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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Ergonomia, Higiene e
2ª edição

Segurança do Trabalho

Alcindo Neckel

Emanuelle Goellner
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho
DIREÇÃO SUPERIOR
Chanceler Joaquim de Oliveira
Reitora Marlene Salgado de Oliveira
Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira
Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira
Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira
Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira
Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira
Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves

DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA


Gerência Nacional do EAD Bruno Mello Ferreira
Gestor Acadêmico Diogo Pereira da Silva

FICHA TÉCNICA
Direção Editorial: Diogo Pereira da Silva e Patrícia Figueiredo Pereira Salgado
Texto: Alcindo Neckel e Emanuelle Goellner
Revisão Ortográfica: Rafael Dias de Carvalho Moraes e Christina Corrêa da Fonseca
Projeto Gráfico e Editoração: Antonia Machado, Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos
Supervisão de Materiais Instrucionais: Antonia Machado
Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos
Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos

COORDENAÇÃO GERAL:
Departamento de Ensino a Distância
Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universo – Campus Niterói

N365e Neckel, Alcindo.


Ergonomia, higiene e segurança do trabalho / Alcindo Neckel ;
revisão de Rafael Dias de Carvalho Moraes e Christina Corrêa da
Fonseca. – 2. ed. Niterói, RJ: EAD/UNIVERSO, 2017.

123 p. : il.

1. Ergonomia. 2. Segurança do trabalho. 3. Higiene do


trabalho. 4. Ensino à distância. I. Moraes, Rafael Dias de Carvalho.
II. Fonseca, Christina Corrêa da. III. Título.

CDD 620.82
Bibliotecária: Elizabeth Franco Martins – CRB 7/4990

Informamos que é de única e exclusiva responsabilidade do autor a originalidade desta obra, não se responsabilizando a ASOEC
pelo conteúdo do texto formulado.
© Departamento de Ensi no a Dist ância - Universidade Salgado de Oliveira
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma
ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedora
da Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO).
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Palavra da Reitora

Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo,


exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de
Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSO EAD, que reúne os diferentes
segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi
desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero
bem-sucedidas mundialmente.

São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio


dessa modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço
presentes nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio
tempo e gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se
responsável pela própria aprendizagem.

O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que


permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo
momento ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de
nossa plataforma.

Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores


especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são
fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos.

A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a


distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem-
sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo
de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização,
graduação ou pós-graduação.

Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando


as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o
programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona.

Seja bem-vindo à UNIVERSO EAD!

Professora Marlene Salgado de Oliveira

Reitora.
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Sumário

Apresentação da disciplina ............................................................................................. 07

Plano da disciplina ............................................................................................................ 09

Unidade 1 – Ergonomia: Abordagem e Pesquisa ...................................................... 11

Unidade 2 – Organismo Humano e Biomecânica Ocupacional ............................. 21

Unidade 3 –Antropometria: Medidas e Aplicações ................................................... 45

Unidade 4 – Postos de Trabalho, Manejos e Controle .............................................. 57

Unidade 5 – Condições Ambientais .............................................................................. 73

Unidade 6 – Fatores Humanos, Organização e Segurança do Trabalho .............. 89

Considerações finais ......................................................................................................... 111

Conhecendo os autores ................................................................................................... 113

Referências .......................................................................................................................... 115

Anexos.................................................................................................................................. 117

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Apresentação da Disciplina

Sejam bem-vindos à disciplina de Ergonomia, Higiene e Segurança do


Trabalho.

Ao início de cada unidade de estudo, você encontrará uma apresentação dos


temas que serão desenvolvidos, os aspectos mais relevantes e os objetivos a serem
alcançados. Além disso, há também uma série de referências bibliográficas sobre
os assuntos abordados.

As unidades foram redigidas de forma a facilitar o entendimento do seu


conteúdo que compreende uma parte conceitual, sempre com aplicações dos
conceitos, seguida de exercícios práticos.

Estamos certos de que a leitura dos conteúdos será uma atividade prazerosa,
utilize o seu tempo e imprima o seu próprio ritmo de aprendizagem. Lembre-se,
você tem total autonomia na condução do seu processo de estudo, mas sempre
que possível procure seguir o cronograma da disciplina.

É importante que você faça todas as atividades e reflita sobre os respectivos


padrões de respostas. Além disso, você poderá complementar o conteúdo de cada
unidade através da leitura complementar e, por sua própria iniciativa, buscar nos
jornais e revistas casos práticos que envolvam empresas, objeto da aplicação das
teorias e modelos analisados nas aulas.

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Plano da Disciplina

A disciplina de Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho tem como


objetivo transmitir ao aluno uma visão panorâmica e didática da ergonomia e da
legislação sobre higiene e segurança do trabalho, bem como capacitar o
desenvolvimento de uma mentalidade de prevenção e responsabilidade aos
futuros profissionais de engenharia.

Para isso a disciplina foi dividida em seis unidades para maior compreensão
dos assuntos abordados. Com a finalidade de facilitar a compreensão segue uma
síntese de cada unidade, ressaltando seus objetivos específicos para que você
possa ter uma visão ampla do conteúdo que irá estudar.

Unidade 1- Ergonomia: Abordagem e Pesquisa

Nesta primeira unidade, iniciaremos as atividades dando uma noção básica do


que é a ergonomia, sua origem, como ela é utilizada nos dias de hoje e sua
utilização dentro da pesquisa.

Objetivo da Unidade:

Demonstrar os conceitos introdutórios da Ergonomia.

Unidade 2- Organismo Humano e Biomecânica Ocupacional

As atividades desta unidade permearão no funcionamento do organismo


humano e seus principais metabolismos e como isso influência nas atividades
humanas.

Objetivo da Unidade:

Compreender o funcionamento do organismo humano.

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Unidade 3- Antropometria: Medidas e Aplicações

Nesta unidade, você ira conhecer o conceito de antropometria, suas principais


medidas e suas possíveis aplicações em diferentes situações do dia a dia.

Objetivo da Unidade:

Definir e compreender a Antropometria.

Unidade 4 - Postos de Trabalho, Manejos e Controle

As atividades desta unidade destacarão a importância do dimensionamento e


manejo bem como do planejamento do espaço de trabalho.

Objetivo da Unidade:

Compreender os postos de trabalho e seu dimensionamento.

Unidade 5 - Condições Ambientais

Esta unidade busca esclarecer e informar sobre a importância das cores e de


um planejamento de iluminação nos espaços de trabalho.

Objetivo da Unidade:

Demonstrar quais condições ambientais interferem no espaço de trabalho.

Unidade 6 - Fatores Humanos, Organização e Segurança do Trabalho

Nesta unidade você conhecerá os principais fatores que causam acidentes de


trabalho e entenderá quais as medidas de segurança necessárias para proteger o
ambiente de trabalho.

Objetivo da Unidade:

Estudar os fatores humanos que interferem no ambiente de trabalho.

Bons Estudos!

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

1 Ergonomia: Abordagem e
Pesquisa

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

As atividades desta unidade permearão o conceito de Ergonomia e a sua


utilização em pesquisas.

Objetivo da Unidade:

 Definir e compreender a utilização da Ergonomia nas diversas


pesquisas.

Plano da Unidade:

 Conceitos, Otimização e Desenvolvimento de Sistemas.

 Pesquisa em Ergonomia.

Bons estudos!

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Conceitos, otimização e desenvolvimento de sistemas

Em termos conceituais, a Ergonomia está interessada em utilizar as ciências


para melhorar as condições de trabalho humano. Neste contexto, entende-se por
"trabalho" toda ação humana intermediada por uma interface física, eletrônica ou
mecânica, como acionamentos de controles, utilização de um software ou direção
de um automóvel. Na Ergonomia tradicional, o conceito de projeto significava
adequar o objeto às limitações humanas de forma que seu operador não pudesse
executar nada além do que o esperado (ou projetado). Atualmente, a ênfase da
Ergonomia não está em evitar a demanda excessiva sobre o operador humano,
mas em explorar as capacidades humanas, por exemplo, por meio do aumento do
prazer na execução da tarefa.

A International Ergonomics Association – IEA, define a Ergonomia como a


disciplina científica preocupada com o entendimento das interações entre seres
humanos e outros elementos de um sistema e a profissão que aplica teorias,
princípios, dados e métodos para projetar de modo a otimizar o bem-estar humano
e a performance geral do sistema. Os ergonomistas colaboram para o projeto e
para a avaliação de tarefas, de trabalhos, de produtos, de ambientes e de sistemas;
de maneira a torná-los compatíveis com necessidades, habilidades e limitações das
pessoas. Derivada do grego érgon (trabalho) + nomos (leis) para denotar a ciência
do trabalho, Ergonomia é uma disciplina orientada ao sistema que agora se
estende por todos os aspectos da atividade humana. Ao ergonomista praticante é
necessário ter um amplo entendimento do escopo total da disciplina, pois a
Ergonomia promove uma abordagem holística na qual são levados em conta
fatores físicos, cognitivos, sociais, organizacionais, ambientais e outros fatores
relevantes. Os ergonomistas trabalham ainda em setores particulares da economia
ou em domínios de aplicação, aqui entendidos não como exclusivos e, sim, em
constante desenvolvimento. Afinal, novos domínios são criados e os antigos
passam a ser vistos por uma nova perspectiva.

Diversas referências bibliográficas apontam as origens da Ergonomia como


sendo estabelecidas desde a pré-história, a partir do design de ferramentas

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

manuais. Para alguns o desenvolvimento da Ergonomia está intrinsecamente


ligado ao desenvolvimento da tecnologia e, como tal, ao início da revolução
industrial, no final do século XIX e início do século XX. O nascimento oficial da
Ergonomia, entretanto, foi anunciado logo após a Segunda Guerra, depois de se
perceber que inúmeras falhas ocorridas com aviões e dispositivos como radares,
por exemplo, derivavam da inadequação dos mecanismos e de áreas de
acionamento às capacidades humanas. Os equipamentos e dispositivos eram
projetados para atingir metas de eficiência e funcionamento, mas não eram
levadas em consideração as características psicológicas e fisiológicas do operador.
Para vencer essa inadequação se julgou conveniente unir conhecimentos da
psicologia e fisiologia para se “adaptar as máquinas às características físicas,
cognitivas e psíquicas do ser humano”. Em 1949, é então utilizado, na Inglaterra,
pela primeira vez o termo Ergonomia para designar um domínio específico de
conhecimento. A data marca a criação da primeira sociedade de Ergonomia – a
Ergonomic Research Society.

A primeira reunião constitutiva da Associação Brasileira de Ergonomia ocorreu


em agosto de 1983, com eleição de uma comissão provisória. Em novembro do
mesmo ano, foi fundada e registrada a associação, conhecida como ABERGO.

Pesquisa em ergonomia

A ergonomia é a qualidade da adaptação de um dispositivo ao seu operador e


à tarefa que ele realiza. A usabilidade se revela quando os usuários empregam o
sistema para alcançar seus objetivos em um determinado contexto de operação.
Pode-se dizer que a ergonomia está na origem da usabilidade, pois quanto mais
adaptado for o sistema interativo, maiores serão os níveis de eficácia, de eficiência
e de satisfação alcançado pelo usuário durante o uso do sistema. De fato, a norma
ISO 9241, em sua parte 11, define usabilidade a partir destas três medidas de base:

 Eficácia: a capacidade que os sistemas conferem a diferentes tipos de


usuários para alcançar seus objetivos em número e com a qualidade
necessária;

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

 Eficiência: a quantidade de recursos (por exemplo; tempo, esforço


físico e cognitivo) que os sistemas solicitam aos usuários para a
obtenção de seus objetivos com o sistema;

 Satisfação: a emoção que os sistemas proporcionam aos usuários em


face dos resultados obtidos e dos recursos necessários para alcançar
tais objetivos.

Por outro lado, um problema de ergonomia é identificado quando um aspecto


da interface está em desacordo com as características dos usuários e da maneira
pela qual ele realiza sua tarefa. Já um problema de usabilidade é observado em
determinadas circunstâncias, quando uma característica do sistema interativo
(problema de ergonomia) ocasiona a perda de tempo, compromete a qualidade da
tarefa ou mesmo inviabiliza sua realização. Como consequência, ele estará
aborrecendo, constrangendo ou até traumatizando a pessoa que utiliza o sistema
interativo.

A ergonomia aplica-se ao desenvolvimento de ferramentas de ações


sistematizadas em virtude de uma política da qualidade e a critérios de
averiguação de sua aplicação, como na assimilação da cultura do bem-estar e bem-
compreender, nas chamadas auditorias ou análises de qualificação e mapeamentos
de processos, e atinge a segmentos diversos, quando margeia a confiança aos
métodos de interpretação e a introdução de novos aplicativos, artefatos e até de
gerenciamento de pessoas inerentes ou inseridas a um grupo. Os sistemas de
qualidade em disseminação, quando de sua possibilidade em humanizar os
processos volta-se a racionalizar o homem ao sistema e a interface da pessoa com
o método. A ergonomia tem importância especial na análise de acidentes, tendo
sido utilizada no processo de investigação das causas do acidente da Usina Nuclear
em Three Mile Island, na Pensilvânia, Estados Unidos. No Brasil, as condições
ergonômicas de trabalho são regulamentadas pela Norma Regulamentadora nº 17,
do Ministério do Trabalho e Previdência Social, que também dispõe sobre a
utilização de materiais e mobiliário ergonômico, condições ambientais, jornada de
trabalho, pausas, folgas e normas de produção.

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Nesta unidade, você pôde conhecer e compreender o que é a ergonomia, sua


usualidade e seus objetivos. Na próxima unidade, complementaremos tais
questões.

LEITURA COMPLEMENTAR

1-APARÍCIO, P.; POMBEIRO, A.; REBELO, F.; SANTOS, R.


(2005),Relationship between palm grip strength in different positions and associated
discomfort level, 4th International Cyberspace Conference on Ergonomics, IEA,
Johannesburg, South Africa.

COUTO, Hudson de Araújo. Ergonomia Aplicada ao Trabalho. Belo


Horizonte: Ergo, 1995.

ISO (1997). ISO 9241-11: Ergonomic requirements for office work with visual
display terminals (VDTs). Part 11 — Guidelines for specifying and measuring usability.
Genève: International Organization for Standardization.

É HORA DE SE AVALIAR

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão


ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de
ensino-aprendizagem.

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Exercícios - Unidade 1

1- O principal interesse da Ergonomia está relacionado:

a) ao bem-estar da fauna e flora.

b) à busca gerenciar melhor as questões de segurança pública.

c) à melhoria nas condições de trabalho humano.

d) à busca adaptar o indivíduo à sociedade em que ele vive.

e) à melhoria nas condições de higiene do ser humano.

2- Os principais fatores que são levados em conta na ergonomia são:

a) Físicos, cognitivos, sociais, organizacionais e ambientais.

b) Físicos, químicos, sociais, organizacionais e ambientais.

c) Cognitivos, sociais, organizacionais, ambientais e populacionais.

d) Cognitivos, sociais, organizacionais, ambientais e históricos.

e) Cognitivos, ambientais, históricos, culturais e sociais.

3- A Ergonomia pode ser vista como:

a) A qualidade de adaptação de um dispositivo ao seu operador e à tarefa


que outro indivíduo realiza.

b) A qualidade de adaptação de um dispositivo a um terceiro indivíduo e à


tarefa que ele executa.

c) A qualidade de adaptação de um dispositivo ao seu operador e à tarefa


que ele realiza.

d) A qualidade de adaptação de um projeto ao seu operador e aos seus


funcionários.

e) Nenhuma das alternativas acima está correta.

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

4- A Ergonomia tem utilização especial principalmente em atividades como:

a) Análise Populacional.

b) Análise de acidentes.

c) Análise de riscos ambientais somente.

d) Verificação de natalidade.

e) Todas estão corretas.

5- O termo Ergonomia foi utiliza pela primeira vez:

a) Suécia - 1949.

b) Estados Unidos - 1948.

c) Brasil - 1983.

d) Inglaterra - 1949.

e) Nenhuma das alternativas acima está correta.

