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2019

10
Publicando desde 2013, a Editora C O N T E Ú D O 1ª E 2ª FASES
D’Plácido, que é especializada em Parte 1 – Estatuto da OAB e 4 Filosofia medieval: os ensina-
C O L E Ç Ã O

literatura jurídica, já conta com Código de Ética e Disciplina mentos de Santo Agostinho e

nomes reconhecidos no cenário 1 Da advocacia


S ã o To m á s d e A q u i n o
OAB
2019
5 Thomas Hobbes, John Locke e
jurídico profissional e acadêmico. Jean Jacques Rousseau
2 Da Ordem dos Advogados

COLEÇÃO OAB
do Brasil
Em 2015, a Editora D’Plácido 6 Immanuel Kant: formalismo,

E DISCIPLINA E FILOSOFIA DO DIREITO


ESTATUTO DA OAB, CÓDIGO DE ÉTICA
dignidade e o direito
foi laureada com o 1º lugar no 3 Do processo da OAB
A Coleção OAB 1ª e 2ª fa-
Prêmio Jabuti de Literatura, 4 Das disposições gerais 7 Hans Kelsen e a teoria ses nasceu com o propósito
pura do direito
na categoria Direito, com a obra e transitórias de ser a mais completa do
mercado. São 10 volumes,
“Direitos fundamentais das pessoas 8 Norberto Bobbio e a teoria do sendo os 7 primeiros dedi-
Parte 2 – Código de Ética e ordenamento jurídico
em situação de rua”, organizado Disciplina da OAB cados à teoria e à prática
e os 3 últimos às matérias
por Ada Pellegrini Grinover, 9 Miguel Reale e a teoria
teóricas. A coleção conglo-
Gregório Assagra de Almeida,
1 Da ética do advogado
tridimensional do direito
ESTATUTO DA OAB, ba todas as disciplinas co-
2 Do processo disciplinar bradas nos Exames de Or-
Miracy Gustin, Paulo César Vicente 10 A teoria da justiça
de John Rawls CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA dem, bem como todas as
de Lima e Rodrigo Iennaco. 3 Das disposições gerais peças práticas processuais
e transitórias
11 Jurgen Habermas e a teoria E FILOSOFIA DO DIREITO nas mais diversas áreas.
Além disso, a coleção traz
O prêmio é o mais importante do agir comunicativo
Parte 3 – Filosofia do Direito questões objetivas e dis-
da área e celebra a qualidade e 12 Herbert Hart e o sertativas e peças práticas
ascendente importância da Editora 1 Filosofia do direito – conceitos conceito de direito
José Adriano Ramos c o m e n t a d a s . Tu d o i s s o f o r a
e aspectos gerais organizado com o propósi-
D’Plácido no mercado editorial 13 Ronald Dworkin: hard cases e to primordial de conduzir o
mineiro e brasileiro. 2 Um pouco dos clássicos: os en- a teoria dos princípios Pedro Augusto de Souza Brambilla estudante ao êxito em sua
sinamentos de Sócrates e Platão aprovação. São 5 mil pági-
nas de conteúdo atualizado
3 Aristóteles e as acepções João Victor Mendes de Oliveira e aprimorado pela melhor
sobre a justiça

João Victor Mendes de Oliveira


Pedro Augusto de Souza Brambilla
José Adriano Ramos
doutrina e jurisprudência
escritas por 24 autores di-
ferentes e selecionados
por sua capacidade, forma-
ção e experiência no ensi-
no jurídico. Com este mate-
rial e dedicação, o sucesso
é certo!

Conheça também a coleção C O N T É M : PROF. DR. RAFAEL DE L AZARI

de cursos e manuais da Editora


D’Plácido. Quadros com dicas
A N Á L I S E PROF. DR. EMERSON ADEMIR
BORGES DE OLIVEIRA

São publicações de autores e resumos


T E Ó R I C A
(organizadores)
renomados com um capricho na
Questões comentadas
formatação, que ajuda na fluidez da
leitura e fixação do conteúdo. Jurisprudência atualizada vo l u m e 1 0
Você pode encontrá-los nas ISBN 978-85-60519-15-6

principais livrarias e em nosso site: editora


C O L E Ç Ã O 2019

1
C O L E Ç Ã O 2019

ESTATUTO DA OAB,
CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA
E FILOSOFIA DO DIREITO

José Adriano Ramos


Pedro Augusto de Souza Brambilla
João Victor Mendes de Oliveira

v o l u m e 1 0

3
Copyright © 2019, D’Plácido Editora. Editora D’Plácido
Copyright © 2019, Os autores. Av. Brasil, 1843, Savassi
Editor Chefe Belo Horizonte – MG
Plácido Arraes Tel.: 31 3261 2801
CEP 30140-007
Produtor Editorial
Tales Leon de Marco W W W. E D I TO R A D P L A C I D O. C O M . B R

Capa, projeto gráfico


Letícia Robini Todos os direitos reservados.
Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida,
Diagramação por quaisquer meios, sem a autorização prévia
Bárbara Rodrigues da Silva do Grupo D’Plácido.

Organização “Coleção OAB”


Rafael de Lazari
Emerson Ademir Borges de Oliveira

Atualizado até dezembro de 2018

Catalogação na Publicação (CIP)


Ficha catalográfica
Estatuto da OAB código de ética e disciplina e filosofia do direito -- Coleção OAB
-- RAMOS, José Adriano; BRAMBILLA, Pedro Augusto de Souza; OLIVEIRA,
João Victor Mendes de. Belo Horizonte: Editora D’Plácido, 2019.

Bibliografia.
ISBN: 978-85-60519-15-6

1. Direito. 2. Ética e Filosofia do Direito. I. Título.

CDU340CDD340
Dedico a coautoria desta obra aos meus amados pais Cláudio Roberto
Brambilla e Silvia Ávila de Souza Brambilla (in memoriam). Não
tenho palavras para descrever o quanto os amo, nem mesmo o quanto os
amarei por todos os meus dias. Muito obrigado por cada esforço e cada
renúncia que tiveram para dar o melhor à nossa família.
Se eu puder ser aos meus futuros filhos apenas uma parcela do que
foram e são para mim, terei cumprido a minha missão como pai.
Dedico esta obra aos meus irmãos Gabriela e Guilherme, meus eternos
companheiros.
Também, dedico este trabalho à Melina Serrano, a mulher que amo.
Por fim, dedico esta obra aos queridos amigos e alunos da Toledo Pru-
dente Centro Universitário.
Pedro Augusto de S. Brambilla
Dedico esta obra, em primeiro lugar, a Deus. Muito obrigado, Pai, pela
força e saúde em toda a jornada.
Também, dedico esta obra às pessoas que mais amo neste mundo: meus
pais. Almir Mendes de Oliveira e Sandra Regina Antônio de Oliveira,
saibam que vocês são meus maiores amores.Vocês são a razão de minha
existência neste mundo. Muito obrigado por todo zelo, carinho e por
renunciarem seus sonhos para viverem os meus. Amo vocês e espero ser
para meus filhos aquilo que são para mim.
Dedico esta obra a minha família, na pessoa das matriarcas Maria
Enoe Costa e Maria Elias Antônio.
Aos meus tios, primos, muito obrigado! Um beijo especial para minhas
tias Sofia Antônio Brambilla,Yvete Rodrigues de Oliveira e minha
madrinha Yvonete Aparecida Costa de Oliveira, por sempre estarem
presentes em minha vida.
Não poderia trair minha consciência e não dedicar esta obra a dois
grandes amigos e exemplos de amor ao Direito, ética e profissionalismo.
Ao amigo, Daniel Colnago, muito obrigado: seu brilhantismo acadêmico
inspira a todos os alunos- inclusive a mim- que tive a honra de ter sido.
Também, meu abraço apertado ao meu amigo e ex-chefe: Cristiano
Lourenço Rodrigues.Tive a honra de ter sido seu estagiário na Procura-
doria do Trabalho em Presidente Prudente. Muito além de me ensinar
questões atinentes ao Direito, me passou inúmeras lições de ética, huma-
nidade e humildade. Sua generosidade e sensibilidade transformam este
grande homem em um personagem ímpar.
Sorte a minha de poder chama-los de amigos e colegas de trabalho, na
Toledo Prudente Centro Universitário.
Por fim, dedico esta obra aos queridos leitores e amigos: tenham fé, acre-
ditem nos sonhos de vocês e sigam em frente. Nós estamos com vocês!
João Victor M. Oliveira
Dedico esta obra aos meus pais, José e Geni, por sempre me apoiarem e
incentivarem em todos os meus projetos de vida.
Dedico, também, a minha amada esposa Shirlei pelo constante apoio e com-
preensão, e na confiança depositada nos meus ideais.
Por fim, dedico esta obra também aos futuros operadores do direito, que
vislumbram alcançar a tão almejada justiça social.
Afetuosamente,
José Adriano Ramos
AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente, a Deus, meu refúgio e a minha fortaleza.


Agradeço imensamente aos meus Pais, Claudio e Silvia, aos meus irmãos
Gabriela e Guilherme, e à minha Melina, pela paciência e pela compreensão
em razão de minhas inúmeras ausências. Agradeço também à Toledo Prudente,
minha alma mater, e aos meus alunos, que diariamente me inspiram a crescer
pessoal e profissionalmente.
Ainda, agradeço a meu grande amigo e ao mesmo tempo colega, João
Victor Mendes de Oliveira, companheiro na realização deste trabalho.
Agradeço, também pela confiança da Editora D’Plácido e dos colegas
organizadores Rafael de Lazari e Emerson Borges Oliveira: muito obrigado
pela oportunidade de trabalhar com vocês
Por fim, agradeço a você, leitor, por prestigiar nosso trabalho.

PEDRO AUGUSTO DE S. BRAMBILLA

Em primeiro lugar, agradeço a Deus por ser Ele a luz na escuridão das
incertezas. Ao Pai, toda honra e glória.
Agradeço também a Ele por ter me dado a oportunidade de ser filho
de duas pessoas que tanto amo: Almir Mendes de Oliveira e Sandra Regina
Antônio de Oliveira, vocês são a razão de minhas lutas e sonhos. Amo vocês
Ao querido amigo e parceiro neste sonho, Pedro Brambilla. É uma honra
ser chamado de coautor, meu amigo- afinal- o grande mérito é seu.
Agradeço imensamente à minha família pela compreensão em razão
das minhas ausências: o motivo está nesta coleção, que a partir de agora se
perpetuará!
Mando um caloroso abraço ao meu querido professor, amigo e coordena-
dor do curso de Direito do Centro Universitário Antônio Eufrásio de Toledo,
professor doutor Sérgio Tibiriçá Amaral. Querido mestre, muito obrigado
por lá atrás ter confiado em meu trabalho e em minha pessoa. Sem você nada
disso seria possível!
Estendo um caloroso abraço aos amigos de escritório, “Madrid Advoga-
dos Associados”, em especial ao nosso fundador, meu querido amigo Marco
Antônio Madrid: obrigado pelas inúmeras lições e por seu exemplo enquanto
ser humano e causídico. Também, estendo meus sinceros e fraternos abraços
ao meu amigo, Dr. Rodrigo de Souza Gonçalves, atual presidente da 120ª
Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil, em Presidente Epitácio. Tenho
em você um exemplo de honestidade e irmandade. Um abraço fraterno ao
meu amigo Vitor Hg Mussi, pela sua camaradagem e empenho!
Não podia esquecer de agradecer meus amigos e sócios do “Epitácio
Aprova”: Leonardo Trombeta e Vinicius Vilela: muito obrigado por dividirem
este sonho comigo. Continuaremos firme em nosso propósito e amor ao Direito.
Por fim, direciono meus agradecimentos a você, querido leitor e estu-
dante de Direito. O grande patrono da advocacia brasileira, Rui Barbosa, tem
uma frase monumental e que ilustra bem este momento final da faculdade e a
preparação para o exame de Ordem. Assim ensina o grande causídico: “Maior
que a tristeza de não haver vencido é a vergonha de não ter lutado”.
Lembrem-se, a nossa existência neste mundo é movida a sonhos e de-
safios. E mais, para tudo existe um tempo. Portanto, se dediquem, estudem e
acreditem nas forças do tempo e nas obras do Pai: a sua aprovação vai chegar!
O grande velejador brasileiro, Amyr Klink, em sua obra “Cem dias entre
céu e mar” traz uma frase épica que diz: “Nesta vida, o maior naufrágio é
não partir”. Portanto, não tenham medo de crescer, tenham medo de ficarem
parados, pois a vida é movida a sonhos e nós acreditamos em vocês. Portanto,
corram na direção dos sonhos de vocês e não tenham medo da felicidade!
O estudo é lento, solitário, mas seus resultados são belos, doces. Portanto,
acreditem: o melhor está por vir.
Por fim, agradeço a confiança da Editora D’Plácido e dos colegas orga-
nizadores Rafael de Lazari e Emerson Borges Oliveira: foi um imenso prazer
trabalhar com vocês, meus amigos!
Com carinho,

JOÃO VICTOR M. OLIVEIRA

Agradeço aos meus pais, José e Geni, por sempre me apoiarem e incen-
tivarem em todos os meus projetos de vida.
Agradeço, também, a minha esposa Shirlei pelo constante apoio e com-
preensão, e na confiança depositada nos meus ideais.
Afetuosamente,

JOSÉ ADRIANO RAMOS


SOBRE OS AUTORES

JOSÉ ADRIANO RAMOS


Especialista em Direito Público pela Universidade de Brasília – UnB.
Especialista em Direito Civil e Processual Civil pelo Centro Universitário
“Euripides Soares da Rocha” de Marília/SP. Professor Universitário e professor
de Pós-graduação em Direito Previdenciário do Projuris – Estudos Jurídicos.
Presidente da Comissão da Advocacia Pública da Subseção da Ordem dos
Advogados do Brasil em Marília/SP. Procurador Federal desde 2004.

