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ARTEFATOS

Experiências com o baricentro


Deborah Raphael
IME - USP

No acervo da Matemateca do Instituto de Matemática e Estatística da


USP, temos várias peças que exploram o centro de massa, do ponto de
vista físico e matemático. Algumas experiências são muito fáceis de serem
reproduzidas em sala de aula e o material necessário é mínimo. Sugerimos
aqui atividades a serem realizadas quando o professor estiver apresentando
o baricentro de um triângulo. A proposta é motivar o aluno, mostrando várias
propriedades físicas para então explorar a matemática envolvida.
Os conceitos
A palavra de origem grega baricentro (barus = peso) designa
inicialmente o “centro dos pesos”. Arquimedes foi o primeiro a estudar o
baricentro de dois pontos de massas m1 e m2. Definimos aqui o baricentro
JJJG JJJG G
como o ponto O tal que m1 OA + m2 OB = 0 .

Em Matemática essa noção foi generalizada para um sistema com n


pontos e também para o caso de o número de pontos ser infinito (uma
curva, uma superfície, um sólido, etc.). A idéia de fazer a média das massas
ponderadas é a mesma; na generalização, uma integral substitui a somatória
e uma função densidade substitui a massa de cada ponto. O baricentro
assim definido é também chamado centro de massa.
Observamos que o que é usualmente designado por centro de gravidade
não é o mesmo que centro de massa. Na definição de centro de gravidade
leva-se em consideração o campo gravitacional em cada ponto. Se o campo
for constante, o centro de massa coincide com o centro de gravidade.

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Imaginamos que as atividades a seguir serão desenvolvidas no planeta
Terra e com objetos muito pequenos em relação às dimensões do planeta.
Assim, é muito sensato supor o campo gravitacional constante, permitindo
a identificação entre centro de massa e centro de gravidade.
Atividade
Material necessário
Caixas de papelão (grosso), régua, tesoura, barbante, um prego na parede,
uma chave de fenda.
Descrição da atividade
1. O problema a ser apresentado é o de encontrar o centro de massa de
figuras planas (polígonos). Pode-se começar com uma régua
(retangular), desafiando os alunos a equilibrarem a régua na ponta de
um dedo e explicando que o ponto onde se coloca o dedo é o centro de
massa. Como achar esse ponto numa placa poligonal qualquer?
2. Os alunos, divididos em grupos, devem cortar as placas de papelão.
Várias figuras serão cortadas no papelão; sugerimos, para cada grupo,
ao menos um retângulo, triângulos variados (ao menos um isósceles e
um escaleno), um polígono irregular de quatro ou cinco lados. As figuras
não devem ter menos que 200 centímetros quadrados. É interessante
que os grupos tenham figuras diferentes, sobretudo o polígono irregular.
3. São propostas duas maneiras de achar o centro de massa de uma placa,
usando propriedades físicas.
i) Pendurando a placa em um prego,
o centro de massa está na reta
perpendicular ao solo que passa
pelo prego. Fazendo um pequeno
furo perto da borda da figura
plana, pode-se “pendurá-la” no
prego (ela deve ficar solta, girando
livremente em torno do prego).
Amarra-se em seguida um peso
ao barbante (um fio de prumo).
Fazendo uma argolinha na ponta
livre do barbante e pendurando no
prego, o barbante fica esticado em
frente à placa. O centro de massa
está na reta indicada pelo barbante (marcar na figura essa reta).

