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ÍNDICE

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Princípios básicos da Administração Pública.............................................................................................................................................................. 01


Organização administrativa: administração direta e indireta; centralizada e descentralizada; autarquias, fundações, empresas
públicas, sociedades de economia mista...................................................................................................................................................................... 03
Consórcios públicos (Lei nº 11.107/2005)..................................................................................................................................................................... 08
Órgãos públicos...................................................................................................................................................................................................................... 12
Ato administrativo: conceito, requisitos e atributos; anulação, revogação e convalidação; discricionariedade e vinculação.... 15
Poderes e deveres dos administradores públicos: uso e abuso do poder, poderes vinculado, discricionário, hierárquico,
disciplinar e regulamentar, poder de polícia, deveres dos administradores públicos................................................................................ 21
Agentes Públicos.................................................................................................................................................................................................................... 26
Regime Jurídico dos Servidores Públicos Federais: Lei nº 8.112/90 com alterações posteriores. Provimento. Vacância.
Direitos e Vantagens. Dos deveres. Das proibições. Da acumulação. Das responsabilidades. Das penalidades. Do processo
administrativo disciplinar e sua revisão.......................................................................................................................................................................... 30
Serviços públicos: conceito, regime jurídico, princípios, titularidade e competência. Delegação: concessão, permissão e
autorização............................................................................................................................................................................................................................... 59
Licitação e contratos administrativos: Lei nº 8.666/93 com alterações posteriores: Dos princípios. Das modalidades. Dos
contratos. Da execução. Da inexecução e da rescisão. Das sanções................................................................................................................. 70
Lei nº 10.520/02: Do pregão.............................................................................................................................................................................................. 105
Do processo administrativo (Lei n° 9.784/99)............................................................................................................................................................. 108
Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/92)............................................................................................................................................................ 111
%HQVS~EOLFRVUHJLPHMXUtGLFRFODVVLÀFDomRDGPLQLVWUDomRDTXLVLomRHDOLHQDomRXWLOL]DomRDXWRUL]DomRGHXVRSHUPLVVmR
de uso, concessão de uso, concessão de direito real de uso e cessão de uso............................................................................................. 114
2) Impessoalidade: a atividade da Administração
Pública deve ser imparcial, de modo que é vedado
PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ADMINISTRAÇÃO haver qualquer forma de tratamento diferenciado
PÚBLICA entre os administrados. Há uma forte relação entre a
LPSHVVRDOLGDGH H D ÀQDOLGDGH S~EOLFD SRLV TXHP DJH
SRU LQWHUHVVH SUySULR QmR FRQGL] FRP D ÀQDOLGDGH GR
interesse público.
Princípios Básicos da Administração Pública 3) Moralidade: a Administração impõe a seus
DJHQWHVRGHYHUGH]HODUSRUXPD´ERDDGPLQLVWUDomRµ
Os princípios que regem a atividade da Administração buscando atuar com base nos valores da moral comum,
Pública são vastos, podendo estar explícitos em norma isso é, pela ética, decoro, boa-fé, e lealdade. A moralidade
positivada, ou até mesmo implícitos, porém denotados não é somente um princípio, mas também requisito de
segundo a interpretação das normas jurídicas. Temos validade dos atos administrativos.
princípios gerais de Direito Administrativo, os princípios 4) Publicidade: a publicação dos atos da
constitucionais, e os princípios infraconstitucionais. Administração promove maior transparência e garante
HÀFiFLD HUJD RPQHV $OpP GLVVR WDPEpP GL] UHVSHLWR
1. Princípios Gerais da Administração Pública ao direito fundamental que toda pessoa tem de obter
Os princípios gerais de Direito Administrativo, são os acesso a informações de seu interesse pelos órgãos
princípios basilares desse ramo jurídico, sendo aplicáveis estatais, salvo as hipóteses em que esse direito ponha
ante o fato da Administração Pública ser considerada em risco a vida dos particulares ou o próprio Estado, ou
pessoa jurídica de direito público. ainda que ponha em risco a vida íntima dos envolvidos.
O princípio da supremacia do interesse público   (ÀFLrQFLD implementado pela reforma
é o princípio que dá os poderes e prerrogativas à administrativa promovida pela Emenda Constitucional
Administração Pública. A supremacia do interesse público Qž  GH  D HÀFLrQFLD VH WUDGX] QD WDUHID GD
sobre o privado é um aspecto fundamental para o exercício Administração de alcançar os seus resultados de uma
da função administrativa. Podemos citar como exemplo a forma célere, promovendo melhor produtividade
desapropriação de um imóvel pertencente a um particular: e rendimento, evitando gastos desnecessários no
o particular pode ter interesse em não ter seu bem H[HUFtFLR GH VXDV IXQo}HV $ HÀFLrQFLD IH] FRP TXH D
desapropriado, ou achar o valor da indenização injusto, Administração brasileira adquirisse caráter gerencial,
mas ele não pode ter interesse em extinguir o instituto da tendo maior preocupação na execução de serviços com
expropriação administrativa. Trata-se de um instituto que perfeição ao invés de se preocupar com procedimentos
deve existir, independentemente da sua vontade. HRXWUDVEXURFUDFLDV$DGRomRGDHÀFLrQFLDWRGDYLDQmR
Mas se o Estado apenas tivesse prerrogativas, com permite à Administração agir fora da lei, não se sobrepõe
certeza ele agiria com abuso de autoridade. É por isso ao princípio da legalidade.
que ao Estado também lhe incumbe uma série de
deveres, fundadas pelo princípio da indisponibilidade
do interesse público. Tal princípio pressupõe que o
FIQUE ATENTO!
Poder Público não é dono do interesse público, ele deve Lembre-se da palavra “limpeµ SDUD PHOKRU
manuseá-lo segundo o que a norma lhe impõe. É por memorizar os princípios constitucionais:
isso que ele não pode se desfazer de patrimônio público, Legalidade
contratar quem ele quiser, realizar gastos sem prestar Impessoalidade
FRQWDVDVHXVXSHULRUHWF7DLVDWRVFRQÀJXUDPHPGHVYLR Moralidade
GHÀQDOLGDGHXPDYH]TXHRREMHWLYRSULQFLSDOGHOHVQmR Publicidade
é de interesse público, mas apenas do próprio agente, ou EÀFLrQFLD
GHDOJXPWHUFHLUREHQHÀFLiULR

2. Princípios Constitucionais da Administração 3. Princípios Infraconstitucionais


Pública Os princípios administrativos não se esgotam no âmbito
São os princípios previstos no Texto Constitucional, constitucional. Existem outros princípios cuja previsão
PDLV HVSHFLÀFDPHQWH QR caput do artigo. 37. Segundo não está disposta na Carta Magna, e sim na legislação
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

o referido dispositivo: “A administração pública direta e infraconstitucional. É o caso do disposto no caput do


indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, artigo 2º da Lei nº 9.784/1999: “A Administração Pública
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade,
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, ÀQDOLGDGHPRWLYDomRUD]RDELOLGDGHSURSRUFLRQDOLGDGH
SXEOLFLGDGH H HÀFLrQFLD H WDPEpP DR VHJXLQWHµ $VVLP moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança
esquematicamente, temos os princípios constitucionais da: MXUtGLFDLQWHUHVVHS~EOLFRHHÀFLrQFLDµ
1) Legalidade: fruto da própria noção de Estado de
Direito, as atividades do gestor público estão submissas 3.1 Princípio da Autotutela
a forma da lei. A legalidade promove maior segurança A autotutela diz respeito ao controle interno que a
jurídica para os administrados, na medida em que proíbe Administração Pública exerce sobre os seus próprios
que a Administração Pública pratique atos abusivos. Ao DWRV,VVRVLJQLÀFDTXHKDYHQGRDOJXPDWRDGPLQLVWUDWLYR
contrário dos particulares, que podem fazer tudo aquilo ilícito ou que seja inconveniente e contrário ao interesse
que a lei não proíbe, a Administração só pode realizar o público, não é necessária a intervenção judicial para que
que lhe é expressamente autorizado por lei. a própria Administração anule ou revogue esses atos.

1
Não havendo necessidade de recorrer ao Poder 3.3 Princípio da Finalidade
Judiciário, quis o legislador que a Administração possa, Sua previsão encontra-se no art. 2º, par. único, II, da
dessa forma, promover maior celeridade na recomposição Lei nº 9.784/1999. “Nos processos administrativos serão
da ordem jurídica afetada pelo ato ilícito, e garantir observados, entre outros, os critérios de: II - atendimento
maior proteção ao interesse público contra os atos DÀQVGHLQWHUHVVHJHUDOYHGDGDDUHQ~QFLDWRWDORXSDUFLDO
inconvenientes. GHSRGHUHVRXFRPSHWrQFLDVVDOYRDXWRUL]DomRHPOHLµ
Segundo o disposto no art. 53 da Lei nº 9.784/1999: 2 SULQFtSLR GD ÀQDOLGDGH PXLWR VH DVVHPHOKD DR GD
“A Administração deve anular seus próprios atos, quando primazia do interesse público. O primeiro impõe que o
eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por $GPLQLVWUDGRU VHPSUH DMD HP SURO GH XPD ÀQDOLGDGH
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados HVSHFtÀFD SUHYLVWD HP OHL -i R SULQFtSLR GD VXSUHPDFLD
RV GLUHLWRV DGTXLULGRVµ $ GLVWLQomR IHLWD SHOR OHJLVODGRU do interesse público diz respeito à sobreposição do
é bastante oportuna: ele enfatiza a natureza vinculada do interesse da coletividade em relação ao interesse privado.
ato anulatório, e a discricionariedade do ato revogatório. $ ÀQDOLGDGH GLVSRVWD HP OHL SRGH SRU H[HPSOR VHU
A Administração pode revogar os atos inconvenientes, justamente a proteção ao interesse público.
mas tem o dever de anular os atos ilegais. &RP LVVR ÀFD EDVWDQWH FODUD D LGHLD GH TXH WRGR
A autotutela também tem previsão em duas súmulas DWR DOpP GH VHU GHYLGDPHQWH PRWLYDGR SRVVXL XP ÀP
do Supremo Tribunal Federal. Súmula nº 346: “A HVSHFtÀFR FRP D GHYLGD SUHYLVmR OHJDO 2 GHVYLR GH
Administração Pública pode declarar a nulidade de seus ÀQDOLGDGHRXGHVYLRGHSRGHUVmRGHIHLWRVTXHWRUQDP
SUySULRVDWRVµHD6~PXODQž´$DGPLQLVWUDomRSRGH nulo o ato praticado pelo Poder Público.
anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou 3.4 Princípio da Razoabilidade
revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, Agir com razoabilidade é decorrência da própria noção
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos de competência. Todo poder tem suas correspondentes
RVFDVRVDDSUHFLDomRMXGLFLDOµ limitações. O Estado deve realizar suas funções com
coerência, equilíbrio e bom senso. Não basta apenas
3.2 Princípio da Motivação DWHQGHU j ÀQDOLGDGH SUHYLVWD QD OHL PDV p GH LJXDO
Também pode constar em algumas questões como
importância o como ela será atingida. É uma decorrência
´SULQFtSLR GD REULJDWyULD PRWLYDomRµ 7UDWDVH GH XPD
lógica do princípio da legalidade.
técnica de controle dos atos administrativos, o qual impõe
Dessa forma, os atos imoderados, abusivos, irracionais
à Administração o dever de indicar os pressupostos de
e incoerentes, são incompatíveis com o interesse público,
IDWR H GH GLUHLWR TXH MXVWLÀFDP D SUiWLFD GDTXHOH DWR
podendo ser anulados pelo Poder Judiciário ou pela
A fundamentação da prática dos atos administrativos
própria entidade administrativa que praticou tal medida.
será sempre por escrito. Possui previsão no art. 50 da
Em termos práticos, a razoabilidade (ou falta dela) é mais
Lei nº 9.784/1999: “Os atos administrativos deverão ser
aparente quando tenta coibir o excesso pelo exercício do
motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos
poder disciplinar ou poder de polícia. Poder disciplinar
MXUtGLFRV TXDQGR  µ H WDPEpP QR DUW ž SDU ~QLFR
VII, da mesma Lei: “Nos processos administrativos serão traduz-se na prática de atos de controle exercidos contra
observados, entre outros, os critérios de: VII - indicação seus próprios agentes, isso é, de destinação interna. Poder
dos pressupostos de fato e de direito que determinarem de polícia é o conjunto de atos praticados pelo Estado
D GHFLVmRµ $ PRWLYDomR p XPD GHFRUUrQFLD QDWXUDO que tem por escopo limitar e condicionar o exercício de
do princípio da legalidade, pois a prática de um ato direitos individuais e o direito à propriedade privada.
administrativo fundamentado, mas que não esteja
previsto em lei, seria algo ilógico. 3.5 Princípio da Proporcionalidade
Convém estabelecer a diferença entre motivo e O princípio da proporcionalidade tem similitudes
motivação. Motivo é o ato que autoriza a prática da medida com o princípio da razoabilidade. Há muitos autores,
administrativa, portanto, antecede o ato administrativo. A inclusive, que preferem unir os dois princípios em uma
motivação, por sua vez, é o fundamento escrito, de fato nomenclatura só. De fato, a Administração Pública deve
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

RXGHGLUHLWRTXHMXVWLÀFDDSUiWLFDGDUHIHULGDPHGLGD atentar-se a exageros no exercício de suas funções.


Exemplo: na hipótese de alguém sofrer uma multa por A proporcionalidade é um aspecto da razoabilidade
ultrapassar limite de velocidade, a infração é o motivo voltado a controlar a justa medida na prática de atos
(ultrapassagem do limite máximo de velocidade); já o administrativos. Busca evitar extremos, exageros, pois
GRFXPHQWR GH QRWLÀFDomR GD PXOWD p D PRWLYDomR $ podem ferir o interesse público.
multa seria, então, o ato administrativo em questão. Segundo o art. 2º, par. único, VI, da Lei nº 9.784/1999,
Quanto ao momento correto para sua apresentação, deve o Administrador agir com “adequação entre meios
entende-se que a motivação pode ocorrer H ÀQV YHGDGD D LPSRVLomR GH REULJDo}HV UHVWULo}HV
simultaneamente, ou em um instante posterior a prática e sanções em medida superior àquelas estritamente
GRDWR HPUHVSHLWRDRSULQFtSLRGDHÀFLrQFLD $PRWLYDomR QHFHVViULDV DR DWHQGLPHQWR GR LQWHUHVVH S~EOLFRµ 1D
intempestiva, isso é, aquela dada em um momento prática, a proporcionalidade também encontra sua
demasiadamente posterior, é causa de nulidade do ato aplicação no exercício do poder disciplinar e do poder
administrativo. de polícia.

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Esses não são os únicos princípios que regem as b) limitar o direito de particulares, discricionariamente,
relações da Administração Pública. Porém, escolhemos sempre que a situação de fato demonstrar essa neces-
trazer com mais detalhes os princípios que julgamos sidade, independentemente de previsão legal.
ser mais característicos da Administração. Isso não quer c) alterar unilateralmente os contratos administrativos,
dizer que outros princípios não possam ser estudados ou por motivos de interesse público, mantido o equilíbrio
aplicados a esse ramo jurídico. A Administração também HFRQ{PLFRÀQDQFHLURGRFRQWUDWR
deve atender aos princípios da responsabilidade, d) editar decretos autônomos para disciplinar matérias
ao princípio da segurança jurídica, ao princípio do em tese, com efeitos gerais e abstratos, diante de la-
contraditório e ampla defesa, ao princípio da isonomia, cunas legais.
entre outros. e) criar pessoas jurídicas como forma de desconcentra-
ção das atividades da Administração pública.

Resposta: Letra C. A letra A está incorreta, pois ve-


EXERCÍCIOS COMENTADOS ULÀFDGD DOJXP YtFLR GH LOHJDOLGDGH HP TXDOTXHU DWR
administrativo, a medida adequada é a anulação, não
1. (PREFEITURA DE CARUARU-PE – PROCURADOR DO a revogação. A letra B está incorreta, pois a atuação
MUNICÍPIO – FCC – 2018) Em relação aos princípios que da Administração Pública é sempre subordinada ao
regem a atuação da Administração Pública, é correto comando legal, uma vez que vigora, na atuação dos
DÀUPDUTXH agentes públicos, o princípio da legalidade. A letra D
está incorreta pois descreve uma hipótese de compe-
a) em relação ao princípio da legalidade, a Administração tência privativa do Chefe do Poder Executivo. A letra
Pública não é obrigada a fazer ou deixar de fazer algu- E está incorreta, pois a criação de pessoas jurídicas
ma coisa senão em virtude de lei. diversas é característica do fenômeno da descentra-
E RSULQFtSLRGDHÀFLrQFLDLPS}HDRDJHQWHS~EOLFRXP lização.
modo de atuar que produza resultados favoráveis à
FRQVHFXomRGRVÀQVDVHUHPDOFDQoDGRVSHOR(VWDGR
F RSULQFtSLRGDHÀFLrQFLDGDGDDVXDQDWXUH]DÀQDOtVWLFD ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA:
é prevalente em face do princípio da legalidade. ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA;
d) são aplicáveis à Administração Pública exclusivamente CENTRALIZADA E DESCENTRALIZADA;
aqueles princípios mencionados no caput do art. 37 AUTARQUIAS, FUNDAÇÕES, EMPRESAS
da Constituição da República Federativa do Brasil, que PÚBLICAS, SOCIEDADES DE ECONOMIA
são o da legalidade, da impessoalidade, da moralida- MISTA
GHGDSXEOLFLGDGHHGDHÀFLrQFLD
e) o princípio da publicidade decorre do direito dos ad-
ministrados em ter acesso a informações de interesse ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
particular ou coletivo e, por essa razão, não admite a
existência de informações públicas sigilosas. 1. Conceito de Administração Pública

Resposta: Letra B. A letra A está incorreta, pois pelo Administração Pública é uma expressão que pode
princípio da legalidade, a Administração Pública é comportar pelo menos dois sentidos: na sua acepção
obrigada a fazer ou deixar de fazer alguma coisa sem- subjetiva, orgânica e formal, a Administração Pública
pre em virtude de lei. A letra C está incorreta, pois o confunde-se com a pessoa de seus agentes, órgãos, e
SULQFtSLRGDHÀFLrQFLDQmRSRGHMDPDLVVHVREUHSRU entidades públicas que exercem a função administrativa.
à legalidade. A letra D está incorreta, pois à Admi- Já na acepção objetiva e material da palavra, podemos
nistração Pública são aplicados diversos princípios, e GHÀQLU D DGPLQLVWUDomR S~EOLFD DOJXQV GRXWULQDGRUHV
não apenas aqueles contidos no caput do artigo 37 da preferem colocar a palavra em letras minúsculas para
CF/1988. A letra E está incorreta, pois as informações distinguir melhor suas concepções), como a atividade
sigilosas devem ser resguardadas, e constituem em estatal de promover concretamente o interesse público.
Também podemos dividir, na acepção material,
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

uma exceção ao princípio da publicidade.


em administração pública lato sensu e stricto sensu.
2. (ALESE – ANALISTA LEGISLATIVO ADMINISTRAÇÃO Em sentido amplo, abrange não somente a função
– FCC – 2018) A Administração pública possui algumas administrativa, como também a função política,
prerrogativas inerentes às suas funções, que lhe incluindo-se nela os órgãos governamentais. Em sentido
permitem agir, em alguns casos, de modo a sobrepor estrito, administração pública envolve apenas a função
a vontade dos particulares, em prol do atendimento do administrativa em si.
interesse público. Nesse sentido, considera-se exemplo O Decreto-Lei nº 200/1967 é a legislação que
dessa prerrogativa o poder de: dispõe sobre a organização administrativa, além de
estabelecer diretrizes para a Reforma Administrativa. Para
a) revogar licitações, por razões de conveniência e opor- compreender melhor o que vem a ser a Administração
Direta e Indireta, é imprescindível conhecer sobre os
tunidade e para atendimento do interesse público,
fenômenos da desconcentração e descentralização.
VHPSUH TXH VH LGHQWLÀFDU LOHJDOLGDGHV QRV SURFHGL-
mentos.

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2. Descentralização e Administração Indireta Administração Pública, que requeiram, para seu melhor
IXQFLRQDPHQWR JHVWmR DGPLQLVWUDWLYD H ÀQDQFHLUD
Descentralização é a técnica em que a Administração GHVFHQWUDOL]DGDµ
Pública atribui suas competências à pessoas jurídicas $ GRXWULQD WHQGH D FODVVLÀFDU DV DXWDUTXLDV QRV
DXW{QRPDV FULDGDV SRU HOD SUySULD SDUD HVVH ÀP e seguintes grupos:
considerada um princípio fundamental da própria I) Administrativas: são as autarquias comuns,
Administração, nos termos do art. 6º, III, do Dec-Lei nº
apresentam regime jurídico ordinário. Exemplo:
200/67.
Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).
Na descentralização, costuma-se utilizar com bastante
frequência o termo entidade. Nos termos do art. 1º, § 2º, II, II) Especiais: possuem maior autonomia em relação
GD/HLQž´3DUDRVÀQVGHVWD/HLFRQVLGHUDP as autarquias administrativas devido a presença
se: II – entidade - a unidade de atuação dotada de de certas características, como a presença de
SHUVRQDOLGDGH MXUtGLFDµ (QWLGDGH GD $GPLQLVWUDomR GLULJHQWHVFRPPDQGDWRÀ[R3RGHPVHVXEGLYLGLU
assim, é qualquer pessoa jurídica autônoma cujo serviço em: b.1) especiais stricto sensu (Banco Central); e
público foi outorgado pela entidade federativa, isso é, b.2) DJrQFLDVUHJXODGRUDV (Anatel, Anvisa).
pelas pessoas jurídicas de Direito Público interno (União, III) Corporativas: VmR DV FRUSRUDo}HV SURÀVVLRQDLV
Estados, Municípios, Distrito Federal, etc.). Os membros TXH SURPRYHP R FRQWUROH H D ÀVFDOL]DomR GH
federais, nesses casos, realizam apenas uma tarefa de FDWHJRULDV SURÀVVLRQDLV ([HPSORV &UHD &52
FRQWUROHHÀVFDOL]DomRGRVHUYLoRSUHVWDGRSHODHQWLGDGH CRM.
outorgada. O conjunto de pessoas jurídicas autônomas IV) Fundacionais: são as fundações públicas,
criadas pelo próprio Estado para atingir determinada entidades que arrecadam patrimônio para o
ÀQDOLGDGH GHQRPLQDVH Administração Indireta ou
FXPSULPHQWRGHXPREMHWLYRHVSHFtÀFR([HPSORV
Descentralizada.
Funai, Procon, Funasa.
Se as entidades são dotadas de personalidade
jurídica própria, elas têm responsabilidade pelos danos e V) Territoriais: são as autarquias de controle da
prejuízos causados por seus agentes públicos, podendo União, também denominadas territórios federais
responder judicialmente pela prática desses atos. (art. 33 da CF/1988). A atual Constituição aboliu os
As entidades da Administração Indireta podem ter territórios federais remanescentes.
personalidade jurídica de Direito Público ou de Direito VI) Associativas: são as autarquias criadas pelo
Privado. Tal diferença é bastante relevante no que diz resultado de uma celebração de consórcio público,
respeito ao procedimento de criação dessas entidades também denominadas associações públicas. Se o
autônomas. contrato de consórcio público envolver múltiplos
As pessoas jurídicas de direito público são criadas entes da Federação, tais autarquias podem ser
por lei (art. 37, XIX, da CF/1988), e a sua personalidade transfederativas. Exemplo: associação criada entre
jurídica advém no momento em que tal legislação entra União, Estados e Municípios para a construção de
em vigor no âmbito jurídico, não havendo necessidade um teatro.
de registro em cartório.
As pessoas jurídicas de direito privado, todavia, são 2.2 Fundações Públicas
autorizadas pela lei (art. 37, XX, da CF/1988), ou seja,
a legislação deve permitir que ela exista, para que o As fundações públicas são consideradas espécies de
Poder Executivo regulamente suas funções mediante a autarquias, possuindo diversas características similares.
expedição de decretos. Sua personalidade jurídica, dessa Fundação pública é, nos termos do art. 5º, IV, do Dec-
forma, está condicionada ao seu registro em cartório. Lei nº 200/1967: “a entidade dotada de personalidade
São pessoas jurídicas de Direito Público, membros MXUtGLFD GH GLUHLWR SULYDGR VHP ÀQV OXFUDWLYRV
da Administração Indireta: as autarquias, as fundações criada em virtude de autorização legislativa, para o
públicas, agências reguladoras e associações públicas. desenvolvimento de atividades que não exijam execução
São pessoas jurídicas de Direito Privado: as empresas por órgãos ou entidades de direito público, com
públicas, as sociedades de economia mista, as fundações autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido
governamentais com estrutura de pessoa jurídica de pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Direito Privado, as subsidiárias, e os consórcios públicos FXVWHDGR SRU UHFXUVRV GD 8QLmR H GH RXWUDV IRQWHVµ $
de Direito Privado. Funai, Funasa, o IBGE, são alguns exemplos de fundações
públicas.
2.1 Autarquias Pelo conceito disposto na legislação, percebe-se que
o referido Decreto-Lei dispõe serem as fundações como
As autarquias são pessoas jurídicas de Direito Público entidades com personalidade jurídica de Direito Privado.
interno, criadas por legislação própria, que tem por Tal conceituação não foi recepcionada pela Constituição
escopo exercer as funções típicas da Administração de 1988 que, em seu art. 37, XIX, decidiu não fazer tal
Pública. Seu conceito também encontra-se disposto no GLVWLQomR ´VRPHQWH SRU OHL HVSHFtÀFD SRGHUi VHU FULDGD
DUW ž , GR 'HF/HL Qž  ´3DUD RV ÀQV GHVWD autarquia e autorizada a instituição de empresa pública,
lei, considera-se: I - Autarquia - o serviço autônomo, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo
criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio jOHLFRPSOHPHQWDUQHVWH~OWLPRFDVRGHÀQLUDViUHDVde
e receita próprios, para executar atividades típicas da VXDDWXDomRµ

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Dessa forma, concluímos que as fundações podem bem como a transferência total ou parcial de encargos,
ser tanto de Direito Público como de Direito Privado, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos
dependendo do que a lei instituidora da fundação serviços transferidos (art. 241 da CF/1988).
delimitar quanto as suas competências. Todavia, Essas pessoas jurídicas autônomas, criadas pelos
importante frisar que, mesmo as fundações de regime entes federados, e que tem por objeto medidas de
jurídico privado deve obediência às normas públicas, e
mútua cooperação, denominam-se consórcio públicos.
não à legislação civil.
Os consórcio públicos são disciplinados pela Lei nº
$JrQFLDV5HJXODGRUDV 11.107/2005. Uma das características mais distintas dos
consórcios é a possibilidade deles possuírem natureza de
O surgimento das agências reguladoras possui Direito Público ou de Direito Privado.
fortes relações com a época das privatizações na Consórcios de Direito Privado obedecem às normas
segunda metade dos anos 1990. Neste contexto, as da legislação civil. Possuem regime celetista, embora
agências reguladoras foram introduzidas, sobretudo QmR SRVVDP WHU ÀQV OXFUDWLYRV 3RU LVVR QmR LQWHJUDP
pelas ECs nos 8 e 9, ambas de 1995, para atuar como a Administração Pública. Já os consórcios de direito
yUJmRV UHJXODGRUHV ÀVFDOL]DGRUHV H FRQWURODGRUHV GD público são as associações públicas propriamente ditas,
iniciativa privada, que passaram a desenvolver as tarefas podendo ser inclusive transfederativas se integrarem
originalmente atribuídas ao Estado. Alguns exemplos de
todas as esferas das pessoas consorciadas (federal,
agências reguladoras: Aneel, Anatel, Ancine, ANP, entre
outros. estadual, municipal).
As agências reguladoras também são autarquias sob
um regime especial, se diferenciando das autarquias 2.5 Empresas públicas e sociedades de economia
comuns em dois aspectos. Os dirigentes das agências mista
reguladoras, primeiramente, gozam de estabilidade, não
podem ser exonerados por qualquer motivo, ao contrário Empresas estatais são as pessoas jurídicas de Direito
das autarquias, em que seus dirigentes atuam em cargos Privado pertencentes à Administração Indireta. São duas:
de comissão. Assim, os dirigentes das agências têm maior as empresas públicas, e as sociedades de economia
proteção contra o desligamento forçado, promovendo mista.
maior estabilidade no exercício de seu cargo.
Todavia, esses mesmos dirigentes possuem um
PDQGDWR À[R SRLV VHXV FDUJRV QmR VmR YLWDOtFLRV $ As empresas públicas e as sociedades de economia
H[LVWrQFLD GH PDQGDWR À[R JDUDQWH WDPEpP PDLRU mista apresentam características em comum:
segurança jurídica, visto que a sua ocupação naquela A) Atuação na prestação de serviços públicos ou
posição privilegiada tem prazo determinado para no desenvolvimento de atividade econômica:
se encerrar. A duração dos mandatos pode variar as empresas exploradoras de atividade econômica
dependendo da cada agência, podendo ser de 3 anos geralmente recebem menor controle pela
como na Anvisa, 4 anos como na Aneel, ou até 5 anos Administração, embora também apresentem
como na Anatel. certas desvantagens, como não ter imunidade a
$VDJrQFLDVUHJXODGRUDVSRGHPVHUFODVVLÀFDGDV impostos, e seus bens não tem natureza pública,
I) Quanto à sua origem: a) agências federais; b) podendo ser penhorados.
estaduais; c) municipais; d) distritais. B) Sofrem controle pelo Tribunal de Contas da
II) Quanto à atividade preponderante: a) agências União: bem como do Poder Judiciário, no que
de serviço, que exercem as funções típicas; b) couber.
DJrQFLDV GH SROtFLD TXH H[HUFHP ÀVFDOL]DomR GDV C) Contratação de bens e serviços mediante prévia
atividades econômicas; c) agências de fomento, licitaçãoDOLFLWDomRpSURFHVVRXWLOL]DGRDÀPGH
que ajudam a desenvolver o setor privado; d) promover uma competição justa com as empresas
agências de uso de bens públicos.
privadas do mesmo setor. Tal imposição não é
III) Quanto à previsão constitucional: a) agências com
exigida para as empresas públicas e sociedades
referência constitucional (a Anatel tem previsão no
art. 21, XI, da CF/1988); b) agências sem referência de economia mista exploradoras de atividade
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

constitucional, são a grande maioria. econômica.