PEDRO AUGUSTO DE SOUZA BRAMBILLA


Mestre em Ciências Jurídicas pelo Centro Universitário de Maringá/PR.
Pós-graduado em Filosofia e Teoria do Direito pela Pontifícia Universidade
Católica de Minas Gerais e em Direito Civil e Processual Civil pelo Centro
Universitário Toledo de Presidente Prudente. Professor do Titular do curso de
Direito do Centro Universitário Toledo de Presidente Prudente. Advogado.
E-mail: pedrobrambilla@hotmail.com

JOÃO VICTOR MENDES DE OLIVEIRA


Mestrando em Ciências Jurídicas pela Universidade Estadual do Norte do
Paraná e professor assistente no Centro Universitário Antônio Eufrásio de Toledo
de Presidente Prudente. Advogado. E-mail: joaovictormospfc@hotmail.com
SUMÁRIO

ESTAT U TO
DA OA B E C Ó D I G O D E É T I CA E D I S C I P l i N A
J o s é Ad r i a n o Ra m o s

PA RT E 1
T EO R I A E Q U ESTÕ ES C O M E N TA DAS

CA P Í T U LO 1 1. Dos fins e da Organização 59


DA A DVO CAC I A 23 2. Do Conselho Federal 63
1. Da Atividade da Advocacia 23 3. Do Conselho Seccional 67
2. Dos Direitos dos Advogados 26 4. Da Subseção 69
3. Da Inscrição 34 5. Da Caixa de Assistência dos
4. Da Sociedade de Advogados 41 Advogados 70
5. Do Advogado Empregado 43 6. Da Eleição e dos mandatos 71
6. Dos Honorários Advocatícios 44 CA P Í T U LO 3
7. Das incompatibilidades D O P R O C ES S O DA OA B  77
e dos Impedimentos 47
1. Disposições Gerais 77
8. Da Ética do Advogado 49
2. Do Processo Disciplinar 77
9. Das Infrações Disciplinares 49
3. Dos Recursos 80
CA P Í T U LO 2
DA O R D E M D O S A DVO G A D O S D O CA P Í T U LO 4
B RAS I L 5 9 DAS D I S P O S I Ç Õ ES G E RA I S E
T RA N S I TÓ R I AS  8 5

PA RT E 2
C Ó D I G O D E É T I CA E D I S C I P L I N A DA OA B
CA P Í T U LO 1 CA P Í T U LO 2
DA É T I CA D O A DVO G A D O  91 D O P R O C ES S O D I S C I P L I N A R  1 1 1

1. Dos Princípios Fundamentais  91 1. Dos Procedimentos 111


2. Da Advocacia Pública 94 2. Dos Órgãos Disciplinares  117
3. Das Relações com os Clientes  94 2.1. Dos Tribunais de Ética
4. Das Relações com os Colegas, Agen- e Disciplina  117
tes Políticos, Autoridades, Servidores 2.2. Das Corregedorias Gerais  118
Públicos e Terceiros  98
5. Da Advocacia “Pro Bono” 99 CA P Í T U LO 3
DAS D I S P O S I Ç Õ ES G E RA I S E
6. Do Exercício de Cargos e Funções na T RA N S I TÓ R I AS  121
OAB e na Representação
da Classe  99 ANEXO I 123
7. Do Sigilo Profissional  100 ANEXO II 123
8. Da Publicidade Profissional 101 REGULAMENTO GERAL DO
9. Dos Honorários Profissionais 103 ESTATUTO DA ADVOCACIA
E DA OAB 123

F i l o s o f i a d o D i re i to

P e d ro Au g u s to d e S o u z a B ra m b i l l a
J o ã o V i c to r M e n d e s d e O l i v e i ra

CA P Í T U LO 1 CA P Í T U LO 3
F I LO S O F I A D O D I R E I TO – C O N - A R I STÓT E L ES E AS AC E P Ç Õ ES
C E I TO S E AS P ECTO S G E RA I S  175 S O B R E A J U ST I ÇA 195

1.1. Jusnaturalismo e Juspositivismo: 3.1. Acepções sobre a justiça 196


distinções sempre relevantes 176 3.2. Justo político e os outros
1.2. O juspositivismo e suas facetas: âmbitos da justiça 201
eclético, estrito e ético. 178 3.3. Os tipos de governo 202
1.3. Questões de aplicação: 181 3.4. Questões de aplicação: 204
1.4. Gabarito comentado 183 3.5. Gabarito Comentado 205

CA P Í T U LO 2 CA P Í T U LO 4
U M P O U C O D O S C L ÁS S I C O S : O S F I LO S O F I A M E D I E VA L : O S E N S I -
E N S I N A M E N TO S D E S Ó C RAT ES N A M E N TO S D E S A N TO AG O ST I -
E P L ATÃO  185 N H O E S ÃO TO M ÁS
D E AQ U I N O  2 07
2.1. Sócrates e a vida virtuosa: Justiça
como princípio de virtude 185 4.1. Agostinho de Hipona
2.2. Platão: Teoria das ideias (354-430 d.C.) 207
e projeto político 188 4.2. São Tomás de Aquino
2.3. Questões de aplicação 191 (1255 – 1274 d.C.) 211
2.4. Gabarito comentado 192 4.3. Questões de aplicação 215
CA P Í T U LO 5 8.2.1. Antinomias reais e aparentes:
T H O M AS H O B B ES , J O H N LO C K E critérios de solução 260
E J E A N J AC Q U ES R O U S S E AU  2 1 9 8.2.2. Conflito e insuficiência
5.1. Thomas Hobbes 219 dos critérios 261
5.2. John Locke 222 8.3. O problema das lacunas  262
5.3. Jean Jacques Rousseau 225 8.3.1. Lacunas reais e lacunas
ideológicas 263
5.4. Questões de aplicação
do conteúdo 229 8.3.2. Critérios de solução 264
5.5. Gabarito comentado 230 8.4. Questões de aplicação 265
8.5. Gabarito comentado 267
CA P Í T U LO 6
I M M A N U E L K A N T: FO R M A L I S M O , CA P Í T U LO 9
D I G N I DA D E E O D I R E I TO  233 M I G U E L R E A L E E A T EO R I A T R I -
D I M E N S I O N A L D O D I R E I TO  2 6 9
6.1. Kant e a teoria do
conhecimento 233 9.1. Críticas às teorias reducionistas 269
6.2. Moralidade 235 9.2. Teoria tridimensional do direito270
6.3. Dignidade 237 9.3. Da verificação da tridimensionali-
6.4. Kant e o Direito 239 dade na criação, no desenvolvimento
6.5. Questões de aplicação: 241 e na aplicação do direito 273
6.6. Gabarito comentado 243 9.4. Questões de aplicação
do conteúdo 275
CA P Í T U LO 7 9.5. Gabarito Comentado 276
H A N S K E L S E N E A T EO R I A
P U RA D O D I R E I TO  245 CA P Í T U LO 1 0
A T EO R I A DA J U ST I ÇA
7.1. Do direito como objeto D E J O H N RAW L S  279
da ciência jurídica  245
7.2. Os planos do ser e do dever ser 246 10.1. A Justiça como equidade 279
7.3. Norma jurídica: hierarquia, 10.2. Os dois princípios da justiça 283
validade e eficácia  248 10.3. Questões de aplicação 286
7.4. Interpretação e decisão judicial 251 10.4. Gabarito comentado 288
7.5. Direito e justiça 252
CA P Í T U LO 1 1
7.6. Questões de aplicação
J U R G E N H A B E R M AS E A T EO R I A
do conteúdo 253 D O AG I R C O M U N I CAT I VO  291
7.7. Gabarito comentado 254
11.1. A teoria do agir comunicativo 291
CA P Í T U LO 8 11.2. O Estado democrático de direitos
N O R B E RTO B O B B I O E A T EO R I A à luz da teoria do agir
D O O R D E N A M E N TO comunicativo 293
JURÍDICO257
11.3. De um necessário espaço de livre
8.1. A teoria do ordenamento fala para compreensão e formação
jurídico 257 do Direito 295
8.2. O problema das antinomias 260 11.4. Questões de aplicação 297
11.5. Gabarito comentado: 298

CA P Í T U LO 1 2
H E R B E RT H A RT E O C O N C E I TO
D E D I R E I TO  299

12.1. O conceito de direito 299


12.2. Regras primárias e regras
secundárias 302
12.3. Textura aberta e interpretação
do direito 304
12.4. Questões de aplicação: 305
12.5. Gabarito comentado: 306

CA P Í T U LO 1 3
R O N A L D DWO R K I N : H A R D CA-
S ES E A T EO R I A D O S
PRINCÍPIOS309

13.1. Questões de aplicação 312


13.2. Gabarito Comentado 313

R E F E R Ê N C I AS  3 1 5
E S T A T U T O
D A O A B E
C Ó D I G O D E
É T I C A E
D I S C I P L I N A

J o s é A d r i a n o R a m o s

19
PA R T E 1

E S TAT U T O D A O A B – T E O R I A
E Q U E S T Õ E S C O M E N TA D A S
L e i n º 8 . 9 0 6 / 9 4
1

DA ADVOCACIA

1. DA ATIVIDADE DA ADVOCACIA
Art. 1º São atividades privativas de advocacia:
I - a postulação a  qualquer órgão do Poder Judiciário e aos
juizados especiais; (Vide ADIN 1.127-8)
II - as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas.
§ 1º Não se inclui na atividade privativa de advocacia a impe-
tração de habeas corpus em qualquer instância ou tribunal.
§ 2º Os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas,
sob pena de nulidade, só podem ser admitidos a registro, nos
órgãos competentes, quando visados por advogados.
§ 3º É vedada a divulgação de advocacia em conjunto com outra
atividade.
Art. 2º O advogado é indispensável à administração da justiça.
§ 1º No seu ministério privado, o advogado presta serviço público
e exerce função social.
§ 2º No processo judicial, o advogado contribui, na postulação de
decisão favorável ao seu constituinte, ao convencimento do julgador,
e seus atos constituem múnus público.
§ 3º No exercício da profissão, o advogado é inviolável por seus
atos e manifestações, nos limites desta lei.

O artigo 133 da Constituição Federal dispõe acerca da exercício profis-


sional da advocacia nos seguintes termos:
Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo
inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão,
nos limites da Lei.

Deste dispositivo legal pode-se extrair dois importantes comandos:


• A indispensabilidade do advogado à administração da justiça:
• A inviolabilidade do advogado por seus atos e manifestações

23
AT E N Ç Ã O : D e v e - s e o b s e r v a r q u e e s s e d i s p o s i t i v o t e m a p l i -
cação ao advogado no exercício da profissão e nos limi-
tes da lei (norma constitucional de eficácia contida !!!!!).

São privativos da advocacia:


• Postular em qualquer órgão do Poder Judiciário e nos Juizados Especiais;
• As atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas.
São exceções à indispensabilidade do advogado para a postulação em juízo:
• Nos Juizados de Pequenas Causas e na Justiça de Paz (ADI 1127-8);
• No Juizado Especial Cível (Lei 9.099/95), nas ações até 20 salários-mínimos e
exceto em recursos (art. 9º e 41);
• Na Justiça do Trabalho, restrito às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais
do Trabalho, exceto para ação rescisória, ação cautelar, mandado de segurança e
para os recursos da competência do TST (Súmula 425 TST);
• Impetração de “habeas corpus” em qualquer instância ou tribunal;
• Nos Juizados Especiais Federais (somente na primeira instância e relativas a
demandas cíveis);
• Na Justiça de Paz;
• Na revisional criminal (CPP, artigo 623);
• Na ação de alimentos prevista no artigo 2º da Lei nº 5.478/68;

IMPORTANTE: nos Juizados Especiais Criminais e nos processos cri -


m e s d o s j u i z a d o s e s p e c i a i s Fe d e r a i s ( J E Fs ) s e m p re é o b r i g a tó r i a a
presença de advogado (artigo 68 da Lei nº 9.099/95 e ADI nº 3.168/DF).

ATENÇÃO: A súmula vinculante nº 5 assevera que a falta de defesa téc-


nica em processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição

No exercício de sua atividade privada, o advogado exerce função so-


cial e presta serviço público, e, no processo judicial, seus atos constituem
múnus público. A denominação de advogado somente poderá ser utilizada
pelos inscritos na OAB.
O advogado, no exercício de sua profissão, é inviolável por seus atos e
manifestações, nos limites do Estatuto da OAB (CF, art.133). Importante ressaltar
que o STF já julgou , em sede de ADI, inconstitucionais várias “expressões”
do EOAB. Estudaremos referidos julgamentos mais adiante.
Art. 3º O exercício da atividade de advocacia no território
brasileiro e a denominação de advogado são privativos dos
inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB),
§ 1º Exercem atividade de advocacia, sujeitando-se ao regime desta
lei, além do regime próprio a que se subordinem, os integrantes

24
da Advocacia-Geral da União, da Procuradoria da Fazenda Na-
cional, da Defensoria Pública e das Procuradorias e Consultorias
Jurídicas dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das
respectivas entidades de administração indireta e fundacional.
§ 2º O estagiário de advocacia, regularmente inscrito, pode
praticar os atos previstos no art. 1º, na forma do regimento
geral, em conjunto com advogado e sob responsabilidade deste.
Art. 4º São nulos os atos privativos de advogado praticados
por pessoa não inscrita na OAB, sem prejuízo das sanções
civis, penais e administrativas.
Parágrafo único. São também “nulos” os atos praticados por
advogado impedido - no âmbito do impedimento - suspenso,
licenciado ou que passar a exercer atividade incompatível
com a advocacia.
Art. 5º O advogado postula, em juízo ou fora dele, fazendo
prova do mandato.
§ 1º O advogado, afirmando urgência, pode atuar sem procu-
ração, obrigando-se a apresentá-la no prazo de quinze dias,
prorrogável por igual período.
§ 2º A procuração para o foro em geral habilita o advogado
a praticar todos os atos judiciais, em qualquer juízo ou ins-
tância, salvo os que exijam poderes especiais.
§ 3º O advogado que renunciar ao mandato continuará, durante
os dez dias seguintes à notificação da renúncia, a representar o
mandante, salvo se for substituído antes do término desse prazo.

