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CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
MARINGÁ
2018
MATEUS HENRIQUE DE SOUZA
MARINGÁ
2018
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Biblioteca Central - UEM, Maringá, PR, Brasil)
Souza, Mateus Henrique de
S729a Análise de argamassas de reparo de base
polimérica / Mateus Henrique de Souza. -- Maringá,
2018.
136 f. : il. color., figs., tabs.
CDD 21.ed.693.5
691.5
ECSL-1202
MATEUS HENRIQUE DE SOUZA
Aprovada em ____/_____/_______
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________
Prof. Dr. Rafael Alves de Souza – Universidade Estadual de Maringá
_____________________________________________________
Prof. Dr. Carlos Humberto Martins – Universidade Estadual de Maringá
_____________________________________________________
Prof. Dr. Leandro Mouta Trautwein – Universidade Estadual de Campinas
3
AGRADECIMENTOS
À Deus, pela minha vida, por me apresentar oportunidades e pessoas incríveis e por sempre me
capacitar e motivar ao longo do caminho, toda minha gratidão.
Ao meu orientador Prof. Dr. Rafael Alves de Souza, por dividir seu conhecimento e experiência,
por toda a atenção e dedicação ao meu trabalho, por sempre ter me incentivado e motivado ao
longo da pesquisa, toda minha admiração.
Aos meus pais, João e Ilda, que na simplicidade me ensinaram muitos valores e que nunca
hesitaram em me dar apoio e incentivo nas minhas escolhas, todo meu amor e gratidão.
À toda a minha família, em especial minha irmã e madrinha Márcia, por toda a dedicação em
me ajudar, todo meu amor e gratidão.
À minha namorada Nayara, com quem aprendo muito, por sempre me ajudar e apoiar nas
minhas dificuldades, todo meu amor e admiração.
Aos meus amigos Bruno, Gabriel e, em especial, Anderson e João, por todo companheirismo e
ajuda com atividades laboratoriais relacionadas a este trabalho.
Santo Agostinho
6
RESUMO
As manifestações patológicas nas estruturas de concreto estão cada vez mais presentes no meio
urbano atual e podem afetar o desempenho da estrutura. Para solucionar esses problemas,
podem ser usadas as argamassas poliméricas de reparos superficiais. Atualmente no mercado,
esses materiais de reparo de concreto possuem elevado valor de venda, além de possuírem suas
características constitutivas blindadas. Além disso, essas argamassas (material novo) nem
sempre oferecem compatibilidade com o substrato (material antigo), por possuírem diferentes
propriedades físicas e mecânicas. Nesse sentido, o presente trabalho teve por objetivo
desenvolver e analisar argamassas poliméricas de reparo superficiais de estruturas de concreto.
Foi testado o comportamento de diferentes argamassas, modificados por adesivos compostos
de copolímero vinílico, SBR (estireno-butadieno), PVA (acetato de polivinila) e emulsão
acrílica. Para isso, foram utilizados cimento e areia com traço de um de cimento para três de
areia, em massa e adesivos poliméricos, adicionados à água de amassamento. Foram realizados
ensaios para a determinação das resistências à compressão e tração por compressão diametral.
Foram determinados também os índices de absorção por capilaridade e por imersão. Por fim,
foram estudadas as propriedades aderentes da argamassa de reparo ao substrato, visto que uma
das principais características da argamassa é a sua capacidade aderente ao material deteriorado.
Para essa análise, realizou-se o ensaio de tração por compressão diametral, utilizando-se de
corpos de prova formados pelos dois materiais: uma metade em concreto, que tem por objetivo
simular o substrato, e a outra metade a argamassa de reparo. Entre os materiais testados, notou-
se que o material modificado por SBR teve o melhor desempenho, sobretudo com relação à
aderência ao concreto. Outro destaque do estudo foi a comparação das argamassas modificadas
por copolímero vinílico na cura ao ar e em câmara úmida. Notou-se uma melhora nos valores
do material curado ao ar. Uma conclusão observada foi com relação à ponte de aderência, que
possibilitou uma melhora de, pelo menos 120% na aderência entre os materiais em comparação
ao mesmo reparo sem a ponte de aderência. De modo geral, os resultados mostraram que as
argamassas modificadas por polímeros podem ter suas propriedades físicas e mecânicas
melhoradas.
ABSTRACT
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.1 - Execução de reparo superficial em viga de concreto ............................................ 18
Figura 3.1 - Argamassa de reparo sem adição de polímeros e com adição de polímeros ........ 33
Figura 4.1 - Comportamento das tenções em uma peça com falha no reparo .......................... 49
Figura 5.1 - Conjunto de peneiras para a caracterização da granulometria dos agregados (ABNT
NBR NM 52:2009) ................................................................................................................... 62
Figura 5.3 - Curva granulométrica da média das amostras ensaiadas, conforme a norma ABNT
NBR NM 248:2003, para agregado miúdo ............................................................................... 64
Figura 5.5 - Ensaio de determinação de consistência do concreto (Slump Flow Test) ............ 68
Figura 5.6 - Corpo de prova para avaliação da aderência entre o concreto e a argamassa de
reparo ........................................................................................................................................ 69
Figura 5.8 - Fôrmas para corpos de prova a ser utilizados na verificação da aderência entre o
substrato e o reparo ................................................................................................................... 70
Figura 5.9 - Fôrmas para moldagem dos corpos de prova das argamassas .............................. 72
Figura 5.10 - Aplicação de ponte de aderência de base epóxi no concreto do substrato ......... 74
Figura 5.11 - Moldes com os substratos preparados para receber a argamassa de reparo ....... 75
9
Figura 6.1 – Corpo de prova para ensaio de aderência rompido à compressão diametral com
superfície saturada .................................................................................................................... 85
Figura 6.2 – Corpo de prova para ensaio de aderência rompido à compressão diametral com
ponte de aderência .................................................................................................................... 87
Figura 7.2 - Resultados obtidos para absorção, índice de vazios e massa específica da argamassa
referência e as argamassas poliméricas .................................................................................... 94
Tabela 5.2 - Composição granulométrica do agregado miúdo obtidos sob orientação da norma
ABNT NBR NM 248:2003 ...................................................................................................... 63
Tabela 5.3 – Propriedades dos adesivos poliméricos a ser utilizados nas argamassas de reparo
.................................................................................................................................................. 65
Tabela 5.4 - Relação de ensaios e corpos de prova a serem moldados para a caracterização do
concreto do substrato ................................................................................................................ 71
Tabela 5.5 – Relação de ensaios e corpos de prova a serem moldados para a caracterização das
argamassas de reparo ................................................................................................................ 73
Tabela 6.1 – Disposição dos corpos de prova de acordo com as concretagens ........................ 77
Tabela 6.2 – Relação de corpos de prova e ensaios para caracterização do concreto do substrato
.................................................................................................................................................. 78
Tabela 6.4 – Índice de absorção, índice de vazios e massa específica médias do concreto do
substrato .................................................................................................................................... 80
Tabela 6.5 – Relação de corpos de prova e ensaios para caracterização das argamassas ........ 81
Tabela 6.6 – Massa específica média das argamassas poliméricas no estado fresco ............... 82
Tabela 6.9 - Absorção e ascensão capilar média das argamassas de reparo ............................ 83
Tabela 6.10 - Índice de absorção, índice de vazios e massa específica médias do concreto do
substrato .................................................................................................................................... 84
Tabela 6.11 – Resistência média aderente por compressão diametral com superfície saturada
.................................................................................................................................................. 85
11
Tabela 6.12 - Resistência média aderente por compressão diametral com ponte de aderência86
Tabela 6.14 - Resistência à tração da argamassa modificada com copolímero vinílico na cura
ao ar .......................................................................................................................................... 88
Tabela 6.15 - Resistência aderente por compressão diametral com superfície saturada para
argamassa modificada com copolímero vinílico na cura ao ar ................................................. 89
Tabela 6.16 - Resistência aderente por compressão diametral com ponte de aderência para
argamassa modificada com copolímero vinílico na cura ao ar ................................................. 90
Tabela 7.2 – Resistências médias para argamassas em processos de cura diferentes .............. 96
12
CP Corpo de Prova
Cimento Portland composto com
CP II Z 32
pozolana
H2O Água
SBR Estireno-butadieno
Sindicato Nacional da Indústria do
SNIC
Cimento
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS ............................................................................................................. 4
RESUMO................................................................................................................................... 6
SUMÁRIO ............................................................................................................................... 13
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 17
5.2.3.1 Corpos de prova para avaliação da aderência entre o reparo e o substrato ........................ 73
5.2.3.2 Avaliação da aderência entre o concreto e a argamassa de reparo...................................... 76
6 RESULTADOS ......................................................................................................... 77
6.1.5 Absorção de água por imersão, índice de vazios e massa específica .................... 79
6.2.5 Absorção de água por imersão, índice de vazios e massa específica .................... 83
8 CONCLUSÕES ........................................................................................................ 98
1 INTRODUÇÃO
1.1 JUSTIFICATIVA
Este trabalho tem por objetivo geral analisar as propriedades físicas e mecânicas de
argamassa polimérica de base acrílica, SBR, copolímero vinílico e PVA, para reparos de
superfícies desfavoráveis à ação da gravidade.
