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Jogos para a educação matemática no ensino fundamental: concepções de

alunos/professores do Curso de Pedagogia da FACHO

Maria de Fátima Neves Cabral


Josinalva Estacio Menezes

Resumo

Neste artigo, objetivamos investigar as concepções de alunos de Pedagogia que são


professores dos anos iniciais do ensino fundamental sobre a importância da utilização de
jogos no ensino de matemática. Sua vivência enquanto estudante, sua bagagem de leitura
sobre o tema e suas próprias concepções de educação podem influenciar na opção pelo uso do
jogo na vida profissional. Enquanto diretrizes para o ensino de matemática, os Parâmetros
Curriculares Nacionais – PCN recomendam fortemente os jogos e materiais concretos como
elementos que contribuem para a aprendizagem. Além disso, todos os pesquisadores que
investigam o efeito do jogo na formação integral do indivíduo apontam os benefícios do seu uso
na escola. Portanto, com base nessas idéias, realizamos uma pesquisa junto a alunos do curso de
Pedagogia da Faculdade de Ciências Humanas de Olinda – FACHO, que são professores dos
anos iniciais do ensino fundamental, com os quais aplicamos um questionário visando coletar
suas impressões sobre o aspecto em questão. Os resultados apontam uma visão positiva sobre o
jogo, mas a necessidade dos alunos/professores aprofundarem as leituras, e os cursos de
formação de professores ampliarem a discussão sobre o jogo.

Introdução

A história tem nos mostrado, ao longo do tempo, uma série de evidências de ligações
profundas, no contexto da matemática, entre jogos, ensino e conhecimento. Mais ainda, quando
um desses três elementos está em foco, freqüentemente os outros dois têm emergido em algum
momento.
Ainda existem, hoje, fortes resistências, principalmente por parte de professores em
todos os níveis de ensino, sobre o emprego do jogo no contexto da matemática. Apesar disso,
cremos que, o lugar por excelência dos jogos como parte integrante das recreações é no
contexto matemático, seja na produção do conhecimento puro, seja no processo de ensino e
aprendizagem.
Buscando relacionar jogo e cultura, Huizinga (1980), em sua obra filosófica intitulada
Homo ludens a qual objetivou integrar o conceito de jogo no de cultura, procurando determinar
até que ponto a própria cultura possui caráter lúdico, buscou mostrar, do ponto de vista
filosófico – muito mais que psicológico ou antropológico – os elementos lúdicos presentes nas
principais atividades de uma sociedade, inseridos na cultura. Suas idéias nos levaram à
conclusão de que o jogo está fortemente ligado ao conhecimento.
A relação do conhecimento com as características do jogo pode ser identificada na
seguinte argumentação: o conhecimento é para o homem primitivo uma fonte de poder mágico,
pois todo saber é saber sagrado; esta sabedoria é esotérica, capaz de fazer milagre, pois todo
conhecimento está ligado à ordem cósmica; esta ordem, decretada pelos deuses e conservada
pelo ritual de preservação da vida e salvação do homem está salvaguardada no conhecimento
das coisas sagradas, seus nomes secretos e na origem do mundo.
Os desafios, enigmas, as adivinhações são elementos fortemente presentes nos mais
conhecidos e preciosos livros do conhecimento. O conhecimento nesses casos dá uma posição
de superioridade ritual independente da condição social na cultura em questão.
Os jogos vêm sendo cada vez mais adotados pelos professores, buscando evoluir no
processo ensino-aprendizagem. Lara (apud SILVA, 2004, p. 28) considera ser intenção dos
professores tornarem as aulas mais agradáveis com a prática dos jogos, propiciando uma
aprendizagem mais fascinante.
Rego (1998) é uma defensora do jogo e combatente ativa da indiferença daqueles que
apresentam resistências em relação ao uso do jogo na prática pedagógica. Em suas palavras:

“Pratica-se muito em escolas o hábito do ‘não provei e não gostei’. Há um


preconceito estabelecido contra toda tentativa de mudança. Várias vezes ouvimos a
frase ‘Este ensino através de brinquedinhos não funciona.’ Certamente seus autores
desconhecem os princípios psico-pedagógicos que norteiam tais inovações,
acreditando que o caráter abstrato da Matemática não estaria de acordo com o uso de
materiais concretos, particularmente jogos e quebra-cabeças.” (PREFÁCIO )

Consideramos jogos pedagógicos ou jogos educativos todos aqueles que podem


ser utilizados durante o processo de ensino-aprendizagem. Portanto, objetivamos nesse
artigo, investigar as concepções de alunos de Pedagogia que são professores dos anos
iniciais do ensino fundamental sobre a importância da utilização de jogos no ensino de
matemática. Sua vivência enquanto estudante, sua bagagem de leitura sobre o tema e suas
próprias concepções de educação podem influenciar na opção pelo uso do jogo na vida
profissional. É nessa direção que pretendemos seguir.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), os temas transversais e o jogo

Além de estudiosos e pesquisadores, o jogo sempre foi valorizado por documentos


oficiais que orientaram o ensino de matemática no Brasil (MENEZES et alii, 2004). Um destes
documentos, os PCN, trazem em seu texto:

Além de ser um objeto sócio-cultural em que a Matemática está presente, o jogo é


uma atividade natural no desenvolvimento dos processos psicológicos básicos; supõe
um "fazer sem obrigação externa e imposta", embora demande exigências, normas e
controle (BRASIL, 1997, p. 48).

Esta idéia enfatiza o uso do jogo na cidadania, que extrapola o contexto da sala de aula
para a sociedade:
Além disso, passam a compreender e a utilizar convenções e regras que serão
empregadas no processo de ensino e aprendizagem. Essa compreensão favorece sua
integração num mundo social bastante complexo e proporciona as primeiras
aproximações com futuras teorizações (BRASIL, 1997, p. 48-49).

Contribuindo para a formação integral do indivíduo, o jogo ainda exerce influência no


processo ensino-aprendizagem. Prossegue, nos PCN:

Os jogos constituem uma forma interessante de propor problemas, pois permitem que
estes sejam apresentados de modo atraente e favorecem a criatividade na elaboração
de estratégias de resoluções vivas e imediatas, o que estimula o planejamento das
ações, possibilitando a construção de uma atividade positiva perante aos erros, uma
vez que as situações se sucedem rapidamente e podem ser corrigidas de forma natural,
no decorrer da ação, sem deixar marcas negativas (IBIDEM, 1997, p. 49).

Com isso, temos mais razões para valorizar o jogo no ensino de matemática.
Quanto aos temas transversais, o jogo ajuda a exercitar a ética, quando o professor pode
discutir com os alunos o valor de respeitar a opinião do outro, esperar sua vez de jogar, não
trapacear com os colegas. Outro aspecto oportuno de emergir em atividades com jogo é a
socialização. Em atividades com jogo, os alunos o professor pode criar várias oportunidades de
desenvolver, nos alunos, o espírito de trabalho em equipe, a cooperação, o respeito ao trabalho e
às limitações do outro, a competição sadia. Além disso, permitindo que o aluno discuta suas
estratégias, os caminhos trilhados na busca de solucionar os problemas propostos com o jogo, o
aluno tem a oportunidade de desenvolver neles o senso crítico, o raciocínio, a reflexão, a
autonomia, elementos que contribuem de forma positiva para o desenvolvimento de sua
cidadania.
Finalmente, todas essas considerações nos remetem a um importante tema transversal
que é o trabalho. Mesmo em atividades com jogo, as regras a serem cumpridas, que determinam
seu comportamento, estimulam a autodisciplina, o compromisso, o que contribui para a
formação de atitudes positivas para sua vida e, portanto, para o trabalho. Cada vez mais
podemos constatar benefícios trazidos pelo jogo para o contexto do ensino-aprendizagem.

