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11.1.1. Aspetos políticos que marcaram Cabo Verde nos primeiros anos de independência.................................. 42
11.1.2. Os Primeiros Governantes de Cabo Verde..................................................................................................... 45
11.1.3. Os Símbolos da Primeira República de Cabo Verde...................................................................................... 45
4.1.2. Pecuária........................................................................................................................................................... 83
4.1.3. Pesca................................................................................................................................................................ 85
4.1.4. Indústrias........................................................................................................................................................88
4.1.5. Energia.............................................................................................................................................................90
4.1.6. Comércio.......................................................................................................................................................... 92
4.1.7. Serviços............................................................................................................................................................ 93
5. O Mundo Mais Perto de nós................................................................................................................ 98
5.1. Os Transportes......................................................................................................................................... 98
5.2. Vantagens e desvantagens de cada meio de transporte..................................................................... 100
5.3. Prevenção Rodoviária............................................................................................................................ 100
5.4. Rede de Transporte................................................................................................................................ 102
5.1.1. Rede rodoviária................................................................................................................................................102
5.1.2. Aeroportos e aeródromos............................................................................................................................103
5.1.3. Portos............................................................................................................................................................103
5.5. As Telecomunicações............................................................................................................................. 104
5.6. Turismo................................................................................................................................................... 105
5.1.4. A preservação ambiental.............................................................................................................................. 108
5.7. Organizações em que Cabo Verde se integra....................................................................................... 108
Bibliografia .............................................................................................................................................111
Webgrafia.................................................................................................................................................112
Conhece o teu manual
O manual de HGCV do 6º ano foi concebido para te acompanhar, passo a passo, na aquisição de
conhecimentos e para conheceres as tuas origens.
Importante!
Não te esqueças que deves evitar escrever no teu Manual, pois este pode vir a ser utilizado
nos próximos anos letivos, por outras crianças.
Para começar:
relaciona o título com a imagem ou as imagens que
introduzem o tema;
lê os objetivos que terás de atingir no tema;
diverte-te com uma curiosidade relacionada com o tema que
vais estudar.
Para aprender:
lê o título da página;
Para avaliar:
lê, com atenção, as perguntas que te são colocadas;
M Menciona - diz
O Observa - vê atentamente
Redige - escreve
Objetivos:
9. A Cultura Cabo-verdiana
A nossa cultura
Documento 1. Cabral, Amílcar (1974b). PAIGC. Unidade e Luta. Lisboa, Publicações Nova Aurora.
Figura 1. Poema em Crioulo de Pedro Cardoso, ilha do Fogo, (Autores) Figura 2. Tambor, (Autores), 2018
A Cultura Cabo-verdiana 9
Cultura é um conjunto de ideias, regras, símbolos e práticas sociais, aprendidos de geração em
geração, através da vida em sociedade. Inclui, entre outros, o conhecimento, os costumes, a arte e
as leis.
Diversidade Cultural diz respeito a vários aspetos que representam, particularmente, as distintas
culturas, como: a língua, as tradições, a gastronomia, o desporto, a música, a religião e os hábitos,
próprios de um grupo que vive num dado território.
Vou resolver.
1. Quais foram os motivos que permitiram o surgimento de uma cultura diversificada em Cabo
Verde?
2. Na cultura cabo-verdiana existem alguns elementos que formam uma unidade. Indica três
exemplos desses elementos.
3. Em que ilha ouvimos o Colá-boi?
9.2. O crioulo
A língua cabo-verdiana é a manifestação cultural mais importante do país. Encontra a sua origem
nos séculos XV e XVI. É o produto da necessidade da comunicação funcional entre as várias etnias e
culturas (europeus e africanos) que se cruzaram em Cabo Verde e sofreu muitas alterações ao longo
dos séculos. Chegou a ser utilizada como ferramenta de ensino, designadamente na ladinização dos
escravos e, por este motivo, falada pelos reinóis (portugueses vindos do reino).
Variantes
O isolamento das nove ilhas habitadas e o período do povoamento de cada uma delas possibilitaram o
surgimento de duas variantes do crioulo (Figura 4):
O crioulo de Sotavento, que abrange as variantes do Maio, Santiago, Fogo e Brava;
O crioulo de Barlavento, que abrange as variantes de Santo Antão, São Vicente, São Nicolau, Sal e
Boavista.
Embora a língua oficial seja o português (também um elemento importante do nosso património),
Sabias que...
Figura 4. Capa da obra de
Baltazar Lopes da Silva,
Dialeto Crioulo, 1984. Nos finais do século XIX, na tentativa de impor a língua portuguesa
no arquipélago, houve o reforço do ensino, acontecimento que terá
colaborado para a valorização do português, em detrimento do
crioulo.
Vou resolver.
A tradição oral, também designada por literatura oral, é uma forma de expressar ocorrências
reais ou imaginários em palavras, imagens e sons. Permite a circulação do património cultural e
literário de uma comunidade ou de um povo.
A Cultura Cabo-verdiana 11
Em Cabo Verde, a tradição oral é uma base fundamental para o estudo da cultura do país, na medida
em que contém aspetos essenciais da nossa memória coletiva. Como exemplos de tradições orais
temos os contos populares, os provérbios, as advinhas, as superstições e as cantigas de trabalho.
Contos Populares
Os mais conhecidos contos cabo-verdianos são:
Ti Lobo e Chibinho, e do qual faz parte Ti Ganga,
Contos populares são narrativas transmitidas que é representada nalgumas ilhas pela variante
de geração em geração e geralmente não têm Ti Pede; Blimundo e muitos outros relacionados
autor conhecido. com o folclore e as superstições (feitiçarias e
encantamentos).
Provérbios
Em Cabo Verde, os provérbios relacionados com
expressões como a saúde, a riqueza, a abundância e a
igualdade são considerados aspetos positivos, enquan- Provérbio é uma frase ou ditado curto,
to que, os relacionados com a doença, a fome, a injusti- transmitido oralmente e de origem po-
ça, a pobreza e outros males sociais são considerados pular, que resume um conceito moral e
negativos. Nas ilhas, os provérbios cumprem um papel uma conduta social.
relevante pela função que têm de aconselhar os indiví-
duos, destacando-se valores como a sensatez, a mode-
ração, a valorização das coisas e o respeito.
Bezerro manso mama em todas as vacas do Com bons modos tudo se consegue.
campo.
Burro com fome come até cardo. Quando se tem fome não se escolhe a comida.
Quem tem dedo, não tem anel. A uns a sorte favorece-lhes, mas não sabem
aproveitá-la.
Olho do dono é que engorda o cavalo. A presença do dono faz render o trabalho.
Documento 2. ROMANO, Luís, Cabo Verde – Renascença de uma civilização no Atlântico Médio, 2ª ed, Revista Ocidente,
Lisboa,1970, p. 70.
Cantigas de trabalho
Nas ilhas de Cabo Verde constam diversos géneros
de cantigas de trabalho e estão relacionados, prin- Cantigas de trabalho são práticas tradicio-
cipalmente, com a atividade agro-pastoril e com o nais utilizadas em determinados tipos de
ambiente rural. tarefas, de modo a esquecer o cansaço, a
O “torra pardal” e a “esconjura do corvo” veri- monotonia, os perigos e a fadiga do trabalho.
ficam-se praticamente em todas as ilhas agrí-
colas. Em Santo Antão, as cantigas de curral de
trapiche da cana-sacarina, igualmente conhecidas
por “colá-boi”, estão presentes ainda nalgumas
ocasiões (figura 5).
Nas ilhas de Santo Antão e São Nicolau consta “a
divina”. É uma reza que pede a vinda da chuva e
quando ela vem em excesso, destina-se também
a pedir clemência aos santos para que diminua
(exemplo: pega Santa Bárbara).
O “colamonda” está ligado a plantação e colheita
do milho, na ilha de Santo Antão. Na ilha da Brava
observa-se a “bombena”. É uma cantiga entoada
durante as sementeiras, monda, remonda e colhei-
tas.
Figura 5. capa da obra de Oswaldo Osório, 1980.
Saber mais.
Antes da tração animal, os primeiros engenhos de açúcar foram movidos à força muscular do
escravo negro. Não é impossível imaginá-lo, depois dos trabalhos do curral-de-trapiche, com
os seus companheiros de desterro e escravidão, no terreiro a recitar preces aos seus deuses, a
reviver feitos do passado perdido (figura 5).
Osvaldo Osório, Cantigas de Trabalho (adaptado).
A Cultura Cabo-verdiana 13
Saber mais.
Vou resolver.
9.4. Gastronomia
A gastronomia cabo-verdiana recebeu influências dos seus
povoadores: os europeus e os africanos. O cereal que mais
se adaptou ao território foi o milho que é a base de vários
pratos: cachupa (o mais conhecido) [figura 6], xerém, kuskus
(figura 7), papa, camoca, milho “aliado”, milho verde assado
ou cozido, milho em grão, bolo de milho com mel, fongo,
brinhola, entre outros.
Figura 6. Cachupa (Autores, 2018).
Religião é uma fé, uma veneração a tudo que é considerado sagrado. É também um conjunto
de princípios e crenças religiosas, baseadas em livros sagrados (exemplos: a Bíblia, a Tora e o
Alcorão), que unem seus fiéis numa mesma comunidade moral, designada Igreja.
Profano ou mundano é tudo o que infringe as normas sagradas. É o contrário ao respeito que se
deve às coisas divinas.
Sincretismo religioso é a fusão de diferentes normas para a formação de uma nova e mantém as
características de todas as suas normas-base, sejam ideias, superstições, rituais e divinos.
