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CONTO

Seara de Ódio
Humberto de Campos - psic. Chico Xavier

N ão! Não te quero em meus


braços! - dizia a jovem
mãe, a quem a Lei do Se-
nhor conferia a doce missão da
maternidade, para o filho que lhe
prazer, és perturbação e obstáculo.
- Ajuda-me!
- Auxiliar-te seria cortar em
minha própria carne. Disputa a
minha felicidade e a minha leveza
rastando-se por muito tempo, de-
testando-se e recriminado-se mu-
tuamente...
A sementeira de crueldade
atraíra a seara de ódio. E a seara
desabrochava no seio - não me feminil... de ódio lhes impunha nefasto de-
furtarás a beleza! Significas traba- - Mãe, ampara-me! Procuro o sequilíbrio.
lho, renunciação, sofrimento... serviço de minha restauração... Anos e anos desdobraram-se,
- Mãe, deixa-me viver!... - su- Dia a dia, renova-se o diálogo sombrios e inquietantes, para os
plicava-lhe a criancinha no san- sem palavras, até que, quando a dois, até que, um dia, caridoso
tuário da consciência - estamos criança tentava vir à luz, disse-lhe Espírito de mulher recordou-se de-
juntos! Dá-me a bênção do corpo! a mãezinha cega e infortunada, les em preces de carinho e pieda-
Devo lutar e regenerar-me. Sorve- constrangendo-a a beber o fel da de, como a ofertar-lhes o próprio
rei contigo a taça de suor e lágri- frustração: seio. Ambos responderam, famin-
mas, procurando redimir-me... - Torna à sombra de onde tos de consolo e renovação, acei-
Completar-nos-emos. Dá-me arri- vens! Morre! Morre! tando o generoso abrigo...
mo, dar-te-ei alegria. Serei o re- - Mãe, mãe! Não me mates! Envolvidos pela carícia mater-
bento de teu amor, tanto quanto Protege-me! Deixa-me viver... nal, repousaram, enfim.
serás para mim a árvore de luz, em - Nunca! Brando sono pacificou-lhes a
cujos ramos tecerei o meu ninho - Socorre-me! mente dolorida.
de paz e de esperança... Duramente repelido, caiu o po- Todavia, quando despertaram
- Não, não... bre filho nas trevas da revolta e, de novo na Terra, traziam o estig-
- Não me abandones! no anseio desesperado de preser- ma do clamoroso débito em que se
- Expulsar-te-ei. var o corpo tenro agarrou-se ao haviam reunido, reaparecendo,
- Piedade, mãe! Não vês que coração dela, que destrambelhou, entre os homens, como duas almas
procedemos de longe, alma com à maneira de um relógio descon- apaixonadas pela carne, disputan-
alma, coração a coração? sertado... do o mesmo vaso físico, no triste
- Que importa o passado? Vejo Ambos, então, ao invés de con- fenômeno de um corpo único, sus-
em ti tão-somente o intruso, cuja tinuarem na graça da vida, preci- tentando duas cabeças.
presença não pedi. pitaram-se no despenhadeiro da
- Esqueces-te, mãe, de que morte.
Deus nos reúne? Não me cerres a Desprovidos do invólucro car-
porta!... nal, projetaram-se no Espaço, gri-
- Sou mulher e sou livre. Sufo- tando acusações recíprocas.
car-te-ei antes do berço... Achavam-se, porém, imanados Transcrito do livro:
- Compadece-te de mim!... um ao outro, pelas cadeias magné- Contos e Apólogos. Cap. 11, pág. 51/53.
6ª edição. Ed. FEB.
- Não posso. Sou mocidade e ticas de pesados compromissos,

Agosto 2003 FidelidadESPÍRITA uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” - Campinas/SP 23

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