O advogado inscrito em qualquer dos Conselhos Seccionais pode exercer a


advocacia em todo o território nacional.Todavia, conforme veremos mais adiante,
se o advogado atuar em mais de 5 processos simultaneamente em outra Seccional,
deverá promover também a sua inscrição suplementar (IMPORTANTE !!!!!).
O estagiário da advocacia, desde que inscrito na OAB, também pode
praticar atos privativos de advogado, desde que em conjunto com ad-
vogado e sob sua responsabilidade. Poderão, no entanto, praticar os seguintes
atos isoladamente:

• Retirar e devolver autos em cartório;


• Obter junto aos escrivães e chefes de secretarias certidões de peças ou autos de
processos em curso ou findos;
• Assinar petições de juntada de documentos a processos judiciais ou administrativos.

São NULOS os atos privativos de advogado praticados por:


• Pessoa não inscrita na OAB;
• Por advogado impedido (no âmbito do impedimento), suspenso, licenciado ou
que passar a exercer atividade incompatível com a advocacia.

Em regra, o advogado deve postular em juízo fazendo prova do man-


dato judicial. Em casos de urgência, poderá postular sem a prova do

25
mandato, comprometendo-se em apresentá-lo no prazo de 15 dias, prorro-
gáveis pelo mesmo período (NCPC, art. 104). O advogado que, renunciar ao
mandato, continuará a representar o mandante pelo prazo de 10 dias, salvo se
substituído (NCPC, art. 112).
A procuração para o foro em geral (procuração “ad judicia”) permite ao
advogado a prática de todos os atos judiciais, exceto os que exigirem poderes
especiais (ex.: transigir, renunciar, etc.).

AT E N Ç ÃO : o s a t o s e c o n t r a t o s c o n s t i t u t i v o s d e p e s s o a s j u r í -
dicas, sob pena de nulidade, só podem ser admitidos, a re -
gistro, nos órgãos competentes, quando visados por advo-
gado. Não haverá necessidade para as “microempresas” e
“empresas de pequeno porte” (Lei complementar nº 124).

2. DOS DIREITOS DOS ADVOGADOS


Art. 6º Não há hierarquia nem subordinação entre advoga-
dos, magistrados e membros do Ministério Público, devendo
todos tratar-se com consideração e respeito recíprocos.
Parágrafo único. As autoridades, os servidores públicos e os
serventuários da justiça devem dispensar ao advogado, no
exercício da profissão, tratamento compatível com a digni-
dade da advocacia e condições adequadas a seu desempenho.

Ao dispor expressamente acerca da inexistência de hierarquia entre advo-


gados, magistrados e membros do ministério público, este dispositivo consagra
o princípio do respeito mútuo entre as funções essenciais à justiça.
A norma visa consignar que essas funções, em razão de seu caráter de
múnus público, encontra-se em situação de paridade, não existindo subordi-
nação, vinculação ou hierarquia entre elas.

Art. 7º São direitos do advogado:


I - exercer, com liberdade, a profissão em todo o território
nacional;

O advogado pode exercer sua atividade profissional em todo o território


nacional, nos termos preconizados por este Estatuto, pelo Código de Ética e
Disciplina, pelo Regulamento Geral, e pelas Resoluções do Conselho Federal
da Ordem dos Advogados do Brasil (CFOAB).
Embora este dispositivo disponha de forma ampla sobre a possibilidade
de exercício da advocacia em todo o território nacional, o EOAB elenca quais
são as condições para que o advogado possa exercê-lo.
Deverá o advogado promover sua inscrição principal no Conselho
Seccional em cujo território pretende estabelecer seu domicílio profissional,
e também poderá promover sua inscrição suplementar nos territórios dos

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Conselhos Seccionais onde passar a exercer habitualmente sua profissão (mais
de cinco causas por ano !!!!).

I M P O R TA N T E : e s t e d i s p o s i t i v o d e v e s e r i n t e r p r e t a -
do de forma sistemática com o artigo 10 deste Estatuto.

II – a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho,


bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua corres-
pondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde
que relativas ao exercício da advocacia; (Redação dada pela
Lei nº 11.767, de 2008)

O escritório, os instrumentos de trabalho e a correspondência do advo-


gado são invioláveis.
Essa inviolabilidade, por sua vez, cinge-se ao exercício da advocacia.
Destarte, havendo fundados indícios de autoria e de materialidade de crime
praticado por advogado, poderá a autoridade judiciária determinar a quebra
da inviolabilidade (somente a autoridade judiciária !!!!).
III - comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservada-
mente, mesmo sem procuração, quando estes se acharem
presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou
militares, ainda que considerados incomunicáveis;

O advogado poderá comunicar-se com seu cliente preso em estabeleci-


mento civil e militar, de forma reservada e pessoal, ainda que sem procuração.
O dispositivo reza que tal direito poderá ser exercido mesmo se o preso seja
considerado incomunicável. Todavia, a incomunicabilidade é vedada expres-
samente pelo nosso texto constitucional.
IV - ter a presença de representante da OAB, quando preso
em flagrante, por motivo ligado ao exercício da advocacia,
para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos
demais casos, a comunicação expressa à seccional da OAB;

Este dispositivo tem por escopo evitar prisões ilegais e arbitrárias de


advogados.Visa resguardar o desempenho livre e independente da advocacia.
Com efeito, é direito do advogado ter a presença de um representante da
OAB quando preso em flagrante por motivo ligado ao exercício da advocacia,
para a lavratura do auto de prisão, sob pena de NULIDADE do referido auto.

C U I DA D O : s e o c r i m e n ã o t i v e r re l a ç ã o c o m o e xe rc í c i o p ro f i s -
s i o n a l , o a d v o g a d o n ã o t e m o d i re i t o d a p re s e n ç a d e u m re p re -
s e n t a n t e d a OA B p a r a a l a v r a t u r a d o re s p e c t i v o a u t o d e p r i s ã o .

V - não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em


julgado, senão em sala de Estado Maior, com instalações e

27
comodidades condignas, assim reconhecidas pela OAB, e, na
sua falta, em prisão domiciliar; (Vide ADIN 1.127-8)

Antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória, o advogado


poderá ser recolhido tão-somente em “sala de Estado Maior”, ou, na sua falta,
em prisão domiciliar. CUIDADO: este artigo NÃO se aplica após o trânsito
em julgado.
A expressão “assim reconhecidas pela OAB” fora declarada inconstitucional
pelo STF no julgamento da ADI 1.127-8.

I M P O R TA N T E : P a r a o S T F, s a l a d e E s t a d o m a i o r é q u a l q u e r
s a l a d a s i n s t a l a ç õ e s d a s Fo rç a s A r m a d a s ( E xé rc i t o , M a r i n h a e
A e ro n á u t i c a ) o u d a s Fo rç a s a u x i l i a re s ( P o l í c i a M i l i t a r o u c o r-
p o d e b o m b e i ro s ) . N ã o s e e x i g e , e m r a z ã o d a d e c l a r a ç ã o d e
inconstitucionalidade da expressão em tela, que a acomo -
d a ç ã o d e E s t a d o M a i o r s e j a re c o n h e c i d a c o m o t a l p e l a OA B .

Em não havendo instalações do Estado Maior, a despeito da norma em


estudo ser expressa em garantir a prisão domiciliar, o STF e o STJ divergem
quanto à sua aplicação.
§ 3º O advogado somente poderá ser preso em flagrante,
por motivo de exercício da profissão, em caso de crime
inafiançável, observado o disposto no inciso IV deste artigo.

Nos termos deste parágrafo, o advogado, no exercício de seu mister, so-


mente poderá ser preso em flagrante se concorrerem os seguintes requisitos:

a) Exercício da profissão;
b) Flagrante delito;
c) Crime inafiançável;
d) Ter a presença de um representante da O.A.B.

I M P O R TA N T E : A O . A . B . d e v e d e s i g n a r r e p r e s e n t a n t e p a r a
acompanhar os inquéritos policiais ou processos crimi-
nais nos quais o advogado figure como indiciado ou réu e
digam respeito ao exercício da profissão (art. 16 do EOAB).

VI - ingressar livremente:
a) nas salas de sessões dos tribunais, mesmo além dos cancelos
que separam a parte reservada aos magistrados;
b) nas salas e dependências de audiências, secretarias, car-
tórios, ofícios de justiça, serviços notariais e de registro, e,
no caso de delegacias e prisões, mesmo fora da hora de ex-
pediente e independentemente da presença de seus titulares;

28
c) em qualquer edifício ou recinto em que funcione reparti-
ção judicial ou outro serviço público onde o advogado deva
praticar ato ou colher prova ou informação útil ao exercício
da atividade profissional, dentro do expediente ou fora dele,
e ser atendido, desde que se ache presente qualquer servidor
ou empregado;
d) em qualquer assembléia ou reunião de que participe ou
possa participar o seu cliente, ou perante a qual este deva
comparecer, desde que munido de poderes especiais;

O advogado tem o direito (prerrogativa) de ingressar livremente nas sa-


las das sessões dos tribunais, das audiências dos juízos, edifícios de repartições
judiciais ou administrativas, delegacias, prisões, etc.

CUIDADO: para o advogar ingressar em assem-


bleia ou reunião, representando seu cliente, deve -
rá apresentar procuração com poderes especiais.

VII - permanecer sentado ou em pé e retirar-se de quaisquer


locais indicados no inciso anterior, independentemente de
licença;
VIII - dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e
gabinetes de trabalho, independentemente de horário previa-
mente marcado ou outra condição, observando-se a ordem
de chegada;
X - usar da palavra, pela ordem, em qualquer juízo ou
tribunal, mediante intervenção sumária, para esclarecer
equívoco ou dúvida surgida em relação a fatos, documentos
ou afirmações que influam no julgamento, bem como para
replicar acusação ou censura que lhe forem feitas;
XI - reclamar, verbalmente ou por escrito, perante qualquer
juízo, tribunal ou autoridade, contra a inobservância de
preceito de lei, regulamento ou regimento;
XII - falar, sentado ou em pé, em juízo, tribunal ou órgão
de deliberação coletiva da Administração Pública ou do
Poder Legislativo;
XIII - examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e
Legislativo, ou da Administração Pública em geral, autos de
processos findos ou em andamento, mesmo sem procuração,
quando não estejam sujeitos a sigilo, assegurada a obtenção
de cópias, podendo tomar apontamentos;
XIV - examinar, em qualquer instituição responsável por
conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de
flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou
em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo
copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou di-
gital; (Redação dada pela Lei nº 13.245, de 2016)

29
XV - ter vista dos processos judiciais ou administrativos de
qualquer natureza, em cartório ou na repartição competente,
ou retirá-los pelos prazos legais;
XVI - retirar autos de processos findos, mesmo sem procu-
ração, pelo prazo de dez dias;

Para o eficiente e pleno desempenho de sua atividade profissional, o


advogado tem o direito/prerrogativa de “vista” relativo aos processos e docu-
mentos de interesses e de seus cliente ou mesmo de terceiras pessoas que com
ele não mantenham relação profissional, e que se encontrem em tribunais,
órgãos legislativos ou repartições administrativas.
Esse direito, por seu turno, não é absoluto, visto que encontra limitações
em se tratando de processos que tramitem sob “segredo de justiça” e digam
respeito a terceiras pessoas (não clientes do advogado !!!!).
Vejamos como se dá esse direito:
a) Processos judiciais:

• Em tramitação: o advogado poder ter vista e tomar apontamentos, mesmo sem


procuração. Para fazer carga (retirar o processo) tem que ter procuração.
• Findos: o advogado pode ter vista, tomar apontamentos ou tirar cópias, e fazer
carga pelo prazo de 10 (dez dias), mesmo sem procuração.

CUIDADO: tratando-se de processo que tramite so-


b r e “ s e g r e d o d e j u s t i ç a ” o u “ s i g i l o ”, o a d v o g a d o t e r á d i -
reito a vista ou carga tão-somente se tiver procuração..

O artigo 107 do Novo Código de Processo Civil estabelece que o advogado,


com procuração, poderá requerer a carga do processo (em trâmite !!!) pelo prazo de
5 (cinco) dias. Se o prazo for comum, a carga dos autos deve ser feita em conjunto.

I M P O R TA N T E : s e o p r o c e s s o c o n t i v e r “ d o c u m e n t o d e d i -
f í c i l r e s t a u r a ç ã o ”, o j u i z p o d e r á p r o i b i r s u a c a r g a . A s r e -
g r a s q u a n t o a o d i re i t o d e v i s t a s ã o m a n t i d o s n e s t a h i p ó t e s e .

b) Processo administrativo e inquérito policial: o advogado tem o


direito de vista mesmo sem procuração e mesmo que conclusos. Para
retirar o processo administrativo o advogado deve ter procuração.