A Cultura Cabo-verdiana 15
Nas ilhas, as festas tradicionais e religiosas, geralmente obedecem a um calendário religioso. Muitas
concentram-se no mês de junho e daí a designação festas juninas:
Principais ilhas
Festa juninas Data
da manifestação
Santo António 13 de junho Santo Antão – Cidade
das Pombas
São João 24 de junho Santo Antão, Brava,
Fogo e São Vicente
São Pedro 29 junho Santo Antão, São
Vicente, Maio e São
Nicolau
Embora adquiram particularidades próprias em cada ilha, com os seus mitos, superstições e crenças
à volta dos santos, a comemoração é praticamente a mesma e engloba os membros da comunidade
onde ocorre e outros que se deslocam de lugares distantes.
Características
A festa faz-se à base do tambor e do colá. Acrescenta-se também os alimentos (farinha de milho,
espigas de milho, tubérculos, peixe, carne e bebidas), vestuário, sincretismo religioso, ofertas diversas
às igrejas, às câmaras municipais e aos familiares e amigos, como pés de cana, cachos de banana, sa-
quinhos de café e um bode.
Nas ilhas tradicionalmente agrícolas, como São Nicolau, Santo Antão, Fogo, Brava e Santiago existe
o costume de leiloar ou “deitar na praça” produtos agrícolas e os fundos revertem para as obras de
beneficência (figura. 8) e Festa de São João Batista (figuras 9 e 10).
As festas de romaria tinham um duplo objetivo: religioso e o de aliviar os males das pestes e de
agradecer [ à Deus pelas] colheitas. A religião desempenhava um papel muito mais relevante
que hoje. Toda a vida quotidiana era regulada pelas normas da religião. A religiosidade do homem
cabo-verdiano, não só o da zona rural como o da zona “dita” urbana, desenrolava-se sob este
signo. Havia uma subordinação a entidades sobrenaturais. Explica-se tudo por forças estranhas
e ocultas, enquanto faltou o suporte científico.
Moacyr Rodrigues, Cabo Verde. Festas de Romaria. Festas Juninas, pp. 13-15 (adaptado).
Tambores de S. João
Segui depois tocadores
com os vossos tambores a rufar
entre apitos e gritos
do povo a dançar
a dança alucinada
do choque violento dos abdómens
segui pela estrada
da Ribeira de Julião.
Documento 4. Jorge Barbosa, in África, nº 2 (adaptado)
Tabanca
A tabanca em Cabo Verde, mais precisamen-
te em Santiago e no Maio, é considerada uma Tabanca significa povoação ou aldeia, senti-
organização tradicional que surgiu da fusão de do em que ainda é utilizado em alguns países
cultura europeia, principalmente a portuguesa, africanos como por exemplo, na Guiné-Bissau.
com a cultura africana. É uma manifestação É uma palavra que existe na literatura portu-
que acontece de 1 de maio a 13 de junho, dia guesa desde do século XVI.
da missa de Santo António. As festividades da
tabanca estão ligadas às festas religiosas de
Santa Cruz, Santo António, São João Batista e São Pedro, às quais encontram-se associadas salvas,
rezas, manifestações de rua e cantos.
A Cultura Cabo-verdiana 17
Origem
A origem da festa da tabanca em Cabo Verde remonta ao
século XVIII, por altura da comemoração da festa de San-
ta Cruz, ocasião em que os senhores dos escravos, por ra-
zões religiosas, teriam concedido, por um dia, a liberdade
aos seus escravos, permitindo-os festejar. Terão aprovei-
tado essa ocasião e, adicionando sincretismos religiosos e
costumes de origem africana, criaram um desfile em que
cada participante representava um membro da sociedade.
Desta forma, surgiu uma organização hierarquizada consti-
tuída por vários elementos dirigentes e cada um com a sua
função bem definida: o rei da tabanca, o administrador da Figura 11. Festa da Tabanca
tabanca, o rei da corte, a rainha da corte, o rei do campo, o
comandante militar, o maestro, as cativas (mulheres), filhas-de-santo (as raparigas) e outros.
Características
O desfile consiste numa romaria, que se inicia à porta de uma
igreja e vai percorrendo as ruas da localidade. Era, designado
buska santu (buscar o santo), destina-se, simbolicamente, a
recuperar um santo, que é representado (simbolicamente) por
uma bandeira, que foi previamente roubado no ato conhecido
por cumpra santu (comprar o santo). A acompanhar o desfile
havia os tamborerus (tocadores de tambor), os korneterus (to-
cadores de búzio) e as kantaderas (cantadeiras) que iam can-
tando e dançando durante o percurso.
Figura 12. Festa da Tabanca
A tabanca caracteriza-se ainda pelas suas brincadeiras, pelas suas regras, pelos direitos e deveres dos
seus membros e, principalmente, pelo seu carácter de união e de solidariedade.
A festa da tabanca, pelo receio de revolta
por parte dos escravos, foi combatida pelos
governantes e pela Igreja Católica na época
colonial. Contudo, apenas nos finais do sécu-
lo XIX é que surgem decretos legais proibin-
do essa manifestação. Devido a este facto, a
tabanca foi-se tornando paulatinamente num
evento clandestino, chegando mesmo a ser
proibida nos centros urbanos. Atualmente, os
festejos encontram-se revitalizados e vão de-
senvolvendo-se nas localidades como Achada
Santo António, Chã de Tanque, Achada Grande Figura 13. Figura do Carrasco da Festa da Tabanca, in Avançar
e Várzea. 1. Manual de Língua Portuguesa, 1º ano do Curso Geral, 1986.
Na tabanca, temos ainda personagens cómicos, que provocam o riso com as suas constantes pa-
lhaçadas: o Zagace e o Falcão (pai e filho), que só comem o que conseguem arrebatar aos compa-
nheiros ou roubar nas panelas, com as suas unhas muito compridas; chamamos-lhe “Ca-Rabes”.
A criada é um boneco de pau conhecido por Saramané, e há ainda o Carrasco, o mascarado de
chifres de bode, o Conta-Lançado, o Diabo, a Beta, entre outros.
Entrevista, in Avançar 1, Manual de Língua Portuguesa – 1º Ano do Curso Geral, Porto, Porto Editora, 1986, pgs. 148-149.
Festa da Bandeira
Resultado da fusão de manifestações portuguesas e das celebrações das populações da costa de
África. A festa da bandeira é atualmente um evento religioso e profano muito valorizada em Cabo
Verde. Trata-se de um ritual que homenageia um santo de grande aceitação popular: Santo António,
São Pedro, São Paulo, São Sebastião, São Filipe e São João.
Origem
A data do início das festividades da Bandeira na ilha do Fogo
é ignorada. Contudo, pelas suas características, pode-se
considerar que os seus primeiros momentos surgiram com a
chegada dos primeiros moradores vindos da ilha de Santiago
(início do século XVI).
Características
Nas comemorações existe a tradição das Bandeiras: Bandeira
Grande ou Bandeira do Sobrado e Bandeira da Praia ou Bandeira
de Rendeiro, facto que refletia a condição social e económica da
ilha. A Bandeira Grande era festejada pelo grupo mais abasta-
do e de destaque social, sendo o centro da festa. A bandeira da
Praia era realizada pela população mais humilde.
A Cultura Cabo-verdiana 19
Saber mais.
Vou resolver.
1. Quais são as festas juninas de Cabo Verde? Canizade: grupo de mascarados que acom-
2. Faz uma pequena pesquisa sobre as festas panham o batismo do mastro, nas águas do
religiosas da tua ilha ou da tua localidade. mar, nas festas da Bandeira, com exceção de
3. Quais são as caraterísticas da Tabanca? São Filipe e de São Sebastião. É exclusivo da
4. Que tipo de festividade é a Festa da Bandeira? ilha do Fogo e o seu significado pode estar
relacionado com os seguidores dos santos.
A Morna
A morna é uma expressão musical, através da qual, o cabo-verdiano transmite todo o seu sentimento,
seja ele qual for, no momento da sua execução.
De acordo com a sua temática, pode-se distinguir duas fases da morna: uma primeira fase em que
a morna é uma expressão musical de característica satírica, do tipo boavistense, uma expressão da
dor e do sentimento da escravidão; uma segunda fase em que ela é de característica lírica, do tipo
bravense, uma expressão do sentimento da saudade do ente querido ausente ou então da perda do
“cretcheu”, do amor falhado ou proibido.
Origem
Embora não haja uma fundamentação
histórica e científica convincente, vários
estudiosos da morna avançam que terá
surgido, primeiramente na Boavista no
século XIX. Mais tarde, expandiu-se para
as outras ilhas e foi-se adaptando às ca-
raterísticas psicossociais de cada uma.
A Cultura Cabo-verdiana 21
Compositores
Nos primeiros anos do século XX, o po-
eta, intelectual, jornalista e compositor,
Eugénio de Paula Tavares (1867-1930),
da ilha da Brava, escreveu algumas das
mornas mais conhecidas de Cabo Verde
deu-lhes o sentido romântico que o gé-
nero preserva até a atualidade. A morna
adquiriu, nesta ilha, um ritmo mais lento
e o tema principal era o amor.
Nas décadas de 30 e 40, o compositor e
músico Francisco Xavier da Cruz (1905-
1958), mais conhecido por B. Leza, de
Figura 17. Estátua de Eugénio Tavares, Brava, (Autores), 2017.
São Vicente, conferiu-lhe algumas
características da música brasileira. Nesta mesma época surgia o movimento literário claridade, que
será estudado mais a frente, que introduziu algumas alterações nas letras que se tornaram mais
realistas, ou seja, refletiam a situação social dos cabo-verdianos (saudades e emigração, por exem-
plo).