6- Criada em 1983 a ABERGO significa:

a) Associação Brasileira de Ergonomia.

b) Associação Brasileira de Ergonomistas.

c) Fundação Brasileira de Ergonomia.

d) Fundação Nacional de Ergonomia.

e) Nenhuma das alternativas acima está correta.

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

7- No Brasil, quem regulamenta as condições ergonômicas são:

a) Ministério da Educação e da Cultura.

b) Ministério do Trabalho e da Educação.

c) Ministério da Justiça e do Trabalho.

d) Ministério do Trabalho e Previdência social.

e) Ministério da Justiça e Previdência social.

8- As três medidas bases da usabilidade fundamentais a ergonomia são:

a) Eficácia, eficiência e satisfação.

b) Eficácia, eficiência e negociação.

c) Eficiência, satisfação e negociação.

d) Eficácia, negociação e satisfação.

e) Todas estão corretas.

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

9- Descreva com suas palavras o que é Ergonomia.

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10- Como podemos identificar um problema dentro da ergonomia?

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

2 Organismo Humano e
Biomecânica Ocupacional

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Nesta unidade, o aluno deverá ter conhecimento de todo o funcionamento


dos principais sentidos do corpo que regem nossas funções. Além de princípios
básicos de cuidados posturais nas mais variadas funções.

Objetivo da Unidade:

Compreender o funcionamento do Organismo Humano.

Plano da unidade:

 O organismo humano e suas funções neuromuscular, metabólicas e


sensoriais.

 Análise das posturas corporais.

 Levantamento e transporte de cargas.

Bons estudos!

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Organismo humano e suas funções neuromuscular,


metabólicas e sensoriais.

É importante destacar que o organismo humano é repleto de funções


específicas que interagem entre si para resultar em ações. Sendo a ergonomia a
busca da qualidade no ambiente é importante compreender o que cada um destes
sistemas realiza. A interação entre o sistema nervoso e o sistema muscular é
conhecida como sistema neuromuscular. O mecanismo de contração muscular tem
início no sistema nervoso, através da liberação de neurotransmissores que são
produzidos pelo sistema nervoso. A comunicação entre o sistema nervoso é
realizada pelos neurônios, por onde são conduzidos os impulsos nervosos e os
neurotransmissores. Cada neurônio inerva um número de fibras musculares e essa
união é chamada de unidade motora. O neurotransmissor liberado pelo sistema
nervoso que gera a sinalização celular é chamado de Acetilcolina, e tem como
função iniciar o processo da contração muscular. As primeiras adaptações ao
treinamento são adaptações neurais, são adaptações que melhoram a forma de
recrutar as unidades motoras. Algumas das adaptações são: recrutamento de um
maior número de unidades motoras; melhora no sincronismo de recrutamento das
unidades motoras; maior frequência no disparo dos impulsos nervosos, que tem
como consequência a melhora do gesto motor e da coordenação motora inter e
intramuscular. O primeiro aumento da capacidade de gerar força se dá pelas
adaptações neurais, e posteriormente pela adaptação das estruturas musculares.
Por isso aumentamos nossa força, mesmo não tendo, ainda, o processo conhecido
como Hipertrofia Muscular. O corpo desta forma é visto como um sistema de
alavancas.

Um músculo só tem dois estados possíveis:

- Desenvolver tensão dentro de si mesmo ou relaxar-se.

Para cada movimento, há pelo menos dois músculos que trabalham


antagonicamente.

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Da mesma forma que as alavancas mecânicas, o corpo trabalha com três tipos
de alavancas: Interfixa, Interpotente, Inter-resistente.

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Quanto ao Metabolismo, podemos dizer que ele é a soma de processos


químicos e físicos que ocorrem dentro de um organismo vivo. O metabolismo
divide-se em catabolismo (quebra de uma substância para obter energia) e
anabolismo (capacidade que o organismo possui de transformar uma substância
em outra que sirva para seu desenvolvimento e reparação). De organismos
unicelulares (formados por apenas única célula) e pluricelulares (formados por
várias células) ocorrem funções metabólicas.

Um bom exemplo, de função metabólica é o processo de respiração celular


que ocorre nos organismos aeróbicos, onde a mitocôndria quebra a glicose
introduzindo oxigênio no carbono, retirando, assim, sua energia.

Para manter as funções vitais (respiração, batida do coração, temperatura


corporal etc.) o organismo gasta uma grande quantidade de energia. É o que se
chama de metabolismo basal. Há influência de diversos fatores no metabolismo,
por exemplo, genética, idade, sexo, altura, peso, prática de atividade física etc. O
gasto de mais ou menos energia depende desses fatores. Por isso, algumas pessoas
são magras e, mesmo comendo de tudo, não engordam. Enquanto outras
enfrentam grandes dificuldades para conseguirem emagrecer. O sistema sensorial
é a parte do sistema nervoso responsável pelo processamento de informações
sensoriais. Ele consiste nos receptores sensoriais, nos neurônios aferentes, e nas
partes do cérebro envolvidas no processamento da informação. Os sentidos são os
meios através dos quais os seres vivos percebem e reconhecem outros organismos
e as características do meio ambiente em que se encontram (em outras palavras,
são as traduções do mundo físico para a mente). Os mais conhecidos são cinco:
visão, audição, tato, paladar e olfato, mas é consenso na comunidade científica que
os seres humanos possuem muito mais. Não há, porém, acordo na quantidade, pois
isso depende da definição não muito sólida do que constitui um sentido. Os
receptores sensoriais são classificados quanto a natureza do estímulo que captam:

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

 Quimioceptores são sensíveis à presença ou concentração de


substâncias químicas, como os responsáveis pelo paladar e olfato;

 Fotoceptores são sensíveis à luz, como os cones e bastonetes dos


olhos;

 Termoceptores são sensíveis às mudanças da temperatura;

 Mecanoceptores são sensíveis a variações de movimento, energia


mecânica e força, como as responsáveis pelas sensações tácteis e
auditivas.

Estas categorias, porém, são criticadas como restritivas demais, pois não
incluem categorias para receptores de alguns dos sentidos bem aceitos, como dor
e tempo.

Além disso, podemos classificar os receptores sensoriais em três tipos, levando


em conta onde a informação foi gerada:

 Exteroceptores - que recebem estímulos do exterior do organismo,

 Visceroceptores - que recebem informações dos órgãos internos,

 Proprioceptores - localizados principalmente nas articulações,


músculos e tendões, dão ao sistema nervoso central informações
sobre a posição do corpo e sobre a força que é necessário aplicar.

O objetivo de todo sistema sensorial é enviar as informações obtidas para o


sistema nervoso central ou para alguma região que possa corretamente analisar e
processar a informação, como a medula vertebral ou até mesmo alguns gânglios
nervosos. Isso garante que organismos desenvolvam uma resposta apropriada para
determinado estímulo, mesmo que esta resposta seja nula. A transmissão de
informações dos receptores sensoriais ocorre pelos neurônios aferentes.

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Análise das posturas corporais

Antes de iniciarmos falando sobre as posturas corporais cabe aqui definirmos


o que seria a Postura:

Postura é um composto das posições das diferentes


articulações do corpo num dado momento. A postura
correta é a posição na qual um mínimo de estresse é
aplicado em cada articulação. (MAGEE, 2002).

A postura correta consiste no alinhamento do corpo com


eficiências fisiológicas e biomecânicas máximas, o que
minimiza os estresses e as sobrecargas sofridas ao
sistema de apoio pelos efeitos da gravidade. (PALMER &
APLER, 2000).

Estudos comprovam que quase a totalidade dos problemas posturais


originam-se na infância, principalmente os relacionados à coluna vertebral, que são
causados muitas vezes por traumatismo, fatores emocionais, e de ordem
hereditária que afetam e muito a vida adulta. Pais, responsáveis e professores
devem estar sempre atentos a desvios posturais apresentados pelas crianças, isso
permitirá que o sujeito seja capaz de proteger ativamente seus segmentos móveis
de lesões dentro das condições de vida corrente e profissional, seja no plano
estático seja no plano dinâmico.

Avanços tecnológicos estão desencadeando o surgimento dos processos de


mecanização e urbanização para melhoria da qualidade de vida, mas em
contrapartida, o homem tornou-se cada vez mais sedentário, assumindo atitudes
posturais que sobrecarregam suas estruturas musculoesqueléticas.

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Como se sabe, a postura do adulto está ligada aos estímulos e experiências aos
quais foi exposto durante seu desenvolvimento neupsicomotor, onde podemos
afirmar que a incidência de problemas posturais em crianças e adolescentes vem
crescendo acentualmente nos últimos anos, ocasionando sérios problemas na vida
adulta.

A “Postura Padrão” refere-se a uma postura “ideal” ao invés de uma postura


média. O alinhamento esquelético ideal utilizado como padrão consiste com
princípios científicos válidos, envolve uma quantidade mínima de esforço e
sobrecarga, e conduz à eficiência máxima do corpo. Como podemos ver na figura
abaixo:

Tendo em vista que uma boa postura corporal decorre da manutenção de três
curvaturas normais da espinha. As curvas do pescoço (cervical), do meio das costas
(torácica) e da parte inferior das costas (lombar) devem ser alinhadas e
equilibradas. Na maioria dos casos a má postura corporal é uma combinação de
vários fatores, podendo ser causada por fatores ambientais ou maus hábitos. Com
isso sabendo dessas definições, onde a postura é a forma com que o corpo

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

mantém ao lutar contra a gravidade opondo-se às forças externas para manter


equilíbrio, nesse caso qualquer alteração da postura pode causar implicações como
hiperlordose lombar e cervical, hipercifose torácica e escoliose.

Hiperlordose lombar - é favorecida pela inclinação da pelve enquanto a


hiperlordose cervical desgasta as vértebras e normalmente associa-se à hipercifose
torácica.

Hipercifose Torácica - ocorre quando há uma deformidade na coluna


vertebral conhecida como postura de corcunda. Favorece o desgaste vertebral, o
bico-de-papagaio e as funções pulmonares ficam comprometidos.

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Escoliose - é a curvatura lateral da coluna vertebral associada à rotação das


vértebras com desvios bem tolerados e assintomáticos. Há também casos graves
onde ocorre o comprometimento da região cardiopulmonar.

Análise da Postura

Envolve a identificação e a localização dos segmentos corpóreos relativos à


linha de gravidade, deve determinar se um segmento corporal ou uma articulação
desvia-se de um alinhamento postural ideal conforme os tipos corporais
ectomórfico, mesomórfico e endomórfico:

Ectomórfico – Apresenta predomínio das formas lineares e frágeis. Mostra


maior superfície em relação à massa corporal. Compreende aos tecidos derivados
da camada ectodérmica (epiderme e seus anexos, encéfalo e medula espinhal).

Mesomórfico - Indica o predomínio dos tecidos derivados do mesoderma


(ossos, músculos e tecido conjuntivo). Apresenta maior densidade e
desenvolvimento musculoesquelético.

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Endomórfico - Derivada do endoderma (tubo digestivo e sistemas auxiliares).


Indica a predominância do sistema vegetativo e tendência à obesidade. Apresenta
baixa densidade, massa flácida e formas arredondadas.

Alinhamento Ideal / Vista Lateral

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Alinhamento Ideal Vista Posterior

Desenvolvimento Postural Normal

Toda criança além de crescer – ou seja, ganhar peso e altura – necessita


adquirir habilidades físicas e motoras. Onde é muito importante observar
permanentemente o desenvolvimento postural da mesma. A falta de estímulos
adequados, doenças, deficiências físicas, desnutrição, obesidade e o próprio meio
ambiente, podem interferir de maneira negativa no desenvolvimento físico e
postural, como podemos ver na foto abaixo, o desenvolvimento postural normal
de uma criança até a adolescência.

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Atenção

Uma criança às vezes "quietinha" e que não dá trabalho, pode ser sinal
de que alguma coisa não vai bem com o seu desenvolvimento físico. Observe o
jeito de ela andar, comer e sentar. Crianças que caem com frequência, que
reclamam de dores nas pernas, nas costas e cansaço precisam ser avaliadas e
orientadas. Na adolescência, quando o corpo cresce e se modifica rapidamente, os
vícios de postura são muito comuns, (ombros caídos, coluna torta, pés planos), e
precisam ser avaliados para que não se transformem em problemas sérios de saúde
na idade adulta. Portanto, além da vigilância, é necessário oferecer à criança e ao
adolescente estímulos e condições apropriadas para um bom desenvolvimento
físico e uma boa postura. É importante brincar, praticar esportes e ter contato com
a natureza. Tudo isso são essenciais para se ter um corpo e uma mente saudáveis.

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Alterações Posturais Conforme a Idade

A arquitetura óssea que compõe e sustenta o corpo humano sofre uma


considerável alteração, no que diz respeito à densidade mineral óssea e a
microarquitetura óssea durante o envelhecimento. Segundo Guccione (2002), a
perda óssea em homens acontece em uma taxa de cerca de 0,4% por ano,
iniciando-se aos 50 anos de idade e não se torna caracteristicamente problemática
até que o homem esteja na faixa dos 80 anos. Novamente Guccione (2002), em
homens e mulheres entre 60 e 80 anos, a taxa média de diminuição na altura é de
cerca de 2cm por década, podendo atingir até 12 cm nos casos mais extremos de
perda óssea. “É fundamental observar que as alterações posturais ocorrem com o
envelhecimento e que suas características são incomparáveis para cada indivíduo”
(KAUFFMAN, 2001, p.57)

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Principais Causas de uma Postura Incorreta

Traumatismo, Patologias que limitam a perda funcional da força muscular e a


mobilidade, Hábitos de postura viciosa, Fraqueza muscular, Atitude Mental,
Hereditariedade, Indumentária Inadequada.

Algumas dicas para uma boa Postura Corporal

Mantenha as três curvas naturais das costas, evite oscilação excessiva, evite
estresse nas costas desnecessário ao manter um peso saudável e músculos fortes
com exercícios físicos regulares. Levante objetos com a técnica apropriada, faça
pausas ao ficar muito tempo sentado ou em pé. Nos dias de hoje, com a sociedade
estressante, é importante cuidar bem de si mesmo. A boa postura corporal não é
somente uma forma de diminuir dor e melhorar os movimentos. A boa postura faz
a pessoa se sentir melhor e ter uma melhor qualidade de vida.

Levantamento e transporte de cargas

Deslocar, levantar e transportar cargas define-se como sendo os movimentos e


esforços desprendidos por uma ou mais pessoas, objetivando movimentar cargas
dos mais diversos tipos, formas ou tamanhos, pelo processo manual. De acordo
com a faixa etária é recomendado por normas específicas à capacidade de peso
que o corpo sustenta sem ser agredido.

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

O transporte manual de cargas é uma das formas de trabalho mais antigas e


comuns, sendo responsável por um grande número de lesões e acidentes do
trabalho. Estas lesões, em sua grande maioria, afetam a coluna vertebral, mas
também podem causar outros males como, por exemplo, a hérnia escrotal.

A figura acima mostra a técnica correta para o levantamento de cargas (caixa,


barra, saco etc.). O joelho deve ficar adiantado em ângulo de 90 graus. Braços
esticados entre as pernas. Dorso plano. Queixo não dirigido para baixo. Pernas
distanciadas entre si lateralmente. Carga próxima ao eixo vertical do corpo. Tronco
em mínima flexão.

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Na figura da direita a técnica indicada para a movimentação lateral de carga


(no caso, um barril) é a seguinte: posição dos pés em ângulo de 90 graus, para
evitar a torção do tronco. No outro croqui, em que o modelo carrega uma caixa, o
porte da carga é feito com os braços retos (esticados), de modo a obter menor
tensão nos músculos dos mesmos.

A movimentação manual de cargas é cara, ineficaz (o rendimento útil para


operações de levantamento é da ordem de 8 a 10%), penosa (provoca fadiga
intensa) e causa inúmeros acidentes. Portanto, sempre que possível, deve ser
evitada ou minimizada.