IV)Quanto ao instante de sua criação: a) agências D) Obrigatoriedade de realização de concurso
de primeira geração (1996 a 1999) na época das público: trata-se de uma forma de avaliar os
privatizações; b) de segunda geração, de 2000 melhores funcionários dentro de um grupo seleto
a 2004; c) de terceira geração, que adveio com de candidatos.
as agências pluripotenciárias (2005 em diante), E) Contratação de pessoal pelo regime celetista:
exercendo múltiplas funções simultaneamente. seus membros são denominados empregados
públicos, salvo as hipóteses de contratação
2.4 Associações públicas para cargo comissionado. É também vedada a
acumulação de cargos, empregos ou funções
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios públicas.
são os entes responsáveis pela regulamentação dos F) ,PSRVVLELOLGDGH GH GHFUHWDU VXD IDOrQFLD: nos
consórcios públicos e dos convênios de cooperação, termos do art. 2º, I, da Lei nº 11.101/2005.
autorizando a gestão associada de serviços públicos,

5
As empresas públicas são pessoas jurídicas de Direito Privado, cuja criação depende de autorização legal. Sua
personalidade é concedida pelo registro de seus atos constitutivos em cartório, com a totalidade de seu capital público,
e regime organizacional livre (art. 5º, II, do Dec-Lei nº 200/1967), podendo ser organizadas como sociedade anônima, ou
de responsabilidade limitada, ou ainda sociedade por comandita de ações. São empresas públicas: o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Caixa Econômica Federal (CEF), e a Empresa Brasileira de Infraestrutura
Aeroportuária (Infraero).
As sociedades de economia mista tem seu conceito legal previsto no art. 5º, III, do Dec-Lei nº 200/1967. São
pessoas jurídicas de direito privado, cuja criação também depende de autorização legal e registro em cartório, possui a
maioria de seu capital público, e devem ser obrigatoriamente organizadas como sociedades anônimas. São sociedades
de economia mista: Petrobrás, Banco do Brasil, Eletrobrás.
Percebemos algumas diferenças entre as empresas públicas e as sociedades de economia mista. A primeira diz
respeito ao capital constitutivo: enquanto que nas empresas públicas, todo o seu capital deve ser público (o Dec-Lei nº
GLVS}HTXHVHXFDSLWDOGHYHDGYLUWRWDOPHQWH´GD8QLmRµPDVDGPLWHVHWDPEpPRFDSLWDOGHRULJHPHVWDGXDO
e municipal), as sociedades de economia mista admitem a presença do capital de origem privada, mas pelo menos
50% mais uma de suas ações com direito a voto devem pertencer ao Estado. Além disso, outra diferença relevante é
em relação à forma de sua organização: as sociedades de economia mista devem obrigatoriamente ter a estrutura de
sociedade anônima, trata-se de disposição legal do próprio Dec-Lei nº 200/1967. As empresas públicas, por sua vez,
não sofrem essa imposição, podendo adotar a estrutura que desejar. Uma terceira e igualmente importante diferença
GL] UHVSHLWR DR IRUR FRPSHWHQWH SDUD GLULPLU FRQÁLWRV GH RUGHP MXGLFLDO HQTXDQWR TXH DV Do}HV TXH SRVVXHP DV
empresas públicas como parte no processo são de competência da Justiça Federal, as ações envolvendo as sociedades
de economia mista são de competência da Justiça Estadual, exceto se houver relevante interessa da União no pleito,
caso em que a competência é absorvida pela Justiça Federal. No tocante a questões de ordem trabalhista, todavia, o
foro competente é a Justiça do Trabalho.
Esquematicamente, temos:

Diferenças entre as empresas estatais Empresa Pública Sociedade de Economia Mista


Composição do capital Integralmente Público Misto (a maioria deve ser público)
Forma de organização Forma Livre Sociedade Anônima
Justiça Estadual (salvo casos de interesse da
Foro competente Justiça Federal
União)

2.4 Desconcentração e Administração Direta

Desconcentração é a técnica utilizada para o exercício de competências administrativas, mediante órgãos


públicos despersonalizados e vinculados hierarquicamente aos entes da Federação. Há a repartição das atribuições
entre os órgãos públicos pertencentes a uma mesma pessoa jurídica, por isso sua vinculação hierárquica. Difere-se da
descentralização justamente nesse aspecto: os órgãos públicos, ao contrário das autarquias, fundações, etc, não tem
personalidade jurídica própria, e por isso, não possuem a mesma autonomia dos entes descentralizados, permanecendo
vinculados hierarquicamente ao Estado.
Muito importante para a desconcentração é a noção de órgão público. Nos termos do art. 1º, § 2º, I, da Lei nº
9.784/1999, órgão público é “a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da
$GPLQLVWUDomRLQGLUHWDµ$VVLPSRGHPRVGHÀQLUyUJmRS~EOLFRXPQ~FOHRGHFRPSHWrQFLDVGR(VWDGRVHPSHUVRQDOLGDGH
jurídica própria. Por ser órgão despersonalizado, não pode integrar no polo ativo ou passivo das ações que objetivam
a reparação de danos causados pelo exercício da Administração, devendo a pessoa jurídica a que o órgão pertence ser
acionada em tais hipóteses.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

#FicaDica

A Teoria do Órgão (também pode aparecer como princípio da imputação volitiva) é uma
invenção doutrinária que procura imputar as ações cometidas pelos agentes e servidores
públicos à pessoa jurídica a que ele esteja ligado. Pela teoria do órgão, os agentes públicos
não podem responder pessoalmente pelos atos que praticam no exercício de suas funções,
uma vez que a responsabilidade pela execução de tais tarefas é do Estado, sendo represen-
tado por seus órgãos e entes com personalidade jurídica própria.

+iLQFOXVLYHXPDFODVVLÀFDomRTXDQWRDVGLIHUHQWHVHVSpFLHVGHyUJmRVTXHSRGHUmRVHU

6
A) Quanto à posição estatal: a.1) órgãos III) Desconcentração hierárquica ou funcional: o
independentes são os que representam o Estado elemento diferenciador é a relação de subordina-
em seus Três Poderes, não havendo uma relação ção e hierarquia entre os órgãos públicos. Exem-
de hierarquia entre os mesmos (Congresso plo: os tribunais administrativos possuem subordi-
Nacional, Câmara dos Deputados, Tribunais, nação em relação aos órgãos de primeira instância.
Varas Judiciais, etc); a.2) órgãos autônomos,
são os órgãos subordinados diretamente à As técnicas da desconcentração e da descentralização
cúpula da Administração. Têm grande autonomia não são presentes, apenas, na Administração Direta
DGPLQLVWUDWLYDÀQDQFHLUDHWpFQLFDFDUDFWHUL]DQGR e Indireta, respectivamente. As obras doutrinárias
se como órgãos diretivos (Ministério Público, costumam colocar tais formas juntas apenas para
Defensoria Pública, AGU, PGR, etc). a.3) órgãos ÀQV GLGiWLFRV e SHUIHLWDPHQWH SRVVtYHO TXH KDMD SRU
superiores, possuem poder de direção, controle, exemplo, a criação de órgãos dentro de uma autarquia,
decisão e comando dos assuntos de sua ou de uma empresa pública; bem como é possível ocorrer
FRPSHWrQFLDHVSHFtÀFD5HSUHVHQWDPDVSULPHLUDV a descentralização na Administração Central, na criação
divisões dos órgãos independentes e autônomos de um Estado novo.
(Gabinetes, Coordenadorias, Departamentos,
Divisões, etc); a.4) órgãos subalternos: são os que
se destinam à execução dos trabalhos de rotina,
cumprem ordens superiores. (Portarias, seções de EXERCÍCIOS COMENTADOS
expediente, etc).
B) Quanto à composição: b.1) órgãos simples: são 1. (SEAD-AP – ANALISTA ADMINISTRATIVO – FCC
aqueles que possuem apenas um único centro de – 2018) A desconcentração e descentralização, como
competência, sua característica fundamental é a formas de organização administrativa, interferem na
ausência de outro órgão em sua estrutura, para conclusão acerca da incidência do controle interno e
auxiliá-lo no desempenho de suas funções; b.2) externo porque:
órgãos compostos: são aqueles que possuem em
sua estrutura outros órgãos menores, seja com a) somente os órgãos administrativos, unidades de exe-
desempenho de função principal ou de auxilio nas cução que são criadas quando da utilização do modelo
atividades, as funções são distribuídas em vários de descentralização, estão sujeitos a controle externo
centros de competência, sob a supervisão do e interno em igualdade de extensão e consequências.
yUJmRGHFKHÀD b) o controle exercido pela Administração pública cen-
C) Quanto à forma de atuação funcional: c.1) tral é mais rigoroso sobre as entidades que integram a
órgãos singulares: são aqueles que decidem Administração pública indireta, em especial no que se
e atuam por meio de um único agente, o chefe. refere à possibilidade de anulação de atos e contratos
Possuem agentes auxiliares, mas sua característica praticados.
de singularidade é desenvolvida pela função c) os Tribunais de Contas exercem controle externo sobre
de um único agente, em geral o titular; c.2) os atos praticados pela Administração pública indireta
órgãos coletivos: são aqueles que decidem pela exclusivamente no que se refere à legalidade, não lhes
manifestação de muitos membros, de forma sendo autorizada análise de economicidade ou de ou-
conjunta e por maioria, sem manifestação de tros parâmetros de aspecto discricionário.
vontade de um único chefe. A vontade da maioria é d) o exame realizado pelo Poder Judiciário abrange po-
imposta de forma legal, regimental ou estatutária. deres revisionais, anulatórios e revogatórios para os
atos e contratos realizados pelas pessoas jurídicas de
direito público que integram a Administração indireta.
Todos esses órgãos, somados à União, os Estados,
Municípios e o Distrito Federal, compõem a denominada e) o controle interno realizado pela própria Administra-
Administração Direta, ou Centralizada. ção inclui a inerente possibilidade de revogação de
seus atos, o que não se estende aos entes integrantes
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Em relação às modalidades de desconcentração, a


GRXWULQD WHQGH D FODVVLÀFDU D GHVFRQFHQWUDomR HP WUrV GD $GPLQLVWUDomR LQGLUHWD TXH ÀFDP VXMHLWRV DRV OL-
espécies distintas: mites do poder de tutela exercido pela Administração
,  'HVFRQFHQWUDomR WHUULWRULDO RX JHRJUiÀFD: é central.
aquela em que todos os órgãos recebem as mes-
mas competências em relação à matéria, a diferen- Resposta: Letra E. A letra A está incorreta pois os
ça encontra-se apenas nas regiões em que devem órgãos públicos são criados pela técnica da descon-
atuar. É o caso da Delegacias de Polícia. centração. Além disso, não são os únicos a sofrerem
II) Desconcentração material ou temática: é a que controle. A letra B está incorreta pois os entes da Ad-
distribui as competências administrativas tendo ministração Indireta possuem certa autonomia em
em vista a especialização de cada órgão em um relação ao Poder Central, o que faz seu controle ser
DVVXQWR HVSHFtÀFR ([HPSOR R 0LQLVWpULR GD &XO- menos rigoroso. A letra C está incorreta, pois o Tribu-
nal de Contas exerce o que se denomina de controle
tura da União.
ÀQDQFHLURFRPSOHWRVREUHWRGRR3RGHU([HFXWLYRHQ-

7
volvendo aspectos além da legalidade. A letra D está Embora despersonalizados, os órgãos mantêm relações
incorreta, pois ao Poder Judiciário somente é atribuído funcionais entre si e com terceiros, das quais resultam
poderes anulatórios, isso é, somente tem competência efeitos jurídicos internos e externos, na forma legal ou
para decidir sobre a legalidade (ou falta de) dos atos UHJXODPHQWDU ( D GHVSHLWR GH QmR WHUHP SHUVRQDOLGDGH
e contratos administrativos. Sobre a letra E, apesar do jurídica, os órgãos podem ter prerrogativas funcionais
conteúdo ser um pouco ambíguo, a banca buscou próprias que, quando infringidas por outro órgão, admitem
exigir, além dos conhecimentos de desconcentração GHIHVDDWpPHVPRSRUPDQGDGRGHVHJXUDQoDµ
e descentralização, atributos especiais sobre controle (MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo
interno (poder hierárquico) e externo (poder de tutela) Brasileiro. 15.ed., São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 1990, p. 59)
2. (TRT 6ª REGIÃO-PE – TÉCNICO JUDICIÁRIO ÁREA
ADMINISTRATIVA – FCC – 2018) Na hipótese de a Com base no texto transcrito e no regime jurídico dos
Administração pública estadual pretender descentralizar órgãos administrativos, é corretoDÀUPDU
serviço de sua competência para atribuí-lo a pessoa
jurídica ainda inexistente, sujeita a regime jurídico a) O texto transcrito aborda a teoria do mandato, por
administrativo e com personalidade de direito público: meio da qual aos agentes públicos seriam delegados
poderes para que agissem em nome e no interesse
D  GHYH FULDU SRU OHL HVSHFtÀFD DXWDUTXLDTXH SDVVDUi D do Estado.
integrar a Administração pública indireta estadual. b) Os órgãos públicos são centros de competências
b) deve obter autorização legislativa para criar autarquia, instituídos para o desempenho de funções estatais,
que integrará a Administração pública direta. através de seus agentes, cuja atuação é imputada à
c) pode criar autarquia ou empresa pública, a primeira pessoa jurídica a que pertencem.
instituída por lei e a segunda pelo registro de seus c) O texto transcrito traz uma concepção de órgão que
atos constitutivos, ambas integrantes da Administra- contraria a formulação da teoria do órgão, atribuída
ção pública indireta. D2WWR*LHUNHTXHFULRXXPDGRXWULQDSDUDMXVWLÀFDU
d) pode escolher entre criar autarquia, empresa pública como se dá a manifestação da vontade do Estado por
ou sociedade de economia mista, todas por lei especí-
meio de seus órgãos, por meio da noção de que os
ÀFDD~OWLPDSRUOHLFRPSOHPHQWDUHDVWUrVLQWHJUDQ-
agentes públicos, ao agir, expressam a vontade do
tes da Administração pública indireta.
Estado.
H GHYHFULDUSRUOHLHVSHFtÀFDDXWDUTXLDTXHSDVVDUiD
d) Por serem despersonalizados, os órgãos públicos não
integrar a Administração pública direta estadual jun-
mantêm relações funcionais com terceiros, dos quais
tamente com o ente instituidor.
resultam efeitos jurídicos externos.
e) No texto, é apresentada a teoria da representação,
Resposta: Letra A. A letra B está incorreta, pois as au-
tarquias são criadas por lei, não precisam de autoriza- pela qual a vontade dos agentes exprimiria a vontade
ção legislativa, vez que são pessoas jurídicas de direito do Estado, como ocorre na tutela ou na curatela.
público. A letra C e D estão incorretas, pois tanto as
empresas públicas como as sociedades de economia Resposta: Letra B. O texto apresenta o que a dou-
mista são pessoas jurídicas de direito privado. A letra trina denomina de Teoria do Órgão. Nas lições de
E está incorreta, pois as autarquias integram a Admi- Otto Gierke, o Estado, no exercício de suas atribui-
nistração Indireta, ou Descentralizada. ções, atua mediante órgãos, núcleos de competência
despersonalizados. A imputação de responsabilidade
3. (PREFEITURA DE CARUARU-PE – PROCURADOR DO pela execução de tais atribuições não pode ser feita
MUNICÍPIO – FCC – 2018) Considere o texto abaixo. ao órgão ou a seus agentes, e sim a pessoa jurídica
“Os órgãos integram a estrutura do Estado e das demais que o representa.
pessoas jurídicas como partes desses corpos vivos, dotados
de vontade e capazes de exercer direitos e contrair
REULJDo}HVSDUDDFRQVHFXomRGHVHXVÀQVLQVWLWXFLRQDLV CONSÓRCIO PÚBLICO LEI 11.107/2005.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Por isso mesmo, os órgãos não têm personalidade jurídica


nem vontade própria, que são atributos do corpo e não das
partes, mas na área de suas atribuições e nos limites de sua LEI Nº 11.107, DE 6 DE ABRIL DE 2005.
competência funcional expressam a vontade da entidade a
que pertencem e a vinculam por seus atos, manifestados Dispõe sobre normas gerais de contratação de con-
sórcios públicos e dá outras providências.
DWUDYpVGHVHXVDJHQWHV SHVVRDVItVLFDV &RPRSDUWHVGDV
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
entidades que integram, os órgãos são meros instrumentos
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
de ação dessas pessoas jurídicas, preordenados ao
desempenho das funções que lhes forem atribuídas pelas
$UW ž (VWD /HL GLVS}H VREUH QRUPDV JHUDLV SDUD D
QRUPDV GH VXD FRQVWLWXLomR H IXQFLRQDPHQWR 3DUD D
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
HÀFLHQWHUHDOL]DomRGHVXDVIXQo}HVFDGDyUJmRpLQYHVWLGR
contratarem consórcios públicos para a realização de
de determinada competência, redistribuída entre seus
objetivos de interesse comum e dá outras providên-
cargos, com a correspondente parcela de poder necessária FLDV
DRH[HUFtFLRIXQFLRQDOGHVHXVDJHQWHV

8
†ž2FRQVyUFLRS~EOLFRFRQVWLWXLUiDVVRFLDomRS~EOL- VII – a previsão de que a assembléia geral é a instân-
FDRXSHVVRDMXUtGLFDGHGLUHLWRSULYDGR cia máxima do consórcio público e o número de votos
†ž$8QLmRVRPHQWHSDUWLFLSDUiGHFRQVyUFLRVS~EOL- para as suas deliberações;
cos em que também façam parte todos os Estados em VIII – a forma de eleição e a duração do mandato do
cujos territórios estejam situados os Municípios con- representante legal do consórcio público que, obriga-
VRUFLDGRV WRULDPHQWH GHYHUi VHU &KHIH GR 3RGHU ([HFXWLYR GH
†ž2VFRQVyUFLRVS~EOLFRVQDiUHDGHVD~GHGHYHUmR ente da Federação consorciado;
obedecer aos princípios, diretrizes e normas que regu- IX – o número, as formas de provimento e a remune-
ODPR6LVWHPDÓQLFRGH6D~GH²686 ração dos empregados públicos, bem como os casos
de contratação por tempo determinado para atender
$UWž2VREMHWLYRVGRVFRQVyUFLRVS~EOLFRVVHUmRGH- a necessidade temporária de excepcional interesse pú-
terminados pelos entes da Federação que se consor- blico;
FLDUHPREVHUYDGRVRVOLPLWHVFRQVWLWXFLRQDLV X – as condições para que o consórcio público celebre
†ž3DUDRFXPSULPHQWRGHVHXVREMHWLYRVRFRQVyU- contrato de gestão ou termo de parceria;
cio público poderá: XI – a autorização para a gestão associada de serviços
, ² ÀUPDU FRQYrQLRV FRQWUDWRV DFRUGRV GH TXDOTXHU públicos, explicitando:
natureza, receber auxílios, contribuições e subvenções a) as competências cujo exercício se transferiu ao con-
sociais ou econômicas de outras entidades e órgãos sórcio público;
do governo; b) os serviços públicos objeto da gestão associada e a
área em que serão prestados;
II – nos termos do contrato de consórcio de direito pú-
c) a autorização para licitar ou outorgar concessão,
blico, promover desapropriações e instituir servidões
permissão ou autorização da prestação dos serviços;
nos termos de declaração de utilidade ou necessidade
d) as condições a que deve obedecer o contrato de
pública, ou interesse social, realizada pelo Poder Pú- programa, no caso de a gestão associada envolver
blico; e também a prestação de serviços por órgão ou enti-
III – ser contratado pela administração direta ou indi- dade de um dos entes da Federação consorciados;
reta dos entes da Federação consorciados, dispensada e) os critérios técnicos para cálculo do valor das tarifas
DOLFLWDomR e de outros preços públicos, bem como para seu rea-
†ž2VFRQVyUFLRVS~EOLFRVSRGHUmRHPLWLUGRFXPHQ- juste ou revisão; e
tos de cobrança e exercer atividades de arrecadação XII – o direito de qualquer dos contratantes, quando
de tarifas e outros preços públicos pela prestação de adimplente com suas obrigações, de exigir o pleno
serviços ou pelo uso ou outorga de uso de bens públi- cumprimento das cláusulas do contrato de consórcio
cos por eles administrados ou, mediante autorização S~EOLFR
HVSHFtÀFDSHORHQWHGD)HGHUDomRFRQVRUFLDGR † ž 3DUD RV ÀQV GR LQFLVR ,,, GR FDSXW GHVWH DUWLJR
†ž2VFRQVyUFLRVS~EOLFRVSRGHUmRRXWRUJDUFRQFHV- considera-se como área de atuação do consórcio pú-
são, permissão ou autorização de obras ou serviços EOLFR LQGHSHQGHQWHPHQWH GH ÀJXUDU D 8QLmR FRPR
públicos mediante autorização prevista no contrato consorciada, a que corresponde à soma dos territórios:
de consórcio público, que deverá indicar de forma es- I – dos Municípios, quando o consórcio público for
SHFtÀFDRREMHWRGDFRQFHVVmRSHUPLVVmRRXDXWRUL]D- constituído somente por Municípios ou por um Estado
ção e as condições a que deverá atender, observada a e Municípios com territórios nele contidos;
OHJLVODomRGHQRUPDVJHUDLVHPYLJRU II – dos Estados ou dos Estados e do Distrito Fede-
$UWž2FRQVyUFLRS~EOLFRVHUiFRQVWLWXtGRSRUFRQ- ral, quando o consórcio público for, respectivamente,
trato cuja celebração dependerá da prévia subscrição FRQVWLWXtGRSRUPDLVGH XP (VWDGRRXSRU XP 
GHSURWRFRORGHLQWHQo}HV ou mais Estados e o Distrito Federal;
III – (VETADO)
$UWž6mRFOiXVXODVQHFHVViULDVGRSURWRFRORGHLQ- IV – dos Municípios e do Distrito Federal, quando o
tenções as que estabeleçam: consórcio for constituído pelo Distrito Federal e os Mu-
,²DGHQRPLQDomRDÀQDOLGDGHRSUD]RGHGXUDomRH
nicípios; e
V – (VETADO)
a sede do consórcio;
†ž2SURWRFRORGHLQWHQo}HVGHYHGHÀQLURQ~PHUR
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

,,²DLGHQWLÀFDomRGRVHQWHVGD)HGHUDomRFRQVRUFLD-
de votos que cada ente da Federação consorciado pos-
dos; VXLQDDVVHPEOHLDJHUDOVHQGRDVVHJXUDGR XP YRWR
III – a indicação da área de atuação do consórcio; DFDGDHQWHFRQVRUFLDGR
IV – a previsão de que o consórcio público é associação † ž e QXOD D FOiXVXOD GR FRQWUDWR GH FRQVyUFLR TXH
S~EOLFDRXSHVVRDMXUtGLFDGHGLUHLWRSULYDGRVHPÀQV SUHYHMD GHWHUPLQDGDV FRQWULEXLo}HV ÀQDQFHLUDV RX
econômicos; econômicas de ente da Federação ao consórcio públi-
V – os critérios para, em assuntos de interesse comum, co, salvo a doação, destinação ou cessão do uso de
autorizar o consórcio público a representar os entes bens móveis ou imóveis e as transferências ou cessões
da Federação consorciados perante outras esferas de de direitos operadas por força de gestão associada de
governo; VHUYLoRVS~EOLFRV
VI – as normas de convocação e funcionamento da †ž2VHQWHVGD)HGHUDomRFRQVRUFLDGRVRXRVFRP
assembléia geral, inclusive para a elaboração, aprova- eles conveniados, poderão ceder-lhe servidores, na
omRHPRGLÀFDomRGRVHVWDWXWRVGRFRQVyUFLRS~EOLco; IRUPDHFRQGLo}HVGDOHJLVODomRGHFDGDXP

9
†ž2SURWRFRORGHLQWHQo}HVGHYHUiVHUSXEOLFDGRQD † ž &RP R REMHWLYR GH SHUPLWLU R DWHQGLPHQWR GRV
LPSUHQVDRÀFLDO GLVSRVLWLYRV GD /HL &RPSOHPHQWDU QR  GH  GH
PDLR GH  R FRQVyUFLR S~EOLFR GHYH IRUQHFHU DV
$UWž2FRQWUDWRGHFRQVyUFLRS~EOLFRVHUiFHOHEUD- informações necessárias para que sejam consolidadas,
GR FRP D UDWLÀFDomR PHGLDQWH OHL GR SURWRFROR GH nas contas dos entes consorciados, todas as despesas
LQWHQo}HV realizadas com os recursos entregues em virtude de
†ž2FRQWUDWRGHFRQVyUFLRS~EOLFRFDVRDVVLPSUH- contrato de rateio, de forma que possam ser contabi-
YHMDFOiXVXODSRGHVHUFHOHEUDGRSRUDSHQDV XPD  lizadas nas contas de cada ente da Federação na con-
parcela dos entes da Federação que subscreveram o formidade dos elementos econômicos e das atividades
SURWRFRORGHLQWHQo}HV RXSURMHWRVDWHQGLGRV
†ž$UDWLÀFDomRSRGHVHUUHDOL]DGDFRPUHVHUYDTXH † ž 3RGHUi VHU H[FOXtGR GR FRQVyUFLR S~EOLFR DSyV
aceita pelos demais entes subscritores, implicará con- prévia suspensão, o ente consorciado que não consig-
VRUFLDPHQWRSDUFLDORXFRQGLFLRQDO
nar, em sua lei orçamentária ou em créditos adicio-
QDLVDVGRWDo}HVVXÀFLHQWHVSDUDVXSRUWDUDVGHVSHVDV
†ž$UDWLÀFDomRUHDOL]DGDDSyV GRLV DQRVGDVXEV-
DVVXPLGDVSRUPHLRGHFRQWUDWRGHUDWHLR
crição do protocolo de intenções dependerá de homo-
ORJDomRGDDVVHPEOHLDJHUDOGRFRQVyUFLRS~EOLFR $UWž$H[HFXomRGDVUHFHLWDVHGHVSHVDVGRFRQVyU-
†žeGLVSHQVDGRGDUDWLÀFDomRSUHYLVWDQRFDSXWGHV- FLR S~EOLFR GHYHUi REHGHFHU jV QRUPDV GH GLUHLWR À-
te artigo o ente da Federação que, antes de subscrever QDQFHLURDSOLFiYHLVjVHQWLGDGHVS~EOLFDV
o protocolo de intenções, disciplinar por lei a sua par- 3DUiJUDIR ~QLFR 2 FRQVyUFLR S~EOLFR HVWi VXMHLWR j
WLFLSDomRQRFRQVyUFLRS~EOLFR ÀVFDOL]DomR FRQWiELO RSHUDFLRQDO H SDWULPRQLDO SHOR
7ULEXQDOGH&RQWDVFRPSHWHQWHSDUDDSUHFLDUDVFRQ-
$UW ž 2 FRQVyUFLR S~EOLFR DGTXLULUi SHUVRQDOLGDGH WDV GR &KHIH GR 3RGHU ([HFXWLYR UHSUHVHQWDQWH OHJDO
jurídica: do consórcio, inclusive quanto à legalidade, legitimi-
I – de direito público, no caso de constituir associação dade e economicidade das despesas, atos, contratos e
S~EOLFDPHGLDQWHDYLJrQFLDGDVOHLVGHUDWLÀFDomRGR renúncia de receitas, sem prejuízo do controle externo
protocolo de intenções; a ser exercido em razão de cada um dos contratos de
II – de direito privado, mediante o atendimento dos UDWHLR
UHTXLVLWRVGDOHJLVODomRFLYLO
† ž 2 FRQVyUFLR S~EOLFR FRP SHUVRQDOLGDGH MXUtGLFD $UW 9(7$'2
de direito público integra a administração indireta de 3DUiJUDIR ~QLFR 2V DJHQWHV S~EOLFRV LQFXPELGRV GD
WRGRVRVHQWHVGD)HGHUDomRFRQVRUFLDGRV
gestão de consórcio não responderão pessoalmente
pelas obrigações contraídas pelo consórcio público,
†ž1RFDVRGHVHUHYHVWLUGHSHUVRQDOLGDGHMXUtGLFD
mas responderão pelos atos praticados em desconfor-
de direito privado, o consórcio público observará as midade com a lei ou com as disposições dos respecti-
normas de direito público no que concerne à realiza- YRVHVWDWXWRV
ção de licitação, celebração de contratos, prestação de
contas e admissão de pessoal, que será regido pela $UW$UHWLUDGDGRHQWHGD)HGHUDomRGRFRQVyUFLR
&RQVROLGDomRGDV/HLVGR7UDEDOKR&/7 público dependerá de ato formal de seu representante
na assembleia geral, na forma previamente discipli-
$UWž2VHVWDWXWRVGLVSRUmRVREUHDRUJDQL]DomRHR QDGDSRUOHL
funcionamento de cada um dos órgãos constitutivos †ž2VEHQVGHVWLQDGRVDRFRQVyUFLRS~EOLFRSHORFRQ-
GRFRQVyUFLRS~EOLFR sorciado que se retira somente serão revertidos ou re-
trocedidos no caso de expressa previsão no contrato de
$UWž2VHQWHVFRQVRUFLDGRVVRPHQWHHQWUHJDUmRUH- consórcio público ou no instrumento de transferência
cursos ao consórcio público mediante contrato de ra- RXGHDOLHQDomR
WHLR †ž$UHWLUDGDRXDH[WLQomRGRFRQVyUFLRS~EOLFRQmR
† ž 2 FRQWUDWR GH UDWHLR VHUi IRUPDOL]DGR HP FDGD prejudicará as obrigações já constituídas, inclusive os
H[HUFtFLRÀQDQFHLURHVHXSUD]RGHYLJrQFLDQmRVHUi contratos de programa, cuja extinção dependerá do
superior ao das dotações que o suportam, com exce- prévio pagamento das indenizações eventualmente
GHYLGDV
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ção dos contratos que tenham por objeto exclusiva-


$UW$DOWHUDomRRXDH[WLQomRGHFRQWUDWRGHFRQ-
mente projetos consistentes em programas e ações
sórcio público dependerá de instrumento aprovado
contemplados em plano plurianual ou a gestão as- SHODDVVHPEOHLDJHUDOUDWLÀFDGRPHGLDQWHOHLSRUWR-
sociada de serviços públicos custeados por tarifas ou GRVRVHQWHVFRQVRUFLDGRV
RXWURVSUHoRVS~EOLFRV †ž2VEHQVGLUHLWRVHQFDUJRVHREULJDo}HVGHFRUUHQ-
†žeYHGDGDDDSOLFDomRGRVUHFXUVRVHQWUHJXHVSRU tes da gestão associada de serviços públicos custeados
meio de contrato de rateio para o atendimento de des- por tarifas ou outra espécie de preço público serão
pesas genéricas, inclusive transferências ou operações DWULEXtGRVDRVWLWXODUHVGRVUHVSHFWLYRVVHUYLoRV
GHFUpGLWR †ž$WpTXHKDMDGHFLVmRTXHLQGLTXHRVUHVSRQViYHLV
†ž2VHQWHVFRQVRUFLDGRVLVRODGRVRXHPFRQMXQWR por cada obrigação, os entes consorciados responde-
bem como o consórcio público, são partes legítimas rão solidariamente pelas obrigações remanescentes,
para exigir o cumprimento das obrigações previstas garantindo o direito de regresso em face dos entes be-
QRFRQWUDWRGHUDWHLR QHÀFLDGRVRXGRVTXHGHUDPFDXVDjREULJDomR