Mais recentemente, o compositor Manuel de Novas ajudou a definir a morna moderna.
Estes compositores foram responsáveis pelas mornas mais emblemáticas de Cabo Verde e que
foram interpretadas por vários artistas, como por exemplo: Cesária Évora, Celina Pereira, Ildo Lobo,
Bana, Titina, Tito Paris (compositor e intérprete), Mayra Andrade, Lura e Paulino Vieira (compositor e
intérprete).
Cesária Évora
Cesária Évora nasceu em São Vicente, em 1941, no seio de uma família de músicos. Começou a
cantar nos bares da cidade do Mindelo ainda muito nova. Em 1985 viajou para Lisboa a convite de
Bana, proprietário de um restaurante e de uma discoteca de música ao vivo. No ano de 1988, com
47 anos, gravou o seu primeiro álbum em Paris, intitulado “A Diva dos pés descalços”. Em 2004
ganhou um Grammy. Morreu em 2011, na cidade do Mindelo, com 70 anos.
Morna Bonita
À noite, no salão de João Bentinho, gemia o violino de Mochim do Monte. O violão tonificava
a delicadeza da melodia. O cavaquinho marcava a cadência. Os pares suavam na languidez da
morna que o tocador aspergia sobre os corações apaixonados. Morna bonita! “Eclipse” era o seu
nome de batismo.
A Coladeira
A coladeira é um género satírico de Cabo Verde, com um ritmo acelerado que se baseia fundamental-
mente na ironia, com o objetivo de ridicularizar factos sociais como a emigração, o esbanjamento, os
assuntos alegres e os lúdicos.
Origem
Nasce em São Vicente por volta dos anos 50 do século XX. Segundo
Jotamont, a coladeira tem a sua origem na morna tocada num ritmo
mais acelerado, resultante do entusiasmo com que se dançava deter-
minadas mornas mais vivas e alegres.
Distinguiram-se nesse género musical, compositores como Frank
Cavaquinho, Ti Gói e Manuel de Novas. Após o surgimento da coladeira,
o panorama musical de Cabo Verde ficou mais rico. Hoje é reconhecido
como um género nacional, divulgado por vários artistas, como por
exemplo, Cesária Évora, Bana, Titina, Djózinha e Leonel. Figura 19. Guitarra, instru-
mento utilizado na coladeira
(Autores, 2018)
A Cultura Cabo-verdiana 23
Funaná
O Funaná é um género de música e dança cabo-verdianos, com um ritmo muito rápido resultante do
esfregar de uma faca numa barra de ferro, acompanhado por acordeão (gaita) e canto.
Origem
O Funaná surgiu provavelmente nos inícios do século XX, quando foi introduzido a partir de Portugal,
na ilha de Santiago, o acordeão. A própria designação é relativamente recente, devendo situar-se nas
décadas de 60 e 70 e segundo a tradição oral surgiu da junção de Funa e Naná, eminentes tocadores,
um de gaita e outro de ferrinho. Durante a época colonial era um género desprezado e circunscrito ao
mundo rural de Santiago. Nos anos de 1980, o grupo Bulimundo, orientado por Carlos Alberto Mar-
tins, vulgarmente conhecido por Catchas e os Tubarões e, mais recentemente, os Ferro Gaita fizeram
reaparecer esse género e o divulgaram para as restantes ilhas e internacionalmente. Uma figura rele-
vante do funaná foi Gregório Vaz, mais conhecido por Kode di Dona (1940-2010). É considerado o “rei
do funaná”.
Figura 20. Kode di Dona, Selos Figura 21. Ferro Gaita Figura 22. Funaná
de Cabo Verde.
O Batuque
O Batuque é um género musical de
ascendência africana, de característi-
cas satíricas e de desafio (canto mu-
sical seguido de respostas tanto nos
versos como na música), existente em
Santiago. Tem como temas: críticas,
censuras e escárnios.
O Batuque é o género musical mais
antigo de Cabo Verde. No entanto,
apenas no século XIX é que se tem os
primeiros registos escritos. Figura 24. Batucadeiras
Saber mais.
Vou resolver.
A Cultura Cabo-verdiana 25
9.6.2. Literatura
A literatura cabo-verdiana busca inspiração, geralmente nas
condições ambientais e sociais do país: o mar, a emigração, a
saudade e as dificuldades diárias. Literatura é a capacidade de
criar e produzir textos escritos,
O primeiro movimento poético de Cabo Verde nasceu no semi- que podem ser poesia, literatura
nário-liceu, ilha de São Nicolau, em 1890. Foi influenciado pela de ficção, literatura de romance,
literatura portuguesa. O Poeta, escritor e jornalista da ilha do literatura cabo-verdiana, entre
Fogo, Pedro Cardoso (1890 – 1942), fazia parte desta corrente outros.
literária. Faziam parte ainda deste movimento, Eugénio Tava-
res, que já foi estudado, e José Lopes de São Nicolau.
Nos princípios dos anos 30 do século XX, surgiu em São Vicente,
um novo movimento literário: revista cultural Claridade funda-
da por Baltasar Lopes da Silva, Jorge Barbosa e Manuel Lopes.
Mais tarde, integraram-se no grupo outros escritores como
António Aurélio Gonçalves e Teixeira de Sousa. Inspirados em
autores brasileiros como Jorge Amado ou Manuel Bandeira,
buscavam retratar a realidade que os envolvia.
Em 1947, nasceu o primeiro grande romance cabo-verdiano,
escrito por Baltasar Lopes da Silva: Chiquinho. São importantes
ainda as seguintes obras: a Chuva Braba (1956) ou os Flagelados
do Vento Leste (1960) de Manuel Lopes; o Capitão de Mar e
Terra (1984), Xaguate (1987) e Na Ribeira de Deus (1992) de
Henrique Teixeira de Sousa.
Figura 26. Página da Figura 27. Busto de Figura 29. Manuel Lopes, Figura 28. Capa da obra
revista Claridade Baltasar Lopes no pintura de David Levy Chiquinho de Baltasar
Mindelo (autores, Lima Lopes, 4º edição, 1974
2018);
Vou resolver.
1. Quais são os temas abordados com maior frequência, na literatura culta cabo-verdiana?
2. Onde e em que ano surgiu o primeiro movimento poético de Cabo verde?
3. Quem são os fundadores da revista cultural Claridade? Em que ano surgiu?
9.6.3. Artesanato
O trabalho desempenhado pelos artesãos das ilhas de Cabo Verde refle-
te hquase sempre os hábitos das comunidades, não só pelos materiais
aplicados, mas também pelos temas tratados. Destacam-se a cerâmica, a
panaria e a cestaria.
A cerâmica no arquipélago está relacionada com a produção de objetos de
utilização doméstica e a atividade agrícola. Como
Figura 30. Binde, auto- exemplos temos, potes, botijas de água e bindes.
res, 2018
A panaria foi usada nos séculos XVI e XVII como moeda de troca no comércio
com a costa de África. Uma vertente muito conhecida da panaria de Cabo
Verde é o “pano di terra” ou “pano d’obra”. É um pano longo, constituído
por 6 bandas unidas, feito em teares manuais, utilizado como vestuário,
para o transporte de crianças, para proteção do corpo ou colocado em
redor da cintura.
Figura 31. Pote,(Autores)
A Cultura Cabo-verdiana 27
Figura 32. Pano d’obra, in Figura 33. Pano colocado em Figura 34. Tear, Ilha do Fogo
O Objeto e a Escrita, Maria redor da cintura, in O Objeto e a (Autores, 2008)
Carvalho, 2003 Escrita, Maria Carvalho, 2003
Saber mais.
A manufatura de panos era uma atividade complementar da economia agrária, pois as proprieda-
des produziam também a matéria-prima necessária: algodão e anil.
A cestaria é uma prática manual muito antiga no arquipélago e continua sendo uma atividade muito
importante. Os artesãos confecionam vários objetos (chapéus, esteiras, cestos, balaios, outros) com
fibras de origem vegetal, tais como o sisal e o caniço.
Figura 35. Balaio “di Tenti”, (Autores) Figura 36. Balaio (Autores, 2018) Figura 37. Chapéu de palha (Au-
tores, 2018)
Vou resolver.
Figura 39. Habitação de planta Figura 40. Habitação de planta Figura 41. Habitações de
retangular, sem reboco e cobertu- retangular, rebocada e com co- planta retangular de dois pi-
ra de folhas secas. Ribeira Grande bertura de telha “marselha”, ilha sos, Mindelo (autores, 2018)
de Santiago (autores, 2008) Brava (autores, 2017)
Vou resolver.
A Cultura Cabo-verdiana 29
A cultura cabo-verdiana é o resultado do contacto de duas grandes áreas geográficas: Europa
(principalmente Portugal) e a costa ocidental de África. Desse contacto surgiu uma cultura rica,
visível em vários elementos culturais, com destaque para o crioulo, a morna, o funaná, o batuque,
as festas religiosas e de romarias e a cachupa.
A língua cabo-verdiana é, sem dúvida, a expressão cultural mais importante do país. Encontra a
sua origem nos séculos XV e XVI, como produto da necessidade da comunicação funcional entre as
várias etnias e culturas (europeus e africanos) que se cruzaram em Cabo Verde.
No arquipélago, a tradição oral constitui uma base fundamental para o estudo da nossa cultura.
Exemplos: os contos populares, os provérbios, as advinhas, as superstições e as cantigas de trabalho.