O jogo pedagógico

A finalidade básica do jogo pedagógico é a aprendizagem. Intervindo pedagogicamente,


o professor pode contribuir par minimizar as dificuldades dos estudantes, com a participação
dos mesmos no jogo, quanto à aprendizagem dos conteúdos a eles relacionados, bem como
orientá-los para o estudo dos conteúdos ministrados.
As argumentações favoráveis ao uso de jogos no desenvolvimento integral do indivíduo
já foram bastante difundidas, portanto, não queremos discutir concepções de diferentes
estudiosos sobre o valor do jogo na formação do ser humano. Lembramos que os matemáticos
ou estudiosos de matemática sempre têm discutido jogos em perspectiva ainda mais ampla, a
das recreações matemáticas, de modo que já temos a convicção do seu valor enquanto
ferramenta que contribui de forma significativa para a aprendizagem.
Assim, creditamos que o jogo pode ajudar a aprender matemática. Para reforçar nossa
idéia, chamamos o depoimento de Maria da Glória Lopes, psicopedagoga, que tem realizado
atendimento em consultórios, além de ensinar com o uso de jogos:

É muito mais fácil e eficiente aprender por meio de jogos, e isso é válido para todas as
idades, desde o maternal até a fase adulta. O jogo em si possui componentes do
cotidiano e o envolvimento desperta o interesse do aprendiz, que se torna sujeito ativo
do processo, e a confecção dos próprios jogos é ainda muito mais emocionante do que
apenas jogar. [...] Muitos jogos ganham uma motivação especial quando a criança os
confecciona. Algumas vezes, parto de, pelo menos, duas idéias para que a criança inicie
fazendo o trabalho por meio da escolha, o que para alguns é algo muito difícil – em
geral, crianças muito tímidas, com baixa auto-estima, com sentimentos de menos-valia,
possuem grande dificuldade para escolher (LOPES, 1998, p. 23-25).

Prossegue ela em defesa do jogo:

O jogo é como um exercício de preparação para a vida adulta. A


criança sempre brincou. Independentemente de épocas ou de
estruturas de civilização, é uma característica universal; portanto, se a
criança brincando aprende, por que então não ensinarmos à criança
de maneira que ela aprende melhor, de uma forma prazerosa para ela
e, portanto, eficiente? (LOPES, 1998, p. 35)

Para a autora são os seguintes os objetivos pedagógicos no contexto escolar e clínico do


jogo: trabalhar a ansiedade, rever os limites, reduzir a descrença na autocapacidade de
realização, diminuir a dependência desenvolvendo a autonomia, aprimorar a coordenação
motora, desenvolver a organização espacial, melhorar o controle segmentar, aumentar a atenção
e a concentração, desenvolver antecipação e estratégia, trabalhar a discriminação auditiva,
ampliar o raciocínio lógico, desenvolver a criatividade, perceber figura e fundo e trabalhar o
jogo.
Observamos que as idéias de Lopes convergem na direção de utilizar jogos visando
suavizar o aprendizado de matemática. Assim, são idéias como essas que estimulam a
continuação deste trabalho.

Os laboratórios de ensino de matemática

Nas escolas, a tendência de criação e desenvolvimento de laboratórios de ensino nos


últimos anos, tem assumido a forma de projetos institucionais, apoiados pelas secretarias de
educação, pelas universidades locais, pelo Ministério de Educação e por organismos de fomento
ao ensino e à difusão da ciência. Cresce a cada dia o número das escolas da rede oficial de
ensino que reclamam criação ou o desenvolvimento de tais laboratórios. Como exemplo,
podemos citar o Laboratório Científico de Aprendizagem Pesquisa e Ensino – LACAPE, da
UFRPE, voltado para investigar metodologias e materiais voltados para o ensino de matemática
em todos os níveis e o Laboratório de Ensino de Matemática - LEMAT, na UFPE. Além disso,
vemos iniciativas de professores que buscam, além de realizar pesquisas investigativas sobre o
uso de jogos no ensino de matemática (CABRAL ET alii, 2007), inserir, em suas atividades,
jogos matemáticos, buscando incrementar a formação de professores que vão atuar no ensino
básico. Estes aspectos têm contribuído para estimular o trabalho daqueles que se interessam
pelo tema.