2 A NECESSIDADE DO REPARO
Fonte: Autor
Por motivos, como o apresentado na Figura 2.1 e por outros, relacionado a falhas
construtivas, faz-se necessário intervenções técnicas a fim de solucionar esses problemas. De
acordo com Luković et. al. (2012), o reparo em estruturas de concreto implica na integração de
materiais novos (reparo) e antigos (substrato), com o objetivo de formar um sistema composto,
capaz de suportar a exposição a cargas, ambientes e tempo. O que prejudica a qualidade e a
durabilidade desse serviço são as diferenças de idades, propriedades e desempenho desses
materiais. A fim de entender melhor o funcionamento dos reparos nas estruturas de concreto,
faz-se necessário o entendimento da estrutura interna do concreto.
Execução
52%
cada “ciclo” de problemas e correções, há perda de qualidade do serviço, o que permite que a
obra tenha sua vida útil afetada (LICHTENSTEIN, 1986). A Figura 2.3 ilustra as afirmações
acima de modo a relacionar o tempo de vida da edificação com o seu desempenho.
Para Geiker (2012), a durabilidade potencial de estruturas de concreto pode ser oriunda
da execução inadequada dos serviços no canteiro de obra. Segundo o autor, os potenciais
resultados negativos incluem o mau preenchimento das formas, falta de homogeneidade e
densidade insuficiente do concreto, dentre outros fatores. O impacto da mão de obra sobre as
estruturas pode variar também conforme os materiais usados. Para cada projeto e situação de
concretagem deve haver um estudo que indique os melhores materiais e técnicas a serem
utilizados. De modo geral, as principais causas dos defeitos nas estruturas de concreto são falhas
no projeto, materiais ou execução (GEIKER, 2012).
De modo geral, o ambiente, cuja estrutura esteja exposta, tem influência na deterioração
do material. Em ambientes urbanos, litorâneos e demais meios agressivos, são locais em que
propiciam grande desgaste ao concreto armado, principalmente em caso de exposição de
armadura. Os autores Wood e Johnson (1990), afirmam que além da deterioração natural que o
27
concreto sofre, pode-se observar uma aceleração desse processo caso haja falhas no projeto,
especificação de materiais e mão de obra envolvida na execução do serviço. Contudo, ainda
segundo os autores, em 1990, o reparo superficial já era visto como uma solução para as
estruturas de concreto. Deste modo, observou-se que os serviços de reparo propiciavam certa
“longevidade” à estrutura.
O desempenho e a durabilidade da estrutura está, diretamente, relacionada ao meio no
qual está exposta. A norma brasileira ABNT NBR 6118:2014, que orienta quanto às estruturas
de concreto armado, prevê uma classificação de ambientes de exposição das estruturas. Essa
divisão tem por objetivo diferenciar as situações em que o material da estrutura está sujeito a
maior ou menor agressividade. As regiões litorâneas, por exemplo, apresentam maior
agressividade do que ambientes urbanos e rurais. Esse fato indica que é necessária uma maior
proteção para as armaduras em ambientes agressivos de que em ambientes com agressão menos
severa. A
Figura 2.4 apresenta um caso de deterioração do concreto em ambientes agressivos por
maré.
utilizado concreto de alto desempenho na construção da obra. Contudo, após 7 anos de serviço,
necessitou-se de intervenções técnicas a fim de reabilitar a obra. A estrutura havia sido
danificada por elevados problemas patológicos relacionado à corrosão das armaduras. Utilizou-
se de diferentes técnicas para a recuperação da estrutura, entre elas, o reparo superficial do
concreto.
Deste modo, pôde-se observar o risco que os materiais das estruturas em concreto estão
sujeitas nos diferentes meios em que se situam. Com o estudo realizado pelos autores, pôde-se
concluir que falhas na execução desse tipo de estrutura podem comprometer a durabilidade e
desempenho da construção. A camada de cobrimento, que tem por função proteger as
armaduras, devem possuir espessuras de acordo com o meio a qual estão submetidas, à luz das
respectivas normas. O caso ilustrado anteriormente, teve como precursor dos problemas a
presença de camada de cobrimento insuficiente para o meio em que se submetia a obra
(MORADI-MARANI et. al., 2010).
Estudos realizados por Moradllo, Shekarchi e Hoseini (2012) descrevem a situações de
agressividade presentes em ambientes marinhos. Os autores defendem que a corrosão induzida
pela salinidade do meio marinho é considerada uma ameaça significativa para as estruturas.
Dada a necessidade da intervenção, deve-se utilizar de materiais e métodos adequados ao meio.
O desempenho dos revestimentos de reparo em períodos próximos à realização do serviço são
eficazes. Contudo, com o passar do tempo e com a penetração de cloretos no material, o
desempenho do reparo pode ser afetado (MORADLLO, SHEKARCHI e HOSEINI, 2012).
Além dos problemas causados pelos meios a qual as estruturas se sujeitam, há outros
problemas relacionados ao concreto armado que podem requerer intervenções técnicas. A
técnica da execução de estruturas em concreto armado é utilizada há mais de cem anos no Brasil.
Contudo, nos dias atuais é possível verificar falhas na execução dessas estruturas. Segundo
Breul, Geoffray e Haddani (2008), a segregação do concreto pode ser considerada um exemplo
desses problemas. Sabe-se que o material “concreto” é composto de duas fases: pasta e
agregados. A pasta tem por função, envolver e aglomerar os agregados. Para o bom
funcionamento da estrutura interna do concreto é necessário que os agregados sejam
uniformemente distribuídos na pasta (MEHTA e MONTEIRO, 2014).
A segregação do concreto pode ser entendida como a não uniformidade na disposição
dos agregados na pasta. Ou seja, um concreto segregado permite que regiões tenham maior
concentração da pasta, enquanto que outras, com maior concentração de agregado. Esse fato
29
pode dificultar a corrosão das armaduras. Por possuir propriedades alcalinas, o concreto cria
uma camada de passivação na superfície do aço, o que o protege contra a corrosão
(KULAKOWSKI, PEREIRA e MOLIN, 2009). Contudo, a porosidade na massa de concreto
pode ser um fator agravante nessa proteção. Segundo Chen e Ho (2013), a porosidade pode
reduzir a alcalinidade, de modo a permitir a carbonatação do concreto. A Figura 2.5 ilustra o
processo de carbonatação do concreto e a despassivação da armadura.
baseado no tempo gasto para que ocorra a penetração dos íons de cloreto e aconteçam as reações
(OSSORIO e LORENZO, 2014).
