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A primeira fase do computador se deu de 1945 até o ano de 1960, o sistema “ ENIAC”
ou Electronic Numerical Integrator and Computer, usado a primeira vez na resolução
de problemas práticos, utilizado pelas Forças armadas, para fazer cálculos, foi o
responsável pela primeira bomba atômica em 1945. Apesar de toda a tecnologia, existia
muito deficiência, era semelhante a mesa telefônica e muito lento.
Fonte: http://www.pccl.ac.th/external_newsblog.php?links=1458
Já a segunda fase dos computadores começa em 1960 e vai o ano de 1970 , começaram
a fica menores, consumia menos energia e não havia necessidade de um pré-
aquecimento como os computadores da primeira geração, assim o acesso as informações
passaram a ser um pouco mais rápido. Conhecido como Mainfremes da marca IBM.
Fonte:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:IBM_Electronic_Data_Processing_Machine_
-_GPN-2000-001881.jpg
Fonte: http://ac12inf.blogspot.com.br/
A quarta geração vai acontecer de 1977 a 1991 ficaram menores, mais rápido e sua
capacidade de armazenamento esta maior o computador começa a se acesso a
população, computadores pessoais, portanto seu preço ainda é um pouco alto.
Fonte: http://ac12inf.blogspot.com.br/
A quinta geração é de 1991 até os dias atuais, esta geração é marcada pela conectividade
, isso quer dizer que esta geração os computadores estão todos ligados uns aos outros, e
a inteligência artificial, com jogos e robores para jogos virtuais, desejamos os
computadores conectados aos celulares, as televisões, e até as geladeiras.
Fonte: http://ac12inf.blogspot.com.br/
Alan Mathison Turing nasceu em, 3 de Junho de 1912 e faleceu no dia 7 de Junho de
1954.
Agora que você já entendeu como surgiu o computador, podemos começar a contar a
nossa historia sobre a Cibercultura.
CAPITULO 01
Vamos imaginar uma nuvem sobre nossas cabeças onde caiba de um tudo, filmes,
fotografias, músicas, textos, e muito mais coisas, porém não podemos pegar nos objetos
que estão na nuvem, portanto conseguimos assisti-los. Isso é o ciberespaço.
A primeira vez que se ouviu falar nesta palavra 'Ciberespaço ' foi no livro de ficção
científica chamada Neuromance do autor William Gibson, em 1929, ciber que vem de
cidade, então ele quis dizer uma cidade no espaço, contava a história de um rapaz que
desejava ter uma vida no espaço sideral, então ele começou a casamento o espaço de
ciberespaço, depois deste livro o próximo a utilizar este termo foi p francês Pierre Levy
que é considerado o pai da cibercultura.
Com esses programas podemos navegar livremente pela Internet e encontramos tudo o
que se deseja. Na maioria das vezes , pensamos que estamos sozinhos na Internet, pq
estamos em um lugar seguro acessando a rede, como por exemplo dentro de casa ,
dentro do quarto, portanto temos que lembrar que tudo que colocamos na Internet
como as atualizações das nossas redes sociais, cai no ciberespaço e lá toda e qualquer
pessoa pode ter acesso. Mesmo estando sozinho de frente a Tela do computador ou do
celular, se estamos conectados então não estamos sozinhos.
Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Internet#/media/File:Submarine_cable_map_umap.png
A nuvem ( Ciberespaço ) onde contém as informações está em transformação o tempo
todo, pois ela está sendo alimentado o tempo todo. Com a descoberta da Internet,
várias profissões desapareceram e como também novas profissões surgiram, podemos
relembrar algumas profissões que não existem mais como por exemplo o
datilógrafo, o revisor, telefonista, e também assim como umas sumiram outras
surgiram como o de programador, de marketing digital e de influência digital essa
profissão é super atual , para quem nunca ouviu falar , influência digital é aquela
pessoa que tem vários seguidores e que posta fotos de tudo que veste, que come e dos
lugares onde frequenta, podem ser chamadas de blogueiros também. Assim como as
profissões sofreram alterações o ensino e a relação aluno e professor também teve
mudança, o aluno hoje não depende apenas do professor para ter acesso ao
conteúdo, pois no ciberespaço a nuvem que tem todo e qualquer tipo de
assunto, contém a informação que será transmitida pelo professor. Existe também os
Ambientes Virtuais de Aprendizagem ( AVA) assunto que iremos tratar no próximo
capítulo, que são as novas formas de aprender a estudar.