I M P O RTA N T E : a s ú m u l a v i n c u l a n te n º 1 4 e s t a b e l e c e q u e “é d i re i to
d o d e fe n s o r, n o i n t e re s s e d o re p re s e n t a d o , t e r a c e s s o a m p l o
a o s e l e m e n to s d e p rova q u e , j á d o c u m e n t a d o s e m p ro c e d i m e n to
i n v e s t i g a t ó r i o re a l i z a d o p o r ó rg ã o c o m c o m p e t ê n c i a d e p o l í c i a
j u d i c i á r i a , d i g a m r e s p e i t o a o e x e r c í c i o d o d i r e i t o d e d e f e s a ”.

30
XVII - ser publicamente desagravado, quando ofendido no
exercício da profissão ou em razão dela;
XVIII - usar os símbolos privativos da profissão de advogado;
XIX - recusar-se a depor como testemunha em processo no
qual funcionou ou deva funcionar, ou sobre fato relacionado
com pessoa de quem seja ou foi advogado, mesmo quando
autorizado ou solicitado pelo constituinte, bem como sobre
fato que constitua sigilo profissional;
XX - retirar-se do recinto onde se encontre aguardando
pregão para ato judicial, após trinta minutos do horário
designado e ao qual ainda não tenha comparecido a au-
toridade que deva presidir a ele, mediante comunicação
protocolizada em juízo.
XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apuração
de infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo in-
terrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os
elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes ou
derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso
da respectiva apuração: (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016)
a) apresentar razões e quesitos; (Incluído pela Lei nº 13.245,
de 2016)
b) (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016)
§ 1º Não se aplica o disposto nos incisos XV e XVI:
1) aos processos sob regime de segredo de justiça;
2) quando existirem nos autos documentos originais de
difícil restauração ou ocorrer circunstância relevante que
justifique a permanência dos autos no cartório, secretaria
ou repartição, reconhecida pela autoridade em despacho
motivado, proferido de ofício, mediante representação ou a
requerimento da parte interessada;
3) até o encerramento do processo, ao advogado que houver
deixado de devolver os respectivos autos no prazo legal, e só
o fizer depois de intimado.
§ 2º O advogado tem imunidade profissional, não constituindo
injúria, difamação ou desacato puníveis qualquer manifestação
de sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora
dele, sem prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB,
pelos excessos que cometer. (Vide ADIN 1.127-8)

A ADI nª 1.127-8 excluiu o crime de desacato do rol de imunidades do


advogado. Com efeito, o advogado terá imunidade tão-somente em relação à::
• Injúria; e
• difamação.

I M P O R TA N T E : o a d v o g a d o r e s p o n d e r á , n o e n t a n t o , p e r a n t e
à O.A.B., pelos excessos que cometer (disciplinarmente !!!).

31
§ 3º O advogado somente poderá ser preso em flagrante, por mo-
tivo de exercício da profissão, em caso de crime inafiançável,
observado o disposto no inciso IV deste artigo.
§ 4º O Poder Judiciário e o Poder Executivo devem instalar, em
todos os juizados, fóruns, tribunais, delegacias de polícia e presídios,
salas especiais permanentes para os advogados, com uso e controle
assegurados à OAB. (Vide ADIN 1.127-8)
§ 5º No caso de ofensa a inscrito na OAB, no exercício da
profissão ou de cargo ou função de órgão da OAB, o conselho
competente deve promover o desagravo público do ofendi-
do, sem prejuízo da responsabilidade criminal em que
incorrer o infrator.
§ 6o Presentes indícios de autoria e materialidade da prática
de crime por parte de advogado, a autoridade judiciária
competente poderá decretar a quebra da inviolabilidade
de que trata o inciso II do caput deste artigo, em deci-
são motivada, expedindo mandado de busca e apreensão,
específico e pormenorizado, a ser cumprido na presença
de representante da OAB, sendo, em qualquer hipótese,
vedada a utilização dos documentos, das mídias e dos
objetos pertencentes a clientes do advogado averiguado,
bem como dos demais instrumentos de trabalho que
contenham informações sobre clientes. (Incluído pela Lei
nº 11.767, de 2008)
§ 7o A ressalva constante do § 6o deste artigo não se estende
a clientes do advogado averiguado que estejam sendo for-
malmente investigados como seus partícipes ou co-autores
pela prática do mesmo crime que deu causa à quebra da
inviolabilidade. (Incluído pela Lei nº 11.767, de 2008)

A decisão que determinar a quebra da inviolabilidade dever ser motivada,


a teor do disposto no artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal.
Antes do cumprimento do mandado de busca e apreensão, a OAB deverá ser
comunicada para designar representante para acompanhar a diligência (comunicação
prévia !!!), com o escopo de fiscalizar a observância das prerrogativas profissionais.

C U I D A D O : s o m e n t e a a u t o r i d a d e j u d i c i á r i a p o d e r á d e t e r-
minar a quebra da inviolabilidade profissional do advogado.

O advogado que tiver suas prerrogativas violadas, ou que seja ofendido


no exercício de sua profissão, tem o direito de ser desagravado. O desgravo será
promovido pela O.A.B. e tem por finalidade tornar pública a ofensa irrogada
ao advogado e a sua injustiça, preservando, destarte, a honra do profissional e
da advocacia como um todo.

I M P O R TA N T E : a q u e b r a d a i n v i o l a b i l i d a d e p o d e r á a b r a n g e r
também os documentos de cliente do advogado que sejam
c o - a u t o re s o u p a r t í c i p e s e m c r i m e a e l e ( a d v o g a d o ) a t r i b u í d o .

32
Em síntese, são cinco os pressupostos para que seja juridicamente possível
a quebra da inviolabilidade do advogado:
1) Ordem judicial;
2) Determinada por juiz competente;
3) Objeto delimitado;
4) Decisão fundamentada; e
5) Comunicação prévia à OAB.

CUIDADO: se a OAB deixar de designar representan-


te para acompanhar a diligência, apesar de previa-
mente notificada, não acarretará a nulidade do ato.

AT E N ÇÃO : N o q u e c o n c e r n e à i nv i o l a b i l i d a d e d o e s c r i tó r i o d o a d -
vo g a d o , i m p o r t a d e s t a c a r q u e , a te o r d a Le i n º 1 1 .7 6 7/0 8 , n ã o p o -
d e rã o s e r u t i l i z a d o s o s d o c u m e nto s , a s m í d i a s e o s o b j eto s p e r te n -
c e n t e s a s e u s c l i e n t e s , e m r a z ã o d o s i g i l o p ro f i s s i o n a l , exc e t o o s
re l a t i vo s a o s c l i e n te s d o a d vo g a d o q u e s e j a m c o a u to re s o u p a r t í -
c i p e s p e l o m e s m o c r i m e q u e d e u a zo à q u e b r a d a i nv i o l a b i l i d a d e .

§ 10. Nos autos sujeitos a sigilo, deve o advogado apresentar


procuração para o exercício dos direitos de que trata o inciso
XIV. (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016)
§ 11. No caso previsto no inciso XIV, a autoridade competente
poderá “delimitar” o acesso do advogado aos elementos de
prova relacionados a “diligências em andamento” e ‘ainda
não documentados nos autos”, quando houver risco de com-
prometimento da eficiência, da eficácia ou da finalidade das
diligências. (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016)
§ 12. A inobservância aos direitos estabelecidos no inciso XIV,
o fornecimento incompleto de autos ou o fornecimento
de autos em que houve a retirada de peças já incluídas no
caderno investigativo implicará responsabilização criminal
e funcional por abuso de autoridade do responsável que
impedir o acesso do advogado com o intuito de prejudicar
o exercício da defesa, sem prejuízo do direito subjetivo do
advogado de requerer acesso aos autos ao juiz competente.
(Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016)

Os parágrafos 11 e 12, incluídos pela Lei nº 13.245/2016, introduziram


novidades em relação ao direito de vista do advogado. Com efeito, a auto-
ridade poderá “delimitar” o acesso do advogado aos elementos de prova nas
seguintes hipóteses:

33
• diligências em andamento;
• ainda não documentados nos autos; e
• risco de comprometimento da eficácia da diligência.

A violação ao disposto no inciso XIV (direito de examinar autos de prisão


e inquéritos) configura crime de abuso de autoridade.
Art. 7o-A. São direitos da advogada: (Incluído pela Lei nº
13.363, de 2016)
I - gestante: (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016)
a) entrada em tribunais sem ser submetida a detectores de me-
tais e aparelhos de raios X; (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016)
b) reserva de vaga em garagens dos fóruns dos tribunais;
(Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016)
II - lactante, adotante ou que der à luz, acesso a creche, onde
houver, ou a local adequado ao atendimento das necessidades
do bebê; (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016)
III - gestante, lactante, adotante ou que der à luz, preferência
na ordem das sustentações orais e das audiências a serem
realizadas a cada dia, mediante comprovação de sua condição;
(Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016)
IV - adotante ou que der à luz, suspensão de prazos pro-
cessuais quando for a única patrona da causa, desde que
haja notificação por escrito ao cliente. (Incluído pela Lei nº
13.363, de 2016)
§ 1o Os direitos previstos à advogada gestante ou lactante
aplicam-se enquanto perdurar, respectivamente, o estado
gravídico ou o período de amamentação. (Incluído pela Lei
nº 13.363, de 2016)
§ 2o Os direitos assegurados nos incisos II e III deste artigo à advogada
adotante ou que der à luz serão concedidos pelo prazo previsto no art.
392 do Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943 (Consolidação
das Leis do Trabalho). (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016)
§ 3o O direito assegurado no inciso IV deste artigo à advogada
adotante ou que der à luz será concedido pelo prazo previsto no §
6o do art. 313 da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de
Processo Civil). (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016)

A Lei nº 13.363/16 introduziu o artigo 7ªA ao EOAB, elencando uma


série de direitos à advogada gestante, lactante e adotante.

3. DA INSCRIÇÃO
Para que a pessoa seja qualificada como advogado (a), e possa exercer os
direitos e prerrogativas inerentes à profissão, não basta ser bacharel e Direito
e ter sido aprovado no Exame de Ordem. Necessário se faz, também, que
preencha sete requisitos cumulativamente. São requisitos para a inscrição nos
quadros da OAB:

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Art. 8º Para inscrição como advogado é necessário:
I) capacidade civil;
A capacidade civil consiste na aptidão jurídica da pessoa natural contrair
direitos e obrigações na esfera civil. O Código Civil dispõe acerca da capaci-
dade civil em seus artigos 1º a 5º.
II) diploma ou certidão de graduação em direito, obtido em instituição
de ensino oficialmente autorizada e credenciada;
O candidato à inscrição nos quadros da OAB deve apresentar seu Diplo-
ma de colação de grau em Direito em instituição de ensino oficial, autorizada
ou credenciada no Ministério da Educação.
Poderá apresentar, ainda, na falta do diploma, a Certidão de Colação de Grau,
que deverá estar acompanhada de Histórico Escolar autenticado (exigência constante
no artigo 23 do Regulamento da ordem dos Advogados do Brasil (REGOAB).
Os estrangeiros podem exercer a advocacia no Brasil. A figura do es-
trangeiro que pretende exercer a advocacia no Brasil não se confunde com a
figura do “advogado ou sociedade de advogados estrangeiros” que pretendam
exercer a advocacia em nosso país.
O advogado estrangeiro, por sua vez, pode exercer a atividade no Brasil,
desde que observadas as restrições constantes no provimento nº 91/2000 do
Conselho Federal.

O provimento em tela estabelece, dentre outras, as seguintes limitações:


• Obter autorização da OAB, que será sempre precária;
• O exercício profissional ficará restrito à prática de consultoria no Direito
vigente no país de origem;
• É proibido o exercício da advocacia contenciosa, mesmo com o concurso de
advogados brasileiros.

Em relação ao advogado Português, de forma excepcional, o exercício


da atividade é regulamentada pelo Provimento nº 129/2008. Poderão, assim,
inscrever-se na OAB e exercer a advocacia no Brasil, desde que sua situação
esteja regular no conselho português. Todavia, para essa regra ter validade, ne-
cessário que Portugal respeite o princípio da “reciprocidade”.
III) título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro;
O título de eleitor é exigência que se aplica tão-somente aos brasileiros
de ambos os sexos. A prova de quitação do serviço militar se impõe apenas ao
nacional do sexo masculino.

I M P O RTA N T E : p o r ó bv i o e s te re q u i s i to n ã o s e a p l i c a a o e s t ra n g e i ro .

IV) aprovação em Exame de Ordem;

35
O Exame de Ordem tem por finalidade precípua a aferição de conheci-
mentos jurídicos mínimos do candidato para o exercício d advocacia.
Não se exige a graduação em direito para que a pessoa preste o exame.
Todavia, se não for bacharel em direito, mesmo que aprovada no exame, não
poderá se inscrever por ausência deste requisito.

CUIDADO: nesta hipótese (pessoa sem bacharela-


do em Direito), mesmo que venha a obter futura-
m e n t e o d i p l o m a d e d i re i t o n ã o p o d e r á s e i n s c reve r.