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

A mecanização das atividades pode ser feita com o emprego de: polias,
transportadores de correia, talhas empilhadeiras, carrinhos de transporte,
elevadores, guindastes, pontes-rolantes etc. A foto à esquerda mostra uma pilha de
sacas sendo içadas por meio de cabos acionados por guindaste (que não aparece).
É claro que o uso desses equipamentos representa um custo de investimento,
razão porque devem ser adquiridos e empregados apenas quando forem
constantemente utilizados. A figura da direita apresenta uma esteira rolante ou
transportador de correia, muito usado no manuseio de sacas e outros materiais.

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Recomendações gerais para o transporte manual de cargas

Evitar manejo de cargas não adequadas ao biotipo, à forma, ao tamanho e à


posição;

 Usar técnica adequada em função do tipo de carga;

 Procurar não se curvar; a coluna deve servir como suporte;

 Quando estiver com o peso, evite rir, espirrar ou tossir;

 Evitar movimentos de torção em torno do corpo;

 Manter a carga na posição mais próxima do eixo vertical do corpo;

 Procurar distribuir simetricamente a carga;

 Transportar a carga na posição ereta;

 Movimentar cargas por rolamento, sempre que possível;

 Posicionar os braços junto ao corpo;

 Usar sempre o peso do corpo, de forma a favorecer o manejo da


carga;

LEITURA COMPLEMENTAR:

1- GUCCIONE, Andrew A. Fisioterapia Geriátrica. 2. ed. Rio de


Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.

2-MAGEE, David J. Avaliação musculoesquelética. São Paulo: Manole, 2002.

3-KAUFFMAN, Timothy L. Manual de Reabilitação Geriátrica. Rio de Janeiro:


Guanabara Koogan, 2001.

É HORA DE SE AVALIAR

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão


ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de
ensino-aprendizagem.

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Exercícios - Unidade 2

1.O catabolismo pode ser definido como:

a) Quebra de uma substância para obter energia.

b) Quebra de uma substância para obter outra substância.

c) Quebra de uma substância para obter água.

d) Quebra de uma substância para obter oxigênio.

e) Nenhuma das alternativas acima.

2-Escoliose e Hipercifose são problemas decorrentes da(o):

a) Sistema Nervoso central.

b) Postural/Coluna.

c) Braços.

d) Pernas.

e) Cabeça.

3- São considerados tipos corporais:

a) Ectomórfico, mesomórfico e endomórfico.

b) Ectomórfico, mesomórfico e endotelial.

c) Mesomórfico, endomórfico e exócrino.

d) Mesomórfico, endomórfico e endócrino.

e) Nenhuma das alternativas acima.

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

4- Um grande gasto de energia no corpo humano é realizado pelo


metabolismo____________________.

a) Individual.

b) Químico.

c) Basal.

d) Físico.

e) Todas as alternativas acima estão corretas.

5- São pesos específicos que os homens e mulheres podem suportar sem danificar
seu corpo.

a) Homem (30kg) Mulher (20kg)

b) Homem (40kg) Mulher (20kg)

c) Homem (50kg) Mulher (30kg)

d) Homem (100kg) Mulher (50kg)

e) Nenhuma das alternativas acima.

6- Estão entre as principais causas de uma postura incorreta.

a) Traumatismo e Hereditariedade.

b) Patologias e Hábitos inadequados.

c) Fraqueza muscular e Indumentária inadequada.

d) Todas estão corretas.

e) Nenhuma esta correta.

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

7- Nos casos mais extremos de perda óssea, homens e mulheres podem perder até:

a) 10 cm de altura.

b) 15 cm de altura.

c) 5 cm de altura.

d) 12 cm de altura.

e) Não existe perda no tamanho do ser humano no decorrer da vida.

8- Cite algumas dicas para uma boa postura corporal.

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9- Cite quatro recomendações fundamentais para o transporte manual de cargas.

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

10- Explique, com suas palavras, qual a técnica adequada para o levantamento de
cargas.

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

3 Antropometria: Medidas e
Aplicações.

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Nesta unidade, examinaremos todos os fatores que interferem na


antropometria, desde diferenças culturais até o ambiente destinado à realização
das tarefas.

Objetivo da Unidade:

 Compreender a Antropometria, suas medidas e variações.

Plano da Unidade:

 Diferenças individuais, etnias e evolução.

 Medidas antropométricas.

 Usos e critérios para aplicações de dados antropométricos.

 O espaço de trabalho.

Bons estudos!

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Diferenças individuais, etnias e evolução.

A Antropometria é um método de investigação científica que tem como


objetivo a medição das dimensões físicas e suas variações que compõem o corpo
humano. A antropometria é uma das disciplinas que compõem a antropologia, que
compreende o homem como ser biológico, pensante, produtor de culturas e
participante da sociedade. A antropologia se divide em dois campos: a biológica
ou física e a cultural ou social. É na antropologia biológica que se situa a
antropometria, contribuindo no levantamento de informações da natureza física
do homem, como estrutura anatômica e dimensões corporais (SANTOS, 1997).

A pesquisa antropométrica foi mais intensamente desenvolvida em meados


do século XX, porém seu conceito parece existir há muito mais tempo e
apresentada nas artes e arquitetura. O arquiteto e engenheiro romano Marcos
Vitrúvio Polião no século I a.C havia descrito em seu tratado de arquitetura, um
sistema de proporcionalidade do corpo humano e suas implicações na metrologia
da época. As origens da Antropometria remontam às viagens de Marco Polo (1273-
1295), que revelou um grande número de raças humanas, diferentes em tamanho e
constituição. Na antropologia racial apresentada por Linné, Buffon e White no
século XVIII que demonstrava que há diferenças nas proporções corporais de
diversas raças humanas (PANERO e ZELNIK, 1991). Leonardo Da Vinci (1452-1519)
desenvolve e apresenta o clássico desenho do “homem padrão” baseado na
proporcionalidade proposta por Vitrúvio.

O Termo Antropometria foi usado pela primeira vez em 1654, pelo médico
Johann Sigismund Elsholtz, em uma tese cujo título é “Anthropometria”. Porém,
segundo ROEBUCK (1975), foi o belga Quetelet quem consolidou a fundação da
ciência e a invenção do próprio termo Antropometria com a publicação em 1870
da sua obra Antropometrie que constitui a primeira pesquisa em grande escala.
Vinculada, inicialmente, à esfera das artes plásticas, da antropologia e da etnologia,
a partir do século XIX a Antropometria foi sendo incorporada a outros campos,
como o da saúde, economia, planejamento, nutrição e engenharia. A área tomou
impulso em 1859 com o fundador da Antropologia Moderna Paul Broca, com a
criação da Société d’Anthropologie na Faculté de Médecine de Paris.

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Antropometria é a designação atribuída à estatística do corpo. A adoção desta


técnica como método de identificação criminal apresenta uma evolução histórica.
Em Portugal, as autoridades usaram a Antropometria como um método oficial e
obrigatório nas cadeias, para isso foi feito um estudo prévio, na tentativa de
garantir a qualidade dos procedimentos para traçar padrões característicos do
corpo que determinassem a identificação de “indivíduos perigosos”. Esgotado os
estudos na Antropometria criminal, a pesquisa deixa de buscar as diferenças
fisiomáticas e somáticas dos delinquentes e busca a igualdade dos cidadãos.

Medidas antropométricas

Sempre que possível e justificável, deve-se realizar as medidas


antropométricas da população para a qual está sendo projetado um produto ou
equipamento, pois equipamentos fora das características dos usuários podem levar
a estresse desnecessário e até provocar acidentes graves. Normalmente as medidas
antropométricas são representadas pela média e o desvio padrão, porém a
utilidade dessas medidas depende do tipo de projeto em que vão ser aplicadas. Se
na década de 40 as medidas antropométricas procuravam determinar as médias de
uma população como peso, estatura, hoje o interesse principal está centrado nas
diferenças entre grupos e as influências de variáveis como raça, região geográfica e
a cultura. Toda a população é constituída de indivíduos diferentes e até há pouco
tempo havia a preocupação para estabelecer padrões nacionais, porém com a
crescente internacionalização da economia, alguns produtos são vendidos no
mundo todo, como por exemplo, os computadores, automóveis e aviões. Isto
contribuiu para que se pensar-se mais amplamente. Ao se projetar um produto
deve-se pensar que os consumidores podem estar espalhados por muitos países.
Embora não existam medidas confiáveis para a população mundial, grandes partes
das medidas disponíveis são oriundas de contingentes das forças armadas, o que
limita bastante, pois esta população caracteriza-se por ser predominantemente do
sexo masculino, na faixa dos 18 aos 30 anos e que atenderam aos critérios para
recrutamento militar como peso e estatura mínimos.

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Usos e critérios para aplicações de dados antropométricos

Durante os últimos anos, o desenvolvimento dos computadores permitiu um


melhor tratamento dos dados obtidos em grandes levantamentos e permitiu o
desenvolvimento de modelos matemáticos dos fenômenos antropométricos. No
futuro, certamente as atividades antropométricas continuarão no estudo de
características populacionais e das condições de conforto destas. Com a melhor
definição das variáveis antropométricas, talvez menos pessoas fiquem
descontentes por pertencerem aos grupos que ficam abaixo do percentil cinco ou
acima do percentil 95. Nas áreas de tecnologia avançada haverá um aumento da
precisão e automatização das técnicas de medida com o desenvolvimento de
“scanners” para uma melhor definição do tamanho humano e da mecânica do
espaço de trabalho, roupas equipamentos e ferramentas. Cada vez mais ouvimos o
termo “desenhado ergonomicamente”, porém poucas pessoas sabem o que isto
significa realmente.

O ergonomista também tem os seus instrumentos de trabalho. Para as


medições antropométricas podem utilizar:

 - Antropômetro: Instrumento de medida utilizado na determinação


do comprimento dos segmentos anatômicos;

 - Estadiômetro: Instrumento de medida utilizado para determinação


da estatura de um indivíduo;

 - Compasso de Pontas Curvas: Instrumento de medida utilizado na


medição de pequenos e médios diâmetros;

 - Craveira: Instrumento para medição de pequenas dimensões;

 - Goniômetro: Instrumento de medida utilizado para medir os


ângulos formados pelas articulações.

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Dependendo do tipo de análise ergonômica a ser feita o ergonomista utiliza


princípios para seus projetos, tais como:

1º Principio: projetos para o tipo médio: Causa menos incômodo do que


aconteceria se fosse feito para um anão ou para um gigante. Isso se aplica
principalmente para objetos de uso público.

2º princípio: projetos para indivíduos extremos: Se existir um fator limitativo


do projeto (no sentido que pessoas acima ou abaixo de uma dada dimensão não
estariam bem acomodadas) – tentativa de acomodar os casos extremos o que de
modo geral, deve-se projetar para acomodar 95% da população, sabendo de
antemão, que não servirá para as poucas pessoas de um dos extremos.

3º princípio: projetos para faixas da população: Está relacionado com os


equipamentos reguláveis. Trabalha-se com medidas discretas, de forma a
aumentar o conforto sem aumentar demasiadamente os custos.

4º princípio: projeto para o indivíduo: São os casos de objetos fabricados para


um indivíduo especificamente. Não é comum ocorrer nas indústrias, em função dos
custos e da variedade de pessoas que utilizam o mesmo equipamento ou
mobiliário. Oferece uma melhor adequação do produto ao usuário, porém é
oneroso.

O espaço de trabalho

Uma das grandes aplicabilidades das medidas antropométricas na ergonomia


é no dimensionamento do espaço de trabalho. O espaço de trabalho pode ser
definido como sendo o espaço imaginário necessário para realizar os movimentos
requeridos pelo trabalho. Existem inúmeros dados antropométricos que podem ser
utilizados na concepção dos espaços de trabalho, mobília, ferramentas e produtos
de forma geral; na maioria dos casos pode-se utilizá-los no projeto industrial.

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Contudo, devido à abundância de variáreis, é importante que os dados sejam os


que melhor se adaptem aos usuários do espaço ou objetos que se desenham. O
espaço de trabalho para um jogador de futebol é o próprio campo de futebol e até
uma altura de 2,5 m (que é a altura de cabeceio). O espaço de trabalho de um
carteiro seria um sólido sinuoso que acompanha a sua trajetória de entregas e tem
uma seção retangular de 60 cm de largura por 1,70 de altura. Porém a maioria das
ocupações da vida moderna desenvolve-se em espaços relativamente pequenos
com o trabalhador em pé ou sentado, realizando movimentos relativamente
maiores com os membros do que com o corpo e onde devem ser considerados
vários fatores como: postura, tipo de atividade manual e o vestuário.

Dentro do espaço de trabalho as superfícies horizontais são de especial


importância, pois são sobre elas que se realiza grande parte do trabalho. Na mesa
de trabalho os equipamentos devem estar corretamente posicionados dentro da
área de alcance que corresponde aproximadamente a 35 – 45 cm com os braços
caídos normalmente e de 55 a 65 cm com os braços estendidos girando em torno
do ombro. A altura da mesa também é muito importante, principalmente para o
trabalho sentado, sendo duas varáveis as responsáveis para a determinação da sua
altura, a altura do cotovelo, que depende da altura do assento e o tipo de trabalho
a ser executado. A altura da mesa resulta da soma da altura poplítea e da altura do
cotovelo. Com relação ao tipo de trabalho deve-se considerar se este será realizado
em nível da mesa ou em elevação. A antropometria possui uma importância muito
grande no planejamento do posto de trabalho e no desenvolvimento de projetos
de ferramentas e equipamentos. As relações entre antropometria clássica, a
biomecânica e engenharia antropométrica são tão estreitas e inter-relacionadas, o
que é difícil e muitas vezes desnecessário delimitá-las.

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

LEITURA COMPLEMENTAR

1- COUTO, Hudson de Araújo. (1995). Ergonomia aplicada ao


trabalho: manual técnico da máquina humana. Belo Horizonte: ERGO Editora.

2-LIDA, Itiro. (1992). Ergonomia, projetos e produção. São Paulo: Edgar


Blücher Ltda.

3-PANERO, Julius e Zelnik, Martin. (1991). Las dimensiones humanas en los


espacios interiores. Estándares antropometricos. 5ª ed. México: G. Gili.

É HORA DE SE AVALIAR

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão


ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de
ensino-aprendizagem.

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Exercícios - Unidade 3

1- A Antropometria se situa dentro da disciplina de Antropologia:


a) Física
b) Biológica
c) Social
d) Cultural
e) Nenhuma das anteriores.

2- A Antropometria é a estatística aplicada ao:


a) Corpo
b) Mente
c) Matemática
d) Engenharia
e) Nenhuma das anteriores.

3- São instrumentos usados pelos ergonomistas para realizações de medidas


antropométricas.
a) Antropômetro
b) Estadiomêtro
c) Craveira
d) Goniômetro
e) Todas estão corretas.

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

4- Dentro de vários princípios utilizados pelos ergonomistas para seus projetos está
o quarto princípio que se refere a:
a) Projeto para indivíduos extremos
b) Projeto para tipo médio
c) Projeto para o indivíduo
d) Projeto para faixa da população
e) Todas estão corretas.

5- O Estadiômetro é um instrumento da antropometria utilizado para:


a) Medida da altura do indivíduo
b) Medida do peso
c) Medida do tamanho da cabeça
d) Medida das pernas
e) Nenhuma das anteriores.

6- O Antropômetro é um instrumento de medida utilizado na determinação do


comprimento dos segmentos:
a) Dos braços
b) Pernas
c) Tórax
d) Cabeça
e) Todas estão corretas.

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

7- Pode ser definido como sendo o espaço imaginário necessário para realizar os
movimentos requeridos pelo trabalho onde a antropometria se aplica.

a) Espaço de Trabalho

b) Espaço Territorial

c) Espaço Urbano

d) Espaço Rural

e) Nenhuma das anteriores.

8- Defina com suas palavras o que é a Antropometria.

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

9- Cite e explique os quatro princípios utilizados pelos ergonomistas em seus


projetos.

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10- Explique como funciona o uso da antropometria no espaço de trabalho e cite


exemplos.