Com o uso da Internet na nossa vida podemos ver que tudo mudou até para pegarmos
um caminho, antes olhamos o Google para ver como esta o tempo e o caminho que
iremos percorrer, assim também como antes de ir a um lugar ou fazer aquela viagem
desejada, pesquisamos as informações sobre onde ficar, onde se alimentar e
também como chegar no lugar e olhamos as fotos também, já chegamos no lugar cheio
de informações sobre aquele local, podemos saber também o seu espaço
geográfico, sua vegetação e qual a quantidade da sua população, a sua língua o seu
dinheiro, todas essas informações sobre o lugar passar Onde desejamos ir encontramos
no ciberespaço. Podemos então entender que ele está cheio de informações sobre todo e
qualquer assunto e está também em transformação por que estamos alimentando o
Ciberespaço o tempo todo de novas informações.
Saiba Mais:
O Google surgiu no ano de 1998, como uma empresa privada, e com a missão de
organizar a informação mundial e torná-la universalmente acessível e útil. O termo
Google tem origem na matemática, google vem de googol, que é o número 10100, ou
seja, o dígito 1 seguido de cem zeros. O googol não tem qualquer utilidade, a não ser
para explicar a diferença entre um número imenso e o infinito, e devido a sua
magnitude, os fundadores da empresa Google resolveram adaptar o termo para dar o
nome a sua empresa.
Fonte: https://www.significados.com.br/google/
Não podemos deixar de lembrar que com toda a tecnologia, nenhum meio de
comunicação desaparecerá, assim como quando surgiu a televisão o rádio não
desapareceu.
Capitulo 02
Movimentos Sociais.
1- Interconexão
2- Comunidades Virtuais
3- Inteligência Coletiva
Lembrando que o real, jamais irá substituir o real, ela multiplica as possibilidades da
internet para atualiza-lo, pois como já falamos aqui o ciberespaço está em
transformação a todo o momento.
Fonte:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Paradigma_da_Complexidade.jpg
Comunidades Virtuais.
Para existir essas relações não tem necessidade de espaço físico, as distancias físicas
não tem mais importâncias pois arquivos de qualquer tamanho podem ir para qualquer
lugar do mundo ainda mais rápido e menores.
Não temos mais a necessidade de encontrar e ficar de frente para as pessoas para
conversar ou para resolver qualquer problema, para que seja realizado alguma conversa
até eventos ao mesmo tempo podem acontecer sem afetar as pessoas sendo do mesmo
horário e sem ter a necessidade de se estar no mesmo lugar com tudo mundo junto, a
internet fez com que as pessoas tivessem qualquer tipo de relação mesmo a milhares de
distancia um do outro.
Então podemos afirmar que, a comunidade virtual é a criação e laço social que não
existiria se os computadores não estivessem ligados um nos outros.
Fonte: https://pplware.sapo.pt/informacao/a-evolucao-das-comunidades-virtuais/
Saiba mais.
Fonte:
http://www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?codigo=913&titulo=A_internet_
e_as_comunidades_virtuais
Inteligências Coletivas.
Os amigos se encontram por afinidades, gente que gosta de cachorro da raça pastor
alemão, se junta com gente que gosta de cachorro da raça pastor alemão e assim as
afinidades são construídas, onde a troca de informações, e esclarecimento de duvidas
sobre os cachorros da raça pastor alemão iram acontecer mais rápido e serão as mais
corretas porque todas as pessoas que estão reunidas ali naquele grupo tem o mesmo
interesse, e a troca vai acontecer por causa da interconexão que já falamos no começo
do capitulo.