10
$UW'HYHUmRVHUFRQVWLWXtGDVHUHJXODGDVSRUFRQ- $UW$8QLmRSRGHUiFHOHEUDUFRQYrQLRVFRPRVFRQ-
trato de programa, como condição de sua validade, as sórcios públicos, com o objetivo de viabilizar a descen-
obrigações que um ente da Federação constituir para tralização e a prestação de políticas públicas em esca-
com outro ente da Federação ou para com consórcio ODVDGHTXDGDV
público no âmbito de gestão associada em que haja a
prestação de serviços públicos ou a transferência total $UW1RTXHQmRFRQWUDULDUHVWD/HLDRUJDQL]DomR
ou parcial de encargos, serviços, pessoal ou de bens e funcionamento dos consórcios públicos serão disci-
QHFHVViULRVjFRQWLQXLGDGHGRVVHUYLoRVWUDQVIHULGRV SOLQDGRVSHODOHJLVODomRTXHUHJHDVDVVRFLDo}HVFLYLV
†ž2FRQWUDWRGHSURJUDPDGHYHUi
I – atender à legislação de concessões e permissões $UW2LQFLVR,9GRDUWGD/HLQžGH
de serviços públicos e, especialmente no que se refere GHMDQHLURGH&yGLJR&LYLOSDVVDDYLJRUDUFRP
ao cálculo de tarifas e de outros preços públicos, à de a seguinte redação:
regulação dos serviços a serem prestados; e
II – prever procedimentos que garantam a transparên- ´$UW>@,9²DVDXWDUTXLDVLQFOXVLYHDVDVVRFLDo}HV
FLDGDJHVWmRHFRQ{PLFDHÀQDQFHLUDGHFDGDVHUYLoR S~EOLFDV>@µ 15
HPUHODomRDFDGDXPGHVHXVWLWXODUHV
†ž1RFDVRGHDJHVWmRDVVRFLDGDRULJLQDUDWUDQV- $UW2VDUWVHGD/HLQžGH
ferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal GH MXQKR GH  SDVVDP D YLJRUDU FRP D VHJXLQWH
e bens essenciais à continuidade dos serviços transfe- redação:
ridos, o contrato de programa, sob pena de nulidade,
deverá conter cláusulas que estabeleçam:
´$UW>@
I – os encargos transferidos e a responsabilidade sub-
† ž 1R FDVR GH FRQVyUFLRV S~EOLFRV DSOLFDUVHi R
sidiária da entidade que os transferiu;
dobro dos valores mencionados no caput deste artigo
II – as penalidades no caso de inadimplência em rela-
ção aos encargos transferidos; quando formado por até 3 (três) entes da Federação, e
RWULSORTXDQGRIRUPDGRSRUPDLRUQ~PHUR«
III – o momento de transferência dos serviços e os de-
veres relativos a sua continuidade; ´$UW>@
IV – a indicação de quem arcará com o ônus e os pas- XXVI – na celebração de contrato de programa com
sivos do pessoal transferido; ente da Federação ou com entidade de sua adminis-
9²DLGHQWLÀFDomRGRVEHQVTXHWHUmRDSHQDVDVXD tração indireta, para a prestação de serviços públicos
gestão e administração transferidas e o preço dos que de forma associada nos termos do autorizado em con-
sejam efetivamente alienados ao contratado; trato de consórcio público ou em convênio de coope-
VI – o procedimento para o levantamento, cadastro e UDomR
avaliação dos bens reversíveis que vierem a ser amor- 3DUiJUDIR~QLFR2VSHUFHQWXDLVUHIHULGRVQRVLQFLVRV,
tizados mediante receitas de tarifas ou outras emer- H,,GRFDSXWGHVWHDUWLJRVHUmR YLQWHSRUFHQWR 
JHQWHVGDSUHVWDomRGRVVHUYLoRV para compras, obras e serviços contratados por con-
†žeQXODDFOiXVXODGHFRQWUDWRGHSURJUDPDTXH sórcios públicos, sociedade de economia mista, empre-
atribuir ao contratado o exercício dos poderes de pla- VDS~EOLFDHSRUDXWDUTXLDRXIXQGDomRTXDOLÀFDGDV
QHMDPHQWR UHJXODomR H ÀVFDOL]DomR GRV VHUYLoRV SRU QDIRUPDGDOHLFRPR$JrQFLDV([HFXWLYDVµ 15
HOHSUySULRSUHVWDGRV
† ž 2 FRQWUDWR GH SURJUDPD FRQWLQXDUi YLJHQWH ´$UW$VGLVSHQVDVSUHYLVWDVQRV††RHRGRDUW
mesmo quando extinto o consórcio público ou o HQRLQFLVR,,,HVHJXLQWHVGRDUWDVVLWXDo}HVGH
convênio de cooperação que autorizou a gestão as- LQH[LJLELOLGDGH UHIHULGDV QR DUW  QHFHVVDULDPHQWH
VRFLDGDGHVHUYLoRVS~EOLFRV MXVWLÀFDGDVHRUHWDUGDPHQWRSUHYLVWRQRÀQDOGRSD-
†ž0HGLDQWHSUHYLVmRGRFRQWUDWRGHFRQVyUFLRS~EOL- UiJUDIR~QLFRGRDUWRGHVWD/HLGHYHUmRVHUFRPX-
co, ou de convênio de cooperação, o contrato de pro- nicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior,
grama poderá ser celebrado por entidades de direito SDUDUDWLÀFDomRHSXEOLFDomRQDLPSUHQVDRÀFLDOQR
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

SUD]RGH FLQFR GLDVFRPRFRQGLomRSDUDDHÀFiFLD


público ou privado que integrem a administração in-
direta de qualquer dos entes da Federação consorcia-
GRVDWRVµ 15 
GRVRXFRQYHQLDGRV
´$UW>@
†ž2FRQWUDWRFHOHEUDGRQDIRUPDSUHYLVWDQR†R
deste artigo será automaticamente extinto no caso de †ž2VFRQVyUFLRVS~EOLFRVSRGHUmRUHDOL]DUOLFLWDomR
o contratado não mais integrar a administração in- da qual, nos termos do edital, decorram contratos ad-
direta do ente da Federação que autorizou a gestão ministrativos celebrados por órgãos ou entidades dos
associada de serviços públicos por meio de consórcio HQWHVGD)HGHUDomRFRQVRUFLDGRV
S~EOLFRRXGHFRQYrQLRGHFRRSHUDomR †žeIDFXOWDGRjHQWLGDGHLQWHUHVVDGDRDFRPSDQKD-
†ž([FOXHPVHGRSUHYLVWRQRFDSXWGHVWHDUWLJRDV PHQWRGDOLFLWDomRHGDH[HFXomRGRFRQWUDWR« 15
obrigações cujo descumprimento não acarrete qual-
TXHU {QXV LQFOXVLYH ÀQDQFHLUR D HQWH GD )HGHUDomR $UW  2 DUW  GD /HL Qž  GH  GH MXQKR GH
RXDFRQVyUFLRS~EOLFR SDVVDDYLJRUDUDFUHVFLGRGRVVHJXLQWHVLQFLVRV
´$UW>@

11
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que te- A evolução teórica da relação visualizada na dou-
nha por objeto a prestação de serviços públicos por trina entre o Órgão e a Pessoa.
meio da gestão associada sem observar as formalida-
des previstas na lei; No campo do Direito administrativo existe um legado
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público deixado pelos europeus acerca das outras teorias que an-
VHPVXÀFLHQWHHSUpYLDGRWDomRRUoDPHQWiULDRXVHP tecederam a teoria do órgão aceita pelos doutrinadores
REVHUYDUDVIRUPDOLGDGHVSUHYLVWDVQDOHLµ 15 EUDVLOHLURV 'HQWUH HODV LUHPRV UHVVDOWDU DV TXH À]HUDP
parte dos primeiros degraus para alicerçar o pensamento
alemão sobre o assunto e que foi aceito no Brasil.
$UW  2 GLVSRVWR QHVWD /HL QmR VH DSOLFD DRV FRQ-
Primeiramente, a ideia jurídica era agasalhada pela
vênios de cooperação, contratos de programa para teoria do mandato. O que esta teoria dizia ? Em seu arca-
gestão associada de serviços públicos ou instrumentos bouço, os agentes públicos eram mandatários do Estado.
congêneres, que tenham sido celebrados anteriormen- Segundo Maria Sylvia Zanella di Pietro:
WHDVXDYLJrQFLD “Várias teorias surgiram para explicar as relações do
Estado, pessoa jurídica, com suas agentes: 1. pela teoria
$UW23RGHU([HFXWLYRGD8QLmRUHJXODPHQWDUiR do mandato, o agente público é mandatário da pessoa
GLVSRVWRQHVWD/HLLQFOXVLYHDVQRUPDVJHUDLVGHFRQ- jurídica; a teoria foi criticada por não explicar como o
tabilidade pública que serão observadas pelos consór- Estado, que não tem vontade própria, pode outorgar o
FLRV S~EOLFRV SDUD TXH VXD JHVWmR ÀQDQFHLUD H RUoD- PDQGDWRµ
mentária se realize na conformidade dos pressupostos Esta teoria teve sua gênese no direito privado e não
GDUHVSRQVDELOLGDGHÀVFDO poderia prosperar, até porque, o Estado não poderia ou-
torgar mandato a alguém. Como dito acima, a teoria foi
$UW(VWD/HLHQWUDHPYLJRUQDGDWDGHVXDSXEOL- bastante questionada, pois se o Estado não tem vontade
FDomR própria, haveria então duas vontades existentes, uma do
agente e outra distinta. Tal teoria não sobreviveu.
Em outro momento, teoria diferente surgiu. Foi de-
%UDVtOLDGHDEULOGHžGD,QGHSHQGrQFLDH
nominada de teoria da representação. Aqui, passou-se a
žGD5HS~EOLFD
compreender que os agentes públicos são representan-
tes do Estado. Na visão de Irene Patrícia Nohara:
“Posteriormente houve a substituição dessa concep-
ÓRGÃOS PÚBLICOS ção pela teoria da representação, pela qual a vontade
dos agentes, em virtude de lei, exprimiria a vontade do
(VWDGRFRPRRFRUUHQDWXWHODRXQDFXUDWHODÀJXUDVMX-
rídicas que apontam para representantes dos incapazes.
Os órgãos públicos e a noção de estado. Ocorre que essa teoria, além de equiparar o Estado, pes-
soa jurídica, ao incapaz (sendo que o Estado é pessoa
Na seara do Direito administrativo existe uma sólida MXUtGLFDGRWDGDGHFDSDFLGDGHSOHQD QmRIRLVXÀFLHQWH
doutrina que cuida da pesquisa e da publicação de textos para alicerçar um regime de responsabilização da pessoa
voltados para o estudo dos órgãos públicos. No Estado jurídica perante terceiros prejudicados nas circunstâncias
brasileiro não podemos afastar a compreensão entre ór- em que o agente ultrapassasse os poderes da represen-
gão público, federalismo e pessoa jurídica. WDomRµ
Daí segundo José dos Santos Carvalho Filho: Não obstante o conceito acima trazido pela doutrina
“A noção de Estado, como visto, não pode abstrair-se brasileira, é perceptível que acerbas foram também as
da de pessoa jurídica. O Estado, na verdade, é considera- ácidas críticas a esta teoria. Inicialmente, porque o Esta-
do um ente personalizado, seja no âmbito internacional, do estaria sendo visto como um sujeito incapaz, ou seja,
uma pessoa que não tem condições plenas de manifes-
seja internamente. Quando se trata de Federação, vigo-
tar, de falar, de resolver pendências. E depois, porque se
ra o pluripersonalismo, porque além da pessoa jurídica
o representante estatal exorbitasse seus poderes, o Esta-
central existem outras internas que compõem o sistema
do não poderia ser responsabilizado. Ora, tal situação é
político. Sendo uma pessoa jurídica, o Estado manifesta
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

totalmente estranha, inadequada.


sua vontade através de seus agentes, ou seja, as pessoas
Pois bem, superadas tais teorias, surge então uma ter-
físicas que pertencem a seus quadros. Entre a pessoa ju- ceira que agrada a classe jurídica tanto europeia como
rídica em si e os agentes, compõe o Estado um grande também a brasileira. Surge então a denominada teoria
número de repartições internas, necessárias à sua orga- do órgão. Por inspiração do jurista germânico Otto Frie-
nização, tão grande é a extensão que alcança e tamanha drich von Gierke, foi construída a teoria do órgão, capaz
as atividades a seu cargo. Tais repartições é que consti- de nos apresentar a compreensão de que segundo ela, a
tuem os órgãos público. vontade da pessoa jurídica estatal deve ser atribuída aos
Extrai-se do fragmento da obra deste autor, a impor- órgãos que a compõem. Acredito que nos dias atuais,
tância de estudar e compreender a teoria do órgão, for- a teoria do órgão também poderia ser compreendida
mulada pelos europeus e que abastece a seara jurídica como uma teoria das células administrativas. Assim, peço
administrativa brasileira. venia aos doutrinadores brasileiros, para apresentar esta
nova nomenclatura, a saber, teoria das células adminis-
trativas.

12
As células administrativas, são nada mais do que ór- (QÀPSRU~OWLPRVXUJHDWHRULDHFOpWLFD$TXLRyUJmR
gãos, componentes públicos, junção de agentes, de ca- pIRUMDGRSRLVGRLVHOHPHQWRV6XUJHFODUDPHQWHDÀJXUD
tegorias, de atribuições, que todos juntos fazem o Estado GRDJHQWHHDÀJXUDGRFRPSOH[RGHDWULEXLo}HV(QWUH-
e o apresentam como organismo vivo, dinâmico e pul- tanto, esta teoria incide na mesma falha que a subjetiva, à
sante, que deve acompanhar as transformações sociais, medida que, exigindo os dois elementos para a existência
administrativas e energéticas do mundo globalizado. do órgão, levará à mesma conclusão de que, desapare-
Em razão da teoria do órgão, no Brasil houve a cria-
cendo um deles, no caso o agente, também desaparecerá
ção da noção de imputação dos atos praticados pelos
agentes ao Estado, numa relação orgânica. No dizer de o órgão.
Hely Lopes Meireles “os órgãos são, centros de compe- Vê-se então que várias são as teorias que apresentam
tências instituídos para o desempenho de funções estatais, a natureza jurídica do órgão público. Entretanto, a teoria
através de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa que prevalece no Brasil vigente é a de que o órgão é um
jurídica a que pertencemµ feixe de atribuições, de atividades vivas e orgânicas. Com
A teoria alemã, tem aplicação direta na hipótese da isto ressaltamos a doutrina exposta por Maria Sylvia Za-
FKDPDGDIXQomRGHIDWR(VWDLPSXWDomRWHPUHÁH[RVQD nella di Pietro:
responsabilidade, pois o Estado brasileiro responde pe- “Acreditamos que a doutrina que hoje prevalece no
los atos que seus agentes praticam, mesmo se estes atos direito brasileiro é a que vê no órgão apenas um feixe de
extrapolam das atribuições estatais conferidas, sendo-lhe
atribuições, uma unidade inconfundível com os agentes.
assegurado o intocável e assustador direito de regresso.
Cabe ao servidor público brasileiro extremo zelo nas Como diz Hely Lopes Meirelles (2003:67), “cada órgão,
VXDVDWLWXGHVSURÀVVLRQDLVWHQGRHPYLVWDTXHTXDOTXHU como centro de competência governamental ou admi-
ato praticado, que seja interpretado com prejudicial ou nistrativa, tem necessariamente funções, cargos e agen-
desprezível ao patrimônio de alguém, sofre o desprazer tes, mas é distinto desses elementos, que podem ser
de suportar o irascível desgosto de pagar a conta pelo PRGLÀFDGRV VXEVWLWXtGRV RX UHWLUDGRV VHP  VXSUHVVmR
prejuízo causado. da unidade orgânica. Isto explica por que a alteração
de funções, ou a vacância dos cargos, ou a mudança de
Conceito De Órgão Público. VHXV WLWXODUHV QmR DFDUUHWD D H[WLQomR GR yUJmRµ $OpP
disto, grande parte dos órgãos é constituída por vários
Com base na teoria do órgão, podemos conceituar agentes, cada um exercendo uma parcela das atribuições
órgão público como uma unidade que une atribuições WRWDLVGRVyUJmRVTXHLQWHJUDPµ
praticadas pelos agentes públicos que o formam com o
Cremos que a existência de órgãos públicos, com es-
objetivo de manifestar a vontade do Estado, o seu pensa-
mento, ou pelo menos a sua tendência de agir. WUXWXUDHDWULEXLo}HVGHÀQLGDVHPOHLFRUUHVSRQGHDXPD
Na visão de Celso Antônio Bandeira de Mello “os ór- necessidade de distribuir de forma racional as várias e
JmRVQDGDPDLVVLJQLÀFDPTXHFtUFXORVGHDWULEXLo}HVRV complexas atribuições que incumbem ao Estado brasi-
feixes individuais de poderes funcionais repartidos no in- leiro nos dias atuais. A diretriz constitucional vigente diz
terior da personalidade estatal e expressados através dos isto, e enfatiza que os órgãos públicos não são criados
agentes neles providosµ livremente e também extintos só pela vontade pura e
Vale dizer que a teoria do órgão, de onde procede simples. As reservas legais estão disciplinas na Consti-
o conceito acima foi bem aceita por outros juristas, tais tuição Federal de 1988 e devem ser observadas como
como, Jellinek, Carré de Malberg, Renato Alessi, Marcello caminhos adequados pelo governo.
Caetano entre tantos outros.
$&ODVVLÀFDomR'RVÐUJmRV3~EOLFRV
Evolução Da Natureza Jurídica E A Teoria Do Ór-
gão.
6mRYiULDVHGLYHUVDVDVFODVVLÀFDo}HVDGRWDGDVSHOD
Acerca da natureza dos órgãos também foram ela- doutrina brasileira acerca dos órgãos públicos. Entretan-
boradas teorias dentre as quais enquadramos a natureza to, demonstraremos duas em destaque. A primeira, na
jurídica. Dentre elas citamos a teoria subjetiva, a teoria visão de José dos Santos Carvalho Filho e a última na
objetiva e a teoria eclética. visão jurídica de Maria Sylvia Zanella di Pietro.
Na primeira, surge a teoria subjetiva os órgãos são Em José dos Santos Carvalho Filho:
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

LGHQWLÀFDGRV FRP RV DJHQWHV S~EOLFRV (P VtQWHVH HVWD “São os mais diversos os critérios adotados para de-
teoria entende que desaparecendo o funcionário públi- ÀQLUVHDFODVVLÀFDomRGRVyUJmRVS~EOLFRV9HUHPRVRV
co, o órgão também deixa de existir. Tal interpretação é mais importantes: “a)-quanto à pessoa federativa; b)-
a manifestação de sua enorme falha. Não pode o órgão -quando à situação estrutural; c)-quanto à composição;
desaparecer, com o sumiço do funcionário. d)-quanto aos órgãos de representação unitária; e)-
Na segunda, surge a teoria objetiva, por outro lado,
TXDQWRDRVyUJmRVGHUHSUHVHQWDomRSO~ULPDµ
vê no órgão público um conjunto de atribuições, mas
inconfundível com o agente público. Leva uma certa Quanto à pessoa federativa, os “órgãos dividem-se
vantagem sobre a teoria anterior, uma vez que, desapa- em federais, estaduais, distritais e municipais. Quanto
recendo o funcionário, o órgão público não desaparece à situação estrutural, este critério leva em consideração
com ele. Porém, é criticada pelo aspecto de que o órgão a situação do órgão, sua estrutura estatal, assim temos:
não tem vontade própria, da mesma forma que o Estado. a)-os diretivos que são aqueles que detêm condição de
Esta teoria não consegue explicar como o Estado expres- comando, de direção. b)-os subordinados, os incumbi-
sa sua vontade. dos das funções rotineiras de execução.

13
De outro lado, quanto à composição, podem os ór- O conceito de competências segundo Celso Antônio
gãos dividir-se em singulares e coletivos. Os singulares, Bandeira De Mello é de um plexo de deveres públicos a
quando integrados em um só agente. Podemos exem- serem satisfeitos mediante o exercício de correlatos e de-
SOLÀFDU QD ÀJXUD GR FKHIH GR ([HFXWLYR ( RV FROHWLYRV marcados poderes instrumentais, legalmente conferidos
quando compostos por vários agentes, é o caso dos ór- para a satisfação dos interesses públicos.
gãos colegiados ou de representação plúrima (como nos Assim, as competências outorgam em concreto ape-
Tribunais, Conselhos) e os de representação unitária, em nas o quantum necessário de poder indispensável para
que a vontade do agente exterioriza a vontade do pró- DWHQGHUDÀQDOLGDGHQDGDPDLVGRTXHRUHTXHULGRSDUD
prio órgão (como no caso dos Departamentos, Coorde- atender o dever prescrito em lei.
nadorias). O plus no uso da competência, seja em extensão, seja
Em Maria Sylvia Zanella di Pietro, a classificação em intensidade, desbordando dos seus limites, enseja
dos órgãos públicos “vários são os critérios para clas- desvio de poder, abuso, arbítrio e ilegalidade, ensejan-
VLILFDURVyUJmRVS~EOLFRVTXDQWRjHVIHUDGHDomR>@ do a fulminação do ato administrativo pela autoridade
TXDQWRjSRVLomRHVWDWDO>@TXDQWRjHVWUXWXUD>@ administrativa superior de ofício ou por provocação, ou
TXDQWRjFRPSRVLomRµ pelo judiciário.
4XDQWRjHVIHUDGHDomRFODVVLÀFDPVHHPFHQWUDLVH
locais. Os centrais, exercem atribuições em todo o territó- &DUDFWHUtVWLFDVGDVFRPSHWrQFLDV
rio nacional, estadual, distrital e municipal. Assim, temos
os ministérios e secretarias. E os locais, atuam em parte do x de exercício obrigatório para os órgãos e agentes
território, como delegacias de polícia, postos de saúde etc. públicos. Devem sempre ser exercitadas, não ca-
Quanto à posição estatal, são os originários da cons- bendo ao agente escolher
tituição federal vigente, e representam os poderes do x irrenunciáveis. O seu titular não pode abrir mão delas
Estado. No Brasil, como temos apenas três poderes, cita- x intransferíveis. Não podem ser objeto de transação, re-
mos o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. passe, cabendo delegação só nos casos previstos em lei.
Quanto à estrutura os órgãos podem ser simples ou x ,PRGLÀFiYHLVSHODYRQWDGHGRSUySULRWLWXODUSRLV
unitários e compostos. Os órgãos compostos são consti- não podem ser aumentadas ou diminuídas, pois
tuídos por vários outros órgãos, como ocorre nos minis- decorrem da lei.
térios e secretarias. x Imprescritíveis. Sempre existirão, mesmo que não
4XDQWR j FRPSRVLomR FODVVLÀFDPVH HP VLQJXODUHV se utilizem delas.
integrando-se a um único agente. E os coletivos, inte-
grando-se por vários agentes, como é o caso da Presi- $ÀQDOFRPREHPDQRWRX(GXDUdo García de Enterría:
dência da República. como consequência de sua “origem, legal e não nego-
cial, as competências são inalienáveis, intransmissíveis e
Fonte: http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_ irrenunciáveis, justamente porque são indisponíveis pelo
link=revista_artigos_leitura&artigo_id=13579 sujeito, enquanto criação do direito supraordenado ao
PHVPRµ QRVVDWUDGXomRVHPJULIRVQRRULJLQDO
&RPSHWrQFLDV3~EOLFDV
Fonte: https://direitocuritiba.wordpress.
Os órgãos constituem-se de um plexo de competên- com/2012/09/28/competencias-publicas/
cias públicas. A doutrina costuma dizer que competência
é uma demarcação de poderes, um feixe de poderes ou
um círculo de poderes. FIQUE ATENTO!
Mas na verdade a sua natureza é outra. O Ministério Público, os Tribunais de Con-
Celso Antônio Bandeira De Mello assinala que as tas e as Defensorias Públicas não se en-
competências são deveres – poderes. caixam nesta estrutura, sendo órgãos in-
São atribuídas ao estado, a seus órgãos e agentes dependentes constitucionais. Em verdade,
SDUD TXH SRVVDP DWHQGHU D FHUWDV ÀQDOLGDGHV S~EOLFDV para Canotilho e outros constitucionalistas,
para que cumpram o dever legal de atender os interesses estes órgãos não pertencem nem mesmo
da coletividade. aos três poderes.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Ou seja, os poderes implicam nos deveres de atuar


em nome do interesse alheio, implicando numa sujeição.
Os poderes tem caráter meramente instrumental. A or-
dem jurídica pretende não que um sujeito desfrute de
XPSRGHUPDVTXHUHDOL]HFHUWDÀQDOLGDGH2UHDOFHpQD
ideia de dever e não de poder.
O estado não dispõe de competências para a auto –
satisfação. A CF não permite.
Assim, as competências administrativas são feixes de
atribuições concebidos para proporcionar a realização
HPFRQFUHWRGRVÀQVOHJDLVYLDyUJmRVHDJHQWHV2VSR-
GHUHVDVVLPÀFDUmROLPLWDGRVDRQHFHVViULRHVXÀFLHQWH
para o cumprimento da lei, jamais podendo excedê-los.

14
JiYHOVLJQLÀFDGL]HUTXHVHpFRPSHWHQWHKRMHFRQWLQXD-
ATO ADMINISTRATIVO: CONCEITO, rá sendo sempre, exceto por previsão legal expressa em
sentido contrário. Intransferível, ou inderrogável, é a im-
REQUISITOS E ATRIBUTOS; ANULAÇÃO,
possibilidade de se transferir a competência de um para
REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO; outro, por interesse das partes.
DISCRICIONARIEDADE E VINCULAÇÃO No entanto, essas características não vedam a possi-
bilidade de delegação ou avocação, quando prevista em
lei. Por isso, pode-se dizer também que a delegabilidade
é outra característica da competência. Porém, atente-se
ATO ADMINISTRATIVO ao disposto no art. 13 da Lei nº 9.784/1999: “Não podem
ser objeto de delegação: I - a edição de atos de caráter
1. Conceito de ato administrativo normativo; II - a decisão de recursos administrativos; III
Tudo que praticamos nas nossas vidas podem ser - as matérias de competência exclusiva do órgão ou au-
considerados atos. Mas, para o Direito, os atos são aque- WRULGDGHµ$OJXQVDWRVHQWmRQmRSRGHPVHUGHOHJDGRV
les capazes de produzir efeitos jurídicos. E, assim como a outras autoridades, principalmente se tais atos são de
as pessoas na vida privada, a Administração Pública tam- competência exclusiva do agente público.
bém pratica atos, que são capazes de produzir efeitos
jurídicos diversos. #FicaDica
Os atos administrativos são as manifestações de
vontade da Administração Pública que objetivam adqui- $WHRULDGDDSDUrQFLD, ou teoria do agen-
ULU UHVJXDUGDU WUDQVIHULU PRGLÀFDU H[WLQJXLU H GHFODUDU te de fato, costuma aparecer em algumas
direitos ou impor obrigações aos particulares ou a si pró- questões de concursos públicos. Segundo
SULD,VVRVLJQLÀFDTXHD$GPLQLVWUDomRDQWHVPHVPRGH essa teoria, se o agente público que pra-
iniciar sua atuação, deve expedir uma declaração que ex- ticou o ato sequer tinha vínculos funcio-
prime a sua vontade de realizar o referido ato. nais com a Administração Pública, ou se,
Importante frisar o caráter infra legal dos atos ad- posteriormente, descobre-se algum vício
ministrativos, pois imprescindível é a submissão da Ad- em sua investidura, tornando-a nula, mas
ministração Pública, seus agentes e órgãos à soberania mesmo assim essa pessoa tinha a aparência
popular. O ato administrativo, dessa forma, deve estar de possuir tais vínculos, será considerado
previsto em lei, e seu conteúdo não pode ser contrário à agente de fato, e os atos por ele praticados
lei (contra legem), mas complementar a ela, isso é, deve não serão considerados nulos em respeito
estar conforme a lei (secundum legem). à boa-fé dos administrados que com ele li-
daram.
2. Requisitos
Os requisitos ou elementos dos atos administrativos
2.2 Objeto
é matéria com grande divergência doutrinária. A maioria
Objeto é o conteúdo do ato, ou o resultado que pre-
dos concursos públicos ainda adota a concepção mais tende ser almejado pela prática do ato administrativo.
clássica dos requisitos dos atos administrativos e, por Todo ato administrativo tem por objeto a criação, modi-
isso, daremos maior destaque a ela. De modo geral, a ÀFDomR RX FRPSURYDomR GH VLWXDo}HV MXUtGLFDV FRQFHU-
corrente clássica, defendida por autores como Hely Lo- nentes a pessoas, bens, ou atividades sujeitas ao exercí-
pes Meirelles, tende a atribuir aos atos administrativos cio do Poder Público. É através dele que a Administração
cinco requisitos para a sua formação, utilizando como exerce seu poder, concede um benefício, aplica uma
inspiração o preceito legal disposto no art. 2º da Lei nº sanção, declara sua vontade, estabelece um direito do
4.717/1965. São eles: D FRPSHWrQFLDE REMHWRF IRU- administrado, etc.
ma, d) motivo, eH ÀQDOLGDGH. O objeto pode não estar previsto expressamente na
legislação, cabendo ao agente competente a opção que
&RPSHWrQFLD seja mais oportuna e conveniente ao interesse público.
Competência diz respeito à capacidade do agente pú- $GHÀQLomRGHREMHWRGRDWRDGPLQLVWUDWLYRWUDWDVHSRU
blico para o exercício dos atos administrativos. É requisi-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

isso, de ato discricionário.


to de validade, haja vista que, no Direito Administrativo, a
lei é quem estabelece as competências atribuídas a seus 2.3 Forma
agentes para o desempenho de suas funções. Quando o A forma é o modo através do qual se exterioriza o
agente atua fora dos limites da lei, diz-se que cometeu ato administrativo, é seu revestimento. O desrespeito à
ato nulo por excesso de poder. É, por isso, sempre um forma do ato acarreta na sua nulidade. Trata-se de ato
ato vinculado. vinculado, quando exigida por Lei, e discricionário quan-
A competência possui certas características próprias, do a sua escolha couber ao próprio agente público.
a saber: obrigatória, intransferível, irrenunciável, imo- Em regra, os atos administrativos são sempre exterio-
GLÀFiYHO LPSUHVFULWtYHO H LPSURUURJiYHO. Obrigatória rizados por escrito, mas podem também ser orais, ges-
porque representa um dever do agente público. Irrenun- tuais, ou até mesmo expedidos por máquinas. O art. 22
ciável porque o agente público não pode abrir mão de da Lei nº 9.784/1999 determina que “os atos do processo
sua competência. Imprescritível, porque a competência administrativo não dependem de forma determinada se-
perdura ao longo do tempo, ela não caduca. Improrro- QmRTXDQGRDOHLH[SUHVVDPHQWHDH[LJLUµ

15
2.4 Motivo 3.1 Presunção de legitimidade e veracidade
O motivo é a circunstância de fato ou de direito que Também pode ser denominado presunção de legali-
determina ou autoriza a prática do ato, isso é, a situação GDGHVLJQLÀca que todo ato administrativo é considera-
IiWLFDTXHMXVWLÀFDDUHDOL]DomRGRDWR6LWXDomRGHIDWR do válido no âmbito jurídico, até surgir prova em contrá-
é o conjunto de circunstâncias que motivam a realização rio. Se, pelo princípio da legalidade, ao Administrador só
do ato; questões de direito é a previsão legal que leva à cabe fazer o que a lei permite, então presume-se que o
realização do ato. fez respeitando a lei.
O motivo pode ser tanto requisito vinculado como Nosso Direito admite duas formas de presunção:
discricionário, dependendo do comando legal imposto presunção juris et de jureTXHVLJQLÀFD´GHGLUHLWRHSRU
aos agentes. O motivo será vinculado quando a lei ex- GLUHLWRµ p SUHVXQomR DEVROXWD TXH QmR DGPLWH SURYD
pressamente obrigar o agente a agir de uma certo modo, em contrário. Temos também a presunção juris tantum,
FRPR QD KLSyWHVH GH ODQoDPHQWR WULEXWiULR R ÀVFDO GD resultante do próprio direito e, embora por ele estabe-
Receita não tem direito de escolha, se deve ou não fazer lecida com verdadeira, admite prova em contrário. A
o lançamento). Situação diversa é a do pedido de demis- presunção dos atos administrativos é juris tantum.
são de servidor público no caso de incontinência públi- Trata-se, então, de presunção relativa. Cabe ao particular
ca (art. 132, V, da Lei nº 8.112/1990), hipótese em que a que alegou a ilegalidade do ato administrativo provar a
autoridade competente tem maior liberdade para avaliar carência de legitimidade do mesmo.
se a demissão é realmente ato necessário ou não, depen- A presunção atinge todos os atos, inclusive aqueles
dendo do caso concreto. praticados pela Administração com base no direito pri-
Não se confunde motivo com motivação. Esta é a jus- vado. Qualquer que seja o ato, se praticado pela Admi-
WLÀFDWLYDSDUDDUHDOL]DomRGHGHWHUPLQDGRDWR2PRWLYR nistração Pública, será presumidamente legítimo e ver-
ocorre em momento anterior a prática do ato, enquanto dadeiro.
que a motivação, por ser uma série de explicações que
MXVWLÀFDP D H[SHGLomR GR DWR RFRUUH VHPSUH HP PR- 3.2 Imperatividade
mento posterior. Assim, todo o ato tem seu motivo, mas Compreendida também como coercibilidade, os
nem sempre é expedido adjunto com a motivação, que
atos administrativos se impõem aos destinatários, inde-
nada mais é do que a exteriorização dos motivos.
pendentemente de sua concordância, outorgando-lhes
deveres e obrigações. A imperatividade garante ao Poder
2.5 Finalidade
Público a capacidade de produzir atos que geram conse-
7RGR DWR DGPLQLVWUDWLYR GHYH DWHQGHU j ÀQDOLGDGH
quências perante terceiros.
expressa ou implícita na norma atributiva da competên-
$MXVWLÀFDWLYDGDFULDomRXQLODWHUDODLQGDTXHFRQWUDD
FLD$ÀQDOLGDGHpRREMHWLYRDVHUDOPHMDGRSHODSUiWLFD
vontade dos administrados, dos atos administrativos é o
daquele ato administrativo. Em muitos casos, o objetivo
Poder coercitivo do Estado, também denominado Poder
almejado é a proteção do interesse público. Sempre que
o ato for praticado tendo em vista interesses alheios e Extroverso. Esse não é um atributo comum a todos os
pessoais, seja do próprio agente público ou de terceiros, atos, mas tão somente aos que impõem obrigações aos
WDO DWR VHUi FRQVLGHUDGR QXOR SRU GHVYLR GH ÀQDOLGDGH administrados. Assim, não têm essa característica os atos
(WHRULDGRGHVYLRGHÀQDOLGDGH). que outorgam direitos (autorização, permissão, licença),
Além dessa concepção clássica, há também uma clas- bem como aqueles meramente administrativos (certidão,
VLÀFDomR PDLV PRGHUQD GRV UHTXLVLWRV GRV DWRV DGPL- parecer).
nistrativos, elaborada por autores como Celso Antônio
Bandeira de Mello. Por ser pouco utilizada em concursos 3.3 Exigibilidade
públicos, observaremos apenas os pontos essenciais e Consiste no atributo que permite à Administração
GLGiWLFRVGDUHIHULGDFODVVLÀFDomR Pública aplicar sanções aos particulares por violação da
Para essa concepção moderna, são requisitos dos ordem jurídica, sem a necessidade de recorrer ao proces-
atos administrativos: a) sujeito; b) motivo; c) requisitos so judicial, que é demasiado longo e repleto de soleni-
SURFHGLPHQWDLVG ÀQDOLGDGHH FDXVDHI IRUPDOL]DomR dades. A exigibilidade permite ao Administrador aplicar
Sujeito, requisitos procedimentais e causa são os requi- as sanções administrativas, como multas, advertências, e
VLWRVYLQFXODGRVHQTXDQWRTXHRPRWLYRDÀQDOLGDGHHD interdição de estabelecimentos comerciais.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

formalização são requisitos discricionários.


