Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Origem
A umbanda é uma religião surgida nos subúrbios do Rio de Janeiro.
Rapidamente, ela se espalhou por todo Brasil e outros países da América Latina.
Também tem Jesus como referência espiritual e não é raro encontrar sua imagem
em lugar destacado nos altares das casas ou de terreiros de umbanda.
Local de Culto
Essas cerimônias são presididas por um “pai” ou “mãe”, um sacerdote que dirige os
ritos e comanda a casa. Também é responsável por ensinar a doutrina e os
segredos da umbanda aos seus discípulos.
Cerimônias
Nestes locais realizam-se sessões de “passe”, no qual a entidade reorganiza o
“campo energético astral” da pessoa.
Note que não é permitido qualquer tipo de remuneração por esses trabalhos
espirituais.
As vestes mais usadas nestas cerimônias são de cor branca porque é a cor neutra
que agrada todos os orixás e guias.
Pontos de Umbanda
Os pontos de umbanda são cantigas para louvar, chamar e se despedir do orixá e as
linhas de entidades.
Hino da Umbanda
Apesar da Umbanda variar de acordo com cada região do Brasil e de cada
casa/terreiro, ao menos uma canção é muito popular: o Hino da Umbanda.
Composta por José Manoel Alves (letra) e Dalmo da Trindade Reis (música) foi
oficializada como hino em 1961.
Estes podem variar de acordo com a casa de Umbanda, mas o sentido é o mesmo.
Ou seja, chamar as entidades que vão ser trabalhadas, garantir a chegada dos guias
a serem incorporados, homenagear os orixás, trazer bons fluidos e energias aos
participantes.
Crenças
Como todas as religiões politeístas, a umbanda não adora um único deus, mas
várias personificações de elementos da natureza e de energia chamadas de orixás.
Os guias são denominados “entidades” e cada orixá possui uma linha de entidades
que o auxilia.
Não abre seus cultos com cantos e atabaques, mas sim com orações
a Jesus Cristo. As suas sessões são mais próximas dos kardecistas
que das umbandistas genuínas, que usam cantos, palmas e
atabaques. Seus membros se identificam como Espíritas de
Umbanda.
4ª Corrente: A magia é comum a toda a humanidade e as pessoas
recorrem a ela sempre que se sentem ameaçadas por fatores
desconhecidos ou pelo mundo sobrenatural, principalmente pela
atuação de espíritos malignos e por processos de magia negra ou
negativa.
QUEM SÃO
E para cada caso podemos relacionar um orixá de acordo com a linha que ele
pertence, por exemplo um Pai de Santo sempre receberá as irradiações de Pai
Oxalá que é o orixá universal regente do mistério da fé.
Essa atuação também é considerada passiva, pois esses orixás não mudam o curso
de nossa ações, mas sim cuidam para que essas permaneçam fortes e ativas.
Irradiam-se em todos os padrões vibratórios e chegam a todos que
vibram positivo. Quando alguém está vibrando positivo em algum sentido da
vida estará amparado pelo Orixá Universal correspondente. O Orixá Universal
ao identificar este positivismo como uma virtude em seu campo de atuação irá
agir de acordo com a necessidade e o livre arbítrio da pessoa positivada.
Alexandre Cumino
Cósmicos
Logunan, Oxumaré, Obá, Oroiná (Egunitá), Iansã, Nanã e Omúlu. À esses Orixás está
incumbência ou a natureza absorvedora, que cuida de quem está em desalinho
em algum sentido da vida.
Por exemplo Mãe Iansã é a Orixá cósmica assentada no sentido da justiça e sua
função está em colher os seres foras da lei divina e com seu magnetismo alterar seu
emocional, mental e consciencial. Sendo assim, os seres que sentem as vibrações
de Iansã são estimulados a ficar mais emotivos ou fragilizados com as situações e
desta forma é um ser mais suscetível ao redirecionamento correto.
Dentre essas ações nós também veremos uma outra atribuição que também confere
aos Orixás universais que são seu magnetismo paralisador. Rubens Saraceni
aponta no livro Doutrina e Teologia de Umbanda Sagrada a seguinte frase “quando não
é possível reconduzir o ser à linha reta da evolução então o Orixá cósmico pode
paralisa-lo a fim de esgotar todo o seu negativismo”.
Alexandre Cumino exemplifica isso em aula dando o exemplo do fanático religioso,
que não é nenhuma qualidade e muito menos algo a se orgulhar, mas que para
alguém que já se encontrava em uma situação de vício e que era um constante
perigo aos demais, o fanatismo pode ser uma “troca de vício” menos prejudicial.
Sem entrar no mérito de que isso seja algo muito distante do saudável, o que o
sacerdote exemplifica é que se alguém substitui o vício em drogas pelo vício em
religião ele pode nesse segundo ainda encontrar uma via de melhora e por fim
entender o sentido de se ter uma fé sadia, mas no primeiro não há nenhuma chance
daquela situação se tornar algo benéfico.
É desta forma que podem agir os Orixás cósmicos paralisando o ser em um vício a
fim de esgotar todo o seu negativismo.
O Orixá Cósmico ao identificar este negativismo como um vício em seu
campo de atuação irá agir de acordo com a necessidade e o livre arbítrio da
pessoa negativada. O Orixá Cósmico tanto pode manter a pessoa no vício por
alguma razão que lhe dê sentido ou pode atuar no sentido de afasta-lo deste
vício o que pode se realizar de forma tranquila ou brusca dependendo
da situação.
Oxalá
Fé! Eis o que melhor define o Orixá Oxalá. Sim, amamos irmãos na
fé em Oxalá. O nosso amado Pai da Umbanda é o Orixá irradiador da
fé em nível planetário e multidimensional. Oxalá é sinônimo de fé.
Ele é o Trono da Fé que, assentado na Coroa Divina, irradia a fé em
todos os sentidos e a todos os seres. Comentar Oxalá é
desnecessário porque ele é a própria Umbanda. Logo, vamos nos
afixar nas suas qualidades, atributos e atribuições.
Oxum
Saibam que a Ciência dos Orixás é tão vasta quanto divina, e está
na raiz do todo o saber, na origem de todas as criações divinas e na
natureza de todos os seres. É na Ciência dos Orixás que as lendas se
fundamentam, e não o contrário. Leiam e releiam estes comentários
até entenderem esta magnífica ciência divina e apreenderem suas
chaves interpretadoras da ciência dos entrecruzamentos. Se
conseguirem estas duas coisas, temos certeza que daí por diante
entenderão porque a rosa vermelha é usada como presente pelos
namorados e a rosa branca é usada é usada pelos filhos quando
presenteiam suas mães. Ou porque se oferece rosas vermelhas para
oferendar pomba-gira, rosas brancas para Yemanjá e rosas
amarelas para oferendar Oxum, ou rosas “cor de rosa” para as
crianças (Erês).
OXÓSSI
Oxóssi está nos vegetais e Obá está em sua raiz, como a terra fértil
onde eles crescem e se multiplicam.
Xangô
Obaluaiyê
Yemanjá
ORIXÁS CÓSMICOS
Oiá
Oiá é a orixá do Tempo e seu campo preferencial de atuação é o
religioso, onde ela atua como ordenadora do caos religioso
Quando Oiá “vira no tempo”, seja contra um seu filho direto quanto
um seu filho indireto (que têm a coroa regida por outros orixás),
então sua vidaentra em parafuso e só deixará de rodar quando
esgotar tudo de desregrado e desvirtuado que nela existia. Isto é
Oiá, amados filhos dos orixás! Mãe religiosa por sua excelência
divina, mas mãe rigorosa por sua natureza cósmica, cujo principal
atributo junto dos espíritos humanos é o de esgotar o lobo
sanguinário que oculta-se por baixo da pele de cordeiro.
Enquanto Oxalá é irradiante, Oiá é absorvente, e enquanto os filhos
de Oxalá são extrovertidos, os de Oiá são introspectivos e até um
tanto tímidos, pois a natureza forte de sua mãe divina exige deles
uma certa “beatitude” 9já que, das mães divinas, ela é a mais
ciumenta por seus filhos amados e a mais rigorosa com os seus
filhos relapsos. Isto é Oiá, amados filhos das nossas amadas mães
divinas!
Se ela é assim, é porque ela é a orixá que, junto com Oxalá, rege a
primeira linha de Umbanda, que é a linha da Religiosidade. Logo, os
filhos de Umbanda, que têm em Oxalá o divino Pai da Fé, também
devem cultuar a divina mãe Oiá. Com ele no pólo positivo e ela no
pólo negativo, forma-se o par dos orixás excelsos que regem a linha
da Fé e estimulam a religiosidade nos seres.
Oxumaré
Muitos dos seus filhos são, hoje e na Umbanda, alguns dos mais
silenciosos exus e das mais discretas pomba-giras, dos mais
aguerridos caboclos e caboclas, resolutos nas suas ações, precisos
nos seus conselhos, e não são de muita conversa quando sentem
que o conhecimento que trazem não é assimilado por seus médiuns
ou pelas pessoas que os consultam.
Mas como todo orixá cósmico, ela também possui seus aspectos
negativos, que ativa sempre que é preciso acelerar a paralisação de
um ser que, com seus conhecimentos, está prejudicando muitas
pessoas e atrapalhando suas evoluções pois está induzindo-as a
seguirem em uma direção contrária à que a Lei Maior reservou-lhes.
Egunitá
Como Egunitá (fogo) é feminina, ela se polariza com Ogum (ar), que
é masculino e lhe dá a sustentação do elemento que precisa, mas de
forma passiva e ordenada. Só assim suas irradiações acontecem de
forma ordenada e alcançam apenas o objetivo que ela identificou. Se
ela polarizasse com Iansã, suas energias não seriam irradiadas
porque aconteceria uma propagação delas na forma de labaredas, já
que as duas são de magnetismo e elemento feminino. Eis ai a chave
das polarizações, que obedecem a uma ordenação das irradiações
através dos magnetismos.
Iansã
Nanã
Logo, quem quiser ser categórico sobre um orixá, tome cuidado com
o que afirmar, porque onde um de seus aspectos se mostra, outros
estão ocultos. E o que está visível nem sempre é o principal aspecto
em uma linha da vida. Saibam que Nanã em seus aspectos positivos
forma pares com todos os outros treze orixás, mas sem nunca
perder suas qualidades “água-terra”. Já em seus aspectos negativos,
bem, como a Umbanda não lida com eles, que os comente quem
lidar, certo?
Omulú
OUTROS
OS PRETOS VELHOS
BAIANOS:
BOIADEIROS
Para algumas correntes de pensamento umbandista, esses espíritos
já foram Exus e, numa transição dos seus graus evolutivos, hoje se
manifestam como caboclos boiadeiros.
...O símbolo dos boiadeiros é o laço e o chicote, que são suas armas
espirituais e são verdadeiros mistérios, tal como são as espadas, as
flechas e outras “armas” usadas pelos espíritos que atuam como
refreadores das investidas das hostes sombrias formadas por
espíritos do baixo-astral.
AS CRIANÇAS
OS EXUS
O MISTÉRIO EXU
“Sem Exú na Umbanda não se faz nada” uma vez que não
aprendemos a lidar com as forças das trevas, para o nosso próprio
bem, por vez quem as manipula é Exú e Pomba-gira através da Lei
Maior .
O MISTÉRIO POMBAGIRA
Entendam que Deus criou tudo, também gerou o desejo como uma
de suas qualidades ou fatores, pois sem vibrarmos o desejo, nada
desejaremos e nos tornaremos apáticos, desinteressados e nos
paralisaremos.
Logo, Deus, que tudo sabe, cuidou deste aspecto de nossa vida e
gerou o desejo como um de seus fatores, assim como gerou uma
divindade cósmica que tanto o gera como o irradia a tudo e a todos.
E tanto pode ser ativada para ajudar quanto para esgotar o desejo
em todos os sentidos da vida de uma pessoa, quanto só num
sentido onde está se excedendo e se desviando de sua evolução reta
e contínua.
Ciganos
Por não criar raízes, o povo cigano existe inclusive nos dias de hoje,
em diversas partes do mundo. Na Umbanda, se manifestam ciganos
que são de origem oriental, como também ciganos de outras partes
do mundo, inclusive brasileiros.
São especialistas em resolver problemas financeiros e também
amorosos.
Uma dica para que sempre haja fartura. : Pegue uma taça grande, e
preencha ela com grãos de arroz, milho, sementes de gira sol, folhas
de louro, moedas douradas. Depois de enfeitado acenda uma vela
amarela ao lado do copo, e batize o copo com o nome de um (a)
cigano(a), e peça que haja sempre muita fartura e muita riqueza em
sua vida. E sempre que tiver moedas douradas, complete o copo.