Segundo Kulakowski et. al. (2009), a proteção química que o concreto oferece às
armaduras pode apresentar falhas muito antes do tempo previsto em projeto. De acordo com os
mesmos autores há vários fatores que podem induzir as manifestações patológicas no concreto.
Alguns exemplos que corroboram a afirmação são: a redução das dimensões das estruturas, ao
utilizar concretos de alto desempenho; redução do cobrimento das armaduras; aumento da
porosidade dos concretos utilizados atualmente; e o aumento da poluição, o que significa a
exposição do concreto a um meio mais agressivo (KULAKOWSKI, PEREIRA e MOLIN,
2009). De modo geral, a região carbonatada sofre com alteração do pH e, com isso, prejudica o
desempenho e a durabilidade da estrutura.
Outro fator que influencia o comportamento do concreto está diretamente ligado à
carbonatação é referente à dosagem do mesmo. Ao realizar a dosagem do concreto prevê-se
certa quantidade de água para a mistura e denomina-se de fator água/ cimento (a/c). A presença
de elevada quantidade de água pode causar prejuízos no desempenho do material. No processo
de dosagem, a quantidade de água deve ser definida de modo a ser suficiente à hidratação do
cimento. O excesso de água na execução do concreto acarreta numa elevada quantidade de
vazios. Esse fato prejudica o desempenho do concreto além de afetar a proteção das armaduras
(MEHTA e MONTEIRO, 2014). Deste modo, o fator a/c está diretamente ligado às reações de
carbonatação, uma vez que a porosidade do concreto tem influência pelo excesso de água no
conglomerado de concreto (KULAKOWSKI, PEREIRA e MOLIN, 2009).
Além de danificar a proteção às armaduras no interior do concreto, a carbonatação pode
gerar outros danos ao concreto. Estudos realizados por Kulakowski, Pereira e Molin, (2009)
apontam que o concreto carbonatado tem o seu desempenho físico afetado. A resistência à
compressão, que é uma das características mais importantes para o concreto, sofre redução com
o aumento da intensidade de carbonatação. De modo geral, a carbonatação do concreto está
intimamente ligada à durabilidade e a vida útil das estruturas de concreto armado.
32
3.1.1 Polímeros
monômeros de diferentes tipos, ou seja, consiste em pelo menos dois tipos de monômeros
arranjados de modos diferentes.
As resinas sintéticas também são polímeros preparados por processos de polimerização
por adição ou por condensação. São muito utilizadas em formas de dispersões ou soluções na
produção de vários itens da construção civil, como por exemplo as tintas. As resinas também
são amplamente utilizadas na composição de argamassas para reparo, por possuir boas
propriedades adesivas.
Alguns polímeros são comercializados em forma de emulsões, como é o caso de
emulsões acrílicas. A emulsão é uma dispersão coloidal de dois líquidos imiscíveis, ou seja, é
o meio no qual partículas de um líquido estão dispersos em outro. Essa mistura pode ser feita
por agitação mecânica. Esses produtos também são utilizados como componentes de materiais
para reparo de estruturas em concreto.
Os polímeros mais utilizados em obras de recuperação, tanto para adição ao concreto ou
argamassa como na proteção das armaduras são as resinas poliéster-estireno, resinas de ésteres-
vinílicas, resinas furânicas, resinas epoxídicas, resinas poliuretânicas, resinas polissulfídicas e
resinas fenólicas (SOUZA e RIPPER, 1998). A Figura 3.1 apresenta a diferença entre uma
argamassa referência, ou seja, sem adição de polímeros (R) e a argamassa modificada por um
polímero (A1). Nota-se que a presença de vazios e fissuras da argamassa referência é muito
maior que a argamassa polimérica. Esta característica justifica a melhora de alguns
comportamentos físicos e mecânicos da argamassa compostas por polímeros, tais como
resistências mecânicas, absorção e permeabilidade (WANG e ZHANG, 2015).
Figura 3.1 - Argamassa de reparo sem adição de polímeros e com adição de polímeros
Segundo Souza e Ripper (1998), as resinas poliméricas de base epóxi são as mais
utilizadas no Brasil para fins de reparo e reforço de estruturas de concreto. Esses elementos
propiciam boa aderência e resistência. Contudo, a boa aderência do material é garantida apenas
em superfície (substrato) limpa e seca.
3.1.2 Cimentos
O emprego do cimento Portland nos materiais de reparo ocorre com grande frequência.
Contudo, deve-se atentar para o correto uso, desde a escolha do tipo de cimento. Encontra-se
disponível no mercado brasileiro os cimentos Portland do tipo comum, cimento Portland
compostos, cimento Portland pozolânico, cimento Portland de alto-forno e cimento Portland de
alta resistência inicial. Há também, para casos especiais, a produção de cimento Portland
resistente a sulfatos. Cada composição de cimento possui características diferentes. Os cimentos
de alta resistência inicial, por exemplo, bem como descreve seu nome, proporciona altas
resistências nas primeiras idades ao concreto ou argamassas. Deste modo, pode-se observar a
gama de produtos disponíveis e as possibilidades de emprego desses produtos na
particularidade de cada caso (SOUZA e RIPPER, 1998).
Os principais compostos do cimento Portland são o silicato tricálcico (C3S), silicato
bicálcico (C2S), aluminato tricálcico (C3A), Ferro-aluminato tetracálcico (C4AF) e
componentes secundários como MgO, CaO e álcalis. Tanto o silicato tricálcico como o silicato
bicálcico são constituintes fundamentais do cimento Portland. Segundo Souza e Ripper (1998),
esses elementos são responsáveis pela resistência mecânica da pasta. O C3S possui elevada
hidratação nas primeiras idades, isso faz dele o principal responsável pelas resistências iniciais
do concreto.
O aluminato tricálcico (C3A) é o componente que reage mais rapidamente na hidratação
do cimento. É também o componente que libera maior quantidade de calor em suas reações. O
ferro-aluminato tetracálcico não contribui significativamente com a resistência do concreto,
contudo, possui boa estabilidade química. A presença de MgO, CaO e álcalis podem não
contribuir com o concreto ou argamassa, uma vez que suas reações possuem caráter expansivo.
Ao expandir, esses materiais permitem que fragilize o concreto ou argamassa e causa a presença
de fissuras.
35
3.1.5 Água
A água pode ser considerada o material menos criterioso nas misturas cimentícias,
contudo, é um dos mais importantes. A função da água é, justamente, promover a hidratação
do cimento. A partir da hidratação do cimento, os concretos e argamassas passam a iniciar o
processo de cura, que no estado endurecido, promoverão as propriedades resistentes do material
(MEHTA e MONTEIRO, 2014).
autores os mais utilizados são as argamassas de base mineral (cimento), argamassas de base
epóxi, argamassas de base poliéster, argamassas de base furânica e argamassas de base fenólica.
Em muitas situações é necessária agilidade nos processos de reparo, para que haja o
mínimo impacto e interrupção na utilização da estrutura. A interrupção no trafego e paralização
da produção de determinada indústria podem ilustrar essa necessidade de rapidez no reparo.
Deste modo, faz-se necessário a utilização de materiais de pega (endurecimento) mais rápido
que o convencional. Em alguns casos, utiliza-se de cimento aluminoso, por possuírem pega
rápida e alta resistência nas primeiras idades.
