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  Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos Frei Manuel de Santa Inês

Teste de Avaliação Diagnóstica de Língua Portuguesa

8º Ano 2011/2012 1º período

GRUPO I – Compreensão Escrita

PARTE A

Lê o texto. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apresentado.

A C​OMPOSIÇÃO​ ​DO​ A​R

É de crer que logo no início da sua presença na Terra os primeiros homens tivessem
percebido que viviam mergulhados num meio (o ar) que lhes era indispensável à vida. Na sua
mente ainda confusa, mas já desperta, reconheceriam o prazer de assomar ao buraco da
caverna que lhes servia de habitação protectora, e de aspirar profundamente o ar circundante.
Qualquer coisa ​lhes penetrava pela boca e pelas narinas, coisa agradável, reconfortante, e que,
segundo lhes deveria parecer, tornava a sair pelas mesmas entradas, esvaziando-lhes a caixa
toráxica. Reconheceriam também que os mortos já não praticavam essa função (não
respiravam) e que certamente ela estava associada a toda a atividade do homem, pois bastaria
tapar-lhe a boca e apertar-lhe as narinas demoradamente para que a morte se apoderasse
dele.

Não admira que durante milénios o ar, que ninguém vê, fosse imaginado como um ser
sobrenatural que penetrava no corpo dos homens e lhes concedia a vida. Um deus, portanto.
Assim foi considerado o ar como um deus muito temido, umas vezes protetor, quando se
deixava aspirar em haustos (1) reconfortantes, outras vezes terrível, quando bramia (2),
soprava, assobiava, fazia estremecer as robustas árvores e as arrancava do solo, tombando-as.
Um deus que merecia toda a veneração e respeito.

Depois, à medida que os milhares de anos se foram sucedendo, quando os homens


começaram a olhar para a Natureza, dirigindo-lhes perguntas de resposta difícil – quem fez o
Universo?, como é que tudo foi construído? Que materiais teriam sido utilizados na sua
formação? – o ar passou a ter um papel importante na interpretação de muitos factos
observados. Assim, há 25 séculos, pensavam os filósofos que o Universo fora todo construído a
partir de quatro “materiais”, dos quais um deles era exatamente o ar. Os outros três eram a
água, a terra e o fogo. Não pensavam bem esses homens, como depois se tornou evidente,
mas viveram-se largas centenas de anos com essa errada convicção.
Reponde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.

1. As afirmações ​a)​ a ​g)​ referem-se a informações contidas no texto.


Escreve a sequência de letras que corresponde à ordem dos factos descritos. Começa a
sequência pela letra ​f).

a) Os homens concluíram que a sensação de respirar era agradável.


b) A partir de determinada altura os homens começaram a interrogar-se sobre a origem
do Universo.
c) Os primeiros homens associavam o ar a um ser sobrenatural.
d) Progressivamente, o ar passou a ter um papel importante na interpretação dos factos
observados.
e) Os homens concluíram que a respiração estava diretamente associada à vida humana.
f) Provavelmente, os primeiros homens a habitar a Terra aperceberam-se desde cedo da
importância do ar para a sobrevivência da espécie.
g) Os primeiros homens viviam em cavernas.

2. Indica a expressão do texto a que se refere o pronome “lhes” (linha 5).

PARTE B

Lê o texto. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apresentado.