Médium de Umbanda
...Do lado espiritual, todo o apoio lhe é dado, pois nós, os espíritos
guias deles, sabemos que este é o período em que mais frágil se
sente um ser que traz a mediunidade.
...Para um médium iniciante, este é um momento único em sua
vida, e também um período de transição, onde todos os seus valores
religiosos anteriores de nada lhe valem, pois outros valores lhe
estão sendo apresentados.
...É tão comum vermos médiuns já "iniciados" que não tem a menor
noção da existência desse corpo religioso umbandista que se move
através do plasma universal que é Deus, é fé e é religiosidade. "Eu
sou filho de tal orixá...", e pronto! Sua fé acaba a partir daí, e sua
ligação com este plasma divinizado numa religião fica restrito a isto:
"Eu sou filho de tal orixá".
...Mas para que isso possa ser realmente dito, é chegado o tempo de
a Umbanda deixar de perder seus filhos recém-nascidos para
religiões que ainda recorrem a princípios medievais, quando não
obscurantistas.
...Por isso ela tem de sair das tendas e conquistar corações dos que
a ela afluem nos dias de trabalho, e conquistar o respeito e a
confiança de todos os cidadãos no seu trabalho de doutrinação e
salvação de almas.
...Nós temos acompanhado com carinho e atenção os irmãos
umbandistas que têm oferecido a maior parte de suas vidas a esta
necessidade da religião umbandista – abençoados sãos estes
verdadeiros filhos de Umbanda, mas temos acompanhado a vida de
todos os pais e mães no Santo e temos visto que bloqueiam a si
próprios e às suas potencialidades doutrinadoras dentro da
Umbanda Sagrada, quando limitam a si e sua religião aos trabalhos
dentro de suas tendas, quando os seus guias incorporam e
trabalham.
...Umbanda é o mais belo dos templos, onde Deus mais aprecia ser
manifestado, ou mesmo onde mais aprecia estar: no intimo do ser
humano.
...Expliquem que pode fazer o que quiser com seu corpo material,
mas deve preservar sua coroa (cabeça), pois é nela que a luz dos
orixás lhe chega e o liberta dos vícios da carne e do materialismo
brutal.
Rubens Saraceni
> O Sacerdote de Umbanda e o Sacerdócio Umbandista
d) só consegue dirigir uma tenda quem traz essa missão pois esta
também é dos guias espirituais.
Magia
Magia
Deste modo, a magia “x” não é rival nem se acha dona da verdade
em relação à magia “y”. Apenas abordam conceitos diferentes mas
não obrigatoriamente divergentes.
O que diz a Lei Maior? “Cada um pode semear o que quiser, mas
com certeza colherá os frutos de suas semeaduras, sejam doces ou
amargos.”
Filhos de Oxalá:
Filhos de Iemanjá:
Quase tudo o que foi dito sobre Iemanjá pode ser estendido a Oxum, cujo
relacionamento com seus filhos se equivale por representarem ambas o Princípio
Criador. Também é aplicada aos Filhos de Oxum, ainda mais emotivos que os de
Iemanjá, a denominação de chorões. A sensibilidade dos Filhos de Oxum é ainda maior
e, não raras vezes, chamados, principalmente as mulheres, de dengosas e flores de
estufa, que fenecem ao menor motivo. Na verdade, os Filhos de Oxum, essencialmente
honestos e dedicados, esperam sempre merecer as atenções que procuram despertar e
sentem-se desprestigiadas quando não acontece. Um fato a ser considerado é o de que
os Filhos de Oxum tendem a guardar por mais tempo alguma coisa que lhes tenha
atingido e olham com muita desconfiança quem os traiu uma vez. Por outro lado, menos
vaidoso do que os Filhos de Iemanjá ou Iansã, aparentam, mesmo em roupas discretas,
uma certa realeza. Ternos e carinhosos, são conseqüentes e seguros e buscam sempre
a companhia de pessoas de caráter. Preferem não impor suas opiniões, mas detestam
ser contrariados. Custam muito a se irritar, mas quando o fazem, também custam a
serenar. Oxum parece ocupar no coração das pessoas o espaço destinado à figura da
mãe e esta característica faz com que seus filhos sejam naturalmente bem quistos e,
não raras vezes, invejados. O homem e mulher, Filhos de Oxum, são, a exemplo de
Iemanjá, muito ligados ao lar e a família, em geral.
Dão muito valor à opinião pública, fazem qualquer coisa para não chocá-la, preferindo
contornar com suas diferenças com habilidade e diplomacia. São obstinadas na busca
de seus objetivos.Oxum é o arquétipo daqueles que agem com estratégia, que jamais
esquecem suas finalidades, atrás de sua imagem doce se esconde uma forte
determinação e um grande desejo de ascensão social.Têm uma certa tendência à
gordura, a imagem do gordinho risonho e bem-humorado combina com eles. Gostam de
festas, badalações e de outros prazeres que a vida possa lhes oferecer. Tendem a uma
vida sexual intensa, mas com muita discrição, pois detestam escândalos.Não se
desesperam por paixões impossíveis, por mais que gostem de uma pessoa, o seu amor-
próprio é muito maior. Eles são narcisistas demais para gostar muito de alguém.Graça,
vaidade, elegância, uma certa preguiça, charme e beleza definem os filhos de Oxum,
que gostam de jóias, perfumes, roupas vistosas e de tudo que é bom e caro.
Oxum é assim: bateu, levou. Não tolera o que considera injusto e adora uma pirraça. Da
beleza à destreza, da fragilidade à força, com toque feminino de bondade
O lado espiritual dos filhos de Oxum é bastante aguçado. Talvez por isso as maiores
ialorixás que o Brasil tem e teve são de Oxum.
Filhos de Iansã:
Nascidos da Luz da Manhã, os Filhos de Iansã são a própria majestade do Orixá. Sua
principal característica exterior é ser sempre uma entidade dominante. Ocupam
naturalmente posição de destaque e nunca passam desapercebidos. Gostam de vestir-
se sempre na moda e de estarem sempre atualizados, embora haja sempre uma pitada
de exagero em quase tudo o que fazem. Têm personalidade marcante, que dificilmente
é esquecida. Brilham em quase tudo o que fazem. São temperamentais por excelência,
mudam de opinião com facilidade, amando ou desprezando objetos e pessoas ou,
ainda, coisas, absolutamente sem motivos aparente. São inconstantes e sentimentais,
arrependendo-se com facilidade por atos praticados, mas, também, esquecendo-os e,
não raras vezes, repetindo-os. O Filho de Iansã herda do Orixá suas características
Guerreiras, empenha-se em discussões estéreis, às vezes, só pelo prazer de contestar,
não se preocupando absolutamente com os resultados finais. Todavia, quase em tudo o
que toca consegue levar a bom termo. É também muito dedicado e prestimoso e além
de tudo, alegre.
As Filhas de Iansã são sempre extremadas: ou amam apaixonadamente ou
simplesmente esquecem. Incapazes de odiar, não hesitam em se reaproximar de
alguém que lhes tenha magoado, sentindo, não raras vezes, uma real piedade e amor
por essa mesma pessoa se, por qualquer razão, estiver em posição de dor ou
inferioridade. Não raras vezes, também, assumem as causas alheias, trazem parentes
enfermos para dentro das próprias casas, depois, brigam com maridos e filhos por
causa desses parentes, posteriormente, invertem toda a situação, mandando embora
quem haviam trazido e buscando a paz familiar, como se nada tivesse acontecido.
Fazendo tudo em escala maior, amam com intensidade, dão-se com facilidade,
produzem ou promovem e depois, pura e simplesmente, esquecem. Quer seja homem
ou mulher, o Filho de Iansã será sempre alguém que dificilmente consegue passar
desapercebido. Será sempre um temporal num copo d‟água, passando da tranqüilidade
de um lago sereno a incerteza de um mar tempestuoso. Sua principal característica
positiva reside na sua capacidade de não apenas perdoar quem eventualmente lhe haja
ofendido, como principalmente, esquecer a ofensa. Talvez nenhum outro consiga
realmente esquecer o Filho de Iansã. Quando lideres em alguma atividade, quase
sempre marcam, de maneira indelével, suas administrações, mesmo que isso lhes custe
sacrifícios. As Filhas de Iansã são extremadas como as chamadas “super mães”. Lutam
pela felicidade e progresso de seus filhos e não admitem erros ou faltas, embora, quase
nunca tenham coragem de punir as crianças. Como pessoas são exageradamente
ciumentas, às vezes, chegando a infernizar a vida de seus companheiros por causa do
ciúme.
Filhos de Oxossi:
Oxossi representa a pureza das matas. Seus Filhos são honestos, desinteressados,
altruístas e espontâneos. A sua principal característica é a honestidade porque nunca
esperam recompensa por aquilo que fazem espontaneamente. Têm um grande
inconveniente: são inconstantes, não persistentes, seja qual for o motivo. Com muita
freqüência, após lutarem por um ideal, às vezes, às vésperas de consegui-lo desistem e
partem para nova idéia. Geralmente, os Filhos de Oxossi reúnem qualidades que são
muito importantes. Se alguém está doente, ele é aquele que vai várias vezes visitar a
pessoa, ver como está passando, se interessa pelo bem-estar dos outros. Não se
aborrecem com as reclamações e ouvem lamúrias dos outros sempre com muita
atenção. Dão-se muito bem com qualquer faixa de idade. Sentem-se mais à vontade em
ambientes descontraídos. Não gostam de andar muito presos em roupas sociais. Não se
sentem bem em cerimônias muito formais. São dados a vida muito singela. Não são
dados ao luxo; tem verdadeira ojeriza a tudo o que chama a atenção. Adoram andar,
gostam do ar livre, não gostam de ficar em ambientes fechados ou escuros. São muito
complacentes com a aquisição de bens materiais, sendo desligados de tudo aquilo que
se refira a luxo. O Filho de Oxossi costuma mudar de atividade com relativa facilidade,
mas na possibilidade de lançar raízes em algum campo de negócio, são profundos e
seguros, jamais mudam. O chefe de família, Filho de Oxossi, é um tanto desligado do
lar, não que ele não se interesse pelos problemas familiares, é que prefere ser servido a
servir. A mulher, Filha de Oxossi, tende a não ser muito boa dona de casa. Gosta das
coisas bem feitas, mas não de fazer, gosta das coisas em ordem, mas prefere mandar
que os outros façam.
Os filhos de Oxóssi são pessoas de aparência calma, que podem manter a mesma
expressão quando alegres ou aborrecidas, do tipo que não externa suas emoções, mas
não são, de forma alguma, pessoas insensíveis só preferem guardar os sentimentos
para si. São pessoas que podem parecer arrogantes e prepotentes, e às vezes o são.
Na realidade, os filhos de Oxóssi são desconfiados, cautelosos, inteligentes e atentos.
São seletivos quanto as suas amizades, pois possuem grande dificuldade em confiar
nas pessoas. Apesar de não confiarem, são pessoas altamente confiáveis, das quais
não se teme deslealdade; são incapazes de trair até um inimigo. Magoam-se com
pequenas coisas e quando terminam uma amizade é para sempre. São do tipo que ouve
conselhos com atenção, respeita a opinião de todos, mas sempre faz o que quer. Com
estratégia, acaba fazendo prevalecer a sua opinião e agradando a todos. Altos e
magros, os filho de Oxóssi possuem facilidade par se mover mesmo entre obstáculos.
Seu andar possui leveza e elegância. Sua presença é sempre notada, mesmo que não
façam nada par isso acontecer.
Filhos de Ogum:
Os Filhos de Ogum são tidos como brigões, mas é errôneo este pensamento. São mais
intransigentes e obstinados do que propriamente brigões. Ogum representa o Espírito
da Lei e seus Filhos têm esta característica bem predominante. Raramente pondera as
coisas: se o regulamento é este, então, tem que ser seguido a qualquer custo. Toda Lei
tem que ser estudada, para obter-se o seu verdadeiro sentido, para saber o seu espírito.
Porém, para o Filho de Ogum, ele é usada com parcimônia. Ele segue a Lei sem ligar se
ela serve para este ou aquele caso. É a Lei, tem que cumprir, implacavelmente. O pai de
família, Filho de Ogum, não dá muitas chances de diálogo para seus filhos. É inflexível e
radical. Usa uma lei para si e outra para os outros. É vaidoso, não gosta de ser
contrariado em suas opiniões. Raramente “arreda pé” de sua posição, mesmo quando
não dá certo. Quer sempre fazer prevalecer o seu ponto de vista. Não recua nenhuma
vez em suas decisões. Tem sempre tendências para resolver as coisas para o seu lado,
de qualquer forma. A mulher, Filha de Ogum é mais querelante do que briguenta. É mais
belicosa e de atitudes extremadas. É excelente mãe de família, porém, coitado do filho
que não andar direito: ela é do tipo que bate primeiro para depois perguntar onde foi o
erro. O Filho de Ogum é dado a fazer conquistas, tem facilidade de relacionamento com
o sexo oposto de qualquer filiação de Orixá.