Na gastronomia, a cachupa, feita à base do milho, é o prato tradicional mais conhecido de Cabo
Verde.
Nas ilhas, as festas tradicionais, geralmente obedecem a um calendário religioso. Muitas concen-
tram-se no mês de junho e daí a designação de festas juninas: Santo António, São João e São Pedro.
As artes e a cultura material de Cabo Verde são muito vastas. Como exemplo pode-se referir a
morna, a coladeira, o funaná, o batuque, a literatura, a cerâmica, a panaria, a cestaria e a habitação
Coluna A Coluna B
A Cultura Cabo-verdiana 31
5. Faz uma pesquisa sobre as festas de romaria da tua ilha, bem como as suas caraterísticas.
10. Faz corresponder cada género musical à sua respetiva ilha de origem.
2 Batuque Santiago
3 Coladeira Boavista/Brava
11. Faz uma pesquisa sobre a biografia de um compositor cabo-verdiano à tua escolha.
Jorge Barbosa e .
Chiquinho 1947
Chuva Braba
A. B.
15. 1. Identifica-os.
C. D.
16. 1. Caracteriza-as.
A Cultura Cabo-verdiana 33
2 O passado das ilhas de Cabo Verde
Luta de Libertação Nacional - Atividade de natureza nacionalista e por vezes de influência religiosa
focada na independência de um país/região.
Nacionalismo – Ideologia que exalta a nação, as suas qualidades, as suas ambições, procurando
garantir a unidade de um povo.
Patriotismo - é o sentimento de amor, orgulho e respeito à pátria, aos seus símbolos (bandeira,
hino, armas, mitos, dentre outros) e ao seu povo.
Formas de luta
Após a fundação do PAIGC, os patrióticos desenvolveram ações diplomáticas e negociações com o
governo colonial português, com a intenção de conseguir a libertação da Guiné-Bissau e de Cabo Verde,
pela via pacífica. Em resposta, o governo colonial aumentou a vigilância e a repressão.
Antes do início da luta armada, os dirigentes do PAIGC tentaram negociar a independência da Guiné e
Cabo Verde, através de memorandos, notas abertas e mensagens enviadas ao governo de António
Salazar.
Descolonização de
Cabo Verde 35
Repressão - É a ação e o efeito de reprimir (conter, deter, travar, coibir ou castigar).
Luta armada - É um conjunto de ações organizadas, lideradas por militantes, cujo significado polí-
tico é conquistar a independência do povo ao derrubar um governo repressor.
Memorando - É um género textual comum nas comunicações internas oficiais de instituições, em-
presas e órgãos públicos.
Esse acontecimento marcou a história do país e este passou a ser considerado um Estado Soberano.
Descolonização de
Cabo Verde 37
INSTRUMENTO SOLENE DA DECLARAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA DE CABO VERDE (1975)
Aos cinco dias do mês de Julho de 1975, na cidade da Praia, capital do Estado de Cabo Verde, na
presença e com a intervenção da Sua Excelência o Primeiro- Ministro do Governo Provisório de
Portugal, na qualidade de representante de Sua excelência o Presidente da República Portuguesa, e
do Presidente da Assembleia Nacional de Cabo Verde, é solenemente declarada a independência do
Estado de Cabo Verde, sendo em consequência definitivamente transferidos para aquela Assembleia
Constituinte, na qualidade de mandatária e legal representante do Povo de Cabo Verde, todos os
poderes de soberania e administração até hoje detidos pelo Estado Português sobre o território de
Cabo Verde.
O presente protocolo é assinado ao abrigo da cláusula 11ª do acordo entre o Governo Português e o
Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) de 19 de Dezembro de 1974 e expri-
me a vontade livre dos Povos Português e Cabo-verdiano.
Figura 5. Ato formal da assinatura da Independência de Figura 6. (1975), “Cerimónia de proclamação da Indepen-
Cabo Verde dência de Cabo-Verde, na Cidade da Praia”.
Figura 7. Primeiro içar da Bandeira de Cabo Verde Figura 8. (1975), “Reunião do PAIGC após a independência”.
Saber mais.
A luta armada de libertação acabou por acontecer no território guineense, devido ao aspeto geográ-
fico de Cabo Verde (constituído por ilhas e com ausência de matas). Contudo, muitos cabo-verdianos
integraram na guerrilha e em ações diplomáticas, no sentido de pressionar o governo português.
Vou resolver.
Descolonização de
Cabo Verde 39
A resistência à dominação colonial existiu desde o início do povoamento das ilhas. Inicialmente,
de uma forma desorganizada, e posteriormente mais organizada. Entretanto, veio ganhar a sua
máxima expressão a partir da década de 50, com a geração de Amílcar Cabral que, graças à sua
consciência patriótica, desencadeou a luta de libertação nacional e conduziu Cabo Verde à sua in-
dependência.
A luta armada desenrolou-se no território guineense, pois este apresentava melhores condições para tal.
A Revolução de 25 de abril de 1974 em Portugal, foi um fator importante para a independência das
colónias portuguesas.
2. Explica o que levou Amílcar Cabral e o PAIGC a decidirem pela luta armada de libertação nacional.
Acontecimentos Anos
Descolonização de
Cabo Verde 41
2 Descolonização de Cabo Verde
2. Os Tribunais Regionais
4. Os Tribunais de Zona
Definiu Cabo Verde como uma República Soberana, anticolonialista, anti- imperialista e instituiu o Mo-
nopartidarismo, um regime de partido único em que o PAIGC era considerado força política dirigente da
sociedade e do Estado, como está explícito no artigo 4º.
Constituição da República - documento elaborado por uma assembleia constituinte, que define o
sistema político de um Estado, a organização dos seus poderes e os direitos/deveres dos seus
cidadãos.
Monopartidarismo – sistema político que apenas admite a existência legal de um único partido.
Órgãos de Soberania -Entidades que representam os poderes (político e judicial) do Estado.
Anticolonialista - é o termo utilizado para designar as pessoas ou instituições que se opõem à do-
minação colonial.
Anti-imperialista - é o termo utilizado para designar instituições que se opõem ao imperialismo,
ao sistema de governo que busca a expansão de um país pela submissão económica, política ou
cultural dos demais.
Documento 2.
No entanto, com o golpe de Estado de 14 de novembro de 1980, levado a cabo por João Bernardo,
mais conhecido por “Nino Vieira”, o Presidente Luís Cabral foi deposto e preso. Este facto provocou
a separação dos dois estados e do partido. Assim, surgiu em 1981, o PAICV (Partido Africano para a
Independência de Cabo Verde).
Golpe de Estado – derrube ilegal, por parte de uma força, da ordem constitucional legítima.
Figura 3. Pedro Verona Pires Figura 4. Abílio Duarte Figura 5. Aristides Pereira
Saber mais.
A Bandeira Nacional da primeira República (1975-1992) é formada por três faixas retangulares e de
igual tamanho: vermelha, amarela e verde. O vermelho ocupa o lado esquerdo em posição vertical.
As cores amarela e verde ocupam a posição horizontal, respetivamente, superior e inferior.
A faixa vermelha simboliza o sangue dos heróis, o sofrimento suportado pelo povo sob dominação
colonial, a luta por ele desenvolvida, o trabalho e a revolução.
A faixa verde simboliza a natureza tropical do país, a esperança e a certeza no futuro melhor de
Cabo Verde e de África.
A faixa amarela simboliza a colheita dos frutos do trabalho libertador, o bem-estar e a cultura.
O Emblema da República que figura sobre a faixa vermelha, consiste num conjunto formado por
duas espigas e folhas de milho dispostas em bojo e unidas pela base, tendo no interior uma estrela
negra de cinco pontas e na parte inferior desta, uma concha amarela:
As espigas e folhas de milho simbolizam a tradição agrária da economia do país e o aspeto es-
sencialmente rural da cultura do povo cabo-verdiano.
A estrela negra é o símbolo do homem africano que se recuperou na dignidade, na liberdade e na paz.
Pró-Liberais – são os grupos que estão a favor da liberdade política, ideológica, económica e cultural.
Direitos Humanos - são um conjunto de garantias e valores universais que têm como objetivo ga-
rantir a dignidade dos povos.
Influências internas
Internamente, já se fazia sentir alguma inquietação por parte de jovens quadros do país, da igreja e da
sociedade civil em geral, que se encontrava desgastada com o regime de partido único que vigorava
no país, durante os 15 anos após a independência.
Preocupações com as mudanças que ocorriam no Leste Europeu (queda da União Soviética).
Democracia - É um regime político no qual o povo exerce a sua própria soberania. Os seus valores
fundamentais são a igualdade e a liberdade.
Pluripartidarismo ou Multipartidarismo - Sistema político que admite a existência legal de diver-
sos partidos num sistema político.
1º Presidente da Segunda
República
Vou resolver.
A bandeira de Cabo Verde, de autoria do arquiteto Pedro Gregório, é um retângulo dividido em 5 faixas
horizontais – duas em azul, duas em branco e uma em vermelho - e dez estrelas dispostas em círculo.
O retângulo azul representa o mar e o céu que envolvem as ilhas. O branco simboliza a paz e o verme-
lho, o esforço e a luta. Por fim, as estrelas simbolizam as dez ilhas de Cabo Verde.
Documento 3. O hino é da autoria de Amílcar Spencer Lopes (letra) e de Adalberto Higino Tavares Silva (música e composição).