3.4 Autoexecutoriedade
3. Atributos A autoexecutoriedade permite que a Administração
Atributos são as características dos atos administra- Pública possa realizar a execução material de seus atos. A
tivos, que os distinguem dos demais atos jurídicos, pois H[SUHVVmR´DXWRµDGYpPGRIDWRGHTXHR3RGHU3~EOLFR
estão submetidos ao regime jurídico administrativo. Es- não necessita de autorização judicial para desconstituir
sas características traduzem em prerrogativas concedi- a situação irregular e violadora da ordem jurídica, o que
das à Administração Pública para que ela possa atender a difere da exigibilidade, que não tem o condão de, por
de maneira adequada às necessidades da população. si só, desconstituir a irregularidade do ato, apenas pune
A doutrina mais moderna faz referência a cinco atri- o infrator. Para tanto, necessita da presença de dois re-
butos distintos: a) presunção de legitimidade e veracida- quisitos: a previsão legal, como nos casos de Poder de
de; b) imperatividade; c) exigibilidade; d) autoexecutorie- Polícia; e o caráter de urgência, aÀPGHSUHVHUYDURLQ-
dade; e e) tipicidade. teresse coletivo.

16
Assim, não há necessidade de intervenção judicial nas sua anulação e não a revogação, pois trata-se de vício de
hipóteses de: apreensão de mercadorias contrabandea- legalidade. É o caso, por exemplo, da concessão de apo-
das, na demolição de construção irregular, na interdição VHQWDGRULDSDUDRFRQWULEXLQWHEHQHÀFLiULR2FRQWUROHGRV
de estabelecimento comercial irregular, entre outros. To- atos administrativos ilegais pode ser realizado tanto pela
GDYLDDÀUPDUTXHDH[HFXomRLQGHSHQGHGHPDQLIHVWD- Administração Pública como pelo Poder Legislativo (con-
omRGR-XGLFLiULRQmRVLJQLÀFDGL]HUTXHHVFDSDGRFRQ- WUROHÀQDQFHLURRUoDPHQWiULRSHOR&RQJUHVVR1DFLRQDO 
trole judicial. Poderá ser levado ao crivo, mas somente a bem como pelo Poder Judiciário, mediante provocação.
posteriori, depois de seu cumprimento, se houver pro-
vocação da parte interessada. As medidas judiciais mais B) Atos discricionários: a lei também estabelece
adequadas para contestar a força coercitiva administrati- uma série de regras para a prática de um ato, mas deixa
va são o mandado de segurança e o habeas data (art. 5º, certo grau de liberdade ao agente público, que poderá
LXIX e LXVIII, da CF/1988). optar por um entre vários caminhos igualmente válidos
Importante ressaltar ainda que os princípios da razoa- (discricionariedade). Há uma avaliação subjetiva prévia
bilidade e proporcionalidade impõem limites na atuação à edição do ato. É o caso das permissões para o uso de
coercitiva dos agentes públicos. A autoexecutoriedade bem público. O controle dos atos discricionários pelo Po-
(leia-se o uso de força física) deve ser utilizada com bom der Judiciário, em regra, não é admitido. Porém, há uma
senso e moderação. série de julgados no sentido favorável a essa possibili-
dade.
3.5 Tipicidade
A tipicidade diz respeito à necessidade de respeitar 4.2 Quanto à formação de vontade:
DVÀQDOLGDGHVHVSHFtÀFDVGHOLPLWDGDVSHODOHLSDUDFDGD A) Atos simples: são aqueles que nascem da ma-
HVSpFLHGHDWRDGPLQLVWUDWLYR'HSHQGHQGRGDÀQDOLGDGH
nifestação de vontade de apenas um órgão, seja ele
unipessoal (formado só por uma pessoa) ou colegiado
TXHR3RGHU3~EOLFRDOPHMDH[LVWHXPDWRGHÀQLGRHP
(composto por várias pessoas). O ato que altera o ho-
lei. A lei deve sempre estabelecer os tipos de atos e suas
rário de atendimento da repartição pública, emitido por
consequências, promovendo ao particular a garantia de uma única pessoa, bem como a decisão administrativa
que a Administração Pública não fará uso de atos inomi- do Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda,
QDGRVVHPWLSLÀFDomRTXHLPS}HREULJDo}HVFXMDSUHYL- que expressa vontade única apesar de ser órgão colegia-
são legal não existe. É um atributo que deriva do próprio do, são exemplos de atos simples.
princípio da legalidade.
B) Atos complexos: são aqueles que se formam
pela união de várias vontades, isso é, que necessitam da
#FicaDica manifestação de vontade de dois ou mais órgãos dife-
rentes para a sua formação. Enquanto todos os órgãos
A tipicidade é característica marcante da competentes não se manifestarem da forma devida, o
expropriação de bens particulares pelo ato não estará perfeito.
Poder Público. É o caso de desapropriação
administrativa, hipótese em que o Poder C) Atos compostos: é aquele que advém de ma-
Público tem a prerrogativa de tirar da es- nifestação de apenas um órgão. Porém, para que produ-
fera de alguma pessoa física a titularidade za efeitos, depende da aprovação, visto, ou anuência de
sobre bem imóvel, transformando-o em outro ato, que o homologa, como condição para a exe-
bem público. Para tanto, deve realizar um FXWRULHGDGHGDTXHOHDWR&RVWXPDVHDÀUPDUTXHRDWR
procedimento envolvendo aspectos mais posterior é acessório do anterior, pois a manifestação do
complexos, como a declaração de utilida- segundo ato não possui a mesma matéria do primeiro:
de ou necessidade pública (art. 5º, XXIV, da ele apenas complementa a aplicação deste. Exemplo: a
CF/1998), bem como a necessidade de pré- nomeação de servidor público, que deve sempre antece-
via indenização ao particular que teve seu der a sua aprovação em concurso público.
bem expropriado, em pecúnia (art. 182, §
3º, da CF/1988). 4.3 Quanto aos destinatários:
A) Atos gerais: são o conjunto de regras de caráter
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

abstrato e impessoal. Seus destinatários são muitos, mas


unidos por características em comum, que os faz desti-
&ODVVLÀFDomRGRVDWRVDGPLQLVWUDWLYRV
natários do mesmo ato. Para produzirem seus efeitos, já
Atos administrativos existem dos mais variados tipos. TXHH[WHUQRVGHYHPVHUSXEOLFDGRVQDLPSUHQVDRÀFLDO
Para efeitos didáticos, costuma-se dividir e agrupá-los, Exemplos: os editais de concurso público, as instruções
IRUPDQGRVH XPD YHUGDGHLUD FODVVLÀFDomR GHVVHV DWRV normativas.
Portanto, passemos a analisar as diversas modalidades
de atos administrativos, observando os seguintes crité- B) Atos coletivos: são aqueles expedidos a um
rios: JUXSRGHÀQLGRGHGHVWLQDWiULRVeRFDVRSRUH[HPSOR
4.1 Quanto ao grau de liberdade de alteração de horário de funcionamento de uma repar-
A) Atos vinculados: são aqueles praticados pela tição pública. Tal ato, evidentemente, somente é do in-
Administração Pública sem nenhuma liberdade de atua- teresse daqueles funcionários. A publicidade é atendida
ção (vinculação $OHLGHÀQHWRGDVDVPDUJHQVGHVXDFRQ- apenas com a comunicação dos interessados, visto que é
duta. Havendo vício no ato vinculado, pode-se pleitear a um ato interno da Administração Pública.

17
C) Atos individuais: são aqueles destinados a ape- 5. Espécies de atos administrativos
nas um único destinatário. Exemplo: a promoção de um 2V DWRV DGPLQLVWUDWLYRV WLSLÀFDGRV SHOD OHJLVODomR
determinado servidor público. A exigência da publicida- brasileira são diversos. Por isso, também é utilizado, para
de depende somente da comunicação do interessado, ÀQVGLGiWLFRVXPDVLVWHPDWL]DomRGRVDWRVDGPLQLVWUDWL-
QmRKiQHFHVVLGDGHGHSXEOLFDomRSHOR'LiULR2ÀFLDO vos. A doutrina divide os atos administrativos previstos
da legislação em cinco espécies distintas:
4.4 Quanto aos efeitos: I) Atos normativos: são aqueles que apresentam co-
A) Atos constitutivos: são aqueles que geram uma mandos gerais e abstratos para o cumprimento da lei.
nova situação jurídica aos destinatários. Pode ser pela Alguns autores, inclusive, chegam a considerar tais atos
outorga de um novo direito, como permissão de uso de
´OHLV HP VHQWLGR PDWHULDOµ 6mR DWRV QRUPDWLYRV RV GH-
bem público, ou a imposição de uma obrigação, como
estabelecer um período de suspensão. cretos e regulamentos; as instruções normativas; os regi-
mentos; as resoluções; e as deliberações.
B) Atos declaratórios: VmR DTXHOHV TXH DÀUPDP II) Atos ordinatórios: correspondem a manifesta-
uma situação já existente, seja de fato ou de direito. Não ções internas da Administração Pública decorrentes do
cria, transfere ou extingue situação jurídica, apenas a re- poder hierárquico, estabelecendo regras de funciona-
conhece. É o caso da expedição de uma certidão de tem- mento de seus órgãos internos e regras de conduta de
po de serviço. seus agentes. Tais atos não podem disciplinar as condu-
tas dos particulares. São atos ordinatórios: as instruções;
C) $WRVPRGLÀFDWLYRV são os que tem capacidade as circulares; os avisos; as portarias; os ofícios; as ordens
de alterar a situação já existente, sem que seja extinta. de serviço; os despachos; entre outros.
Todavia, não tem o condão de criar direitos e obrigações. III) Atos negociais: são aqueles que manifestam a
Exemplo: a alteração do horário de atendimento da re- vontade da Administração em consonância com o inte-
partição resse dos particulares. Exemplos: a licença, a autorização,
D) Atos extintivos: também denominados atos a permissão, a concessão, a aprovação, a homologação,
desconstitutivos, são aqueles que põem termo a um di- a renúncia, etc. Os atos negociais podem ser vinculados
reito ou dever pré-existentes. Exemplo: a demissão de OLFHQoD  RX GLVFULFLRQiULRV DXWRUL]DomR  GHÀQLWLYRV RX
servidor público.
precários, sendo passíveis de revogação pelo Poder Pú-
blico a qualquer tempo. A característica especial desses
4.5 Quanto ao objeto:
A) Atos de império: são aqueles praticados pela atos é que eles não disciplinam direitos, e sim interesses
Administração em posição de superioridade perante os dos particulares.
particulares, como na imposição de multa por infração IV) Atos enunciativos: também denominados “atos
administrativa. GH SURQ~QFLDµ VmR DTXHOHV TXH FHUWLÀFDP RX DWHVWDP
a existência de uma situação jurídica peculiar. Tais atos
B) Atos de gestão: são expedidos pela Administra- possuem caráter predominantemente declaratório. São
ção, em posição de igualdade em relação aos administra- atos enunciativos: as certidões; os atestados; os parece-
dos. É o caso da alienação de bem público. res; etc.
V) Atos punitivos: como o próprio nome supõe, são
C) Atos de expediente: são atos internos, elabora- os atos que aplicam sanções aos particulares, ou aos ser-
dos por autoridade subalterna, que não tem capacidade vidores que pratiquem condutas irregulares, nos termos
decisória. Exemplo: numeração dos autos no processo da lei. São atos punitivos: as multas, as interdições; e a
judicial. destruição de coisas.
4.6 Quanto à exequibilidade: 6. Convalidação
A) Atos perfeitos: são aqueles que completaram
Convalidar é tornar válido, é promover alterações e
seu processo de formação, e estão prestes a produzir
FRUUHo}HV QR DWR DGPLQLVWUDWLYR GH PRGR TXH HOH À-
seus efeitos. Perfeição não se confunde com validade,
pois um ato válido pode não ser obrigatoriamente per- que perfeito, ou seja, de modo que ele possa atender
feito. a todas as exigências legais. A doutrina tradicional não
admitia essa possibilidade, indicando que, ou o ato já
era produzido com os rigores da lei, e assim era válido,
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

B) Atos imperfeitos: são os que ainda não com-


pletaram seu processo de formação, e por isso mesmo, ou era inválido.
não estão aptos a produzirem efeitos. Atos imperfeitos
geralmente necessitam de outro ato que o homologue. 7. Invalidação dos atos administrativos
Os atos administrativos possuem um ciclo de vida.
C) Atos pendentes: são aqueles que se sujeitam a Eles são criados, começam a produzir efeitos, e depois
condição ou termo para começar a produzir efeitos. Seu de um tempo, desaparecem. Vamos analisar com mais
ciclo de formação está concluído, porém depende ainda detalhes justamente o desaparecimento dos atos admi-
de um evento para tornar-se apto a produzir efeitos. nistrativos, embora seja preferível utilizar o termo “extin-
Os critérios apresentados não são exaustivos: há omRµ RX´LQYDOLGDomRµ GRVDWRVDGPLQLVWUDWLYRV
RXWUDV IRUPDV GH FODVVLÀFDomR GRV DWRV DGPLQLVWUDWLYRV Para melhor compreensão do tema, a doutrina utili-
adotadas por diversos autores. Escolhemos apresen- za-se de uma sistematização das formas de extinção dos
tar aqueles que têm mais chances de aparecer em uma atos administrativos. A principal divisão que deve ser fei-
questão de concurso público. ta é em relação a produção de efeitos: existem atos ad-

18
PLQLVWUDWLYRVHÀFD]HVHDWRVLQHÀFD]HV4XDQGRLQHÀFD] Por tratar-se de questão de mérito, a revogação so-
o ato pode ser extinto pela retirada, ou pela sua recusa mente pode ser decretada pela própria Administração
SHOREHQHÀFLiULR7UDWDQGRVHGHDWRVHÀFD]HVKiTXDWUR Pública. É, também, decorrência do princípio da autotu-
formas de distinção dos atos administrativos: tela: a Administração Pública tem competência para anu-
A) Extinção ipsu iure pelo cumprimento dos efei- lar e revogar seus atos, sendo descabido a manifestação
tos: é a extinção que ocorre pelo cumprimento integral do Poder Judiciário nos atos administrativos discricioná-
dos efeitos do ato administrativo. É a extinção natural
rios. A revogação é elaborada pela mesma autoridade
esperada por todo ato administrativo. Pode ocorrer me-
que praticou o ato principal.
diante: a.1) esgotamento do conteúdo, como a vacinação
O ato revocatório é sempre secundário, consti-
de enfermos após expedição de ordem de entrega das
tutivo e discricionário. Seu objeto será sempre o ato
vacinas; a.2) execução da ordem, como o guinchamento
de veículo; a.3) implemento de condição resolutiva ou administrativo ou a relação jurídica anterior perfeita e
WHUPRÀQDOFRPRRSUD]RÀQDOSDUDUHQRYDomRGD&1+ HÀFD]GHVWLWXtGRGHTXDOTXHUYtFLRA revogação atinge
somente os atos discricionários: para os atos vincula-
B) Extinção ipsu iure pelo desaparecimento da dos, a medida cabível é a anulação.
pessoa ou objeto: os atos administrativos podem dizer 3RU ÀP HP UHODomR D VHXV HIHLWRV D UHYRJDomR QmR
respeito a pessoas, ou coisas. Desaparecendo um des- pode atingir as situações jurídicas do passado. Isso signi-
ses elementos, o ato extingue-se automaticamente, pois ÀFDTXHDUHYRJDomRSURGX]HIHLWRVIXWXURVQmRUHWURD-
SHUGHX D VXD XWLOLGDGH $V SHVVRDV ´GHVDSDUHFHPµ FRP tivos, ou ex nunc. Há a possibilidade do particular, que se
seu falecimento, como a morte de servidor público que sentiu prejudicado com a referida medida, ingressar em
receberia promoção; e as coisas com a sua ruína ou des- juízo com pedido de indenização contra a Administração.
truição, como o desabamento de prédio que recebeu li-
cença para a sua reforma. 7.2 Anulação
É a extinção de ato administrativo defeituoso, pois
C) Extinção por renúncia: ocorre quando o pró- carece de legalidade, podendo ser expedido pela Admi-
SULR EHQHÀFLiULR DEUH PmR GD VLWXDomR SURSRUFLRQDGD nistração Pública, ou até mesmo pelo Poder Judiciário.
pelo ato administrativo. É o caso da exoneração de cargo
A anulação deriva do próprio princípio da legalidade e
público a pedido do seu ocupante.
autotutela. Também possui fundamento no art. 53 da Lei
nº 9.784/1999, bem como na Súmula nº 473, do STF.
D) Retirada do ato: é a forma mais importante de
A anulação realizada pela própria Administração
extinção dos atos administrativos, para os concursos pú-
blicos. É a extinção que se dá pela expedição de um se- ocorre mediante a expedição de ato anulatório. Suas ca-
gundo ato, elaborado para extinguir ato administrativo racterísticas principais são: é ato secundário, constitutivo,
anterior a ele. Comporta cinco modalidades, que serão e vinculado. Tanto a Administração como o Poder Judi-
vistas com maiores detalhes: revogação, anulação, cassa- ciário podem decretar a anulação de ato administrativo.
ção, caducidade, e contraposição. 2XWUDFDUDFWHUtVWLFDLPSRUWDQWHpRSUD]RGHÀQLGRSHOR
caput do art. 54 da Lei nº 9.784/1999: “O direito da Ad-
7.1 Revogação ministração de anular os atos administrativos de que de-
Revogação é a extinção de ato administrativo que corram efeitos favoráveis para os destinatários decai em
encontra-se perfeito e apto a produzir seus efeitos, pra- cinco anos, contados da data em que foram praticados,
ticado pela própria Administração Pública, fundada em VDOYRFRPSURYDGDPiIpµ2SUD]RGHFDGHQFLDOGHFLQFR
razões de conveniência e oportunidade, sempre alme- anos é atributo exclusivo da anulação.
jando a proteção do interesse público. Nessa hipótese, 3RU ÀP HP UHODomR D VHXV HIHLWRV LPSRUWDQWH IULVDU
ocorre uma causa superveniente, que altera o juízo de que o ato nulo (aquele que carece de legalidade), tem o
conveniência e oportunidade sobre a permanência de seu defeito constatado desde a sua concepção. Por isso,
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ato discricionário, obrigando a Administração a expedir a anulação deve desconstituir os efeitos desde a data da
um segundo ato capaz de revogar esse ato anterior. SUiWLFDGDTXHOHDWR3RGHPRVDÀUPDUHQWmRTXHDDQX-
O conceito de revogação tem previsão no art. 53 da
lação possui efeito retroativo, ou ex tunc. Em regra, não
Lei nº 9.784/1999: “A Administração deve anular seus
gera ao particular direito à indenização pela anulação de
próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e
ato ilegal, salvo se comprovar ter sofrido dano anormal
pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportu-
QLGDGHUHVSHLWDGRVRVGLUHLWRVDGTXLULGRVµ6REUHRPHV-
para ocorrência, do qual não tenha participado.
mo assunto, a Súmula nº 473, do STF: “A administração
pode anular seus próprios atos, quando eivados de ví- 7.3 Cassação
cios que os tornam ilegais, porque deles não se originam São hipóteses em que o administrado deixa de preen-
direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou cher condição necessária para a permanência da referi-
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e res- da vantagem. Exemplo: habilitação da CNH cassada por
VDOYDGDHPWRGRVRVFDVRVDDSUHFLDomRMXGLFLDOµ pessoa enferma.

19
7.4 Caducidade a) condicionado, cuja validade e vigência somente se ini-
Também denominada decaimento, consiste na mo- FLDPDSyVDUDWLÀFDomRRXKRPRORJDomR
dalidade de extinção de ato administrativo em conse- b) bilateral, considerando que sua existência se consuma
quência de norma jurídica superveniente, a qual impede com a manifestação de vontade da segunda autori-
a permanência da situação anteriormente consentida. dade.
Como não pode produzir efeitos automaticamente, é ne- c) composto, pois embora já exista e seja válido, não é
cessária a prática de um ato secundário, determinando exequível antes da manifestação da segunda autori-
a extinção do ato decaído. Exemplo: perda do direito de dade.
comercializar em área que passa a ser considerada exclu- d) complexo ou composto, considerando que dependem
sivamente residencial. da conjugação de vontade de uma ou mais autorida-
GHVSDUDVXDYDOLGDGHHHÀFiFLDHPERUDMiVHMDPFRQ-
7.5 Contraposição siderados existentes.
É o modo de extinção que ocorre com a expedição e) subordinado, tendo em vista que, embora existente,
de um segundo ato, fundado em competência diversa, YiOLGR H HÀFD] Vy VH DSHUIHLoRD FRP D PDQLIHVWDomR
cujos efeitos são contrapostos aos do ato inicial. É uma de vontade de outra autoridade, que pode, inclusive,
espécie de revogação praticada por autoridade distinta revogá-lo.
da que expediu o ato inicial. Exemplo: nomeação de um
funcionária anteriormente exonerado de seu cargo. Resposta: Letra C. A hipótese narrada na questão
é um caso claro de ato composto, entendido como
aquele ato expedido por uma autoridade ou órgão,
mas que, para que esteja apto a produzir efeitos, de-
EXERCÍCIO COMENTADO pende da homologação do referido ato por outro ór-
gão. Enquanto a vontade do primeiro órgão é a res-
1. (AFAP – ADVOGADO – FCC – 2019) Dentre os ele- ponsável pela elaboração do ato, a manifestação do
mentos ou requisitos do ato administrativo, existem segundo órgão possui caráter instrumental ou com-
aqueles cuja inobservância NÃO é passível de ser sanada, plementar.
a exemplo:
3. (AFAP – AGENTE DE FOMENTO EXTERNO – FCC –
a) dos atos administrativos praticados por autoridade 2019) Considere a edição de ato administrativo inde-
desprovida de competência privativa para sua edição. ferindo pedido administrativo de particular para que o
b) das decisões proferidas em situações cujo substrato poder público municipal promova urgentes reparos no
fático não corresponda à previsão legal expressa. leito da rua onde está situada sua residência, em razão
c) dos atos vinculados editados sem explicitação de mo- do aparecimento de uma rachadura que vem progressi-
tivação. vamente aumentando de tamanho, ocasionando risco a
d) dos atos administrativos que não sejam objeto de pu- ele e demais moradores do local. Essa medida:
EOLFDomR QD LPSUHQVD RÀFLDO HP RIHQVD DR SULQFtSLR
da publicidade. a) constitui regular exercício de poder disciplinar, tendo
e) dos atos proferidos por autoridade pública para a qual em vista que não são somente os servidores públicos
tenha sido delegada competência privativa de autori- destinatários dessa atuação, que abrange decisões re-
dade superior. lativas a outros vínculos jurídicos.
b) deve ser impugnada judicialmente, posto que somen-
Resposta: Letra B. A letra A está incorreta, pois a te com autorização judicial o ente público poderia re-
competência é um requisito do ato administrativo DOL]DUFRQWUDWDomRSDUDDTXHODÀQDOLGDGHVHPDUHDOL-
que pode ser convalidado, desde que não seja uma zação de licitação.
FRPSHWrQFLDH[FOXVLYD de algum ente. As competên- c) admite revisão pela própria Administração pública em
cias privativas podem ser delegadas. A letra C está in- caso de constatação de inadequação, desde que se
correta, pois o caso apresenta um ato administrativo trate de juízo discricionário, vedado sanar vício de le-
FXMRYtFLRHVWiQDIRUPD ´QmRH[SOLFLWDUDPRWLYDomRµ  galidade diretamente.
d) pode ser objeto de recurso administrativo, o que per-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

sendo um vício sanável. A letra D está incorreta, pois


no caso, o ato administrativo encontra-se perfeito e mite à Administração pública superior convalidar ou
DSWR D SURGX]LU HIHLWRV PDV p FRQVLGHUDGR LQHÀFD] anular o ato administrativo, caso reste demonstrada
pois não houve sua publicação. A letra E está incorreta sua inadequação e inconveniência diante da situação
pois, também, trata da competência, um atributo cujo fática.
vício pode ser convalidado, desde que não seja uma e) demandará a interposição de recurso administrativo
competência exclusiva. por parte do requerente, sem prejuízo de poder ado-
tar medidas judiciais para intervenção da obra, diante
2. (SEFAZ-SC – AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTA- da situação emergencial caracterizada.
DUAL – FCC – 2018) Quando um determinado adminis-
trador público edita um ato administrativo, mas este só Resposta: Letra E. A letra A está incorreta, pois o po-
FRPHoD D SURGX]LU HIHLWRV DSyV UDWLÀFDomR RX KRPROR- der disciplinar é aquele que prevê a prática de sanções
gação por outra autoridade, está-se diante de ato admi- e penalidades aos agentes públicos que cometem fal-
nistrativo: tas ou infringem comandos legais no exercício de suas

20
atribuições. A letra B está incorreta, pois a Adminis- a melhor solução para cada caso. Garantir margem de
tração Pública apresenta o poder de autotutela, que lLEHUGDGH QmR VLJQLÀFD TXH R DGPLQLVWUDGRU GHYH DJLU
se traduz na competência de poder rever os próprios fora da lei, pois a discricionariedade não o permite estar
atos que pratica, independente de autorização judi- acima da legislação. Além disso, o poder discricionário
cial. A letra C está incorreta, pois a Administração Pú- também pode sofrer controle pelo Poder Judiciário, ex-
blica pode anular seus próprios atos, quando eivados ceto quando a questão for referente ao mérito dos atos
de vício de legalidade, bem como revogá-los por mo- discricionários, cuja competência é exclusiva da própria
tivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os Administração.
direitos adquiridos (art. 53, Lei nº 9.784/1999). A letra
D está incorreta, pois a anulação é utilizada quando
Atualmente muito se questiona sobre a legalidade
constatado um vício de legalidade. Para as hipóteses
administrativa, que fundamenta a vinculação de seus
de inadequação e inconveniência, a medida cabível é
a revogação. atos. Dizer que a vinculação é uma simples obediên-
cia a legislação é uma noção muito restrita e aquém da
realidade social. A legalidade, enquanto vazia ou formal
(noção de fazer um checklist do ato), desvinculada do
PODERES E DEVERES DOS
cumprimento de direitos fundamentais, não se sustenta.
ADMINISTRADORES PÚBLICOS: USO E
Doutrinariamente se sustenta uma revisão da legalidade,
ABUSO DO PODER, PODERES VINCULADO,
de modo que os administradores, agora, se vinculam não
DISCRICIONÁRIO, HIERÁRQUICO,
somente à Lei, e sim à Constituição (constitucionalidade
DISCIPLINAR E REGULAMENTAR,
administrativa). Assim, um comando oriundo de uma lei
PODER DE POLÍCIA, DEVERES DOS manifestamente inconstitucional pode não ser cumprida
ADMINISTRADORES PÚBLICOS pelos agentes públicos.