Fisicamente, os filhos de Ogum são magros, mas com músculos e formas bem
definidos. Compartilham com Exu o gosto pelas festas e conversas que não acabam,
gostam de brigas.
São do tipo que dispensa um confortável colchão de molas para dormir no chão; gostam
de pisar a terra com os pés descalços. São pessoas batalhadoras, que não medem
esforços para atingir seus objetivos, são pessoas que mesmo contrariando a lógica
lutam insistentemente e vencem. São pessoas extremamente pontuais e ficam
enlouquecidos quando uma pessoa se atrasa ou cancela um compromisso previamente
agendado seja por que motivo for.
Não se prendem à riqueza, ganham hoje, gastam amanhã. Gostam mesmo é do poder,
gostam de comandar, são líderes natos. Essa necessidade de estar sempre à frente
pode torná-los pessoas egoístas e desagradáveis, mas nem sempre. Geralmente, os
filhos de Ogum são pessoas alegres, que falam e riem alto para que todos se divirtam
com suas histórias e que adoram compartilhar a sua felicidade.
Filhos de Xangô:
O Filho de Xangô é, por excelência, calmo e muito ponderado. Costuma pesar os fatos
com muito cuidado, procurando sempre pôr panos quentes em qualquer disputa. Só
toma decisões depois de pesar e analisar todos os ângulos dos problemas
apresentados, procurando ser o mais justo possível. Dedica-se de corpo e alma a tudo o
que se propõe a fazer, mas desilude-se com muita facilidade também. É sonhador por
excelência, acha sempre que tudo dará certo, deixando-se levar, com muita freqüência,
pela ilusão e pelo sonho. Sempre procura apresentar seus propósitos e planos de
maneira mais bonita, mais enfeitada, o mais claro possível, sem observar o que há de
viável neles. Nunca procura ver se há realismo no que se propõe a fazer. Os Filhos de
Xangô são capazes, geralmente, de grandes sacrifícios, mas aborrecem-se
profundamente se algo que programaram não dá certo. Não admitem mudanças de
programação, não só quando dependem deles a realização do plano programado.
Costumam ficar roendo muito o que lhes acontece, ou o que não se realizou como
queriam. Separam, com muita freqüência, a realidade de si, levando seus pensamentos
para altas esferas. Por serem muito honestos, magoam-se com muita facilidade pela
ingratidão das pessoas, achando que todo o mundo tem obrigação de ser honesto e
preciso em suas decisões. A Filha de Xangô, geralmente, é muito crédula, acredita em
tudo o que lhe dizem. Magoa-se profundamente por coisas que não tenha feito ou que
tenham dito que ela fez. Guarda mágoas profundas, mas não consegue guardar raiva.
Em relação ao lar, não gostam de sair de casa, preferem o aconchego do lar e são
excelentes mães de família, mantendo o lar em perfeita harmonia, não permitindo
desavenças entre os familiares, dando possibilidades a todos de se defenderem,
sempre que for necessário.
É muito fácil reconhecer um filho de Xangô apenas por sua estrutura física, pois seu
corpo é sempre muito forte, com uma quantidade razoável de gordura, apontando a sua
tendência à obesidade; mas a sua boa constituição óssea suporta o seu físico
avantajado.
Com forte dose de energia e auto-estima, os filhos de Xangô têm consciência de que
são importantes e respeitáveis, portanto quando emitem sua opinião é para encerrar
definitivamente o assunto. Sua postura é sempre nobre, com a dignidade de um rei.
Sempre andam acompanhados de grandes comitivas; embora nunca estejam sós, a
solidão é um de seus estigmas.
Conscientemente são incapazes de serem injustos com alguém, mas um certo egoísmo
faz parte de seu arquétipo. São extremamente austeros (para não dizer sovinas),
portanto não é por acaso que Xangô dança alujá com a mão fechada. Gostam do poder
e do saber, que são os grandes objetos de sua vaidade.
Filhos de Nanã:
Nanã é um Orixá velho. O mais velho dos Orixás femininos, talvez por isso seja,
também, o mais amoroso e o mais egoísta. Os Filhos de Nanã são muito possessivos e
tendem a cercear seus amigos. São exclusivistas e não admitem dividir suas idéias.
Dedicam-se sem reservas a seus amigos e parentes, porém, procuram sempre criar
barreiras para evitar que os mesmos encontrem novas amizades e novos caminhos.
São rabugentos e costumam guardar em seu íntimo tudo aquilo que lhe fazem. O Filho
de Nanã jamais esquece o que lhe fazem, mesmo que depois lhe peçam desculpas.
Sempre comenta e toca no assunto quando há oportunidade. Gosta de estar rodeado de
amigos, porém, não abre mão de sua presença, fazendo questão de que ela seja notada
e comentada. Veste-se muito bem e possui um pouco da intransigência de Ogum. Os
Filhos de Nanã são resmungões e acham dificuldade em tudo o que precisam fazer.
Esperam sempre que os outros façam ou resolvam seus problemas. São muito ladinos,
sempre acham uma forma dos outros fazerem suas coisas. Por serem demasiadamente
possessivos, não admitem que seus filhos ou familiares mais próximos tomem decisões
sozinhos ou que seus companheiros saiam sós.
Os filhos de Nana são pessoas extremamente calmas, tão lentas no cumprimento de
suas tarefas que chegam a irritar. Agem com benevolência, dignidade e gentileza. As
pessoas de Nana parecem ter a eternidade à sua frente para acabar seus afazeres,
gostam de crianças e educam-nas com excesso de doçura e mansidão, assim como as
avós. São pessoas que no modo de agir e até fisicamente aparentam mais idade.
Os Filhos de Abaluaiê são muito introvertidos, seu caráter, às vezes, são taciturnos,
calados, fechados em si próprio; ás vezes, tem piques de alegria, descontração,
satisfação, indo de um pólo a outro, com muita facilidade e com muita freqüência.Os
Filhos de Abaluaiê gostam de ocultismo, têm certa tendência para tudo o que é
misterioso. Gostam e frequentemente estudam a vida dos astros. Gostam das artes e
das pesquisas, dedicando-se muito a isso. Convivem melhor com pessoas idosas do
que com as mais jovens. Não têm a paciência necessária para suportar arroubos da
mocidade. Mesmo os Filhos de Abaluaiê com menos idade sempre procuram pessoas
mais velhas para conviver. Não gostam de aglomerações, preferem isolamento,
utilizando seu tempo em coisas que consideram de maior utilidade. Raramente se
abrem a respeito de seus problemas, preferindo “curtir” a mágoa ou a dor sem participar
a ninguém. Muito sentimentais e profundamente negativistas.
Os filhos de Obaluayê são pessoas extremamente pessimistas e teimosas que adoram
exibir seus sofrimentos, daqueles que procuram o caminho mais longo e difícil para
atingir algum fim.
Deprimidos e depressivos, são capazes de desanimar o mais otimista dos seres; acham
que nada pode dar certo, que nada está bom. Às vezes, são doces, mas geralmente são
pessoas que possuem manias de velho, como as rabugices.Gostam da ordem, gostam
que as coisas saiam da maneira que planejaram. Não são do tipo que levam desaforo
pra casa e se sentirem ofendidos respondem no ato, não importa a quem. Pensam que
só eles sofrem, que ninguém os compreende. Não possuem grandes ambições.
Podem apresentar doenças de pele, marcas no rosto, dores e outros problemas nas
pernas. São pessoas sem muito brilho, sem muita beleza. São perversos e adoram
irritar as pessoas; são lentos, exigentes e reclamam demais.São reprimidos, amargos e
vingativos. É difícil relacionar-se com eles. Parece que os filhos de Obaluayê são
pessoas que possuem muitos defeitos e poucas qualidades, mas, os filhos deste ORIXÁ
têm várias qualidades e uma delas que devemos destacar é uma qualidade que pode
compensar qualquer defeito: são extremamente prestativos e trabalhadores. São amigos
de verdade.
Filhos de Oxumarê:
Extremamente ativas e ágeis, estão sempre em movimento e ação, não podem parar.
São pessoas pacientes e obstinadas na luta por seus objetivos e não medem sacrifícios
para alcançá-los.
A dualidade do orixá também se manifesta em seus filhos, principalmente no que se
refere às guinadas que dão em suas vidas, que chegam a ser de 180 graus indo de um
extremo a outro sem o menor problema.
Mudam de repente da água para o vinho, assim como Oxumaré, o Grande Deus do
Movimento.
Filhos de Oba
Os filhos de Obá são a água não mais contida, a revolta dos que aguentam, no limite das
emoções, tudo o que a vida e as pessoas o trouxeram.
A água é um elemento tipicamente feminino e Obá, habita nas águas revoltas dos rios.
As pororocas, as águas fortes, o lugar das quedas são considerados domínios de Obá.
Temperamento forte
Talvez uma boa definição seja a de uma mulher que para ter um cabra mais macho que ela, o
sujeito tenha que ser muito macho mesmo! (risos)
Homenageada em 30 de maio
Os filhos de Obá são simples em estilo de vida, mas de grande conhecimento, apaixonados e
dedicados à vida amorosa, mas muitas vezes têm problemas por tanto se entregar a este favor e
em favor da pessoa amada.
Mesmo sendo homens, as causas feministas são um foco de atenção para os filhos de Obá e as
mulheres mais ativas e de figura poderosa são muito atraentes aos olhos dos homens, pois além
da força e capacidade para a luta as filhas de Obá são também um tanto ingênuas.
Apesar da falta de jeito para se relacionarem e de seu ar discreto, eles são pessoas muito educadas
e simpáticas, capazes de surpreenderem com seus conselhos pois são muito observadores e
intuitivos. Entretanto, costumam sofrer em silêncio, não gostam de entristecer ou preocupar os
outros com seus problemas, mas encontram em seu refúgio forças para esclarecimentos e
enfrentam as situações como ninguém, o que faz deles grandes vencedores na vida.
Os filhos de Logunan são sábios e religiosos, facilmente você os reconhece como pessoas
maduras e amorosas, capazes de amenizar as dores espirituais mais profundas. Todavia, nunca
ofenda um filho de Logunan, o tempo não apaga de sua memória o que o fez sofrer e isso ficará
ressentido e guardado por toda sua existência.
São curiosos e não aceitam uma afirmação facilmente, querem saber o porquê de tudo e estudar
possíveis caminhos, isso faz com que sejam ótimos em descobertas e estudos aprofundados. A
pressa e ansiedade não fazem parte de sua vida, eles precisam de espaço para
analisar meticulosamente cada detalhe, características que os tornam pessoas detalhistas e que
preferem na maioria das vezes trabalhar sozinhos.
Os filhos desse Orixá são ótimos julgadores, pois eles nunca usarão sua emoção para decidir algo,
serão sinceros e analisarão o contexto de forma racional e justa. Não são muito bons com
relacionamentos sociais, pois não fazem questão alguma de saber da vida alheia e muito menos
entra em uma fofoca. Possuem uma grande energia interna e mesmo com sua aparência esguia são
capazes de realizar muito mais coisas do que aparentam.
Nunca confunda o silêncio e isolamento dos filhos de Ossain com falta de carinho ou amor. Eles
são pessoas amorosas, mas precisam de seu tempo de solidão para se satisfazerem pessoalmente.
DIVISÃO DAS FOLHAS POR ORIXÁS
OBS: As folhas grifadas em itálico são as de uso mais freqüente em banhos, iniciações
ou lavagens de assentamentos e afins.
EXÚ
Picão, cambará, erva do diabo ou figueira do inferno, aroeira vermelha, dormideira,
pimentas (quaisquer), arruda, olho de gato, carrapicho, tiririca, alfavacão, perpétua,
sapê, cansanção, trombeta roxa, urtiga, maconha, branda-fogo ou folha de fogo,
vassourinha ou mastruz, mamona vermelha, corredeira, coroa de cristo, cana de açúcar,
arrebenta cavalo, bico de papagaio, azevinho, carurú ou bredo com espinho, tento de
Exú, comigo ninguém pode, assafétida, erva de bicho, espinheiro, erva grossa, losna,
hortelã pimenta, mandacaru, cacto, palmatória de Exú, pau d’alho, fortuna, patchouli,
babosa, assa peixe, avinagueira, barba de diabo, fedegoso, garra de diabo ou garra de
Exú ou unha de Pomba Gira, Jamelão, jurubeba, sempre viva, tinhorão roxo.
