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George Rudé analisa as ideologias por trás dos protestos populares. Ele abandona a visão de Lukács de que o proletariado recebe falsas ideologias passivamente, adotando em vez disso a perspectiva de Gramsci de que a ideologia não é polarizada e as pessoas contribuem voluntariamente para sua própria sujeição. A ideologia popular surge de elementos orgânicos como folclore e experiências, bem como elementos estruturados, e é moldada constantemente pela experiência social.
George Rudé analisa as ideologias por trás dos protestos populares. Ele abandona a visão de Lukács de que o proletariado recebe falsas ideologias passivamente, adotando em vez disso a perspectiva de Gramsci de que a ideologia não é polarizada e as pessoas contribuem voluntariamente para sua própria sujeição. A ideologia popular surge de elementos orgânicos como folclore e experiências, bem como elementos estruturados, e é moldada constantemente pela experiência social.
George Rudé analisa as ideologias por trás dos protestos populares. Ele abandona a visão de Lukács de que o proletariado recebe falsas ideologias passivamente, adotando em vez disso a perspectiva de Gramsci de que a ideologia não é polarizada e as pessoas contribuem voluntariamente para sua própria sujeição. A ideologia popular surge de elementos orgânicos como folclore e experiências, bem como elementos estruturados, e é moldada constantemente pela experiência social.
Em uma análise histórica e ideológica sobre os protestos populares,
George Rudé apresenta a gênese e a justificativa desses processos sociais. O estudo das motivações que impulsionam as revoluções, apresentado como ponto de partida do autor, torna-se insuficiente, pois estas não correspondem completamente aos ideais que sublinham a ação social e política. Partindo dessa perspectiva, Rudé lança mão do estudo de uma ideologia do protesto, fundamentada nas análises de Georg Lukács e Antonio Gramsci. A partir da polarização burguesia x proletariado, Lukács concebe a possibilidade de uma verdade total conquistada pela hegemonia em um processo de luta de classes. A visão lukacsiana de ideologia parte de uma distinção entre a falsa e a verdadeira ideologia, transformando o proletariado em um mero receptor de falsas ideologias e espectador do movimento capitalista – por ser considerada limitada, então, sua perspectiva teórica é logo abandonada por Rudé. Em Gramsci, ao contrário, a ideologia não é polarizada. Realizando uma investigação histórica, o teórico concluiu que os indivíduos apresentam-se como “colaboradores voluntários de sua própria sujeição” (p. 21) ao propagarem um consenso para a dominação. A servidão ideológica a qual se submetem, no entanto, poderia servir como fonte de uma contra-ideologia, a partir do afastamento dos vínculos sociais de intelectuais tradicionais e do fortalecimento da práxis orgânica do proletariado, manifestada em sua experiência direta, como a tradição oral, por exemplo. Não estando restrita à classe dominante, devido à manifestação de ideias simples e menos estruturadas por camponeses e artesãos, a ideologia poderia ser observada em expressões como o folclore, o mito e a experiência popular. Essas ideias menos estruturadas seriam componentes da ideologia inerente (ou orgânica) que, somadas a manifestações ideológicas não orgânicas, chamadas de “derivadas”, comporiam a ideologia. A parcela inerente, por menos estruturada que seja, não é passiva no processo de construção da ideologia, modificando constantemente a parcela derivada. Além da fusão de elementos inerentes e derivados, deve-se destacar a relevância das circunstâncias e da experiência na composição da ideologia popular. O processo de formação da ideologia de protesto, apresentando a amálgama de aspectos populares e estruturados, demonstra a fusão de diversos constructos sociais nas revoluções. Nesse processo, é possível perceber que os sujeitos não podem ser concebidos enquanto meras tábulas rasas receptoras de ideias e que as ideias estruturadas recebidas não substituem a experiência social e cultural de sua classe.
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