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Sistemas de Transportes
1.1.1. Condicionantes
• a massa a transportar deve ser mantida intacta, o que na grande maioria dos casos
obriga ao uso de veículos específicos, ou pelo menos ao emprego de embalagem. Por
sua vez, para reduzir ao mínimo o gasto de força motriz, veículo e/ou embalagem
devem ter o peso próprio mais leve possível (tara no caso dos veículos) e serem
baratos;
• a força motriz otimizante seria aquela que fosse simultaneamente universal (existente
em qualquer lugar da Terra), controlável (regulando quantidade, direção e sentido) e
gratuita (sem custo por seu uso). Deve-se buscar em cada caso as que mais se
aproximem deste ideal. Sua aplicação pode ser diretamente à massa (dutos), ou à via
(correias transportadoras), ou mais normalmente ao veículo que conduz a massa, como
nos trens e automóveis;
• o tempo de deslocamento deveria ser nulo como otimizante, já que aumento de tempo
em qualquer transporte implica em incremento de seu custo, pelo valor econômico de
tempo, influindo nos custos de capital e no custo de imobilização de bens ou pessoas.
Este fator é ainda mais sério em uma economia altamente inflacionária. O sentido de
tempo é diferente segundo seja do ponto de vista do transportista ou do usuário. Para o
transportista é apenas o tempo gasto pela massa entre o início e o fim do trecho da via
ou da rota utilizado; já o usuário considera o tempo desde a saída da origem até a
chegada ao destino final (transit time).
Cumpre notar que as otimizações destas 4 condicionantes tendem a ser conflitivas entre si:
aumentar a velocidade de deslocamento, por exemplo, para diminuir o tempo de transporte,
implica em aumento do consumo de energia. Cabe à Economia de Transporte analisar este
conjunto de condicionantes e seus custos associados, de forma a se ter um custo mínimo.
Além do Transporte, apenas Energia tem esta inerência a todas as atividades humanas, sendo
denominados de insumos difusos, ou seja, que compõem todas as ações do Mundo.
Neste País, por exemplo, constitui uma das parcelas significativas do chamado “Custo Brasil”,
que nos retira competitividade em muitas áreas do Comércio Exterior.
• perecibilidade, ou seja que os modos de transporte devem estar disponíveis para uso no
local e no momento da demanda. Observe-se, por exemplo, nos picos diários de
tráfego, a carência de mais transporte, com perda de seu uso e conseqüentemente
grandes danos à Sociedade, ou no caso das grandes colheitas, em que parcelas
significativas se estragam nas áreas produtoras por não poderem ser escoadas;
Para exercer suas funções como serviço da Economia, os modos de transporte devem ser
escolhidos pela análise de 4 atributos, de vez que normalmente modais diferentes coexistem
competindo na mesma região.
Abstração feita das distorções introduzidas no sistema de transporte por injunções políticas,
mau planejamento ou dificuldades econômicas, a seleção do melhor modal para cada caso
deveria se processar sem concorrência ruinosa, de vez que os atributos competitivos
intermodais tornam um deles o mais apto a conduzir ao custo total mínimo para o usuário
naquele transporte específico. São os seguintes:
• acessibilidade, ou seja que além de estar disponível, pessoas e/ou bens possam ingressar
no modal e dele se utilizar para se deslocar. Por razões técnicas, econômicas ou legais
nem sempre um modal pode ser acessado no local ou no momento em que se dá a
demanda;
• economicidade, isto é oferecer um custo compatível com o valor de seu serviço, fator
subjetivo, que o usuário dá ao transporte (valor > tarifa > custo de transporte). Em
uma economia de livre mercado, e, portanto competitiva, onde houver opções modais
diversas, o usuário escolherá sempre a que lhe acarretar um custo total mínimo, como
adiante se definirá;
• qualidade de serviço, dado que em igualdade dos demais atributos, entra em jogo este
fator, em parte subjetivo, decorrente do desempenho operacional global ou mesmo da
“imagem” criada pelo transportador de ser confiável, eficiente e atencioso.
Designando cada uma destas características modais por sua inicial e no eixo horizontal os
respectivos modais, formar-se-ia um quadro com a avaliação correspondente para cada uma
delas. (Tabela 1.1)
Nota: expressam condições médias gerais e não específicas para dado caso real
Estas noções dão uma primeira orientação sobre a faixa ótima de utilização de cada um, de
vez que os modais não são estritamente concorrentes, mas complementares, cada um com
seu campo de ação mais eficiente. Assim:
• a ferrovia possui disponibilidade linear, ao longo de seus eixos viários, formando linhas-
tronco, ligações e ramais, que por razões técnico-operacionais e econômicas são de
acessibilidade pontual em terminais, estações, pátios e desvios particulares;
• o transporte dutoviário tem disponibilidade linear em seu eixo geométrico. Como oferece
poucas restrições de acesso, pode-se dizer que tem disponibilidade linear.