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

4 Postos de Trabalho,
Manejos e Controle

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Nesta unidade você conhecerá melhor os dimensionamentos dos espaços de


trabalho.

Objetivo da Unidade:

Compreender os espaços de trabalho e suas tarefas.

Plano de Unidade:

 Análise de tarefa.

 Arranjo físico e dimensionamento de posto de trabalho.

 Movimentos de manejos e controle.

Bons estudos!

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Análise de tarefa

A melhoria eficaz das condições de trabalho requer a colaboração entre os


projetistas, os especialistas em saúde ocupacional e os próprios trabalhadores. A
aplicação mais ou menos superficial pelos projetistas de regras baseadas na sua
intuição ou o controle das atividades pelos profissionais de saúde ocupacional são
insuficientes para projetar tarefas e postos de trabalho seguros, saudáveis e
produtivos. Para ser efetiva, a colaboração requer ferramentas de trabalho que
permitam obter uma avaliação real da situação de trabalho. A análise ergonómica
de postos de trabalho foi concebida para essa finalidade. A análise ergonómica de
postos de trabalho pode também ser utilizada com outros objetivos. Graças à sua
estrutura sistemática, pode ser usada em análises de verificação das melhorias
resultantes de melhorias realizadas num posto de trabalho ou numa tarefa. Ela
permite também estabelecer comparações entre diferentes postos de trabalho no
mesmo ramo de atividade. Pode também ser utilizada para o registo formal das
condições de trabalho, para recolher a informação básica para a colocação de
pessoal, etc. Além de poder ser usada como meio de veicular informação entre o
utilizador e o projetista de postos de trabalho.

As bases teóricas da análise ergonómica de postos de trabalho emanam da


fisiologia do trabalho, da biomecânica ocupacional, da psicologia da informação,
da higiene industrial e de um modelo sócio-técnico de organização do trabalho.
Alguns dos seus itens resultam de recomendações gerais e de objetivos para a
segurança e saúde no trabalho (como são expressas, por exemplo, nas convenções
da Organização Internacional do Trabalho). A análise ergonómica de postos de
trabalho foi concebida para ser usada como uma ferramenta de análise detalhada,
após terem sido detectados indicadores de potenciais problemas ergonómicos. O
seu conteúdo e a sua estrutura tornam no mais adequado para atividades
industriais manuais e tarefas de manipulação de materiais. O posto de trabalho é
analisado segundo 14 diferentes itens escolhidos de acordo com dois critérios. Em
primeiro lugar, cada item deveria representar fatores determinantes para a
segurança, salubridade e produtividade dos postos de trabalho a projetar e
construir. Em segundo lugar, os itens deveriam ser quantificáveis. Alguns fatores
importantes podem não ter sido incluídos nos 14 itens escolhidos porque não
podiam ser adequadamente estruturados e classificados ou porque a base teórica

59
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

da sua avaliação não era ainda suficientemente robusta. No entanto é possível ao


utilizador acrescentar ou remover itens de acordo com a sua competência e
necessidades.

A base da análise ergonómica de postos de trabalho é uma descrição


sistemática e cuidadosa da tarefa ou do posto de trabalho. A informação necessária
é obtida a partir de observações e entrevistas. Em alguns itens é necessário efetuar
algumas medições utilizando aparelhos simples.

A análise de um posto de trabalho realiza-se segundo os seguintes três passos:

1- O analista define e delimita o estudo a realizar. A análise pode


incidir sobre uma simples tarefa ou todo um local de trabalho.
Frequentemente uma tarefa terá que ser dividida em sub-tarefas
que serão analisadas separadamente se forem suficientemente
diferenciadas.

2- É feita a descrição da tarefa. Para esta finalidade o analista faz uma


lista das operações e efetua um esquema do local de trabalho. A
lista de operações pode ser baseada num gráfico sequencial
executante que porventura exista acerca do posto de trabalho em
estudo. A descrição e o esquema poderão ser complementados por
uma ou mais fotografias ou imagens vídeo.

3- Já na posse de uma imagem clara da tarefa em questão, o analista


pode prosseguir com a análise ergonómica item a item utilizando as
recomendações deste texto. Para cada item o analista classifica os
vários fatores numa escala geralmente de 1 a 5. A base principal da
classificação é a amplitude do desvio entre as condições de trabalho
ou o arranjo do posto de trabalho e o nível ótimo ou as
recomendações geralmente aceites. Uma classificação de 4 ou 5
indica que as condições de trabalho ou ambientais são inadequadas
ou mesmo perigosas para a saúde do trabalhador. Isso significa que
deve ser dada uma atenção especial à condição de trabalho ou
ambiental a que disser respeito esse item.

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Arranjo físico e dimensionamento de posto de trabalho

O arranjo físico (layout) é o estudo da distribuição espacial ou do


posicionamento dos diversos elementos que compõem o posto de trabalho, ou
seja, o estudo de como serão distribuídos os diversos instrumentos de informação
e de controlo existentes no posto de trabalho. Este estudo é normalmente baseado
nos seguintes critérios:

Importância

Colocação do componente mais importante em posição de destaque no posto


de trabalho, de modo a que este possa ser continuamente observado ou
facilmente manuseado. Por exemplo, nos automóveis o velocímetro e o volante
ocupam posições de destaque.

Frequência de uso

Os componentes usados com maior frequência são colocados em posição de


destaque ou de fácil alcance e manipulação. Por exemplo, no dimensionamento de
uma bancada para montagem de peças, as peças utilizadas com maior frequência
devem ser colocadas logo à frente do operador, de modo a serem facilmente
visualizadas e alcançadas com as mãos.

Agrupamento funcional

61
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Os elementos com funções semelhantes devem formar subgrupos e ser


mantidos em blocos. A escolha dos critérios mais relevantes vai depender
naturalmente de cada caso, da variedade dos elementos envolvidos e do tipo de
ligações ou fluxos existentes entre estes. Quando os elementos forem numerosos
(acima de dez), pode efetuar-se uma análise inicial pelas ligações preferenciais ou
pela intensidade de fluxo, de modo a obter-se uma ideia inicial do arranjo, e, à
posteriori, melhorar esse arranjo através do uso de outros critérios.

O dimensionamento do posto de trabalho é uma etapa fundamental para o


bom desempenho da tarefa pela pessoa que ocupará o posto. Isto porque é
provável que o operador passe várias horas por dia, durante anos a fio, sentados ou
de pé nesse mesmo posto. Um erro cometido durante a fase de dimensionamento
do posto pode submeter o operador a sofrimentos por longos anos. Em alguns
casos, quando o arranjo é de mobiliário ou de bancadas, a correção pode ser
efetuada de forma relativamente simples e económica. Noutros casos, como no
caso da cabina de comando da locomotiva de um comboio ou o painel de controlo
operacional de um sistema complexo, torna-se praticamente impossível introduzir
correções.

Diversos fatores devem ser considerados na fase de dimensionamento do


posto de trabalho, tais como a postura adequada do corpo, os movimentos
corporais necessários, o alcance dos movimentos, a antropometria dos ocupantes
do cargo, as necessidades de iluminação, a ventilação, as dimensões das máquinas,
equipamentos e ferramentas, a interação com outros postos de trabalho e o
ambiente externo.

Em alguns países europeus, as medidas antropométricas são já adoptadas


como normas e, além disso, existem normas específicas que devem ser cumpridas
para o dimensionamento de certos produtos.

62
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Recomendações para dimensionamento antropométrico de alguns postos de


trabalho (Norma Francesa NF X-35-104).

63
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Solução de Compromisso – existem casos em que não é possível usar as


medidas recomendadas, por diversas razões como a falta de espaço ou
equipamentos que saem do espaço de trabalho. Nestes casos, é necessário adoptar
uma solução de compromisso, ou seja, colocar algumas dimensões dentro das
faixas recomendadas e sacrificar as restantes. Também se pode adoptar um critério
de ponderação ao estabelecer a importância relativa de cada elemento, de modo a
que sejam sacrificados os menos importantes ou aqueles cujo uso seja menos
frequente. Este critério é adoptado, por exemplo, para o dimensionamento de
cabinas de aviões, isto porque a quantidade de instrumentos necessários para a
aviação é tão grande, que alguns se situam até no teto, enquanto os mais
importantes são mantidos dentro das áreas recomendadas.

Em resumo, não existe uma regra fixa para esta solução de compromisso,
estando esta mais dependente da sensibilidade e do bom senso do projetista. Em
casos de dúvida, o projetista pode recorrer aos futuros utilizadores, consultando-os
sobre os aspectos que eles acham mais importantes, em relação aos quais não
devam ser prejudicados. Se, mesmo assim, as dúvidas persistirem, podem ser
elaboradas duas ou mais alternativas de solução, para que a escolha final seja
efetuada durante a fase de testes com os modelos, baseando-se deste modo em
avaliações mais objetivas.

No dimensionamento de postos de trabalho, o subdimensionamento de


espaços, restringindo os movimentos dos operadores, é prejudicial, tal como
acontece com o sobredimensionamento, que provoca posturas inadequadas.

Movimentos de manejo e controle

Os ergonomistas devem considerar em seus estudos sobre as causas e


consequências do prejuízo ao sistema musculoesquelético, categorizando os níveis
de demanda física, levando em conta a postura ocupacional e as variáveis como:
amplitude de movimentos, força envolvida, repetitividade e o fator tempo de
manutenção.

64
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

A área de trabalho deve ser mantida próxima ao corpo (tronco), levando-se em


consideração as prioridades durante a realização das atividades das tarefas.
Devem-se evitar posturas estáticas (manutenção), principalmente em combinações
de movimentos (rotação, inclinação, extensão, flexão e desvios). Nestas situações
há aumento das tensões sobre as articulações e os músculos e a possibilidade de
sobrecarga física, como por exemplo:

- Flexão de tronco e de pescoço: Ao trabalhar em pé, deve-se manter o corpo


na posição vertical. A parte superior do corpo de um adulto pesa em média 40 kg,
quando ocorre o movimento de flexão, as costas, principalmente a região lombar,
sofrerão tensão muscular. A cabeça de um adulto pesa entre 4-5 kg. Quando ela é
flexionada mais de 30°, os músculos do pescoço são tencionados para manter essa
postura, gerando sobrecarga no pescoço e nos ombros. Deve-se manter a cabeça o
mais próximo possível da posição vertical (neutra).

-Rotação de tronco: Posturas em rotação de tronco causam tensão na coluna


vertebral. Os discos elásticos intervertebrais sofrem deformação e as articulações e
músculos dos dois lados da coluna ficam sujeitos a tensões assimétricas.
Movimentos bruscos (muito dinâmicos) devem ser evitados: Eles podem produzir
tensões muito grandes, de curta duração, como consequência da aceleração do
movimento. Carregamento/levantamento brusco (muito dinâmico) de peso, por
exemplo, pode resultar em dor aguda na parte inferior (lombar) das costas. Deve-se
alternar a postura e os movimentos: Nenhuma postura ou movimento deve ser
mantido por longo período. Posturas prolongadas e movimentos repetitivos são
fatigantes e, em longo prazo, podem levar a lesões nos músculos e articulações,
tendões e ligamentos. Esse problema pode ser prevenido com alternância de
tarefas. Se elas não puderem ser enriquecidas, é necessário alternar as posturas
assumidas na execução do trabalho. Se o trabalho é efetuado de pé e parado é
importante alternar com a posição sentada. Se a atividade é efetuada sentada, é
importante alternar com a posição de pé, ou andando. De maneira geral, o
ergonomista deve identificar a atividade postural do operador, as manutenções
prolongadas e as mudanças frequentes das posturas como elementos da carga
física de trabalho.

65
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

As mãos e os pés humanos podem ser considerados ferramentas naturais. Os


instrumentos e as ferramentas podem ser considerados como extensões das mãos
e dos pés, visando à ampliação do alcance, da força e da precisão de movimentos.
A mão humana é uma das “ferramentas” mais completas, versáteis e sensíveis.
Compreende mais de 20 articulações entre 27 ossos, movidos por 33 músculos
distintos. Pela mobilidade dos dedos (com o polegar trabalhando em oposição aos
demais,) há uma imensa variedade de manejos, com variações de velocidade,
precisão e força.

Manejo é a maneira pela qual o homem realiza um “engate”, uma preensão,


nos instrumentos manuais. É a forma de “engate” que ocorre entre o homem e a
máquina, que torna possível ao homem transmitir movimentos de comando à
máquina. O manejo é realizado essencialmente com os membros superiores ou
inferiores e pode ser considerado:

 fino ou pega – movimento dinâmico executado com as pontas dos


dedos (palma da mão e punhos com pouca movimentação);
caracteriza-se pelo elevado nível de precisão e velocidade, com
pouca transmissão de força;

 grosseiro ou empunhadura – movimento dinâmico executado


essencialmente pelos punhos e braços; caracteriza-se pelo elevado
nível de transmissão de força, com velocidade e precisão menores;

 contato simples – movimento dinâmico onde a transmissão de força


é executada num só sentido.

Quanto ao seu formato, pode ser:

 geométrico – similar a uma figura geométrica regular (cilindros,


esferas, cones, paralelepípedos etc.), apresentando pouca superfície
de contato com as mãos;

 antropomorfo – apresenta superfície irregular, conformando-se com


a anatomia do segmento corporal envolvida na preensão,
apresentando uma maior superfície de contato (mais firmeza e
transmissão de forças, com menor concentração de tensões em
relação ao manejo geométrico).

66
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Todas estas questões desenvolvidas nesta unidade são baseadas na NR-17 é a


única norma brasileira relacionada à ergonomia. Visa estabelecer parâmetros que
permitam a adaptação das condições de trabalho às características
psicofisiológicas do trabalhador de modo a proporcionar um máximo de conforto,
segurança e desempenho eficiente.

Os aspectos envolvidos na norma são: levantamento, transporte e descarga


individual de materiais; mobiliário dos postos de trabalho; equipamentos dos
postos de trabalho, condições ambientais de trabalho e organização do trabalho.
De acordo com a NR-17, para avaliar a adaptação das condições de trabalho às
características psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a
análise ergonômica do trabalho, que deve abordar, no mínimo, as condições de
trabalho, conforme estabelecido na Norma Regulamentadora.

O Ministério do Trabalho e Emprego disponibilizou na internet um manual de


aplicação da NR-17 (http://www.mte.gov.br/seg_sau/pub_cne_manual_nr17.pdf).

LEITURA COMPLEMENTAR

1- COSTA, L.F.T.G. , Textos de Ergonomia – Introdução à Ergonomia,


Grupo Engenharia Humana, Universidade do Minho, 1989.

2- LIDA, I., Ergonomia – Projeto e Produção, Editora Edgard Blucher Lda., S.


Paulo, 1995.

3- COSTA, L.F.T.G., Textos de Ergonomia – Antropometria Aplicada, Grupo


Engenharia Humana, Universidade do Minho, 1993.

É HORA DE SE AVALIAR

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão


ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de
ensino-aprendizagem.

67
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Exercícios – Unidade 4

1-A análise ergonômica do trabalho pode ser usada para:

a) Estabelecer comparações entre diferentes postos de trabalho.

b) Registro formal das condições de trabalho.

c) Recolhimento de informações básicas para colocação de pessoal.

d) Para uma avaliação real do posto de trabalho.

e) Todas estão corretas.

2- Um posto de trabalho é analisado de acordo com diferentes itens que devem


representar:

a) Segurança

b) Salubridade

c) Produtividade

d) Quantificação

e) Todas estão corretas

3- Uma classificação de 4 ou 5 de um posto de trabalho indica que as condições de


trabalho ou ambientais:

a) São inadequadas ou mesmo perigosas para a saúde do trabalhador.

b) São excelentes para a saúde do trabalhador.

c) São regulares para a saúde do trabalhador.

d) São adequadas para a saúde do trabalhador.

e) Todas estão erradas.

68
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

4- O arranjo físico (layout) é o estudo da distribuição espacial ou do


posicionamento dos diversos elementos que compõem o posto de trabalho para
sua análise são usados critérios estes critérios são:

a) Salubridade, higiene e segurança.

b) Salubridade, privacidade e segurança.

c) Importância, frequência de uso e agrupamento funcional.

d) Importância, frequência de uso e produtividade.

e) Importância, Salubridade e agrupamento funcional.