Figura 15. José Maria Figura 16. Pedro Vero- Figura 17. Jorge Carlos Figura 18. José Ulisses
Pereira Neves na Pires Almeida Fonseca Correia e Silva
As armas da 2ª República de Cabo Verde apre- Três elos de cor amarela ocupando a base
sentam os seguintes elementos: da composição, seguidos de duas palmas de
cor verde e dez estrelas de cinco pontas de
Um triângulo equilátero de cor azul sobre o cor amarela, dispostas simetricamente em
qual se inscreve um facho de cor branca; dois grupos de cinco.
Uma circunferência limitando um espaço no
qual se regista, a partir do ângulo esquerdo Simbologia
e até o direito do triângulo, as palavras “RE- O prumo significa verticalidade e retidão da
PÚBLICA DE CABO VERDE”; constituição cabo-verdiana;
Três segmentos de reta de cor azul paralelos O triângulo equilátero representa unidade e
à base do triângulo, limitados pela primeira igualdade de direitos civis;
circunferência;
O archote simboliza a liberdade;
Uma segunda circunferência;
O mar representa nostalgia e o sustento;
Um prumo de cor amarela, alinhado com o
vértice do triângulo equilátero, sobreposto As palmas simbolizam a vitória conquistada
às duas circunferências na sua parte supe- na luta pela independência nacional;
rior;
As estrelas representam as dez ilhas de
Cabo Verde.
A República de Cabo Verde passa a ser governada com base na LOPE, uma espécie de pré-consti-
tuição, que definia os órgãos provisórios de soberania.
Um dos sonhos de Amílcar Cabral, chegou ao fim, em 1980, quando um golpe de Estado provocou
a separação política entre Guiné e Cabo Verde.
A instalação do sistema democrático em Cabo Verde foi possível devido a influências externas ou
internacionais, influências internas e uma atitude reformista do partido no poder (PAICV).
Em janeiro de 1991, foram realizadas as primeiras eleições legislativas livres e democráticas, por
sufrágio universal e o MPD obteve uma maioria absoluta no parlamento. Constituiu Governo.
Desde janeiro de 1991, os processos eleitorais têm acontecido de modo regular, seguindo os prin-
cípios definidos pela Constituição.
1.2. Faz corresponder cada personagem da coluna A com à sua respetiva função na coluna B.
A B
Primeiro Presidente
A 1
Nome:
da Guiné-Bissau
.
Primeiro-ministro na
B 2 Primeira República
Nome: de Cabo Verde
.
Primeiro Presidente
C 3
Nome:
de Cabo Verde
.
Presidente da
Assembleia Nacional
D 4
Nome:
Popular de Cabo
. Verde
1.3. A implementação da democracia em Cabo Verde foi possível graças a influências externas.
1.8. Faz uma pesquisa sobre os diversos partidos políticos que existem atualmente em Cabo Ver-
de, indicando aspetos como: o nome do partido, o ano de fundação, a sua sigla ou símbolo, e
os seus dirigentes.
2.2. Faz corresponder cada personagem da coluna A com à sua respetiva função na coluna B.
A B
1º Primeiro-Ministro
A 1 na Segunda República
Nome: de Cabo Verde
.
Presidente da Repú-
B 2 blica de Cabo Verde
Nome: de 2001 a 2011
.
Primeiro Presidente
C 3 da Segunda República
Nome: de Cabo Verde
.
Atual Primeiro-Minis-
D 4 tro da República de
Nome: Cabo Verde
.
Primeiro-Ministro da
República de Cabo
E 5 Verde durante 15
Nome: anos após a indepen-
.
dência
Atual Presidente da
F 6 República de Cabo
Nome: Verde
.
Objetivos:
1. A População Cabo-verdiana
no Século XXI
Figura 1. Evolução da população absoluta em Cabo Verde, INE, Censos e Projeções Demográficas
População total ou absoluta - número de pessoas que reside num determinado território (ilha,
região ou país) e num dado período de tempo.
Natalidade - número de nascimentos ocorridos durante um ano.
Mortalidade - número de óbitos (mortes) ocorridos durante um ano.
Crescimento Natural da população - diferença entre os nascimentos e mortes ocorridos durante um ano.
Taxa de Natalidade - número de nascimentos, por cada 1000 habitantes, ocorridos durante um ano.
Taxa de Mortalidade - número de óbitos (mortes), por cada 1000 habitantes, ocorridos durante um ano.
Vou resolver.
24,5
23,3 23 Taxa de natalidade
21,7
20,6 20,1
Crescimento Natural
Taxa de mortalidade
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
A principal causa da diminuição da natalidade tem sido a educação para o planeamento familiar e a
adoção de métodos contracetivos.
Quanto às principais razões da diminuição da mortalidade são:
Redução da mortalidade infantil (vacinação, melhores condições nos partos);
Controlo do VIH/SIDA (doenças sexulamente transmissíveis);
Controlo da tuberculose e paludismo;
Campanhas de vacinação.
Vou resolver.
2ª fase (de 1927 a 1945) - A segunda fase é marcada pela diminuição do volume da emigração,
sobretudo para os Estados Unidos da América, devido a leis restritivas de entrada de pessoas.
3ª fase (de 1946 a 1973) - A terceira fase, corresponde à grande corrente migratória (grande êxo-
do) para países europeus como a Holanda, Portugal, França, Luxemburgo, Itália e Suíça.
Existência de contactos com familiares, amigos e parentes emigrantes que ajudam na partida.
O tema da emigração, a vontade de partir…o ficar, está presente na literatura cabo-verdiana. É o caso
do poema Cais, de Manuel Ferreira, que te propomos que leias.
Cais
Cinquenta partem por mim
Nunca parti deste cais
E o mar é plano e o céu azul sempre que vou!
E tenho o mundo na mão!
Para mim nunca é de mais Mundo pequeno para quem ficou…
Manuel Ferreira, 1949
Responder sim
Cinquenta vezes a cada não.
Os estudos, mais recentes, sobre a emigração cabo-verdiana, realizados pelo INE, nos anos de 2009
a 2014, calculam que 16 420 cabo-verdianos tenham emigrado (diminuição em relação aos períodos
anteriores). A figura 3 mostra que a maior parte dos emigrantes viviam nos concelhos da Praia, Santa
Catarina, Tarrafal, Porto Novo e Sal.
As principais causas, da emigração cabo-verdiana, nesse período diversificaram-se, em relação ao
período estudado anteriormente.
Reagrupamento
familiar;
Procura de emprego;
Problemas de saúde.
Figura 3. INE,IMC-2015
Figura 4. INE,IMC-2015
Mais de metade dos emigrantes teve como destino Portugal. Seguiram-se, os Estados Unidos da Amé-
rica, França, Brasil, Angola e Itália.
Os que partiram para Portugal e Brasil fizeram-no, maioritariamente, por motivos de estudo. A maior
parte dos que partiram para Itália, foi por motivos de trabalho e os que partiram para os Estados Uni-
dos, por motivo de reagrupamento familiar.
Vou resolver.
Na figura 6, podes observar que os movimentos migratórios internacionais, para Cabo Verde, têm ori-
gem em países do continente africano, europeu, americano e asiático (China).
Saldo migratório
A emigração faz diminuir a população, enquan-
Figura 7. Distribuição dos imigrantes por concelho de residência. to que a imigração faz aumentar a população
INE, Projeções Demográficas, 2010-2030
absoluta. O número de emigrantes (saídas do
país) é superior ao número de imigrantes (entradas no país), pelo que o saldo migratório é negativo.
No entanto, o número de pessoas que sai do país tem vindo a diminuir e o número de pessoas que
entram tem vindo a aumentar. Em 2016, o saldo migratório (diferença entre entradas e saídas) foi de
menos 598 pessoas.
Podemos concluir que a emigração e imigração e a natalidade e mortalidade influenciam a população absoluta.
Vou resolver.
1. A partir de que momento Cabo Verde passa a ser um país de imigração? Quais as razões?
2. Identifica quatro países de origem dos imigrantes que chegam a Cabo Verde.
3. A imigração contribui para aumentar ou diminuir a população absoluta?
4. De que forma o saldo migratório influência a população absoluta de Cabo Verde?
Podemos concluir que o volume de população jovem tem-se mantido, a população adulta aumentou e a popula-
ção idosa também se manteve, apesar de uma pequena diminuição entre os 70-79 anos e um ligeiro aumento
nas idades com mais de 80 anos.
O aumento da população adulta e mesmo dos idosos está relacionado com a melhoria das condições de vida,
de uma forma geral.
Segundo as estimativas do INE, a população masculina tem aumentado em relação à população feminina, nos
últimos anos, mas esta última continua a ser ligeiramente superior à masculina.
Densidade populacional
Densidade populacional - número de habitantes por Km²
Os estudos realizados pelo INE indicam que a densidade populacional (relação entre a população residente e a
superfície total de Cabo Verde), tem vindo a aumentar. No ano de 2016, a população absoluta era de 531 239
habitantes distribuídos por uma superfície de 4033 km² a que corresponde a uma densidade populacional de
131,72 hab/km². No entanto, como podes observar na Figura 9, a população não se distribui de forma uniforme
pelo território, pelo que a densidade populacional é mais elevada em algumas ilhas do que noutras.
As ilhas com maior densidade populacional são as de São Vicente, Santiago e Sal (por ordem decrescente). Es-
tas ilhas têm recebido população de outras ilhas e mesmo do estrangeiro, pois oferecem melhores condições
de vida e/ou, emprego. São, por isso, ilhas atrativas, enquanto que algumas ilhas como, Santo Antão, Fogo e São
Nicolau têm perdido população para outras ilhas, ou mesmo para o exterior.