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Fazendo outro furinho na figura e repetindo o procedimento,
encontramos outra reta. O centro de massa é a intersecção das
duas retas.
ii) A placa fica em equilíbrio sobre uma reta se o centro de massa da
placa estiver sobre a reta. Pode-se utilizar um batente de janela ou
uma ripa de madeira ou
ainda um perfil de metal:
a idéia é ter uma “régua”
em cima da qual vamos
equilibrar a placa (a face
na qual a placa se equilibra
deve ter não mais que 3
mm). Colocando a placa sobre a régua, o equilíbrio é alcançado
quando o centro de massa da placa estiver sobre a reta. Traçamos
na placa a reta e repetimos o procedimento buscando outra reta. A
intersecção das duas retas novamente é o centro de massa.
4. Cada grupo escolhe uma placa, determina o centro de massa e o marca.
Faz também outras marcas (usando cores diferentes) para confundir a
outra equipe. As placas são trocadas e o objetivo é descobrir qual das
marcas está sobre o centro de massa. Para isso sugerimos utilizar duas
propriedades físicas.
a) Se fizermos a placa girar sobre a mesa, ela sempre “tenta” girar em
torno do seu centro de massa.
b) Fazendo um furo na marca onde deve estar o
centro de massa e inserindo a chave de fenda
no furo, seguramos a chave e giramos a placa
(mantendo a placa perpendicular ao solo). Se
o furo estiver realmente no centro de massa,
a placa gira livremente, sem solavanco
(colocando a chave fora do centro de massa
e fazendo girar, dá para “sentir” a diferença).
Um desafio interessante é pedir aos alunos que construam uma placa
cujo centro de massa esteja fora da figura. Num primeiro momento podem
achar isso impossível. Formatos como “lua crescente” ou um bumerangue
têm essa propriedade.
Tendo feito essas experiências, é mais fácil entender por que o baricentro
é importante. Fica mais claro que esse ponto é fundamental no estudo do
equilíbrio e do movimento. É natural que os matemáticos tentem
determiná-lo!

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Explorando a Matemática
Neste ponto é interessante introduzir a definição do baricentro de um
triângulo. Estamos procurando um ponto no qual o triângulo fique equilibrado.
Dado um triângulo ABC qualquer, traçamos
a mediana relativa ao lado AB pelo ponto
médio O. Repare que todo segmento
paralelo ao lado AB é cortado pela mediana
em duas partes iguais e, portanto, o “centro
de massa” de cada um desses segmentos
está na mediana. Pensando no triângulo
como a união desses segmentos, esperamos
que o centro de massa do triângulo também esteja nessa mediana. O mesmo
raciocínio se aplica a todas as medianas e, portanto, parece razoável definir
o baricentro do triângulo como sendo o encontro das medianas.
Os alunos podem agora tomar uma placa triangular, marcar o encontro
das medianas e repetir os experimentos para verificar que, de fato, sempre
encontramos o mesmo ponto.
Será que, sabendo achar o baricentro de um triângulo, é possível
determinar o baricentro de qualquer polígono? A resposta é sim e há vários
procedimentos possíveis.
Vamos começar com um polígono irregular de quatro lados. Será que o
centro de massa estará no encontro das diagonais? Experimentando com
as placas, os alunos percebem que isso nem sempre é verdade. Então,
como proceder? Temos duas sugestões que podem ser exploradas.
1) Traçando uma das diagonais obtemos dois triângulos e, como já se sabe
achar o baricentro de um triângulo, achamos os dois baricentros: B1 e
B2. E agora? Traçamos uma reta ligando os dois baricentros. O baricentro
do polígono deve estar nessa reta. Dá para perceber isso usando o
experimento ii) cada um dos triângulos pode ser equilibrado sobre essa
reta; logo, juntando os dois triângulos, o equilíbrio se mantém.

36 SOCIEDADE BRASILEIRA DE MATEMÁTICA


Encontramos então uma reta na qual está o centro de massa. Se
repetirmos o procedimento utilizando a outra diagonal, encontramos outra
reta na qual está o centro de massa. A intersecção das retas é o centro
de massa.
2) Este segundo procedimento envolve
cálculo de áreas e proporções. Novamente X
vamos tomar um polígono irregular de 4
lados, XYZW, e dividi-lo em dois triângulos Y
B1
T1 (XYW) e T2(YWZ) com baricentros C
B1 e B2, respectivamente. Já sabemos
que o segmento B1B2 contém o centro de B2
massa C. Além disso, temos também:
W Z
Área T1 x B1C = Área T2x B2C.
Calculando as áreas dos triângulos, obtemos o centro de massa do
polígono.
Ambos os procedimentos podem ser generalizados para polígonos com
qualquer número de lados. Por exemplo, no caso de um pentágono, ligando
dois vértices não adjacentes, obtemos um triângulo e um quadrilátero.
Encontramos os centros de massa de cada um desses polígonos e
procedemos de forma análoga ao descrito anteriormente em 1) e 2).

A autora Deborah Raphael faz parte do


grupo de professores responsáveis pela
Matemateca/IME/USP
http://matemateca.incubadora.fapesp.br
matemateca@ime.usp.br

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