Como todos interagem fortemente, as análises dos problemas de transporte exigem a ante
mencionada visão sistêmica, ou seja buscar a otimização do sistema pela ação integrada do
conjunto de subsistemas. É conveniente lembrar que o ótimo do sistema nem sempre é obtido
pela soma dos ótimos de seus subsistemas.
Observe-se que nem todos os modais têm estes subsistemas de forma estritamente
comparável.
No transporte dutoviário, inexiste o veículo no sentido comum do termo, com a própria massa
transportada agindo como se seu veículo fosse.
As rodovias e as hidrovias têm dois graus de liberdade, pois o movimento se processa em uma
superfície, obrigando a fixação de regras para os veículos se moverem, a fim de reduzir ao
máximo as interferências conflitantes entre os mesmos ou com o entorno das vias,
provenientes da liberdade relativa de percurso.
O transporte aeroviário é o único que tem três graus de liberdade, ou seja, seus veículos têm
liberdade espacial segundo três eixos, exigindo regras muito rígidas e universais e um
treinamento intenso dos responsáveis pelos veículos, obrigando um controle espacial.
• Capacidade Efetiva é a que vem sendo obtida nas circunstâncias existente no caso em
análise, sem que se tenha efetivado qualquer intervenção saneadora na operação que
vem sendo executada. É inferior à capacidade prática, que seria a meta a ser obtida por
uma melhoria operacional.
• aplicar à capacidade teórica um coeficiente redutor, derivado por similitude com casos
reais semelhantes, como na fórmula de Colson para trechos ferroviários
Estas definições são válidas para todas as modalidades de transporte, bem como os
procedimentos de projeto e planejamento, variando os parâmetros técnicos e os componentes
da operação para cada modalidade.
• cargas frigoríficas, embora pudessem ser classificadas em uma das categorias acima,
formam uma classe a parte pelo manejo diferenciado que exigem, com manutenção
permanente de temperaturas baixas e controladas para conservar as qualidades
essenciais do produto durante o transporte (frutas frescas, pescados, carnes, etc.);
• "break bulk", termo que vem se tornando usual em transporte marítimo para designar
produtos que são transportados a granel, mas cujos elementos apresentam
individualmente volume expressivo, como bobinas de papel e de aço, produtos
siderúrgicos em barras longas, tubos metálicos, toras de madeira, etc;
• Carga Perigosa, aquela que, por causa de sua natureza, pode provocar acidentes,
danificar outras cargas ou os meios de transporte ou, ainda, gerar riscos para as
pessoas. É dividida pelo IMCO (Organização Marítima Consultiva Internacional) segundo
as seguintes classes: I – Explosivos, II – gases, III - líquidos inflamáveis, IV – sólidos
inflamáveis, V – substâncias oxidantes, VI – substâncias infecciosas, VII – substâncias
radioativas, VIII – corrosivos, e IX – variedades de substâncias perigosas;
Estes fatos fazem com que exista uma estreita correlação entre grau de desenvolvimento de
países e regiões e a disponibilidade de redes de transporte eficientes, a ponto de Wilfred Owen
classificar as nações como “móveis ou imóveis”, conforme o quociente das unidades de
transporte produzidas pela população.
Não se pode abstrair, contudo, que o Transporte depende também indiretamente de três
outros contextos:
I. contexto político, através de uma de suas facetas, seja como operador, concedente,
fiscalizador, ou pelos representantes da Sociedade, no Legislativo ou no Ministério
Público;
II. contexto sócio-econômico, pelo contato direto e impactante com todas as camadas
sociais e dos setores econômicos;
III. contexto tecnológico, pelas mudanças de tecnologia que alteram variáveis básicas das
características de um modal, como foi, por exemplo, a introdução dos jatos na aviação
civil, ou por efeito demonstração, em um Mundo em que a comunicação a nível social é
instantânea, fazendo com que novidades implantadas em outros países com bom êxito
sejam reivindicadas de imediato em outras regiões, como foi o caso de catalisadores
supressores de emissões poluentes nos automóveis
Nesta parte de conceitos básicos, não se pode deixar de chamar a atenção para a extrema
importância da coordenação técnica e econômica dos modais, de forma que a Sociedade como
um todo desfrute da forma mais eficiente e econômica possível destes serviços essenciais, e
que decorre do chamado marco institucional, conjunto de instrumentos legais e organismos
que regulamentam o Transporte, marco que embora tecnicamente não faça parte dos
conceitos básicos, é condição “sine qua non” de sua otimização.