OGUM
Romã, milho, aroeira branca, akoko, alumã, visgo, sumaúma, cipó chumbo (Ogunjá),
lírio do brejo, pinhão branco ou roxo, tiririca, sapê, capixaba, espada de São Jorge,
lança de São Jorge, abre-caminho, guiné, guiné pipiu, cajazeiro, dendezeiro ou màriwò,
babosa, oficial de sala, folhas de inhame cará, dandá da costa (capim e raiz), mangueira
(principalmente espada), vence demanda ou vence tudo, peregum verde, agrião do
brejo ou erva botão ou pimenta d’água), carurú sem espinho, araçá, costela de adão,
eucalipto, goiabeira, espinheira santa, São Gonçalinho, alfavaquinha, beldroega,
camboatá, canela de macaco, capim limão, cordão de frade ou São Francisco, erva
tostão, erva de bicho, língua de vaca, losna, mutamba, pé de pinto, mal me quer,
coqueiro, carrapeteira.
OXÓSSI
Folhas de milho, folhas de coqueiro, murici, akoko, São Gonçalinho (principalmente os
mais guerreiros), visgo, pinhão branco e roxo, carrapicho, chifre de veado, dandá da
costa, sapê, taioba (principalmente Odé Inle), rama de leite, lágrima de Nossa Senhora,
guiné, guiné pipiu, acácia ou chuva de ouro, folhas de guaximba ou língua de galinha,
jasmim manga, carqueja, jurubeba, capim limão, cordão de frade ou São Francisco,
caiçara, guapo, colônia, alecrim do mato ou do campo, araçá, cajueiro, cipó caboclo,
erva curraleira, espinheira santa, juremeira, nicurizeiro, erva passarinho, chapéu de
couro, assa peixe, alfavaca, carurú sem espinho, cana fita, capeba, groselha, ingá,
língua de vaca, peregum verde, pitanga.
OSSAIN
OBS: Apesar de todo axé das folhas, e por conseqüência, todas as folhas, pertencerem
a Ossain, as folhas de fundamento do orixá e de uso mais comum para ele são:
Baunilha de nicuri ou nicurizeiro, tira teima, umbaúba branca, aroeira, akoko, cipó milomi
ou jarrinha, balainho de velho, aridan (folhas e favas), pimenta da costa, cipó chumbo,
bejerecum (folhas e favas), dandá da costa, andará (folhas e favas), sapê, hibisco
vermelho ou branco dobrado, trombeteira, quebra-pedra, erva pombinho, mamona, rama
de leite, lágrima de Nossa Senhora, erva vintém, pitangueira, jurubeba, ingá, obi, guapo,
orobô, patioba, peregum (verde ou rajado), barba de São Pedro ou sene, carrapicho,
erva pita, araçá, jureminha, cacau, café, carobinha, chapéu de napoleão (folhas), erva
andorinha, losna, olho de boi (folhas), louro, alecrim, alfavaquinha, amendoeira,
beldroega, canela de macaco, erva tostão, folhas de ficus, folhas de fumo, mal me que,
língua de galinha ou guaximba.
OMOLÚ/OBALUAÊ
Pata de vaca branca, erva passarinho, sete sangrias, rabujo, sabugueiro, cipó chumbo,
jenipapo, alfavaca, canela de velho, melão de São Caetano, quebra pedra, erva moura,
gervão, mostarda, cipó cabeludo, transagem, juá de capote, fedegoso, maria preta,
olhos de santa luzia ou marianinha, coreana, coroa de cristo, babosa, barba de velho,
jequitirana, cordão de frade ou de São Francisco, vassourinha, barba de boi, erva pita,
erva de Sta. Maria, carobinha, cinco chagas, copaíba, coqueiro de purga ou de catarro,
erva andorinha, erva de bicho, erva grossa, pau d’alho, kitoko, velame, viuvinha, cana
do brejo, alumã, beldroega vermelha, crisântemo, confrei.
OXUMARÊ
Erva passarinho, língua de galinha ou guaximba, dormideira, amendoim, folha da
riqueza (fortuna ou dólar ou dinheiro em penca), jibóia, folhas de batata doce, maria
preta, bananeira, vitória régia, oxibatá, tomateiro, trancinha de Oxumarê, melão de São
Caetano, coqueiro de Vênus, mutamba, parietária, rama de leite, cipó milomi ou jarrinha,
arrozinho, melancia, ojuorô, samambaia de poço ou pente de cobra, folhas trepadeiras,
de um modo geral.
IROKO
Gameleira branca ou Iroko, abiu, barba de velho, cajueiro, colônia, jaqueira, mãe boa,
cipó milomi, noz moscada, folhas de fruta pão, graviola, bananeira, mangueira, castanha
do Pará, erva pita, árvores centenárias de grande porte.
XANGÔ
Fortuna, cambará, romã, umbaúba branca ou vermelha, tamarindo, jaqueira, erva de
São João, alfavaca, xanan (aipim ou carurú sem espinho – para Barú), erva tostão,
pimenta de macaco, carurú sem espinho ou Oyó, branda fogo ou folha de fogo,
azedinha ou avinagueira, campainha, jaborandi, crista de galo, gerânio cheiroso, capim
fino, flamboyant, carrapeteira, cinco chagas, capim limão, alibé de Xangô (folhas e
favas), orobô, castanha do Pará, vence demanda, oxibatá vermelho, urucum,
cascaveleira ou xique-xique, cajueiro, camboatá, cruzeirinho, manjerona, negra-mina,
salsaparrilha, iroko ou gameleira branca, kitoko, lírio vermelho, lírio branco, elevante,
aroeira, beijo vermelho, capeba, erva prata, jarrinha ou cipó milomi, malva, para-raio,
panacéia, mangericão roxo, pena de Xangô.
OYÁ
Pata de vaca rosa, fedegoso, aroeira, dormideira, pinhão branco e roxo, bambú (folhas),
maravilha, trombeta rosa, erva tostão, erva prata, espada de Sta. Bárbara, lança de Sta.
Bárbara, branda fogo ou folha de fogo, campainha, mutamba, gerânio cheiroso, taquari,
fruta pão, para-raio, flamboyant, quiabo, amora, maracujá, cinco chagas, oxibatá rosa ou
vermelho, crista de galo, erva santa, jaborandi, peregum rajado, língua de vaca,
umbaúba vermelha, carurú sem espinho, canela de macaco, capeba, erva passarinho,
cipó milomi ou jarrinha, malva rosa, negra mina, parietária, rama de leite, taioba branca.
OXUM
Erva capitão ou abebê d’Oxum, picão, melão d’água, cipó milomi ou jarrinha, lavanda,
vassourinha de relógio, pimentinha d’água ou oripepê, bem me quer, mangericão
branco, melão, aguapé, elevante, hibisco, beti cheiroso ou aperta ruão, beti branco,
sândalo, carurú sem espinho, cana de jardim, brilhantina, trevo de quatro folhas, mal me
quer ou calêndula, erva cidreira, pata de galinha, capim fino, jambeiro rosa, erva vintém,
erva doce, pitangueira, mãe boa, macassá ou catinga de mulata, girassol (pétalas), erva
de Sta. Luzia, oxibatá amarelo ou branco, oriri, vassourinha d’Oxum, canela, alface,
assa peixe, cabelo de Vênus, flor de ouro ou botão de orunmilá, cajueiro, cravo, dinheiro
em penca, dólar, jasmim, tapete d’Oxum, poejo, colônia, lótus, melissa, flor de laranjeira,
alfazema, lírio, agoniada, amor do campo, capeba, malva branca, parietária, rama de
leite.
LOGUN
Combinação das folhas de Oxóssi e Oxum (verificar os caminhos para haver o
equilíbrio) + Coqueiro de Vênus, chifre de veado, comigo ninguém pode verde, peregum
rajado.
YEWÁ
Maravilha, batata de purga, cana de jardim ou bananeira de jardim, oxibatá lilás,
tomateiro, dormideira.
OBÁ
Vitória régia, oxibatá vermelho, tangerina, rosa vermelha.
IBEJI
Sapoti, flamboyant, quiabo, cana de açúcar, maracujá, bananeira, abacaxi, araruta,
poejo, uva.
IEMONJÁ
Melão d’água, coqueiro, lírio do brejo, melancia, mangericão branco, elevante,
maricotinha, beti branco, beti cheiroso, erva da jurema, erva prata, carurú sem espinho,
capeba, pariparoba, taioba branca, mostarda, lágrima de Nossa Senhora, salsa de praia,
azedinha do brejo ou erva saracura, mãe boa, macassá, emília, pandano (Iamacimalé),
oxibatá branco, vassourinha, árvore da felicidade (Iamacimalé), colônia, agrião d’água,
camboatá (Iamacimalé), rosa branca, uva, verbena, umbaúba branca, algas, panacéia,
alfazema, macela, aguapé, condessa, dandá do brejo, malva branca, papo de peru,
rama de leite, araçá da praia.
NANÃ
Pata de vaca branca ou rosa ou lilás, erva passarinho, espelina falsa, língua de galinha
ou guaximba, taioba, aguapé, melão de São Caetano, baronesa ou jacinto d’água,
mostarda, cipó cabeludo, maria preta, balaio de velho, marianinha, xaxim, azedinha do
brejo, mãe boa, batatinha, guacuri, oxibatá lilás, arnica do campo, manacá, quaresmeira,
viuvinha, umbaúba branca e roxa, vassourinha, alfavaca roxa, avenca, broto de feijão,
cana do brejo, capeba, cipreste, cipó milomi ou jarrinha, macaé, rama de leite.
OXALÁ
Fortuna, coqueiro, tamarindo, dama da noite, trombeta branca, oripepê, manjericão
branco, erva de bicho ou folha de igbi, guando, boldo ou tapete d’Oxalá, beti branco, beti
cheiroso ou aperta ruão, erva prata, mamona branca, brilhantina, parietária, mutamba,
lágrima de Nossa Senhora, beldroega, trevo de quatro folhas, algodão, alecrim, fruta
pão, mamoeiro, cabaceira, graviola, dendezeiro, salvia, língua de galinha ou guaximba,
erva vintém, azedinha do brejo, gameleira branca, folha de inhame cará, macaé, cinco
chagas, ingá, macassá, saião, emília, bananeira, guapo, língua de vaca, oxibatá branco,
oriri, chapéu de couro, carurú sem espinho, cana do brejo, amendoeira, bálsamo,
espinheira santa, benjoim, erva doce, colônia, lírio branco, jasmim ou junquilho, mirra,
noz moscada, pixurin, uva verde, maria sem vergonha branca, oliveira, elevante,
beldroega, louro, malva branca, paineira.
Os Orixás não são Deuses como muitas pessoas podem conceber como em outras
religiões, mas sim Divindades criadas por um único Deus: Olorun (dentro da
corrente Nagô) ou Zamby (dentro da corrente Bantu e das correntes
sincréticas).
Na UMBANDA (de uma maneira geral, pois existem variações referentes às
diversas ramificações existentes), os Orixás são cultuados como divindades de
um plano astral superior, ARUANDA, que na Terra representam às forças da
natureza (muitas vezes confundindo-se a força da natureza com o próprio Orixá):
Após passarem seus ensinamento voltaram à Aruanda, mas deixaram na Terra sua
essência e representatividade nas forças da natureza.
Em algumas correntes Umbandistas ditas sincréticas há a associações entre
Oxalá e Jesus Cristo, entre Santo Antônio e Exu, entre Santa Bárbara e Iansão,
entre São Jorge e Ogum ... E isso acabaou virando "uma simbiose Espiritual, uma
apropriação simbólica", em que a imagem do Santo Católico apenas representa um
Orixá, mas não é o Orixá; é apenas um símbolo, uma referência material e a
apropriação da data de comemoração do Santo para se louvar o Orixá.
Entendendo assim, que não se "baixa" São Jorge em umo terreiro, não se baixa
Santa Bárbara, mas sim, o Orixá, que é representado com a imagem do Santo.
Em alguns terreiros de Umbanda a associação sincrética (não em todos) acabau
virando transmutação religiosa. Esses terreiros deUmbanda acreditam que Oxalá
é Jesus e utilizam toda uma forma doutrinária voltada ao Cristianismo. Uns até
utilizam a Bíblia e, outros, o Evangelho Segundo o Espiritismo em sua doutrina e
estudos. Daí acabou surgindo as correntes que se auto denominam como
"Umbanda Cristã" ou "Umbandista Cristã".