Organização das atividades de jogo no contexto ensino-aprendizagem

O jogo constitui-se num recurso didático no contexto ensino-aprendizagem, que requer


condições adequadas do ambiente de ensino para ser utilizado. Almeida (1974) enumera e
descreve cinco passos básicos que o professor precisa vencer para realizar uma atividade com
jogo:
- Preparo e formação do professor – o professor precisa estar familiarizado, tanto do
ponto de vista teórico quanto do ponto de vista prático, do significado de um trabalho com
jogos. Isso significa que ele precisa saber jogar, conhecer bem o jogo, sua estratégia de vitória
ou estratégias parciais, e as implicações de teorias de aprendizagem na dinâmica do jogo. Não
há sentido em apresentar o jogo sem conhecer, pois desse modo o professor não terá condições
de contribuir para a construção do conhecimento por parte dos alunos;
- Organização e planejamento – o jogo precisa estar adequado aos objetivos de ensino
do professor. A desconexão de um com o outro resultará em uma atividade inútil e inadequada
para o crescimento dos alunos;
- Preparação e formação dos participantes – uma atividade com jogo pode necessitar de
local adequado, organização adequada do ambiente de aplicação e uma metodologia pertinente
ao desenvolvimento do trabalho;
- Execução das atividades lúdicas – o professor, aplicando a atividade com jogo, tem o
papel de ir orientando a atividade, ajudando o aluno a descobrir as alternativas de soluções,
superar os obstáculos e vencer os desafios. Recomenda-se não apresentar a solução do jogo,
mas ajudar o aluno, conduzindo o seu pensamento para a redescoberta da solução;
- Avaliação do resultado da aplicação dos jogos pedagógicos – é preciso verificar se, de
fato, a atividade planejada contribuiu para que os objetivos estabelecidos pelo professor foram
atingidos, se houve aprendizagem. Essas etapas requerem uma preparação cuidadosa desde o
princípio, ajudando a evitar perda de tempo e energia, tanto de professores quanto de alunos.
Rego (1998) é mais detalhista em suas considerações. Consideramos suas colocações
mais completas, de modo que as reproduziremos aqui:

Como todo recurso pedagógico, a utilização do material concreto em sala de aula exige
cuidados básicos por parte do professor, que deve:
Dar tempo para que os alunos conheçam o material (numa primeira etapa é importante
que os alunos o explorem livremente). Apresentadas as regras, o professor atua apenas
como mediador, pois a aprendizagem e interpretação das mesmas tem um grande valor
didático, inclusive levando os alunos a aprenderem a questionar, negociar, colocar seu
ponto de vista e discutir como os colegas até chegarem a um consenso;
Criar no aluno o hábito de comunicar e trocar idéias. Os diferentes processos,
resultados e as estratégias usadas para obtê-las devem também ser sempre discutidos
com a turma. Durante o desenvolvimento das atividades o professor pode guiar os
alunos à descoberta de fatos específicos, através de perguntas ou desafios. Cada sessão
deve terminar com um registro individual ou do grupo, caso tenham discutido de
maneira solidária;
Propor atividades mas estar aberto a sugestões e modificações das mesmas ao longo de
sua realização (vale lembrar que modificações realizadas nas regras de um jogo já
conhecido podem levar à criação de novos e interessantes jogos). O professor precisa
estar atento e aberto a novas abordagens ou descobertas, mesmo que em certo momento
determinadas observações lhes pareçam sem sentido;
Realizar uma escolha responsável e crítica do material;
Planejar com antecedência as atividades, procurando conhecer bem o material a ser
utilizado, para que o mesmo possa ser explorado de forma eficiente, usando de bom
senso para adequá-lo às necessidades da turma. (RÊGO, 1998 p. 19)
Metodologia