A distância entre as duas margens não era grande e João Sem Medo morria de
fome. Não hesitou, pois. Despiu-se e com a trouxa de roupa à cabeça penetrou no
líquido esverdinhado de limos (1), crente de que alcançaria facilmente a nado o
laranjal apetecido.
Mas aconteceu então este fenómeno incrível: á medida que o nadador se
aproximava da outra margem, a água aumentava de volume e a lagoa dilatava-se. Por
mais esforços que despendesse para fincar as mãos na orla do lago, só encontrava
água, água unicamente. A terra afastava-se.
- Bonito! Estou dentro dum lago elástico – descobriu João Sem Medo,
esbaforido.
Mas fiel ao seu sistema de persistência enérgica não renunciou ao combate.
As margens desviavam-se, mas o rapaz nadava, nadava sempre, com confiança
plena nos seus braços, na força de vontade e no desejo de vencer.
- Eh!, alma do diabo, sofre! – instigou-o por fim uma onda a deitar bofes de
espuma pela boca fora.
Um peixe insurgiu-se com voz mole:
- Assim não vale! Vê se acabas com isso. Eu e os meus camaradas peixes
queremos dormir em sossego. Vamos, chora!
Uma gaivota baixava de vez em quando para lhe insinuar, baixinho:
- Então? Toma-te infeliz. Soluça. Berra. Chora. Lembra-te de que seguiste o
Caminho da Infelicidade. Não faças essa cara de quem ganhou a sorte grande.
Por último, uma coruja mitra (2) pequenina na cabeça e venda nos olhos – para
voar de dia e de noite em perpétua escuridão – segredou-lhe ao ouvido:
- Queres laranjinhas? Ouve a minha sugestão: representa a comédia da dor.
Finge que sofres muito, sê hipócrita. Mente. Pede a esmolinha de uma laranja por
amor de Deus. Vá! Não sejas tolo. Chora.
Como única resposta, João Sem Medo repeliu a coruja, fez das tripas coração e
desatou a cantar à sobreposse (3).
Então, ao som do seu canto, por fora tão vibrante e viril, a fúria das águas
amainou (4). O rugir das ondas amorteceu lentamente. Um murmúrio de desistência
soprou pela superfície do lago. E João Sem Medo, com algumas braçadas vigorosas e
seguras, logrou pôr o pé em terra perto do laranjal carregado de pomos de ouro.
Claro, correu logo como um doido para a árvore mais próxima, sôfrego de engolir
meia dúzia de laranjas. Mas, num lance espetacular, os frutos diminuíram rapidamente
de volume até atingirem o tamanho de berlindes e – zás! – com um estoiro
despedaçaram-se no ar.
Humilhado, e a contar com nova surpresa desagradável, abeirou-se de outra
laranjeira. Desta vez, porém, as laranjas transformaram-se em cabeças de bonecas
doiradas e deitaram-lhe a língua de fora.
- A partida anterior teve mais graça! – observou João Sem Medo. (…)
Então, numa tentativa suprema, João Sem Medo acercou-se de outra árvore,
sorrateiramente, em bicos de pés.
Tudo inútil. Como se estivessem combinados, as laranjas e as tangerinas do
pomar desprenderam-se dos troncos, abriram pequeninas asas azuis e começaram a
subir serenamente no céu.
Apesar da fome, João Sem Medo, com os olhos fixos no espetáculo maravilhoso
das bolas de ouro a voarem, não pôde reprimir este clamor de entusiasmo, braços
erguidos para o ar:
- Parabéns, Mago. Parabéns e obrigado por este instante, o mais belo e bem
vivido da minha vida. Obrigado. Mas agora ouve o que te peço: desiste de me
perseguir. Convence-te de que, para mim, a felicidade consiste em resistir com
teimosia a todas infelicidades. E vai maçar outro. Ouviste? Vai maçar outro.

José Gomes Ferreira, Aventuras de João Sem medo, Diabril, (texto com supressões)

V​OCABULÁRIO​:

(1) limos – Planta da família das algas, que cobre como um tapete verde a
superfície das águas estagnadas.
(2) mitra – cinta, faixa para a cabeça, diadema.
(3) sobreposse – excessivamente, em desafio.
(4) amainou – acalmou.
1. Apresenta a razão pela qual João Sem Medo atravessa a lagoa a nado, apesar
do “líquido esverdinhado de limos”.