Os Orixás e seus dias de comemoração (sincretismo Afro-Católico):
Orixá Sincretizado Como: Comemoração
Falangeiros do Orixá
Oxossi, Guias
Falangeiros do Orixá
Linha de Oxossi Oxossi, Falangeiros em
geral, guias mais
comuns: Caboclos,
Baoiadeiros e Baianos.
Linha de Almas ou Pretos-
Velhos
(Linha Africana ou dos Interagem com a Linha
Pretos-velhos.
Ancestrais - Babalorixás, do Orixá Omulu.
Yalorixás, Sacerdotes
diversos)
Pretos-velhos e
Caboclos, curadores e
Linha de Omulu Obaluayê
mandingueiros,
Exus e Pombogiras.
s falanges dentro das Linhas
As falanges são formadas por grupos de características iguais chamados guias,
assim temos os seguintes grupamentos dentro da Umbanda:
Pretos-velhos
Caboclos
Crianças
Boiadeiros
Marinheiros
Exus
Baianos
Ciganos
Orientais
AS FALANGES DA UMBANDA
As falanges espirituais são agrupamentos de espíritos afins a determinados orixás que
possuem semelhante vibração e compromisso caritativo: pretos velhos, caboclos, exus,
crianças, baianos, boiadeiros, marinheiros ciganos, orientais das mais diversas etnias,
entre outras formas e raças relacionadas à evolução humana no orbe.
É importante esclarecer algumas dúvidas mais comuns quanto à formação das falanges
na umbanda. Numa determinada falange pode haver centenas de espíritos atuando com
o mesmo nome, aos quais denominamos de falangeiros dos orixás. A falange de
Cabocla Jurema, por exemplo, é constituída de milhares de espíritos que adotam este
nome, como se fossem procuradores diretos da vibração do orixá Oxossi. Então, sob o
comando de um espírito, existe uma quantidade enorme de outros espíritos que se
utilizam dessa mesma "chancela" ou "insígnia" - uma espécie de autorização dos
Maiorais que regem o movimento umbandista e que identificam os que já adquiriram o
direito de trabalho nas suas frentes de caridade no orbe. Na verdade, quando um
médium incorpora uma Cabocla Jurema, ele se enfeixa na falange que tem uma vibração
peculiar. Por isso, pode ocorrer a manifestação de centenas de caboclas juremas ao
mesmo tempo, pelo Brasil afora, inclusive dentro de um mesmo terreiro.
(trecho retirado do Livro Umbanda Pé no Chão, Norberto Peixoto, Editora do
Conhecimento)
Formas de apresentação dos espíritos na Umbanda:
- Os caboclos são espíritos de índios brasileiros, sul ou norte-americanos, que dispõem
de conhecimento milenar xamânico do uso de ervas para banhos de limpeza e chás para
auxílio à cura das doenças. São entidades simples, diretas, por vezes altivas, como
velhos índios guerreiros. Com sua simplicidade, conquistam os corações humanos e
passam confiança e credibilidade aos que procuram amparo. São exímios nas limpezas
das carregadas auras humanas, experientes nas desobsessões e embates com o Astral
inferior. Na magia que praticam, usam pembas para riscar seus pontos, fogo, essências
cheirosas, flores, ervas, frutas, charutos e incenso.
Na Umbanda, os Caboclos (assim como preto-velhos, baianos, boiadeiros, crianças)
constituem uma falange e, como tal, penetram em todas as linhas, atuando em diversas
vibrações. Entretanto, cada um deles tem uma vibração originária, que pode ser ou não
aquela em que ele atua. Antigamente existia a concepção de que todo Caboclo seria um
Oxossi, ou seja, viria sob a vibração deste Orixá. Porém em nossa percepção,
compreendemos que Caboclos diferentes possuem Vibrações Originais Diferentes,
podendo se apresentar sob a Vibração de Ogum, de Xangô, de Oxossi ou Omulu. Já as
Caboclas, podem se apresentar sob as Vibrações de Iemanjá, de Oxum, de Iansã ou de
Nanã. Não há necessidade da Vibração do Caboclo-guia, coincidir com a do Orixá dono
da coroa do médium: o guia pode ser, por exemplo, de Ogum, e atuar em um sensitivo
que é filho de Oxossi; apenas neste caso, a entidade, embora sendo de Ogum,
assimilará a vibração de Oxóssi.
A magia praticada pelos espíritos de caboclos é sempre positiva, não existe na Umbanda
trabalho de magia negativa, ao contrário, a Umbanda trabalha para desfazer a magia
negativa.
- Os pretos velhos, tanto espíritos de idosos africanos escravizados e trazidos para o
Brasil, como de negros que nasceram em solo pátria, são símbolos de sabedoria e
humildade, verdadeiros psicólogos do profundo conhecimento dos sofrimentos e aflições
humanas. Joana de Ângelis, a venerável irmã conhecida da lide espírita, conhecedora da
alma e dos sofrimentos dos encarnados, arguta observadora do psiquismo, atua como
mais uma singela e anônima vovó preta nas frentes umbandísticas, assumindo um nome
simbólico, como tantos outros espíritos luminares, retomando a forma de uma antiga
encarnação em solo africano. A todos, esses espíritos missionários consolam
amorosamente, como faziam antigamente, inclusive nas senzalas após longo dia de
incansável trabalho físico.
A infinita paciência em ouvir as mazelas e choramingas dos consulentes fazem dos
pretos velhos as entidades mais procuradas nos terreiros. Assim como os caboclos,
usam ervas em suas mandingas e mirongas. Suas rezas e invocações são poderosas.
Com suas cachimbadas e fala matreira, espargem fumaça sobre a pessoa que está
recebendo o passe e higienizam as auras de larvas astrais e energias negativas. Com
seus rosários e grande amor, são notáveis evangelizadores do Cristo, e com muita
"facilidade" doutrinam os obsessores que acompanham os consulentes. Demonstram
que não é o conhecimento intelectual ou a forma racial que vale no atendimento
caridoso, e sim a manifestação amorosa e sábia, de acordo com a capacidade de
entendimento de cada filho de fé que os procuram.
- As crianças (chamada de ERÊ). São espíritos que já estiveram encarnados na terra e
que optaram por continuar sua evolução espiritual através da prática de caridade,
incorporando em médiuns nos terreiros de Umbanda. Em sua maioria, foram espíritos
que desencarnaram com pouca idade (terrena), por isso trazem características de sua
última encarnação, como o trejeito e a fala de criança, o gosto por brinquedos e doces.
Assim como todos os servidores dos Orixás, elas também têm funções bem específicas,
e a principal delas é a de mensageiro dos Orixás. Muitas entidades que atuam sob as
vestes de um espírito infantil, são muito amigas e têm mais poder do que imaginamos.
Mas como não são levadas muito a sério, o seu poder de ação fica oculto, são
conselheiros e curadores, por isso foram associadas a Cosme e Damião, curadores que
trabalhavam com a magia dos elementos. Não gostam de desmanchar demandas, nem
de fazer desobsessões .Preferem as consultas, e em seu decorrer vão trabalhando com
seu elemento de ação sobre o consulente, modificando e equilibrando sua vibração,
regenerando os pontos de entrada de energia do corpo humano. Esses seres, mesmo
sendo puros, não são tolos, pois identificam muito rapidamente nossos erros e falhas
humanas. E não se calam quando em consulta, pois nos alertam sobre eles. Eles
manipulam as energias elementares e são portadores naturais de poderes só
encontrados nos próprios Orixás que os regem. Quando incorporadas em um médium,
gostam de brincar, correr e fazer brincadeiras (arte) como qualquer criança. É necessária
muita concentração do médium (consciente), para não deixar que estas brincadeiras
atrapalhem na mensagem a ser transmitida. É comum em uma gira de criança, ver um
médium "cambaleando" antes de incorporar inteiramente, isso se dá devido à "disputa"
que estes espíritos travam para ver quem incorpora primeiro, bem típico desta linha. No
seu dia de comemoração acaba virando uma grande festa de aniversário, adoram
guaraná e doces e promovem uma animada "bagunça" quando baixam no terreiro. Sua
energia é transbordante de vitalidade e alegria, sendo capaz de derramar as maiores
bênçãos da fertilidade e da harmonia. Os "meninos" são em sua maioria mais
bagunceiros, enquanto que as "meninas" são mais quietas e calminhas. Alguns deles
incorporam pulando e gritando, outros descem chorando, outros estão sempre com fome,
etc... Estas características, que às vezes nos passam desapercebido, são sempre formas
que eles têm de exercer uma função específica, como a de descarregar o médium, o
terreiro ou alguém da assistência. Estas entidades são a verdadeira expressão da alegria
e da honestidade, dessa forma, apesar da aparência frágil, são verdadeiros magos e
conseguem atingir o seu objetivo com uma força imensa, atuam em qualquer tipo de
trabalho, mas, são mais procurados para os casos de família e gravidez. Os pedidos
feitos a uma criança incorporada normalmente são atendidos de maneira bastante
rápida. Entretanto a cobrança que elas fazem dos presentes prometidos é grande. Nunca
prometa um presente a uma criança e não o dê assim que seu pedido for atendido, pois
a "brincadeira" (cobrança) que ela fará para lhe lembrar do prometido pode não ser tão
"engraçada" assim.
- O Caboclo Boiadeiro. Dentre muitos caboclos que baixam em vários terreiros, o
Caboclo Boiadeiro tem sempre uma participação especial nas seções de caboclo.
Boiadeiro é muito respeitado por trazer de volta ao nosso convívio toda a sua experiência
adquirida em tempos de boiada, do sertão bravio, do homem responsável pela conduta
da boiada do seu patrão. De um modo geral, Boiadeiro usa um chapéu de couro com
abas largas (para proteger-lhe do sol forte), calças arregaçadas e movimenta-se muito
rápido. Um pequeno cântaro para carregar água, tão importante para a viagem. O
chicote que usa para açoitar a rez feroz. A corda, usada para laçar o boi bravo, ou para
pegar aquele que se afasta da boiada, ou ainda usada para derrubar o boi para abate.
Boiadeiro, na verdade, traz toda uma soma de sabedoria acumulada dessas viagens e
vivências do campo. Na verdade, estamos descrevendo uma maravilhosa entidade de
muita luz e muita força. O caboclo boiadeiro está ligado com a imagem do peão
boiadeiro, habilidoso, valente e de muita força física. Vem sempre gritando e agitando os
braços como se possuísse na mão, um laço para laçar um novilho. Sua dança simboliza
o peão sobre o cavalo a andar nas pastagens. Em geral, trabalha rodando sua guia por
sobre a cabeça do consulente e depois a esfregando pelo seu corpo, para promover a
limpeza do campo áurico. Invariavelmente a guia arrebenta... Enquanto os "caboclos
índios" são quase sempre sisudos e de poucas palavras, é possível encontrar alguns
boiadeiros sorridentes e conversadores.
- Os Baianos. A corrente baiana é formada por espíritos alegres, brincalhões,
descontraídos e são poderosos em"desmanchar" demandas. São pessoas que viveram
na Bahia (geralmente), e que vêm ao terreiro para passar seu axé, e sua energia
positiva. São muito conselheiros, orientadores, aguerridos e chegados à dança durante a
qual trabalham enquanto giram com seus passos próprios. Apreciam as "festas" que lhes
fazem, onde bebem batida de coco e comem comidas típicas da cozinha baiana. A gira
do Povo Baiano é muito animada, estas entidades, também têm muito o que ensinar.
- Os marinheiros. Esses falangeiros chegam do mar e desembarcam em terra, sua
alegria é contagiante, abraçam a todos, brincando sempre, com aquele jeito meio
“maroto”, embriagado. São os Marinheiros, grupo de Espíritos que trabalham na
Umbanda em prol da caridade.
Eles conheceram muito bem o mar e a navegação, pois participaram da descoberta de
novos mundos através das viagens que empreenderam que duraram anos e anos.
As Entidade de Marinheiro trabalham na Linha de Iemanjá que compõe o chamado “Povo
da Água”. Seus conselhos e mensagens são sempre cheios de esperança e de fé.
Costumam trabalhar em grupos. São fortes, pois enfrentarem guerras e mares agitados,
mas também conheceram a calmaria e a bonança.
Dão consultas, passes e também fazem trabalhos fortes de descarrego que envolvam
grandes demandas. Em algumas casas, também costumam trabalhar nas giras de
desenvolvimento de Médiuns.
Todas as pessoas tem uma idéia muitas vezes distorcida desta linha de trabalho. Os
marinheiros são em sua grande maioria espíritos que militam a umbanda para dar
sustento no campo da diluição de cargas trevosas, outros atuam como elementos de
sustentação de trabalhos voltados a curas, atraindo os poderes elementais dos quais
estes espíritos de alto grau espiritual, trazem consigo.