Figura 5. Densidade populacional, por ilha (habitantes por Km² ). INE, Projeções demográficas de Cabo Verde 2010-2030 (adaptado)
A ilha da Boavista, apesar de apresentar a mais baixa densidade populacional, tem recebido população de outras
ilhas, atraída pelas oportunidades de emprego, principalmente no turismo, pelo que a sua densidade populacio-
nal tem vindo a aumentar nos últimos anos.
De modo geral, as ilhas com maior densidade populacional, são as que dispõem de portos, aeroportos, melho-
res vias de comunicação terrestre, as principais cidades e mais oferta de emprego.
Vou resolver.
Os principais países de destino dos emigrantes cabo-verdianos são: Portugal, França e Itália, no
continente europeu, Estados Unidos da América e Brasil, no continente americano e Angola, no
continente africano. As principais razões da emigração, são agora, motivos de estudo, reagrupa-
mento familiar (juntar-se aos familiares), motivos económicos e de saúde.
A partir dos anos 90 do século XX, Cabo Verde passa a ser também um país de imigração, devido
às oportunidades de negócio ou de emprego na área do turismo. Os principais países de origem dos
imigrantes são Guiné-Bissau, São Tomé, Angola, Portugal e Senegal.
Uma grande parte dos imigrantes escolheu os concelhos da Praia, Boavista, São Vicente e Sal para
residir.
Quanto à estrutura etária da população, o volume do grupo dos jovens (0-14 anos) tem-se mantido
entre os 0-9 e com redução dos 10-14, a população adulta (15-64 anos) aumentou com a exceção
das classes entre os 15-24 anos, e a população idosa (65 ou mais anos) tem aumentado nas clas-
ses etárias com mais de 80 anos. O aumento da população nos grupos dos adultos e idosos está
relacionado com a melhoria dos cuidados de saúde e das condições de vida.
Figura 4. INE,IMC-2015
5.1. A partir de que altura Cabo Verde passou a ser um país de imigração?
5.3. Quais as razões que tornaram Cabo Verde atrativo para os imigrantes?
Com o aumento do êxodo rural nos últimos anos, intensificou-se o fenómeno da urbanização, sobretu-
do nas maiores cidades de Cabo Verde: a cidade da Praia e a cidade do Mindelo. Em Cabo Verde, 62%
da população vive no meio urbano.
O espaço urbano apresenta uma organização complexa, resultante da sua ocupação por várias ativida-
des: residência dos habitantes, comércio, educação, centros hospitalares, serviços diversos, parques e
espaços verdes, recreação.
Nas cidades, o povoamento é do tipo agrupado (concentrado), organizado em bairros que são servidos
pela rede de transportes públicos. São zonas de fácil acesso, onde se gasta pouco tempo para vencer
a distância entre as localidades (distância-tempo).
As cidades são zonas atrativas da população, devido às condições de vida que oferece à sua população,
em particular, para a população jovem que perspetiva novas oportunidades.
À medida que a população urbana aumenta, o espaço urbano geralmente enfrenta vários constran-
gimentos: carências habitacionais e surgimento de bairros clandestinos; desemprego; problemas de
abastecimento (água, eletricidade, alimentos); aumento do lixo e dificuldades na sua recolha; conflitos
sociais (violência, atos de vandalismo, prostituição, tráfico de drogas) entre outros.
Vilas – são zonas com alguma urbanização, com maior densidade populacional em relação às al-
deias. A população dedica a várias atividades – agricultura, pecuária, pesca, pequenas indústrias,
comércio e serviços diversos.
Cidade – diz respeito a zonas urbanizadas, com grande densidade populacional, com muitas ativi-
dades económicas ligadas ao comércio, indústria e serviços. Tem uma importância superior à Vila.
Vou resolver.
Vou resolver.
Entre o espaço rural e o espaço urbano existe uma grande diferença na distribuição da população.
No espaço rural, o tipo de povoamento é geralmente disperso, devido ao predomínio de proprieda-
des individuais, onde os edifícios são construídos dentro das propriedades.
Muitas zonas são de difícil acesso, o que aumenta a distância-tempo entre as localidades.
As cidades são zonas urbanas com grande concentração populacional, onde predominam as ativi-
dades dos setores secundário e terciário. O povoamento nas cidades é do tipo agrupado (concen-
trado). A distribuição da população está organizada em bairros. É uma área de fácil acesso, servida
pela rede de transportes públicos.
As cidades da Praia e do Mindelo são as principais cidades de Cabo Verde. Desde agosto de 2010
Cabo Verde conta com 24 cidades.
A cidade e o campo, por serem espaços diferentes complementam-se e existe uma forte relação
de interdependência entre eles.
6. Porque é que se diz que entre o campo e a cidade existe uma relação de interdependência?
3. O Mundo do Trabalho
Setor terciário ou setor dos serviços inclui todas as atividades económicas que prestam um servi-
ço à população. Fazem parte deste setor a administração pública, a educação, a saúde, o comércio,
os bancos, os transportes, as seguradoras e o turismo.
O Mundo do Trabalho 77
A distribuição da população ativa pelos três setores não é equilibrada. A maior parte da população
ativa trabalha no setor terciário (observa o quadro). Verifica-se ainda que o setor primário regista um
aumento nos últimos anos, provavelmente devido à aposta do governo na agricultura.
Saber mais.
A economia informal pode ser definida como o conjunto de atividades económicas de trabalhado-
res que não são abrangidos pela legislação (não pagam impostos e não têm empresa constituída).
A economia informal tem uma dimensão importante em Cabo Verde. Entre finais de junho e primei-
ra quinzena de setembro de 2015, excluindo o setor agrícola, ascendia a 12 % do PIB do país.
A economia informal empregava em 2015 perto de 40.000 pessoas (10,5 % da população em ida-
de ativa). As atividades informais (excluindo as do setor agrícola) são exercidas sobretudo no meio
urbano, por mulheres, com idade média em torno dos 40 anos e com nível de instrução correspon-
dente ao ensino obrigatório.
Relatório do Estado da Economia de Cabo Verde. Banco de Cabo Verde, 2015 (adaptado).
Figura 2.Comércio informal e ambulante (2018) Figura 3.Comércio informal e ambulante (2018)
A população cabo-verdiana encontra-se dividida em dois grupos: população ativa e população não
ativa ou inativa.
População ativa refere a todos os indivíduos que exercem uma profissão com um salário, ou que se
encontram desempregados em idade ativa. População não ativa tem a ver com todos os indivíduos
que não exercem qualquer tipo de atividade remunerada.
O homem para garantir a sua subsistência executa um conjunto de atividades que vai desde a ex-
tração de recursos, transformação e produção de bens e serviços.
1. Existem três setores de atividade. Indica-os.
5. Observa o quadro da estrutura de empregados por setores de atividade entre 2012 -2016.
5.1. Como tem evoluído o setor primário durante este período? Justifica a tua resposta.
O Mundo do Trabalho 79
3 Cabo Verde Hoje
Saber mais.
A nível mundial existem dois tipos de agricultura – agricultura tradicional e agricultura moderna.
A agricultura tradicional é praticada geralmente nos países pobres - países com poucos recursos
financeiros. É uma agricultura de subsistência, ou seja, para o autoconsumo.
A agricultura moderna é geralmente praticada pelos países ricos. É uma agricultura de mercado,
abastece tanto o mercado nacional como internacional.
Agricultura de sequeiro
A agricultura de sequeiro é praticada nas
regiões onde há carência de água. A pro-
dução depende da queda de chuvas e é
pouco diversificada. Os produtos mais cul-
tivados são milho, feijões e mancarra (ver
o gráfico seguinte).
Nas vertentes montanhosas mais húmi-
das, constroem socalcos onde associam
outros produtos, tais como, a batata-doce,
a mandioca e algumas árvores de fruto.
A agricultura de sequeiro ocupa a maior
parte das terras aráveis em Cabo Verde.
Agricultura de Regadio
A agricultura de regadio é praticada no fundo dos vales e nas partes mais baixas das encostas, perto
de alguma fonte de água subterrânea (nascentes, poços, galerias) ou próximo das barragens, como
acontece em Santiago e Santo Antão. As parcelas são irrigadas por alagamento ou por sistema gota
As Atividades Económicas 81
a gota. A produção é diversificada. Cultivam a cana sacarina, banana, batata, mandioca, produtos
hortícolas (alface, couve, coentro, salsa, cebola, tomate, pepino, beringela...), algumas leguminosas e
fruteiras. Embora as parcelas (hortas) sejam pequenas, cultiva-se de tudo um pouco, isto é, pratica-se
a policultura.
Solo arável é a parte do solo formada por material solto e que pode ser cultivada.
Socalcos são pequenos terraços em forma de degraus construídos pelo homem, na vertente de
uma elevação e têm por objetivo aumentar a área agrícola e evitar a erosão do solo.
Rega por alagamento é um sistema de rega onde a água é conduzida através de canais feitos na
terra para alagar as culturas.
A falta de água e a forte ação erosiva do vento leva à degradação dos solos que ficam cada vez
mais pobres e pouco produtivos;
O sistema de rega por alagamento origina grandes desperdícios de água onde é praticada;
As fracas condições financeiras dos agricultores dificulta a introdução das novas técnicas agrícolas;
O abandono das terras devido ao êxodo rural. Quando as terras são abandonadas ficam expostas
à erosão e o solo torna-se cada vez mais pobre;
Vou resolver.
4.1.2. Pecuária
Principais criações e a sua importância
A pecuária é uma atividade do setor primário, dedicada
à criação e reprodução de animais com fins comerciais,
industriais e para o autoconsumo.
A pecuária é uma atividade muito ligada à agricultura, já que
parte das culturas se destina à alimentação dos animais.
