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CURSO DE DIREITO

DISCIPLINA TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL

DIREITO DA PERSONALIDADE
Noção Geral, Objeto, Distinção de Figuras Afins

Recife
2006
DIREITO DA PERSONALIDADE
Noção Geral, Objeto, Distinção de Figuras Afins

Trabalho apresentado à disciplina Teoria Geral do


Direito Civil do Curso de Direito da Faculdade
Marista Recife

Prof.
SUMÁRIO

1 - Direito da Personalidade.................................................................. 1
1.1 - Noção Geral................................................................................ 1
1.2 - Posicionamentos Doutrinários............................................... 2
1.2.1 - Corrente Positivista.................................................... 3
1.2.2 - Corrente Naturalista................................................. 4
2 - Objeto do Direito................................................................................ 4
3 - Distinção de Figuras Afins............................................................... 5
3.1 - Direitos Fundamentais x Direitos da Personalidade.................. 5
3.2 - Liberdades Públicas x Direitos da Personalidade...................... 5
3.3 - Direitos da Pessoa x Direitos da Personalidade.......................... 6
4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................... 7
5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................. 9
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1 - DIREITO DA PERSONALIDADE

1.1 - NOÇÃO GERAL

A forma como o convívio entre os humanos transformou-se em uma sociedade,

há muito é foco de estudos das ciências auxiliares do Direito, como a Filosofia, a

História, a Ciência Política, entre outras. Compondo a ordem social, o Direito é uma

ordem de domínio vasto, compreendendo os chamados Ramos do Direito. De fato, o

Direito da Personalidade encontra-se no contexto do Direito Civil, sendo este, ramo do

Direito Privado. O atual Código Civil Brasileiro apresenta em seu Capítulo I - Da

Perssonalidade e da Capacidade, a qualificação da personalidade e, em seguida, no

Capítulo II - Dos Direitos da Personalidade, são sintetizados em apenas onze artigos,

os direitos da personalidade.

A interação entre Direito e sociedade é tão íntima que originou a expressão “ubi

ius ibi societas” um significado singular de equivalência entre as duas palavras. O

Direito e o Estado foi até mesmo tido como identificação inseparável pela chamada

“Escola Pura do Direito”, ou Escola de Viena. José de Oliveira Ascensão (2005a) faz

um alerta com relação ao conflito que esta faz às correntes doutrinárias modernas,

assumindo a sua posição: “Para nós, o Direito é o que está na sociedade, não o que é

produzido pelo Estado”. Ascensão ainda observa que os códigos não autonomizam o

Direito da Personalidade como um ramo do Direto, havendo apenas um ou outro

preceito sobre esta matéria no âmbito da Parte Geral do Código Civil, ou mesclado aos

direitos e garantias fundamentais previstos nas constituições modernas.

A dificuldade em conceituar-se o que venha a ser o termo "Direitos da

Personalidade" decorre da divergência doutrinária quanto a sua existência, natureza,

extensão e especificação, ademais, há de se considerar a contemporaneidade da sua

construção teórica e a ausência de conceituação global definitiva.


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Mas, afinal o que seria Direto da Personalidade? Para responder esta pergunta,

devemos nos remeter a conceitos filosóficos. Immanuel Kant (1724-1804) expressou,

talvez pela primeira vez, sua definição ao conceituar o que chamou de interioridade e

exterioridade. A interioridade seria a esfera inviolável da consciência individual,

enquanto que a exterioridade seria a esfera de atuação do poder público (o Estado).

Separando essas duas esferas haveria, em sua concepção, uma linha imaginária que

deveria ser intocável, que representa a dignidade do indivíduo, hoje tida com dignidade

da pessoa humana (Andrade in: Weffort, 2004).

A partir de idéias inovadoras, inspiradas nas teorias de Locke, Rousseau e

Montesquieu, revoluções sociais geraram a positivação de direitos fundamentais, com a

Declaração de Virgínia, a Declaração Norte-Americana (destacando-se as emendas

constitucionais conhecidas como Bill of Rights americano), a Declaração dos Direitos

do Homem e do Cidadão e a Declaração do Povo Trabalhador e Explorado, todas

exercendo grande influência na realidade brasileira (José Afonso da Silva, 1992).