Na realidade estes abnegados servidores da lei são verdadeiros “magos que atuam nos
mistérios aquáticos” e com uma forma de atuação única dentro dos domínios da
umbanda. Como magos, trazem para nós, a possibilidade de nos libertarmos de nossos
entraves, com uma forma bem simpática lidam com os consulentes de forma
extrovertida, deixando o assistido muito a vontade com trejeitos peculiares desta linha
maravilhosa da umbanda.
Muito diferente do que imaginamos, estes irmãos do astral não são e não estão
embriagados, como muitos se mostram, na realidade sua forma de balanço é uma
maneira de liberar suas ondas energéticas se utilizando do próprio médium.
Retirado da página : https://povodearuanda.wordpress.com/2007/07/29/marinheiros/
- Os orientais se apresentam como hindus, árabes, marroquinos, persas, etíopes,
chineses, egípcios, tibetanos, e nos trazem conhecimentos milenares. São espíritos que
encarnaram entre esses povos e que ensinam ciências "ocultas", cirurgias astrais,
projeções da consciência, cromoterapia, magnetismo, entre outras práticas para a
caridade que não conseguimos ainda transmitir em palavras. Por sua alta freqüência
vibratória, criam poderosos campos de forças para a destruição de templos de feitiçaria e
de magias negativas do passado, libertando os espíritos encarnados e desencarnados.
Incentivam-nos no caminho da evolução espiritual, por meio do estudo e da meditação;
conduzem-nos a encontrar o Cristo interno, por meio do conhecimento das leis divinas
aplicadas em nossas atitudes e ações; atuam com intensidade no mental de cada
criatura, fortalecendo o discernimento e a consciência crística.
- Os ciganos são espíritos ricos em histórias e lendas. Foram nômades em séculos
passados, pertencentes a várias etnias. Em grande parte são do antigo Oriente.
Erroneamente são confundidos com cartomantes ociosas de praças públicas que, por
qualquer vintém, lêem as vidas passadas. São entidades festeiras, amantes da liberdade
de expressão, excelentes curadores, trabalham com fogo e minerais. Cultuam a natureza
e apresentam completo desapego às coisas materiais. São alegres, fiéis e ótimos
orientadores nas questões afetivas e dos relacionamentos humanos. Utilizam
comumente nas suas magias moedas, fitas e pedras, perfumes e outros elementos para
a caridade, de acordo com certas datas e dias especiais sob a regência das fases da
Lua.
- As Pomba-Giras, Pombogira ou Bombogira: O termo Pomba-Gira é corruptela do termo
"Bombogira" que significa em Nagô, Exú.
A origem do termo Pomba-Gira, também é encontrada na história.
No passado, ocorreu uma luta entre a ordem dórica e a ordem iônica. A primeira
guardava a tradição e seus puros conhecimentos. Já a iônica tinha-os totalmente
deturpados. O símbolo desta ordem era uma pomba-vermelha, a pomba de Yona. Como
estes contribuíram para a deturpação da tradição e foi uma ordem formada pela maioria
por mulheres tinham que saldar suas dívidas. Atualmente elas vem pela Lei de Umbanda
como Pomba-giras para ensinar, e fazer seu resgate do passado.
Se Exú já é mal interpretado, confundindo-o com o Diabo, quem dirá a Pomba-Gira?
Dizem que Pomba-Gira é uma mulher da rua, uma prostituta. Que Pomba-Gira é mulher
de Sete Exús! As distorções e preconceitos são características dos seres humanos,
quando eles não entendem corretamente algo, querendo trazer ou materializar conceitos
abstratos, distorcendo-os.
Pomba-Gira é um Exu Feminino, não são prostitutas. Na verdade, dos Sete Exús Chefes
de Legião - do Sétimo Grau, apenas um Exu é feminino, ou seja, ocorreu uma inversão
destes conceitos, dizendo que a Pomba-Gira é mulher de Sete Exu.
Dentro da hierarquia do Exú Feminino (Pomba-Gira), estão divididas em níveis diversas
outras pombas-gira, da mesma forma que as demais falanges.
É claro que em alguns casos, podem ocorrer que uma delas, em alguma encarnação
tivesse sido uma prostituta, mas, isso não significa que as pombas-gira tenham sido
todas prostitutas e que assim agem.
A função das pombas-gira está relacionada à sensualidade. Elas frenam os desvios
sexuais dos seres humanos, direcionam as energias sexuais para a construção e evitam
as destruições.
A sensualidade desenfreada é um dos "sete pecados capitais" que destroem o homem: a
volúpia. Este vício é alimentado tanto pelos encarnados, quanto pelos desencarnados,
criando um ciclo ininterrupto, caso as pombas-gira não atuassem neste campo
emocional.
As pombas-gira são grandes magas e conhecedoras das fraquezas humanas. São, como
qualquer Exu, executoras da Lei e do Karma.
Cabe a elas esgotar os vícios ligados ao sexo. Quando um espírito é extremamente
viciado ao sexo, elas, às vezes, dão a ele "overdoses" de sexo, para esgotá-lo de uma
vez por todas.
Elas, ao se manifestarem, carregam em si, grande energia sensual, não significa que
elas sejam desequilibradas, mas sim que elas recorrem a este expediente para
"descarregar" o ambiente deste tipo de energia negativa.
São espíritos alegres e gostam de conversar sobre a vida. São astutas, pois conhecem a
maioria das más intenções.
- Os Exus: aqui trataremos de Exu entidade e não como vibração cósmica ( exu Orixá).
Estes espíritos, assim como os Preto-velhos, e crianças são servidores dos Orixás. Não
se devem confundir os Exus da Umbanda com Exu da Nação (candomblé), pois são
diferentes. Apesar das imagens de Exus, fazerem referência ao "Diabo" medieval
(herança do Sincretismo religioso), eles não devem ser associados à prática do "Mal",
pois como são servidores dos Orixás, todos tem funções específicas e seguem as ordens
de seus "patrões". Dentre várias, duas das principais funções dos Exus são: abertura dos
caminhos e a proteção de terreiros e médiuns contra espíritos perturbadores, seja
durante a gira ou obrigações, ou na defesa do dia a dia. Desta forma estes espíritos não
trabalham somente durante a "gira de Exus" dando consultas, onde resolvem problemas
de emprego, pessoal, demanda e etc... de seus consulentes. Mas também durante as
outras giras (Caboclos, Preto-velhos, Crianças), protegendo o terreiro e os médiuns, para
que a caridade possa ser praticada. Os exus recebem na Umbanda certas
denominações como Povo de Rua, Compadres e Comadres, Guardiões etc , para
classificar entidades que trabalham num plano astral evolutivo. Estas entidades são
firmadas em um lugar chamado de tronqueira. São verdadeiros guardiões, cumpridores
das Leis do Carma , Lei do Retorno, Lei da Ação e Reação, ou seja, das Leis Divinas.
Trabalham na linha chamada de esquerda, que significa a esquerda da Cruz de Cristo.
Costumam trabalhar com velas, charutos, cigarros, punhais em seus pontos riscados,
pembas brancas, pretas e vermelhas. Devido ao seu temperamento forte e alegre
costumam atrair bastante os consulentes. É a Polícia de Choque da Umbanda, é quem
cobra na hora e também é quem tem maior ligação com os seres encarnados.
Na falange de Exu existem muitos, entre eles, estão: Exu Tranca-Rua-das-Almas, Exu
Tirirí, Exu Marabô, Exu Veludo, Exu Morcego, Exu Gira-mundo, Exu Caveira , Exu
Ventania etc.
ESCLARECIMENTO: na Umbanda o nome EXU tem significado de GUARDIÃO DE LUZ
, que trabalha „nas‟ Trevas por ser útil ao tipo de serviço e para sua EVOLUÇÃO e dos
irmãos que resgata.
Mas apenas para relatar a opinião de alguns autores e evitar confusões passemos a
algumas definições. Alguns autores separam os Exus em três tipos:
EXU PAGÃO (erroneamente assim chamados): é aquele que não sabe distinguir o Bem
do Mal, trabalha para quem pagar mais. Não é confiável, pois se pego, é castigado pelas
falanges do Bem, então volta-se contra quem o mandou. É tido como o marginal da
espiritualidade, aquele sem luz, sem conhecimento da evolução, trabalhando na magia
para o mal, embora possa ser despertado para evoluir de condição.
Para evitar essa confusão, não damos aos chamados “Exus Pagãos” a denominação de
“Exu”, classificando-os apenas como Kiumbas. E reservamos para os ditos “Exus
Batizados” a denominação de “Exu”.
EXU BATIZADO: é todo aquele que já conhece o Bem e o Mal, tendo plena consciência
de seus atos; são os executores das ordens das entidades chefes de terreiro, a cujo
serviço evoluem sempre na prática do bem, porém conservando suas forças de
cobrança, de executores da Lei, esgotando os vícios e mazelas humanas, não devendo
confundir isso com a prático do Mal.
EXU COROADO: é aquele que após grande evolução como empregado das Entidades
do Bem, recebem por mérito, a permissão de se apresentarem como elementos das
linhas positivas, Caboclos, Pretos Velhos, Crianças, etc.
Texto retirado: 1- Livro Umbanda Pé no chão, Norterto Peixoto; 2- Blogspot Lar
Umbandista Pai Xangô Caboclo Peã Branca.
Dicionario de Umbanda
A
Abadá: Túnica longa, de mangas largas, em geral branca, utilizada inicialmente por
negros muçulmanos; hoje designa roupa com a qual se identificam grupos religiosos.
Abaré: Médium já desenvolvido.
Abaré-Guassu: Grande trabalho
Abaré-Mirim: Médium em início de desenvolvimento.
Adjá: Espécie de sineta, às vezes múltipla (tem de 1 a 7 bocas), tocada nos rituais
pelos pais-de-santo com a finalidade de invocar entidades e Orixás, seja para que
venham participar dos trabalhos, seja para que atendam a algum pedido. É usado
também para induzir os médiuns ao transe.
Agô: Pedir agô é pedir licença, pedir permissão para realizar algo, pedir perdão.
Ajeum: Nome dado para as comidas votivas servidas dentro do terreiro.
Aldeia: Terreiro; Templo; É o conjunto de pessoas nele contida (caboclo).
Alguidar: Vasilha de barro empregada para fazer a comida destinada aos Orixás,
também utilizada pelos guias para a realização de alguns trabalhos como acender
velas, consagrar guias de contas etc.
Amaci ou Amassi: Líquido preparado com ervas e água procedente de variadas
fontes, usado para dar firmeza aos médiuns. As ervas costumam ser maceradas e
ficam em repouso numa vasilha de louça por algum tempo, geralmente 7 dias(o tipo
da erva e o tempo que devem ficar maceradas depende de cada Orixá). O poder das
ervas e a força do ritual (colocação das ervas no ori do médium) propiciam uma
conexão mais direta com o Orixá correspondente. As folhas são do orixá chefe do
templo e as de Ossain.
Amuleto: Objeto com finalidade protetora (poder passivo), que se traz pendurado ao
pescoço, consigo na roupa, guardado no bolso, na bolsa ou em casa. Considera-se
que tenha o poder de afastar os maus fluídos que trazem doenças, má sorte, morte,
etc. Pode ser medalha, figura, inscrição ou objetos, dentro de um saquinho ou
qualquer objeto “preparado”, para defesa, de qualquer material: pedra, marfim,
madeira, metal, pano, etc.
Aparelho: Designa a pessoa que serve de suporte para a “descida” do orixá ou da
entidade do médium.
Aruanda: Infinito, céu, morada do criador, plano espiritual mais elevado; nome dado
ao local onde estão os guias que trabalham na Umbanda.
Assitência: Grupo de visitantes em um Terreiro de Umbanda que aguardam pelo
atendimento das Entidades ou apenas assistem a uma Gira.
Axé: Força, energia, poder. Pode ser a energia que está nos elementos puros da
natureza ou a que está concentrada dentro de um terreiro, trazida pelos guias que ali
trabalham (que formam a egrégora da casa) e pelos objetos mágicos utilizados,
incluindo os fundamentos que, em geral, se encontram enterrados sob o solo do
terreiro.
B
Babá: Termo que entra em grande número de palavras, com diferentes significados.
No sentido de pai, compõe o nome de diferentes sacerdotes: Babalorixá; Babaojê;
Babalaô; Babalossain; etc. Chefe feminino nos templos de umbanda; títulos de Orixá
nos Candomblé.
Babalorixá: Chefe masculino de terreiro; Sacerdote de candomblé; ou de umbanda
(a umbanda também o usa = Babalaô). Denominado popularmente “pai-de-santo”,
dirige tanto o corpo administrativo como o sacerdotal. Substitui o Axogum; pode
colher as ervas sagradas. Orienta a vida espiritual da comunidade religiosa; quando
o dirigente é mulher deve-se usar Yalorixá.