Há exceção para os alunos do Curso de Direito que estejam cursando o


último ano (curso anual) ou do 9º semestre em diante (curso semestral). Neste
caso, uma vez aprovados no exame, poderão os referido alunos aguardarem a
colação de grau para solicitar sua inscrição no OAB.
V) não exercer atividade incompatível com a advocacia;
Para obter a inscrição, o candidato não pode estar exercendo nenhuma
das atividades consideradas incompatíveis com a advocacia.
As hipóteses de incompatibilidades estão expressamente elencados no
artigo 28 do Estatuto da OAB.
VI) idoneidade moral;
Pessoa idônea é aquele que reiteradamente age de forma correta de acor-
do com os ditames legais, morais e éticos que norteiam a sociedade. Assim, o
candidato que não preencha esse requisito terá seu pedido de inscrição negado.
Este dispositivo deve ser interpretado em conjunto com os parágrafos 3º
e 4º desse mesmo artigo.Vejamos:
§ 3º A inidoneidade moral, suscitada por qualquer pessoa,
deve ser declarada mediante decisão que obtenha no míni-
mo dois terços dos votos de todos os membros do conselho
competente, em procedimento que observe os termos do
processo disciplinar.

Qualquer pessoa (não precisa ser advogado) pode suscitar a inidoneidade


de um candidato à inscrição nos quadros da Ordem.
A declaração de inidoneidade, por sua vez, deve observar os trâmites do
processo disciplinar e dependerá do quórum de dois terços dos votos de todos
os membros do Conselho (Seccional) competente.

I M P O R TA N T E : o C o n s e l h o S e c c i o n a l é u m ó rg ã o d a OA B e t e m
sua estrutura e funcionamento disciplinado pelos artigo 56 e
s s . d o E OA B . C a d a E s t a d o - m e m b ro t e m u m C o n s e l h o S e c c i o n a l .

§ 4º Não atende ao requisito de idoneidade moral aquele que tiver


sido condenado por crime infamante, salvo reabilitação judicial.

36
A legislação não define o que seja crime infamante. Possui, destarte, um
conceito indeterminado ou aberto, exigindo uma interpretação casuística para
a adequação do fato ao seu conceito.
Já entendeu o Conselho Federal da OAB que crime infamante é aquele
que denigre a imagem do advogado e da advocacia no contexto social. (OAB
Federal, Recurso 2007.08.02752-05).
Em outros termos, crime infamante é aquele que tem potencial de ofender
a honra dos advogados e advocacia como um todo. Não se valora a gravidade
do crime por si só, mas a sua gravidade em relação a moral dos advogados.
VII) prestar compromisso perante o conselho.
Por derradeiro, deve o candidato prestar compromisso perante o Conselho
Seccional respectivo. Trata-se de solenidade pública.
O artigo 20 do REGOAB descreve o compromisso a ser firmado pelo
candidato (sugiro uma breve leitura desse artigo).

IMPORTANTE: Os advogados públi-


cos também devem ser inscritos na OAB.

§ 1º O Exame da Ordem é regulamentado em provimento


do Conselho Federal da OAB.

Compete ao Conselho Federal da OAB a regulamentação do Exame de


Ordem. O Provimento nº 156/2013 atualmente regulamenta o Exame.
Desde 2010 o Exame de ordem passou a ser nacionalmente unificado.
Importante destacar, todavia, que a prova, embora atualmente unificada, é
aplicada pelos Conselhos Seccionais.
§ 2º O estrangeiro ou brasileiro, quando não graduado em direito no
Brasil, deve fazer prova do título de graduação, obtido em instituição
estrangeira, devidamente revalidado, além de atender aos demais
requisitos previstos neste artigo.

Quando a graduação se der em outro país, deverá o candidato, seja brasi-


leiro ou estrangeiro, “revalidar” seu diploma no Ministério da Educação. Além
disso, deve preencher todos os demais requisitos para obter a inscrição.

AT E N Ç Ã O : o s p a r á g r a f o s 3 º e 4 º j á f o r a m a n a l i s a -
dos conjuntamente com o inciso VI (Idoneidade moral).

Art. 9º Para inscrição como estagiário é necessário:


O estudante de Direito também poderá se inscrever nos quadros da OAB.
Para tanto, deverá comprovar os seguintes requisitos:
I) preencher os requisitos mencionados nos incisos I, III, V, VI e VII do
art. 8º;

37
À exceção do diploma ou certidão de graduação e da aprovação no
exame de ordem (inciso II e IV), deverá o estudante comprovar todos os
demais requisitos descritos no artigo 8º para se inscrever na condição de
estagiário.
II) ter sido admitido em estágio profissional de advocacia.
Além dos requisitos supra descritos, deve o estudante comprovar que fora
admitido em estágio profissional.
§ 1º O estágio profissional de advocacia, com duração de dois
anos, realizado nos últimos anos do curso jurídico, pode
ser mantido pelas respectivas instituições de ensino superior
pelos Conselhos da OAB, ou por setores, órgãos jurídicos
e escritórios de advocacia credenciados pela OAB, sendo
obrigatório o estudo deste Estatuto e do Código de Ética
e Disciplina.

O estágio terá a duração máxima de dois anos e deve ser realizado nos
últimos anos do curso.
Exige-se que o estágio se dê em órgãos jurídicos ou escritórios de ad-
vocacia credenciados pela OAB.
O estágio pode ser também realizado na própria instituição de ensino,
nos denominados Núcleos de Prática. Depende, também, de aval do Conselho
Seccional.

I M P O R TA N T E : é o b r i g a t ó r i o d u r a n t e o e s t á g i o o e s t u -
do do Estatuto da OAB e do Código de Ética e Disciplina.

§ 2º A inscrição do estagiário é feita no Conselho Seccional


em cujo território se localize seu curso jurídico.

Diferentemente do advogado, o estagiário deve promover sua inscrição


no Conselho Seccional cujo território esteja localizado o curso jurídico. O
advogado deve solicitar, por sua vez, a inscrição em seu domicílio profissional.
§ 3º O aluno de curso jurídico que exerça atividade incompatível com
a advocacia pode freqüentar o estágio ministrado pela respectiva
instituição de ensino superior, para fins de aprendizagem,
vedada a inscrição na OAB.

Se o aluno do curso de Direito exercer atividade considerada incompatível


com a advocacia, ele poderá estagiar na própria instituição de ensino, sendo
proibida, no entanto, a sua inscrição na OAB. A finalidade desta modalidade
de estágio é exclusivamente o aprendizado.
§ 4º O estágio profissional poderá ser cumprido por bacharel em
Direito que queira se inscrever na Ordem.

38
CUIDADO: Além do estudante, o bacharel em Direito tam-
b é m p o d e s e i n s c re v e r n o s q u a d ro s d a OA B c o m o e s t a g i á r i o .

Art. 10. A inscrição principal do advogado deve ser feita no


Conselho Seccional em cujo território pretende estabelecer
o seu domicílio profissional, na forma do regulamento geral.
§ 1º Considera-se domicílio profissional a sede principal da
atividade de advocacia, prevalecendo, na dúvida, o domicílio
da pessoa física do advogado.

O advogado poderá promover sua inscrição principal bem como a ins-


crição suplementar.
A inscrição principal será promovida no domicílio profissional do advo-
gado (principal atividade de advocacia !!!).

I M P O R TA N T E : a i n s c r i ç ã o p r i n c i p a l p o d e r á s e r r e q u e r i -
da em seccional diversa daquela em que o candidato pres-
tou o exame, pois este tem abrangência e caráter nacional.

§ 2º Além da principal, o advogado deve promover a inscrição suple-


mentar nos Conselhos Seccionais em cujos territórios passar a
exercer habitualmente a profissão considerando-se habitualidade
a intervenção judicial que exceder de cinco causas por ano.

Quando o advogado patrocinar mais de 05 (cinco) causas (habitualida-


de) no território de outro Conselho Seccional, deverá requerer também sua
inscrição suplementar neste.

CUIDADO: as causas devem estar em trâmite, de-


vendo ser excluídas do cômputo as causas transi-
t a d a s e m j u l g a d o e a s a ç õ e s d e “ h a b e a s c o r p u s ”.

Configura infração disciplinar punível com pena de censura e multa a


não promoção da inscrição suplementar, além do dever de pagar as anuidades
vencidas, observada a prescrição.
§ 3º No caso de mudança efetiva de domicílio profissional
para outra unidade federativa, deve o advogado requerer
a transferência de sua inscrição para o Conselho Seccional
correspondente.
§ 4º O Conselho Seccional deve suspender o pedido de trans-
ferência ou de inscrição suplementar, ao verificar a existência
de vício ou ilegalidade na inscrição principal, contra ela
representando ao Conselho Federal.

O advogado tem o dever de promover a transferência de sua inscrição princi-


pal toda vez que mudar seu domicílio profissional para outro Estado da federação.

39
Se houver vício ou ilegalidade na inscrição principal e existir pedido de
transferência ou de inscrição suplementar, o Conselho Seccional deve “sus-
pender” a transferência e comunicar o Conselho Federal (Atenção !!!!!!!).
Art. 11. Cancela-se a inscrição do profissional que:
I - assim o requerer;
II - sofrer penalidade de exclusão;
III - falecer;
IV - passar a exercer, em caráter definitivo, atividade incom-
patível com a advocacia;
V - perder qualquer um dos requisitos necessários para
inscrição.

Este artigo elenca, em “rol taxativo”, as hipóteses que ensejam o cance-


lamento da inscrição do advogado.
§ 1º Ocorrendo uma das hipóteses dos incisos II, III e IV, o cance-
lamento deve ser promovido, de ofício, pelo conselho com-
petente ou em virtude de comunicação por qualquer pessoa.
§ 2º Na hipótese de novo pedido de inscrição - que não restaura o
número de inscrição anterior - deve o interessado fazer prova dos
requisitos dos incisos I,V,VI e VII do art. 8º.
§ 3º Na hipótese do inciso II deste artigo, o novo pedido de inscrição
também deve ser acompanhado de provas de reabilitação.

O profissional poderá readquirir sua inscrição.Todavia, ela terá novo número.


O novo pedido de inscrição deve ser instruído com prova de: a) capaci-
dade civil; b) não exercício de atividade incompatível; c) idoneidade moral; e
d) compromisso (atenção !!!!!)
Na hipótese de cancelamento da inscrição por motivo de aplicação da penalidade
disciplinar de exclusão, deverá o requerente comprovar também a sua reabilitação.

I M P O R TA N T E : p a r a q u e b a c h a re l o b t e n h a n o v a m e n t e s u a i n s -
crição não é necessário que realize novo exame de ordem.

Art. 12. Licencia-se o profissional que:


I - assim o requerer, por motivo justificado;
II - passar a exercer, em caráter temporário, atividade in-
compatível com o exercício da advocacia;
III - sofrer doença mental considerada curável.

O licenciamento tem natureza temporária, e, por essa razão, não tem o


condão de extinguir (apagar) o número de inscrição do advogado.

I M P O R TA N T E : s e o a d v o g a d o p a s s a a e xe rc e r, e m c a r á t e r d e -
finitivo, atividade incompatível com a advocacia, a hipótese
s e r á d e c a n c e l a m e n t o ; t o d a v i a , s e o e x e rc í c i o d e t a l a t i v i d a -
d e fo r m e r a m e n t e t e m p o r á r i a , s e r á o c a s o d e l i c e n c i a m e n t o .

40
Art. 13. O documento de identidade profissional, na forma
prevista no regulamento geral, é de uso obrigatório no exer-
cício da atividade de advogado ou de estagiário e constitui
prova de identidade civil para todos os fins legais.

O advogado recebe sua identidade profissional (carteira profissional) na


ocasião em que presta o compromisso perante o Conselho Seccional. Além de
identidade profissional, o documento valerá também como identificação civil.
Art. 14. É obrigatória a indicação do nome e do número de
inscrição em todos os documentos assinados pelo advogado,
no exercício de sua atividade.
Parágrafo único. É vedado anunciar ou divulgar qualquer ati-
vidade relacionada com o exercício da advocacia ou o uso da
expressão escritório de advocacia, sem indicação expressa do
nome e do número de inscrição dos advogados que o integrem
ou o número de registro da sociedade de advogados na OAB.

Devem constar em todas as petições e documentos confeccionados por


advogado o seu nome e o respectivo número de inscrição.
Também devem constar em qualquer anúncio concernente à “sociedade
de advogados” o nome e número da inscrição dos advogados que a compõe
bem como o número de registro da sociedade (a sociedade de advogados
deve ser registrada no Conselho Seccional !!!!).

4. DA SOCIEDADE DE ADVOGADOS
Art. 15. Os advogados podem reunir-se em sociedade simples
de prestação de serviços de advocacia ou constituir sociedade
unipessoal de advocacia, na forma disciplinada nesta Lei e no
regulamento geral. (Redação dada pela Lei nº 13.247, de 2016)

A Lei nº 13.247/2016 trouxe importantes inovações no que concerne à


sociedade de advogados.
Com a nova Lei, os advogados passaram a poder se reunir em sociedade sim-
ples, ou, ainda, constituir sociedade unipessoal de advocacia (importante !!!!).
§ 1o A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal de
advocacia adquirem personalidade jurídica com o registro
aprovado dos seus atos constitutivos no Conselho Seccional
da OAB em cuja base territorial tiver sede. (Redação dada
pela Lei nº 13.247, de 2016)
§ 2o Aplica-se à sociedade de advogados e à sociedade uni-
pessoal de advocacia o Código de Ética e Disciplina, no que
couber. (Redação dada pela Lei nº 13.247, de 2016)
§ 3º As procurações devem ser outorgadas individualmente
aos advogados e indicar a sociedade de que façam parte.