1.2 – POSICIONAMENTOS DOUTRINÁRIAOS

O autor Pedro Pais Vasconcelos (2003) alerta para o fato de que assim como o

direito não pode deixar de reconhecer a dignidade humana, não pode recusar-se a

reconhecer a personalidade jurídica dos indivíduos, que deve ser entendida como sendo

a qualidade da pessoa de ser susceptível, ou titular, de direitos e obrigações. Ao negá-

la, o direito estaria negando a existência do próprio indivíduo. A primeira conseqüência,

portanto, da personalidade jurídica da pessoa (sujeito e não objeto do direito) é a

titularidade dos seus Direitos da Personalidade.

Numa tendência atual, a inclusão do preâmbulo nas constituições modernas,

ainda que polêmico quanto a sua validade como norma, vem mostrando uma
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preocupação nesta questão, devendo ser considerado no mínimo uma norma supra-

constitucional a qual cercaram-se os sues legisladores para elaboração da Constituição

Federal, devendo ter seu conteúdo um sentido de norte hermenêutico para o seu

conteúdo.

No ordenamento jurídico positivo brasileiro, o reconhecimento constitucional

de Direitos da Personalidade, como à honra, à imagem e à intimidade, dentre outros,

pode ser verificado no artigo 5º da CF/88, enquanto que o reconhecimento ordinário

pode ser observado no Código Civil de 2002 conforme mencionado acima.

1.2.1 – CORRENTE POSITIVISTA:

Partindo do pressuposto de que a personalidade é uma característica relacionada

à suscetibilidade de direitos e obrigações, entende esta linha doutrinária, que a ausência

dos Direitos da Personalidade tornaria a personalidade uma suscetibilidade totalmente

irrealizável, assim ocorrendo, todos os outros valores subjetivos perderiam o sentido de

existência e a pessoa não existiria como tal, entendem, portanto, os Direitos da

Personalidade como direitos essenciais à idéia de personalidade.

Apesar de acreditarem serem, quase sempre, inatos observam a possibilidade de

revelarem-se no transcorrer do tempo, momento em que passam a ser essenciais à

personalidade. É neste sentido que se referem ao Direito Moral do Autor, que só se

revela concluída a obra. Por fim, não admitem a existência de direitos subjetivos que

não tenham sido acolhidos pelo ordenamento jurídico estatal.


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1.2.2 – CORRENTE NATURALISTA:

Entendem os Direito da Personalidade como direitos relacionados às faculdades

exercidas espontaneamente pelos indivíduos e que estão ligados aos atributos inerentes

à condição humana.

Quanto à questão dos Direitos da Personalidade revelados (Direito Moral do

Autor) julgam ser a obra uma extensão da personalidade natural do autor. Não admitem,

portanto, configurarem os Direitos da Personalidade de outra forma que não como

direitos inatos, a positivação dos mesmos visa tão somente a proteção contra o arbítrio

do Estado ou abuso de particulares e não seu surgimento.

2 - OBJETO DO DIREITO

Esta questão envolve o conceito de direitos e deveres atribuídos ao Direito da

Personalidade, pois se o homem for considerado objeto deste direito, significa dizer que

está escravo da sociedade, e não possui o livre arbítrio. O direito como garantidor de

uma esfera inviolável da consciência do individuo não pode recaí com as obrigações,

pois estaria transpondo a barreira da dignidade da pessoa humana. Defendendo,

portanto, um Direito de Personalidade sem ensejo de obrigações e sem sujeito.

Carlos Alberto Bittar (1995), apesar de registrar a existência de doutrinas que o

definem como sendo um direito sem sujeito, aponta para a tendência majoritária em

relação ao quesito natureza, uma linha doutrinária que defende o homem como próprio

objeto deste direito. Para ampliar o entendimento desta tese prevalecente, indica que os

mesmos devem ser buscados nos bens constituídos por atributos físicos ou morais dos

indivíduos, assim sendo, o objeto dos Direitos da Personalidade são os modos de ser

físicos ou morais da pessoa humana.


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José de Oliveira Ascensão (2005b) entende que o objeto é apenas um ponto de

referência da tutela e não necessariamente um bem exterior, não vendo portanto

qualquer dificuldade em entender, o que parece ser paradoxal para alguns, o fato do

sujeito também ser o objeto dos Direitos da Personalidade. É neste sentido que propõe a

abstração de distinguirmos a idéia de pessoa como sendo a personalidade total, esta

composta por vários bens, tais como: vida, integridade física e liberdade, estes

entendidos como os reais objetos jurídicos que serão entregues à tutela do sujeito.

