aquele usado no exterior, ou aquele realizado no. Brasil no curso utilizade como parametro da equivaléncia exigida. Nesse sentido, qualquer narmatizagao que faga distingéo ao processo de revalidagao, em razio do método empregado na ministragao do curso feito no exterior, especialmente se ministrado de forma presencial ou a distancia, estara flagrantemente eivada de ilegalidade. E 0 parecer. Brasilia, 05 de dezembro de 2011 pp ere— US JACY GARCIA VIEIRA (- OAB-DF n°18.407 | 1

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