41
§ 4o Nenhum advogado pode integrar mais de uma sociedade
de advogados, constituir mais de uma sociedade unipessoal
de advocacia, ou integrar, simultaneamente, uma sociedade
de advogados e uma sociedade unipessoal de advocacia, com
sede ou filial na mesma área territorial do respectivo Con-
selho Seccional. (Redação dada pela Lei nº 13.247, de 2016)
§ 5o O ato de constituição de filial deve ser averbado no re-
gistro da sociedade e arquivado no Conselho Seccional onde
se instalar, ficando os sócios, inclusive o titular da sociedade
unipessoal de advocacia, obrigados à inscrição suplementar.
(Redação dada pela Lei nº 13.247, de 2016)
§ 6º Os advogados sócios de uma mesma sociedade profissional
não podem representar em juízo clientes de interesses opostos.
§ 7o A sociedade unipessoal de advocacia pode resultar da
concentração por um advogado das quotas de uma sociedade
de advogados, independentemente das razões que motivaram
tal concentração. (Incluído pela Lei nº 13.247, de 2016)
Art. 16. Não são admitidas a registro nem podem funcionar
todas as espécies de sociedades de advogados que apresen-
tem forma ou características de sociedade empresária, que
adotem denominação de fantasia, que realizem atividades
estranhas à advocacia, que incluam como sócio ou titular de
sociedade unipessoal de advocacia pessoa não inscrita como
advogado ou totalmente proibida de advogar. (Redação dada
pela Lei nº 13.247, de 2016)
§ 1º A razão social deve ter, obrigatoriamente, o nome de, pelo menos,
um advogado responsável pela sociedade, podendo permanecer o de
sócio falecido, desde que prevista tal possibilidade no ato constitutivo.
§ 2º O licenciamento do sócio para exercer atividade incompatível
com a advocacia em caráter temporário deve ser averbado no registro
da sociedade, não alterando sua constituição.
§ 3º É proibido o registro, nos cartórios de registro civil de
pessoas jurídicas e nas juntas comerciais, de sociedade que
inclua, entre outras finalidades, a atividade de advocacia.
§ 4o A denominação da sociedade unipessoal de advocacia
deve ser obrigatoriamente formada pelo nome do seu titular,
completo ou parcial, com a expressão ‘Sociedade Individual
de Advocacia’. (Incluído pela Lei nº 13.247, de 2016)
Art. 17. Além da sociedade, o sócio e o titular da sociedade indi-
vidual de advocacia respondem subsidiária e ilimitadamente pelos
danos causados aos clientes por ação ou omissão no exercício
da advocacia, sem prejuízo da responsabilidade disciplinar em
que possam incorrer. (Redação dada pela Lei nº 13.247, de 2016)

Tanto a sociedade de advogados quanto a sociedade unipessoal adquirem


sua personalidade jurídica com o registro de seus atos constitutivos no Con-
selho Seccional (IMPORTANTE !!!!!!) do local onde se encontre sua sede.

42
C U I D A D O : n ã o d e v e s e r f e i t o o r e g i s t r o n a s J u n t a s C o m e r-
ciais ou nos Cartórios de Registro de Pessoas Jurídicas.

É vedada a utilização de nome fantasia, bem como o registro de sociedade


de advogados que apresentem natureza empresarial (mercantil).

I M P O R TA N T E : o s s ó c i o s e o s t i t u l a r e s d e s o c i e d a d e u n i -
pessoal de advogados são “subsidiariamente” respon-
sáveis pelos prejuízos que as sociedades porventu-
ra causarem (Não é responsabilidade solidária !!!!!).

5. DO ADVOGADO EMPREGADO
Art. 18. A relação de emprego, na qualidade de advogado,
não retira a isenção técnica nem reduz a independência
profissional inerentes à advocacia.
Parágrafo único. O advogado empregado não está obrigado
à prestação de serviços profissionais de interesse pessoal dos
empregadores, fora da relação de emprego.
Art. 19. O salário mínimo profissional do advogado será
fixado em sentença normativa, salvo se ajustado em acordo
ou convenção coletiva de trabalho.
Art. 20. A jornada de trabalho do advogado empregado,
no exercício da profissão, não poderá exceder a duração
diária de quatro horas contínuas e a de vinte horas sema-
nais, salvo acordo ou convenção coletiva ou em caso de
dedicação exclusiva.
§ 1º Para efeitos deste artigo, considera-se como período de
trabalho o tempo em que o advogado estiver à disposição
do empregador, aguardando ou executando ordens, no
seu escritório ou em atividades externas, sendo-lhe reem-
bolsadas as despesas feitas com transporte, hospedagem e
alimentação.
§ 2º As horas trabalhadas que excederem a jornada normal são
remuneradas por um adicional não inferior a cem por cento
sobre o valor da hora normal, mesmo havendo contrato
escrito.
§ 3º As horas trabalhadas no período das vinte horas de um dia até
as cinco horas do dia seguinte são remuneradas como noturnas,
acrescidas do adicional de vinte e cinco por cento.
Art. 21. Nas causas em que for parte o empregador, ou pessoa
por este representada, os honorários de sucumbência são
devidos aos advogados empregados.
Parágrafo único. Os honorários de sucumbência, percebidos por
advogado empregado de sociedade de advogados são partilhados
entre ele e a empregadora, na forma estabelecida em acordo.

43
O advogado pode ser empregado, a teor do artigo 3ª da C.L.T. Todavia,
o advogado não perde, em razão da relação de emprego, a sua isenção técnica
e a sua independência profissional inerentes à advocacia.
A jornada de trabalho normal não poderá exceder a 4 horas diárias ou
a 20 horas semanais, salvo acordo ou convenção coletiva ou de dedicação
exclusiva (prevista expressamente no contrato individual de trabalho – art. 12
do Regulamento).
A hora excedente deverá ser remunerada com o acréscimo mínimo de 100
% (cem por cento). Os honorários de sucumbência pertencem ao advogado em-
pregado, e o adicional noturno será de no mínimo 25 % (vinte e cinco por cento).
O empregador do advogado deve “assinar” sua Carteira de Trabalho e
Previdência Social (CTPS). ATENÇÃO: A Justiça do Trabalho será competente
para julgar os conflitos trabalhistas surgidos entre o empregador e o advogado.
O salário-mínimo profissional da categoria dos advogados será fixado por:
a) Dissídio coletivo;
b) Acordo coletivo; ou
c) Convenção coletiva

Os honorários sucumbenciais pertencem ao advogado empregado, exceto


se o advogado for empregado de sociedade de advogados, hipótese em que os
honorários deverão ser repartidos entre eles (advogado empregado e sociedade !!!).

C U I DA D O : e s s a re g r a d e q u e o s h o n o r á r i o s p e r t e n c e m a o a d -
v o g a d o e m p re g a d o s o f re m i t i g a ç ã o e m r a z ã o d o e n t e n d i m e n t o
s u f r a g a d o n a A D I 1 . 1 9 4 -4 . D e a c o rd o c o m o j u l g a m e n to d e s t a A D I ,
m e s m o q u e o e m p re g a d o r n ã o s e j a s o c i e d a d e d e a d v o g a d o s ,
o s h o n o r á r i o s p o d e m s e r d e s t i n a d o s a o e m p re g a d o r m e d i a n t e
a c o rd o e x p re s s o p a c t u a d o n o c o n t r a t o i n d i v i d u a l d e t r a b a l h o .

6. DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS


Art. 22. A prestação de serviço profissional assegura aos
inscritos na OAB o direito aos honorários convencionados,
aos fixados por arbitramento judicial e aos de sucumbência.
§ 1º O advogado, quando indicado para patrocinar causa de
juridicamente necessitado, no caso de impossibilidade da De-
fensoria Pública no local da prestação de serviço, tem direito
aos honorários fixados pelo juiz, segundo tabela organizada
pelo Conselho Seccional da OAB, e pagos pelo Estado.
§ 2º Na falta de estipulação ou de acordo, os honorários são
fixados por arbitramento judicial, em remuneração compa-
tível com o trabalho e o valor econômico da questão, não
podendo ser inferiores aos estabelecidos na tabela organizada
pelo Conselho Seccional da OAB.

44
§ 3º Salvo estipulação em contrário, um terço dos honorários
é devido no início do serviço, outro terço até a decisão de
primeira instância e o restante no final.
§ 4º Se o advogado fizer juntar aos autos o seu contrato de
honorários antes de expedir- jam pagos diretamente, por
dedução da quantia a ser recebida pelo constituinte o man-
dado de levantamento ou precatório, o juiz deve determinar
que lhe sejam pagos diretamente, por dedução da quantia
a ser recebida pelo constituinte, salvo se este provar que já
os pagou.
§ 5º O disposto neste artigo não se aplica quando se tratar
de mandato outorgado por advogado para defesa em pro-
cesso oriundo de ato ou omissão praticada no exercício da
profissão.
§ 6º O disposto neste artigo aplica-se aos honorários assis-
tenciais, compreendidos como os fixados em ações coletivas
propostas por entidades de classe em substituição processual,
sem prejuízo aos honorários convencionais. (Incluído pela
Lei nº 13.725, de 2018)
§ 7º Os honorários convencionados com entidades de classe
para atuação em substituição processual poderão prever a
faculdade de indicar os beneficiários que, ao optarem por
adquirir os direitos, assumirão as obrigações decorrentes do
contrato originário a partir do momento em que este foi
celebrado, sem a necessidade de mais formalidades. (In-
cluído pela Lei nº 13.725, de 2018)
Art. 23. Os honorários incluídos na condenação, por arbitramento
ou sucumbência, pertencem ao advogado, tendo este direito au-
tônomo para executar a sentença nesta parte, podendo requerer
que o precatório, quando necessário, seja expedido em seu favor.
Art. 24. A decisão judicial que fixar ou arbitrar honorários
e o contrato escrito que os estipular são títulos executivos e
constituem crédito privilegiado na falência, concordata, con-
curso de credores, insolvência civil e liquidação extrajudicial.
§ 1º A execução dos honorários pode ser promovida nos
mesmos autos da ação em que tenha atuado o advogado, se
assim lhe convier.
§ 2º Na hipótese de falecimento ou incapacidade civil do
advogado, os honorários de sucumbência, proporcionais
ao trabalho realizado, são recebidos por seus sucessores ou
representantes legais.
§ 4º O acordo feito pelo cliente do advogado e a parte contrária,
salvo aquiescência do profissional, não lhe prejudica os honorários,
quer os convencionados, quer os concedidos por sentença.
Art. 25. Prescreve em cinco anos a ação de cobrança de
honorários de advogado, contado o prazo:
I - do vencimento do contrato, se houver;

45
II - do trânsito em julgado da decisão que os fixar;
III - da ultimação do serviço extrajudicial;
IV - da desistência ou transação;
V - da renúncia ou revogação do mandato.
Art. 25-A. Prescreve em cinco anos a ação de prestação de
contas pelas quantias recebidas pelo advogado de seu cliente,
ou de terceiros por conta dele (art. 34, XXI). (Incluído pela
Lei nº 11.902, de 2009)
Art. 26. O advogado substabelecido, com reserva de poderes,
não pode cobrar honorários sem a intervenção daquele que
lhe conferiu o substabelecimento.

A remuneração dos serviços prestados pelo advogado recebe a designação


de “honorários” ou “honorários advocatícios”.
Os honorários podem ser: a) convencionais; ou b) sucumbenciais.
a) convencionais: quando decorrem de contrato entre advogado e cliente.
Podem ser pactuados com relativa liberdade, pois há normas éticas que
restringem a total liberdade.
Para preservar a dignidade e a independência profissional, há fixação de
piso remuneratório (compete aos Conselhos Seccionais fixarem esses valores)
em tabela.
A tabela não estabelece um teto, embora deva ser observado o princípio
da moderação. A fixação excessiva enseja infração disciplinar definida no artigo
34, inciso XX, do EOAB (para o Direito Civil pode figurar lesão ou estado
de perigo, podendo o negócio jurídico ser “anulado”).

I M P O R TA N T E : a i n o b s e r v â n c i a d o v a l o r m í n i m o d a t a b e l a
de honorários contratuais fixados pelos Conselhos seccio-
n a i s a c a r r e t a p u n i ç ã o d i s c i p l i n a r, s a l v o m o t i v o j u s t i f i c a d o .

AT E N Ç Ã O : d i f i c u l d a d e s f i n a n c e i r a s d o c l i e n t e , p o r s i s ó ,
não autorizam a não cobrança de honorários ou mes-
mo a cobrança em valor inferior ao estabelecido na tabela.

CUIDADO: para a assistência judiciária (valor pago


pelo Estado ao advogados que defendem clien-
tes hipossuficientes e não atendidos pela Defenso-
ria Pública) os valores são fixados em tabela própria.

Os serviços de advocacia podem ser gratuitos na hipótese do artigo 22,


§ 5º, do EOAB. (Advocacia “pro bono” !!!)
Consoante o Código de Ética e Disciplina, os honorários devem ser
pactuados, preferencialmente, por escrito.

46
O contrato de honorários advocatícios se afigura como “título executivo
extrajudicial” e permite a dedução dos valores percebidos pelo cliente em
ação judicial, com o pagamento direito ao advogado.

HONORÁRIOS “QUOTA LITIS”: são aqueles em que há partici-


pação do advogado no resultado do ganho decorrente da demanda.
a) sucumbenciais: quando fixados em juízo e devidos pela parte per-
dedora (sucumbente) da demanda. Os honorários sucumbenciais per-
tencem ao advogado.
IMPORTANTE:
• os advogados podem promover a execução dos honorários de forma autônoma
e em nome próprio, na mesma ação ou em outra autônoma;
• possibilidade de recorrerem da decisão que fixou honorários (frise-se que con-
trovérsia jurisprudencial);
• quando houver divergência no que concerne à fixação dos honorários, o seu
montante deve ser arbitrado em ação judicial;
• o advogado substabelecido, com reservas de poderes, não tem direito a receber
honorários diretamente do cliente;
• o prazo prescricional da ação de cobrança é de 5 anos (art. 25 do EOAB
e art. 206, § 5, inciso II, do Código Civil). O prazo inicial está previsto
no dispositivo citado. A ação de prestação de contas também prescreve em
cinco anos.