3 - DISTINÇÃO DE FIGURAS AFINS

3.1 - Direitos Fundamentais x Direitos da Personalidade: quanto à ótica das


relações públicas/privadas e quanto aos aspectos de que se ocupam
(material/moral)

Os Direitos Fundamentais devem ser entendidos como relações do direito

público, sob o ângulo das relações entre indivíduos e o Estado, decorrentes da

necessidade de existirem normas que visem a defesa da humanidade. São direitos da

dimensão física do homem, como o direito à vida, à liberdade e à integridade física.

Em contraposição, os Direitos da Personalidade devem ser entendidos como

relações do direito privado, decorrente das relações entre os particulares. São direitos

que abrangem aspectos morais e intelectuais do homem, como o direito à honra, à

própria imagem, ao nome, à liberdade de manifestação de pensamento e à liberdade de

religião.

3.2 - Liberdades Públicas x Direitos da Personalidade: quanto ao plano de análise


estatal/supra-estatal e em relação ao conteúdo (novas categorias/inatos)

Entende-se como Liberdades Públicas os direitos que além de serem respeitados

são, necessariamente, reconhecidos pelo ordenamento jurídico positivo. Aos direitos


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humanos, inicialmente, relacionados unicamente com o valor da liberdade vêm se

juntando a positivação de outros direitos que são fruto da evolução sócio-econômica,

aumentando assim com o passar do tempo o rol das chamadas Liberdades Públicas,

dentre elas o direito à segurança patrimonial, à saúde e à educação.

Em relação aos Direitos da Personalidade, estes são considerados supra-estatais,

persistem sem o reconhecimento constitucional ou ordinário, quanto a sua gênese cabe

reiterar o conceito já explicitado de se tratar de direitos naturais que nascem com o

próprio indivíduo.

3.3 - Direitos da Pessoa x Direitos da Personalidade:

Direitos da Pessoa são aqueles de que dispõem os indivíduos a partir dos seus

respectivos estados ou posições na sociedade. Bittar (1995) indica quatro estados

básicos possuidores de estatutos jurídicos, a saber:

a) O Estado Político (nacionalidade): natos, naturalizados e estrangeiros

expostos respectivamente às suas situações jurídicas peculiares;

b) O Estado Individual: condição etária, física, mental, o que levará à

observação de estatutos gerais, próprios aos menores, aos pródigos, aos

absolutamente ou relativamente incapazes;

c) O Estado Familiar: a partir do(s) papel(éis) desempenhado(s) pelo indivíduo

no núcleo familiar e suas respectivas relações jurídicas (conjugais, de

paternidade, de filiação etc.).

d) O Estado Profissional: a partir das habilitações profissionais e das atividades

que realizam nas estruturas profissionais terão suas obrigações e direitos

regulamentados por estatutos específicos.


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4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para Kant (op. cit.), em seu conceito de liberdade positiva, o homem livre é

aquele que vive regido por leis autônomas, o que pode ser analisado a partir de duas

concepções; no âmbito social, livre é o povo que vive regido por um código que

expresse sua representabilidade, e no âmbito pessoal, livre é o homem vive sem

violação de sua dignidade, sob sua própria consciência e sua a conduta moral. Ainda

segundo Kant, a conduta moral em seu ínsito, a partir de comandos “a priori” da razão,

é vinculada a uma norma universal. Tal apontamento corrobora as idéias doutrinárias

atuais em que o Direito da Personalidade configurar um caráter subjetivo, como

pesquisado por Bittar (1995).

Dentro da ordem social, não devemos pensar no Direito da Personalidade

somente como algo individual, e sim também coletivo, como um bem maior

responsável até mesmo pelo surgimento da sociedade, e a sua manutenção, portanto, a

causa e o fim do Direito. Estamos falando da finalidade social, como um objetivo

conscientemente estabelecido, presumindo um ato de escolha, em uma linha teórica

finalista, que se pode concluir em um bem comum. Dalmo de Abreu Dallari (2005)

expõe a ambigüidade de valores presentes nesta expressão, e ressalva a definição

formulada pelo Papa João XXIII, onde “o bem comum consiste no conjunto de todas as

condições de vida social que consintam e favoreçam o desenvolvimento integral da

personalidade humana” como sendo um conceito de valores materiais e espirituais que,

particularmente, julgue-se necessário. Ainda segundo Dallari, o fim social não pode ser

segregado dos fins particulares, e “quando uma sociedade está organizada de tal modo

que só promove o bem de uma parte de seus integrantes, é sinal de que ela está mal

organizada e afastada dos objetivos que justificam sua existência”.