1.2 Poder regulamentar


PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA O poder regulamentar (algumas questões costumam
denomina-lo “poder normativoµ  FRQVLVWH QD SRVVLELOL-
A Administração Pública deve cumprir suas atribui- dade do Chefe do Poder Executivo de cada entidade da
ções constitucionais, por imposição legal. Para tanto, o Federação de editar atos administrativos gerais, abstra-
exercício de suas funções depende de certas prerroga- WRV RX FRQFUHWRV H[SHGLGRV SDUD GDU ÀHO FXPSULPHQWR
tivas, ou Poderes, conferidos pela legislação. Esses po- à lei. Seu fundamento legal encontra-se disposto no art.
deres são considerados instrumentos de trabalho. Signi-
84, IV, da CF/1988: “Compete privativamente ao Presi-
ÀFDGL]HUTXHHVVHVSRGHUHVGHYHUHVVmRLQVWUXPHQWDLV
dente da República: IV - sancionar, promulgar e fazer pu-
utilizados pela Administração com o objetivo maior de
blicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos
promover a supremacia do interesse público.
SDUDVXDÀHOH[HFXomRµ3RUVHUGHFRPSHWrQFLDH[FOXVLYD
1. Poderes da Administração do Chefe do Poder Executivo, é indelegável a qualquer
O estudo dos poderes da Administração Pública, as- subordinado. Embora o texto constitucional faça menção
VLP p GH H[WUHPD LPSRUWkQFLD SDUD YHULÀFDU TXDLV VmR somente ao Presidente da República, o referido poder
os seus limites de atuação. Para tanto, a doutrina costu- pode ser exercido, por simetria, pelos Governadores e
ma dividir esse poder conferido à Administração em seis Prefeitos.
vertentes: poder vinculado; poder discricionário; poder Uma das palavras chave do poder regulamentar é
disciplinar; poder hierárquico; poder de polícia; e poder “regulamentoµ7UDWDVHGHDWRDGPLQLVWUDWLYRTXHWHP
regulamentar. por escopo estabelecer detalhes e diretrizes quanto ao
modo de aplicação dos dispositivos legais, dando maior
1.1 Poder vinculado e Poder discricionário concretude aos comandos gerais e abstratos presentes
Poder vinculado é aquele em que a lei atribui deter- na legislação. Não se confunde com o decreto, que é ou-
minada competência ao administrador, delimitando to- tro ato administrativo que introduz o regulamento em
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

dos os aspectos de sua conduta, o qual deve compul- si. Decreto representa a forma do ato administrativo, en-
soriamente seguir a forma prevista na lei, não havendo quanto o regulamento representa seu conteúdo.
qualquer margem de liberdade para que o agente pú- Ambos os decretos e regulamentos são atos em po-
blico escolha a melhor forma de cumprir suas funções. sição de inferioridade em relação as leis e, por isso, não
Os atos praticados no exercício do poder vinculado são são capazes de criar direitos e obrigações aos particula-
denominados atos vinculados. res sem fundamento legal. Suas funções primordiais, no
Poder discricionário, por sua vez, é o poder que o le- entanto, são a redução da margem de interpretação das
gislador, ao delimitar a competência da Administração normas, pois se um decreto dispõe qual é a forma mais
Pública, confere também uma margem de liberdade para correta de aplicação da lei, esta perde um pouco de seu
que o agente público possa escolher, diante da situa- caráter geral e abstrato, seu campo de discricionariedade
ção jurídica, qual o caminho mais adequado, ou qual a é reduzido a uma única forma válida de aplicação no âm-
melhor forma de solução daquela desavença. A lei não bito jurídico. Por isso, o poder regulamentar apresenta
impõe um único comportamento como no poder vincu-
natureza vinculada.
lado: ela delega ao administrador a faculdade de avaliar

21
Existem diversas espécies de regulamentos adminis- A delegação é a transferência temporária de com-
trativo: petência administrativa de seu titular, a outro órgão ou
A) Regulamentos administrativos ou de orga- agente público subordinado à autoridade outorgante
nização: são aqueles que disciplinam questões inter- (delegação vertical), ou fora da sua linha hierárquica (de-
nas de estruturação e funcionamento da Administração legação horizontal). O art. 12 da Lei nº 9.784/1999 dispõe
Pública, bem como as relações jurídicas de sujeição es- do mesmo modo: “Um órgão administrativo e seu titular
pecial do Poder Público perante particulares. Exemplo: poderão, se não houver impedimento legal, delegar par-
regulamento que disciplina organização e funcionamen- te da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda
to da administração federal (art. 84, VI, a, da CF/1988). que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados,
quando for conveniente, em razão de circunstâncias de
B) Regulamentos habilitados ou delegados: tQGROHWpFQLFDVRFLDOHFRQ{PLFDMXUtGLFDRXWHUULWRULDOµ
em alguns países, há a possibilidade do Poder Legis- Essa transferência de competência é sempre provisória, o
lativo delegar ao Executivo a disciplina de matérias re- TXHVLJQLÀFDTXHSRGHVHUUHYRJDGDDTXDOTXHUWHPSR
servadas privativamente à lei, havendo uma transferên- A regra geral é sempre a delegabilidade das compe-
cia de competência legislativa. Tais regulamentos não tências. Todavia, a própria legislação (art. 13 da Lei nº
são admitidos no direito administrativo brasileiro. 9.784/1999) assevera três matérias que não podem ser
delegadas. Assim, são indelegáveis: a edição de ato de
C) Regulamentos executivos: são os regulamen- caráter normativo, pois constituem-se em regras gerais
tos comuns, expedidos sobre matéria disciplinada pela aplicáveis a todos os órgãos, incompatível com a dele-
OHJLVODomRSHUPLWLQGRDÀHOH[HFXomRGDQRUPDOHJDOeD gação; a decisão em recursos administrativos, para evitar
hipótese do art. 84, IV, da CF/1988. que a mesma autoridade possa julgar o mesmo processo
mais de uma vez pela delegação; e as matérias que fo-
D) Regulamentos autônomos: são os que dis-
rem consideradas de competência exclusiva do órgão ou
põem sobre tema não disciplinado pela legislação. Há
autoridade.
um conjunto de temas que a norma constitucional reti-
A avocação encontra-se disposta no art. 15 da
rou da competência do Poder Legislativo e atribuiu sua Lei nº 9.784/1999. Consiste na possibilidade da autori-
disciplina ao Poder Executivo. A EC nº 32/2001 elenca dade competente de chamar para si a competência de
dois temas que só podem ser disciplinados por decreto um agente ou órgão subordinado. Trata-se de medida
expedido pelo Presidente da República: a organização da excepcional e temporária, e somente pode ser realizada
administração federal; e a extinção de funções e cargos GHQWURGDPHVPDOLQKDKLHUiUTXLFDRTXHVLJQLÀFDTXHD
vagos e não ocupados. avocação só pode ser vertical, não se admite a avocação
horizontal. Esquematicamente, temos:
1.3 Poder hierárquico
Poder hierárquico é o poder que dispõe o Executi- Delegação Avocação
vo para organizar e distribuir as funções de seus órgãos,
Distribuição de compe- Absorção de competências
bem como ordenar e rever a atuação de seus agentes,
tências
estabelecendo uma relação de subordinação entre o ser-
vidores do seu quadro de pessoas. As relações de hie- Admite horizontal e ver- Admite apenas horizontal
rarquia são características únicas, existem somente no tical (mesma linha hierárquica)
âmbito do Poder Executivo, isso é, não existe hierarquia
 3RU ÀP a revisão é a capacidade de rever os
entre órgãos do Poder Legislativo e do Judiciário. Além
atos dos inferiores hierárquicos, apreciando todos os
disso, importante frisar que não existe poder hierárquico seus aspectos para a análise de sua manutenção ou inva-
entre membros da Administração Indireta, pois estes são lidação. É somente possível a revisão de atos praticados
entidades autônomas, que não se subordinam aos entes pelos órgãos públicos e agentes subordinados hierarqui-
que o criaram. Pela hierarquia, há a imposição ao subal- camente.
terno da estrita obediência às ordens e instruções legais Para as entidades da Administração Indireta, existe
VXSHULRUHV DOpP GH GHÀQLU D UHVSRQVDELOLGDGH GH FDGD DSHQDVXPDIRUPDGHFRQWUROHÀVFDOL]DWyULRHÀQDOtVWLFR
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

um de seus agentes e órgãos públicos. de seus atos, o qual denomina-se supervisão ministerial
Quanto às suas características, diz-se que o poder ou tutela administrativa, que não tem relação com o po-
hierárquico é interno e permanente. Interno é o poder der hierárquico. A supervisão ministerial não admite a re-
que atinge apenas os próprios membros da Administra- visão dos atos praticados pelas autarquias, fundações, e
ção, não tem o condão de atingir as relações dos parti- demais entidades da Administração Indireta.
culares. É também um poder permanente, porque não é
1.4 Poder disciplinar
exercido de modo esporádico e episódico, como o que
O poder disciplinar consiste na faculdade da Adminis-
acontece no poder disciplinar.
tração de punir seus agentes, nas hipóteses em que estes
Do poder hierárquico são decorrentes certas faculda- tenham cometido alguma infração de ordem funcional.
GHV LPSOtFLWDV DR VXSHULRU WDLV FRPR GDU RUGHQV H ÀV- Correlato com o poder hierárquico, mas não se confunde
calizar o seu cumprimento, delegar e avocar atribuições, com o mesmo. No poder hierárquico, a Administração
bem como rever atos de seus inferiores. Pública distribui e escalona as suas funções executivas.

22
Já no uso do poder disciplinar, a Administração simples- Diante de tudo que foi exposto, podemos conceituar
mente controla o desempenho de funções e a condu- poder de polícia como a atividade da Administração Pú-
ta de seus servidores, responsabilizando-os pelas faltas blica, com fundamento na lei e na supremacia geral, que
porventura cometidas. consiste na imposição de limites à liberdade e à proprie-
Em relação as suas características, o poder dis- dade dos particulares, regulando a prática desses atos,
ciplinar é interno, não-permanente ou temporário, e ou a abstenção dos mesmos, manifestando-se por meio
discricionário. Assim como o poder hierárquico, a im- de atos normativos ou concretos, tudo isso em benefício
posição de sanções pela Administração não se aplica aos do interesse público.
particulares, somente a seus próprios servidores, salvo Ao dizer que trata-se de atividade da Administração
as hipóteses destes serem contratados pela Administra- Pública, procuramos enfatizar a concepção stricto sensu
ção Pública. Todavia, distingue-se do poder hierárquico do poder de polícia, que não se confunde com as limi-
na medida em que é não-permanente, isso é, só será tações à liberdade e ao direito de propriedade impostas
aplicado apenas se e quando o servidor cometer infra- pelo legislador. Por ser atividade da Administração, deve
ção funcional. Percebe-se, então, que o poder discipli- ser exercido, respeitando a razoabilidade e a proporcio-
nar apresenta caráter punitivo e sancionador, enquanto nalidade.
o poder hierárquico advém da simples obediência dos A fundamentação legal é outro aspecto importan-
subalternos para com a entidade detentora deste poder. te do poder de polícia, advém do próprio princípio da
A discricionariedade do poder disciplinar traduz-se na legalidade, uma vez que a lei condiciona o exercício de
possibilidade da Administração em poder escolher qual a determinadas atividades à obtenção de licenças ou con-
punição mais apropriada para cada caso, isso é, ela pos- cessões pelo Poder Público. O legislador deve, então, ela-
sui certa margem de liberdade para o seu exercício. borar os requisitos necessários para o exercício do poder
Os servidores públicos que cometerem qualquer de polícia pelo Estado.
infração no exercício de suas funções estão sujeitos às O poder de polícia tem por objeto a imposição de
seguintes penalidades, dispostas no art. 127 da Lei nº limitações à liberdade e propriedade dos particula-
8.112/1990: advertência; suspensão; demissão; cassa- res, instituindo condições capazes de compatibilizar seu
ção de aposentadoria ou disponibilidade; destituição de exercício às necessidades de interesse público. Tais im-
cargo em comissão; e destituição de função comissio- posições também podem ser aplicadas ao Estado. Isso
nada. A aplicação de qualquer uma dessas penalidades VLJQLÀFDTXHDWpPHVPRR3RGHU3~EOLFRSRGHWHUVXDV
depende de prévio processo administrativo, respeitada liberdades e propriedades sofrerem limitações em face
a garantia de contraditório e ampla defesa, sob pena de das necessidades do interesse público.
nulidade da sanção. Para o seu exercício, a Administração Pública deve
regular a prática dos atos ou a abstenção de fatos.
1.5 Poder de polícia Em regra, o poder de polícia manifesta-se em obrigações
$H[SUHVVmR´SRGHUGHSROtFLDµSRGHVHULQWHUSUHWDGD negativas, ou de não fazer, impostas aos particulares, li-
de duas maneiras: em um sentido amplo, corresponde a mitando a esfera de atuação dos seus direitos. Excepcio-
qualquer limitação estatal à liberdade e propriedade pri- nalmente, pode também manifestar-se mediante obriga-
vada, de origem administrativa ou legislativa. Há também ções positivas ou de fazer, como é o caso da imposição
o poder de polícia em sentido restrito, mais utilizado pela da função social da propriedade ao dono do imóvel, dis-
doutrina, que engloba apenas as restrições impostas pe- posta no art. 5º, XXII, da CF/1988.
las limitações administrativas, excluindo as limitações de O poder de polícia se manifesta pela expedição de
ordem legal. Em sentido restrito, envolve atividades ad- atos normativos, como é o caso das regras sobre o di-
PLQLVWUDWLYDVGHÀVFDOL]DomRHFRQGLFLRQDPHQWRGDHVIHUD reito de construir, ou por meio de atos concretos, como
privada de interesses, em prol da coletividade. a obtenção de licença para a reforma de um imóvel, cujo
O poder de polícia tem grande destaque no exercí- interesse é exclusivo do particular (proprietário do imó-
cio das funções da Administração moderna, junto com vel, no caso).
a prestação de serviços públicos e o fomento à iniciati- 3RU ÀP FRQYpP UHVVDOWDU D ÀQDOLGDGH GR SRGHU GH
va privada. Porém, essas duas funções representam uma polícia, qual seja, agir em prol do interesse público. Por
atuação estatal ampliativa, enquanto que o poder de po- isso, o Estado deve conciliar os direitos individuais, com
lícia representa uma atuação restritiva do Estado, limi- RLQWHUHVVHGDFROHWLYLGDGH7DOÀQDOLGDGHpWtSLFDGD$G-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

tando a liberdade e a propriedade individual em favor do ministração Pública, pois tem como fundamento o prin-
interesse público. cípio sistêmico da primazia do interesse público sobre o
O art. 78 do Código Tributário Nacional (CTN) tem seu privado.
conceito legal de poder de polícia:
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da 1.5.1 Natureza jurídica do poder de polícia
administração pública que, limitando ou disciplinando Quanto a sua natureza jurídica, é entendimento majo-
direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou ritário que o poder de polícia é discricionário. Na dou-
abstenção de fato, em razão de interesse público con- WULQDPXLWRVDXWRUHVFRVWXPDPGHÀQLUSRGHUGHSROtFLD
cernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, utilizando-se a expressão “faculdade que o Estado possui
à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de GHLPSRUOLPLWHVµ,VVRTXHUGL]HUTXHQmRDSUHVHQWDFD-
atividades econômicas dependentes de concessão ou racterísticas de obrigação legal, mas de uma permissão.
autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou A escolha sobre qual método utilizar para o exercício do
ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou referido poder, e quando, compete somente à própria
coletivos. Administração Pública.

23
Porém, vale ressaltar as hipóteses de obtenção de licença. A licença é ato administrativo relacionado ao po-
der de polícia, que apresenta previsão legal para a sua obtenção, tratando-se por isso, de ato vinculado. Com isso,
SRGHPRVDÀUPDUTXHDPDQLIHVWDomRGRSRGHUGHSROtFLDSRGHRFRUUHUPHGLDQWHDH[SHGLomRGHDWRVQRH[HUFtFLRGD
competência discricionária da Administração, ou por meio de atos vinculados, com a devida previsão legal. O poder de
polícia também é indelegável, uma vez que pressupõe a posição de superioridade de quem o exerce, não podendo ser
transferido a particulares (art. 4º, III, da Lei nº 11.079/2004).

1.5.2 Polícia Administrativa e Polícia Judiciária


A concepção do poder de polícia abrange muito mais do que a simples promoção de segurança pública. Todavia,
imprescindível destacar as atividades estatais de prevenção e repressão da criminalidade sob a ótica do poder de
polícia. Assim, costuma-se dividir a atuação do Estado para promoção da segurança pública em duas categorias de
´SROtFLDVµGLVWLQWDVDSROtFLDDGPLQLVWUDWLYDHDSROtFLDMXGLFLDO
A polícia administrativaWHPXPFDUiWHUSUHYHQWLYR,VVRVLJQLÀFDTXHDVXDDWXDomRGHYHRFRUUHUDQWHVGDprática
GRGHOLWRWHQGRSRUÀQDOLGDGHHYLWDUDVXDRFRUUrQFLD6XEPHWHVHjVUHJUDVGH'LUHLWR$GPLQLVWUDWLYR1R%UDVLOD
SROtFLDDGPLQLVWUDWLYDpH[HUFLGDSRUYiULRVyUJmRVGHÀVFDOL]DomRGHGLYHUVas áreas, como saúde, educação, trabalho,
previdência e assistência social. A polícia administrativa protege os interesses primordiais da sociedade ao impedir
comportamentos individuais que possam causar prejuízos maiores à coletividade.
A polícia judiciária, por sua vez, apresenta caráter repressivo. Sua atuação ocorre após a constatação do crime.
Após a ocorrência do crime, deve a polícia judiciária abrir um processo de investigação em busca da autoria e mate-
rialidade do crime. Sua razão de ser é a punição dos infratores. Rege-se pelas regras de Direito Processual Penal. Ela
incide sobre pessoas, ao contrário da polícia administrativa, que age sobre a atividade das pessoas. A polícia judiciária
é exercida pelas corporações especializadas, denominadas Polícia Civil e Polícia Federal. Esquematicamente, temos:

Polícia Administrativa Polícia Judiciária


'LYHUVRVyUJmRVÀVFDOL]DGRUHVDGPLQLVWUDWLYRV Corporações de polícia especializadas (PC, PM,
etc)
Atuação preventiva, Atuação repressiva,
Incide sobre bens, direitos e atividades Incide sobre pessoas
Apura delitos administrativos Apura delitos penais (crime)

2. Uso e Abuso de Poder


Quando o agente público exerce adequadamente suas competências, atuando em conformidade com a legislação,
sem excessos ou desvios, diz-se que ele faz uso regular do poder. Entretanto, havendo hipóteses de exercício de com-
petências fora dos limites legais, visando apenas interesses alheios, trata-se de clara hipótese de uso irregular do po-
der, também denominado abuso de poder. O abuso de poder, além de causar a invalidade do ato, constitui em ilícito
ensejador de responsabilidade pela autoridade competente que causou danos com seu uso irregular.
Abuso de poder pode se manifestar no exercício das funções administrativas sob duas formas: pelo excesso de
SRGHUHSHORGHVYLRGHÀQDOLGDGHExcesso de poder é a hipótese de uso irregular dos poderes administrativos pelo
qual a autoridade competente ou não, pratica algum ato desrespeitando os limites impostos, exorbitando o uso de
suas faculdades administrativas. Ao exceder sua competência legal, o agente responsável age com exageros e despro-
porcionalidade, o que torna o ato praticado por ele absolutamente inválido. Mas o excesso de poder admite convali-
GDomRRXVHMDKiKLSyWHVHVHPTXHVHSRGHFRUULJLUYtFLRFRPHWLGRQRDWRSUHVHUYDQGRVXDHÀFiFLDGHSHQGHQGRGR
caso concreto.
'HVYLRGHÀQDOLGDGH, por sua vez, é vício do ato administrativo, praticado sempre por autoridade competente,
TXHWHPSRUÀPGLYHUVRGDTXHOHSUHYLVWRH[SOtFLWDRXLPSOLFLWDPHQWHQDVUHJUDVGHFRPSHWrQFLDGDOHJLVODomR DUWž
par. único, eGD/HLQž $ÀQDOLGDGHGLYHUVDQmRPDFXODRVUHTXLVLWRVHVVHQFLDLVGRVDWRVDGPLQLVWUDWLYRV
(competência, objeto, forma, motivo), mas tende a macular o ato, tornando-o nulo. O único caminho possível para esse
DWRpDDQXODomRRXVHMDQmRKiSRVVLELOLGDGHGHFRQYDOLGDomR2GHVYLRGHÀQDOLGDGHSRGHRFRUUHUWDQWRQDVFRQGXWDV
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

comissivas, em seu campo de atuação, quanto nas condutas omissivas, isso é, quando o agente público se abstém de
realizar tarefa legalmente imposta.
([HPSORVGHGHVYLRGHÀQDOLGDGHVmREDVWDQWHFRPXQVQD$GPLQLVWUDomR3~EOLFDEUDVLOHLUDDFRQVWUXomRGHHVWUDGD
cujo trajeto foi elaborado com objetivo de valorizar a propriedade rural de um governador; a transferência de servidor
S~EOLFRSDUDRXWUR(VWDGRDSHQDVSDUDÀFDUORQJHGDÀOKDGRGHOHJDGRGHSROtFLDGDFLGDGHDQRPHDomRGHUpXHP
ação penal a cargo público para obter foro privilegiado e transferir seu processo para o STF, etc. Percebe-se que, em
todos os casos, há a sobreposição de um interesse particular sobre o interesse da coletividade: os agentes estatais,
dessa forma, praticam atos visando obter alguma vantagem pessoal, para eles mesmos ou para outrem, concretizando,
DVVLPRGHVYLRGHÀQDOLGDGH

24
a agilidade da atuação do Executivo permite a edição
de decretos para disciplinar a situação dos adminis-
EXERCÍCIO COMENTADO trados de forma mais aderente à efetiva necessidade
dos mesmos.
1. (DPE-SP – DEFENSOR PÚBLICO – FCC – 2019) Em d) manifestação do princípio da legalidade, tendo em
relação ao poder de polícia administrativo, considere as vista que a edição de decretos pelo Executivo se dá
assertivas abaixo. tanto pela edição de decretos regulamentares quanto
I. Licença é ato administrativo discricionário e tem para a edição de decretos autônomos, de caráter geral
como característica a revogabilidade, podendo a admi- e abstrato, para suprir lacunas da lei.
nistração, em respeito ao interesse público, cassar os H H[SUHVVmRGRVSULQFtSLRVGDFHOHULGDGHHGDHÀFLrQFLD
efeitos do ato que a concede. pois tem lugar para viabilizar a edição de decretos que
II. Autorização é ato administrativo declaratório e vin- veiculem soluções para casos concretos, diante da ine-
culado e, dessa forma, uma vez adimplidas as condições xistência de previsão legal a respeito.
legais, deverá a Administração outorgá-la, não podendo,
por conta de sua natureza jurídica, revogá-la posterior-
Resposta: Letra A. A letra B está incorreta pois o po-
mente.
der regulamentar tem como função primordial a regu-
III. Sanção de polícia tem como característica o em-
prego de medidas inibitórias ou dissuasoras e tem como lamentação de leis proferidas pelo Legislativo. Haven-
ÀQDOLGDGH FHVVDU SUiWLFDV LOtFLWDV SHUSHWUDGDV SRU SDUWL- do omissão, não há fundamento para regulamentar. A
culares e por funcionários públicos, garantida a ampla letra C e E estão incorretas, pois o poder regulamentar
defesa. encontra seu fundamento no princípio da legalidade,
IV. O poder de polícia administrativo poderá ser de- HQmRGDHÀFLrQFLDRXFHOHULGDGH$OHWUD'HVWiLQFRU-
OHJDGRPHGLDQWHOHLHVSHFtÀFDDHQWHVGD$GPLQLVWUDomR UHWDSRLVRSRGHUUHJXODPHQWDUQmRWHPFRPRÀQDOL-
Indireta. dade preencher lacunas da lei, mas regulamentar as
V. Sanção de polícia, quando extroversa, é imposta a leis já existentes.
WRGRVRVDGPLQLVWUDGRVLQGLVWLQWDPHQWHFRPDÀQDOLGD-
de de inibir condutas ilícitas ou, se ocorrida, reprimir o 3. (AFAP – ANALISTA DE FOMENTO – FCC – 2019) A
autor da infração. celebração de contrato administrativo entre empresa
Está corretoRTXHVHDÀUPD$3(1$6HP particular e a Administração pública permite a incidência
do poder:
a) II, III e IV.
b) I, II e IV. a) de polícia em relação aos atos praticados pela contra-
c) II, IV e V. tada para a execução do objeto contratual, incluindo a
d) III, IV e V. aplicação de penalidades.
e) I, III e V. b) normativo, diante da necessidade de aditamento do
contrato para estabelecimento de alterações de or-
Resposta: Letra D. Em I, a licença é ato administrativo dem qualitativa.
YLQFXODGR H GHÀQLWLYR GLVSRVWR HP OHL 2 GLUHLWR GH c) disciplinar em relação à contratada, tendo em vista que
receber sua pretensão independe da vontade do ad- essa atuação abrange relações jurídicas que excedem
ministrador. Em II, a autorização é ato administrativo o vínculo funcional, tal como vínculo contratual.
discricionário, unilateral e precário, envolve interesses d) hierárquico, tendo em vista que esta prerrogativa con-
predominantemente privados do particular, podendo fere posição de supremacia do poder público contra-
ser revogada a qualquer tempo pela autoridade com- tante em relação à contratada, admitindo inclusive
petente. Importante frisar que é possível a delegação alterações unilaterais do contrato.
do poder de polícia, sobretudo em relação as tarefas e) regulatório, tendo em vista que o vínculo contratual
GH FRQVHQWLPHQWR H ÀVFDOL]DomR SRGHQGR VHU GHOH- entre a Administração pública e o particular admite al-
gado inclusive para particulares. Porém, a criação de terações unilaterais por parte do contratante sempre
normas, bem como a aplicação de sanções são atri- que o interesse público assim recomendar, indepen-
buições indelegáveis. dentemente de concordância do contratado.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

2. (PREFEITURA DE RECIFE-PE – ANALISTA DE PLANE- Resposta: Letra C. A letra A está incorreta, pois a
JAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO – FCC – 2019) O aplicação de penalidades para os particulares que
exercício do poder normativo pelos entes públicos con- apresentam um vínculo especial com a Administração
ÀJXUD decorre do poder disciplinar. A letra B e E estão incor-
retas, pois o poder normativo (ou regulamentar) é um
a) atuação que abrange a edição de decretos regulamen-
poder geral conferido à Administração Pública para
tares sem inovação de mérito em face da lei regula-
expedir atos normativos gerais e abstratos de efeito
mentada, embora também permita a edição de decre-
erga omnes, facilitando a compreensão do texto legal.
tos autônomos em situações expressamente previstas.
A letra D está incorreta, pois o poder hierárquico é
b) expressão do princípio da supremacia do interesse pú-
aplicado somente para as pessoas que integram a Ad-
blico, pois admite que o Executivo possa editar atos
ministração Pública, e não aos particulares, ainda que
normativos quando houver omissão, voluntária ou in-
possuam um vínculo com a mesma.
voluntária, da legislação.
F FRUROiULRGRSULQFtSLRGDHÀFLrQFLDWHQGRHPYLVWDTXH

25
de Executivo, isto é, Ministros e Secretários das di-
versas pastas, bem como os Senadores, Deputados
AGENTES PÚBLICOS )HGHUDLV H (VWDGXDLV H RV 9HUHDGRUHVµ2. O agente
político é aquele detentor de cargo eletivo, eleito
por mandatos transitórios.
b) servidores públicos, que se dividem em funcio-
Conceito nário público, empregado público e contratados
em caráter temporário. Os servidores públicos
Agente público é expressão que engloba todas as formam a grande massa dos agentes do Estado,
pessoas lotadas na Administração, isto é, trata-se da- desenvolvendo variadas funções. O funcionário
queles que servem ao Poder Público. “A expressão público é o tipo de servidor público que é titular
DJHQWHS~EOLFRWHPVHQWLGRDPSORVLJQLÀFDRFRQMXQWR de um cargo, se sujeitando a regime estatutário
de pessoas que, a qualquer título, exercem uma função (previsto em estatuto próprio, não na CLT). O em-
pública como prepostos do Estado. Essa função, é mister pregado público é o tipo de servidor público que
TXHVHGLJDSRGHVHUUHPXQHUDGDRXJUDWXLWDGHÀQLWLYD é titular de um emprego, sujeitando-se ao regime
ou transitória, política ou jurídica. O que é certo é que, celetista (CLT). Tanto o funcionário público quan-
quando atuam no mundo jurídico, tais agentes estão de to o empregado público somente se vinculam à
alguma forma vinculados ao Poder Público. Como se Administração mediante concurso público, sendo
sabe, o Estado só se faz presente através das pessoas nomeados em caráter efetivo. Contratados em
físicas que em seu nome manifestam determinada von- caráter temporário são servidores contratados
tade, e é por isso que essa manifestação volitiva acaba por um período certo e determinado, por força
por ser imputada ao próprio Estado. São todas essas de uma situação de excepcional interesse público,
SHVVRDVItVLFDVTXHFRQVWLWXHPRVDJHQWHVS~EOLFRVµ1. não sendo nomeados em caráter efetivo, ocupan-
Neste sentido, o artigo 2º da Lei nº 8.429/92 (Lei de do uma função pública.
Improbidade Administrativa): c) particulares em colaboração com o Estado – são
5HSXWDVH DJHQWH S~EOLFR SDUD RV HIHLWRV GHVWD OHL agentes que, embora sejam particulares, executam
todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou funções públicas especiais que podem ser quali-
sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, ÀFDGDVFRPRS~EOLFDV([PHViULRMXUDGRUHFUX-
contratação ou qualquer outra forma de investidura tados para serviço militar.
ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas en-
WLGDGHVPHQFLRQDGDVQRDUWLJRDQWHULRU
Quanto às entidades as quais o agente pode estar #FicaDica
vinculado, tem-se o artigo 1º da Lei nº 8.429/92: Os agentes públicos podem ser agentes políti-
Os atos de improbidade praticados por qualquer cos, particulares em colaboração com o Estado
agente público, servidor ou não, contra a administração e servidores públicos. Logo, o servidor público
direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Po- é uma espécie do gênero agente público. Com
deres da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos efeito, funcionário público é uma espécie do
Municípios, de Território, de empresa incorporada ao gênero servidor público, abrangendo apenas
patrimônio público ou de entidade para cuja criação os servidores que se sujeitam a regime esta-
ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com tutário.
mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita
DQXDOVHUmRSXQLGRVQDIRUPDGHVWDOHL
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penali- Natureza jurídica da relação de emprego público
dades desta lei os atos de improbidade praticados
contra o patrimônio de entidade que receba sub- O servidor público de sociedade de economia mista e
YHQomR EHQHItFLR RX LQFHQWLYR ÀVFDO RX FUHGLWtFLR de empresa pública não se sujeita a Estatuto, mas sim à
de órgão público bem como daquelas para cuja cria- Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. Em suma, não
ção ou custeio o erário haja concorrido ou concorra são estatutários e sim celetistas. Logo, a natureza jurídi-
com menos de cinquenta por cento do patrimônio ca da relação de emprego público é contratual, embo-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a ra o vínculo tenha natureza pública. Inclusive, eventuais
sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a FRQÁLWRVWUDEDOKLVWDVVmRUHVROYLGRVSHUDQWHDMXVWLoDGR
contribuição dos cofres públicos. trabalho.
Apesar disso, são contratados mediante concurso
Espécies; cargo, emprego e função público de provas ou provas e títulos, pois mesmo as
empresas públicas e as sociedades de economia mista
Os agentes públicos subdividem-se em: são obrigadas a respeitar um núcleo obrigatório míni-
a) agentes políticos – “são os titulares dos cargos mo, que envolve o dever de contratar apenas por con-
estruturais à organização política do País [...], Presi- curso.
dente da República, Governadores, Prefeitos e res-
pectivos vices, os auxiliares imediatos dos chefes
1 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administra- 2 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrati-
tivo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010. vo. 32. ed. São Paulo: Malheiros, 2015.

26
3DUiJUDIR~QLFR2VGHPDLVUHTXLVLWRVSDUDRLQJUHVVR
#FicaDica e o desenvolvimento do servidor na carreira, mediante
Empregado público é celetista – Sujeita-se à SURPRomRVHUmRHVWDEHOHFLGRVSHODOHLTXHÀ[DUDVGLUH-
CLT – Relação contratual trizes do sistema de carreira na Administração Pública
Servidor público é estatutário – Sujeita-se à )HGHUDOHVHXVUHJXODPHQWRV
respectiva lei especial – Relação estatutária No concurso de provas o candidato é avaliado ape-
nas pelo seu desempenho nas provas, ao passo que nos
concursos de provas e títulos o seu currículo em toda sua
$XVrQFLDGHFRPSHWrQFLDDJHQWHGHIDWR DWLYLGDGHSURÀVVLRQDOWDPEpPpFRQVLGHUDGR
&DUJRHPFRPLVVmRpRFDUJRGHFRQÀDQoDTXHQmR
O agente precisa estar legitimamente investido num exige concurso público, sendo exceção à regra geral.
cargo para praticar um ato administrativo, isto é, deve Em todas outras situações, a administração direta e
ter competência para tanto. Contudo, existe a situação indireta é obrigada a prover seus cargos, empregos e fun-
do agente de fato, que é aquele em relação ao qual a ções por meio de concursos públicos. Inclusive, por mais
investidura está maculada de um defeito. que empresas públicas e sociedades de economia mista
Di Pietro3H[HPSOLÀFDWDOVLWXDomR´IDOWDGHUHTXLVL- sejam pessoas jurídicas de direito privado, devem respei-
WR OHJDO SDUD LQYHVWLGXUD FRPR FHUWLÀFDGR GH VDQLGD- tar o núcleo mínimo de imposições ao poder público, in-
de vencido; inexistência de formação universitária para clusive a obrigação de prover seus empregos por meio de
função que a exige, idade inferior ao mínimo legal; o concurso público.
mesmo ocorre quando o servidor está suspenso do car-
go, ou exerce funções depois de vencido o prazo de sua
contratação, ou continua em exercício após a idade-li- #FicaDica
PLWHSDUDDSRVHQWDGRULDFRPSXOVyULDµ Todas entidades da administração direta e in-
Essa ilegalidade gera efeitos na competência do ato direta devem realizar concurso público para
administrativo, mas não pode ser confundida com o contratar funcionários públicos.
crime de usurpação de função (art. 328, CP), no qual Exceção: cargo em comissão, baseado em con-
o sujeito exerce uma atribuição de cargo, emprego ou ÀDQoD
função pública, sem ocorrer nenhuma forma de investi-
dura. No caso do agente de fato, há investidura, mas ela
se deu sem os devidos requisitos. Servidor ocupante de cargo em comissão

Quanto aos atos praticados pelo agente de fato, a Os cargos em comissão são de nomeação livre, dis-
doutrina majoritária considera-os válidos, por causa da pensando concurso público.
aparência de conformidade com a lei e em preservação O ocupante de cargo em comissão não precisa ser ti-
da boa-fé dos administrados. Entretanto, será necessá- tular de cargo efetivo.
rio ponderar no caso concreto, utilizando como veto- 6HUYHSDUDFDUJRVGHFKHÀDVDVVHVVRUDPHQWRHGLUH-
res a segurança jurídica e a boa-fé da população, bem omRQRWDGDPHQWHFDUJRVGHFRQÀDQoD
como observando se a falta de competência não pode- Os servidores que ocupam cargo em comissão podem
ria ser facilmente detectada. ser exonerados a qualquer tempo, pois não adquirem es-
tabilidade e nem as garantias que dela decorrem (exone-
([LJrQFLD GH FRQFXUVR S~EOLFR SDUD LQYHVWLGXUD UDGR´DGQXWXPµ 
em cargo ou emprego público Se sujeita ao regime geral da previdência social.
Quanto ao regime de trabalho, será o mesmo dos de-
$UWLJR,,&)$LQYHVWLGXUDHPFDUJRRXHPSUHJR mais servidores do órgão em que ocupa o cargo – se for
público depende de aprovação prévia em concur- estatutário, seguirá o mesmo estatuto e fará jus aos direi-
so público de provas ou de provas e títulos, de tos ali previstos, exceto os de natureza previdenciária; se
acordo com a natureza e a complexidade do cargo for celetista, seguirá as normas da CLT e terá os mesmos
ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as direitos ali assegurados, inclusive FGTS.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

nomeações para cargo em comissão declarado em


OHLGHOLYUHQRPHDomRHH[RQHUDomR
#FicaDica
Neste sentido, preconiza o artigo 10 da Lei nº Servidor que ocupe cargo em comissão jamais
8.112/1990: adquire estabilidade.
$UWLJR/HLQž$QRPHDomRSDUDFDUJR Pode ser exonerado a qualquer tempo.
de carreira ou cargo isolado de provimento efetivo Não se sujeita a regime estatutário – contribui
depende de prévia habilitação em concurso público pelo INSS e se sujeita à CLT.
de provas ou de provas e títulos, obedecidos a ordem de
FODVVLÀFDomRHRSUD]RGHVXDYDOLGDGH

3 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 23. ed. São


Paulo: Atlas editora, 2010.