A partir de uma preocupação com a formação inicial de alunos do Curso de Pedagogia


que, em sua maioria, já ensinam, consideramos pertinente realizar uma pesquisa no sentido de
ouvir a “fala” destes professores. Assim, a pesquisa foi desenvolvida a partir da discussão de
duas professoras uma do curso de Pedagogia, da Faculdade de Ciências Humanas de Olinda –
FACHO e a outra pesquisadora e professora do Curso de Licenciatura em Matemática, da
Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE. Visávamos com isso, buscar
contribuições, via alternativas metodológicas, para o ensino da matemática com a utilização de
jogos nas séries iniciais do ensino fundamental.
O campo de pesquisa para o estudo foi o 3º período noturno do Curso de Pedagogia da
FACHO. Uma das professoras pesquisadoras conversou com o grupo e perguntou quais os
alunos que gostariam de participarem do trabalho, dando seu depoimento de forma espontânea.
Todas as alunas/professoras que estavam presente quiseram participar. As referidas participantes
são professoras atuantes das séries iniciais do ensino fundamental em escolas particulares,
públicas municipais e/ou estaduais, com faixa etária que vai dos vinte aos trinta e cinco anos e
residem no município onde fica a faculdade e adjacências. Optamos pelo local da pesquisa em
vista de considerarmos mais adequado, pelo fato do grupo de participantes ter, em sua maioria,
professores atuantes.
Para coletar os dados, elaboramos um questionário, com dez perguntas abertas, que foi
respondido pelas alunas, para depois ser analisado e discutido entre as duas professoras
pesquisadoras. O modelo do questionário encontra-se no apêndice A.

Resultados
Analisamos as respostas ao questionário, pergunta a pergunta, para depois fazermos
uma síntese final. Assim, para cada questão, apresentaremos o seu enunciado, e depois os
comentários.
Primeira pergunta: “Enquanto estudante do ensino básico, seus professores utilizaram
jogos em suas aulas? Em quais disciplinas? O que você achou?
Das alunas pesquisadas, 62,5% disseram que seus professores não haviam, até então,
trabalhado com jogos na sua vida escolar até chegarem à faculdade. Depois, tendo participado
da disciplina Metodologia do Ensino da Matemática, passaram a ter contato, fazendo parte de
uma dinâmica de jogar e aprender, incorporando nessa dinâmica, inclusive, o uso da
informática. Das que responderam sim, correspondendo a 37,5%, duas delas disseram que
tiveram contato com os jogos nas disciplinas de Português e Matemática e uma em Inglês.
Consideramos válido destacar o comentário de uma participante que teve oportunidade
de realizar atividades com jogos, tendo formado uma visão positiva a respeito:

. “Foi interessante e melhor para você assimilar aquilo que não entende.”

Aqui citamos Menezes (1996), que destaca as semelhanças entre jogar e resolver
problemas. Ambas as atividades têm heurísticas parecidas de modo que, ao jogar, o indivíduo
está também desenvolvendo a maturidade matemática, pois está fazendo escolhas, tomando
decisões, estabelecendo planos de estratégia.
Segunda pergunta: “Você costuma jogar no seu dia a dia? Em caso afirmativo, que
jogos você prefere? Por quê?
Um percentual de 75% das participantes respondeu que sim. Dentre os jogos preferidos,
estão: sudoku, jogo da memória, dominó, quebra-cabeça, tetris (jogos de encaixe), jogos de
cartas. As restantes 25% simplesmente responderam que não. Uma das que respondeu
afirmativamente, declarou que preferia o dominó ...