Os reparos em estruturas de concreto podem ser divididos em rasos ou superficiais,
reparos semiprofundos e reparos profundos. Os reparos rasos possuem profundidade inferior a
2,0 cm. Os reparos semiprofundos possuem profundidade entre 2,0 e 5,0 cm, enquanto que
reparos profundos possuem profundidades superiores a 5,0 cm. Deste modo, para cada situação
deve-se realizar o coreto estudo a fim de dar a correta solução para o reparo com materiais e
técnicas compatíveis com as respectivas necessidades (SOUZA e RIPPER, 1998). Na sequência
são apresentados algumas das técnicas e materiais comumente utilizadas para reparos de
estruturas de concreto.
São materiais obtidos pela mistura dos componentes sólidos da argamassa comum com
a resina, catalisador e água. Segundo Souza e Ripper (1998), é regra geral o uso do fator água/
cimento por volta de 0,30 e a relação epóxi/ cimento em torno de 0,20. A utilização do epóxi
implica numa melhora das propriedades da argamassa para aplicação em reparo. Essa resina
contribui com uma melhora das propriedades ligantes já conferidas pela hidratação do cimento.
São significativas as contribuições da resina epóxi ao concreto e argamassas. Tanto as
resistências mecânicas quanto as propriedades aderentes são, significativamente, melhoradas.
Por razões econômicas, esse tipo de material fica limitado a reparos localizados de
pequenas dimensões. No mercado estão disponíveis argamassas epoxídicas para reparo pré-
dosadas. Os seus constituintes básicos são a resina, o catalisador e areia de quartzo.
Por possuir grande capacidade aderente ao concreto e ao aço, esse material pode ser
usado para reparos superficiais, ancoragem, cobrimento de barras adicionais, entre outros.
Pode, também, extrair propriedades tixotrópicas desse tipo de argamassa, o que permite
trabalhos em diferentes inclinações com a horizontal.
Segundo Kormann et. al., (2003), as argamassas epoxídicas devem ser utilizadas com
cuidado em situações de reparo de grandes áreas sujeitas a grandes variações térmicas. Essas
condições favorecem a perda de aderência e desprendimento desse material.
As argamassas de resina epóxi apresentam vantagens com relação ao tempo necessário
para o reparo. Esse material atinge boas resistências nas primeiras idades. É interessante para
trabalhos de emergência. Além disso, compósitos cimentícios com resina epóxi possuem boa
resistência a abrasão, ideal para reparos em pisos industriais. Contudo, argamassas de resina
epóxi apresentam algumas restrições e precauções no seu uso, tais como: Compatibilidade
térmica; baixas temperaturas; resistência da superfície de ligação; resistência a altas
temperaturas e umidade durante a aplicação.
Deve-se atentar para a utilização de argamassas epoxídicas em superfícies úmidas. Para
a aplicação eficiente e desempenho satisfatório do reparo, a superfície de aplicação deve estar
seca. Contudo, há a possibilidade da aplicação de composições especiais que permitam o
contato com a umidade (SOUZA e RIPPER, 1998).
Há situações em que seja necessário a aplicação de um material mais coeso/ seco. Deste
modo, pode-se optar por argamassa farofa modificada com resina epóxi. Esse material é
39
As argamassas de base resina poliéster são responsáveis por promover boas qualidades
ao reparo. Possuem baixo tempo de cura, boa resistência inicial, baixa retração, boa resistência
química, boa impermeabilidade e boa capacidade aderente. Estão disponíveis em três
componentes: resina em solução; catalisador, e; “fílers”.
A utilização desse material implica na necessidade de baixas intervenções e tomada de
tempo para a construção. O seu baixo tempo de cura permite com que o tempo relacionado ao
serviço de reparo seja em torno de 22 horas, após sua aplicação (SOUZA e RIPPER, 1998).
Esses reparos devem ser realizados com profundidade entre 0,5 e 1,5 cm e área limitada
a 50 x 50 cm ou faixas lineares de largura menor que 10 cm e comprimento menor que 1,0
metro (HELENE, 1992). A superfície do substrato necessita estar seca. Deve-se utilizar de
pontes de aderência a fim de melhorar as propriedades da ligação. Indica-se o uso de solventes
voláteis a fim de melhorar as propriedades do substrato. Para Helene (1992), esse tipo de
argamassa deve ser aplicado em camadas, compactadas, de 0,5 cm, até que atinja a espessura
desejada.
Diferente das resinas poliéster, a reação da molécula ocorre apenas no final da terminação da
cadeia do polímero. Já a resina poliéster, essa reação ocorre em vários pontos intermediários.
Esse fato torna a resina mais flexível.
As resinas de base estervinílicas também são conhecidas como epóxi estervinílicas, por
serem derivadas do epóxi, que se assemelham por possuírem a mesma cadeia molecular central.
Ao comparar-se a composição molecular das resinas poliéster com as estervinílicas, observa-se
que a cadeia molecular das resinas poliéster são menores. Por possuírem melhor resistência
química, as resinas estervinílicas são muito utilizadas em revestimentos anticorrosivos
(tanques, tubos, conexões, etc.).
Resinas furânicas são consideradas resinas termofixas. Essas resinas possuem estrutura
de alta densidade de ligações cruzadas. Deste modo, materiais dessa natureza possuem alta
rigidez e estabilidade à ação de solventes e elevação da temperatura. Esse material é muito
utilizado em fundições do tipo ferroso ou não ferroso. Esse tipo de comportamento pode
conferir às argamassas de reparo propriedades como resistência a elevadas temperaturas
(BITENCOURT e PANDOLFELLI, 2013).
Esse tipo de argamassa confere estabilidade ao reparo em temperaturas em torno de 200
ºC. Sua composição básica é de resinas furânicas líquidas, catalisador e agregados de sílica,
carbono, barita ou coque pulverizado. As técnicas de reparo para esse material se assemelha às
técnicas de aplicação de argamassa convencional ou de argamassa farofa (SOUZA e RIPPER,
1998).
Deste modo, pode-se realizar uma “ponte de aderência” entre o material de reparo e o
substrato. Essas pontes de aderência promovem a melhoria substancial de aderência entre os
materiais a serem unidos, tais como concreto velho e novo, concreto e aço, concreto e
argamassa, etc. Além da ligação entre os diversos materiais, essa técnica proporciona a proteção
das armaduras contra corrosão.
Para a execução dessas pontes, são utilizados materiais do tipo adesivo e primers. Os
materiais mais utilizados são as resinas à base epóxi, base acrílica e base estireno-butadieno
(SBR). Cada um dos materiais possui peculiaridades e exigem certos cuidados. As resinas
epóxi, por exemplo, possuem boa aderência em superfícies secas e boas resistências mecânicas.
Porém, o mesmo material não apresenta bom desempenho aderente em superfícies úmidas. Os
materiais a base de acetato de polivinila (PVA), normalmente são comercializados na forma re-
emulsionáveis dessa forma, inviabiliza o seu uso em locais úmidos (HELENE, 1992).
As pontes de aderência podem ter grande influência na aderência entre materiais novos
e antigos. Segundo Bonaldo, Barros e Lourenço (2005), a ligação entre os materiais do substrato
e o de reparo deve ser eficaz e garantir a monoliticidade da peça.
As resinas epóxi são materiais muito utilizados na construção civil. A resina epóxi é
amplamente empregada na execução de pontes de aderência em reparos de concreto. Esse
material propicia boas condições de aderência entre materiais novos e antigos (BONALDO,
BARROS e LOURENÇO, 2005).
45
Sabe-se que o concreto é utilizado em diversas partes do mundo. Esse material pode
estar empregado em climas quentes, frios, secos, úmidos, etc. Deste modo, por diversos fatores
como, a agressividade do meio, essas estruturas podem necessitar de intervenções técnicas.
Grande parte dessas intervenções estão ligadas a reparos superficiais.