7. DAS INCOMPATIBILIDADES
E DOS IMPEDIMENTOS
Art. 27. A incompatibilidade determina a proibição total, e o
impedimento, a proibição parcial do exercício da advocacia.

São espécies de restrições ao exercício da advocacia, e, por este motivo,


devem estar previstas em Lei. Essas restrições decorrem dos princípios da in-
dependência e do decoro profissional.
O Estatuto, em rol exaustivo “numerus clausus”, elenca quais são as causas
de incompatibilidades e impedimentos (não há restrição genérica).
Art. 28. A advocacia é incompatível, mesmo em causa pró-
pria, com as seguintes atividades:

A incompatibilidade acarreta a proibição total para o exercício da ad-


vocacia (até mesmo em causa própria).

AT E N ÇÃO : a incompatibilidade subsis-


te ainda que o profissional atue em causa própria.

47
No que concerne à sua duração, pode ser:
• Permanente: a inscrição deve ser cancelada (ex. magistrado);
• Transitória (limitada no tempo): o advogado fica licenciado (ex. chefe do
poder executivo).

São hipóteses de incompatibilidades:


I - chefe do Poder Executivo e membros da Mesa do Poder
Legislativo e seus substitutos legais;
II - membros de órgãos do Poder Judiciário, do Ministério
Público, dos tribunais e conselhos de contas, dos juizados
especiais, da justiça de paz, juízes classistas, bem como de
todos os que exerçam função de julgamento em órgãos de
deliberação coletiva da administração pública direta e indi-
reta; (Vide ADIN 1127-8)
III - ocupantes de cargos ou funções de direção em Órgãos
da Administração Pública direta ou indireta, em suas fun-
dações e em suas empresas controladas ou concessionárias
de serviço público;
IV - ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou
indiretamente a qualquer órgão do Poder Judiciário e os que
exercem serviços notariais e de registro;
V - ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou
indiretamente a atividade policial de qualquer natureza;
VI - militares de qualquer natureza, na ativa;
VII - ocupantes de cargos ou funções que tenham compe-
tência de lançamento, arrecadação ou fiscalização de tributos
e contribuições parafiscais;
VIII - ocupantes de funções de direção e gerência em ins-
tituições financeiras, inclusive privadas.
§ 1º A incompatibilidade permanece mesmo que o ocupante
do cargo ou função deixe de exercê-lo temporariamente.
§ 2º Não se incluem nas hipóteses do inciso III os que não detenham
poder de decisão relevante sobre interesses de terceiro, a juízo do
conselho competente da OAB, bem como a administração acadêmica
diretamente relacionada ao magistério jurídico.
Art. 29. Os Procuradores Gerais, Advogados Gerais, Defenso-
res Gerais e dirigentes de órgãos jurídicos da Administração
Pública direta, indireta e fundacional são exclusivamente le-
gitimados para o exercício da advocacia vinculada à função
que exerçam, durante o período da investidura.
Art. 30. São impedidos de exercer a advocacia:

O impedimento acarreta proibição parcial ao exercício da advocacia.


As hipóteses de impedimento estão previstas neste artigo bem como no
artigo 29 do EOAB.
São hipóteses de impedimentos:

48
I - os servidores da administração direta, indireta e funda-
cional, contra a Fazenda Pública que os remunere ou à qual
seja vinculada a entidade empregadora;
II - os membros do Poder Legislativo, em seus diferentes ní-
veis, contra ou a favor das pessoas jurídicas de direito público,
empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações
públicas, entidades paraestatais ou empresas concessionárias
ou permissionárias de serviço público.
Parágrafo único. Não se incluem nas hipóteses do inciso I
os docentes dos cursos jurídicos.

8. DA ÉTICA DO ADVOGADO
Art. 31. O advogado deve proceder de forma que o torne
merecedor de respeito e que contribua para o prestígio da
classe e da advocacia.
§ 1º O advogado, no exercício da profissão, deve manter indepen-
dência em qualquer circunstância.
§ 2º Nenhum receio de desagradar a magistrado ou a qualquer
autoridade, nem de incorrer em impopularidade, deve deter o
advogado no exercício da profissão.
Art. 32. O advogado é responsável pelos atos que, no exercício
profissional, praticar com dolo ou culpa.
Parágrafo único. Em caso de lide temerária, o advogado
será solidariamente responsável com seu cliente, desde que
coligado com este para lesar a parte contrária, o que será
apurado em ação própria.
Art. 33. O advogado obriga-se a cumprir rigorosamente os
deveres consignados no Código de Ética e Disciplina.
Parágrafo único. O Código de Ética e Disciplina regu-
la os deveres do advogado para com a comunidade, o
cliente, o outro profissional e, ainda, a publicidade, a
recusa do patrocínio, o dever de assistência jurídica, o
dever geral de urbanidade e os respectivos procedimen-
tos disciplinares.

A atuação de forma urbana e escorreita do advogado é ínsita da própria


profissão. Esse dever ético do advogado não se limita ao desempenho de seu
mister, mas desborda também para seu convívio em sociedade, com os demais
colegas advogados e com os demais operadores do direito.

9. DAS INFRAÇÕES DISCIPLINARES


Art. 34. Constitui infração disciplinar:
I - exercer a profissão, quando impedido de fazê-lo, ou fa-
cilitar, por qualquer meio, o seu exercício aos não inscritos,
proibidos ou impedidos;

49
II - manter sociedade profissional fora das normas e preceitos
estabelecidos nesta lei;
III - valer-se de agenciador de causas, mediante participação
nos honorários a receber;
IV - angariar ou captar causas, com ou sem a intervenção
de terceiros;
V - assinar qualquer escrito destinado a processo judicial ou
para fim extrajudicial que não tenha feito, ou em que não
tenha colaborado;
VI - advogar contra literal disposição de lei, presumindo-se
a boa-fé quando fundamentado na inconstitucionalidade,
na injustiça da lei ou em pronunciamento judicial anterior;
VII - violar, sem justa causa, sigilo profissional;
VIII - estabelecer entendimento com a parte adversa sem
autorização do cliente ou ciência do advogado contrário;
IX - prejudicar, por culpa grave, interesse confiado ao seu
patrocínio;
X - acarretar, conscientemente, por ato próprio, a anulação
ou a nulidade do processo em que funcione;
XI - abandonar a causa sem justo motivo ou antes de de-
corridos dez dias da comunicação da renúncia;
XII - recusar-se a prestar, sem justo motivo, assistência ju-
rídica, quando nomeado em virtude de impossibilidade da
Defensoria Pública;
XIII - fazer publicar na imprensa, desnecessária e habitu-
almente, alegações forenses ou relativas a causas pendentes;
XIV - deturpar o teor de dispositivo de lei, de citação doutri-
nária ou de julgado, bem como de depoimentos, documentos
e alegações da parte contrária, para confundir o adversário
ou iludir o juiz da causa;
XV - fazer, em nome do constituinte, sem autorização escrita
deste, imputação a terceiro de fato definido como crime;
XVI - deixar de cumprir, no prazo estabelecido, deter-
minação emanada do órgão ou de autoridade da Ordem,
em matéria da competência desta, depois de regularmente
notificado;
XVII - prestar concurso a clientes ou a terceiros para reali-
zação de ato contrário à lei ou destinado a fraudá-la;
XVIII - solicitar ou receber de constituinte qualquer impor-
tância para aplicação ilícita ou desonesta;
XIX - receber valores, da parte contrária ou de terceiro,
relacionados com o objeto do mandato, sem expressa auto-
rização do constituinte;
XX - locupletar-se, por qualquer forma, à custa do cliente
ou da parte adversa, por si ou interposta pessoa;
XXI - recusar-se, injustificadamente, a prestar contas ao clien-
te de quantias recebidas dele ou de terceiros por conta dele;

50
XXII - reter, abusivamente, ou extraviar autos recebidos com
vista ou em confiança;
XXIII - deixar de pagar as contribuições, multas e preços de
serviços devidos à OAB, depois de regularmente notificado
a fazê-lo;
XXIV - incidir em erros reiterados que evidenciem inépcia
profissional;
XXV - manter conduta incompatível com a advocacia;
XXVI - fazer falsa prova de qualquer dos requisitos para
inscrição na OAB;
XXVII - tornar-se moralmente inidôneo para o exercício
da advocacia;
XXVIII - praticar crime infamante;
XXIX - praticar, o estagiário, ato excedente de sua habilitação.
Parágrafo único. Inclui-se na conduta incompatível:
a) prática reiterada de jogo de azar, não autorizado por lei;
b) incontinência pública e escandalosa;
c) embriaguez ou toxicomania habituais.

Este artigo elenca, num rol taxativo (“numerus clausus”), quais são as condu-
tas praticadas pelos advogados que se enquadram como “infrações disciplinares”.
Oportuno relembrar que apenas a Ordem dos Advogados do Brasil –
O.A.B. tem legitimidade para conhecer, julgar e aplicar as sanções disciplinares
em razão da prática de alguma das condutas descritas no rol alhures.
Sugere-se a leitura minuciosa destas hipóteses, com ênfase nos grifos.
Em razão da prática de alguma das condutas acima descritas, poderão ser
aplicadas as seguintes sanções disciplinares.
Art. 35. As sanções disciplinares consistem em:
I - censura;
II - suspensão;
III - exclusão;
IV - multa.
Parágrafo único. As sanções devem constar dos assentamen-
tos do inscrito, após o trânsito em julgado da decisão, não
podendo ser objeto de publicidade a de censura.
Art. 36. A censura é aplicável nos casos de:
I - infrações definidas nos incisos I a XVI e XXIX do art. 34;
II - violação a preceito do Código de Ética e Disciplina;
III - violação a preceito desta lei, quando para a infração
não se tenha estabelecido sanção mais grave.
Parágrafo único. A censura pode ser convertida em “adver-
tência”, em ofício reservado, sem registro nos assentamentos
do inscrito, quando presente circunstância atenuante.
Art. 37. A suspensão é aplicável nos casos de:
I - infrações definidas nos incisos XVII a XXV do art. 34;
II - reincidência em infração disciplinar.

51
§ 1º A suspensão acarreta ao infrator a interdição do exercício
profissional, em todo o território nacional, pelo prazo de
trinta dias a doze meses, de acordo com os critérios de in-
dividualização previstos neste capítulo.
§ 2º Nas hipóteses dos incisos XXI e XXIII do art. 34, a suspensão
perdura até que satisfaça integralmente a dívida, inclusive com
correção monetária.
§ 3º Na hipótese do inciso XXIV do art. 34, a suspensão perdura até
que preste novas provas de habilitação.
Art. 38. A exclusão é aplicável nos casos de:
I - aplicação, por três vezes, de suspensão;
II - infrações definidas nos incisos XXVI a XXVIII do art. 34.
Parágrafo único. Para a aplicação da sanção disciplinar de
exclusão, é necessária a manifestação favorável de dois terços
dos membros do Conselho Seccional competente.
Art. 39. A multa, variável entre o mínimo correspondente
ao valor de uma anuidade e o máximo de seu décuplo, é
aplicável cumulativamente com a censura ou suspensão, em
havendo circunstâncias agravantes.
Art. 40. Na aplicação das sanções disciplinares, são consi-
deradas, para fins de atenuação, as seguintes circunstâncias,
entre outras:
I - falta cometida na defesa de prerrogativa profissional;
II - ausência de punição disciplinar anterior;
III - exercício assíduo e proficiente de mandato ou cargo
em qualquer órgão da OAB;
IV - prestação de relevantes serviços à advocacia ou à causa
pública.
Parágrafo único. Os antecedentes profissionais do inscrito,
as atenuantes, o grau de culpa por ele revelada, as circuns-
tâncias e as conseqüências da infração são considerados para
o fim de decidir:
a) sobre a conveniência da aplicação cumulativa da multa e
de outra sanção disciplinar;
b) sobre o tempo de suspensão e o valor da multa aplicáveis.
Art. 41. É permitido ao que tenha sofrido qualquer sanção
disciplinar requerer, um ano após seu cumprimento, a reabi-
litação, em face de provas efetivas de bom comportamento.
Parágrafo único. Quando a sanção disciplinar resultar da
prática de crime, o pedido de reabilitação depende também
da correspondente reabilitação criminal.
Art. 42. Fica impedido de exercer o mandato o profissional a
quem forem aplicadas as sanções disciplinares de suspensão
ou exclusão.
Art. 43. A pretensão à punibilidade das infrações disciplinares
prescreve em cinco anos, contados da data da constatação
oficial do fato.

52
§ 1º Aplica-se a prescrição a todo processo disciplinar paralisado
por mais de três anos, pendente de despacho ou julgamento,
devendo ser arquivado de ofício, ou a requerimento da parte
interessada, sem prejuízo de serem apuradas as responsabi-
lidades pela paralisação.
§ 2º A prescrição interrompe-se:
I - pela instauração de processo disciplinar ou pela notificação
válida feita diretamente ao representado;
II - pela decisão condenatória recorrível de qualquer órgão
julgador da OAB.

O Estatuto descreve as seguintes sanções disciplinares:


• Censura (art. 34, I A XVI E XXIX): é a mais branda das punições. Consiste,
basicamente, na anotação da punição nos assentamentos do advogado, e tem
como principal efeito a perda da primariedade. ATENÇÃO: não será objeto
de publicidade.