Para o autor Pierre Lévy em seu livro Cibercultura (1999, p.14), voltamos a ser
nômades, mas não se trata de viajar a negócios ou passeios turísticos por regiões
geográficas: “O espaço do novo nomadismo não é o território geográfico, nem o das
instituições ou o dos Estados, mas um espaço invisível de conhecimentos, saberes,
potências de pensamento em que brotam e se transformam qualidades do ser, maneiras
de construir sociedade”. Assim, nós, nômades, sem mapas para serem seguidos frente à
paisagem que rapidamente muda e tudo transforma, poderíamos nos engajar na via da
inteligência coletiva, concentrando nossas forças, multiplicando experiências, buscando,
em tempo real, soluções para problemas complexos.
Podemos afirmar então que a Inteligência coletiva, são onde as inteligências são
somadas e multiplicadas, cada um dar um pouco o que sabe e assim construímos uma
informação completa e também alimentamos e atualizamos o ciberespaço de
informações novas. Sendo assim uma inteligência distribuída por toda parte.
Antes das redes sociais, as pessoas se juntavam para falar do mesmo interesses se
trocavam informações via e-mail, depois surgiu o Orkut que foi a 1 rede social , onde as
pessoas se juntavam por afinidades nas “ comunidades” , tinha comunidades de todos os
assuntos, as mais polemicas era “ eu ódio acordar cedo”, onde tinha mais de 1 milhão
de participantes. O Orkut foi desativado no dia 30 de Setembro de 2014, depois da
migração para o Facebook a rede social do momento, o Orkut foi desativado e assim
dando fim as comunidades, portanto a nova rede social Facebook, criou os grupos
fechados, com o mesmo intuito das comunidades, para pessoas com interesses comuns
tivessem seus espaços reservados para solucionar duvidas, resolver questões e para
conversar mesmo.
Saiba mais.
Orkut foi uma rede social filiada ao Google, criada em 24 de janeiro de 2004 e desativada
em 30 de setembro de 2014. Seu nome é originado no projetista chefe, Orkut
Büyükkökten, engenheiro turco do Google.
O alvo inicial do orkut era os Estados Unidos, mas a maioria dos usuários foram
do Brasil e da Índia. No Brasil a rede social teve mais de 30 milhões de usuários, mas foi
ultrapassada pelo líder mundial, o Facebook. Na Índia também foi a segunda rede social
mais visitada.
A sede do Orkut era na Califórnia até agosto de 2008, quando o Google anunciou que o
Orkut seria operado no Brasil pelo Google Brasil devido à grande quantidade de usuários
brasileiros e ao crescimento dos assuntos legais.
Apesar de Orkut ser um nome próprio, na programação visual do site (títulos e logos) a
palavra está em minúscula (orkut). Em 30 de junho de 2014, a Google anunciou a
extinção do Orkut com data marcada para 30 de setembro deste mesmo ano. No dia 30
de setembro de 2014, o Orkut foi extinto, mas o Google criou um museu de comunidades,
que reúne mais de 1 bilhão de mensagens trocadas em 120 milhões de tópicos de
discussão de cerca de 51 milhões de comunidades. As informações armazenadas pelos
usuários ficaram disponíveis para download pela ferramenta Google Takeout até 30
setembro de 2016
O Facebook
Capitulo 03
Mas não são apenas adultos que acessam as redes sociais. Embora a política de uso de
diversas destas redes deixe claro que se destinam a esta faixa etária, é perceptível o
crescimento de usuários também entre as crianças e ainda mais entre adolescentes. Se a
mídia tradicional já tinha as crianças como público fundamental para a orientação de
consumo, logo percebeu-se que as redes sociais facilitariam ainda mais para que as
mensagens cheguem diretamente a estes pequenos consumidores.