5- Diversos fatores devem ser considerados na fase de dimensionamento do posto


de trabalho, tais como:

a) Postura adequada do corpo.

b) A antropometria dos ocupantes do cargo.

c) As necessidades de iluminação.

d) As dimensões das máquinas, equipamentos e ferramentas.

e) Todas estão corretas.

6- Manejo é a maneira pela qual o homem realiza um “engate”, uma preensão, nos
instrumentos manuais. É a forma de “engate” que ocorre entre o homem e a
máquina, que torna possível ao homem transmitir movimentos de comando à
máquina. Para isso ele necessita utilizar:

a) Membros superiores e inferiores

b) Membros superiores

c) Membros inferiores

d) Membros superiores e meios externos

e) Nenhuma das alternativas está correta.

69
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

7- O movimento dinâmico executado com as pontas dos dedos (palma da mão e


punhos com pouca movimentação); caracteriza-se pelo elevado nível de precisão e
velocidade, com pouca transmissão de força é chamado de:

a) Grosseiro

b) Contato Simples

c) Fino

d) Antropomorfo

e) Todas estão corretas.

8- Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características


psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise
ergonômica do trabalho, que deve abordar, no mínimo, as condições de trabalho,
conforme estabelecido na Norma Regulamentadora:

a) NR15

b) NR17

c) NR01

d) NR02

e) NR13

9- Para que serve uma Solução de Compromisso?

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___________________________________________________________________

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

10- Quais os principais aspectos envolvidos na Norma Regulamentadora 17?

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

72
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

5 Condições Ambientais

73
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Nesta unidade, você compreenderá todos os fatores ambientais que podem


interferir nas condições de trabalho.

Objetivo da Unidade:

Verificar as condições ambientais no espaço de trabalho.

Plano da Unidade:

 Temperatura, ruídos, vibrações e agentes químicos.

 Fotometria e efeitos fisiológicos da Iluminação.

 Planejamento de Iluminação.

 Característica e Planejamento das cores.

Bons estudos!

74
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Temperatura, ruídos, vibrações e agentes químicos

O trabalhador pode estar exposto a uma série de riscos no seu ambiente de


trabalho. São agentes físicos, químicos e biológicos que têm a capacidade de
causar danos à saúde em função da sua natureza, concentração ou intensidade e
do tempo que se fica exposto a ele. São ruídos, radiações, temperaturas extremas,
substâncias químicas, microorganismos etc.

 Agentes físicos – ruídos, vibrações, pressões anormais, temperaturas


extremas, radiações ionizantes e, não ionizantes, sons de baixa e
também alta frequência;

 Agentes químicos – substâncias nas formas de poeira, fumos,


névoas, neblinas, gases ou vapores que possam penetrar no
organismo através da pele ou por ingestão;

 Agentes biológicos – bactérias, fungos, parasitas, protozoários e


vírus, entre outros.

Esses riscos estão estabelecidos em legislação específica e existe uma série de


Normas Regulamentadoras a respeito, como a NR-9 e a NR-15, que podem auxiliar
empregadores e trabalhadores a classificar e determinar as atividades insalubres. A
primeira trata da preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores por
meio da antecipação, avaliação e controle dos riscos ambientes existentes pelos
empregadores. Já a segunda regula as atividades e operações consideradas
insalubres e os limites toleráveis de exposição a cada uma delas. Se o trabalhador
identificar algum risco em sua empresa, ele pode recorrer à Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes (CIPA). Seu objetivo é prevenir acidentes e doenças
decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível o trabalho com a
preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.

75
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Nas instituições maiores, também ao Serviço Especializado em Engenharia de


Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), que tem como finalidade de
promover a saúde e proteger a integridade física dos trabalhadores. Além de suas
chefias, outra instância que pode ajudar o trabalhador no caso de algum risco para
a sua saúde e segurança é o departamento de Recursos Humanos de sua empresa,
que pode acionar os mecanismos internos devidos e, até, identificar a necessidade
de treinamento, por exemplo.

Se você trabalha em uma empresa onde há exposição a agentes que podem


causar danos à sua saúde e ela não lhe fornece Equipamentos de Proteção, ou os
fornece, mas eles não são de uso individual, você pode denunciar esta empresa ao
Ministério do Trabalho ou no SUS. Nestes casos, fiscais do trabalho visitarão a
empresa e se as denúncias forem comprovadas ela estará sujeita a multa e outras
sanções. Por outro lado, se a empresa cumpre suas obrigações, fornecendo e
fiscalizando o uso dos equipamentos de proteção, cabe ao trabalhador acatar e
cumprir estas determinações. Caso o trabalhador se negue a usar corretamente os
equipamentos de segurança, ele será primeiramente advertido e caso continue se
negando a utilizar estes equipamentos, poderá caracterizar falta grave e o
trabalhador pode ser demitido por justa causa.

Equipamentos de Proteção: Os Equipamentos de Proteção devem ser


fornecidos gratuitamente pela a empresa e devem ser de uso individual. Além
disso, eles devem estar em boas condições de uso, possuir o certificado de
aprovação do Ministério do Trabalho e ser adequado à situação a que se destina. A
falta ou insuficiência de equipamentos de proteção torna obrigatório o pagamento
do adicional de insalubridade.

Leis que obrigam a empresa fornecer aos empregados os Equipamentos


Proteção Individual

76
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Consolidação das Leis do Trabalho (CLT): Art. 166 - A empresa é obrigada a


fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteção individual
adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre
que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos
de acidentes e danos à saúde dos empregados.

Norma Regulamentadora 6 (NR-6): A empresa é obrigada a fornecer aos


empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco e em perfeito estado de
conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:

a) sempre que as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis


ou não oferecerem completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho
e/ou de doenças profissionais e do trabalho - (106.001-5 / I2).

b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas -


(106.002-3 / I2)

c) para atender a situações de emergência - (106.003-1 / I2).

Fotometria e efeitos fisiológicos da iluminação

Ao longo da vida, o Homem é submetido a um vasto número de estímulos,


na maioria externos, que competem pela sua atenção. A percepção é um
processo complexo pelo qual as pessoas selecionam, organizam e interpretam
estes estímulos sensoriais em um esquema de coerência significante.
Desta forma, o significado dado aos estímulos recebidos através da luz não está
somente sujeito à fisiologia humana, em seu caráter objetivo, mas relaciona-
se também à experiência, à atuação humana no meio, envolvendo todo o
caráter subjetivo que o indivíduo carrega em suas relações com o mundo a
sua volta. Nesse sentido, a visão é o órgão dos sentidos que possibilita ao
Homem um contato e uma percepção mais ampla e abrangente do mundo
exterior, considerando indivíduos sem deficiências físicas significativas. A luz
que incide no sistema ocular humano propiciará à observação de formas, cores,
etc. A fotometria é o ramo da óptica que se preocupa em medir a luz, em termos de

77
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

como seu brilho é percebido pelo olho humano. Aquela se diferencia da


radiometria, que é a ciência que mede a luz em termos de sua potência absoluta,
por descrever a potência radiante associada a um dado comprimento de onda
usando a função de luminosidade modeladora da sensibilidade do olho humano
ao brilho. Intensidade luminosa é o valor da energia radiante emitida por uma
fonte de luz. A sua unidade é a candela, que corresponde a 1/60 da intensidade
luminosa emitida por um centímetro quadrado da superfície do "corpo negro",
quando à temperatura da solidificação da platina (1770oC), intensidade
considerada perpendicularmente àquela superfície. Esse "corpo negro" consiste de
um corpo ou objeto ideal, com a propriedade de absorver "toda" a energia radiante
que sobre ele incida, sendo igualmente capaz de irradiar "toda" a energia que lhe
seja comunicada. No cálculo de alguns projetos de iluminação é de grande
importância conhecer a curva ou diagrama fotométrico dos focos luminosos.
Chama-se assim ao diagrama, polar ou cartesiano, que apresenta a curva
indicadora das intensidades luminosas de um foco de luz, em função da direção
em que esse foco é observado. Estes diagramas, geralmente polares, são
fornecidos pelos fabricantes de lâmpadas e luminárias.

78
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Curva Fotométrica

Chama-se iluminamento de uma superfície ao fluxo luminoso recebido pela


unidade de área da mesma. Na técnica da iluminação, esta superfície é, na maioria
dos casos, um plano horizontal situado a um metro acima do solo e a ele se dá o
nome de plano de trabalho ou plano útil. Nos cálculos dos projetos de iluminação
usam-se duas unidades, conforme o sistema de medidas que seja adotado são elas:

 Lux ou iluminamento produzido pela incidência de um lúmen por


metro quadrado (1lux = 1lm/m2).

 Foot-candel ou iluminamento de um lúmen por pé quadrado (1fc =


1lm/pé2).

A equivalência entre estas duas unidades é: 1lux = 10,7foot-candels.

Exemplos de iluminamento:
Luz solar em dia claro (exterior) ....................................................... 100.000lux
Sala com janelas amplas, à luz do dia.................................................. 1.000lux
Sala bem iluminada por lâmpadas.................................................. 300-500lux
Boas condições de visibilidade ................................................................ 100lux
Logradouro público bem iluminado .................................................. 10-20lux

Planejamento de iluminação

Atualmente, tem-se observado na indústria uma preocupação quanto à


melhoria das condições do ambiente de trabalho, visando à obtenção de maior
produtividade. As ambiências físicas devem ser consideradas ainda na etapa de
concepção do projeto, a fim de que posteriormente deficiências projetuais do
espaço de trabalho não venham a ocorrer, gerando incômodo para os operários e
gasto adicional por parte da indústria, que ao mesmo tempo se depara com
problemas relativos à queda de produtividade e acidentes de trabalho. Portanto, se
deseja mostrar a necessidade de ocorrência de estudos ergonômicos em fases
preliminares do projeto industrial, dado o fato que numa fase subsequente,

79
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

ocorrem dificuldades na implementação de mudanças, e que os resultados obtidos


nem sempre são satisfatórios. A adoção de um projeto adequado às condições
climáticas locais e necessidades inerentes da atividade exercida pelo operário,
visam a otimização dos elementos que compõem a envolvente da edificação e que
participam diretamente na melhoria da qualidade de vida do usuário do espaço.

De modo a reduzir ao máximo os esforços de adaptação do olho, é necessário


estar ciente que as áreas que constituem o campo visual da tarefa a cumprir não
devem apresentar contraste de iluminância elevado. Uma vez que a iluminação do
posto de trabalho deve ser bastante elevada, é importante que esta seja a mesma
para o fator de reflexão das paredes, das máquinas e de outros equipamentos.
Entretanto, como as paredes e as máquinas recebem mais poeira que o teto, assim
como se encontram mais diretamente relacionadas à tarefa visual exercida pelo
operário, devemos adotar para elas, um fator de reflexão menos elevado, ao passo
que o teto, deve apresentar um fator de luminância mais elevado, devido ao fato
de se constituir o principal superfície de reflexão da luz natural que incide sobre a
abertura lateral. O planejamento adequado da luz no ambiente de trabalho pode
diminuir os acidentes ocorridos devido a fadiga visual. Criar um ambiente
agradável para o trabalho significa dar ao homem uma melhor qualidade de vida,
exercendo uma influência psicológica positiva na realização da tarefa. Desta
maneira é imprescindível que o estudo adequado sobre o uso da luz nos
ambientes de trabalho tenha sua devida importância dentro da análise
ergonômica do trabalho, visto que o planejamento lumínico pode causar queda na
produtividade e na qualidade da produção.

Os fatores que influem na discriminação da visão são: quantidade de luz,


tempo de exposição e contraste entre figura e fundo.

Quantidade de luz: a quantidade de luz vai influenciar diretamente na


discriminação do objeto, a sua quantidade deve ser dosada para que não seja
pouca ou em excesso, pois, o excesso também atrapalha a visualização,
principalmente se estiver incidindo diretamente na visão do observador.

80
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Tempo de exposição: o tempo de exposição para que um objeto possa ser


discriminado depende do seu tamanho, contraste e nível de iluminação. Se os
objetos forem pequenos e o contraste for baixo, o tempo necessário poderá
crescer sensivelmente.

Contraste entre figura e fundo: a diferença de brilho entre figura e fundo é


chamada de contraste. Se não houver esse contraste, a figura ficará camuflada e
não será visível. Para se obter contrate entre figura e fundo um dos fatores a ser
considerado é o ofuscamento. Quando um objeto é mais brilhante que o fundo, ele
é facilmente percebido, mas se ocorrer o inverso, haverá uma redução da eficiência
visual devido ao ofuscamento.

Agora que já conhecemos um pouco da fisiologia da visão vamos então


aprender como utilizar todos os recursos das cores para podermos combiná-las
melhor e obtermos os melhores resultados.

Característica e planejamento das cores

A correta distribuição da cor, como um dos fatores de qualidade do quadro


visual, contribui para a melhoria das condições físicas do trabalho e para a
adequação do homem à máquina e ao seu entorno. Em regiões de clima quente,
por exemplo, o planejamento cromático dos locais de trabalho em tons azuis ou
verdes claros (cores frias), é interessante visto que estas cores agradam pela
sensação de frescor e tranquilidade que transmitem. Contudo, essas cores podem
tornar o ambiente monótono e depressivo. É preciso que cores quentes e frias
sejam usadas em combinação, em condições médias, definindo certamente em
agradáveis resultados.

A cor também exerce influência significativa nos aspectos relativos à


iluminação natural e artificial devido a variância das refletâncias. A aplicação de
cores claras em grandes superfícies, com contrastes adequados para identificar
máquinas e funções/espaços, associado a um planejamento adequado da
iluminação, além de resultar em economia do consumo de energia em até 30%, e

81
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

aumentos de produtividade na ordem de 80 a 90%, pode reduzir as ocorrências de


ofuscamento e fadiga visual, causadora de acidentes de trabalho. A cor permite
substituir as faixas de contraste de luz por oposição de nuances, com a utilização
do mesmo fator de reflexão. A análise de dados científicos vem fornecendo
informações fundamentais para a escolha das cores das superfícies internas do
espaço construído. O uso da cor em indústrias é um fato a ser considerado devido a
sua importância em termos de sinalização, quando aplicada para a indicação de
funções específicas, e redução da fadiga visual mediante adoção em planos de
trabalho em contraste com as superfícies internas do espaço construído, fatores
que colaboram para a redução dos acidentes de trabalho e aumento da
produtividade do operário É importante dizer que o uso adequado da cor nos
ambientes de trabalho é um fator preponderante, podendo auxiliar na saúde,
segurança e bem-estar das pessoas que nele trabalham. Além do benéfico efeito
psicológico devido às boas condições ambientais, há uma diminuição no risco de
fadiga visual e consequente diminuição de trabalhos falhos, decorrendo deste
modo um aumento na eficiência da produção.

Ao se criar um ambiente agradável para a realização de uma tarefa, pode-se


diminuir a ocorrência de problemas visuais, fazendo com que o operário concentre
mais sua atenção na tarefa que está executando que fora dela. Atualmente, a cor é
reconhecida como um importante fator de realização de um quadro de adaptação
ao trabalho, e através de sua utilização adequada:

Procura-se:

 harmonia estética;

 conforto visual;

 conservação e limpeza dos ambientes;

 incentivo à convivência social;

 programação visual;

 caracterização de status de função / periculosidade.

82
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Para obter:

 Maior eficiência e produtividade por parte do trabalhador;

 Redução da fadiga visual;

 Aumento da segurança no ambiente de trabalho, devido a melhor


identificação dos locais;

 Redução dos afastamentos de operários (abstenções) devido a


ocorrência de acidentes de trabalho.

LEITURA COMPLEMENTAR

1- MOORE, Fuller. Environmental Control Systems - Heating,


Cooling, Lighting. New York; McGraw-Hill, Inc, 1993.