Na primeira metade do século XX, época em que o concreto passou a ser mais utilizado,
em alguns casos, houve a necessidade da realização dos primeiros reparos nesse tipo de
estrutura. Segundo Morgan (1996), os primeiros materiais a serem utilizados como materiais
de reparo eram argamassas e concretos convencionais e, posteriormente, iniciou-se a utilização
de modificadores como resinas poliméricas. Visto isso, nesta época, houveram algumas
observações feitas com relação a qualidade e durabilidade dos reparos, que, em muitos casos,
não era satisfatória. Uma das constatações realizadas foi com relação às idades do concreto. As
propriedades de um concreto antigo podem não ser compatíveis com materiais novos, de reparo.
Há, pelo menos, 20 anos já existe certa preocupação com a compatibilidade de materiais
de reparo. As propriedades expansivas e de módulo de elasticidade, por exemplo, já haviam
sido estudadas nessa época. Os estudos apontam que tais propriedades são importantes para o
bom funcionamento do conjunto substrato-reparo. Um exemplo de possível incompatibilidade
de materiais usados nesse caso é a aplicação de argamassas epoxídicas em bases de concreto
convencional, por possuírem tais propriedades diferentes (DECTER e KEELEY, 1997). Para
Morgan (1996), a durabilidade do reparo depende de compatibilidade química, eletroquímica,
de permeabilidade e dimensional. Em compatibilidade dimensional é necessário avaliar
retratibilidade, coeficiente de dilatação térmica, fluência, modulo de elasticidade e geometria.
Existem, no mercado, diversas composições argamassadas compostas, por exemplo, por
resinas epóxi, polímeros acrílicos e poliéster. Esses materiais podem proporcionar diferentes
propriedades aos reparos em concreto. Algumas dessas propriedades são: força de aderência;
resistência à abrasão; retração-expansão; resistência à compressão; compatibilidade térmica,
entre outros.
Segundo Satoh e Yamada (2015), as propriedades da argamassa de reparo dependem de
cada um de seus elementos constituintes. A granulometria dos agregados e a utilização de
resinas aglomerantes, por exemplo, podem alterar tais propriedades.
46
É importante que seja avaliado as características das argamassas de reparo a fim de que
possuam compatibilidade com o material do substrato. A falta de compatibilidade pode
comprometer o serviço de reparo e danificar ainda mais a estrutura. Há estudos que avaliam os
tipos de compatibilidade entre os materiais de substrato e o de reparo. Esses estudos apontam
as propriedades que necessitam ser compatíveis e possíveis consequências da falta de
compatibilidade. O presente trabalho irá apresentar alguns estudos realizados acerca de
compatibilidade entre materiais cimentícios.
O reparo pode ser entendido como a intervenção técnica que recupera determinada
superfície de estruturas em concreto. Esse serviço deve ser realizado com o conhecimento das
propriedades físicas e mecânicas dos materiais de reparo e de substrato, que é a superfície onde
se aplica a argamassa de reparo. A partir do conhecimento das características do material de
substrato e do meio em que se encontra, deve-se optar pelos materiais de reparo que mais se
adequem a tal situação (MIRZA, DURAND, et al., 2014). De modo geral, há a necessidade de
analisar as propriedades mecânicas, volumétricas e químicas do material de reparo de modo
que haja compatibilidade com o material do substrato. Além disso, é necessário analisar os
ambientes nos quais essas estruturas estão inseridas a fim de adotar os materiais mais
compatíveis com a situação (SCHUEREMANS, CIZER, et al., 2011).
A compatibilidade entre os materiais de reparo e de base podem ser divididos em alguns
tipos. Esses tipos representam propriedades físicas e mecânicas. Deste modo, alguns autores
realizaram estudos a respeito da influência que essas propriedades têm nos serviços de reparo.
Os autores Cusson e Mailvaganam (1996), realizaram estudos a respeito da compatibilidade
entre materiais cimentícios. Alguns dos seus resultados estão apresentados na
Tabela 4.1. Esses dados podem orientar quanto as propriedades que as argamassas
necessitam possuir para atender cada caso específico de intervenção técnica.
47
Esse tipo de informação pode facilitar na escolha dos materiais e métodos a serem
utilizados na realização de intervenções técnicas de reparo. Com isso, na sequência, são
apresentados alguns estudos referentes a algumas das propriedades relevantes na
compatibilidade entre materiais de reparo e do substrato.
Figura 4.1 - Comportamento das tenções em uma peça com falha no reparo
O caso apresentado na Figura 4.1 mostra que, em casos de falha no reparo, o substrato
sofre sobrecargas, enquanto que o material de reparo recebe pouca ou nenhuma carga. Esse
caso pode ser a representação de um material de reparo com elevado módulo de elasticidade.
De acordo com estudos de Satoh, Satoh e Yamada (2015), a relaçao entre as
propriedades mecânicas do concreto do substrato e a argamassa de reparo é de suma
importancia. Segundo os autores, as resistências mecânicas do material de reparo devem ser
próximas ou superiores que o material do substrato. Caso o material de reparo possua menores
resistências, a estrutura estará limitada ao reparo.
A compatibilidade entre materiais de reparo e de base pode ser prejudicada em casos de
utilização de argamassas com elevadas resistências mecânicas, como acontece em algumas
argamassas poliméricas. Esses materiais possuem propriedades físicas e mecânicas diferentes
das propriedades encontradas em concretos convencionais. Contudo, são utilizadas por
possuírem baixa permeabilidade, capacidade de endurecimento rápido, excelente resistência
química e boa capacidade ao ser aplicada em camadas. Esses tipos de materiais possuem,
normalmente, melhor resistência à tração e aderência que os materiais puramente cimentícios
(MORGAN, 1996).
De modo análogo, estudos realizados por Wang e Zhang (2015) apontam alguns
resultados quanto às resistências a tração de argamassas. O estudo comparou o comportamento
de argamassas modificadas por polímeros, como SBR (estireno-butadieno) e resinas acrílicas,
com uma argamassa referência, sem alterações. Deste modo, os resultados indicaram que a
50
presença dos polímeros contribui para as propriedades resistivas à tração dos materiais
cimentícios. Além disso, a contribuição se estende quanto a aderência que essa modificação
propicia.
De acordo com Morgan (1996), as propriedades químicas dos materiais devem ser tais
que permitam o bom desempenho físico e mecânico, sem prejudicar a durabilidade do reparo.
Não é interessante, por exemplo, que em materiais de reparo, haja a presença de cloretos, por
conta das armaduras. Deste modo, o sistema de reparo tem por objetivo, também, inibir a
corrosão posterior das armaduras. Não é aconselhável a presença de íons de sódio e potássio,
pois esses elementos podem promover reações álcali-agregados e, com isso, danificar o
concreto.
Para Moradi-Marani et. al, (2010) a incompatibilidade dimensional e eletroquímica
entre os materiais de reparo e de substrato podem levar a uma maior danificação na estrutura.
51
A presença de ânodos incipientes na zona de transição entre os materiais pode ser considerada
indício de incompatibilidade eletroquímica.
Com esses princípios, em 1984, Ramey e Strickland apud Espeche e León (2011)
relataram usar o mesmo teste de divisão para avaliar a resistência da ligação entre um concreto
antigo e um material de reparo. Para isso, foi utilizado corpos de prova compostos por duas
metades com materiais diferentes: uma com o concreto e outra com um determinado material
de reparo. Segundo Espeche e León (2011), a utilização do ensaio de tração por compressão diametral
para observar a aderência entre materiais é fortemente representativa.