Contudo, deve-se fazer antes uma reflexão sobre a espetacularização da sociedade, que
é uma das facetas da sociedade do consumo e essencial para que se compreenda como
as crianças são atraídas e incorporadas ao mercado consumidor. Segundo Guy Debord
(2003), o espetáculo é a afirmação da aparência. Relacionamos essa afirmação com o
consumo exagerado por parte das crianças. Na sociedade do espetáculo, a economia se
desenvolve para si mesma, para o interesse dos produtores, por isso que essa espécie de
hipnose acontece através da publicidade infantil. O que é real vira imagem e as imagens
tornam-se reais.
A mídia se faz necessária em nosso cotidiano a fim de nos manter informados o tempo
todo e também para que possamos expor pensamentos, compartilhar opinião, visão de
mundo. A revista Debates (2007) a define como:
Canclini (2010) também aponta que seria inadequado enxergar o consumo como um
procedimento vertical, que atinge um público passivo, havendo relações de colaboração
e transação.
Se as pessoas adultas voltam o seu comportamento para o que a mídia sustenta, não
seriam as crianças a parte da sociedade que se desviaria dessa influência. A criança
torna-se alvo da hipnose que a publicidade lança constantemente ao seu receptor,
havendo o desejo de consumir a partir dos padrões ali afirmados.
É comum que o público infantil utilize as mídias sociais como forma de entretenimento
ou como fonte de informação. Também encontramos crianças produzindo publicidade
para outras crianças por meio de Fan Page , nos seus perfis ou em canais no Youtube
que são ferramentas que possibilitam induzir ao consumo. São também youtubers
mirins: Eloah, 9 anos, São José dos Campos-SP, com o canal Eloah e diversão ; Julia
Silva , 11 anos, São José dos Campos-SP, que tem um canal com o seu nome.
O Youtube é uma mídia social onde é possível criar canais que se compartilham vídeos
sobre diversos assuntos. Nesta mídia, é possível conversar com as pessoas inscritas nos
canais ou com quem assistiu ao vídeo e deixou um “gostei” por ter se identificado com
o conteúdo. Essa mídia foi selecionada para ser analisada, porque é bastante utilizada
pelas pessoas que desejam se expressar, por meio de vídeos, sobre temas diversos e
porque pode ser utilizada para aumentar o consumo através da publicidade e do
marketing.
O objeto de estudo é a Youtuber mirim Juliana Baltar que, aos nove anos de idade,
possui mais de 2.008.999 inscritos e 646.198.903 visualizações em seu canal. A escolha
se deu devido ao sucesso alcançado pela criança com os vídeos postados
frequentemente, já que outras crianças também produzem esse tipo de conteúdo, mas
não atingem os números de visualizações, nem de seguidores que Juliana Baltar
conquistou. Durante a análise, o objeto de estudo será referido como “Juliana Baltar” ou
“Youtuber Mirim”. É válida a observação da alteração no número de visualizações, de
seguidores, “Gostei”, “Não Gostei” e de comentários em seus vídeos a cada acesso para
a análise. Os números aumentaram cada vez que o canal foi consultado.
1 Imagem principal do canal Juliana Baltar
Para este trabalho, foram escolhidos 2 (dois) vídeos que foram selecionados levando em
consideração o número de visualizações e o conteúdo deles, pois buscaram-se vídeos
onde a Juliana Baltar pudesse induzir outras crianças ao consumo.
Além disso, nota-se que o conteúdo dos vídeos desta youtuber mirim, muitas vezes,
envolve brinquedos e lugares, havendo um destaque para certas marcas e nomes de
estabelecimentos. Partindo do pressuposto de que vivemos em um mundo voltado para
o consumo, houve a curiosidade de analisar os vídeos para verificar se havia o incentivo
por parte da youtuber mirim para o consumo infantil.
Nesta pesquisa, foi feita a análise de conteúdo de dois vídeos do canal do Youtube
pertencente a Juliana Baltar que faz bastante sucesso entre as outras crianças devido as
temáticas, os brinquedos e as brincadeiras ali abordados.
Já o segundo vídeo, que foi postado dia 31 de maio de 2016, mostra a criança abrindo os
seus presentes de aniversário. Percebemos uma alegria maior quando abre presentes que
são brinquedos de marcas famosas e ao mostrar o presente que mais gostou, dado pela
família: um aparelho celular.