2- PILOTTO NETO, Egydio. Cor e Iluminação nos Ambientes de Trabalho. São


Paulo,1980.

3- SILVA, Ana Paula Ferreira. A Cor no Conforto Ambiental: Um estudo


sobre a importância da cor na obtenção do conforto ambiental. Tese Msc. em
Arquitetura, FAU, UFRJ, 1995.

É HORA DE SE AVALIAR

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão


ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de
ensino-aprendizagem.

83
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Exercícios - Unidade 5

1- Substâncias nas formas de poeira, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores que
possam penetrar no organismo através da pele ou por ingestão, adquiridas em
espaços de trabalho são considerados:

a) Agentes Físicos

b) Agentes Químicos

c) Agentes Biológicos

d) Agentes Bacteriológicos

e) Nenhuma das anteriores.

2- Norma que regulamenta e trata da preservação da saúde e da integridade dos


trabalhadores por meio da antecipação, avaliação e controle dos riscos ambientes
existentes pelos empregadores.

a) NR-10

b) NR-9

c) NR-15

d) NR- 12

e) NR-6

3- Norma que regulamenta as atividades e operações consideradas insalubres e os


limites toleráveis de exposição a cada uma delas.

a) NR-15

b) NR-9

c) NR-20

d) NR-13

e) NR-5

84
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

4- A Norma regulamentadora (NR-6) estabelece que as empresas tenham a


obrigação de distribuir aos seus funcionários os:

a) Folders informativos sobre os acidentes de trabalho.

b) Roupas com a marca da empresa.

c) Equipamentos para alimentação.

d) Equipamentos de proteção permanente.

e) Nenhuma das alternativas.

5- A fotometria é o ramo da óptica que se preocupa em:

a) Medir a luz, em termos de como seu brilho é percebido pelo olho humano.

b) Medir a luz, em ambientes de trabalho.

c) Estudar as cores.

d) Estudar a radiometria.

e) Nenhuma das anteriores.

6- Nos cálculos dos projetos de iluminação usam-se duas unidades, conforme o


sistema de medidas que seja adotado, uma delas é denominada de:

a) Candela

b) Fotometria

c) Radiometria

d) LUX

e) Nenhuma das anteriores.

85
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

7- São alguns dos fatores que influem na discriminação da visão:

a) Quantidade de luz e tempo de exposição.

b) Quantidade de luz e o tempo externo.

c) Tempo de exposição e temperatura interna.

d) Tempo de exposição de temperatura externa.

e) Todas estão corretas.

8- Além do benéfico efeito psicológico devido às boas condições ambientais, há


uma diminuição no risco de fadiga visual e consequente diminuição de trabalhos
falhos, decorrendo deste modo um aumento na eficiência da produção isso tudo é
causado pelas:

a) Condições ambientais.

b) Radiometria.

c) Cores.

d) Fotometria

e) Todas estão corretas.

9- Explique para que serve a Curva Fotométrica.

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

10- Cite os objetivos ao se utilizar cores corretas nos ambientes de trabalho.

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

6
Fatores Humanos,
Organização e Segurança do
Trabalho

89
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Esta unidade vai apresentar alguns fatores humanos que interferem na


organização e na segurança do trabalho.

Objetivo da Unidade:

Compreender os fatores humanos que influenciam nas atividades do espaço


de trabalho.

Plano da Unidade:

 Adaptações do trabalho.

 Monotonia, fadiga e motivação.

 Influência da idade, sexo e deficiências físicas.

 Humanização do trabalho.

 Seleção e treinamento.

 O erro humano.

 Segurança na indústria.

Bons estudos!

90
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Adaptações do trabalho

Ergonomia é chamada de “Engenharia de Fatores Humanos” e significa o bem-


estar do homem durante o exercício do trabalho. As vantagens da utilização dos
conceitos ergonômicos significam proporcionar um bom ambiente físico para que
o colaborador possa usufruir a melhor maneira possível o espaço de trabalho. Essa
ciência é bem ampla, mas pode ser diretamente utilizada para o bem-estar da
interface homem-máquina. Uma boa postura, distância ideal do computador em
relação aos olhos, altura do monitor, tipo da cadeira, entre outros detalhes, podem
ser fundamentais para proporcionar um bom ambiente de trabalho. Dessa forma, o
corpo não reclamará das horas trabalhadas e a produtividade aumentará
consequentemente. Ao proporcionar um ambiente adequado, o empreendedor irá
garantir a saúde dos seus colaboradores. Mas quando falamos em adaptação do
trabalho temos que ter em mente que temos funcionários muitas vezes com
deficiência e que necessitam de atenção especial. As pessoas com deficiência
devem receber igual tratamento no trabalho, o que inclui a igualdade em termos
de segurança e saúde no trabalho. A segurança e a saúde não devem servir de
pretexto para não empregar ou não continuar a empregar pessoas com deficiência.
Além disso, um local de trabalho acessível e seguro para pessoas com deficiência é
igualmente mais seguro e acessível para os trabalhadores em geral, clientes e
visitantes. As pessoas com deficiência são abrangidas pela legislação europeia em
matéria de antidiscriminação e de segurança e saúde no trabalho. Tal legislação,
transposta pelos Estados-Membros para a legislação e disposições nacionais, deve
ser aplicada no sentido de facilitar o emprego de pessoas com deficiência, e não de
excluí-las.

A legislação sobre a igualdade de tratamento e a legislação sobre a segurança


e a saúde no trabalho adoptam abordagens semelhantes e concordantes. A
legislação em matéria de segurança e saúde exige que os empregadores realizem
avaliações de riscos e implementem medidas de prevenção adequadas. As
prioridades consistem em eliminar os riscos na fonte e em adaptar o trabalho aos
trabalhadores. Além destes requisitos gerais que se aplicam a todos os riscos e
trabalhadores, os empregadores devem:

91
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

- proteger os grupos sujeitos a riscos especialmente sensíveis contra os


perigos que os afetam especificamente.

- conceber locais de trabalho tendo em conta, se for caso disso, os


trabalhadores deficientes. Esta disposição aplica-se nomeadamente às
portas, vias de comunicação, escadas, chuveiros, lavatórios, retretes e
postos de trabalho diretamente utilizados ou ocupados por
trabalhadores deficientes disponibilizar equipamentos de trabalho
adequados ao trabalho a realizar e que permitam garantir a segurança e a
saúde dos trabalhadores aquando da sua utilização. Os princípios
ergonómicos devem ser plenamente tidos em conta na aplicação das
prescrições mínimas de segurança e saúde no trabalho.

Uma avaliação dos riscos implica uma análise cuidada daquilo que, no
trabalho, é susceptível de causar danos às pessoas, por forma a apurar se as
precauções tomadas são suficientes ou se mais deve ser feito para prevenir
eventuais danos. O objetivo consiste em garantir que ninguém se fira ou adoeça.
Uma avaliação dos riscos implica identificar os perigos existentes e avaliar em
seguida a gravidade dos riscos em questão, tendo em consideração as precauções
tomadas. Os resultados são utilizados para proceder à escolha das medidas de
prevenção mais apropriadas.

Qualquer avaliação de riscos no local de trabalho deve abranger, por exemplo:

A função; o projeto de trabalho; as atividades laborais; o indivíduo; quaisquer


necessidades específicas no que se refere à deficiência; o equipamento de
trabalho, tecnologias de assistência; adaptação dos postos de trabalho e do
equipamento aos requisitos individuais; o ambiente de trabalho; a disposição das
instalações; iluminação; aquecimento; acesso; saídas; a organização do trabalho; a
forma como o trabalho é organizado e os horários; os perigos para a saúde,
substâncias perigosas (pessoas com asma podem ser mais sensíveis às substâncias
químicas utilizadas no trabalho, por exemplo); os perigos psicossociais, como o
stress ou o assédio moral (a deficiência pode ser utilizada como pretexto para o
assédio moral, por exemplo); as necessidades de informação e formação (fornecer
informação e formação em matéria de segurança em suportes diferentes, por
exemplo); envolvimento dos empregados e dos representantes dos trabalhadores,
incluindo a sua consulta sobre os riscos e as medidas de prevenção.

92
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Existem fatores que interferem no espaço de trabalho tanto de pessoas com


ou sem deficiência a seguir veremos alguns deles.

Monotonia, fadiga e motivação

Monotonia é um termo que provém do grego e que se refere à falta de


variedade em qualquer coisa. O conceito prende-se com a uniformidade, a
ausência de matizes ou a igualdade de tons. Um lugar onde é hábito surgir a
monotonia é o local de trabalho. A repetição praticamente mecânica das tarefas,
que, aliás, são obrigatórias, levam o indivíduo a perder a motivação, a desanimar e
a exercer as suas funções sem grande convicção nem entusiasmo. As tarefas
monótonas têm uma influência negativa nas pessoas, tendo em conta que podem
provocar depressão, dores musculares e fadiga crónica. Em determinados dias e
horas o organismo se apresenta mais apto ao trabalho. Isso se deve a alguns
fatores condicionantes, que podem ser intrínsecos, como é o caso do ritmo
circadiano, que apresenta oscilações em quase todas as suas funções fisiológicas
com um ciclo aproximado de 24 horas. O ritmo circadiano é comandado pela luz
solar e apresenta grandes variações individuais, podendo-se distinguir os
indivíduos matutinos e vespertinos. Os matutinos têm a temperatura elevada mais
rapidamente a partir das 6 horas e atinge o máximo por volta das 12 horas. A
temperatura dos vespertinos eleva-se mais lentamente pela manhã, e a máxima
ocorre por volta das 18 horas.

A monotonia é a reação do organismo a um ambiente uniforme, pobre em


estímulos ou com pouca variação das excitações. O que causa a monotonia são as
atividades prolongadas e repetitivas de baixa dificuldade. A curta duração do ciclo
de trabalho, períodos curtos de aprendizagem e restrição dos movimentos
corporais são agravantes da monotonia. Como consequência da monotonia, tem-
se a diminuição da atenção e o aumento do tempo de reação. A fadiga é o efeito de
um trabalho continuado, que provoca uma redução reversível da capacidade do
organismo e uma degradação qualitativa desse trabalho. A fadiga é causada
devido a fatores fisiológicos, ou seja, considera a intensidade e a duração do

93
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

trabalho físico e intelectual. Como consequência a pessoa tende a aceitar menores


padrões de precisão e segurança, simplificando a tarefa. Tanto a monotonia como a
fadiga apresentam fatores fisiológicos e psicológicos que não pretendem ser o
objeto deste estudo. Outro aspecto considerado quando se analisam os fatores
humanos no trabalho é a motivação. Sabe-se que a motivação é intrínseca ao
indivíduo, sendo algo que o leva a perseguir um determinado objetivo.

Influência da idade, sexo e deficiências físicas

Existem inúmeros aspectos do ser humano que a ergonomia busca estudar e


compreender adaptando-o ao ambiente de trabalho. Fatores como idade são
importantes, pois se a pessoa é muito jovem ou muito velha existem
determinações de risco que devem ser levadas em conta ao destinar um posto de
trabalho.

A Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência


- CORDE, como órgão incumbido de promover a integração dessas pessoas, elegeu
como um dos temas prioritários, o estudo de suas possibilidades de trabalho, quer
no mercado competitivo de trabalho, quer na forma de trabalho dito protegido.
Dispõe-se a apoiar as ações ligadas a pesquisas, à capacitação de recursos
humanos, a publicações que permitam formar multiplicadores em diferentes níveis
de atuação na área de atenção das Pessoas Portadoras de Deficiências (PPD),
constituindo-se a Ergonomia numa de suas áreas prioritárias. Sendo a deficiência a
restrição ou a ausência de habilidade funcional, o portador de necessidade motora
específica (muletante, amputado e cadeirante), que tem um impedimento
ortopédico, necessita de um tratamento especial para desenvolver as suas
habilidades e capacidades; para tanto, alguns produtos para deficientes terão de
ter características especiais, com possíveis contribuições do design industrial e da
Ergonomia. Considera-se ainda que os portadores de necessidades especiais (PNE)
dentro do espaço físico da organização, não devem ter barreiras arquitetônicas que
os impeçam de circular livremente pelos setores produtivos e pelas áreas de
serviços. Os ambientes devem ser adequados, isto é, o projeto deve respeitar as
condições mínimas recomendáveis para manobras e deslocamentos, sem que seja

94
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

necessário esforço físico excessivo. O ambiente de trabalho deve fornecer


facilidade para os deficientes físicos, e para tanto é necessário desenvolver-se a
conscientização de que os projetos de utensílios e espaços construídos devem ser
adequados à variabilidade antropométrica, estudada através da Ergonomia, que
pode criar soluções para os espaços edificados e seus utensílios, o que possibilitará
a participação desta clientela.

Para tanto, alguns aspectos devem ser considerados para que o PNE
(cadeirante, amputado, muletante) tenha condições de trabalho que lhe permitam
ser produtivo com a menor dependência possível de terceiros. Os ambientes
devem ser projetados prevendo o uso por pessoa com limitações físicas. É
necessária para tanto a análise da tarefa, pois seu estudo implica na análise das
condições em que o trabalhador desenvolve suas atividades de trabalho em todo
ambiente de trabalho que tem deficientes físicos com dificuldade de locomoção
devem-se levar em conta os seguintes itens:

a) trabalhador com incapacidade locomotora: eliminar barreiras


arquitetônicas, como construção de rampas ou instalação de elevador. Utilizar
pisos não escorregadios, localizar o posto de trabalho o mais próximo da entrada,
reposicionar controles que requerem seu deslocamento ou a utilização de assento
móvel sobre trilhos;

b) trabalhador com incapacidade de realizar força: melhoria dos sistemas, para


que possam dar vantagem mecânica ao trabalhador; uso de guindastes,
transferência dos controles de pé para operações manuais;

c) trabalhador com incapacidade de alcance: o local de trabalho deverá sofrer


alterações, de maneira que facilite ao máximo o alcance dos objetos de uso,
mudando a altura das bancadas, das estantes, dos interruptores;

d) trabalhador com incapacidade de postura: arrumação do local de trabalho,


com alteração das alturas das superfícies de trabalho, posicionamento das
máquinas para facilitar a visão dos controles;

e) trabalhador com incapacidade de destreza: organizar as operações evitando


a necessidade de movimentos rápidos; uso de controles grandes, bem como uso
de dispositivos que mantenham o controle das máquinas;

95
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

A aplicação da Ergonomia nos projetos de postos de trabalho é imprescindível;


ela deve contribuir para que os deficientes físicos possam produzir e competir em
igualdade de condições. As providências a serem tomadas devem ser físicas,
educacionais e sociais.

Humanização do trabalho

A humanização é um processo que pode ocorrer em várias áreas, como


Ciências da Saúde, Ciências Sociais Aplicadas, Ciências Exatas etc. Sempre que
ocorre, a humanização cria condições melhores e mais humanas para os
trabalhadores de uma empresa ou utilizadores de um serviço ou sistema. O
processo de humanização implica a evolução do Homem, pois ele tenta aperfeiçoar
as suas aptidões através da interação com o seu meio envolvente. Para cumprir
essa tarefa, os indivíduos utilizam recursos e instrumentos como forma de auxílio. A
comunicação é uma das ferramentas de grande importância na humanização. Cada
vez mais percebe o Administrador a importância da adaptação do trabalho, no que
diz respeito às máquinas, equipamentos e ambiente, ao homem, às suas
características e restrições, valores e limitações. Busca-se tornar as tarefas menos
penosas e, ao mesmo tempo, mais produtivas. O homem passa a ser encarado não
mais como um complemento do complexo de produção, mas sim como fator
básico de seu acionamento. O aceleramento do processo de industrialização, com
suas implicações técnicas, econômicas e sociais, modificaram, a mentalidade
empresarial, até então marcada por um completo alheamento ao problema
HOMEM. Inicialmente foram os “tecnicistas” que, preocupados exclusivamente
com o aspecto do rendimento imediato do trabalho, procuraram encontrar meios
de produzir mais, através da metodização das tarefas e dos movimentos, na
procura de ritmos sempre mais rápidos, numa máxima utilização da capacidade de
trabalho do Homem. Buscava-se um melhor aproveitamento do potencial do
Homem-Máquina, mas o Homem-Ser ainda não era lembrado. Adaptava-se o
homem à máquina ou à função, sem que fossem levados em consideração fatores
fisiológicos, características individuais ou consequências decorrentes de condições
inadequadas de trabalho. Muito menos atenção, ainda, merecia o meio ambiente,
o aspecto sanitário ou as implicações psicológicas.