“pelo fato de meu sobrinho não saber ainda. Eu o auxilio e a aprendizagem dele
está sendo muito significativa.”

Terceira pergunta: Na maioria das vezes em que você joga, costuma ganhar ou perder?
Cinco das participantes, correspondendo a um percentual de 62,5% respondeu que mais
ganha do que perde, sendo que uma delas afirmou que ganha quando já conhece o jogo.
Destacamos aqui que os professores, enquanto indivíduos que costumam se sair bem no jogo
tendem a ter uma visão positiva acerca do mesmo, trazendo chances de encampar a idéia do
jogo na sua vida profissional. O jogo desenvolve melhora a auto-estima dos que vencem, o que
pode se refletir na sua vida futura no que se refere a uma atitude favorável ante o mesmo. Auto-
estima está relacionada à autoconfiança, que está relacionada à autonomia, que é um dos pré-
requisitos para o desenvolvimento da cidadania.
Quarta pergunta: Para você o que é jogo? E o que é jogo matemático? Quanto à
primeira parte da pergunta, apenas uma participante respondeu, associando o jogo a ganho e
perda, sendo o jogo, para ela, “aprender a ganhar e a perder”ou “participar de brincadeira”..
Quanto a esta definição, como a de jogo matemático, destacamos que as idéias das respondentes
sobre o jogo concernem a fugir da rotina, como na resposta abaixo:

“Participar de brincadeira. Brincar com um pensamento lógico.”

A outra idéia relaciona o jogo a recurso didático. Suas respostas são ligadas a:

“Estimular a aprendizagem;”
“Aprender matemática de maneira mais prática “
“Sair do padrão de ensino (tradicional)”
“Trabalhar com o raciocínio lógico. “
“Uma forma diferenciada de se trabalhar conteúdos, tendo em vista a matemática”
“Como uma metodologia diferente que procura visar o raciocínio de forma mais
eficaz e facilitada.”
“Uma forma de desenvolver habilidades como o raciocínio, paciência, entre
outros.”

Uma participante não respondeu.


Quinta pergunta: “Você conhece jogos para os quais utiliza idéias matemáticas? Em
caso afirmativo, cite alguns e as formas de usar a matemática” Seis das participantes,
correspondendo a 62,5% do total, citou jogos que conheciam e que utilizavam idéias
matemáticas. Os jogos foram boliche de garrafas pet, dominó, ábaco, material dourado, embora
com exceção da amarelinha (sobre esse a participante não comentou) não descreveram como as
idéias são utilizadas, mas os que conteúdos embutidos nos jogos, conteúdos esses relacionados
às quatro operações. Aqui observamos que algumas participantes que declararam usar o jogo já
ensinam nos anos iniciais, o que parece ser uma sinalização positiva para o uso do jogo no
ensino. Uma delas frisou ainda que o jogo a ser usado depende da idade do aluno, o que se
constitui numa preocupação pertinente, pois sabemos que um dos requisitos para o jogo ser
efetivo em relação ao seu objetivo (RÊGO, 1998), é justamente a adequação ao nível do aluno.
Sexta pergunta: “Qual a importância do uso dos jogos na sua profissão? Se você
ensina, você usa jogos na sua sala de aula? Por que? Que jogos você utiliza?”Apenas uma das
participantes declarou não usar jogo na sala de aula, não justificando as respostas. As outras
respondentes apresentaram valorizações que remeteram a:
- O prazer de aprender brincando;
- O desenvolvimento do aluno, em qualquer área;
- O contato com objetos concretos;
- Interação entre os alunos;
- Memorização do conteúdo;
- Aprendizado de maneira mais prática;
- Trabalhar o raciocínio lógico matemático;
- Tirar o medo da matemática, sair do tradicional.
Observamos que estas respostas estão convergindo com as idéias emergentes nas
respostas à quarta questão.
Sétima pergunta: Você pretende usar jogo na aula de matemática? Em caso afirmativo,
de que maneira? Como apenas uma participante declarou não usar jogos, pois não ensinava,
consideramos sua resposta. A mesma declarou não saber se ia usar ou não, sugerindo uma
insegurança na prática futura. Destacamos que esta participante não joga no dia a dia, embora
declarou ter tido atividades interessantes com jogos no ensino básico. Assim, vemos sua
vivência com os jogos se refletirem na idéia para a referida prática.
Oitava pergunta: O que você já leu sobre jogos na educação? A maioria foi vaga nas
respostas, declarando ter lido “pouco”, mas sabendo que “é importante”. Estas respostas
apontam pouca inserção de leituras e discussões na formação de professores sobre o uso de
jogos. Sabemos que na graduação os alunos são confrontados com variadas idéias, algumas
antagônicas em diferentes contextos, e é o lócus de reflexão, crescimento pessoal e profissional,
razão pela qual consideramos importante dar a estes profissionais em formação oportunidades
de conhecimento que permitam formar alicerces consistentes para a sua prática.
Nona pergunta: Em sua opinião, qual a importância do jogo na aprendizagem de
matemática? Apenas uma participante da pesquisa não respondeu. As respostas das demais
podem ser agrupadas nos seguintes aspectos:
1. Desmistificação