27
Servidor efetivo e vitalício: garantias Estágio probatório

O servidor público efetivo, aquele que foi provido Estabelece a Constituição Federal em seu artigo 41, a
em cargo mediante nomeação seguida da aprovação em ser lido em conjunto com o artigo 20 da Lei nº 8.112/1990:
concurso público, está apto a adquirir estabilidade, nos
moldes do artigo 41, CF, após WUrVDQRV de efetivo exer- $UWLJR  &)  6mR HVWiYHLV DSyV WUrV DQRV GH HIHWLYR
cício. exercício os servidores nomeados para cargo de provi-
Os primeiros 3 anos de serviço correspondem ao es- PHQWRHIHWLYRHPYLUWXGHGHFRQFXUVRS~EOLFR
tágio probatório, período em que o servidor deverá ser †ž2VHUYLGRUS~EOLFRHVWiYHOVySHUGHUiRFDUJR
submetido a uma avaliação especial de desempenho. I - em virtude de sentença judicial transitada em jul-
Nos moldes do artigo 41, §1º, CF, o servidor apenas gado;
perderá o cargo em virtude de sentença judicial transi- II - mediante processo administrativo em que lhe seja
tada em julgado, mediante processo administrativo em assegurada ampla defesa;
que lhe seja assegurada ampla defesa ou mediante pro- III - mediante procedimento de avaliação periódica de
cedimento de avaliação periódica de desempenho, na desempenho, na forma de lei complementar, assegu-
forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. UDGDDPSODGHIHVD
Logo, é possível a perda do cargo mesmo após adquirir a † ž ,QYDOLGDGD SRU VHQWHQoD MXGLFLDO D GHPLVVmR GR
estabilidade, mas há garantias quanto à forma como isso servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual
pode ocorrer. ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo
Além das hipóteses citadas, existe mais uma possibi- de origem, sem direito a indenização, aproveitado em
lidade de perda de cargo (sem caráter punitivo), mesmo outro cargo ou posto em disponibilidade com remune-
que o seu detentor seja estável no serviço público. Tra- UDomRSURSRUFLRQDODRWHPSRGHVHUYLoR
ta-se da perda de cargo para adequação dos gastos do †ž([WLQWRRFDUJRRXGHFODUDGDDVXDGHVQHFHVVLGD-
Estado à Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF. GH R VHUYLGRU HVWiYHO ÀFDUi HP GLVSRQLELOLGDGH FRP
A Constituição Federal inicialmente impõe que os en- remuneração proporcional ao tempo de serviço, até
tes federativos, no caso de extrapolação dos limites de VHXDGHTXDGRDSURYHLWDPHQWRHPRXWURFDUJR
gastos previstos na LRF, reduzam as despesas com servi- †ž&RPRFRQGLomRSDUDDDTXLVLomRGDHVWDELOLGDGH
dores públicos comissionados e não estáveis, conforme é obrigatória a avaliação especial de desempenho por
art. 169, §3º, CF. Mas se as medidas previstas no §3º do FRPLVVmRLQVWLWXtGDSDUDHVVDÀQDOLGDGH
DUWQmRIRUHPVXÀFLHQWHVSDUDDGHTXDUHFRQWURODU
as despesas públicas, a CF/88 prevê, em seu §4º, a perda $UW/HLQž$RHQWUDUHPH[HUFtFLRR
do cargo até mesmo na hipótese em que o seu ocupante servidor nomeado para cargo de provimento efetivo
detenha estabilidade no serviço público. Se ocorrer esta ÀFDUiVXMHLWRDHVWiJLRSUREDWyULRSRUSHUtRGRGH
hipótese, o servidor estável que perder o cargo terá di- (vinte e quatro) meses, durante o qual a sua aptidão e
reito a indenização correspondente a 1 mês de remune- capacidade serão objeto de avaliação para o desem-
ração por ano de serviço público. penho do cargo, observados os seguinte fatores:
Existem alguns servidores públicos efetivos que não I - assiduidade;
possuem apenas estabilidade, mas sim vitaliciedade. São II - disciplina;
eles os membros do Poder Judiciário e do Ministério Pú- III - capacidade de iniciativa;
EOLFR DUWLJR,&)DUWLJR†ž,´Dµ&)  IV - produtividade;
O prazo para a aquisição da vitaliciedade é diferente 9UHVSRQVDELOLGDGH
do prazo para aquisição da estabilidade, sendo adquiri-
da após 2 anos de serviço público. Durante esse perío- †ž TXDWUR PHVHVDQWHVGHÀQGRRSHUtRGRGRHV-
do, também é submetido o servidor a “estágio probató- tágio probatório, será submetida à homologação da
ULRµFKDPDGRGHSURFHVVRGHYLWDOLFLDPHQWR autoridade competente a avaliação do desempenho
Um fator importantíssimo a favor dos agentes vi- do servidor, realizada por comissão constituída para
talícios é que eles somente podem perder o cargo em HVVD ÀQDOLGDGH GH DFRUGR FRP R TXH GLVSXVHU D OHL
decorrência de decisão judicial transitada em julgado. ou o regulamento da respectiva carreira ou cargo,
Então, as várias hipóteses de perda de cargo previstas
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

sem prejuízo da continuidade de apuração dos fatores


para servidores estáveis não se aplicam aos servidores HQXPHUDGRVQRVLQFLVRV,D9GRFDSXWGHVWHDUWLJR
vitalícios. † ž 2 VHUYLGRU QmR DSURYDGR QR HVWiJLR SUREDWyULR
será exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo
anteriormente ocupado, observado o disposto no pa-
#FicaDica UiJUDIR~QLFRGRDUW
Apenas o servidor público efetivo pode se tor- †ž2VHUYLGRUHPHVWiJLRSUREDWyULRSRGHUiH[HUFHU
nar estável. quaisquer cargos de provimento em comissão ou fun-
A estabilidade depende de aprovação no está- o}HV GH GLUHomR FKHÀD RX DVVHVVRUDPHQWR QR yUJmR
gio probatório, cujo período é de 3 anos. ou entidade de lotação, e somente poderá ser cedido
DRXWURyUJmRRXHQWLGDGHSDUDRFXSDUFDUJRVGH1D-
tureza Especial, cargos de provimento em comissão do
Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, de
QtYHLVHRXHTXLYDOHQWHV

28
† ž $R VHUYLGRU HP HVWiJLR SUREDWyULR VRPHQWH SR- Readaptação é a passagem do servidor para outro
derão ser concedidas as licenças e os afastamentos FDUJRFRPSDWtYHOFRPDGHÀFLrQFLDItVLFDTXHHOHYHQKD
SUHYLVWRVQRVDUWVLQFLVRV,D,9HEHP a apresentar.
assim afastamento para participar de curso de forma- Reversão é o retorno ao serviço ativo do servidor
ção decorrente de aprovação em concurso para outro aposentado por invalidez quando insubsistentes os mo-
FDUJRQD$GPLQLVWUDomR3~EOLFD)HGHUDO tivos da aposentadoria.
†ž2HVWiJLRSUREDWyULRÀFDUiVXVSHQVRGXUDQWHDV Aproveitamento é o retorno ao serviço ativo do
OLFHQoDVHRVDIDVWDPHQWRVSUHYLVWRVQRVDUWV servidor que se encontrava em disponibilidade e foi
†žHEHPDVVLPQDKLSyWHVHGHSDUWLFLSDomR aproveitado em cargo semelhante àquele anteriormen-
em curso de formação, e será retomado a partir do te ocupado.
WpUPLQRGRLPSHGLPHQWR Reintegração é o retorno ao serviço ativo do servi-
dor que fora demitido, quando a demissão for anulada
2HVWiJLRSUREDWyULRSRGHVHUGHÀQLGRFRPRXPODS- administrativamente ou judicialmente, voltando para o
so de tempo no qual a aptidão e capacidade do servidor mesmo cargo que ocupava anteriormente.
serão avaliadas de acordo com critérios de assiduidade, Recondução é o retorno ao cargo anteriormente
disciplina, capacidade de iniciativa, produtividade e res- ocupado, do servidor que não logrou êxito no estágio
ponsabilidade. O servidor não aprovado no estágio pro- probatório de outro cargo para o qual foi nomeado de-
batório será exonerado ou, se estável, reconduzido ao corrente de outro concurso.
cargo anteriormente ocupado. Não existe vedação para Obs.: São consideradas formas inconstitucionais de
um servidor em estágio probatório exercer quaisquer provimento a transferência, que era a passagem de um
cargos de provimento em comissão ou funções de di- servidor de um quadro para outro dentro de um mesmo
UHomR FKHÀD RX DVVHVVRUDPHQWR QR yUJmR RX HQWLGDGH SRGHUHDDVFHQVmRTXHVLJQLÀFDYDDSDVVDJHPGHXPD
de lotação. carreira para outra.
Desde a Emenda Constitucional nº 19 de 1998, a dis- Em relação às formas de vacância, que ocorre quan-
GR R FDUJR S~ELFR DQWHULRUPHQWH RFXSDGR ÀFD OLYUH
ciplina do estágio probatório mudou, notadamente au-
colocam-se: falecimento, aposentadoria, promoção, de-
mentando o prazo de 2 anos para 3 anos. Tendo em vista
missão, exoneração, readaptação, posse em outro cargo
que a norma constitucional prevalece sobre a lei federal,
cuja acumulação seja vedada.
mesmo que ela não tenha sido atualizada, deve-se seguir
o disposto no artigo 41 da Constituição Federal.
Uma vez adquirida a aprovação no estágio probató- #FicaDica
rio, o servidor público somente poderá ser exonerado Vacância = liberação do cargo que antes se en-
nos casos do §1º do artigo 40 da Constituição Federal, contrava ocupado/provido.
notadamente: em virtude de sentença judicial transita- Provimento = preenchimento do cargo vago,
da em julgado; mediante processo administrativo em podendo ser originário ou derivado.
que lhe seja assegurada ampla defesa; ou mediante
procedimento de avaliação periódica de desempe-
nho, na forma de lei complementar, assegurada ampla Regime jurídico único: provimento, vacância, re-
defesa (sendo esta lei complementar ainda inexistente moção, redistribuição e substituição; direitos e van-
no âmbito federal). tagens; regime disciplinar; responsabilidade civil,
criminal e administrativa
Formas de provimento e vacância dos cargos pú-
blicos No âmbito federal, são objetos da Lei nº 8.112/1990,
que institui o regime jurídico dos servidores públicos
Provimento é o preenchimento do cargo público; ao civis federais, a qual foi estudada no material sobre ser-
passo que vacância é a sua desocupação. vidores públicos.
O provimento pode se dar de forma originária ou de-
rivada.
De forma originária, o provimento pressupõe que
EXERCÍCIOS COMENTADOS
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

não exista uma relação jurídica anterior entre servidor


público e Administração.
A única forma de provimento originário é a nomea- 1. (EBSERH - ASSISTENTE ADMINISTRATIVO -
ção, que pode ser em caráter efetivo (mediante aprova- CESPE/2018) Acerca do regime jurídico dos servidores
ção em concurso) ou em comissão (tratando-se de cargo públicos federais, julgue o item a seguir.
GHFRQÀDQoD  A promoção não constitui forma de provimento em car-
De forma derivada, o provimento pressupõe que go público.
exista uma relação jurídica anterior entre servidor pú-
blico e Administração. ( ) CERTO ( ) ERRADO
Pode se dar de diversas formas: promoção, readapta-
ção, reversão, aproveitamento, reintegração e recondução. Resposta: Errado. A promoção é uma forma deriva-
Promoção é a elevação de um servidor de uma classe da de provimento do cargo público, acessível àqueles
para outra dentro de uma mesma carreira. que estão na carreira e vão galgar novo degrau em
cargo de nível superior ao ocupado no momento.

29
2. (STJ - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ADMINISTRATIVA $UW o 3DUD RV HIHLWRV GHVWD /HL VHUYLGRU p D SHVVRD
- CESPE/2018) Julgue o seguinte item de acordo com as OHJDOPHQWHLQYHVWLGDHPFDUJRS~EOLFR
disposições constitucionais e legais acerca dos agentes
públicos. $UW o &DUJR S~EOLFR p R FRQMXQWR GH DWULEXLo}HV
A investidura em cargo, emprego ou função pública exi- e responsabilidades previstas na estrutura
ge a prévia aprovação em concurso público de provas ou organizacional que devem ser cometidas a um
de provas e títulos, na forma prevista em lei. VHUYLGRU
3DUiJUDIR~QLFR2VFDUJRVS~EOLFRVDFHVVtYHLVDWRGRV
( ) CERTO ( ) ERRADO os brasileiros, são criados por lei, com denominação
própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para
Resposta: Errado. A função pública é exercida por ser- SURYLPHQWRHPFDUiWHUHIHWLYRRXHPFRPLVVmR
vidores contratados temporariamente com base no arti- $UW o e SURLELGD D SUHVWDomR GH VHUYLoRV JUDWXLWRV
JR,;&)QmRGHSHQGHQGRGHFRQFXUVR'HVWDFDVH salvo os casos previstRVHPOHL
TXHRDUWLJR,,&)SUHYr´DLQYHVWLGXUDHPFDUJR
ou emprego público depende de aprovação prévia em Por regime jurídico dos servidores deve-se entender
concurso público de provas ou de provas e títulos, de o conjunto de regras referentes a todos os aspectos
acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou da relação entre o servidor público e a Administração.
emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as no- Envolve tanto questões inerentes à ocupação do cargo
meações para cargo em comissão declarado em lei de quanto direitos e deveres, entre outras.
OLYUHQRPHDomRHH[RQHUDomRµ Aplica-se na esfera federal, tanto para a Administração
direta quanto para a indireta.
3) (STM - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ADMINISTRA- A lei criará o cargo público, que poderá ser efetivo,
TIVA - CESPE/2018) Acerca do direito administrativo, caso em que o ingresso se dará mediante concurso, ou
dos atos administrativos e dos agentes públicos, julgue HP FRPLVVmR TXDQGR SRU XPD UHODomR GH FRQÀDQoD R
superior puder nomear seus funcionários enquanto
o item a seguir.
HVWLYHURFXSDQGRDTXHODSRVLomRGHFKHÀD
Em que pese ocuparem cargos eletivos, as pessoas físi-
Todo serviço público será remunerado pelos cofres
cas que compõem o Poder Legislativo são consideradas
públicos.
agentes públicos.

( ) CERTO ( ) ERRADO #FicaDica

Resposta: Certo. Existem três espécies de agentes pú- Cargo público = atribuições + responsabi-
blicos: agentes políticos, agentes administrativos (en- lidades
tram aqui os servidores e empregados públicos) e par- Modalidades = efetivo ou em comissão
WLFXODUHV HP FRODERUDomR FRP R (VWDGR $TXHOHV TXH
ocupam cargo eletivo, exercendo assim mandato, são a
JHQWHVSROtWLFRVHVSpFLHGRJrQHURDJHQWHS~EOLFR
Formas de provimento e vacância dos cargos pú-
blicos
REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES
PÚBLICOS FEDERAIS: LEI Nº 8.112/90 Título II
COM ALTERAÇÕES POSTERIORES. Do Provimento, Vacância, Remoção, Redistribuição
e Substituição
PROVIMENTO. VACÂNCIA. DIREITOS
E VANTAGENS. DOS DEVERES. DAS Basicamente, provimento é a ocupação do cargo
PROIBIÇÕES. DA ACUMULAÇÃO. por uma pessoa, transformando-a em servidora
DAS RESPONSABILIDADES. DAS pública; enquanto vacância é o que se dá quando um
PENALIDADES. DO PROCESSO FDUJRÀFDOLYUHUHPRomRpRGHVORFDPHQWRGRVHUYLGRU
ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR E SUA redistribuição é o deslocamento de um cargo para outro
REVISÃO órgão; substituição é a mudança de uma pessoa que está
RFXSDQGRFDUJRGHFKHÀDRXGLUHomRSRURXWUD
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Capítulo I
LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 Do Provimento
Das Disposições Preliminares Segundo Hely Lopes Meirelles4, provimento “é o ato pelo
qual se efetua o preenchimento do cargo público, com a
Título I GHVLJQDomRGHVHXWLWXODUµSRGHQGRVHURULJLQiULRRXLQLFLDOVH
Capítulo Único o agente não possui vinculação anterior com a Administração
Das Disposições Preliminares Pública; ou derivado, que pressupõe a existência de um
vínculo com a Administração, o qual pode ser horizontal, sem
$UWo(VWD/HLLQVWLWXLR5HJLPH-XUtGLFRGRV6HUYLGRUHV ascensão na carreira, ou vertical, com ascensão na carreira.
3~EOLFRV &LYLV GD 8QLmR GDV DXWDUTXLDV LQFOXVLYH DV
HPUHJLPHHVSHFLDOHGDVIXQGDo}HVS~EOLFDVIHGHUDLV 4 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. São
Paulo: Malheiros, 1993.

30
Seção I Seção II
Disposições Gerais Da Nomeação

$UW o São requisitos básicos para investidura em $UWo A nomeação far-se-á:


cargo público: I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo
I - a nacionalidade brasileira; isolado de provimento efetivo ou de carreira;
1DFLRQDOpRTXHSRVVXLYtQFXORSROtWLFRMXUtGLFRFRP II - em comissão, inclusive na condição de interino,
um Estado, fazendo parte de seu povo na qualidade SDUDFDUJRVGHFRQÀDQoDYDJRV
GHFLGDGmR 3DUiJUDIR ~QLFR 2 VHUYLGRU RFXSDQWH GH FDUJR
II - o gozo dos direitos políticos; em comissão ou de natureza especial poderá ser
Direitos políticos são os direitos garantidos ao cidadão nomeado para ter exercício, interinamente, em outro
que envolvem sua participação direta ou indireta nas FDUJR GH FRQÀDQoD VHP SUHMXt]R GDV DWULEXLo}HV GR
GHFLV}HVSROtWLFDVGR(VWDGR1R%UDVLOVHHQFRQWUDP que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar
QRVDUWLJRVHGD&RQVWLWXLomR)HGHUDO pela remuneração de um deles durante o período da
LQWHULQLGDGH
III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais; O cargo em comissão é temporário e não depende de
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício concurso público. Se o servidor for nomeado para outro
do cargo; cargo em comissão poderá exercer ambos de maneira
Ensino fundamental, ensino médio ou ensino superior, interina (temporária), mas somente poderá receber
confoUPHDFRPSOH[LGDGHGDVIXQo}HVGRFDUJR remuneração por um deles, o que optar.

V - a idade mínima de dezoito anos; $UW$QRPHDomRSDUDFDUJRGHFDUUHLUDRXFDUJR


9,DSWLGmRItVLFDHPHQWDO isolado de provimento efetivo depende de prévia
† R $V DWULEXLo}HV GR FDUJR SRGHP MXVWLÀFDU D habilitação em concurso público de provas ou de
H[LJrQFLDGHRXWURVUHTXLVLWRVHVWDEHOHFLGRVHPOHL SURYDVHWtWXORVREHGHFLGRVDRUGHPGHFODVVLÀFDomRH
3 H[  DQRV GH DWLYLGDGH MXUtGLFD SDUD FDUJRV GH RSUD]RGHVXDYDOLGDGH
PHPEURVGR0LQLVWpULR3~EOLFRRXGD0DJLVWUDWXUD 3DUiJUDIR~QLFR2VGHPDLVUHTXLVLWRVSDUDRLQJUHVVR
e o desenvolvimento do servidor na carreira, mediante
§ 2o­VSHVVRDVSRUWDGRUDVGHGHÀFLrQFLDpDVVHJXUDGR SURPRomR VHUmR HVWDEHOHFLGRV SHOD OHL TXH À[DU DV
o direito de se inscrever em concurso público diretrizes do sistema de carreira na Administração
para provimento de cargo cujas atribuições sejam 3~EOLFD)HGHUDOHVHXVUHJXODPHQWRV
FRPSDWtYHLVFRPDGHÀFLrQFLDGHTXHVmRSRUWDGRUDV
SDUDWDLVSHVVRDVVHUmRUHVHUYDGDVDWp YLQWHSRU Seção III
FHQWR GDVYDJDVRIHUHFLGDVQRFRQFXUVR Do Concurso Público
&RWDVSDUDGHÀFLHQWHV
$UW  2 FRQFXUVR VHUi GH SURYDV RX GH SURYDV
§ 3o$VXQLYHUVLGDGHVHLQVWLWXLo}HVGHSHVTXLVDFLHQWtÀFD e títulos, podendo ser realizado em duas etapas,
e tecnológica federais poderão prover seus cargos conforme dispuserem a lei e o regulamento do
com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de respectivo plano de carreira, condicionada a inscrição
DFRUGRFRPDVQRUPDVHRVSURFHGLPHQWRVGHVWD/HL GRFDQGLGDWRDRSDJDPHQWRGRYDORUÀ[DGRQRHGLWDO
([FHomRDRLQFLVR,GRDUWƒ quando indispensável ao seu custeio, e ressalvadas as
KLSyWHVHVGHLVHQomRQHOHH[SUHVVDPHQWHSUHYLVWDV
$UW o O provimento dos cargos públicos far-se-á
mediante ato da autoridade competente de cada $UW  2 FRQFXUVR S~EOLFR WHUi YDOLGDGH GH DWp 
3RGHU (dois) anos, podendo ser prorrogado uma única vez,
SRULJXDOSHUtRGR
$UW o A investidura em cargo público ocorrerá com †o O prazo de validade do concurso e as condições
DSRVVH GH VXD UHDOL]DomR VHUmR À[DGRV HP HGLWDO TXH VHUi
Por investidura entende-se a instalação formal em SXEOLFDGR QR 'LiULR 2ÀFLDO GD 8QLmR H HP MRUQDO
GLiULRGHJUDQGHFLUFXODomR
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

um cargo público, o que se dará quando a pessoa for


§ 2o 1mR VH DEULUi QRYR FRQFXUVR HQTXDQWR KRXYHU
HPSRVVDGD
candidato aprovado em concurso anterior com prazo
GHYDOLGDGHQmRH[SLUDGR
$UWo São formas de provimento de cargo público:
I - nomeação;
No concurso de provas o candidato é avaliado apenas
II - promoção;
pelo seu desempenho nas provas, ao passo que nos
,,,H,9 5HYRJDGRV
concursos de provas e títulos o seu currículo em toda sua
DWLYLGDGHSURÀVVLRQDOWDPEpPpFRQVLGHUDGR
V - readaptação;
VI - reversão; O edital delimita questões como valor da taxa de
VII - aproveitamento; inscrição, casos de isenção, número de vagas e prazo de
VIII - reintegração; validade.
,;UHFRQGXomR
'HWDOKHVDGLDQWH

31
SEÇÃO IV 1RWDVH TXH SDUD DV IXQo}HV HP FRQÀDQoD QmR Ki
DA POSSE E DO EXERCÍCIO prazo de 15 dias da posse, até mesmo porque ela não
existe nestas funções. Então, o prazo para exercício será
$UW$SRVVHGDUVHiSHODDVVLQDWXUDGRUHVSHFWLYR o do dia da publicação do ato de designação.
termo, no qual deverão constar as atribuições, os
deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes $UW2LQtFLRDVXVSHQVmRDLQWHUUXSomRHRUHLQtFLR
ao cargo ocupado, que não poderão ser alterados do exercício serão registrados no assentamento
unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados LQGLYLGXDOGRVHUYLGRU
RVDWRVGHRItFLRSUHYLVWRVHPOHL 3DUiJUDIR ~QLFR $R HQWUDU HP H[HUFtFLR R VHUYLGRU
†o A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados apresentará ao órgão competente os elementos
GDSXEOLFDomRGRDWRGHSURYLPHQWR QHFHVViULRVDRVHXDVVHQWDPHQWRLQGLYLGXDO
§ 2o Em se tratando de servidor, que esteja na data $UW  $ SURPRomR QmR LQWHUURPSH R WHPSR GH
de publicação do ato de provimento, em licença exercício, que é contado no novo posicionamento na
SUHYLVWDQRVLQFLVRV,,,,H9GRDUWRXDIDVWDGRQDV carreira a partir da data de publicação do ato que
KLSyWHVHVGRVLQFLVRV,,99,9,,,DOtQHDV´Dµ´Eµ´Gµ SURPRYHURVHUYLGRU
´HµH´Iµ,;H;GRDUWRSUD]RVHUiFRQWDGRGR Na promoção não há nova posse. Então, o servidor
término dRLPSHGLPHQWR não tem 15 dias para entrar em exercício, o fazendo no
§ 3o A posse poderá dar-se mediante procuração dia da publicação do ato.
HVSHFtÀFD
†o Só haverá posse nos casos de provimento de cargo $UW  2 VHUYLGRU TXH GHYD WHU H[HUFtFLR HP RXWUR
SRUQRPHDomR município em razão de ter sido removido, redistribuído,
§ 5o1RDWRGDSRVVHRVHUYLGRUDSUHVHQWDUiGHFODUDomR
requisitado, cedido ou posto em exercício provisório
de bens e valores que constituem seu patrimônio e
terá, no mínimo, dez e, no máximo, trinta dias de prazo,
declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo,
contados da publicação do ato, para a retomada do
HPSUHJRRXIXQomRS~EOLFD
efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluído
†o Será tornado sem efeito o ato de provimento se
nesse prazo o tempo necessário para o deslocamento
D SRVVH QmR RFRUUHU QR SUD]R SUHYLVWR QR † o deste
SDUDDQRYDVHGH
DUWLJR
† o 1D KLSyWHVH GH R VHUYLGRU HQFRQWUDUVH HP
2WHUPRGHSRVVHpGRWDGRGHFRQWH~GRHVSHFtÀFR licença ou afastado legalmente, o prazo a que se
eSRVVtYHOWRPDUSRVVHPHGLDQWHSURFXUDomRHVSHFtÀFD refere este artigo será contado a partir do término do
Não há posse nos cargos em comissão. A declaração LPSHGLPHQWR
GHEHQVHYDORUHVYLVDSHUPLWLUDYHULÀFDomRGDVLWXDomR § 2o e IDFXOWDGR DR VHUYLGRU GHFOLQDU GRV SUD]RV
ÀQDQFHLUD GR VHUYLGRU GH IRUPD D SHUFHEHU VH HOH HVWDEHOHFLGRVQRFDSXW
enriqueceu desproporcionalmente durante o exercício
do cargo. Se o servidor estava em exercício em outro município
e é convocado por publicação para retomar a posição
$UW$SRVVHHPFDUJRS~EOLFRGHSHQGHUiGHSUpYLD superior tem um prazo entre 10 e 30 dias, dos quais pode
LQVSHomRPpGLFDRÀFLDO desistir, se quiser.
3DUiJUDIR~QLFR6ySRGHUiVHUHPSRVVDGRDTXHOHTXH
for julgado apto física e mentalmente para o exercício $UW2VVHUYLGRUHVFXPSULUmRMRUQDGDGHWUDEDOKR
GRFDUJR À[DGD HP UD]mR GDV DWULEXLo}HV SHUWLQHQWHV DRV
respectivos cargos, respeitada a duração máxima do
$UW([HUFtFLRpRHIHWLYRGHVHPSHQKRGDVDWULEXLo}HV trabalho semanal de quarenta horas e observados os
GRFDUJRS~EOLFRRXGDIXQomRGHFRQÀDQoD limites mínimo e máximo de seis horas e oito horas
†oeGHTXLQ]HGLDVRSUD]RSDUDRVHUYLGRUHPSRVVDGR GLiULDVUHVSHFWLYDPHQWH
em cargo público entrar em exercício, contados da †o O ocupante de cargo em comissão ou função de
GDWDGDSRVVH FRQÀDQoDVXEPHWHVHDUHJLPHGHLQWHJUDOGHGLFDomR
§ 2o O servidor será exonerado do cargo ou será DRVHUYLoRREVHUYDGRRGLVSRVWRQRDUWSRGHQGR
tornado sem efeito o ato de sua designação para ser convocado sempre que houver interesse da
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

IXQomR GH FRQÀDQoD VH QmR HQWUDU HP H[HUFtFLR QRV $GPLQLVWUDomR
prazos previstos neste artigo, observado o disposto no § 2o O disposto neste artigo não se aplica a duração de
DUW WUDEDOKRHVWDEHOHFLGDHPOHLVHVSHFLDLV
§ 3o À autoridade competente do órgão ou entidade
para onde for nomeado ou designado o servidor $UW  $R HQWUDU HP H[HUFtFLR R VHUYLGRU QRPHDGR
FRPSHWHGDUOKHH[HUFtFLR SDUD FDUJR GH SURYLPHQWR HIHWLYR ÀFDUi VXMHLWR D
† o 2 LQtFLR GR H[HUFtFLR GH IXQomR GH FRQÀDQoD HVWiJLRSUREDWyULRSRUSHUtRGRGH YLQWHHTXDWUR 
coincidirá com a data de publicação do ato de meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade
designação, salvo quando o servidor estiver em licença serão objeto de avaliação para o desempenho do
ou afastado por qualquer outro motivo legal, hipótese cargo, observados os seguinte fatores:
em que recairá no primeiro dia útil após o término do I - assiduidade;
impedimento, que não poderá exceder a trinta dias da II - disciplina;
SXEOLFDomR III - capacidade de iniciativa;