Analogamente, em 1984, Hassanzadeh apud Espeche e León (2011) utilizou os mesmos
procedimentos para determinar a resistência de união entre rochas e argamassas de alto
55
desempenho. O mesmo método foi utilizado pelos pesquisadores Alanazi, Yang, Zhang e Gao
(2016) para determinar a aderência entre materiais de reparo em pavimentos. Outro exemplo da
utilização desse procedimento pode ser observado no trabalho de Radhakrishnan, Prakash e
Thampan (2012). Esses autores estudaram o desempenho de argamassa de reparo compostas
com borracha de estireno-butadieno.
A qualidade de aderência entre os dois materiais deve ser avaliada. De acordo com
Sprigkel (2000) a qualidade de ligação pode ser dividida em cinco classes: Excelente, Muito
boa, boa, regular e ruim. Esses níveis de qualidade de ligação estão relacionados com a tensão
aderente entre os materiais, como está apresentado na Tabela 4.2.
Qualidade da Tensão de
ligação ligação (MPa)
Excelente ≥ 2,1
Ruim 0 - 0,7
modo, pode-se observar que a durabilidade dos serviços de reparo está diretamente relacionada
com a compatibilidade entre os materiais de substrato e de reparo.
Após a realização de estudos acerca da qualidade e durabilidade e qualidade de reparos
em estruturas de concreto, os autores Luković et. al. (2012) observaram as seguintes conclusões:
- A identificação da causa relacionada ao dano é essencial para a realização do reparo
bem sucedido;
- É importante relacionar a escolha do material de reparo, por suas propriedades, ao
ambiente de exposição da estrutura;
- Nem a alta resistência de aderência e nem a alta resistência são cruciais na escolha dos
materiais de reparo. Deve haver o equilíbrio entre as propriedades dos materiais de reparo e do
substrato;
- As principais propriedades do material de reparo é a sua compatibilidade com o
concreto do substrato e as suas propriedades aderentes ao mesmo;
- A restituição das propriedades monolíticas das estruturas de concreto pode ser
adquirida não somente pelo potencial aderente do material de reparo, mas também pelo
desempenho da microestrutura da interface de ligação;
-Para que haja boa durabilidade e qualidade de reparo, deve-se observar as propriedades
da interface de ligação dos materiais novo e velho.
Os autores Soufi et. al. (2016) realizaram um estudo sobre a influência que os polímeros
têm na durabilidade dos reparos. Foram estudados parâmetros como porosidade,
permeabilidade, absorção capilar e a capacidade de difusão de cloretos. Os resultados
apontaram que o desempenho dos materiais de reparo tem ligação com a proporção de
polímeros utilizada. Deste modo, os autores relatam que os polímeros agem na microestrutura
do concreto.
59
5 MATERIAIS E MÉTODOS
Fonte: Autor
61
5.1.1 Cimento
5.1.2 Agregados
Para esta pesquisa, utilizou-se agregados graúdo e miúdo para o concreto e agregado
miúdo, com granulometria especifica, para as argamassas de reparo. Para a determinação da
composição granulométrica, utilizou-se peneiras de malhas pré-definidas, conforme orienta a
norma ABNT NBR NM 52:2009. A Figura 5.1 ilustra a utilização das peneiras para a
caracterização dos agregados.
62
Fonte: Autor
miúdo deve possuir reduzidas dimensões, conforme descrito no tópico referente à revisão
bibliográfica.
Fonte: Autor
AGREGADO MIÚDO
Ensaio 01: Massa Inicial= 500,8 g Ensaio 01: Massa Inicial= 500,21 g Valores médios
Porcentagem de Porcentagem de da
Peneira Massa de material Massa de material porcentagem
(mm) material retido Retido e material retido Retido e do material
Retido Retido retido e
(g) acumulado (g) acumulado
(%) (%) acumulado (%)
(%) (%)
6,30 mm 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
4,75 mm 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
2,36 mm 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
1,18 mm 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
600 µm 0,03 0,00 0,00 0,05 0,00 0,00 0,00
300 µm 174,18 0,35 0,35 195,72 0,39 0,39 0,37
150 µm 282,32 0,56 0,91 255,81 0,51 0,90 0,91
<150 µm 44,05 0,09 1,00 48,38 0,10 1,00 1,00
TOTAL 500,58 - - 499,96 - - -
Fonte: Autor
64
Figura 5.3 - Curva granulométrica da média das amostras ensaiadas, conforme a norma
ABNT NBR NM 248:2003, para agregado miúdo
100%
90%
80%
% retida acumulada
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
<150 µm 150 µm 300 µm 600 µm 1,18 mm 2,36 mm 4,75 mm 6,30 mm
Abertura das peneiras
Fonte: Autor
Empregou-se pedra britada nº 1 (9,5 – 19 mm) como agregado graúdo para compor o
concreto do substrato. O material foi extraído de jazidas de basalto da região de Maringá. O
material utilizado possui massa unitária igual a 1,67 kg/dm³ e massa específica igual a 2,79
kg/dm³.
65
Tabela 5.3 – Propriedades dos adesivos poliméricos a ser utilizados nas argamassas de
reparo
Densidade
Composição básica pH
(kg/l)
Copolímero vinílico 4-5 1,02
Acetato de polivinila -
4-6 1,05
PVA
Estireno-butadieno - SBR 6-8 1,0
Emulsão acrílica 9 1,01
Fonte: Vedacit Impermeabilizantes® (2017); Sika ® (2015); TekBond® (2015).
Fonte: Autor
5.2 MÉTODO
O concreto do substrato tem por objetivo simular a superfície na qual foi aplicado o
material de reparo.
Fonte: Autor
Figura 5.6 - Corpo de prova para avaliação da aderência entre o concreto e a argamassa
de reparo
Fonte: Autor
Para a concretagem das partes dos corpos de prova referentes ao concreto, utilizou-se
de fôrmas de PVC e madeira, conforme ilustrado na Figura 5.7. A Figura 5.8 apresenta as
fôrmas prontas para a concretagem e também no ato da concretagem.
(Unidade: cm)
Fonte: Autor
70
Figura 5.8 - Fôrmas para corpos de prova a ser utilizados na verificação da aderência
entre o substrato e o reparo
Fonte: Autor
No ato da moldagem parcial dos corpos de prova para simulação do substrato, moldou-
se também, corpos de prova cilíndricos de dimensões de 100 mm de diâmetro por 200 mm de
altura, conforme orientações da ABNT NBR 5738:2016. Esses corpos de prova foram
responsáveis por caracterizar o concreto utilizado como substrato, na verificação da aderência.
A Tabela 5.4 contém os procedimentos que foram realizados para caracterizar o concreto que
simulou o substrato.
71
Corpos de prova
Ensaios Normas
28 dias
Nesta seção serão abordados os métodos utilizados no estudo das argamassas de reparo.
Serão apresentados os métodos de elaboração de argamassa, caracterização no estado fresco e
no estado endurecido.
Utilizou-se como referência uma argamassa composta por uma parte de cimento para
três de areia quartzosa fina. Para caracterizar a argamassa, foram moldados corpos de prova
cilíndricos de 5 cm de diâmetro por 10 cm de altura, conforme as orientações da norma ABNT
NBR 7215:1997. Atentou-se para que a quantidade de água adicionada na mistura fosse apenas
suficiente para permitir a moldagem de pequenas “esferas” com as mãos, sem que a superfície
apresente brilho. O brilho na superfície pode indicar o excesso de água (SOUZA e RIPPER,
1998). Analisou-se o comportamento das argamassas de reparo utilizando-se de adesivos
72
Realizou-se alguns ensaios para a caracterização das argamassas de reparo, e para isso,
moldou-se corpos de prova cilíndricos conforme a ABNT NBR 7215:1997. Os moldes a serem
utilizados para a execução dos corpos de prova de argamassas estão representados na
Figura 5.9.
Figura 5.9 - Fôrmas para moldagem dos corpos de prova das argamassas
Fonte: Autor
preparar a superfície do substrato para receber a argamassa polimérica, bem como Helene
(1992) e Souza e Ripper (1998) descrevem.