96
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

A mudança de enfoque, visando agora o homem como peça fundamental do


sistema de produção, gradualmente alterou conceitos, surgindo o cuidado de
adequar o trabalho, o equipamento e o meio ao homem. A Medicina e a Psicologia,
o Direito e a Tecnologia, a Sociologia e a Economia passam a se preocupar com o
problema, visto agora em sua verdadeira escala de importância. Compreende-se,
finalmente, que o trabalho deverá ser não somente um meio de sobrevivência, mas
também uma motivação, permitindo tanto a satisfação física como mental.
Somam-se os esforços de diferentes setores do conhecimento humano,
procurando tornar mais agradável, seguro e psicologicamente favorável o
ambiente de trabalho, onde – lembremo-nos – o homem passa pelo menos um
terço de seu dia.

Os projetistas são solicitados a desenharem máquinas e ferramentas capazes


de melhor corresponderem a detalhes anatômicos diretamente interessados na
sua utilização ou manuseio, aumentando a eficácia e a segurança, bem como
reduzindo a fadiga. Especializa-se a Medicina do Trabalho, estudando as doenças
ocupacionais, pesquisando como minimizar os efeitos dos agentes agressivos,
necessariamente presentes a tantos processos industriais, orientando os
legisladores na elaboração de normas que visam uma melhor proteção e o
estabelecimento de condições convenientes. Fisiologistas, psicólogos e arquitetos
unem-se no cuidado de tornar agradáveis os locais de trabalho, criando ambientes
receptivos ao homem, onde este possa encontrar satisfação no desempenho de
suas tarefas. É a Medicina apontando as limitações individuais e dizendo como
melhor proteger; é a Psicologia verificando como as pessoas reagem a estímulos e
a situações na prevenção da saúde mental; é a Sociologia orientando na harmonia
dos grupos; é a Arquitetura preocupando-se com a luz e com a aeração, com o
espaço e a segurança, com as áreas de lazer e com o paisagismo, dando ao homem
um sentimento de autorrespeito e bem-estar.

A Ergonomia surge como uma ciência nova, produto da colaboração de


muitas ciências e especialidades, visando humanizar o trabalho e, como
consequência natural, tornar mais fecundos seus resultados. Através da Ergonomia
desloca-se o homem para o foco das atenções e cuidados. É analisada sua
constituição, potencial e limitações, de forma a não ser exigido além do
conveniente e que sua capacidade possa ser racionalmente utilizada. São
consideradas as diferenças individuais, permitindo que de cada um se possa
solicitar o que for compatível e não mais.

97
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Seleção e treinamento

A seleção de pessoas implica uma comparação entre as características de cada


candidato com um padrão de referência e uma escolha feita pelo chefe imediato. A
seleção é uma atividade obstativa, de escolha, opção e decisão, de filtragem da
entrada, de classificação e, portanto, restritiva. Seleção é o processo de
administração de recursos humanos por meio do qual a empresa procura satisfazer
suas necessidades de recursos humanos, escolhendo aqueles que melhor
ocupariam determinado cargo na organização, com base em uma avaliação de
suas características pessoais (conhecimentos, habilidades, etc.) e de suas
motivações. Esse processo pode ser conduzido sob diferentes técnicas, entre as
quais: testes informatizados, triagem genética, formulários, entrevistas, métodos
através dos quais o processo de medir informações pode ser facilitado se
devidamente sistematizado, ou seja, quando se desenvolve técnicas para alinhar
perfil com habilidades. A entrevista é uma das técnicas mais utilizadas pelos
empregadores. Embora seja subjetiva e imprecisa, a entrevista pessoal é a que mais
influencia na seleção final de candidatos. A entrevista é uma ferramenta gerencial
indispensável. Deve-se ter cuidado também com as implicações legais de uma
seleção.

A legislação exige que a empresa faça uma avaliação sistemática e efetiva dos
processos seletivos, garantindo, assim, que não está discriminando injustamente
nenhum candidato. Percebe-se, portanto, que a seleção é uma atividade de
escolha, de opção e decisão, que objetiva solucionar dois problemas: a adequação
do candidato ao cargo e sua eficiência no cargo proposto, ou seja, tem como
função escolher entre os candidatos os que possuam as melhores condições de
ajustar-se ao cargo.

Além de selecionar é preciso treinar para que o novo contratado possa


desempenhar bem as funções para as quais foi chamado a exercer. Deve fazer
parte da política da empresa oferecer ao quadro funcional um adequado programa
de treinamento, uma vez que ele se constitui na base sustentável para o
desempenho de toda e qualquer tarefa diante das exigências do mercado e do
ambiente organizacional. Embora se partindo do raciocínio de que quem treina,

98
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

desenvolve, imprime conceitos diferentes a treinamento e T&D: Treinamento é o


“processo educacional de curto prazo aplicado de maneira sistemática e
organizada, através do qual as pessoas aprendem conhecimentos, atitudes e
habilidades em função de objetivos definidos” Trata-se portanto de um mero
processo de transmissão de conhecimentos específicos relativos ao trabalho,
atitudes frente a aspectos da organização, da tarefa e do ambiente, e
desenvolvimento de habilidades, não transcende a níveis complexos de carreira,
foca apenas o como fazer, em termos de ofício.

O treinamento não é uma despesa, mas um investimento com retorno


consistente e compensador para a organização, desde que o ato de treinar foque
os aspectos a que se almeje voltado para a eficácia, ou seja, o resultado,
aumentando assim a produtividade dos novos contratados em seus cargos,
influenciando seus comportamentos. Treinar deve ser entendido pelo gestor como
um processo de melhoria contínua. Sem um treinamento contínuo e eficaz no seu
processo, “poder-se-á ter empregados com excelentes habilidades e deficientes
nas suas atitudes ou sem perspectivas, ou seja, profissionais não devidamente
preparados para atingir metas pessoais, empresariais e comunitárias”. Esse
processo pode ser distribuído ciclicamente em pelo menos quatro fases distintas,
porém articuladas: diagnóstico; desenho do programa de treinamento; aplicação
ou implementação; e avaliação e acompanhamento.

O treinamento e desenvolvimento, portanto, constitui-se em um processo


contínuo de aperfeiçoamento de habilidades, conhecimentos e competências,
observando sempre os objetivos da empresa. Deve ser uma ferramenta a que o
gestor deve lançar mão para com seu grupo de colaboradores sempre que o
mercado exigir respostas mais eficazes no desempenho da missão da empresa.

Entretanto, está mais em nível de capacitação para uma carreira acadêmica


numa determinada área de conhecimento e está mais para a iniciativa do próprio
colaborador que da empresa.

99
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

O erro humano

A segurança e a qualificação de pessoal são fatores constantes de qualquer


filosofia empresarial que tenha como objetivo primordial a melhoria da qualidade
e da produtividade. No entanto, estas condicionantes têm sido negligenciadas e
tornam-se, em muitos casos, as principais responsáveis pelo fracasso nas tentativas
de implementação, de novas filosofias gerenciais e operacionais em empresas.
Resultados de investigações de grandes acidentes mostram que as falhas
responsáveis pelos mesmos estão associadas a quatro fatores principais, a saber:
tecnologia, sistemas de gerenciamento, fatores humanos e agentes externos. Deste
modo, muitas organizações têm se preocupado com a confiabilidade de seus
equipamentos e investido em melhores tecnologias. Porém, uma análise mais
detalhada acerca das causas que precedem estas situações mostra que o erro
humano e a falta de sistemas de gerenciamento de riscos adequados são os
contribuintes mais significativos para a concretização dos acidentes.

Portanto, o desconhecimento dos riscos associados ao uso de novas


tecnologias e a velocidade com que determinadas ações devem ser tomadas frente
a problemas operacionais conduzem ao aumento da probabilidade de falha
humana, podendo comprometer o bom andamento operacional e resultar em
acidentes catastróficos, com elevadas perdas tanto materiais quanto humanas. A
qualificação de pessoal e estabelecimento de condições mais seguras e confiáveis
de operabilidade, reduzindo riscos e, consequentemente, perdas de material
humano e de capital, e auxiliando no desenvolvimento tecnológico e social das
empresas nacionais.

Com base nestas premissas, incluindo nestes o fator humano, de sorte a


auxiliar empresas na melhoria de seus aspectos operacionais e na redução de
perdas decorrentes de incidentes ou acidentes que prejudiquem as metas
estabelecidas pela organização. Com este propósito, procurou-se a integração das
características prevencionistas apresentadas pela Gerência de Riscos, em especial
através da utilização de uma técnica de Análise de Riscos, com o treinamento
individualizado de funcionários. As consideráveis vantagens materiais e sociais
obtidas pelo homem através do uso das tecnologias sempre foram acompanhadas

100
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

pelo surgimento de riscos, sendo que os acidentes resultantes da concretização


destes riscos, de maneira cada vez mais alarmante, ameaçam a qualidade de vida e,
não raramente, a própria vida dos seres humanos.

Nesta tentativa de produzir melhores condições de vida o homem faz uso de


ferramentas, máquinas e veículos que causam acidentes fatais, cria novos
materiais, produtos e alimentos altamente prejudiciais, transforma substâncias
naturais em concentrados radioativos, pondo em risco o meio ambiente e todo o
ecossistema e, consequentemente, a sua existência. E, paradoxalmente, todo este
processo considerado "evolutivo" é comandado pelo instinto de "sobrevivência" da
espécie. Deste modo, o risco sempre esteve e sempre estará presente em toda e
qualquer atividade humana e, ao logo de sua evolução, o homem continuará a ser
agredido pelas suas próprias descobertas. Assim, a solução mais sensata parece ser
a admissão, por parte da sociedade, da relação intrínseca existente entre a sua
existência e a sua autodestruição, aprendendo a identificar, controlar e conviver
com os riscos inevitáveis.

Não existe uma definição universalmente reconhecida para a palavra risco.


Assim, os significados associados a esta palavra diferem, tanto semântica quanto
sintaticamente, em função de suas origens. Portanto, a palavra risco pode
significar desde um resultado inesperado de uma ação ou decisão, seja este
positivo ou negativo, até, sob um ponto de vista mais científico, um resultado não
desejado e a probabilidade de ocorrência do mesmo. No entanto, abordaremos o
risco como a incerteza de ocorrência de um evento indesejado dentro de um
sistema organizacional. Neste sentido, diversas são as definições encontradas que
buscam um significado mais completo para a palavra risco. De um ponto de vista
objetivo, o risco representa a probabilidade de ocorrência de um evento
indesejável e pode ser facilmente quantificado através de medidas estatísticas. Sob
uma visão subjetiva, o risco está relacionado à possibilidade de ocorrência de um
evento não desejado e depende de uma avaliação individual sobre a situação,
sendo, portanto pouco quantificável.

101
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

O erro humano não era considerado, até pouco tempo atrás, como um fator de
risco significativo dentro de um sistema industrial, e, portanto não era tratado com
a devida importância com relação aos aspectos de segurança. Qual a probabilidade
de falha nesta situação? As confiabilidades do alarme e da válvula são
normalmente conhecidas e desta forma pode-se prever as suas probabilidades de
falha. No entanto, uma peça fundamental deste sistema está sendo ignorada: a
confiabilidade do operador, ou seja, a possibilidade de erro humano. Será que o
operador realmente irá fechar a válvula no espaço de tempo disponível? O
comportamento humano nem sempre é constante e racional, e, portanto não
segue padrões rígidos pré-estabelecidos.

No entanto, a caracterização do erro humano não é simples e direta, mas


depende de uma definição clara do comportamento ou do resultado esperado.
Uma definição mínima de erro humano comporta a ideia de um desvio anormal
com relação a uma norma ou padrão estabelecido. A inclusão deste fator
psicológico na confiabilidade do sistema é, portanto, decorrente dos riscos
apresentados pelo processo, da urgência na tomada de decisões e da ambiguidade
dos objetivos que o operador supostamente persegue. Desta forma, os processos
de percepção e aceitação do risco e de tomada de decisão, os quais nem sempre
dependem do comportamento visível do operador, mas, principalmente, de suas
características cognitivas, caracterizam-se como os principais catalisadores do erro
humano.

Certas falhas do sistema não são significativas, sendo usualmente aceitas


como acontecimentos normais do processo e que podem ser corrigidas sem
maiores danos. Além do mais, muitas vezes o próprio processo tende a compensar
o desvio em busca da estabilidade. No entanto, algumas falhas podem conduzir a
resultados indesejáveis, às vezes catastróficos, que prejudicam ou impedem o
funcionamento do sistema. A falha de um sistema comumente é precedida por um
conjunto de condições (riscos) que anunciam a sua predisposição à desordem.
Estas situações, ao serem analisadas, demonstram que, em sua maioria, originaram-
se da inobservância dos aspectos que antecipavam a falha do sistema. A
percepção, pelo elemento humano, dos indicadores que precedem a falha do

102
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

sistema, bem como o processo decisório que deve ser desencadeado a partir desta
observação, dependem tanto do seu conhecimento sobre o sistema como das
características cognitivas do indivíduo.

Desta forma, o processo de percepção do risco pelo homem nem sempre é


objetivo, ou quem sabe racional, mas fortemente influenciado por fatores diversos
que variam de indivíduo para indivíduo, em função de sua estrutura mental e do
seu background, adquirido principalmente pela sua experiência dentro do sistema.
Assim, nota-se que é de suma importância o conhecimento profundo sobre os
riscos presentes dentro de um sistema organizacional, para que seja possível, por
parte do indivíduo, a identificação e a correção dos desvios do sistema antes que
ocorra a sua falha, reduzindo-se, desta forma, a probabilidade de erro humano. No
entanto, mesmo que todos os riscos sejam conhecidos, ainda persistirá a
possibilidade de falha humana, pois cada indivíduo organiza e interpreta as
situações de maneira diferente.

Dado o exposto até o momento, pode-se observar a importância do elemento


humano como um fator de risco dentro de um sistema. No entanto, não são raras
as empresas que ainda desconsideram este aspecto e, o que é mais alarmante,
diversas são as que desconhecem e não analisam os riscos de seus processos
operacionais. Além do mais, estudos demonstram que a ocorrência de erro
humano é agravada principalmente em organizações em que:

103
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Não há reconhecimento da importância do fator humano para a prevenção de


perdas e danos à propriedade.

 Não existem regras a serem seguidas e as responsabilidades de cada


indivíduo não são claramente definidas.

 O indivíduo desconhece os riscos e as ações corretas a serem


tomadas frente às variações do sistema.

 A norma requer que as empresas preparem programas que incluam


a participação ativa dos trabalhadores em termos de identificação e
conhecimento sobre os riscos, e na investigação de acidentes.
Profundo sobre o processo e sobre o desempenho das variáveis
operacionais são componentes essenciais para a melhoria da
confiabilidade humana.

Apesar do treinamento nem sempre auxiliar na redução da incidência de erros


humanos, aumenta a sensibilidade quanto à sua identificação, aumentando a
probabilidade para que sejam corrigidos a tempo.

Portanto, como no Brasil a ausência de uma consciência sobre os riscos


operacionais e a falta de treinamento adequado de funcionários ainda são
constantes nos diversos segmentos organizacionais, qualquer iniciativa no sentido
de minimização de riscos e melhoria das condições de trabalho deve ser
considerada válida e implementada o mais brevemente possível por empresas que
possuam consciência de seu valor social.

104
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Segurança na indústria

A segurança industrial é uma área multidisciplinar que trata de minimizar os


riscos no seio da indústria. Parte do princípio de que todas as atividades industriais
constituem perigos inerentes que requerem uma correta gestão.