Baixar: Possuir por parte do orixá ou entidade, o corpo de um filho ou filha de santo.
Banda: Lugar de origem de entidade.
Banzo: Sentimento de saudade que os escravos sentiam de sua terra natal;
nostalgia. Atualmente os pretos velhos usam a expressão para designar um estado
emocional aproximado de depressão.
Barraco, Buraco ou Cazuá: Casa, residência da pessoa; pode ser usado também
para designar um local qualquer, inclusive o próprio terreiro.
Bater Paô: Bater palmas para despertar energias e chamar entidades. Maneira de
apresentar-se ao Orixá para dizer: “aqui estou para reverenciá-lo; olhe por mim!”
Bori: Ritual, em geral do Candomblé, no qual o médium oferece sua cabeça ao
orixá.
Boró: Pagamento que se faz em troca de um trabalho espiritual ou de oferendas a
entidades. Também usado como sinônimo de dinheiro, assim como “Pataco”;
“Jimba” ou “Jimbo”; “Plata” (no caso dos ciganos) ou “Prata”; “Cobre”. Há inúmeras
formas pelas quais os guias se referem à moeda corrente.
Breve: Espécie de Patuá; pequeno envelope de pano ou couro, contendo uma
oração ou imagem de santo. Usado como proteção.
Burro: Modo como alguns guias (em geral os Exus) chamam seus médiuns. Estes
são chamados também de Cavalo ou (no Kardecismo) de Aparelho. Em todos os
casos, a ideia é a de alguém que empresta seu corpo para ser utilizado por uma
entidade que precisa realizar um trabalho espiritual.
C
Cabeça Maior: Pessoa de alta hierarquia no templo.
Cabeça de Legião: Exús batizados e que controlam os mais atrasados.
Cadinho: Presente, agrado.
Calunga Pequena: Cemitério; também chamado de Campo Santo.
Calunga Grande: Mar, considerado o grande cemitério da humanidade.
Camarinha: Espaço existente nos terreiros que tem como finalidade abrigar os
médiuns em suas obrigações, em certos rituais, como a feitura de santo, por
exemplo. Em geral é um compartimento isolado, para que o médium possa ter
tranquilidade ao realizar suas obrigações ou meditações.
Campo Santo: Sinônimo de Cemitério. O mesmo que Calunga Pequena.
Canjerê: Reunião de pessoas para a prática de cerimônias religiosas africanas, em
geral para praticar o que os homens brancos chamavam de “feitiçaria”. O termo
também é utilizado para designar uma dança nos moldes africanos.
Canjira: Filho homem.
Capangueiro: Termo usado no sentido de companheiro.
Caricó: Templo, Terreiro.
Carregado ou Carregada: Pessoa que está com más vibrações espirituais, o que é
demonstrado por mal-estar, medo sem causa, etc.
Caruruto: Charuto.
Casa das Almas: Pequeno cômodo com velas, cruzes. Alguns templos colocam a
imagem de Obaluayê.
Casa Grande: Sinônimo de Hospital ou Clínica Médica.
Casa Limpa: Templo livre de más influências e de demandas.
Catimbozeiro: Termo para chefe de Catimbó, no sentido de feiticeiro terrível.
Catira: Espécie de dança que lembra os movimentos rítmicos dos primitivos
africanos. É mais praticada na zona rural: os dançarinos, em fileiras opostas, cantam
e batem o pé para marcar o ritmo.
Catular: Cortar o cabelo do médium na preparação do ritual de raspagem para
Iniciação.
Cavalo: Pessoa que serve de suporte para os Orixás ou Entidades. É o Médium. O
mesmo que Aparelho ou Burro.
Cazuá: Terreiro, Templo, Local.
Cera dos Três Reinos: São ceras utilizadas em trabalhos de Umbanda. As 3 ceras
e seus respectivos reinos correspondentes são os seguintes: 1: Carnaúba (Reino
Vegetal). 2: Abelha (Reino Animal). 3: Parafina (Reino Mineral).
Chamego ou Dengo: Carinho, namoro, relações sexuais.
Chefe de Cabeça: Entidade guia protetora do médium.
Chefe de Falange: Entidade espiritual muito evoluída, já livre de reencarnação, que
serve como guia a um conjunto de espíritos também adiantados e vibrantes em uma
mesma corrente espiritual.
Chefe de Terreiro: Entidade responsável por orientar e coordenar os trabalhos
realizados em um Terreiro de Umbanda. O mesmo que Dirigente Espiritual.
Chefe de Legião: Entidade de grande evolução espiritual, que “descem” nos
terreiros representando Orixás, dentro de suas linhas ou correntes vibratórias.
Choque de Retorno: Ação de voltarem as más vibrações de um feitiço, atingindo
quem o fez ou encomendou.
Coité: Cumbuca feita originalmente de uma cabaça cortada ao meio no sentido
horizontal. Atualmente é feita de casca de coco seco.
Compadre: Designação para Exú.
Congá ou Oca: Casa de fé; Local onde se praticam os rituais. Em geral são
chamados de Terreiros, Templos ou Tendas de Umbanda. Congá também é
utilizado para denominar o “altar” onde são colocadas as estatuas (imagens) dos
Orixás e Guias e algumas firmezas em uma Casa de Umbanda.
Consulta: Conversa entre Consulente e a Entidade com intuito de receber um passe
e/ou desmanchar alguma demanda.
Consulente: Pessoa que se dirige a uma Entidade com intuito de receber um passe
e/ou desmanchar alguma demanda.
Corre-Corre: Sinônimo de veículo, automóvel.
Cubata: Casa muito simples, choça ou choupana.
Curiar: Comer ou beber.
D
Dar Firmeza ao Terreiro: Ato de riscar ponto na porteira, sob o altar, defumar,
cantar pontos, etc. São feitas antes de uma sessão, para afastar ou impedir a
entrada de más influências espirituais.
Dar Passagem: Ato do Orixá ou guia deixar o médium para que outra entidade nele
se incorpore.
Deká: Ritual de comemoração do sétimo aniversário de iniciação sacerdotal. Nessas
ocasiões o Pai-de-Santo responsável pelo filho que comemora os sete anos entrega
a ele os instrumentos necessários à prática religiosa, principalmente aqueles que
serão utilizados quando da coroação de seus próprios filhos, como facas, navalhas,
tesouras, cuias.
Demanda: Desentendimento, problemas ou lutas espirituais entre Orixás ou
entidades, entre terreiros, entre pessoas.
Descarga: Ação de afastar do corpo de alguém ou de um ambiente vibrações
negativas ou maléficas por meio de banhos, passes, defumação, queima ou pólvora.
Descarregar: Livrar alguém ou um ambiente de vibrações maléficas ou negativas.
Descer: Ato do Orixá ou Entidade incorporar em um médium.
Desencarnar: Ato do espírito da pessoa deixar o corpo (morrer). O mesmo que
no Espiritismo.
Desenvolvimento: Aprendizado dos médiuns iniciados para melhoria de sua
capacidade mediúnica, com a finalidade de incorporação de entidades.
Despachar: Ato de colocar, arriar em local determinado pelos Orixás ou Entidades
suas oferendas.
Despachar Exú: Enviar Exú, por meio de Oferendas (bebidas, comidas, cânticos e
sacrifício animal), para impedi-lo de perturbar uma cerimônia.
Despacho: Oferenda feita a Exú com a finalidade de enviá-lo como mensageiro aos
Orixás e de conseguir sua boa vontade, para que a cerimônia a ser feita não seja
perturbada. Oferta feita por terreiros de Quimbanda com a finalidade de pedir o mal
para alguém, geralmente colocado em encruzilhada. Oferenda a Exú com finalidade
de desfazer trabalhos maléficos.
Djacutá: Originalmente é uma das qualidades de Xangô e refere-se à sua
capacidade de arremessar pedras e raios. Por extensão de sentido, designa a força
de determinadas pedras consagradas com fins de dar firmeza ao médium e facilitar
o recebimento de boas vibrações.
E
Ebó: Alimento ritualístico que é oferecido aos Orixás ou Exús, podendo ser uma
oferenda para agradar-lhe ou algo que vai servir como despacho para limpar
energeticamente uma pessoa. Os alimentos, em geral, são passados pelo corpo da
pessoa que está sendo tratada.
Egum: No Candomblé é um ancestral morto, cultuado pelos africanos (Iorubanos,
grupo ético da Nigéria). Nas giras de Umbanda, costuma-se chamar de egum o
espírito desencarnado que vaga, sem conseguir atingir sua evolução no mundo
astral.
Eledá: Entidade protetora de uma pessoa, sincretizada, aqui no Brasil, com o Anjo
da Guarda da cultura Cristã.
Encarnação: Ato de vir um Espírito à vida terrestre, tomando um corpo, ou voltar
num corpo novo e continuar sua evolução espiritual.
Enconsto: Espírito de Desencarnado que se aproxima e “encosta” nas pessoas,
trazendo-lhe prejuízos emocionais, espirituais e materiais, além de abalar a saúde
(uma vez que suga as energias) da pessoa que está sendo vampirizada. Rezas,
passes e banhos ajudam a afastá-lo, mas o ideal é a Doutrinação, para que esse
espírito encontre o caminho da Evolução.
Encruza: Local onde habitam os Exús. É o cruzamento dos caminhos, vias férreas,
ruas, etc.
Encruzar: Fazer cruzes com a Pemba na testa, nuca, mãos e pés do médium com a
finalidade de protegê-lo ou de auxiliá-lo na ligação com as Falanges que vão tomar
conta dos trabalhos. O encruzamento também pode ocorrer no chão do Terreiro,
com a finalidade de trazer segurança aos trabalhos. Esse ritual é feito pelo Dirigente
Espiritual da Casa, sob a irradiação de um ponto especificamente cantado para isso.
Engira: O mesmo que gira – trabalho – sessão.
Entidade: Seres espirituais na Umbanda.
Escora: Pessoa que suporta os ataques de espíritos obsessores sem ser
prejudicada.
Escrevinhador ou Escrevedor: Lápis, caneta, qualquer coisa que escreva.
Espírito de Luz: Espírito muito desenvolvido, superior e puro.
Espírito Sem Luz: Espírito inferior, pouco evoluído, ainda apegado a matéria.
Espíritos Obsessores: Espíritos sem nenhum desenvolvimento espiritual, que se
apossam das pessoas, fazendo-as sentirem-se doentes e prejudicando-as em todos
os sentidos.
F
Falange: O mesmo que Legião, conjunto de seres espirituais que trabalham dentro
de uma mesma corrente (Linha). Subdivisão das linhas de Umbanda, cada uma com
suas funções definidas e dirigidas por um Chefe de Falange (espírito superior).
Fazer a Passagem: O mesmo que Desencarnar.
Fechar a Gira: Encerrar uma sessão ou uma cerimônia em que tenha havido
formação de corrente vibratória.
Fechar a Tronqueira: Fechar o Terreiro às más vibrações dos Quiumbas, por meio
de defumação e aspersão de aguardente nos quatro cantos do local onde se
realizará o culto.
Feitiço: Irradiação de forças negativas e maléficas contra alguém. Despacho. Objeto
que contém vibrações maléficas para atingir a quem tocar.
Filho de Fé: Designação usada para denominar um médium de Umbanda.
Firmar: Concentrar-se para a Incorporação. Dar segurança a um ato.
Firmar Porteira: Riscar a entrada do templo em um ponto especial para protegê-lo
das más influências ou fazer defumação na entrada.
Firmar Anjo da Guarda: Fortalecer, por meio de rituais especiais e Oferendas de
comida votivas o Orixá patrono do médium.
Firmar Ponto: Cantar coletivamente o Ponto (cântico) determinado pela Entidade
que vai dirigir os trabalhos, para conseguir uma concentração da corrente espiritual.
Filá: Originalmente feito de palha-da-costa, é o que recobre a cabeça de Omulú e de
onde saem franjas que ocultam seu rosto. Atualmente, usa-se o termo para designar
uma espécie de gorro ou lenço que o médium usa como proteção para seu Ori.
Firmeza: O mesmo que segurança. Conjunto de objetos com força mística (Axé),
que enterrados no chão, protegem um terreiro e constituem sua base espiritual.
Fluídos: Emanações, positivas ou negativas, das forças cósmicas, que podem ser
manejadas por agentes espirituais para o bem ou para o mal.
Força Espiritual: Poderes e conhecimentos que um médium possui quando em
transe e quando as Entidades que o protege têm. Quando possuem grande poder,
são fortes e importantes no Plano Astral.