32
IV - produtividade; †ž&RPRFRQGLomRSDUDDDTXLVLomRGDHVWDELOLGDGH
9UHVSRQVDELOLGDGH é obrigatória a avaliação especial de desempenho por
† o  TXDWUR  PHVHV DQWHV GH ÀQGR R SHUtRGR GR FRPLVVmRLQVWLWXtGDSDUDHVVDÀQDOLGDGH
estágio probatório, será submetida à homologação da
autoridade competente a avaliação do desempenho SEÇÃO V
do servidor, realizada por comissão constituída para DA ESTABILIDADE
HVVD ÀQDOLGDGH GH DFRUGR FRP R TXH GLVSXVHU D OHL
ou o regulamento da respectiva carreira ou cargo, $UW  2 VHUYLGRU KDELOLWDGR HP FRQFXUVR S~EOLFR H
sem prejuízo da continuidade de apuração dos fatores empossado em cargo de provimento efetivo adquirirá
HQXPHUDGRVQRVLQFLVRV,D9GRFDSXWGHVWHDUWLJR estabilidade no serviço público ao completar 2 (dois)
§ 2o O servidor não aprovado no estágio probatório DQRVGHHIHWLYRH[HUFtFLR
será exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo
anteriormente ocupado, observado o disposto no ATENÇÃO: Vale o prazo de 3 anos, conforme
SDUiJUDIR~QLFRGRDUW Constituição Federal (artigo 41 retrocitado).
§ 3o O servidor em estágio probatório poderá exercer $UW  2 VHUYLGRU HVWiYHO Vy SHUGHUi R FDUJR HP
quaisquer cargos de provimento em comissão ou virtude de sentença judicial transitada em julgado ou
IXQo}HV GH GLUHomR FKHÀD RX DVVHVVRUDPHQWR QR de processo administrativo disciplinar no qual lhe seja
órgão ou entidade de lotação, e somente poderá DVVHJXUDGDDPSODGHIHVD
ser cedido a outro órgão ou entidade para ocupar
FDUJRV GH 1DWXUH]D (VSHFLDO FDUJRV GH SURYLPHQWR Seção VI
em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento 'D7UDQVIHUrQFLD
6XSHULRUHV'$6GHQtYHLVHRXHTXLYDOHQWHV
† o Ao servidor em estágio probatório somente $UW ([HFXomRVXVSHQVD
poderão ser concedidas as licenças e os afastamentos
SUHYLVWRV QRV DUWV  LQFLVRV , D ,9   H  SEÇÃO VII
bem assim afastamento para participar de curso de DA READAPTAÇÃO
formação decorrente de aprovação em concurso para
RXWURFDUJRQD$GPLQLVWUDomR3~EOLFD)HGHUDO $UW  5HDGDSWDomR p D LQYHVWLGXUD GR VHUYLGRU HP
§ 5o2HVWiJLRSUREDWyULRÀFDUiVXVSHQVRGXUDQWHDV cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis
OLFHQoDVHRVDIDVWDPHQWRVSUHYLVWRVQRVDUWV com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade
†oHEHPDVVLPQDKLSyWHVHGHSDUWLFLSDomR ItVLFDRXPHQWDOYHULÀFDGDHPLQVSHomRPpGLFD
em curso de formação, e será retomado a partir do † o Se julgado incapaz para o serviço público, o
WpUPLQRGRLPSHGLPHQWR UHDGDSWDQGRVHUiDSRVHQWDGR
§ 2o A readaptação será efetivada em cargo de
Desde a Emenda Constitucional nº 19 de 1998, a DWULEXLo}HV DÀQV UHVSHLWDGD D KDELOLWDomR H[LJLGD
disciplina do estágio probatório mudou, notadamente nível de escolaridade e equivalência de vencimentos e,
aumentando o prazo de 2 anos para 3 anos. Tendo em na hipótese de inexistência de cargo vago, o servidor
vista que a norma constitucional prevalece sobre a lei exercerá suas atribuições como excedente, até a ocor
federal, mesmo que ela não tenha sido atualizada, deve- UrQFLDGHYDJD
se seguir o disposto no artigo 41 da Constituição Federal:
Se o funcionário deixa de ter condições físicas
$UW  &) 6mR HVWiYHLV DSyV WUrV DQRV GH HIHWLYR ou psicológicas para ocupar seu cargo, deverá ser
exercício os servidores nomeados para cargo de readaptado para cargo semelhante que não exija tais
SURYLPHQWRHIHWLYRHPYLUWXGHGHFRQFXUVRS~EOLFR aptidões. Ex.: funcionário trabalhava como atendente
†ž2VHUYLGRUS~EOLFRHVWiYHOVySHUGHUiRFDUJR numa repartição, se movimentando o tempo todo e
I - em virtude de sentença judicial transitada em VRIUHXPDFLGHQWHÀFDQGRSDUDSOpJLFR6XDFDSDFLGDGH
julgado; PHQWDOQmRÀFRXSUHMXGLFDGDHPERUDVHMDLQFRQYHQLHQWH
II - mediante processo administrativo em que lhe seja ele ter que fazer tantos movimentos no exercício das
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

assegurada ampla defesa; funções. Por isso, pode ser reconduzido para outro cargo
III - mediante procedimento de avaliação periódica técnico na repartição que seja mais burocrático e exija
de desempenho, na forma de lei complementar, menos movimentação física, como o de assistente de um
DVVHJXUDGDDPSODGHIHVD superior.
† ž ,QYDOLGDGD SRU VHQWHQoD MXGLFLDO D GHPLVVmR GR
servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual SEÇÃO VIII
ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo DA REVERSÃO
de origem, sem direito a indenização, aproveitado
em outro cargo ou posto em disponibilidade com $UW5HYHUVmRpRUHWRUQRjDWLYLGDGHGHVHUYLGRU
UHPXQHUDomRSURSRUFLRQDODRWHPSRGHVHUYLoR aposentado:
†ž([WLQWRRFDUJRRXGHFODUDGDDVXDGHVQHFHVVLGDGH ,SRULQYDOLGH]TXDQGRMXQWDPpGLFDRÀFLDOGHFODUDU
R VHUYLGRU HVWiYHO ÀFDUi HP GLVSRQLELOLGDGH FRP insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou
remuneração proporcional ao tempo de serviço, até II - no interesse da administração, desde que:
VHXDGHTXDGRDSURYHLWDPHQWRHPRXWURFDUJR a) tenha solicitado a reversão;

33
b) a aposentadoria tenha sido voluntária; ,,UHLQWHJUDomRGRDQWHULRURFXSDQWH
c) estável quando na atividade; 3DUiJUDIR ~QLFR (QFRQWUDQGRVH SURYLGR R FDUJR GH
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos origem, o servidor será aproveitado em outro, obser-
anteriores à solicitação; YDGRRGLVSRVWRQRDUW
H KDMDFDUJRYDJR Como visto, quando um servidor é promovido ele se
†o A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo sujeita a novo estágio probatório e, caso seja inabilitado,
UHVXOWDQWHGHVXDWUDQVIRUPDomR voltará ao cargo que antes ocupava. Ainda, se alguém
§ 2o O tempo em que o servidor estiver em exercício estiver ocupando o cargo de um servidor que tenha
VHUiFRQVLGHUDGRSDUDFRQFHVVmRGDDSRVHQWDGRULD sido injustamente demitido, quando este voltar deverá
§ 3o 1R FDVR GR LQFLVR , HQFRQWUDQGRVH SURYLGR R desocupar o cargo. Se a posição antes ocupada não
cargo, o servidor exercerá suas atribuições como estiver livre, deverá ser reaproveitado em outro cargo
H[FHGHQWHDWpDRFRUUrQFLDGHYDJD semelhante.
†o O servidor que retornar à atividade por interesse
da administração perceberá, em substituição aos Seção XI
proventos da aposentadoria, a remuneração do cargo Da Disponibilidade e do Aproveitamento
que voltar a exercer, inclusive com as vantagens de
natureza pessoal que percebia anteriormente à $UW  2 UHWRUQR j DWLYLGDGH GH VHUYLGRU HP
DSRVHQWDGRULD disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento
§ 5o O servidor de que trata o inciso II somente terá os obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos
proventos calculados com base nas regras atuais se FRPSDWtYHLVFRPRDQWHULRUPHQWHRFXSDGR
SHUPDQHFHUSHORPHQRVFLQFRDQRVQRFDUJR
†o O Poder Executivo regulamentará o disposto neste $UW2yUJmR&HQWUDOGR6LVWHPDGH3HVVRDO&LYLO
DUWLJR determinará o imediato aproveitamento de servidor
em disponibilidade em vaga que vier a ocorrer nos
$UW 5HYRJDGR yUJmRVRXHQWLGDGHVGD$GPLQLVWUDomR3~EOLFD)HGHUDO
$UW1mRSRGHUiUHYHUWHURDSRVHQWDGRTXHMiWLYHU 3DUiJUDIR~QLFR1DKLSyWHVHSUHYLVWDQR†o GRDUW
FRPSOHWDGR VHWHQWD DQRVGHLGDGH  R VHUYLGRU SRVWR HP GLVSRQLELOLGDGH SRGHUi VHU
mantido sob responsabilidade do órgão central do
Merece destaque a impossibilidade de cumulação 6LVWHPD GH 3HVVRDO &LYLO GD $GPLQLVWUDomR )HGHUDO 
da aposentadoria com a remuneração caso o servidor 6,3(&DWpRVHXDGHTXDGRDSURYHLWDPHQWRHPRXWUR
retorne às funções. yUJmRRXHQWLGDGH
$UW  6HUi WRUQDGR VHP HIHLWR R DSURYHLWDPHQWR H
SEÇÃO IX cassada a disponibilidade se o servidor não entrar em
DA REINTEGRAÇÃO exercício no prazo legal, salvo doença comprovada por
MXQWDPpGLFDRÀFLDO
$UW  $ UHLQWHJUDomR p D UHLQYHVWLGXUD GR VHUYLGRU
estável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo
Servidor posto em disponibilidade não é servidor
resultante de sua transformação, quando invalidada a
aposentado. É apenas um servidor aguardando que surja
sua demissão por decisão administrativa ou judicial,
um posto adequado para que ocupe. Quando ele surgir,
FRPUHVVDUFLPHQWRGHWRGDVDVYDQWDJHQV
deverá entrar em exercício, sob pena de ter revogada a
†o1DKLSyWHVHGHRFDUJRWHUVLGRH[WLQWRRVHUYLGRU
ÀFDUi HP GLVSRQLELOLGDGH REVHUYDGR R GLVSRVWR QRV
disponibilidade, deixando de ser servidor público.
DUWVH
§ 2o Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual Capítulo II
ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem Da Vacância
direito à indenização ou aproveitado em outro cargo,
RXDLQGDSRVWRHPGLVSRQLELOLGDGH $UW$YDFkQFLDGRFDUJRS~EOLFRGHFRUUHUiGH
I - exoneração;
Se um servidor for injustamente demitido e a sua II - demissão;
III - promoção;
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

demissão for invalidada, será reinvestido no cargo,


sendo totalmente ressarcido (por exemplo, recebendo ,9H9 5HYRJDGRV
os salários do período em que foi afastado). Caso o VI - readaptação;
cargo esteja extinto, será posto em disponibilidade; caso VII - aposentadoria;
o cargo exista e alguém o estiver ocupando, este será VIII - posse em outro cargo inacumulável;
retirado do cargo, devolvendo-o ao seu legítimo titular. ,;IDOHFLPHQWR

SEÇÃO X $UW  $ H[RQHUDomR GH FDUJR HIHWLYR GDUVHi D


DA RECONDUÇÃO SHGLGRGRVHUYLGRURXGHRItFLR
3DUiJUDIR~QLFR$H[RQHUDomRGHRItFLRGDUVHi
$UW5HFRQGXomRpRUHWRUQRGRVHUYLGRUHVWiYHODR I - quando não satisfeitas as condições do estágio
cargo anteriormente ocupado e decorrerá de: probatório;
I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar
cargo; HPH[HUFtFLRQRSUD]RHVWDEHOHFLGR

34
Sendo o cargo efetivo, somente será exonerado de dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal
ofício se não for habilitado no estágio probatório e se e dos Municípios, que foi deslocado no interesse da
não entrar em exercício no prazo legal. $GPLQLVWUDomR ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH
$UW  $ H[RQHUDomR GH FDUJR HP FRPLVVmR H D b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge,
GLVSHQVDGHIXQomRGHFRQÀDQoDGDUVHi companheiro ou dependente que viva às suas expensas
I - a juízo da autoridade competente; e conste do seu assentamento funcional, condicionada
,,DSHGLGRGRSUySULRVHUYLGRU jFRPSURYDomRSRUMXQWDPpGLFDRÀFLDO ,QFOXtGRSHOD
Como o cargo em comissão refere-se a uma relação /HLQžGH
GH FRQÀDQoD SDUD FRP D DXWRULGDGH FRPSHWHQWH HVWD c) em virtude de processo seletivo promovido, na
poderá exonerar o servidor. hipótese em que o número de interessados for
superior ao número de vagas, de acordo com normas
#FicaDica preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que
DTXHOHVHVWHMDPORWDGRV ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH
Formas de provimento 
- Originário
Nomeação – Em caráter efetivo ou em co- Seção II
missão Da Redistribuição
- Derivado
Promoção – Ascensão do cargo ocupado $UW5HGLVWULEXLomRpRGHVORFDPHQWRGHFDUJRGH
para um cargo sucessivo e ascendente, pos- provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do
sível quando o servidor tiver seu cargo es- quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade
truturado em carreira. do mesmo Poder, com prévia apreciação do órgão
Aproveitamento – Retorno de um servidor FHQWUDOGR6,3(&REVHUYDGRVRVVHJXLQWHVSUHFHLWRV
posto em disponibilidade. 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH
Readaptação – Realocação de servidor que ,  LQWHUHVVH GD DGPLQLVWUDomR ,QFOXtGR SHOD /HL Qž
WHQKDVHWRUQDGRGHÀFLHQWHSDUDFDUJRFRP- GH
patível. ,,HTXLYDOrQFLDGHYHQFLPHQWRV ,QFOXtGRSHOD/HLQž
Reintegração – Retorno de servidor a cargo GH
anteriormente ocupado ou em cargo resul- III - manutenção da essência das atribuições do cargo;
tante de sua transformação quando invali- ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH
dada a decisão de sua demissão. IV - vinculação entre os graus de responsabilidade
Recondução – Retorno de servidor a cargo H FRPSOH[LGDGH GDV DWLYLGDGHV ,QFOXtGR SHOD /HL Qž
anteriormente ocupado em decorrência de GH
inabilitação no estágio probatório de outro V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou
cargo ou por ter o ocupante anterior sido KDELOLWDomRSURÀVVLRQDO ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH
reintegrado. 
Reversão – Retorno do servidor ao cargo VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e
ocupado quando anteriormente aposentado DV ÀQDOLGDGHV LQVWLWXFLRQDLV GR yUJmR RX HQWLGDGH
por invalidez, caso cesse a doença ou condi- ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH
ção incapacitante. † ž $ UHGLVWULEXLomR RFRUUHUi H[ R૾FLR SDUD
ajustamento de lotação e da força de trabalho às
necessidades dos serviços, inclusive nos casos de
Capítulo III reorganização, extinção ou criação de órgão ou
Da Remoção e da Redistribuição HQWLGDGH ,QFOXtGRSHOD/HLQžGH
Seção I †ž$UHGLVWULEXLomRGHFDUJRVHIHWLYRVYDJRVVHGDUi
Da Remoção PHGLDQWHDWRFRQMXQWRHQWUHRyUJmRFHQWUDOGR6,3(&
e os órgãos e entidades da Administração Pública
$UW   5HPRomR p R GHVORFDPHQWR GR VHUYLGRU D )HGHUDO HQYROYLGRV ,QFOXtGR SHOD /HL Qž  GH

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com


RXVHPPXGDQoDGHVHGH † ž  1RV FDVRV GH UHRUJDQL]DomR RX H[WLQomR GH
3DUiJUDIR ~QLFR 3DUD ÀQV GR GLVSRVWR QHVWH DUWLJR órgão ou entidade, extinto o cargo ou declarada sua
HQWHQGHVH SRU PRGDOLGDGHV GH UHPRomR 5HGDomR desnecessidade no órgão ou entidade, o servidor
GDGDSHOD/HLQžGH estável que não for redistribuído será colocado em
I - de ofício, no interesse da Administração; (Incluído disponibilidade, até seu aproveitamento na forma dos
SHOD/HLQžGH DUWVH 3DUiJUDIRUHQXPHUDGRHDOWHUDGRSHOD
II - a pedido, a critério da Administração; (Incluído /HLQžGH
SHOD/HLQžGH † ž  2 VHUYLGRU TXH QmR IRU UHGLVWULEXtGR RX
III - a pedido, para outra localidade, independentemente colocado em disponibilidade poderá ser mantido sob
GR LQWHUHVVH GD $GPLQLVWUDomR ,QFOXtGR SHOD /HL Qž UHVSRQVDELOLGDGH GR yUJmR FHQWUDO GR 6,3(& H WHU
GH exercício provisório, em outro órgão ou entidade, até
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, VHX DGHTXDGR DSURYHLWDPHQWR ,QFOXtGR SHOD /HL Qž
também servidor público civil ou militar, de qualquer GH

35
CAPÍTULO IV 5HPXQHUDomR GLiULD SURSRUFLRQDO DRV DWUDVRV
DA SUBSTITUIÇÃO DXVrQFLDV MXVWLÀFDGDV UHVVDOYDGDV DV FRQFHVV}HV
GH TXH WUDWD R DUW  H VDtGDV DQWHFLSDGDV VDOYR
$UW   2V VHUYLGRUHV LQYHVWLGRV HP FDUJR RX na hipótese de compensação de horário, até o mês
IXQomRGHGLUHomRRXFKHÀDHRVRFXSDQWHVGHFDUJR subsequente ao da ocorrência, a ser estabelecida pela
GH 1DWXUH]D (VSHFLDO WHUmR VXEVWLWXWRV LQGLFDGRV FKHÀDLPHGLDWD
no regimento interno ou, no caso de omissão, 3DUiJUDIR ~QLFR $V IDOWDV MXVWLÀFDGDV GHFRUUHQWHV
previamente designados pelo dirigente máximo do de caso fortuito ou de força maior poderão ser
yUJmRRXHQWLGDGH 5HGDomRGDGDSHOD/HLQž FRPSHQVDGDV D FULWpULR GD FKHÀD LPHGLDWD VHQGR
GH DVVLPFRQVLGHUDGDVFRPRHIHWLYRH[HUFtFLR
†ž 2 VXEVWLWXWR DVVXPLUi DXWRPiWLFD H
cumulativamente, sem prejuízo do cargo que Somente não geram perda de remuneração as faltas
ocupa, o exercício do cargo ou função de direção ou MXVWLÀFDGDVHGHYLGDPHQWHFRPSHQVDGDV
FKHÀD H RV GH 1DWXUH]D (VSHFLDO QRV DIDVWDPHQWRV
impedimentos legais ou regulamentares do titular e $UW6DOYRSRULPSRVLomROHJDORXPDQGDGRMXGLFLDO
na vacância do cargo, hipóteses em que deverá optar nenhum desconto incidirá sobre a remuneração ou
pela remuneração de um deles durante o respectivo SURYHQWR
SHUtRGR 5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH †ž0HGLDQWHDXWRUL]DomRGRVHUYLGRUSRGHUiKDYHU
†ž2VXEVWLWXWRIDUiMXVjUHWULEXLomRSHORH[HUFtFLR consignação em folha de pagamento em favor de
GRFDUJRRXIXQomRGHGLUHomRRXFKHÀDRXGHFDUJR terceiros, a critério da administração e com reposição
GH1DWXUH]D(VSHFLDOQRVFDVRVGRVDIDVWDPHQWRVRX GHFXVWRVQDIRUPDGHÀQLGDHPUHJXODPHQWR
impedimentos legais do titular, superiores a trinta †ž2WRWDOGHFRQVLJQDo}HVIDFXOWDWLYDVGHTXHWUDWD
dias consecutivos, paga na proporção dos dias de R†RQmRH[FHGHUiD WULQWDHFLQFRSRUFHQWR 
HIHWLYDVXEVWLWXLomRTXHH[FHGHUHPRUHIHULGRSHUtRGR GDUHPXQHUDomRPHQVDOVHQGR FLQFRSRUFHQWR 
5HGDomRGDGDSHOD/HLQžGH reservados exclusivamente para: I - a amortização de
despesas contraídas por meio de cartão de crédito; ou
$UW   2 GLVSRVWR QR DUWLJR DQWHULRU DSOLFDVH DRV ,,DXWLOL]DomRFRPDÀQDOLGDGHGHVDTXHSRUPHLRGR
titulares de unidades administrativas organizadas em FDUWmRGHFUpGLWR
QtYHOGHDVVHVVRULD Para descontos em folha, é preciso ordem judicial ou
autorização do servidor.
Dos Direitos e Vantagens
$UW  $V UHSRVLo}HV H LQGHQL]Do}HV DR HUiULR
TÍTULO III DWXDOL]DGDVDWpGHMXQKRGHVHUmRSUHYLDPHQWH
DOS DIREITOS E VANTAGENS comunicadas ao servidor ativo, aposentado ou ao
pensionista, para pagamento, no prazo máximo
Em sete capítulos, o terceiro título da legislação em de trinta dias, podendo ser parceladas, a pedido do
estudo estabelece os direitos e vantagens do servidor LQWHUHVVDGR
público, para em seguida trazer seus deveres e proibições. †o O valor de cada parcela não poderá ser inferior
Resume Carvalho Filho5: “os direitos sociais constitucionais ao correspondente a dez por cento da remuneração,
são objeto da referência do art. 39, §3°, CF, o qual determina que SURYHQWRRXSHQVmR
dezesseis dos direitos sociais outorgados aos empregados sejam § 2o Quando o pagamento indevido houver ocorrido no
estendidos aos servidores públicos. Dentre esses direitos estão o mês anterior ao do processamento da folha, a reposição
do salário mínimo (art. 7°, IV); o décimo terceiro salário (art. 7°, VHUiIHLWDLPHGLDWDPHQWHHPXPD~QLFDSDUFHOD
VIII); o repouso semanal remunerado (art. 7°, XV); o salário-família § 3o1DKLSyWHVHGHYDORUHVUHFHELGRVHPGHFRUUrQFLD
(art. 7°, XII; o de férias anuais (art. 7°, XVII); o de licença à gestante de cumprimento a decisão liminar, a tutela antecipada
(art. 7°, XVIII) e outros mencionados no dispositivo constitucional. ou a sentença que venha a ser revogada ou rescindida,
[...] Além disso, há vários direitos de natureza social relacionados VHUmRHOHVDWXDOL]DGRVDWpDGDWDGDUHSRVLomR
nos diversos estatutos funcionais das pessoas federativas. É nas
$UW  2 VHUYLGRU HP GpELWR FRP R HUiULR TXH IRU
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

leis estatutárias que se encontram tais direitos, como o direito


às licenças, à pensão, aos auxílios pecuniários, como o auxílio- demitido, exonerado ou que tiver sua aposentadoria
IXQHUDOHRDX[tOLRUHFOXVmRjDVVLVWrQFLDjVD~GHHWFµ ou disponibilidade cassada, terá o prazo de sessenta
GLDVSDUDTXLWDURGpELWR
CAPÍTULO I
DO VENCIMENTO E DA REMUNERAÇÃO ParágUDIR ~QLFR $ QmR TXLWDomR GR GpELWR QR SUD]R
SUHYLVWRLPSOLFDUiVXDLQVFULomRHPGtYLGDDWLYD
$UW  9HQFLPHQWR p D UHWULEXLomR SHFXQLiULD SHOR Débito com o erário = dívida com o Estado.
H[HUFtFLRGHFDUJRS~EOLFRFRPYDORUÀ[DGRHPOHL $UW2YHQFLPHQWRDUHPXQHUDomRHRSURYHQWRQmRVHUmR
$UW5HPXQHUDomRpRYHQFLPHQWRGRFDUJRHIHWLYR objeto de arresto, sequestro ou penhora, exceto nos casos de
acrescido das vantagens pecuniárias permanentes SUHVWDomRGHDOLPHQWRVUHVXOWDQWHGHGHFLVmRMXGLFLDO
HVWDEHOHFLGDVHPOHL
5 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

36
Capítulo II †ž1mRVHUiFRQFHGLGDDMXGDGHFXVWRQDVKLSyWHVHV
Das Vantagens de remoção previstas nos incisos II e III do parágrafo
~QLFRGRDUW
$UW  $OpP GR YHQFLPHQWR SRGHUmR VHU SDJDV DR $UW  $ DMXGD GH FXVWR p FDOFXODGD VREUH D
servidor as seguintes vantagens: remuneração do servidor, conforme se dispuser em
I - indenizações; regulamento, não podendo exceder a importância
,,JUDWLÀFDo}HV FRUUHVSRQGHQWHD WUrV PHVHV
,,,DGLFLRQDLV
†o As indenizações não se incorporam ao vencimento $UW1mRVHUiFRQFHGLGDDMXGDGHFXVWRDRVHUYLGRU
RXSURYHQWRSDUDTXDOTXHUHIHLWR que se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de
§ 2o $V JUDWLÀFDo}HV H RV DGLFLRQDLV LQFRUSRUDPVH PDQGDWRHOHWLYR
ao vencimento ou provento, nos casos e condições
LQGLFDGRVHPOHL $UW6HUiFRQFHGLGDDMXGDGHFXVWRjTXHOHTXHQmR
sendo servidor da União, for nomeado para cargo em
$UW  $V YDQWDJHQV SHFXQLiULDV QmR VHUmR FRPLVVmRFRPPXGDQoDGHGRPLFtOLR
computadas, nem acumuladas, para efeito de 3DUiJUDIR ~QLFR 1R DIDVWDPHQWR SUHYLVWR QR LQFLVR
concessão de quaisquer outros acréscimos pecuniários , GR DUW  D DMXGD GH FXVWR VHUi SDJD SHOR yUJmR
XOWHULRUHVVRERPHVPRWtWXORRXLGrQWLFRIXQGDPHQWR
FHVVLRQiULRTXDQGRFDEtYHO
De acordo com Hely Lopes Meirelles6, “o que caracteriza
$UW2VHUYLGRUÀFDUiREULJDGRDUHVWLWXLUDDMXGDGH
RDGLFLRQDOHRGLVWLQJXHGDJUDWLÀFDomRpVHUDTXHOHTXH
recompensa ao tempo de serviço do servidor, ou uma FXVWR TXDQGR LQMXVWLÀFDGDPHQWH QmR VH DSUHVHQWDU
retribuição pelo desempenho de funções especiais que QDQRYDVHGHQRSUD]RGH WULQWD GLDV
fogem da rotina burocrática, e esta, uma compensação
por serviços comuns executados em condições anormais SUBSEÇÃO II
para o servidor, ou uma ajuda pessoal em face de certas DAS DIÁRIAS
VLWXDo}HVTXHDJUDYDPRRUoDPHQWRGRVHUYLGRUµ
$UW  2 VHUYLGRU TXH D VHUYLoR DIDVWDUVH GD
Seção I sede em caráter eventual ou transitório para outro
Das Indenizações ponto do território nacional ou para o exterior, fará
jus a passagens e diárias destinadas a indenizar as
$UW&RQVWLWXHPLQGHQL]Do}HVDRVHUYLGRU parcelas de despesas extraordinária com pousada,
I - ajuda de custo; alimentação e locomoção urbana, conforme dispuser
II - diárias; HPUHJXODPHQWR
,,,WUDQVSRUWH †o A diária será concedida por dia de afastamento,
,9DX[tOLRPRUDGLD sendo devida pela metade quando o deslocamento
A leitura da legislação seca permite conceituar e não exigir pernoite fora da sede, ou quando a União
diferenciar cada modalidade de indenização. custear, por meio diverso, as despesas extraordinárias
FREHUWDVSRUGLiULDV
$UW2VYDORUHVGDVLQGHQL]Do}HVHVWDEHOHFLGDVQRV § 2o 1RV FDVRV HP TXH R GHVORFDPHQWR GD VHGH
LQFLVRV,D,,,GRDUWDVVLPFRPRDVFRQGLo}HVSDUD constituir exigência permanente do cargo, o servidor
DVXDFRQFHVVmRVHUmRHVWDEHOHFLGRVHPUHJXODPHQWR QmRIDUiMXVDGLiULDV
§ 3o Também não fará jus a diárias o servidor que
SUBSEÇÃO I se deslocar dentro da mesma região metropolitana,
DA AJUDA DE CUSTO aglomeração urbana ou microrregião, constituídas por
municípios limítrofes e regularmente instituídas, ou
$UW  $ DMXGD GH FXVWR GHVWLQDVH D FRPSHQVDU DV em áreas de controle integrado mantidas com países
despesas de instalação do servidor que, no interesse limítrofes, cuja jurisdição e competência dos órgãos,
do serviço, passar a ter exercício em nova sede, com
entidades e servidores brasileiros considera-se estendida,
mudança de domicílio em caráter permanente, vedado
salvo se houver pernoite fora da sede, hipóteses em
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

o duplo pagamento de indenização, a qualquer tempo,


TXH DV GLiULDV SDJDV VHUmR VHPSUH DV À[DGDV SDUD RV
no caso de o cônjuge ou companheiro que detenha
também a condição de servidor, vier a ter exercício na DIDVWDPHQWRVGHQWURGRWHUULWyULRQDFLRQDO
PHVPDVHGH $UW2VHUYLGRUTXHUHFHEHUGLiULDVHQmRVHDIDVWDU
† o &RUUHP SRU FRQWD GD DGPLQLVWUDomR DV GDVHGHSRUTXDOTXHUPRWLYRÀFDREULJDGRDUHVWLWXt
despesas de transporte do servidor e de sua família, ODVLQWHJUDOPHQWHQRSUD]RGH FLQFR GLDV
FRPSUHHQGHQGRSDVVDJHPEDJDJHPHEHQVSHVVRDLV 3DUiJUDIR ~QLFR 1D KLSyWHVH GH R VHUYLGRU UHWRUQDU
à sede em prazo menor do que o previsto para o
§ 2o À família do servidor que falecer na nova sede seu afastamento, restituirá as diárias recebidas em
são assegurados ajuda de custo e transporte para a H[FHVVRQRSUD]RSUHYLVWRQRFDSXW
ORFDOLGDGHGHRULJHPGHQWURGRSUD]RGH XP DQR
FRQWDGRGRyELWR
6 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. São
Paulo: Malheiros, 1993.