O vídeo tem quase 16 minutos e exibe a youtuber mirim abrindo os presentes que
ganhou no seu aniversário de 9 anos. Possui mais de 3 milhões de visualizações, quase
75 mil “Gostei”, mais de 5 mil “Não gostei” e mais de 12 mil comentários.
3 Vídeo 2: abrindo meus presentes de aniversário!
O Youtube é utilizado por Juliana Baltar e outras crianças, que também são youtubers,
com intuito de se divertir, logo causando outro efeito – a fama – devido à criatividade
com que produzem seus vídeos e por falar diretamente com o seu público: outras
crianças.
Youtubers são pessoas que trabalham publicando vídeos com temas diversos na rede
social Youtube e ganham dinheiro de patrocinadores que, em troca, ganham a
divulgação de suas marcas nos vídeos que eles produzem e a participação dos youtubers
em seus eventos. O público de cada youtuber varia de acordo com os tipos de vídeos
que ele posta, dependendo da sua temática, da frequência com que publica e da
linguagem que utiliza.
Segundo Silva (2016), a sociedade está em busca de novidades para consumir, aceita
muito rápido as tendências, mas também as esquecem rapidamente.
[...] da mesma forma que uma nova rede social é capaz de se
tornar, quase imediatamente, o assunto do momento, pode em
meses ser esquecida após o surgimento de uma nova, pois a
sociedade não tem a mesma visão temporal, buscando sempre
serviços e mercadorias ágeis. Assim, cada vez é mais difícil
entender os desejos do consumidor. Isso faz com que as marcas
busquem diferentes formas de chamar a atenção do público e
convencê-lo de que seu produto é o melhor, muitas vezes
utilizando as celebridades, pessoas com alta credibilidade, para
representá-las e influenciar pessoas (SILVA, 2016, p.5).
Escolhemos um vídeo para ser analisado no qual Juliana Baltar passa o dia em um salão
de beleza do Rio de Janeiro. O momento é chamado por ela de “dia de princesa”, porque
assim como a maioria das meninas da mesma idade que ela (9 anos), a youtuber mirim
aprecia a cor rosa e todo o tratamento que a faz se sentir, de fato, uma princesa.
Este vídeo mostra Juliana Baltar em duas faces: ora criança, com sonho de princesa,
alegre e ansiosa por estar ali, ora adulta, passando por procedimentos estéticos comuns a
mulheres e não a meninas.
No início do vídeo, a youtuber mirim aparece ainda com a aparência natural, cabelos
soltos e enfeite no cabelo que as crianças costumam usar. Ao longo do vídeo, ela vai se
comportando como adulta, principalmente quando está fazendo as unhas dos pés e
tomando algo em uma taça semelhante à que os adultos utilizam para tomar champanhe
e também ao final do vídeo, quando desfila toda caracterizada como adulta.
4 Vídeo 1: Dia De Princesa!
Pode-se associar o que acontece com Juliana Baltar no vídeo, e com muitas outras
crianças, à adultização da infância, definida por Cristhiane Ferreguett (2014).
A princípio, a youtuber mirim anuncia que vai ter um dia de princesa e convida os seus
seguidores para vê-la receber uma massagem com pepinos nos olhos. Ela não deixa de
enfatizar que está muito feliz, que está adorando estar no salão. Depois do momento de
relaxamento, Juliana faz as unhas, primeiro das mãos, onde utiliza a cor rosa, indicando
seu gosto infantil para o esmalte. Enquanto está fazendo as unhas dos pés, Baltar bebe
algo em uma taça também cor de rosa e brinda, como um adulto com champanhe.
Enquanto isso, o nome do estabelecimento é mostrado outra vez. O gosto dela entra em
contradição com o seu comportamento, ora criança, ora adulta.