O Transporte moderno é uma tecnologia de ponta, exigindo como tal um parque industrial e
construtivo adequado e mão-de-obra qualificada.
Por outro lado, os investimentos de Transporte costumam ser de longa maturação, o que faz
com que soluções inadequadas ou até mesmo não-otimizadas se traduzam em custos sociais
elevados.
Como parte do Setor de Serviços da Economia, o Transporte se destaca não somente por seu
investimento massivo, como ainda por ser um forte gerador de empregos diretos e indiretos.
Possui ademais poderosa força estruturante do espaço geográfico, tanto de forma positiva,
liberando as potencialidades econômicas da área de influência, como em áreas vizinhas pode
ser de forma negativa, criando regiões estagnadas, como a Via Dutra produziu na área da
antiga Rio – S. Paulo, hoje conhecida como Fundo do Vale.
• Novas estruturas viárias mais eficientes que as existentes tem efeitos perversos sobre
partes da estrutura sócio-econômica da área de influência direta da via pré-existente.
Esses resultados devem ser previstos, mensurados e na medida do possível
remediados.
Em sistemas com demandas fortemente reprimidas, melhorias de capacidade geram
novos ciclos de degradação dos níveis de serviço, exigindo constante monitoração dos
mesmos e intervenções eficazes para restabelecer os níveis de projeto;
• Nem sempre o modo que pareceria, à primeira vista, o modo mais adequado a certo tipo
de demanda, se revela em um estudo mais aprofundado o melhor, dada a
complexidade de fatores a serem ponderados.
Em conseqüência, em nível de viabilidade o leque de opções a ser examinado deve ser
o mais abrangente possível e revisto em detalhe;
Matérias
Primas
C
O
N
Produção Mercado S
U
Mão de M
TRANSPORTE
Obra PRINCIPAL O
Transporte Transporte
interno interno
Transporte Transporte
coletor distribuidor
O Sistema de Transporte, nacional ou regional, se compõe de diferentes modais, que, por suas
características de disponibilidade, acessibilidade, economicidade e qualidade de serviço, não
são estritamente competitivos, mas sim complementares, cada um possuindo seu campo
preferencial de atuação, que pode variar de uma situação para outra, em conseqüência da
demanda qualitativa, quantitativa e espacial, da estrutura geográfica da área servida e dos
custos dos insumos operacionais.
A estrutura modal de custos resulta sempre da soma de duas parcelas, cuja importância
relativa varia extremamente entre os distintos modais:
que para adequada comparação devem ser escoimadas de incentivos diretos e indiretos,
subsídios aparentes ou ocultos, para que parcelas da Sociedade não paguem por serviços que
• frete principal, preço cobrado pelo transportador ao usuário pelo deslocamento principal
efetuado em sua via ou rota segundo uma tabela de valores unitários chamada tarifa;
Como, com a forte estatização que vigia no Sistema Brasileiro de Transporte, o custo de
capital era do Governo, sua opção de implantação era normalmente pelo modal de menor
investimento inicial, ou seja, o rodoviário, enquanto a Sociedade pagava o ônus do pesado
custo operacional desta modalidade através do frete, agregado pelos usuários ao preço dos
produtos, e da rápida deterioração das vias por força do excessivo peso por eixo dos veículos
de carga, cujas taxas não cobriam uma mínima parte deste item. Some-se a isso, as pressões
externas exercidas por dois dos mais poderosos setores do capitalismo mundial: a indústria do
petróleo e a indústria automobilística.
Este fato criou um dos mais significativos componentes do chamado “custo Brasil”, tornando-
se o único país de dimensões continentais e economia diversificada em que o transporte
rodoviário, neste século, tornou-se amplamente dominante.
Na atual conjuntura do País, o Setor de Transporte passa por mudanças estruturais profundas,
com especial impacto da privatização de suas atividades, desregulamentação de sua operação
e novas tendências geradas pela dita globalização e pelo modelo neo-liberal adotado na
Economia como um todo, com todas evidências de que não deva haver reversão destas
expectativas no curto e médio prazo.
Estas tendências fazem com que a simples extrapolação do passado tenha atualmente menos
Estes termos, hoje em número de 14, surgiram em 1936 e são denominados INCOTERMS,
acrônimo em inglês de INternational COmmerce TERMS.