Por sua vez, os terrenos são, muitas vezes, fertilizados
com os excrementos desses animais.
Tal como a agricultura, a pecuária é importante para a
economia de Cabo Verde, pois fornece carne, leite, gordura,
ovos para a nossa alimentação, a pele, a lã, e os chifres que
servem de matéria-prima para a indústria artesanal. Figura 8. Aviário
As Atividades Económicas 83
Figura 3. Apascentamento do gado na época das chuvas Figura 4. Apascentamento do gado na época seca
Em Cabo Verde, cria-se o gado bovino, caprino, ovino, suíno e desenvolve-se ainda a avicultura.
O gado caprino, por ser mais resistente às características climáticas do arquipélago e menos exigente
na alimentação, é a criação predominante.
As ilhas de Cabo Verde com maior número de criadores são Santiago, Fogo e Santo Antão. Santiago
destaca-se como maior criador do gado bovino. O sistema de exploração pode ser feito em regime de
estabulação, de pastoreio livre ou até mesmo amarrado ao redor das habitações.
A avicultura tem sofrido grandes transformações. A criação é feita em aviários por empresas nacio-
nais. Utilizam tecnologia moderna, o que garante uma grande produção de carne e de ovos para o
consumo nacional.
Estabulação é a criação de animais em regime fechado, dentro de construções, onde são abrigados
e alimentados.
Pastoreio livre consiste na condução e guarda dos animais a pastar ao ar livre.
Vou resolver.
4.1.3. Pesca
Em Cabo Verde, o setor das pescas é tido como uma atividade multifuncional, de grande importância
económica e social. É uma fonte de rendimento e tem um papel fundamental na redução do desemprego.
A pesca é uma atividade do setor primário, ligada ao mar, que abrange a captura de peixe.
Pesca artesanal
A pesca artesanal ou tradicional é praticada muito próxi-
ma da costa (pesca costeira), em pequenas embarcações
de boca aberta, deficientemente equipadas, com dois ou
três tripulantes e, por isso, de curta duração (não podem
permanecer muito tempo no mar). Embora exista uma
grande diversidade de espécies capturadas, o rendimento
é baixo. Figura 9. Embarcações de boca aberta
Pesca Semi-industrial e Industrial
A pesca semi-industrial e industrial (ainda pouco desen-
volvida) é feita em embarcações com maiores dimensões
e devidamente equipadas (sonares, radar, sistema de co-
municação), com câmaras frigoríficas para a conservação
do pescado e com maior número de tripulantes. Compa-
rativamente com a pesca artesanal, a captura é superior.
Predomina a captura dos tunídeos (74,6%) e pequenos
pelágicos (20,2%). Destina-se a abastecer o mercado na-
cional, mas também para exportação. Figura 10. Cais de pesca em São Vicente
As Atividades Económicas 85
Principais áreas de pesca em Cabo Verde
Como é do teu conhecimento, Cabo Verde é um arquipélago e por isso mesmo é envolvido por mar em
todas as direções. Por esse motivo, se diz que a nossa principal riqueza é o mar. O nosso mar é rico em
recursos pesqueiros.
Cabo Verde possui uma extensa zona de pesca - ZEE (Zona Económica Exclusiva), com uma superfície
de 734 265 Km2 e uma plataforma marinha com cerca de 10. 450 Km2 Verifica-se no país uma grande
abundância e diversidade de pescado - atum, ilhéu, cavala, chicharro ( Oi lorg ), garoupa, badejo, sal-
monete, goraz, crustáceos, como a lagosta e moluscos, como o polvo e a lula.
ZEE (Zona Económica Exclusiva) é a faixa costeira com largura média de 200 milhas, sobre a qual
os respetivos países costeiros detêm o direito de exploração, conservação e administração de to-
dos os recursos.
a insuficiência de infraestruturas de pesca, como por exemplo, portos de pesca ou mesmo peque-
nos ancoradouros para as pequenas embarcações;
Saber mais.
INDP é o serviço público destinado a executar programas de investigação que visam a exploração
dos recursos haliêuticos e apoio direto aos pescadores. A sede principal fica na ilha de São Vicente.
Existem delegações em Santiago e no Sal e representantes nas restantes ilhas do país.
Vou resolver.
Em Cabo Verde a pesca é considerada como uma atividade multifuncional e de grande importância
económica.
1. Redige um pequeno texto, onde falas sobre:
1.1. Tipos de pesca praticados em Cabo Verde.
As Atividades Económicas 87
4.1.4. Indústrias
A atividade industrial representa um grande desa-
fio para Cabo Verde. Gera emprego e movimenta
todos os outros setores de economia do país, en- Indústria é a atividade que transforma a ma-
tre os quais a agricultura, o comércio e os trans- téria-prima em produto capaz de ser utilizado.
portes. Parque industrial é uma área, onde, por ini-
O número de indústrias tem aumentado, mas ain- ciativa do Estado, criam-se condições neces-
da não satisfaz as necessidades de consumo do sárias (facilidade de acesso, infraestruturas)
país, pelo que existe uma grande dependência do para favorecer a implantação de determina-
exterior (importação). dos tipos de indústrias.
O setor industrial em Cabo Verde é constituído essencialmente por pequenas indústrias, sendo umas
nacionais e outras estrangeiras.
Figura 15.
Em todas as ilhas de Cabo Verde pratica-se a atividade industrial. Contudo, verifica-se uma maior inci-
dência nas cidades da Praia e do Mindelo, onde se situam os dois parques industriais - parque industrial
da Achada Grande Trás, na cidade da Praia e o parque industrial do Lazareto, na cidade do Mindelo.
As indústrias predominantes em Cabo Verde são:
Indústria alimentar - panificação, doçarias, gelados, conserva de peixe, enchidos, laticínios, engar-
rafamento de água, refrigerantes, moagem de cereais, torrefação e moagem do café e massas
alimentares.
Figura 16. Bolo de mel. Figura 17. Queijo. Figura 18. Água. Figura 19. Massas.
Saber mais.
Nas ilhas do Sal, Boavista e Maio existem salinas onde fazem a extração do sal que se utiliza na cozinha.
Na ilha de Santo Antão, cidade do Porto Novo, existem jazidas onde se extrai a pozolana.
Pozolana – terra vulcânica que entra na composição do cimento.
A atividade industrial em Cabo Verde representa 7% da economia do país, pois encontra-se numa fase
de crescimento e desenvolvimento.
As indústrias, como já se viu, são indústrias ligeiras, pelo que existe uma dependência permanente dos
países estrangeiros para o seu normal funcionamento (aquisição de máquinas, matéria-prima).
A carência de matéria-prima, a escassez de água, o fornecimento de eletricidade, a insularidade, a di-
ficuldade de transportes entre as ilhas, e a pequenez do mercado são os principais constrangimentos
que enfrenta o setor industrial em Cabo Verde.
Vou resolver.
As Atividades Económicas 89
4.1.5. Energia
Principais tipos de energia utilizados em Cabo Verde
Em Cabo Verde, como em qualquer outra parte do planeta, tudo funciona à base de energia. Desde as
tarefas domésticas, passando pela agricultura, comércio, serviços e transportes, todos precisam de
energia.
A energia mais utilizada em Cabo Verde é o petróleo e os seus derivados (gasolina, gasóleo, gás bu-
tano, fuel e jet) que representam cerca de 70% do consumo total. Essa energia é importada, pois não
dispomos deste recurso. É uma energia muito cara.
Também utiliza-se em Cabo Verde outras formas de energias: a energia eólica; a energia solar; e a
energia da lenha. A energia eólica e a energia solar são as de menor consumo. Representam apenas
22% da energia utilizada.
Energias renováveis e energias não renováveis
Energias renováveis - São fontes naturais de energia e, por isso, nunca se esgotam, estão em
constante regeneração: energia solar; energia eólica; energia geotérmica; energia hidráulica. As
fontes de energias renováveis são produzidas pela natureza, por isso não poluem o ambiente, são
conhecidas como energias limpas.
Energia eólica - energia produzida pela força do vento. É gerada a partir dos aerogeradores.
Energia solar- energia produzida através do sol, utilizando os painéis solares.
Energia geotérmica - é a energia obtida a partir do calor proveniente do interior da terra.
Energia hidráulica - é a energia alcançada a partir da energia potencial de uma massa de água.
Figura 21. Painel solar - Mindelo, Ilha de São Vicente Figura 22A. Aerogeradores - ilha de Santiago
Todos nós podemos colaborar neste sentido, criando pequenos hábitos, como sendo:
Reduzir o número de lâmpadas acesas na nossa casa;
Saber mais.
Vou resolver.
As Atividades Económicas 91
4.1.6. Comércio
O comércio consiste na troca de géneros ou
quaisquer bens por um valor monetário. Faz par-
te do setor terciário.
Este processo de troca é comum em todos os
países. No entanto, existem países que importam
mais do que exportam. Essa relação entre a im-
portação e a exportação define a balança comer-
cial de um país. Figura 23A. Produtos diversos no Mercado do Mindelo
(Autores, 2018)
Como já percebeste, a balança comercial varia em função da importação e da exportação, agora vais
aprender a classificá-la:
Balança comercial negativa quando a importação é maior que a exportação.
EXPORTAÇÕES IMPORTAÇÕES
IMPORTAÇÕES EXPORTAÇÕES
IMPORTAÇÕES EXPORTAÇÕES
Saber mais.
Um país que tenha um grande valor de exportação recebe muitas receitas do exterior; a saída de merca-
dorias corresponde à entrada de receitas.
Um país que tenha grande valor de importações tem que pagar a outros países tudo o que compra; a
entrada de mercadorias corresponde à saída de receitas.