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Os valores materiais estão inseridos no contexto patrimonial, e são justificáveis

por serem uma projeção da personalidade (Maria Helena Diniz, 2002).

Outra característica deste tema é a falta de unanimidade doutrinária quanto a sua

denominação, podendo variar conforme as fontes entre: Direitos Essenciais da Pessoa;

Direitos Subjetivos Essenciais; Direito da Personalidade; Direitos Essenciais; Direitos

Fundamentais da Pessoa; Direitos Individuais; Direito Pessoais; Direito Personalíssimo;

Direitos do Homem; Direitos Fundamentais da Pessoa; Direitos Humanos; Direitos

Inatos e Liberdades Fundamentais entre outros. Ascensão (2005a) tem em sua opinião

uma sutil diferença, estabelecendo como nome, Direito de Personalidade. Concordando

com esta posição, entendemos que o direito em questão, é o de ter personalidade, e que

esta não deve expressar nem um grau de exteriorização. O direito garantindo a

personalidade, e o homem exercendo, dentro de sua esfera pessoal de dignidade, a

liberdade de um “dever ser” universal. Caso contrário, põe-se em jogo o livre arbítrio e

o verdadeiro sentido da convivência em sociedade.

Caio Mario da Silva Pereira (2005) dispõe que a questão não constitui

verdadeiramente um direito, sendo certa a afirmação de que a personalidade é o ponto

de apoio de todos os direitos e obrigações.

O Direito de Personalidade, é sem dúvida um conceito complexo mas, deve ser

minuciosamente analisado, pois só a sua compreensão plena pode trazer sentido a

convivência social. De início é preciso entender que personalidade pode ter vários

aspectos. Vamos aqui supor dois deles; a personalidade civil compreendendo os direitos

e as obrigações sociais mencionados nos teores doutrinários, e o que vamos chamar de

personalidade íntima, ausente de sujeito, pois trata-se de um processo, genuinamente,

autônomo do livre arbítrio. Este último pode ser interpretado como um resquício de uma

liberdade pré-social, a qual o homem depende para sua a existência humana. Neste caso,
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um bebê na barriga da mãe teria personalidade íntima, atribuindo-lhe direitos, mas por

estar isolado do convívio social, não apresenta personalidade civil, possuindo direitos,

porém não as obrigações. Seria este o direito de ter uma personalidade, no caso, em

processo de formação. Uma vez nascido com vida, passa a adquirir personalidade civil

passando a ter direitos e obrigações, devendo essa última estar assistido pelos pais até a

maioridade. Repare que os direitos enquanto possuidor de uma personalidade íntima

não cessa no nascimento, e não se confunde com o direito enquanto possuidor de direito

civil. Esta idéia corrobora com o Código Civil Brasileiro de 2002, e tem a pretensão de

ajudar a solucionar questões de difícil aplicação hermenêutica. Portanto, a um bebê em

gestação não se aplicaria os direitos sucessórios, pois este seria um direito de caráter

civil, adquirido no instante do nascimento com vida.

5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE, Regis de Castro, 2004. Kant: a liberdade, o indivíduo e a república in:


WEFFORT, Francisco C., Os Clássicos da política. São Paulo, Ed. Atica, vol. 2, p. 46-
71
ASCENSÃO, José de Oliveira, 2005a. Introdução a Ciência do Direito. Rio de
janeiro, Renovar, 3a.ed., 692p.
ASCENSÃO, José de Oliveira ,2005b. Direito Civil – Teoria Geral. Coimbra,
Coimbra Editora, vol 1.
BITTAR, Carlos Alberto, 1995. Os Direitos da Personalidade. Rio de Janeiro, Editora
Forense, Universitária, 163p.
DINIZ, Maria Helena, 2002. Direito Civil Brasileiro. São Paulo, Ed. Saraiva, vol. 1,
469p.
PEREIRA, Caio Mario da Silva, 2005. Instituições de Direito Civil. Rio de Janeiro,
Ed. Forense, vol. 1, 718p.
SILVA, José Afonso da, 1992. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo,
Eds. Malheiros, 768p.
VASCONCELOS, Pedro Pais, 2003. Teoria Geral do Direito Civil. Coimbra,
Almedina, 2.ed., 799p.

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