1.3.1. Conceitos
Conceito Histórico
A denominação “terminal” ganhou força nos meios técnicos do transporte com a implantação
dos trechos ferroviários iniciais na primeira metade do século XIX, designando as estações
situadas nos extremos do trecho em referência, visto que em geral estes trechos
representavam rotas isoladas, não formando uma rede no sentido amplo atual, e entre estas
estações extremas havia, quando muito, desvios para cruzamentos de composições com
sentidos de marcha opostos. É uma acepção que se encontra descartada nos dias de hoje.
Conceito Operacional
Com o desenvolvimento das ferrovias no século XIX, e principalmente com sua obtenção de
um status de monopólio prático das cargas de média e longa distância por onde se estendia
sua rede, a implantação de estações de carga na parte intermediária de suas rotas passou a
ser definida por conveniências operacionais, às quais os clientes em perspectiva tinham de se
adequar.
Aqui no Brasil, por exemplo, o GEIPOT reservou esta denominação para aqueles terminais que
manejavam em sua área pelo menos a média de um veículo modal diário.
Conceito Logístico
Com a perda de status das ferrovias na segunda metade do século XX e com o crescimento
expressivo da concorrência de outras modalidades na captura de cargas, através de um
atendimento mais adequado às necessidades específicas de cada empresa, o aspecto
monopolístico das ferrovias desapareceu. Isto foi particularmente verdadeiro no marketing do
transporte rodoviário, enfatizando o ponto focal do “porta à porta”.
No caso brasileiro, este efeito foi tão devastador que somos hoje o único país de dimensões
continentais que tem no transporte rodoviário seu principal modal de captação e distribuição
de cargas.
No quarteto fundamental das teorias logísticas (produto certo / no lugar certo / no momento
certo / ao preço certo), terminais representam parcelas importantes em dois deles: “no
momento certo”, pela redução dos tempos mortos em suas operações e agilizando a
movimentação das cargas, e “ao preço certo”, permitindo reduzir custos logísticos por
impedâncias de tempos e custos nos terminais, que inapelavelmente onerariam o preço final
do produto ou ao menos reduziriam significativamente a margem de lucro das empresas.
Não é de se estranhar, portanto, que cada dia mais empresas passem a dar alta ponderação
em suas cadeias logísticas ao uso da multimodalidade em seus transportes, buscando otimizar
ou sua captação de insumos, ou sua distribuição de produtos, procurando os níveis ótimos de
serviço de cada modalidade integrante, onde as operações de transbordo de terminais
multimodais passam a ser um decisivo fator logístico, tanto pela diminuição do “transit time”,
como pela redução dos custos de manuseio nos transbordos e conseqüentemente das tarifas
decorrentes da movimentação.
Optou-se por um tratamento condensado, que mostre sua utilidade e aplicação, tendo em vista
que Transporte é um setor de serviços da Economia, a que deve atender com eficiência;
portanto, seus terminais, por onde circulam os bens de dita Economia, devem estar em
sintonia com suas necessidades de produção econsumo.
O tema teve início ainda no século XIX, com von Thünen, gerente de uma empresa agrícola
alemã, que, dentro das disponibilidades da época, teve de partir de hipóteses simplificadoras,
que ainda assim recebem confirmação em certos pontos na atual realidade espacial e
produtiva do setor agrícola.
Algumas de suas conclusões são válidas mesmo nos dias de hoje e nas condições atuais de
produção e transporte, como os cinturões verdes ao redor das cidades e a localização
distanciada dos ranchos do gado de corte.
A hierarquização dos centros urbanos veio com Christaller e sua teoria dos “lugares centrais”
(“central places”), em que ditos centros obedeciam a uma subordinação em função dos
serviços que podiam oferecer à população da região de influência.
Determinou ainda que o distanciamento entre as distintas classes de centro, dos menores para
os maiores, seguia uma parametrização de distanciamento, que variava aproximadamente
com a raiz de 3 ( 3 ), obtendo então a seguinte tabela de distâncias do raio de influência dos
pequenas povoações................................ 12 km
municipalidades ...................................... 21 km
pequenas capitais.................................... 62 km
Lösch enfoca a questão espacial do ponto de vista do mercado das empresas, baseado em 5
princípios de equilíbrio:
• áreas de insumos, produção e vendas devem ser tão pequenas como possível;
• limites das áreas econômicas decorrem das linhas de indiferença entre localizações
vizinhas.
Macro-localização
Caso sejam concentradores ou distribuidores, por exemplo, deve-se buscar que se situem no
entorno imediato do centro de gravidade dos fluxos da área de influência, de forma a
minimizar os transportes complementares de coleta ou de distribuição.
Mais sofisticadamente, localização de terminais em redes viárias podem ser encaminhadas por
algorítmos de Pesquisa Operacional, como "Branch and Bound"e o de "p-medianas"
Micro-localização