Os países pobres importam mais do que exportam, já os países ricos exportam mais do que importam.
Vou resolver.
O comércio é uma atividade de troca, por exemplo "dou-te uma mercadoria e dás-me uma moeda."
1. Diferencia importação de exportação.
2. O que entendes por balança comercial?
3. Quais são os principais parceiros comerciais de Cabo Verde?
4.1.7. Serviços
Diferentes tipos de serviços
Os serviços fazem parte do setor terciário. Podem ser definidos como um produto da atividade hu-
mana que satisfaz uma necessidade, sem assumir a forma de um bem material. Trata-se de um setor
muito diversificado, gerador de muitos postos de trabalho. Em Cabo Verde, cerca de 69% da popula-
ção ativa trabalha neste setor.
Fazem parte deste setor, a função pública (serviços
administrativos, educação, saúde, segurança), os ser-
viços bancários, as seguradoras, o comércio, os trans-
portes e o turismo.
Atualmente, o estado é o maior empregador em Cabo
Verde, mas existe o setor privado que também contri-
bui para a produção de muitos postos de trabalho. As
atividades neste setor têm registado um crescimento
rápido nos últimos anos, devido ao forte dinamismo do
Figura 23B. Farmácia, Mindelo, (Autores, 2018)
turismo, do serviço dos transportes e, paralelamente a
estes, os serviços bancários e as seguradoras.
As Atividades Económicas 93
Principais áreas de prestação de serviços
Vou resolver.
Tal como a agricultura, a pecuária é de grande importância económica para Cabo Verde, pois for-
nece carne, leite, gordura, ovos para a alimentação, a pele, a lã, e os chifres que servem de maté-
ria-prima para a indústria. Cria-se em Cabo Verde o gado bovino, caprino, ovino e suíno. Também a
avicultura tem grande expressividade em Cabo Verde.
A pesca é uma atividade multifuncional de grande importância económica e social para o nosso
país, pois é uma fonte de rendimentos e gera muitos postos de trabalho. Existem dois tipos de
pesca em Cabo Verde – pesca artesanal e pesca industrial.
A indústria é a atividade que transforma a matéria-prima em produto capaz de ser utilizado. É uma
atividade praticada em todas as ilhas de Cabo Verde, mas com maior incidência nas ilhas de San-
tiago e de São Vicente.
O comércio e os serviços fazem parte do setor terciário. O comércio consiste na troca de géneros
ou quaisquer bens por um valor monetário. Importação consiste na compra de produtos nos países
estrangeiros e exportação é quando se vende produtos a um país estrangeiro. A balança comercial
de Cabo Verde é deficitária, pois importa muito mais do que exporta.
Os serviços fazem parte do setor terciário. Eles são dos setores de atividade mais diversificados
e absorvem maior quantidade de mão de obra. As cidades da Praia e do Mindelo são as maiores
áreas de prestação de serviços.
As Atividades Económicas 95
1. Redige uma composição onde falas dos desafios da agricultura em Cabo Verde, sugerindo algu-
mas soluções, que na tua opinião, podem resolver tais problemas.
4. Observa a imagem.
5. Observa a imagem.
5.1. Indica a atividade que observas .
6. Analisa a imagem.
6.1. O que são salinas?
8. Em Cabo Verde, como em qualquer outra parte do nosso planeta, tudo funciona à base de energia.
10.2. Indica a atividade deste setor que tem contribuído, para o aumento populacional nas ilhas do
Sal e da Boavista?
As Atividades Económicas 97
3 Cabo Verde Hoje
5.1. Os Transportes
Os transportes são essenciais para o desenvolvimento económico e social de todas as ilhas de Cabo
Verde. Permitem a deslocação de pessoas, as trocas comerciais, a circulação da informação e os con-
tactos entre os seus habitantes.
Meio de Transporte - veículo utilizado nas deslocações, como por exemplo, bicicleta, automóvel,
barco e avião.
Rede de Transporte - conjunto interligado de diversas rotas de transporte, como redes terrestres,
marítimas e aéreas.
Vias de comunicação - são os diferentes meios (terrestre, aquático, aéreo) onde decorrem as des-
locações.
Os diversos meios de transporte utilizam as vias de comunicação que são os espaços onde decorrem
as deslocações.
Rodoviários
Ferroviários Marítimos Fluviais
(automóveis, Aviões
(comboio) (barcos) (barcos)
camiões...)
Vou resolver.
s aéreos são os mais rápidos, seguros, mas são mais caros, consomem muita energia e são po-
O
luentes.
Vou resolver.
Cuidados a ter:
Vais atravessar a rua
Procura sempre uma passadeira. Caso não a vejas, procura
atravessar sempre no local mais seguro com visibilidade para
um lado e para o outro;
Tem cuidado com os veículos estacionados próximos da passadeira, pois impedem-te de ver e de
ser visto pelos condutores;
Numa estrada ou numa rua sem passeios, caminha pela berma, sempre de frente para os veículos,
de forma a poderes vê-los quando se aproximam. Se não existirem bermas deves caminhar o mais
afastado possível da faixa de rodagem.
Entra e sai pelo lado do passeio ou berma, para estares protegido dos veículos que circulam na
faixa de rodagem;
Não brinques com o sistema de abertura das portas, nem ponhas a cabeça e os braços de fora da
janela;
Não deites objetos pela janela, para além de estares a poluir o ambiente podes ferir alguém ou
provocar um acidente.
Vou resolver.
Além destas estradas, existem outras com o piso em terra batida (figura. 8), mais estreitas, o que
dificulta a circulação de pessoas e mercadorias.
5.1.3. Portos
Todas as ilhas de Cabo Verde dispõem de portos, com exceção de Santa Luzia (desabitada). Os portos
servem o transporte marítimo de passageiros e mercadorias nas ligações entre as ilhas e com outros
países no continente africano, europeu e americano.
Os portos mais importantes, como os da Praia, em Santiago, Porto Grande, em São Vicente (figura 10)
e Palmeira, no Sal, servem o tráfego marítimo internacional. São estes portos que recebem os navios
que transportam, de outros países para Cabo Verde, uma grande variedade dos produtos que consu-
mimos.
Vou resolver.
1. Além da ligação entre as localidades, que outras estruturas ligam as estradas nacionais?
2. Qual a ilha em que a rede rodoviária apresenta:
a). Maior extensão;
b). Menor extensão.
3. Indica as ilhas que dispõem de aeroporto.
4. A que se deve as diferenças de desenvolvimento das redes de transporte nas ilhas.
5.5. As Telecomunicações
As telecomunicações abrangem todas as formas de comunicação à distância. Permitem a comunicação
de som, imagem e dados.
Facilidade de difusão de ideias e comportamentos incorretos, que podem pôr em causa os direitos
e a segurança de outras pessoas.
Em Cabo Verde, o acesso às tecnologias de informação e comunicação, pela população, tem vindo a
aumentar. Em 2017, cerca de 80% das famílias tinham acesso à televisão, 70% à internet, 32% ao
computador e 20% ao tablet.
As tecnologias de informação e comunicação estão tão presentes no nosso dia a dia, que parece que
tudo o que acontece, em qualquer ponto do globo, está mais perto de nós. Ficamos com a sensação de
que o mundo é uma “aldeia global”.
Vou resolver.
5.6. Turismo
O tempo de férias escolares ou de trabalho são chamados tempos livres. Estes podem ser aproveita-
dos para repousar ou praticar atividades culturais, desportivas e sociais. Os momentos de lazer são
ocupados, por um número cada vez maior de pessoas, para viajar e conhecer outros lugares, pessoas
e culturas. A estas viagens e às atividades realizadas chamamos turismo.
A Organização Mundial do Turismo (OMT) define o turismo como o conjunto das atividades desenvol-
vidas por pessoas durante as viagens e estadas em locais situados fora do seu ambiente habitual, por
um período de tempo que não ultrapasse um ano, para fins, recreativos, de negócio ou outros.
Lazer - tempo livre que as pessoas podem organizar e ocupar da forma que mais lhes agrada.
Turismo - atividade de viajar para conhecer lugares diferentes daqueles onde vivemos habitualmente.
Cabo Verde atrai um grande número de turistas, principalmente estrangeiros, devido às suas paisa-
gens, praias, montanhas e cultura. Os turistas podem, assim, praticar vários tipos de turismo.
Figura 18. Salinas de Pedra de Lume, Sal. Figura 19. 19 Praia de Santa Maria, Sal.
Vou resolver.
UNICEF - Fundo das Nações Unidas para a Infância - tem como objetivo a pro-
moção da defesa dos direitos das crianças, satisfazer as suas necessidades
básicas e contribuir para o seu desenvolvimento.
Tabela2
Saber mais.
Cabo Verde presidiu à cimeira de Chefes de Estado da CPLP que decorreu nos dias 17 e 18 de julho de 2018,
na ilha do Sal. O tema da cimeira foi “Cultura, Pessoas e Oceanos”. Cabo Verde assumiu a presidência da
CPLP, por um período de dois anos, (2018 – 2020).
Vou resolver.
1. Qual o propósito com que foi criada a ONU de que Cabo Verde faz parte?
2. Indica um objetivo da CPLP.
3. Em que ano foi criada a CEDEAO.
Bibliografia 111
Webgrafia
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pulação Cabo-verdiana, Praia, Gabinete do Censo 2010.
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INE (2015) Inquérito Multi-objetivo contínuo – 2014. Estatísticas das Migrações, Praia
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INE (2017) Anuário Estatístico Cabo Verde 2016, Praia
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