I M P O R TA N T E : a c e n s u r a p o d e r á , a i n d a , s e r c o n v e r t i d a e m a d -
vertência (pena ainda mais branda !!!!). A advertência não pode
s e r a p l i c a d a d e fo r m a d i re t a , p o i s d e c o r re r á s e m p re d a t r a n s -
fo r m a ç ã o d a p e n a d e c e n s u r a , d e s d e q u e p re s e n t e a l g u m a c i r-
c u n s t â n c i a a t e n u a n t e . N ã o s e r á re g i s t r a d a n o s a s s e n t a m e n t o s
d o a d v o g a d o , m a s a p e n a s c o m u n i c a d a p o r o f í c i o re s e r v a d o .

• Suspensão (art. 34, XVII a XXV e reincidência específica da prática de conduta


punida com censura): A suspensão acarreta a proibição do exercício da advocacia
em todo o território nacional, pelo período de 30 dias a 12 meses. ATENÇÃO:
A suspensão deve ser publicada na Imprensa oficial. O parágrafo 3º do artigo 70
do Estatuto prevê a hipótese de “suspensão preventiva”.
• Exclusão (art. 34, XXVI a XXVIII): a exclusão consiste no cancelamento da
inscrição do advogado. IMPORTANTE: o advogado somente poderá voltar a
exercer a profissão quando reabilitado.

AT E N Ç ÃO : a p e n a d e exc l u s ã o s e r á a p l i c a d a q u a n d o o a d vo g a d o
fo r c o n d e n a d o a t rê s p e n a s d e s u s p e n s ã o p e l a p r á t i c a d a s i n f r a -
ç õ e s d e s c r i t a s n o s i n c i s o s X X V I a X X V I I I ( n ã o s e ex i g e a re i n c i d ê n-
cia específica, mas apenas a aplicação da mesma penalidade !!!).

CUIDADO: Os tribunais de ética não podem apli-


car a pena de exclusão, mas apenas os Conselhos Sec-
cionais, pelo “quorum” de 2/3 de seus membros.

• Multa: A pena de multa não pode ser aplicada de forma autônoma, visto ter
caráter acessório. Pode ser cumulada com a pena de censura ou suspensão,
desde que presentes circunstâncias agravantes. Não pode ser aplicada con-

53
juntamente com a exclusão. Terá o valor mínimo de 1 anuidade e máximo
10 anuidades.
O EOAB prevê também a ocorrência de determinadas circunstância
atenuantes. Estão previstas no artigo 40 do Estatuto, interferindo na mensu-
ração ou mesmo na própria natureza da pena.
A teor do disposto no artigo 43 do Estatuto, a pretensão punitiva das in-
frações disciplinares prescreve em 5 anos, a contar da constatação oficial do
fato. O prazo prescricional não corre antes do conhecimento oficial do fato.

AT E N Ç Ã O : n o s t e r m o s d a s ú m u l a n º 1 d o C o n s e l h o Fe d e r a l ,
q u a n d o h o u v e r re p re s e n t a ç ã o , o c o n h e c i m e n t o o f i c i a l s e d a r á
c o m o s e u p ro t o c o l o . O p ro c e s s o d i s c i p l i n a r p o d e , t a m b é m , s e r
i n i c i a d o d e o f í c i o , c i rc u n s t â n c i a e m q u e o p r a z o p re s c r i c i o n a l
i n i c i a - s e n o m o m e n t o e m q u e o ó rg ã o c o m p e t e n t e d a OA B t o m a
conhecimento do fato, seja pela notoriedade ou documento.

I M P O R TA N T E : O prazo prescricional tam-


bém poderá ser interrompido nas hipóteses de:

a) instauração de processo disciplinar ou notificação ao representado; e


b) decisão condenatória recorrível.

O artigo 43, § 1º, do EOAB, também prevê o prazo prescricional de 3


anos, quando, no processo disciplinar, não tiver sido praticado qualquer ato
neste prazo. O prazo será interrompido a cada despacho de movimentação
do processo.

QUESTÕES OBJETIVAS:
QUESTÃO 1.
Walter é advogado com atuação no Estado W e foi surpreendido pela acusação
de participar de evento criminoso, tendo sido decretada sua prisão cautelar,
por ordem judicial. Com relação ao caso relatado, nos termos do Estatuto da
Advocacia, assinale a afirmativa correta.
a) O advogado deve ser apresentado ao Presidente da Seccional da OAB
ou ao seu representante.
b) O advogado ficará preso em sala de Estado-Maior ou equivalente até o
final do processo.
c) O advogado ficará restrito à sua residência, em prisão domiciliar, até
reunião da seccional da OAB.
d) O advogado sofrerá punição disciplinar pelo fato de estar respondendo
a processo criminal.

QUESTÃO 2

54
Pitolomeu, aluno regularmente matriculado em Escola de direito, obtém a
sua graduação e, logo a seguir, aprovação no Exame de Ordem. Por força de
movimento grevista deflagrado na Instituição de Ensino, o diploma não pôde
ser expedido. A respeito da inscrição no quadro de advogados, consoante o
Regulamento Geral da OAB, assinale a alternativa correta:

a) O diploma é essencial para a inscrição nos quadros da Ordem dos


Advogados.
b) O bacharel, diante do impedimento de apresentar o diploma, deve
apresentar declaração de autoridade certificando a conclusão do curso.
c) A ordem, diante do movimento grevista comprovado, poderá acolher
declaração de próprio punho do requerente afirmando ter grau.
d) O bacharel em Direito deve apresentar certidão de conclusão de curso
e histórico escolar autenticado.

QUESTÃO 3
Para que o advogado possa exercer, em caráter temporário, atividade incom-
patível com a advocacia, deverá:
a) Apenas anotar sua incompatibilidade em seus registros da OAB, podendo
continuar a advogar;
b) Cancelar sua inscrição;
c) Licenciar-se;
d) Cancelar sua inscrição e se submeter a novo exame de ordem, caso deseje
retornar aos quadros da OAB.

QUESTÃO 4
Joel é Conselheiro do Tribunal de Contas do Município J, sendo proprietário
de diversos imóveis. Em um deles, por força de contrato de locação residencial,
verifica a falta de pagamentos dos alugueres devidos. O Conselheiro é Bacharel
em Direito, tendo exercido a advocacia por vários anos na área imobiliária.
Nesse caso, nos termos do Estatuto da Advocacia, o Conselheiro:
a) poderia atuar como advogado em causa própria.
b) deverá contratar advogado para a causa diante da situação de incompatibilidade.
c) poderia advogar; recomenda-se, contudo, a contratação de advogado.
d) está com a sua inscrição como advogado suspensa.

QUESTÃO 5
Os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas, para sua admissão em
registro, em não se tratando de empresas de pequeno porte e de microempresas,
consoante o Estatuto da Advocacia, devem:

55
a) apresentar os dados do contador responsável.
b) permitir a participação de outros profissionais liberais.
c) conter o visto do advogado.
d) indicar o advogado que representará a sociedade.

GABARITO COMENTADO

Q U E S TÃO 1
Não há previsão no EOAB acerca da necessidade
de apresentação do advogado preso ao presidente
A Errada do Conselho Seccional. Os direitos do advogado
estão insertos no artigo 7º. Sem, contudo, constar
essa hipótese.

O artigo 7ª, inciso V, do EOAB é expresso em determi-


B Correta nar que o advogado deve ser recolhido, até o trânsito
em julgado, em sala do estado Maior.

Conforme explicado na alternativa anterior, o direito do


C Errada advogado, na hipótese narrada, consiste no recolhimento
em sala do Estado Maior até o trânsito em julgado.
O artigo 3 do EOAB elenca em rol taxativo as hi-
póteses e condutas que configuram infração discipli-
D Errada nar, não constando, todavia, o caso de “responder a
processo criminal” como causa “per se” de punição
disciplinar.

Q U E S TÃO 2

O Diploma é o documento a ser apresentado par a


inscrição, conforme artigo 8º, inciso II do EOAB.
A Errada Mas, na sua falta, poderá o candidato apresentar, pro-
visoriamente, a Certidão de Conclusão de Curso e o
Histórico Escolar, a teor do artigo 23 do REGOAB.

Não há previsão normativa no sentido de se aceitar


B Errada
“declaração” de autoridade como prova de bacharelado.

Não há previsão normativa que permita a declaração de


C Errada próprio punho do candidato como hábil a promoção
da inscrição.

56
O Regulamento da O.A.B. é expresso neste sentido,
D Correta exigindo, na falta do diploma, a Certidão de Conclusão
de Curso e o Histórico Escolar, consoante seu artigo 23.

Q U E S TÃO 3

O EOAB impõe peremptoriamente a obrigação do


advogado se licenciar, não podendo exercer a advo-
A Errada
cacia durante o período no qual exercer a atividade
considerada incompatível.

As hipóteses de cancelamento da inscrição estão des-


B Errada critas no artigo 11 do EOAB, não se subsumindo ao
presente caso.
O artigo 12, inciso II, do EOAB dispõe taxativamente
neste sentido, impondo o dever ao advogado de se li-
C Correta
cenciar para exercer, em caráter temporário, atividade
incompatível com a advocacia.
Não é hipótese de cancelamento da inscrição (artigo
D Errada 11), pois a situação descrita se amolda às hipóteses de
“licenciamento” (artigo 12)

Q U E S TÃO 4

A incompatibilidade abrange também a postulação em


A Errada
causa própria, ou seja, é total.

Há incompatibilidade para o exercício da advocacia


para os Conselheiros dos Tribunais de Contas. A in-
B Correta
compatibilidade abrange também a postulação em
causa própria (art. 28, “caput” e inciso II, do EOAB).
A hipótese rende ensejo a uma incompatibilidade.
Destarte, não há mera recomendação no sentido de
C Errada
que o Conselheiro contrate advogado, mas vedação
total ao exercício da advocacia.

Ao assumir o cargo de Conselheiro de Tribunal de


Contas, a advogado torna-se proibido totalmente de
D Errada
exercer a advocacia. Não é caso de suspensão (pena-
lidade disciplinar).

57
Q U E S TÃO 5
A Errada Não há previsão no EOAB neste sentido.
B Errada Não há previsão no EOAB neste sentido.
O artigo 1º, § 2º, do EOAB determina que os contra-
C Correta tos e atos constitutivos de pessoas jurídicas devem ser
“visados” por advogado.
O EOAB determinado que os contratos e estatutos
devam ser “visados”. Não impõe o dever dos consti-
D Errada
tuintes indicarem advogado que representará a socie-
dade (artigo 1º, § 2º).

58
2019
10
Publicando desde 2013, a Editora C O N T E Ú D O 1ª E 2ª FASES
D’Plácido, que é especializada em Parte 1 – Estatuto da OAB e 4 Filosofia medieval: os ensina-
C O L E Ç Ã O

literatura jurídica, já conta com Código de Ética e Disciplina mentos de Santo Agostinho e

nomes reconhecidos no cenário 1 Da advocacia


S ã o To m á s d e A q u i n o
OAB
2019
5 Thomas Hobbes, John Locke e
jurídico profissional e acadêmico. Jean Jacques Rousseau
2 Da Ordem dos Advogados

COLEÇÃO OAB
do Brasil
Em 2015, a Editora D’Plácido 6 Immanuel Kant: formalismo,

E DISCIPLINA E FILOSOFIA DO DIREITO


ESTATUTO DA OAB, CÓDIGO DE ÉTICA
dignidade e o direito
foi laureada com o 1º lugar no 3 Do processo da OAB
A Coleção OAB 1ª e 2ª fa-
Prêmio Jabuti de Literatura, 4 Das disposições gerais 7 Hans Kelsen e a teoria ses nasceu com o propósito
pura do direito
na categoria Direito, com a obra e transitórias de ser a mais completa do
mercado. São 10 volumes,
“Direitos fundamentais das pessoas 8 Norberto Bobbio e a teoria do sendo os 7 primeiros dedi-
Parte 2 – Código de Ética e ordenamento jurídico
em situação de rua”, organizado Disciplina da OAB cados à teoria e à prática
e os 3 últimos às matérias
por Ada Pellegrini Grinover, 9 Miguel Reale e a teoria
teóricas. A coleção conglo-
Gregório Assagra de Almeida,
1 Da ética do advogado
tridimensional do direito
ESTATUTO DA OAB, ba todas as disciplinas co-
2 Do processo disciplinar bradas nos Exames de Or-
Miracy Gustin, Paulo César Vicente 10 A teoria da justiça
de John Rawls CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA dem, bem como todas as
de Lima e Rodrigo Iennaco. 3 Das disposições gerais peças práticas processuais
e transitórias
11 Jurgen Habermas e a teoria E FILOSOFIA DO DIREITO nas mais diversas áreas.
Além disso, a coleção traz
O prêmio é o mais importante do agir comunicativo
Parte 3 – Filosofia do Direito questões objetivas e dis-
da área e celebra a qualidade e 12 Herbert Hart e o sertativas e peças práticas
ascendente importância da Editora 1 Filosofia do direito – conceitos conceito de direito
José Adriano Ramos c o m e n t a d a s . Tu d o i s s o f o r a
e aspectos gerais organizado com o propósi-
D’Plácido no mercado editorial 13 Ronald Dworkin: hard cases e to primordial de conduzir o
mineiro e brasileiro. 2 Um pouco dos clássicos: os en- a teoria dos princípios Pedro Augusto de Souza Brambilla estudante ao êxito em sua
sinamentos de Sócrates e Platão aprovação. São 5 mil pági-
nas de conteúdo atualizado
3 Aristóteles e as acepções João Victor Mendes de Oliveira e aprimorado pela melhor
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João Victor Mendes de Oliveira


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