Fundamentos: Leis de Umbanda, suas crenças.
Fundanga ou (Tuia, na linguagem dos Caboclos): Pólvora quando usada para fazer
descarrego. Por extensão, também se chama de Fundanga o ritual em que a pólvora
é queimada num círculo de fogo, abrindo em espiral um portal de uma terceira
dimensão. A pólvora funciona como um acelerador de partículas, libera gases e
corta os cordões fluídicos negativos, afastando das pessoas que estão dentro do
círculo os elementos negativos e as Larvas Astrais que se desintegram na corrente
elétrica criada. Por ser um elemento magístico poderoso, só pode ser utilizada por
entidades que tenham a permissão para fazê-lo, na presença do dirigente da casa.
G
Gaiola: Apartamento; viver em gaiola significa morar num prédio de apartamentos.
Ganga: “Nganga” é palavra de origem Kimbundo que significa mágico, feiticeiro ou
vidente. Para os angola-congolenses é o chefe supremo, o Tata. O nome Ganga
também denomina os chefes dos antigos terreiros cabindas.
Garrafada: Mezinha (remédio caseiro) preparada pelos guias. Consiste em colocar
ervas maceradas, raízes ou pedaços de cascas de plantas em garrafa (em geral de
vinho branco licoroso) para que fique descansando por um certo tempo e depois
seja ingerida pelo doente para a cura de determinados males. Às vezes os guias
recomendam que a garrafada seja enterrada por alguns dias antes de ser
consumida. Quando para uso externo, a poção pode ser feita em álcool de cereal.
Gira: Sessão religiosa, com cânticos e danças para cultuar as entidades espirituais.
Pode ser definida para uma linha específica. Ex.: Gira de Caboclo, Gira de Exu.
H
Hora Grande: Meia-noite.
Hora Pequena: Meio-dia.
Homem das Encruzilhadas ou Homem de Rua: Sinônimo de Exú.
Homem de Branco: Médico, Enfermeiro, pessoas ligadas à área da saúde.
Humaitá: É uma planície do Amazonas onde havia muitas tribos, de onde alguns
caboclos que baixam na Umbanda hoje vieram, e na mitologia tupi era onde se
consagrava o deus da guerra, protetor dos guerreiros, deus este que tem uma
ligação muito forte com Ogum. Na Umbanda esta expressão se refere ao lugar onde
os Caboclos de Ogum moram, similar a Aruanda e Matas, mas também determina
um ponto de forças da linha.
I
Ibi: Lugar, chão, terra; por extensão de sentido, pode ser usado como sepultura.
Ilê: Casa, moradia, residência; por extensão, a palavra é usada para designar
barracões onde se pratica o Candomblé.
Incorporar ou Incorporação: Processo de aproximação da entidade ao médium,
onde a mesma assume o controle das funções motoras e de fala do médium, se
utilizando delas para realizar passes, trabalhos e passar orientações, geralmente
utilizando os Chakras Frontal (Ajna), Laríngeo (Visuddha) e Cardíaco (Anahata).
Transe, possessão mediúnica.
Ita: Pedra de santo, pedra consagrada; às vezes os guias preparam “itas” que ficam
ocultas no Peji para proteção da casa.
J
Jaci: Lua na fala de alguns Caboclos, principalmente os de Oxóssi e Xangô.
L
Legião: Exército de seres espirituais, o mesmo que Falange. Conjunto de seres
espirituais de grande evolução. Conjunto de espíritos elementares em evolução.
Lei da Umbanda: A crença da Umbanda e seus rituais.
Letrado: Indivíduo que tem estudo ou diploma.
Linha: Faixa de vibração, dentro da corrente vibratória espiritual. Um Orixá também
chamado protetor e que é chefe dos seres que vibram e atuam nessa faixa.
Conjunto de falanges que se subdivide em uma faixa vibratória. Conjunto de
representações (corporal, dança, cores, símbolos) e rituais (comidas, bebidas, dia da
semana), etc. de cada Orixá ou entidade. Conjunto de cerimônias rituais de
determinado tipo. Ex.: Linha de Umbanda, Linha Branca, etc.
Linha Branca: Ritual visando unicamente o bem.
Lua Inteira: Corresponde ao período de um mês.
Lua Grande: Corresponde ao período de um ano.
M
Macaia: Mata, lugar onde os guias (principalmente os da linha de Oxóssi) trabalham
e os médiuns podem fazer oferendas e/ou “retiros” para, em contato com a natureza,
readquirir forças psíquicas. Pode significar também as folhas dessa mata.
Macumba: Antigo instrumento musical usado outrora nos terreiros afro-brasileiros.
Nome que os leigos usam para denegrir a Umbanda. Nome que os leigos usam para
designar “despacho” de rua (pejorativo).
Madrinha: O mesmo que dirigente espiritual, Mãe de Santo, Babá sacerdotisa.
Termo utilizado na Umbanda para designar a Entidade Espiritual e/ou Médium que
foi escolhido por um Filho de Fé para batizá-lo.
Mandinga: Originalmente, nome de um povo do norte da África e da língua falada
por ele. Por extensão e deturpação de sentido, passou a determinar certas rezas ou
“feitiçarias” que esse povo, como os brancos alegavam, deveria praticar. Praga
rogada em voz alta.
Manifestar: Ato do ser espiritual incorporar-se em alguém, tomar conta do corpo de
alguém.
Marafo ou Marafa: Pinga, caninha, cachaça. Também usam Parati.
Matéria: Corpo ou parte material do homem, a mais afastada da pureza espiritual.
Mazela: Doenças, males físicos de que se sofre na Terra.
Médium: Pessoa que tem a faculdade especial de servir de intermediário entre o
mundo físico e espiritual. Termo do espiritismo também adotado pela Umbanda.
Mesa Branca: Denominação dada as sessões de Espiritismo.
Mijo: Cerveja.
Mironga: Ssegredo, mistério, feitiço; conhecimento que alguns guias têm e usam
para resolverem os problemas, sem que se possa entender como funciona.
Morubixaba: No sincretismo das religiões afro-brasileiras é nome que se dá aos
guias ou entidades que incorporam em médiuns que assumem a direção espiritual
de um Templo de Umbanda.
O
Obi: Fruto africano utilizado em alguns rituais, oferecido para agradar os Orixás e
trazer benefícios a quem o oferece.
Odu: Destino.
Ofá: Arco e flecha empunhados por médiuns incorporados com Oxóssi em suas
danças nos terreiros.
Ori: Originalmente é um Orixá pessoal, a força e a intuição espiritual própria (e
única) de uma pessoa, mas, na prática, essa palavra é usada para designar a
cabeça e, mais especificamente a coroa, o chacra coronal. Em alguns cultos
também se diz OTI.
Orixá Cruzado: Entidade pertencente às duas linhas (direita e esquerda).
Orixá de Cabeça ou Orixá de Frente: Orixá principal do médium.
Orô: Preceito, costume tradicional que é repetido em alguns rituais, como, por
exemplo, na coroação do médium.
Oxê: Machado de Xangô. É um machado de dois gumes que pode ser feito de
madeira, cobre, bronze ou latão.
P
Padê: Oferenda para Exu no início das sessões ou festas, constando de alimentos,
bebidas, velas, flores etc, a fim de que se afastem as perturbações nas cerimônias.
Padrinho: Dirigente Espiritual, Chefe de Terreiro, Pai-de-Santo ou Babalorixá.
Termo utilizado na Umbanda para designar a entidade espiritual e/ou médium que
foi escolhido por um Filho de Fé para batizá-lo.
Parati: Aguardente (Exú, Zé Pilintra).
Passe: Ato da entidade, através do médium incorporado, emitir vibrações que
anulem as más influências sofridas pelos consulentes, através de feitiço, olho gordo,
inveja, etc.
Patuá: Amuleto que se leva pendurado ao pescoço ou pregado na roupa.
Antigamente eram saquinhos de couro ou de pano, com boca amarrada com cordão
metálico, junto a uma conta de vidro da cor da divindade protetora. Atualmente são
de forma quadrada ou retangular, em couro natural ou sintético, mas cores rituais,
contendo Figas de Guiné, Búzio, Estrela de Salomão, etc; ou pedaços de ervas as
vezes orações. PA=erradicar doenças, antídoto, TU = propiciar, WA = viver, existir
(viver, sem doenças).
Peji: Altar; local do terreiro destinado aos elementos materiais (imagens, velas,
flores, ervas, pedras, armas simbólicas) que servirão de portal para captar e irradiar
aos fiéis as energias positivas e o magnetismo vindos das divindades. Os elementos
devem estar consagrados de acordo com rituais específicos. Todo cuidado é pouco
quando se toca nos objetos do peji.
Perna de Calça: Marido, namorado ou companheiro. Também usam Mulungo.
Pito: Cigarro, charuto ou cachimbo que as entidades fumam para, por meio da
fumaça, descarregar seus médiuns da carga negativa que possa vir dos
consulentes. Os caboclos guardam esse hábito da pajelança indígena, ritual que foi
acrescentado ao culto dos Orixás africanos.
Ponteiro: Pequeno punhal utilizado em magias e em alguns rituais.
Ponto Cantado: Letra e melodia de cântico sagrado, diferente para cada entidade.
É uma prece evocativa cantada que tem por finalidade atrair as entidades espirituais,
homenageá-las. Quando chegam e despedi-las quando devem partir. Assim os
pontos podem ser apenas de louvor ou cantados com finalidades rituais durante
determinadas cerimônias.
Q
Quimbas: Espíritos atrasadíssimos. São obsessores e apossam-se dos humanos ou
“encostam-se” neles, dando-lhes ideias obsedantes de doença, males suicídios, etc.
São ainda mistificadores, fazendo-se passar por espíritos mais elevados. Chamados
também “rabos de encruza”, estão no sétimo e último plano da hierarquia espiritual,
sendo vigiados e controlados pelos Exus.
Quizila: Antipatia, zanga, aversão, inimizade; muitas vezes, para não provocar
quizila com os Orixás, os médiuns são obrigados a não ingerir certos alimentos.
R
Rabo de Saia: Esposa, namorada ou companheira na linguagem dos Pretos-Velhos
e Exus. Também usam Mulunga.
Rábula: Termo com que se designam os que conhecem o Direito e exercem
livremente a advocacia, sem que sejam legalmente formados por curso de nível
superior. Na Umbanda, o Sr. Zé Pelintra é considerado rábula por conhecer as leis,
mas não possuir diploma.
Receber: Entrar em transe. Incorporar uma entidade.
Receber Irradiação do Guia: Entrar em meio transe ou comunicar-se de algum
modo com uma entidade superior.
Riscador: Pemba.
Riscar Ponto: Fazer desenhos de sinais cabalísticos que representam
determinadas entidades espirituais e que possuem poderes de chamamento das
mesmas ou lhe servem de identificação.
Roncó: Quarto de santo destinado à iniciação dos médiuns ou à realização de
alguns rituais fechados.
S
Saravá: Usa-se como uma saudação nos terreiros, com o significado de “salve”,
“seja bem-vindo”, “salve sua força”. A palavra que lhe deu origem é Salvar. Os
escravos tinham dificuldade para pronunciá-la, e diziam “vamu salavar”,
acrescentando uma vogal A depois do L. Sob a influência da fonologia banta, houve
a troca da consoante L pelo R e a palavra passou a ser pronunciada “saravá”, com a
perda do R final. Com o tempo, o verbo se tornou substantivo, como sinônimo de
“culto”: hoje se diz: “vamos num saravá”.
Sessão de Umbanda: Cerimônia, rituais geralmente com a finalidade de cura física
e espiritual por meio de guias, após dança e toques, com o uso do ponto cantado e
riscado, pólvora, aguardente, defumações. Também sessão de desenvolvimento, de
aprendizado e aperfeiçoamento dos médiuns, sessões festivas, públicas, com toque
de atabaque e danças.
Sinhazinha: Criança do sexo feminino, menina-moça.
T
Toco, Pavio ou Sebo: Vela.
Tomar Passe: Receber das mãos dos médiuns em transe vibrações da entidade, as
quais retiram do corpo da pessoa os males provocados por vibrações negativas,
provenientes de mau-olhado, encosto, castigo das entidades, etc.
Trabuco: Trabalho, emprego, ganha-pão. Trabucar é trabalhar.
Tuia: Pólvora.
Tupã: Olorum na fala alguns Caboclos, principalmente os de Oxóssi e Xangô.
Y
Yabás: Termo com o qual se designam
as Orixás femininas: Yansã, Yemanjá, Oxum, Obá, Oyá, Nanã, Egunitá.
Z
Zambi: Olorum na fala dos Pretos-Velhos.