Chegado o momento em que vai fazer o cabelo, Juliana não escolhe um penteado,
escolhe escova e chapinha, além de um aplique de mechas coloridas, assim como a
mídia destaca como padrão de beleza. O vídeo é finalizado quando a youtuber mirim,
maquiada como uma adulta, com os cabelos lisos, desfila sob o efeito do ventilador,
como em um comercial. A menina não deixa de dizer mais uma vez que “amou” o dia
especial proporcionado pelo salão. Antes de finalizar, disponibiliza o contato e o
endereço do salão de beleza.
As crianças, geralmente, mostram-se consumistas quando a família possui o mesmo
comportamento. E, principalmente, em decorrência do conteúdo da mídia com o qual
elas têm contato. Segundo Alexandra Sobral Carreira (2008), o consumo infantil é
influenciado pelo comportamento dos pais que levam os filhos para as compras.
A divulgação que Juliana Baltar fez para o salão carioca Princesas Beauty & Party se
trata de uma estratégia para atrair mais crianças, aumentar o consumo infantil, fazer
com que elas sintam necessidade de ir àquele estabelecimento e, por sua vez, que
convençam os seus pais.
Ao longo do vídeo, faz suspense em relação ao presente coletivo que ganhou da mãe, do
pai e da irmã, alegando que é o presente do qual ela mais gostou. Isso faz com que as
pessoas que lhe assistem criem expectativas e curiosidade para saber desse presente.
Depois de abrir o último presente, ela mostra o celular e diz que amou e reforça que foi
o presente que ela mais gostou, sem dúvida.
Neste vídeo, a youtuber mirim tem a oportunidade de mostrar todos os seus presentes da
festa de aniversário de nove anos, deixando transparecer a sua preferência em relação ao
que gosta de ganhar. Sua “euforia” diante de alguns presentes pode significar a
influência para outras crianças que assistirem ao vídeo, caracterizando o marketing
infantil feito por youtubers mirins. Como afirmado por Alexandra Carreira (2008):
“Qualquer acção de marketing infantil está dependente de um envolvimento emocional
entre uma marca e os consumidores mais jovens.” Portanto, a influência ao consumo
acontece de maneira intensa neste vídeo.
A sociedade que, segundo Guy Debord (2003), se relaciona por meio de imagens e
espetáculo faz o uso de mídias digitais para atingir este proprósito de uma maneira mais
dinâmica. O Youtube é utilizado por crianças para que elas se comuniquem e se
expressem diante do restante da sociedade.
A influência ao consumo acontece a partir do contato intenso das crianças com essas
redes sociais, seja assistindo ou produzindo vídeos que façam a exibição de produtos,
menção de marcas ou estabelecimentos.
Ao longo desta pesquisa, percebemos que Juliana Baltar, o objeto desse estudo, que
começou a fazer gravações para o seu canal desde o ano de 2014, contabiliza mais de
dois milhões de inscritos em seu canal, sendo crianças ou pais de crianças. O número de
visualização, “gostei” e “não gostei” e de comentários em seu canal estão relacionados
ao tipo de conteúdo que Juliana Baltar se propõe a produzir em seus vídeos, sempre
com temáticas que envolvam seus brinquedos de marca ou estabelecimentos renomados.
As dificuldades para esta pesquisa se deram na seleção dos vídeos para análise, uma vez
que Juliana Baltar produz conteúdo que faz o uso de bonecas e brinquedos, brincadeiras
e encenações.
Poder observar nos vídeos de uma youtuber mirim um apelo publicitário, a influência ao
consumo, é bastante enriquecedor para a formação social e profissional de qualquer
área, já que a criança representa o adulto do futuro. Além disso, foi constatada a
adultização da infância quando ela se caracteriza como uma adulta,usa maquiagem e
alisa os cabelos, e quando sente necessidade de usar aparelho celular, como um adulto
que necessita se comunicar em qualquer lugar e por isso utiliza. Portanto, Juliana Baltar
contribui para o consumo infantil a partir da sua influência perante as outras crianças
que assistem aos seus vídeos.