O tratamento de superfície foi concluído com a retirada do material solto e a eliminação
do pó e demais substancias que poderiam interferir na aderência da argamassa de reparo e o
concreto do substrato.
Avaliou-se a aderência de duas maneiras. O primeiro método teve por objetivo avaliar
a aderência do material novo ao velho apenas com a saturação da superfície de ligação entre os
materiais. O outro método buscou avaliar a ligação entre os materiais na presença de uma ponte
de aderência de base epóxi, como apresenta a Figura 5.10. Essa aplicação tem por função
melhorar a aderência entre o material concretado, além da saturação da superfície em água.
Fonte: Autor
Figura 5.11 - Moldes com os substratos preparados para receber a argamassa de reparo
Fonte: Autor
A Figura 5.12 ilustra o corpo de prova composto pelo concreto junto a argamassa de
reparo, pronto para o ensaio de aderência.
Fonte: Autor
76
Fonte: Autor
6 RESULTADOS
Nesta seção serão apresentados os resultados obtidos a partir dos ensaios realizados com
as argamassas poliméricas. Além da avaliação física e mecânica das argamassas, realizou-se
também a avaliação da aderência entre o material de reparo e o substrato. Para isso, executou-
se elementos em concreto a fim de simular o substrato, conforme descrito nas seções anteriores.
A seguir serão apresentados os resultados e análises obtidos para o concreto, que simulou o
substrato, e as argamassas poliméricas estudadas.
Aos 28 dias de idade, três amostras de cada concretagem foram submetidas ao ensaio
para a determinação de absorção por capilaridade. Seguiu-se os procedimentos previstos na
norma ABNT NBR 9779:2012. A média dos resultados estão apresentados na Tabela 6.3. Os
dados referentes a cada medição estão dispostos no Apêndice A.
Absorção média - 72
Concretagem
h (g/cm²)
Concretagem
1,70
1
Concretagem
1,56
2
Fonte: Autor
Tabela 6.4 – Índice de absorção, índice de vazios e massa específica médias do concreto
do substrato
Índice de Índice de
Massa
absorção vazios
específica
Concretagem após após
real
imersão saturação
(kg/dm³)
(%) (%)
Concretagem
5,89 13,51 2,66
1
Concretagem
5,20 12,10 2,65
2
Fonte: Autor
As argamassas de reparo foram obtidas a partir da mistura de cimento e areia, com traço
de um para três em massa. Para a hidratação dessa mistura, utilizou-se água, para a argamassa
referência e, para as argamassas de reparo, componentes poliméricos misturados à agua de
amassamento. Em ambos os casos, a quantidade de água de amassamento utilizada foi
suficiente, apenas, para a moldagem de esferas com a mão, além de não apresentar brilho em
sua superfície, o que apontaria excesso de água, conforme discutido na seção referente aos
materiais e métodos. Na sequência serão apresentados os resultados obtidos no estudo
laboratorial tanto no estado fresco, como no endurecido. A Tabela 6.5 apresenta a relação de
corpos de prova que foram ensaiados para a caracterização da argamassa referência e a
argamassa modificada com o polímero.
81
Tabela 6.5 – Relação de corpos de prova e ensaios para caracterização das argamassas
Para essa determinação, utilizou-se de um recipiente cilíndrico com volume fixo. Deste
modo, preencheu-se o volume com a argamassa recém preparada e realizou-se a pesagem. A
partir dos valores de volume e massa foi possível determinar a massa especifica no estado
fresco. Os valores obtidos estão presentes na Tabela 6.6.
82
Tabela 6.6 – Massa específica média das argamassas poliméricas no estado fresco
Argamassa d (kg/dm³)
Referência 2,13
Copolímero Vinílico 2,11
PVA 1,96
SBR 1,91
Emulsão Acrílica 1,83
d: Massa específica no estado fresco
Fonte: Autor
Resistência (MPa)
Idade
(dias) Copolímero Emulsão
Referência PVA SBR
Vinílico Acrílica
7 15,85 14,83 9,98 15,45 6,42
14 15,23 16,54 10,59 15,53 7,12
28 19,34 19,72 14,50 16,74 9,14
Fonte: Autor
Resistência (MPa)
Idade
(dias) Copolímero Emulsão
Referência PVA SBR
Vinílico Acrílica
28 2,00 1,75 1,57 2,83 1,53
Fonte: Autor
Absorção por
capilaridade (g/cm²)
Referência 1,11
Copolímero
0,56
Vinílico
PVA 0,46
SBR 0,76
Emulsão
0,89
Acrílica
Fonte: Autor
Tabela 6.10 - Índice de absorção, índice de vazios e massa específica médias do concreto
do substrato
Tabela 6.11 – Resistência média aderente por compressão diametral com superfície
saturada
Resistência
Argamassa
(MPa)
Referência 0,50
Copolímero Vinílico 0,61
PVA 0,65
SBR 0,80
Emulsão Acrílica 0,42
Fonte: Autor
Figura 6.1 – Corpo de prova para ensaio de aderência rompido à compressão diametral
com superfície saturada
Fonte: Autor
aplicadas, contudo, indica também, a baixa capacidade aderente entre o concreto e o reparo,
sem a presença de ponte de aderência.
Tabela 6.12 - Resistência média aderente por compressão diametral com ponte de
aderência
Resistência
Argamassa
(MPa)
Referência 1,04
Copolímero Vinílico 1,38
PVA 1,44
SBR 1,91
Emulsão Acrílica 1,23
Fonte: Autor
Figura 6.2 – Corpo de prova para ensaio de aderência rompido à compressão diametral
com ponte de aderência
Fonte: Autor
O processo de cura utilizado para todas as argamassas foi o de cura úmida. Contudo,
verificou-se o comportamento mecânico das argamassas modificadas com copolímero vinílico
na cura úmida e na cura ao ar, a fim de compará-las. Segue os resultados obtidos com esse
estudo.
13 28 25,8 3,29
Foi testada a aderência entre o material de reparo modificado com copolímero vinílico
na cura ao ar e o concreto. Utilizou-se orientações da norma ABNT NBR 7222:2011 para
determinar a resistência aderente por compressão diametral. O ensaio foi realizado com corpos
de prova de 28 dias de idade. Os resultados estão apresentados na Tabela 6.15.
Tabela 6.15 - Resistência aderente por compressão diametral com superfície saturada
para argamassa modificada com copolímero vinílico na cura ao ar
01 28 19,6 0,66
Tabela 6.16 - Resistência aderente por compressão diametral com ponte de aderência
para argamassa modificada com copolímero vinílico na cura ao ar
05 28 42,2 *1,36
2,08
06 28 62,2 2,06
07 28 65,2 2,11
*valores desconsiderados no cálculo da média.
Fonte: Autor
91
25,00
19,72
19,34
20,00
16,74
14,50
Resistência (MPa)
15,00
9,14
10,00
5,00
2,83
2,00
1,91
1,75
1,57
1,53
1,44
1,38
1,23
1,04
0,80
0,65
0,61
0,50
0,42
0,00
Resistência média à Resistência média à Resistência média Resistência média
compressão (MPa) tração por compressão aderente por compressão aderente por compressão
diametral (MPa) diametral (MPa) diametral - c/ ponte de
aderência (MPa)
Fonte: Autor
92
O material que obteve maiores valores foi o composto por SBR. Nesta avaliação, o
menor resultado foi relacionado à material referência. Segundo o estudo de Sprinkel (2000),
observa-se um comportamento “muito bom” para o material composto por SBR por apresentar
valor de resistência aderente entre 1,7 e 2,1 MPa. A argamassa composta por PVA apresenta
um comportamento “bom”, uma vez que seu resultado está entre 1,4 e 1,7 MPa. Já as
argamassas referência e as argamassas formadas por copolímero vinílico e emulsão acrílica
apresentam comportamento regular, pois sua resistência aderente está entre 0,7 e 1,4 MPa.