“Tira essa visão do bicho-papão da matemática.”


“Ajuda a acabar com os falsos mitos de que a matemática é difícil.”

2. Desenvolver habilidades mentais


“Ajuda o aluno a ter um raciocínio lógico aguçado e pensante.”
“É muito importante, pois o jogo ajuda a desenvolver a lógica do aluno para a
matemática, principalmente as suas dificuldades.”

3. Preparação para a vida


“Gera uma maior absorção de aprendizagem do assunto, porque assim o aluno é
levado à prática, o ensino e o estudo, para prevalecer seu conhecimento.”
“O jogo é um recurso que contribui para o desenvolvimento intelectual e motor do
desenvolvimento do ser.”

Conclusão

O que caracteriza o jogo pedagógico é sua finalidade básica, ou seja, a aprendizagem. O


professor pode, então, lançar mão do mecanismo da intervenção pedagógica, para dirigir essa
utilização do jogo junto aos alunos, com o objetivo de buscar uma minimização das dificuldades
dos alunos, tanto quanto à participação dos mesmos no jogo, quanto à aprendizagem dos
conteúdos a eles relacionados, bem como orientá-los para o estudo dos conteúdos ministrados.
Podemos constatar que o jogo no ensino, parece ser considerado de forma positiva por
aqueles que com ele tomam contato com o mesmo. Carecemos ainda de bases mais sólidas de
sustentação da validade do jogo no contexto. Neste sentido, avançamos na necessidade de um
trabalho mais efetivo com o jogo, justamente dos profissionais em formação, que estão se
preparando para desenvolver um trabalho mais voltado para a realidade. Assim, encaminhamos
a pertinência de ampliar a atuação dos professores formadores de professores no sentido de
valorizar o jogo na educação, em benefício do desenvolvimento pleno das crianças que estão
nos anos iniciais do ensino fundamental.

Maria de Fátima Neves Cabral, Mestra em Biometria (UFRPE), Professora da


FACHO de Estatística e Matemática Financeira, IPESU e FOCCA e Coordenadora do Curso de
Licenciatura em Matemática do CEFETPE em EAD. Jo sinalva Estacio Menezes, Doutora
em Educação (UFRN), Professora da UFRPE, Coordenadora do Laboratório Científico
de Aprendizagem Pesquisa e Ensino – LACAPE, vice-coordenadora do curso de
Pedagogia da UFRPE, coordenadora do Núcleo de Estudos em Educação Matemática de
Jovens e Adultos – NEEMJA e professora do Programa de Pós-Graduação em Ensino
das Ciências.

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