Capitulo 04
“Existir é, de maneira crescente, estar ligado
a tela e interconectado nas redes”
A citação de Gilles Lipovetisky aponta com clareza uma situação comum nos
dias de hoje. Estamos vivendo a era da tela/ecrã global, isto é, a “ecrãnoosfera”, onde
um fluxo de imagens circula em telas. Nos aeroportos, restaurantes, bares, elevadores,
metrôs, carro, aviões, por todos os lugares encontramos telas, sejam telas planas ou
portáteis, elas se proliferaram em todas as dimensões.
Dentro dessa moldura, como se reconfigura o corpo humano na onipresença de
telas que se interconectam? Qual a relação do nosso corpo com a tecnologia? Que corpo
é esse no mundo das redes, já que é um único corpo que trabalha em dois ambientes: on
line e off line? Desde logo, o corpo, como objeto de estudo apresenta-se do ponto de
vista da teoria corpomídia (Katz e Greiner, 2005), onde a mídia à qual a teoria se refere
diz respeito ao processo evolutivo de selecionar informações que vão constituindo o
corpo, isto é, a informação é transmitida em processo de contaminação.
Esse corpo sob constante interrogação tornou-se um problema na entrada do sec.
XXI e tem ocupado o centro dos questionamentos sobre o que é ser humano diante de
tantas invenções tecnológicas. O corpo biocibernético, o corpo interfacetado, pós-
humano e tudo que tange a relação corpo-tecnologia foram discutidos a exaustão, mas
pouco espaço é dedicado para as mudanças de ordem cognitiva promovidas pelas
distintas tecnologias, ou seja, pouco se investiga sobre a transformação do corpo diante
das formas de comunicação que continuam a ser inventadas. Portanto, para lidar com o
mundo das redes sociais na internet, alguns conceitos devem ser rearticulados, já que
esse corpo ativo e em constante transformação, a partir das relações com o meio
ambiente, reconfigura-se na vida permanentemente on line.
1Katz, Helena. Todo corpo é copo mídia. In ComCiência – Revista Eletrônica de Jornalismo
Científico http://www.comciencia.br/comciencia/ – 10/03/2006.
desejo de permanecer leva à necessidade de fazer outro a partir de si mesmo, e só pode
se realizar porque no mundo onde vivemos, as informações tendem a operar dentro de
um processo permanente de comunicação”.
Se todo corpo é corpomídia de si mesmo, devemos deixar de lado a
compreensão habitual de mídia e não tratá-la como um meio de transmissão. Pois na
mídia que o corpomídia ocupa-se a informação é preservada no corpo e se torna corpo.
Mas há um limite de preservação que garante a sobrevivência de cada ser vivo em meio
a essa constante transformação. Portanto, não podemos afirmar que o corpo é, mas que
o corpo está sendo, o corpo é um estado dessa coleção de informações que vai
mudando, isto é, corpomídia da evolução.
5 De acordo com a pesquisa realizada pela comScore, divulgada no portal Terra (acessado em
17 de novembro de 2011).
6 De acordo com um estudo da Experian.
7 Essa angústia causada pela sensação de ficar off-line já tem nome: FOMO, sigla em inglês
para “fear of missing out”, ou “medo de perder alguma coisa. O comportamento Fomo já foi
considerado uma patologia a ser curada, mas hoje não podemos afirmar que um sujeito que se
conecta frequentemente possui um transtorno, é apenas um jeito de participar.
8 COHEN, Patrícia. Tecnologia acelerou a evolução do homem, Patrícia Cohen. Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br.
maior parte do mundo o tamanho do corpo, o formato e longevidade mudaram de forma
acelerada nos últimos três séculos. Os avanços na produção de alimentos e na saúde
pública tornam mais ágil a evolução darwiniana. Todas essas alterações acontecem em
um período de tempo curto. Pesquisas cognitivas já estão sendo realizadas em alguns
laboratórios e comprovam que os números de padrões de peso e altura na espécie
humana estão mudando rapidamente. Um norueguês de 22 anos media 1,79 cm no final
de século 20, ou seja, 14 cm a mais que a média do final do século 18. Evolutivamente
200 anos é pouco para uma mudança.