Nos casos em que foi utilizada ponte de aderência de base epóxi, como mostra a Figura
6.2, observou-se que havia a presença de partes de concreto junto a metade da argamassa e
partes da argamassa junto a metade de concreto. Essa situação pode representar e justificar a
melhor resistência aderente entre os materiais com a ponte de aderência do que sem ela.
Outras propriedades avaliadas foram com relação à absorção por capilaridade, por
imersão, índices de vazios e massas específicas. Os resultados obtidos estão dispostos na Tabela
7.1 e na Figura 7.2.
94
Copolímero Emulsão
Referência PVA SBR
Vinílico Acrílica
Absorção por capilaridade
1,11 0,56 0,46 0,76 0,89
(g/cm²)
Absorção por imersão em
10,19 7,83 5,70 8,41 12,16
água (%)
Índice de vazios por imersão
20,34 15,75 11,34 17,80 22,56
em água (%)
Fonte: Autor
Figura 7.2 - Resultados obtidos para absorção, índice de vazios e massa específica da
argamassa referência e as argamassas poliméricas
22,56
25,00
20,34
17,82
20,00
15,75
12,16
15,00
11,34
10,19
8,41
7,83
10,00
5,70
2,59
2,51
2,40
2,39
5,00
2,28
1,11
0,89
0,76
0,56
0,47
0,00
Absorção por capilaridade Absorção por imersão em Índice de vazios por Massa específica real
(g/cm²) água (%) imersão em água (%) (g/cm³)
Fonte: Autor
Esses são fatores físicos importantes na determinação do material de reparo, como por
exemplo na determinação da aplicação de reparos em locais úmidos, além de indicarem a
porosidade do reparo. Esses fatores também indicam a porosidade dos materiais. O material de
reparo de base PVA apresentou melhores resultados para absorção por imersão, índice de vazios
e menor massa especifica real. Já o material composto de emulsão acrílica não apresentou bons
resultados. Tanto o material composto por copolímero vinílico como por SBR apresentarem
resultados abaixo do material referência, o que pode ser considerado interessante, segundo os
tópicos relacionados à revisão de literatura. Conforme defendido por Ukrainczyk e Rogina
(2013) e por Rossignolo (2009), a redução da porosidade relacionada à esses materiais
contribuem para a melhoria em algumas resistencias mecanicas já apresentadas, como por
exemplo a melhora da resistencia aderente apresentada pelo polimero SBR.
25,00
21,21
19,72
19,34
20,00
Resistência (MPa)
15,00
10,00
5,00
3,05
2,00
2,08
1,75
1,38
1,04
0,61
0,50
0,50
0,00
Resistência média à Resistência média à Resistência média Resistência média
compressão (MPa) tração por compressão aderente por compressão aderente por compressão
diametral (MPa) diametral (MPa) diametral - c/ ponte de
aderência (MPa)
Fonte: Autor
97
A partir dos valores apresentados para as diferentes situações de cura para a argamassa
composta por copolímero vinílico, observa-se que há diferença nos resultados. A primeira
propriedade analisada é a resistência à compressão. Observa-se que a cura ao ar resultou em um
valor expressamente superior do que a cura úmida e a argamassa referência. O valor obtido para
a tração por compressão diametral do material curado ao ar também resultou em um valor
superior.
8 CONCLUSÕES
d) Emulsão acrílica: A argamassa modificada com emulsão acrílica não apresentou bons
resultados. As suas propriedades mecânicas foram comprometidas, como por exemplo a
resistência a compressão, que apresentou valor próximo à 50% do valor referência.
99
A respeito da capacidade aderente dos materiais testados, pode-se fazer duas analises.
Na primeira, relacionada à aplicação do material de reparo em superfície saturada, observou-se
que houve uma melhora média nos resultados de aproximadamente 30% em relação à
argamassa referência, exceto para o material composto de emulsão acrílica.
Na presença da ponte de aderência de base epóxi, notou-se uma melhora nos valores
de resistência aderente de, pelo menos, 120% em relação à superfície saturada. De acordo com
Sprigkel (2000) e observando os resultados obtidos, observa-se que a utilização da ponte de
aderência permite que a capacidade de ligação entre os materiais seja considerada de “boa” a
“muito boa”. Isso mostra que a presença de um material de ligação entre o reparo e o substrato
é recomendado, a fim de garantir a aderência.
Nos resultados obtidos para absorções e índice de vazios, notou-se que a argamassa
composta por PVA apresentou melhor resultado. A menor absorção e porosidade está
diretamente relacionada à melhoria nas propriedades aderentes do material. Apenas o material
composto por emulsão acrílica apresentou piores resultados se comparado ao material
referência.
- Adição de outros materiais, como por exemplo a sílica ativa, a fim de contribuir para
as propriedades da argamassa;
Com isso, a partir dos resultados obtidos nesse prosseguimento de pesquisa, será
possível analisar a melhor forma de utilização de cada material.
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Apêndices
106
Idade Resistência
CP Carga (kN) Resistência (MPa)
(dias) média (MPa)
01 7 30,05 15,30
Idade Resistência
CP Carga (kN) Resistência (MPa)
(dias) média (MPa)
01 7 31,75 16,17
Idade Resistência
CP Carga (kN) Resistência (MPa)
(dias) média (MPa)
01 12 16,4 8,35
Idade Resistência
CP Carga (kN) Resistência (MPa)
(dias) média (MPa)
01 7 32,5 16,55
02 7 30 15,28 15,45
03 7 28,5 14,52
04 7 -
05 14 33 16,81
06 14 35 17,83
15,53
07 14 23,5 11,97
08 14 18,4 *9,37
09 28 35,2 17,93
10 28 29,6 15,08
16,74
11 28 33,8 17,21
12 28 16,6 *8,45
*valores desconsiderados no cálculo da média.
Fonte: Autor
110
Idade Resistência
CP Carga (kN) Resistência (MPa)
(dias) média (MPa)
01 7 11,8 6,01
13 28 15,28 1,95
13 28 14,99 1,91
13 28 11,8 1,50
13 28 22 2,80
14 28 26 3,31 2,83
15 28 23 2,93
16 28 17,8 2,27
Fonte: Autor
13 28 12,6 1,60
01 28 23,46 0,77
01 28 17,2 0,58
Tabela E.3 – Resistência aderente entre a argamassa modificada com PVA e o concreto
01 28 12,2 0,41
Tabela E.4 – Resistência aderente entre a argamassa modificada com SBR e o concreto
01 28 22,6 0,76
Tabela E.5 – Resistência aderente entre a argamassa modificada com emulsão acrílica e
o concreto
Idade Resistência Resistência
CP Carga (kN)
(dias) (MPa) média (MPa)
01 28 16 0,54
Tabela F.1 - Resistência aderente entre a argamassa referência e o concreto - com ponte
de aderência
05 28 36,86 1,22
Tabela F.2 – Resistência aderente entre a argamassa modificada com copolímero vinílico
e o concreto - com ponte de aderência
05 28 34,36 1,11
Tabela F.3 – Resistência aderente entre a argamassa modificada com PVA e o concreto -
com ponte de aderência
05 28 43,2 1,40
Tabela F.4 – Resistência aderente entre a argamassa modificada com SBR e o concreto -
com ponte de aderência
05 28 59,8 1,93
06 28 63 2,09 1,91
07 28 61,4 1,98
08 28 50 1,64
Fonte: Autor
Tabela F.5 – Resistência aderente entre a argamassa modificada com emulsão acrílica e
o concreto - com ponte de aderência
05 28 34,7 1,12
Anexos
120