Os principais riscos na indústria estão associados aos acidentes, os quais


podem ter um importante impacto ambiental e prejudicar regiões inteiras para
além da própria empresa onde ocorrem os sinistros.

A segurança industrial interessa-se, portanto, pela proteção dos trabalhadores


(com a roupa de trabalho adequada, por exemplo) e pelo respectivo
acompanhamento médico, pela implementação de inspeções/vistorias técnicas e
pela formação vinculada ao controlo de riscos. Convém destacar que a segurança
industrial é sempre relativa/subjetiva, tendo em conta que é impossível garantir
que nunca irão decorrer quaisquer acidentes. Seja como for, a sua principal missão
consiste em trabalhar no sentido de prevenir os sinistros. Outro aspecto
igualmente importante da segurança industrial é o recurso a estatísticas, as quais
permitem ter uma noção mais clara dos sectores tendencialmente mais afetados
em termos de acidentes, com o intuito de tomar precauções particulares nesse
sentido. De qualquer forma, como aqui já referimos, a segurança absoluta nunca
pode ser assegurada.

A inovação tecnológica, a substituição/troca de maquinarias, a capacitação


dos trabalhadores e os controlos habituais são algumas das atividades relacionadas
com a segurança industrial. Não podemos obviamente esquecer que, muitas das
vezes, as empresas optam por não investir como deveriam em matéria de
segurança para poupar nos custos, o que põe em risco a vida dos trabalhadores. Da
mesma forma, compete ao Estado controlar a segurança, embora isso nem sempre
aconteça por mera negligência ou corrupção. A Indústria, no Brasil, vem
apresentando elevados índices de ocorrência de acidentes de trabalho (AT)
quando comparada aos demais setores da economia. São inúmeras as medidas
adotadas, visando diminuir estes acidentes e seus custos. Todavia, as avaliações são
sempre necessárias para que se definam prioridades com base em realidades

105
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

locais, tanto em relação ao perfil da força trabalhadora quanto em relação às


condições inseguras dos ambientes de trabalho ou/e às condições de saúde nos
diferentes setores de atividade econômica. Todo acidente que ocorre no exercício
da atividade a serviço da empresa e provoca lesão corporal ou perturbação
funcional, que pode causar a morte, a perda ou a redução permanente ou
temporária de capacidade para o trabalho. Consideram-se acidente do trabalho
doença profissional e doença do trabalho. Equiparam-se também ao acidente do
trabalho: o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única,
tenha contribuído diretamente para a ocorrência da lesão; certos acidentes
sofridos pelo segurado no local e no horário de trabalho; a doença proveniente de
contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade; e o acidente
sofrido a serviço da empresa ou no trajeto entre a residência e o local de trabalho
do segurado e vice-versa.

LEITURA COMPLEMENTAR

LIDA, I. Ergonomia: Projeto e Produção. São Paulo: Edgard Blucher,


1993.

MATTAR, F.N. Pesquisa de Marketing. São Paulo: Atlas, 1996.

MORGAN, G. Imagens da Organização. São Paulo: Atlas, 1996.

PHEASANT, Stephen. Ergonomics, Work and Health. London: Macmillan Press,


1991.

É HORA DE SE AVALIAR

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão


ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de
ensino-aprendizagem.

106
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Exercícios - Unidade 6

1- Quando falamos em adaptação do trabalho nos referimos a:

a) Um bom ambiente físico para que o colaborador possa usufruir a melhor


maneira possível o espaço de trabalho.

b) Conceber locais de trabalho tendo em conta, se for caso disso, os


trabalhadores deficientes.

c) Proteger os grupos sujeitos a riscos especialmente sensíveis contra os


perigos que os afetam especificamente.

d) Disponibilizar equipamentos de trabalho adequados ao trabalho a realizar


e que permitam garantir a segurança e saúde dos trabalhadores aquando
da sua utilização.

e) Todas as alternativas acima estão corretas.

2- A Avaliação dos riscos no local de trabalho abrange:

a) O ambiente de trabalho, a disposição das instalações, iluminação,


aquecimento, acesso, saídas.

b) A organização do trabalho, a forma como o trabalho é organizado e os


horários.

c) Os perigos para a saúde, como substâncias perigosas; por exemplo, pessoas


com asma podem ser mais sensíveis às substâncias químicas utilizadas no
trabalho.

d) Os perigos psicossociais, como o stress ou o assédio moral (a deficiência


pode ser utilizada como pretexto para o assédio moral, por exemplo).

e) Todas as alternativas acima estão corretas.

107
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

3- Como consequência da monotonia no local de trabalho temos algumas reações


fisiológicas como:

a) Diminuição da atenção e o aumento do tempo de reação.

b) Aumento da atenção e diminuição do tempo de reação.

c) Brigas entre os colegas.

d) Abandono do emprego.

e) Nenhuma das anteriores.

4- No local de trabalho devemos tomar medidas com relação às Pessoas Portadoras


de Deficiências para isso existe um órgão que regulamenta e fiscaliza estas
medidas, este órgão é conhecido como:

a) PPD

b) COMPRE

c) LIMPE

d) CORDE

e) Nenhuma das alternativas acima.

5- É analisada sua constituição, potencial e limitações, de forma a não ser exigido


além do conveniente e que sua capacidade possa ser racionalmente utilizada. São
consideradas as diferenças individuais, permitindo que de cada um se possa
solicitar o que for compatível e não mais.

a) Ergonomia.

b) Humanização.

c) Análise de risco.

d) Erro Humano.

e) Nenhuma das alternativas acima.

108
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

6- A comparação entre as características de cada candidato com um padrão de


referência e uma escolha feita pelo chefe imediato denominamos de:

a) Treinamento.

b) Recrutamento.

c) Seleção.

d) Aperfeiçoamento.

e) Nenhuma das alternativas acima.

7- A ocorrência do erro humano é agravada nas situações em que:

a) Não há reconhecimento da importância do fator humano para a


prevenção de perdas e danos à propriedade.

b) Não existem regras a serem seguidas e as responsabilidades de cada


indivíduo não são claramente definidas.

c) O indivíduo desconhece os riscos e as ações corretas a serem tomadas


frente às variações do sistema.

d) A norma requer que as empresas preparem programas que incluam a


participação ativa dos trabalhadores em termos de identificação e
conhecimento sobre os riscos, e na investigação de acidentes.

e) Todas as alternativas acima estão corretas.

8- Auxilia na redução da incidência de erros humanos, aumenta a sensibilidade


quanto à sua identificação, aumentando a probabilidade para que sejam corrigidos
a tempo.

a) Seleção.

b) Treinamento.

c) Análise de riscos.

d) Adaptação do trabalho.

e) Nenhuma das anteriores.

109
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

9- Qual o principal interesse da segurança industrial?

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10- Como podemos classificar o acidente de trabalho?

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110
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Considerações Finais

Esperamos que os conteúdos desenvolvidos nestas unidades tenham


contribuído de forma satisfatória na formação e no desenvolvimento acadêmico.
Salientamos a importância que tem em estudar e compreender os diferentes
fatores tanto antrópicos como ambientais que interferem no espaço de trabalho.
Dessa forma aqui se iniciou um primeiro passo para o processo de ensino-
aprendizagem sobre o tema desenvolvido, é importante que você, aluno, continue
este processo cada vez mais buscando complementar seus conhecimentos.

111
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Conhecendo os Autores

Alcindo Neckel

Possui graduação em Geografia (LP/B) pela Universidade de Passo Fundo (2007).


Mestrado em Engenharia, com a Área de Concentração: Infraestrutura e Meio Ambiente
pela Universidade de Passo Fundo (2010). Graduação em Gestão Ambiental pela
Faculdade Portal das Missões (2012). Doutorado em Geografia pela Universidade
Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, na linha de pesquisa: Análise Ambiental (2014).
Atualmente realiza estudos de PhD em Geography and Environmental Sciences pela
Atlantic International University, na cidade de Miami (Flórida EUA) (2014). Sendo
Coordenador da Universidade Salgado de Oliveira (Polo Passo Fundo/RS); e Professor da
Faculdade Meridional/IMED; Pesquisador pela Fundação Meridional/IMED, sendo líder
dos Grupos de Pesquisa: Sociedade, Ambiente e Impactos Ambientais Urbanos; e
Governança nas Cidades Sustentáveis. Assim, cadastrados no Diretório do CNPq e
Certificado pela Fundação Meridional/IMED, contemplando as linhas de pesquisa:
Impactos Ambientais Urbanos e Mobilidade Urbana; É avaliador de Periódicos nacionais
e internacionais de relevância mundial, como: a Revista Para Onde? (UFRGS),
International Journal of Agricultural Policy and Research, o Journal of Environment Pollution
and Human Health e o Journal of Geosciences and Geomatics. Tem experiência na área
ambiental e mapeamentos, com ênfase em Gerenciamento, Desenvolvimento
Sustentável, Impactos Ambientais Urbanos, Valoração Ambiental, Educação Ambiental,
Resíduos Sólidos, Geomorfologia, Gerenciamento de Recursos Hídricos, Poluição
Atmosférica, Uso e Conservação do Solo, Cartografia, Sensoriamento Remoto,
Geoprocessamento e Georreferenciamento, conforme suas atribuições no CREA/RS -
155261.

Emanuelle Goellne

Graduada em Ciências Biológicas (Bacharelado) pela Universidade de Passo Fundo,


Especialista em Docência do Ensino Superior pela Faculdade Portal, mestre em
Engenharia Ambiental pela Universidade de Passo Fundo.

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Referências

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between palm grip strength in different positions and associated discomfort level, 4th
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Engenharia Humana, Universidade do Minho, 1989.

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Engenharia Humana, Universidade do Minho, 1993.

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ISO (1997). ISO 9241-11: Ergonomic requirements for office work with visual
display terminals (VDTs). Part 11 — Guidelines for specifying and measuring
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KAUFFMAN, Timothy L. Manual de Reabilitação Geriátrica. Rio de Janeiro:


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MAGEE, David J. Avaliação musculoesquelética. São Paulo: Manole, 2002.

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115
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

MOORE, Fuller. Environmental Control Systems - Heating, Cooling, Lighting.


New York; McGraw-Hill, Inc, 1993.

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importância da cor na obtenção do conforto ambiental. Tese Msc. em Arquitetura,
FAU, UFRJ, 1995.

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Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

A nexos

117
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Gabarito

Unidade 1

1-c
2-a
3-c
4-b
5-d
6-a
7-d
8-a
9- Ergonomia está interessada em utilizar as ciências para melhorar as condições de
trabalho humano.
10- Um problema de ergonomia é identificado quando um aspecto da interface
está em desacordo com as características dos usuários e da maneira pela qual ele
realiza sua tarefa. Já um problema de usabilidade é observado em determinadas
circunstâncias, quando uma característica do sistema interativo (problema de
ergonomia) ocasiona a perda de tempo, compromete a qualidade da tarefa ou
mesmo inviabiliza sua realização.

Unidade 2

1-a

2-b

3-a

4-c

5-b

6-d

7-d

118
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

8- Mantenha as três curvas naturais das costas, evite oscilação excessiva, evite
estresse nas costas desnecessário ao manter um peso saudável e músculos fortes
com exercícios físicos regulares. Levante objetos com a técnica apropriada, faça
pausas ao ficar muito tempo sentado ou em pé.

9-

- Evitar manejo de cargas não adequadas ao biotipo, à forma, ao tamanho e à


posição;

- Usar técnica adequada em função do tipo de carga;

-Procurar não se curvar; a coluna deve servir como suporte;

- Quando estiver com o peso, evite rir, espirrar ou tossir;

10- O joelho deve ficar adiantado em ângulo de 90 graus. Braços esticados entre as
pernas. Dorso plano. Queixo não dirigido para baixo. Pernas distanciadas entre si
lateralmente. Carga próxima ao eixo vertical do corpo. Tronco em mínima flexão.

Unidade 3

1-b

2-a

3-e

4-c

5-a

6-e

7-a

8- A Antropometria é um método de investigação científica que tem como objetivo


a medição das dimensões físicas e suas variações que compõem o corpo humano.

119
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

9- 1º Princípio: projetos para o tipo médio: Causa menos incômodo do que


aconteceria se fosse feito para um anão ou para um gigante. Isso se aplica
principalmente para objetos de uso público.

2º princípio: projetos para indivíduos extremos: Se existir um fator limitativo do


projeto (no sentido que pessoas acima ou abaixo de uma dada dimensão não
estariam bem acomodadas) – tentativa de acomodar os casos extremos o De modo
geral, deve-se projetar para acomodar 95% da população, sabendo de antemão,
que não servirá para as poucas pessoas de um dos extremos.

3º princípio: projetos para faixas da população: Está relacionado com os


equipamentos reguláveis. Trabalha-se com medidas discretas, de forma a
aumentar o conforto sem aumentar demasiadamente os custos.

4º princípio: projeto para o indivíduo: São os casos de objetos fabricados para um


indivíduo especificamente. Não é comum ocorrer nas indústrias, em função dos
custos e da variedade de pessoas que utilizam o mesmo equipamento ou
mobiliário. Oferece uma melhor adequação do produto ao usuário, porém é
oneroso.

10- Existem inúmeros dados antropométricos que podem ser utilizados na


concepção dos espaços de trabalho, mobília, ferramentas e produtos de forma
geral; na maioria dos casos pode-se utilizá-los no projeto industrial. Contudo,
devido à abundância de variáreis, é importante que os dados sejam os que melhor
se adaptem aos usuários do espaço ou objetos que se desenham. O espaço de
trabalho para um jogador de futebol é o próprio campo de futebol e até uma altura
de 2,5 m (que é a altura de cabeceio). O espaço de trabalho de um carteiro seria um
sólido sinuoso que acompanha a sua trajetória de entregas e tem uma seção
retangular de 60 cm de largura por 170 de altura.

120
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

Unidade 4

1-e

2-e

3-a

4-c

5-e

6-a

7-c

8-b

9- Para casos em que não é possível usar as medidas recomendadas, por diversas
razões como a falta de espaço ou equipamentos que saem do espaço de trabalho.
Nestes casos, é necessário adaptar uma solução de compromisso, ou seja, colocar
algumas dimensões dentro das faixas recomendadas e sacrificar as restantes.

10- Os aspectos envolvidos na norma são: levantamento, transporte e descarga


individual de materiais; mobiliário dos postos de trabalho; equipamentos dos
postos de trabalho, condições ambientais de trabalho e organização do trabalho.

Unidade 5

1-b

2-b

3-a

4-d

5-a

6-d

7-a

8-c

121
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

9- No cálculo de alguns projetos de iluminação é de grande importância conhecer


a curva ou diagrama fotométrico dos focos luminosos. Chama-se assim ao
diagrama, polar ou cartesiano, que apresenta a curva indicadora das intensidades
luminosas de um foco de luz, em função da direção em que esse foco é observado.

10-

 harmonia estética;

 conforto visual;

 conservação e limpeza dos ambientes;

 incentivo à convivência social;

 programação visual;

 caracterização de status de função / periculosidade.

Unidade 6

1-e

2-e

3-a

4-d

5-b

6-c

7-e

8-b

122
Ergonomia, Higiene e Segurança do Trabalho

9- A segurança industrial interessa-se, portanto, pela proteção dos trabalhadores


(com a roupa de trabalho adequada, por exemplo) e pelo respectivo
acompanhamento médico, pela implementação de inspeções/vistorias técnicas e
pela formação vinculada ao controlo de riscos. Convém destacar que a segurança
industrial é sempre relativa/subjetiva, tendo em conta que é impossível garantir
que nunca irão decorrer quaisquer acidentes.

10- Consideram-se acidente do trabalho doença profissional e doença do trabalho.


Equiparam-se também ao acidente do trabalho: o acidente ligado ao trabalho que,
embora não tenha sido a causa única, tenha contribuído diretamente para a
ocorrência da lesão; certos acidentes sofridos pelo segurado no local e no horário
de trabalho; a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no
exercício de sua atividade; e o acidente sofrido a serviço da empresa ou no trajeto
entre a residência e o local de trabalho do segurado e vice-versa.

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