As teorias evolutivas facilitam o entendimento de que uma vez que o corpo fica
adaptado com o ambiente, ele tende a deixar rapidamente de ter estímulos de
investigação nesse ambiente porque ele já está adaptado, ou seja, o ambiente já está
mapeado e ele não possui mais estímulos cognitivos exploratórios, estímulos os quais
nós humanos não conseguimos viver sem. Quando sentávamos frente ao computador
rapidamente ficávamos cansados, mas hoje não sentimos mais a dor nas costas ou arder
os olhos, pois evolutivamente a informação já foi absorvida. Outro sinal importante é de
que o corpo vai ficando treinado com sobreposições de imagens e simultaneidade, se ele
não é estimulado dessa forma, ele se fadiga e tende ao desligamento. Cada vez mais é
necessário mais estímulos para ficarmos atentos. Quando assistimos a um filme que não
trabalha com a velocidade, desligamos a tensão e dormimos.
De acordo com Helena Katz10, está acontecendo cognitivamente uma
mudança, ou seja, uma necessidade frequente de muita estimulação para manter a
atenção. Pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento - psicologia, comunicação,
ciências cognitivas etc – buscam entender que tipo de corpo somos nós, usuários
(dependentes e intensivos) do computador? Pois o nosso corpo hoje, que funciona
mediado por telas é outro tipo de corpo, ele exercita o dom da ubiquidade. Ao mesmo
tempo em que responde um e-mail, compartilha um link no facebook, troca mensagens
rápidas no MSN e ver um site. E todas essas atividades realizadas ao mesmo tempo
possuem consequências cognitivas. Permanecer durante horas na frente da tela é um
treino. E isso nos habilita.
Portanto, um corpo que vai treinando cada vez mais fazer mais de uma mesma
coisa ao mesmo tempo, aos poucos domina essa habilidade e fica confortável. Essa
Com o crescimento das redes tecnológicas e com toda essa interação que ela
proporciona em diversos campos de conhecimento e que pode ser explorada em tantos
movimentos como sociais, feministas, ambientalistas e entre outros, muitas pessoas
ainda não conseguiram se adequar a toda essa plataforma digital, mas a cada dia o
número de conectados em redes sociais só aumenta, pois além de trazer comodidade por
ser uma ferramenta prática e rápida, facilita também a interação entre pessoas que
moram longe e que gostam de conversar entre si.
Para Capra (2002), as redes sociais são importantes principalmente porque além
de conseguir captar informações, elas também conseguem se encaixar nas redes
organizacionais.
As redes sociais não servem apenas para expressar opiniões, fazer amizades com
quem mora longe ou manter contato com familiares de outros lugares, serve também de
suporte para relacionamentos amorosos virtuais que começam apenas com conversas e
chamadas de vídeos e depois se ambos acharem que a relação pode ter futuro, o que era
apenas algo digital acaba saindo do mundo virtual para o real. Martinho (2004) afirma
que a conexão muitas vezes ultrapassa as plataformas digitais/ e segue para o cotidiano:
Com toda essa convergência digital, os jornais online são as principais fontes de
informações para os jovens, que buscam facilidade para informações e com a evolução
das mídias é possível ter toda essa comodidade.
Muitos dessa nova geração que apostam no Youtube já escreveram até livros que
são sucesso de venda no Brasil, chegando até a virarem best-sellers em todo o Brasil,
além de vídeos que chegam a um valor surreal como 150 mil reais.
O comportamento dos jovens mudou ao longo dos anos e tudo isso se deve pelo
advento tecnológico que a internet trouxe, proporcionando diversos conhecimentos na
hora de produzir conteúdos e também de recebê-los.
Segundo Tapscott (2010), esta nova geração que parece já ter nascido dentro da
tecnologia, consegue de maneira tão rápida aprender sobre novos conteúdos digitais,
mesmo sendo a geração que não assiste televisão e consegue assimilar qualquer notícia
de forma bem mais rápida do que seus pais.