2. Após mergulhar na lagoa, algo de muito invulgar acontece.


Transcreve do segundo parágrafo a frase que se refere a esse acontecimento.

3. Relê a frase “Mas fiel ao seu sistema de persistência enérgica não renunciou ao
combate” (linhas 11-12).
Explica o sentido das palavras do narrador.

4. Identifica as diversas personagens secundárias que interpelam João Sem Medo


durante a travessia da lagoa.
4.1. “Transcreve o conector discursivo que introduz a última personagem.”

5. “…Estou dentro dum lago elástico.” (linha 9)


Nesta frase, está presente um recurso expressivo que se chama
a) enumeração.
b) eufemismo.
c) metáfora.
d) comparação.

6. A coruja de mitra dá diversas ordens a João Sem Medo.


Transcreve três formas verbais no modo imperativo utilizadas pela personagem
secundária.

7. Mantendo a sua atitude positiva e persistente, João Sem medo alcança a


margem e tenta deliciar-se com as apetitosas laranjas.
Enumera os três acontecimentos surpreendentes que impediram João Sem
Medo de realizar o seu desejo.

8. Após as inacreditáveis peripécias, João sem medo dirige ao Mago uma


mensagem onde apresenta a sua opinião sobre a palavra felicidade.
Diz, por palavras tuas, qual a definição apresentada pelo protagonista.
GRUPO II – Conhecimento Explícito

Responde aos itens de conhecimento da língua que se seguem, de acordo com as


orientações que te são dadas.

1. Lê o excerto transcrito.
Transcreve para cada uma das colunas uma palavra correspondente à classe gramatical
referida.

“ A distância entre as duas margens não era grande e João Sem medo morria de fome.
Não hesitou, pois. Despiu-se e com a trouxa de roupa à cabeça penetrou no líquido
esverdinhado de limos, crente de que alcançaria a nado o laranjal apetecido.” (linhas
1- 4).

Adjetivo Determinant Conjunção Nome Preposição Advérbio


e

2. Escolhe o conector adequado para ligares os elementos da coluna A aos


elementos da coluna B, de modo a construíres frases complexas. Só podes usar cada
palavra uma única vez.

pois depois de por consequência

A. B.
a) A lagoa dilatava-se 1. o rapaz não chegava à
margem.
b) Chegou ao outro lado da lagoa 2. muito persistir.

c) Correu como um doido 3. estava esfomeado.

3. Transforma as frases, substituindo o sujeito, o complemento direto e o


complemento indireto pelos pronomes pessoais adequados.

a) João Sem Medo repeliu a coruja.


b) A gaivota e a coruja segredaram ao menino.

4. Identifica a função sintáctica dos elementos destacados.


a) João nadava ​furiosamente.
b) O rapaz gostava ​de desafios.
c) João colocou a trouxa de roupa ​na cabeça.
5. Faz corresponder cada alínea ao número do quadro de modo a classificares as
orações.
a) “A distância entre as duas margens não era grande ​e João Sem Medo
morria de fome.​” ​(a)

b)​ ​Quando chegou à margem,​ ​correu em direção à árvore mais próxima.


(b) (c)

1. Oração subordinante.
2. Oração coordenada adversativa.
3. Oração subordinada temporal.
4. Oração coordenada copulativa.

GRUPO III – Expressão Escrita


As aventuras de João Sem Medo não podem terminar por aqui. Agora saltou o Muro
da sua aldeia e vai descobrir e explorar a Floresta Branca.

Tendo em conta esta informação, serás o narrador da nova aventura de João sem
Medo. Escreve um texto narrativo, respeitando os seguintes aspetos:

● Mantém o narrador na terceira pessoa;


● Inclui uma descrição de um local assustador;
● Inventa e caracteriza um novo habitante fantástico da Floresta Branca;
● Mantém a coerência em relação ao texto que leste.

Escreve um texto correto e bem estruturado entre 180 e 220 palavras.

Bom Trabalho!

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