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Candomblé Jeje-Nagô na República Velha: Resistência

e Contribuição Cultural
O presente trabalho tem como objeto o candomblé, mais precisamente as casas de santo
cariocas no final do século XIX até o ano de 1924 do século XX. Lançando um olhar cultural
sobre o objeto, a pesquisa busca esclarecer quem eram essas pessoas, onde se localizavam
e principalmente que contribuições deram a formação de uma cultura popular carioca.
A população do Rio de Janeiro sofre um crescimento na Segunda metade do século XIX
devido a decadência do café no Vale do Paraíba, que acabou por gerar uma maciça migração
para a cidade, juntamente com a chegada sistemática de negros baianos que projetaram na
capital a possibilidade de uma nova vida. Com o advento da abolição, aumenta a migração
baiana para o Rio de Janeiro, o que tornou visível a formação de uma pequena diáspora
baiana na capital do país.

A transição para a república só fez aumentar as esperanças e a migração baiana para o Rio
de Janeiro, atraídos pelas condições da cidade, devido sua modernização como capital da
república, fazendo surgir uma possibilidade de trabalho e uma melhor perspectiva.
A área onde se instalou esta comunidade era uma das partes mais antigas da cidade e, por
esse motivo encontrava-se abandonada pelos setores dominantes. A situação da cidade era
alarmante, e a última década do século se inicia com epidemias graves de febre amarela de
1889 a 1891, o serviço de saneamento trazido para o âmbito da municipalidade, as
polêmicas atravessando a câmara e a prefeitura numa fase que prenunciava a grande
transformação urbana que viria no período de Pereira Passos.

As obras tinham como objetivo tornar o Rio uma "Paris dos trópicos". Uma grande massa de
trabalhadores foram disponibilizadas na capital, o que gerou uma possibilidade de empregos
regulares. O discurso da elite justificava essa remodelação, a estética art nouveau, dos novos
edifícios e mansões, como as medidas que tomadas em nome da higiene e saneamento
urbano, resultaram em demolições, conhecidas como "bota abaixo" dos cortiços e do antigo
casario habitados por populares. Se as novas reformas supriam os anseios burgueses, por
outro não consideravam os problemas de moradia, transporte e abastecimento da população
pobre, que é deslocada de seus bairros tradicionais no centro para a periferia, para o
subúrbio, e para as favelas que se formam de forma progressiva por toda a cidade. O que
acabou por definir um padrão de ocupação e convívio das classes na cidade que vai se
tencionando ao longo do século XX.

A presença negra que investigamos aqui estava até então dispersa pela cidade, sendo mais
freqüentes em bairros como: Saúde, Gamboa e Santo Cristo. Esses locais eram a residência
dos mais conhecidos pais de santo e fundadores das casas de Candomblé da cidade. Essa
presença baiana no mundo carioca ganhava sustentação e força em seus líderes religiosos. E
se legitimava numa hierarquia interna, conseguindo uma certa coesão através de suas
tradições, além de sua visão extremamente ligada a família, neste caso específico, família de
santo, que recriava no Rio de Janeiro laços e descendências.

A pesquisa busca revelar alguns desses atores, importantíssimos na História do Candomblé


carioca, assim como de forma crítica, analisar a grande contribuição cultural surgida da
presença jeje-nagô no Rio de Janeiro. A história do Candomblé, assim como a do samba e
inúmeras manifestações da cultura negra estão intimamente ligadas, sendo as casas de
santo um lugar de preservação desse valoroso patrimônio cultural. Uma História que
buscamos contar não só através de uma documentação escrita, mas de relatos e
depoimentos que reportam a época, entendendo sua oralidade também como um escudo à
repressão, e a conseqüente necessidade que tinham de se camuflarem para se auto
preservarem.

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