37
Subseção III  YLQWH H FLQFR SRU FHQWR  GD UHPXQHUDomR GH
Da Indenização de Transporte 0LQLVWURGH(VWDGR
§ 2o Independentemente do valor do cargo em comissão
$UW  &RQFHGHUVHi LQGHQL]DomR GH WUDQVSRUWH RX IXQomR FRPLVVLRQDGD ÀFD JDUDQWLGR D WRGRV RV
ao servidor que realizar despesas com a utilização que preencherem os requisitos o ressarcimento até o
de meio próprio de locomoção para a execução de YDORUGH5 PLOHRLWRFHQWRVUHDLV 
serviços externos, por força das atribuições próprias $UW ( 1R FDVR GH IDOHFLPHQWR H[RQHUDomR
GRFDUJRFRQIRUPHVHGLVSXVHUHPUHJXODPHQWR colocação de imóvel funcional à disposição do
servidor ou aquisição de imóvel, o auxílio-moradia
SUBSEÇÃO IV FRQWLQXDUiVHQGRSDJRSRUXPPrV
DO AUXÍLIO-MORADIA
A subseção IV trabalha com o auxílio-moradia,
$UW$2DX[tOLRPRUDGLDFRQVLVWHQRUHVVDUFLPHQWR benefício que é concedido a alguns servidores. Ele serve
das despesas comprovadamente realizadas pelo para ajudar o servidor a arcar com despesas de moradia,
servidor com aluguel de moradia ou com meio de VHMDORFDQGRXPLPyYHOVHMDÀFDQGRHPKRWpLV2DX[tOLR
hospedagem administrado por empresa hoteleira, no é pago 1 mês depois que o servidor comprovar a despesa
prazo de um mês após a comprovação da despesa que teve. No entanto, não é qualquer servidor e não é
SHORVHUYLGRU em qualquer situação que se tem o auxílio-moradia.
Nos termos do artigo 60-B, são colacionadas
$UW%&RQFHGHUVHiDX[tOLRPRUDGLDDRVHUYLGRU restrições: não haver disponibilidade de imóvel funcional
se atendidos os seguintes requisitos: DOJXP LPyYHO GR SRGHU S~EOLFR FRP WDO ÀQDOLGDGH
I - não exista imóvel funcional disponível para uso de moradia, dispensando gastos particulares), não se
pelo servidor; ter tentado vender ou vendido um imóvel na cidade
II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe (evitando que tente utilizar o auxílio-moradia como um
imóvel funcional; modo de se obter vantagem patrimonial), um cônjuge ou
III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro pessoa com quem more não receber auxílio da mesma
não seja ou tenha sido proprietário, promitente natureza (cumulando indevidamente), além do exercício
comprador, cessionário ou promitente cessionário de cargos de determinada natureza (perceba-se, cargos
de imóvel no Município aonde for exercer o cargo, de relevante direção).
LQFOXtGD D KLSyWHVH GH ORWH HGLÀFDGR VHP DYHUEDomR O auxílio-moradia é pago proporcionalmente aos
de construção, nos doze meses que antecederem a sua vencimentos, não excedendo 25%. Destaca-se que o
nomeação; artigo 60-C está revogado desde 2013.
IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor
receba auxílio-moradia; SEÇÃO II
V - o servidor tenha se mudado do local de residência DAS GRATIFICAÇÕES E ADICIONAIS
para ocupar cargo em comissão ou função de
FRQÀDQoD GR *UXSR'LUHomR H $VVHVVRUDPHQWR $UW$OpPGRYHQFLPHQWRHGDVYDQWDJHQVSUHYLVWDV
6XSHULRUHV'$6QtYHLVHGH1DWXUH]D(VSHFLDO QHVWD/HLVHUmRGHIHULGRVDRVVHUYLGRUHVDVVHJXLQWHV
de Ministro de Estado ou equivalentes; UHWULEXLo}HVJUDWLÀFDo}HVHDGLFLRQDLV
VI - o Município no qual assuma o cargo em comissão I - retribuição pelo exercício de função de direção,
RXIXQomRGHFRQÀDQoDQmRVHHQTXDGUHQDVKLSyWHVHV FKHÀDHDVVHVVRUDPHQWR
GRDUW†RHPUHODomRDRORFDOGHUHVLGrQFLDRX ,,JUDWLÀFDomRQDWDOLQD
domicílio do servidor; IV - adicional pelo exercício de atividades insalubres,
VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha perigosas ou penosas;
residido no Município, nos últimos doze meses, V - adicional pela prestação de serviço extraordinário;
aonde for exercer o cargo em comissão ou função VI - adicional noturno;
GH FRQÀDQoD GHVFRQVLGHUDQGRVH SUD]R LQIHULRU D VII - adicional de férias;
sessenta dias dentro desse período; e VIII - outros, relativos ao local ou à natureza do
WUDEDOKR
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

VIII - o deslocamento não tenha sido por força de


DOWHUDomRGHORWDomRRXQRPHDomRSDUDFDUJRHIHWLYR ,;JUDWLÀFDomRSRUHQFDUJRGHFXUVRRXFRQFXUVR
,;RGHVORFDPHQWRWHQKDRFRUULGRDSyVGHMXQKR
GH *UDWLÀFDo}HVHDGLFLRQDLVGHVFULWRVHPGHWDOKHVQD
3DUiJUDIR ~QLFR 3DUD ÀQV GR LQFLVR 9,, QmR VHUi própria legislação, conforme se denota abaixo.
considerado o prazo no qual o servidor estava
ocupando outro cargo em comissão relacionado no Subseção I
LQFLVR9 Da Retribuição pelo Exercício de Função de Dire-
$UW& 5HYRJDGR  omR&KHÀDH$VVHVVRUDPHQWR
$UW ' 2 YDORU PHQVDO GR DX[tOLRPRUDGLD p
OLPLWDGRD YLQWHHFLQFRSRUFHQWR GRYDORUGR $UW$RVHUYLGRURFXSDQWHGHFDUJRHIHWLYRLQYHVWLGR
cargo em comissão, função comissionada ou cargo de HPIXQomRGHGLUHomRFKHÀDRXDVVHVVRUDPHQWRFDUJR
0LQLVWURGH(VWDGRRFXSDGR GHSURYLPHQWRHPFRPLVVmRRXGH1DWXUH]D(VSHFLDOp
†o O valor do auxílio-moradia não poderá superar GHYLGDUHWULEXLomRSHORVHXH[HUFtFLR

38
3DUiJUDIR ~QLFR /HL HVSHFtÀFD HVWDEHOHFHUi D UHPXQHUDomR $UW1DFRQFHVVmRGRVDGLFLRQDLVGHDWLYLGDGHVSHQRVDV
GRVFDUJRVHPFRPLVVmRGHTXHWUDWDRLQFLVR,,GRDUWo de insalubridade e de periculosidade, serão observadas as
VLWXDo}HVHVWDEHOHFLGDVHPOHJLVODomRHVSHFtÀFD
$UW $ )LFD WUDQVIRUPDGD HP 9DQWDJHP 3HVVRDO $UW2DGLFLRQDOGHDWLYLGDGHSHQRVDVHUiGHYLGRDRV
1RPLQDOPHQWH,GHQWLÀFDGD931,DLQFRUSRUDomRGD servidores em exercício em zonas de fronteira ou em
UHWULEXLomRSHORH[HUFtFLRGHIXQomRGHGLUHomRFKHÀD ORFDOLGDGHVFXMDVFRQGLo}HVGHYLGDRMXVWLÀTXHPQRV
ou assessoramento, cargo de provimento em comissão WHUPRVFRQGLo}HVHOLPLWHVÀ[DGRVHPUHJXODPHQWR
RX GH 1DWXUH]D (VSHFLDO D TXH VH UHIHUHP RV DUWV $UW  2V ORFDLV GH WUDEDOKR H RV VHUYLGRUHV TXH
žHGD/HLQo GHGHMXOKRGHHRDUW RSHUDPFRP5DLRV;RXVXEVWkQFLDVUDGLRDWLYDVVHUmR
3o GD/HLQo GHGHDEULOGH mantidos sob controle permanente, de modo que as
3DUiJUDIR ~QLFR $ 931, GH TXH WUDWD R FDSXW GHVWH doses de radiação ionizante não ultrapassem o nível
artigo somente estará sujeita às revisões gerais de Pi[LPRSUHYLVWRQDOHJLVODomRSUySULD
UHPXQHUDomRGRVVHUYLGRUHVS~EOLFRVIHGHUDLV 3DUiJUDIR ~QLFR 2V VHUYLGRUHV D TXH VH UHIHUH HVWH
DUWLJRVHUmRVXEPHWLGRVDH[DPHVPpGLFRVDFDGD
Subseção II VHLV PHVHV
'D*UDWLÀFDomR1DWDOLQD
Subseção V
$UW$JUDWLÀFDomRQDWDOLQDFRUUHVSRQGHD XPGR]H Do Adicional por Serviço Extraordinário
DYRV GDUHPXQHUDomRDTXHRVHUYLGRUÀ]HUMXVQRPrVGH
GH]HPEURSRUPrVGHH[HUFtFLRQRUHVSHFWLYRDQR $UW2VHUYLoRH[WUDRUGLQiULRVHUiUHPXQHUDGRFRP
3DUiJUDIR ~QLFR $ IUDomR LJXDO RX VXSHULRU D  DFUpVFLPRGH FLQTXHQWDSRUFHQWR HPUHODomRj
TXLQ]H GLDVVHUiFRQVLGHUDGDFRPRPrVLQWHJUDO KRUDQRUPDOGHWUDEDOKR
$UW$JUDWLÀFDomRVHUiSDJDDWpRGLD YLQWH GR
$UW6RPHQWHVHUiSHUPLWLGRVHUYLoRH[WUDRUGLQiULR
PrVGHGH]HPEURGHFDGDDQR
para atender a situações excepcionais e temporárias,
respeitado o limite máximo de 2 (duas) horas por
$UW  2 VHUYLGRU H[RQHUDGR SHUFHEHUi VXD
MRUQDGD
JUDWLÀFDomR QDWDOLQD SURSRUFLRQDOPHQWH DRV PHVHV
de exercício, calculada sobre a remuneração do mês
GDH[RQHUDomR SUBSEÇÃO VI
DO ADICIONAL NOTURNO
$UW$JUDWLÀFDomRQDWDOLQDQmRVHUiFRQVLGHUDGD
SDUDFiOFXORGHTXDOTXHUYDQWDJHPSHFXQLiULD $UW  2 VHUYLoR QRWXUQR SUHVWDGR HP KRUiULR
compreendido entre 22 (vinte e duas) horas de um
Subseção III dia e 5 (cinco) horas do dia seguinte, terá o valor-
Do Adicional por Tempo de Serviço KRUD DFUHVFLGR GH  YLQWH H FLQFR SRU FHQWR 
computando-se cada hora como cinquenta e dois
5HJXODPHQWDomR QD 0HGLGD 3URYLVyULD Qž  PLQXWRVHWULQWDVHJXQGRV
 3DUiJUDIR ~QLFR (P VH WUDWDQGR GH VHUYLoR
extraordinário, o acréscimo de que trata este artigo
Subseção IV LQFLGLUiVREUHDUHPXQHUDomRSUHYLVWDQRDUW
Dos Adicionais de Insalubridade, Periculosidade ou
Atividades Penosas Subseção VII
Do Adicional de Férias
$UW2VVHUYLGRUHVTXHWUDEDOKHPFRPKDELWXDOLGDGH
em locais insalubres ou em contato permanente com $UW,QGHSHQGHQWHPHQWHGHVROLFLWDomRVHUiSDJR
substâncias tóxicas, radioativas ou com risco de vida, ao servidor, por ocasião das férias, um adicional
fazem jus a um adicional sobre o vencimento do cargo FRUUHVSRQGHQWHD XPWHUoR GDUHPXQHUDomRGR
HIHWLYR SHUtRGRGDVIpULDV
†o2VHUYLGRUTXHÀ]HUMXVDRVDGLFLRQDLVGHLQVDOXEULGDGH 3DUiJUDIR~QLFR1RFDVRGHRVHUYLGRUH[HUFHUIXQomR
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

HGHSHULFXORVLGDGHGHYHUiRSWDUSRUXPGHOHV de direçmRFKHÀDRXDVVHVVRUDPHQWRRXRFXSDUFDUJR
§ 2o O direito ao adicional de insalubridade ou em comissão, a respectiva vantagem será considerada
periculosidade cessa com a eliminação das condições QRFiOFXORGRDGLFLRQDOGHTXHWUDWDHVWHDUWLJR
RXGRVULVFRVTXHGHUDPFDXVDDVXDFRQFHVVmR
Subseção VIII
$UW  +DYHUi SHUPDQHQWH FRQWUROH GD DWLYLGDGH 'D*UDWLÀFDomRSRU(QFDUJRGH&XUVRRX&RQFXUVR
de servidores em operações ou locais considerados
SHQRVRVLQVDOXEUHVRXSHULJRVRV
$UW $ $ *UDWLÀFDomR SRU (QFDUJR GH &XUVR
3DUiJUDIR~QLFR$VHUYLGRUDJHVWDQWHRXODFWDQWHVHUi
afastada, enquanto durar a gestação e a lactação, das ou Concurso é devida ao servidor que, em caráter
operações e locais previstos neste artigo, exercendo eventual:
suas atividades em local salubre e em serviço não I - atuar como instrutor em curso de formação, de
SHQRVRHQmRSHULJRVR desenvolvimento ou de treinamento regularmente
instituído no âmbito da administração pública federal;

39
II - participar de banca examinadora ou de comissão § 3o As férias poderão ser parceladas em até três
para exames orais, para análise curricular, para etapas, desde que assim requeridas pelo servidor, e no
correção de provas discursivas, para elaboração de LQWHUHVVHGDDGPLQLVWUDomRS~EOLFD
questões de provas ou para julgamento de recursos eSRVVtYHOLPSHGLUTXHRVHUYLGRUWLUHIpULDVSRUDWp
intentados por candidatos; SHUtRGRVVHRVHXVHUYLoRIRUDOWDPHQWHQHFHVViULR
III - participar da logística de preparação e de
realização de concurso público envolvendo atividades $UW2SDJDPHQWRGDUHPXQHUDomRGDVIpULDVVHUi
de planejamento, coordenação, supervisão, execução efetuado até 2 (dois) dias antes do início do respectivo
e avaliação de resultado, quando tais atividades SHUtRGRREVHUYDQGRVHRGLVSRVWRQR†o GHVWHDUWLJR
não estiverem incluídas entre as suas atribuições †ƒH†ƒ5HYRJDGRV
permanentes; § 3o O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em
,9  SDUWLFLSDU GD DSOLFDomR ÀVFDOL]DU RX DYDOLDU comissão, perceberá indenização relativa ao período
das férias a que tiver direito e ao incompleto, na
provas de exame vestibular ou de concurso público ou
proporção de um doze avos por mês de efetivo
VXSHUYLVLRQDUHVVDVDWLYLGDGHV
H[HUFtFLRRXIUDomRVXSHULRUDTXDWRU]HGLDV
†o2VFULWpULRVGHFRQFHVVmRHRVOLPLWHVGDJUDWLÀFDomR
† o A indenização será calculada com base na
GHTXHWUDWDHVWHDUWLJRVHUmRÀ[DGRVHPUHJXODPHQWR remuneração do mês em que for publicado o ato
observados os seguintes parâmetros: H[RQHUDWyULR
,  R YDORU GD JUDWLÀFDomR VHUi FDOFXODGR HP KRUDV § 5o Em caso de parcelamento, o servidor receberá o valor
observadas a natureza e a complexidade da atividade DGLFLRQDOSUHYLVWRQRLQFLVR;9,,GRDUWo GD&RQVWLWXLomR
exercida; )HGHUDOTXDQGRGDXWLOL]DomRGRSULPHLURSHUtRGR
II - a retribuição não poderá ser superior ao
HTXLYDOHQWH D  FHQWR H YLQWH  KRUDV GH WUDEDOKR $UW2VHUYLGRUTXHRSHUDGLUHWDHSHUPDQHQWHPHQWH
anuais, ressalvada situação de excepcionalidade, FRP 5DLRV ; RX VXEVWkQFLDV UDGLRDWLYDV JR]DUi 
GHYLGDPHQWHMXVWLÀFDGDHSUHYLDPHQWHDSURYDGDSHOD (vinte) dias consecutivos de férias, por semestre de
autoridade máxima do órgão ou entidade, que poderá DWLYLGDGHSURÀVVLRQDOSURLELGDHPTXDOTXHUKLSyWHVH
DXWRUL]DURDFUpVFLPRGHDWp FHQWRHYLQWH KRUDV DDFXPXODomR
de trabalho anuais; Manutenção da saúde do servidor.
III - o valor máximo da hora trabalhada corresponderá
aos seguintes percentuais, incidentes sobre o maior $UW$VIpULDVVRPHQWHSRGHUmRVHULQWHUURPSLGDV
vencimento básico da administração pública federal: por motivo de calamidade pública, comoção interna,
D  GRLVLQWHLURVHGRLVGpFLPRVSRUFHQWR HPVH convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou
tratando de atividades previstas nos incisos I e II do por necessidade do serviço declarada pela autoridade
caput deste artigo; Pi[LPDGRyUJmRRXHQWLGDGH
3DUiJUDIR~QLFR2UHVWDQWHGRSHUtRGRLQWHUURPSLGR
E  XPLQWHLURHGRLVGpFLPRVSRUFHQWR HPVH será gozado de uma só vez, observado o disposto no
tratando de atividade prevista nos incisos III e IV do DUW
FDSXWGHVWHDUWLJR
§ 2o$*UDWLÀFDomRSRU(QFDUJRGH&XUVRRX&RQFXUVR O direito individual às férias pode ser mitigado pelo
somente será paga se as atividades referidas nos direito da coletividade de manutenção da paz e da ordem
social.
incisos do caput deste artigo forem exercidas sem
prejuízo das atribuições do cargo de que o servidor for
titular, devendo ser objeto de compensação de carga #FicaDica
horária quando desempenhadas durante a jornada de Vantagens:
WUDEDOKRQDIRUPDGR†oGRDUWGHVWD/HL - Indenizações (não se incorporam)
§ 3o$*UDWLÀFDomRSRU(QFDUJRGH&XUVRRX&RQFXUVR Ajuda de custo
não se incorpora ao vencimento ou salário do servidor
Diárias
para qualquer efeito e não poderá ser utilizada como
Transporte
base de cálculo para quaisquer outras vantagens,
Auxílio-moradia
LQFOXVLYH SDUD ÀQV GH FiOFXOR GRV SURYHQWRV GD
*UDWLÀFDo}HV SRGHPVHLQFRUSRUDU
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

DSRVHQWDGRULDHGDVSHQV}HV
3RUGLUHomRFKHÀDHDVVHVVRUDPHQWR
Natalina
Capítulo III
Por Encargo, de curso ou concurso (não se
Das Férias
incorpora)
- Adicionais (podem se incorporar)
$UW2VHUYLGRUIDUiMXVDWULQWDGLDVGHIpULDVTXH
Insalubridade
podem ser acumuladas, até o máximo de dois períodos,
no caso de necessidade do serviço, ressalvadas as Periculosidade
KLSyWHVHVHPTXHKDMDOHJLVODomRHVSHFtÀFD Atividades penosas
†o Para o primeiro período aquisitivo de férias serão Serviço extraordinário
H[LJLGRV GR]H PHVHVGHH[HUFtFLR Noturno
§ 2oeYHGDGROHYDUjFRQWDGHIpULDVTXDOTXHUIDOWDDR De férias
VHUYLoR Relativo à natureza ou local de trabalho

40
CAPÍTULO IV SEÇÃO III
DAS LICENÇAS DA LICENÇA POR MOTIVO DE AFASTAMENTO
SEÇÃO I DO CÔNJUGE
DISPOSIÇÕES GERAIS
$UW  3RGHUi VHU FRQFHGLGD OLFHQoD DR VHUYLGRU
$UW&RQFHGHUVHiDRVHUYLGRUOLFHQoD para acompanhar cônjuge ou companheiro que foi
I - por motivo de doença em pessoa da família; deslocado para outro ponto do território nacional,
II - por motivo de afastamento do cônjuge ou para o exterior ou para o exercício de mandato eletivo
companheiro; GRV3RGHUHV([HFXWLYRH/HJLVODWLYR
III - para o serviço militar; † o A licença será por prazo indeterminado e sem
IV - para atividade política; UHPXQHUDomR
V - para capacitação; § 2o 1R GHVORFDPHQWR GH VHUYLGRU FXMR F{QMXJH RX
VI - para tratar de interesses particulares; companheiro também seja servidor público, civil
9,,SDUDGHVHPSHQKRGHPDQGDWRFODVVLVWD ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos
Atenção aos motivos que autorizam licença, Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, poderá
GHWDOKDGRVDVHJXLUQDOHJLVODomR haver exercício provisório em órgão ou entidade
† o A licença prevista no inciso I do caput deste da Administração Federal direta, autárquica ou
artigo bem como cada uma de suas prorrogações fundacional, desde que para o exercício de atividade
VHUmRSUHFHGLGDVGHH[DPHSRUSHUtFLDPpGLFDRÀFLDO FRPSDWtYHOFRPRVHXFDUJR
REVHUYDGRRGLVSRVWRQRDUWGHVWD/HL
†ž 5HYRJDGRSHOD/HLQžGH Seção IV
§ 3o e YHGDGR R H[HUFtFLR GH DWLYLGDGH UHPXQHUDGD Da Licença para o Serviço Militar
durante o período da licença prevista no inciso I deste
DUWLJR $UW$RVHUYLGRUFRQYRFDGRSDUDRVHUYLoRPLOLWDU
será concedida licença, na forma e condições previstas
$UW  $ OLFHQoD FRQFHGLGD GHQWUR GH  VHVVHQWD  QDOHJLVODomRHVSHFtÀFD
dias do término de outra da mesma espécie será 3DUiJUDIR~QLFR&RQFOXtGRRVHUYLoRPLOLWDURVHUYLGRU
FRQVLGHUDGDFRPRSURUURJDomR WHUi DWp  WULQWD  GLDV VHP UHPXQHUDomR SDUD
UHDVVXPLURH[HUFtFLRGRFDUJR
Seção II
Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da SEÇÃO V
Família DA LICENÇA PARA ATIVIDADE POLÍTICA

$UW3RGHUiVHUFRQFHGLGDOLFHQoDDRVHUYLGRUSRU $UW  2 VHUYLGRU WHUi GLUHLWR D OLFHQoD VHP


motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos remuneração, durante o período que mediar entre a
SDLVGRVÀOKRVGRSDGUDVWRRXPDGUDVWDHHQWHDGR, sua escolha em convenção partidária, como candidato
ou dependente que viva a suas expensas e conste do a cargo eletivo, e a véspera do registro de sua
seu assentamento funcional, mediante comprovação FDQGLGDWXUDSHUDQWHD-XVWLoD(OHLWRUDO
SRUSHUtFLDPpGLFDRÀFLDO †o O servidor candidato a cargo eletivo na localidade
†o A licença somente será deferida se a assistência onde desempenha suas funções e que exerça cargo
direta do servidor for indispensável e não puder ser GH GLUHomR FKHÀD DVVHVVRUDPHQWR DUUHFDGDomR
prestada simultaneamente com o exercício do cargo RX ÀVFDOL]DomR GHOH VHUi DIDVWDGR D SDUWLU GR GLD
ou mediante compensação de horário, na forma do imediato ao do registro de sua candidatura perante
GLVSRVWRQRLQFLVR,,GRDUW D -XVWLoD (OHLWRUDO DWp R GpFLPR GLD VHJXLQWH DR GR
§ 2o A licença de que trata o caput, incluídas as SOHLWR
prorrogações, poderá ser concedida a cada período de § 2o A partir do registro da candidatura e até o décimo
doze meses nas seguintes condições: dia seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença,
,  SRU DWp  VHVVHQWD  GLDV FRQVHFXWLYRV RX QmR assegurados os vencimentos do cargo efetivo, somente
mantida a remuneração do servidor; e SHORSHUtRGRGHWUrVPHVHV
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

,,SRUDWp QRYHQWD GLDVFRQVHFXWLYRVRXQmRVHP


UHPXQHUDomR SEÇÃO VI
§ 3o 2 LQtFLR GR LQWHUVWtFLR GH  GR]H  PHVHV VHUi DA LICENÇA PARA CAPACITAÇÃO
contado a partir da data do deferimento da primeira
OLFHQoDFRQFHGLGD $UW  $SyV FDGD TXLQTXrQLR GH HIHWLYR H[HUFtFLR
† o A soma das licenças remuneradas e das o servidor poderá, no interesse da Administração,
licenças não remuneradas, incluídas as respectivas afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a
prorrogações, concedidas em um mesmo período de respectiva remuneração, por até três meses, para
 GR]H  PHVHV REVHUYDGR R GLVSRVWR QR † o, não SDUWLFLSDUGHFXUVRGHFDSDFLWDomRSURÀVVLRQDO
poderá ultrapassar os limites estabelecidos nos incisos 3DUiJUDIR~QLFR2VSHUtRGRVGHOLFHQoDGHTXHWUDWD
I e II do § 2o RFDSXWQmRVmRDFXPXOiYHLV

$UW 9HWDGR

41
SEÇÃO VII
DA LICENÇA PARA TRATAR DE INTERESSES PAR- #FicaDica
TICULARES
- Licença por Motivo de Doença em Pessoa
GD )DPtOLD ² MXVWLÀFDVH SRU SUREOHPD GH
$UW  $ FULWpULR GD $GPLQLVWUDomR SRGHUmR VHU
saúde com um familiar próximo ou depen-
concedidas ao servidor ocupante de cargo efetivo,
desde que não esteja em estágio probatório, licenças dente legal. Remunerada.
para o trato de assuntos particulares pelo prazo de até - Licença por Motivo de Afastamento do
WUrVDQRVFRQVHFXWLYRVVHPUHPXQHUDomR &{QMXJH²MXVWLÀFDVHSRUPXGDQoDGRF{Q-
3DUiJUDIR~QLFR$OLFHQoDSRGHUiVHULQWHUURPSLGDD juge de um servidor público de cidade ou
qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse país. Não remunerada.
GRVHUYLoR /LFHQoDSDUDR6HUYLoR0LOLWDU²MXVWLÀFDVH
para o caso de convocação do servidor para
SEÇÃO VIII o serviço militar. Não remunerada.
DA LICENÇA PARA O DESEMPENHO DE MANDA- /LFHQoDSDUD$WLYLGDGH3ROtWLFD²MXVWLÀFDVH
TO CLASSISTA para o caso de servidor candidato a cargo
político eletivo, sendo obrigatório entre o
$UW  e DVVHJXUDGR DR VHUYLGRU R GLUHLWR j OLFHQoD dia da candidatura e dez dias após as elei-
sem remuneração para o desempenho de mandato ções. Não remunerada.
em confederação, federação, associação de classe de /LFHQoDSDUD&DSDFLWDomR²MXVWLÀFDVHSDUD
âmbito nacional, sindicato representativo da categoria RDSHUIHLoRDPHQWRSURÀVVLRQDOGRVHUYLGRU
RXHQWLGDGHÀVFDOL]DGRUDGDSURÀVVmRRXDLQGDSDUD Remunerada.
participar de gerência ou administração em sociedade - Licença Para Tratar Interesses Particulares
cooperativa constituída por servidores públicos ² GLVSHQVD MXVWLÀFDWLYD EDVWD D YRQWDGH GR
para prestar serviços a seus membros, observado o servidor. Não remunerada.
GLVSRVWRQDDOtQHDFGRLQFLVR9,,,GRDUWGHVWD/HL - Licença para Desempenho de Mandato
conforme disposto em regulamento e observados os &ODVVLVWD ² MXVWLÀFDVH SDUD R FDVR GH FRQ-
seguintes limites: vocação do servidor como responsável por
,SDUDHQWLGDGHVFRPDWp FLQFRPLO DVVRFLDGRV gerir ou representar em tempo integral enti-
2 (dois) servidores; dade de classe. Não remunerada.
,,SDUDHQWLGDGHVFRP FLQFRPLOHXP D - Licença para Tratamento de Saúde – jus-
WULQWDPLO DVVRFLDGRV TXDWUR VHUYLGRUHV WLÀFDVHSRUGRHQoDGRVHUYLGRUVHQGRQH-
,,,  SDUD HQWLGDGHV FRP PDLV GH  WULQWD PLO  cessário o afastamento para tratamento. Re-
DVVRFLDGRV RLWR VHUYLGRUHV munerada.
† ž 6RPHQWH SRGHUmR VHU OLFHQFLDGRV RV VHUYLGRUHV  /LFHQoD*HVWDQWH RX $GRWDQWH ² MXVWLÀFD-
eleitos para cargos de direção ou de representação nas -se por maternidade, biológica ou adotada.
referidas entidades, desde que cadastradas no órgão Remunerada.
FRPSHWHQWH /LFHQoD3DWHUQLGDGH²MXVWLÀFDVHSRUSDWHU-
† ž $ OLFHQoD WHUi GXUDomR LJXDO j GR PDQGDWR nidade, biológica ou adotada. Remunerada.
podeQGRVHUUHQRYDGDQRFDVRGHUHHOHLomR

CAPÍTULO V
DOS AFASTAMENTOS

SEÇÃO I
DO AFASTAMENTO PARA SERVIR A OUTRO ÓR-
GÃO OU ENTIDADE

$UW2VHUYLGRUSRGHUiVHUFHGLGRSDUDWHUH[HUFtFLR
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

em outro órgão ou entidade dos Poderes da União,


dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios ou
em serviço social autônomo instituído pela União que
exerça atividades de cooperação com a administração
pública federal, nas seguintes hipóteses:
I - para exercício de cargo em comissão ou função de
FRQÀDQoD
,,HPFDVRVSUHYLVWRVHPOHLVHVSHFtÀFDV
† ž 1D KLSyWHVH GR LQFLVR , VHQGR D FHVVmR SDUD
órgãos ou entidades dos Estados, do Distrito Federal
ou dos Municípios, o ônus da remuneração será do
órgão ou entidade cessionária, mantido o ônus para o
FHGHQWHQRVGHPDLVFDVRV

42
† ž 1D KLSyWHVH GH R VHUYLGRU FHGLGR D HPSUHVD Seção III
pública ou sociedade de economia mista, nos termos Do Afastamento para Estudo ou Missão no Exterior
das respectivas normas, optar pela remuneração do
cargo efetivo ou pela remuneração do cargo efetivo $UW  2 VHUYLGRU QmR SRGHUi DXVHQWDUVH GR 3DtV
acrescida de percentual da retribuição do cargo em SDUD HVWXGR RX PLVVmR RÀFLDO VHP DXWRUL]DomR GR
comissão, a entidade cessionária efetuará o reembol- 3UHVLGHQWH GD 5HS~EOLFD 3UHVLGHQWH GRV ÐUJmRV GR
so das despesas realizadas pelo órgão ou entidade de 3RGHU /HJLVODWLYR H 3UHVLGHQWH GR 6XSUHPR 7ULEXQDO
RULJHP )HGHUDO
§ 3o A cessão far-se-á mediante Portaria publicada no †o$DXVrQFLDQmRH[FHGHUiD TXDWUR DQRVHÀQGD
'LiULR2ÀFLDOGD8QLmR a missão ou estudo, somente decorrido igual período,
†o Mediante autorização expressa do Presidente da VHUiSHUPLWLGDQRYDDXVrQFLD
5HS~EOLFD R VHUYLGRU GR 3RGHU ([HFXWLYR SRGHUi WHU § 2o$RVHUYLGRUEHQHÀFLDGRSHORGLVSRVWRQHVWHDUWLJR
exercício em outro órgão da Administração Federal não será concedida exoneração ou licença para tra-
direta que não tenha quadro próprio de pessoal, para tar de interesse particular antes de decorrido período
ÀPGHWHUPLQDGRHDSUD]RFHUWR igual ao do afastamento, ressalvada a hipótese de res-
†ƒ$SOLFDVHj8QLmRHPVHWUDWDQGRGHHPSUHJDGR VDUFLPHQWRGDGHVSHVDKDYLGDFRPVHXDIDVWDPHQWR
ou servidor por ela requisitado, as disposições dos §§ § 3o O disposto neste artigo não se aplica aos servi-
žHžGHVWHDUWLJR GRUHVGDFDUUHLUDGLSORPiWLFD
†ƒ$VFHVV}HVGHHPSUHJDGRVGHHPSUHVDS~EOLFDRX † o As hipóteses, condições e formas para a autor-
de sociedade de economia mista, que receba recur- ização de que trata este artigo, inclusive no que se
VRVGH7HVRXUR1DFLRQDOSDUDRFXVWHLRWRWDORXSDUFLDO refere à remuneração do servidor, serão disciplinadas
da sua folha de pagamento de pessoal, independem das HPUHJXODPHQWR
GLVSRVLo}HVFRQWLGDVQRVLQFLVRV,H,,H††žHžGHVWH
DUWLJRÀFDQGRRH[HUFtFLRGRHPSUHJDGRFHGLGRFRQGL- $UW2DIDVWDPHQWRGHVHUYLGRUSDUDVHUYLUHPRU-
FLRQDGRDDXWRUL]DomRHVSHFtÀFDGR0LQLVWpULRGR3ODQH- ganismo internacional de que o Brasil participe ou
jamento, Orçamento e Gestão, exceto nos casos de ocu- com o qual coopere dar-se-á com perda total da re-
SDomRGHFDUJRHPFRPLVVmRRXIXQomRJUDWLÀFDGD PXQHUDomR
† ƒ 2 0LQLVWpULR GR 3ODQHMDPHQWR 2UoDPHQWR H
Seção IV
*HVWmRFRPDÀQDOLGDGHGHSURPRYHUDFRPSRVLomR
Do Afastamento para Participação em Programa
da força de trabalho dos órgãos e entidades da Ad-
de Pós-Graduação Stricto Sensu no País
ministração Pública Federal, poderá determinar a lo-
tação ou o exercício de empregado ou servidor, inde-
$UW$2VHUYLGRUSRGHUiQRLQWHUHVVHGD$GPLQLV-
pendentemente da observância do constante no inciso
tração, e desde que a participação não possa ocorrer
,HQRV††ƒHƒGHVWHDUWLJR
simultaneamente com o exercício do cargo ou medi-
ante compensação de horário, afastar-se do exercício
SEÇÃO II do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, para
DO AFASTAMENTO PARA EXERCÍCIO DE MAN- participar em programa de pós-graduação stricto sen-
DATO ELETIVO VXHPLQVWLWXLomRGHHQVLQRVXSHULRUQR3DtV
† o Ato do dirigente máximo do órgão ou entidade
$UW$RVHUYLGRULQYHVWLGRHPPDQGDWRHOHWLYRDSOL- GHÀQLUi HP FRQIRUPLGDGH FRP D OHJLVODomR YLJHQWH
cam-se as seguintes disposições: os programas de capacitação e os critérios para par-
I - tratando-se de mandato federal, estadual ou distri- ticipação em programas de pós-graduação no País,
WDOÀFDUiDIDVWDGRGRFDUJR com ou sem afastamento do servidor, que serão avali-
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do DGRVSRUXPFRPLWrFRQVWLWXtGRSDUDHVWHÀP
cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração; § 2o Os afastamentos para realização de programas de
III - investido no mandato de vereador: mestrado e doutorado somente serão concedidos aos
a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as servidores titulares de cargos efetivos no respectivo
vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração órgão ou entidade há pelo menos 3 (três) anos para
PHVWUDGRH TXDWUR DQRVSDUDGRXWRUDGRLQFOXtGR
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

do cargo eletivo;
b) não havendo compatibilidade de horário, será o período de estágio probatório, que não tenham se
afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua afastado por licença para tratar de assuntos particu-
UHPXQHUDomR lares para gozo de licença capacitação ou com funda-
†o1RFDVRGHDIDVWDPHQWRGRFDUJRRVHUYLGRUFRQ- mento neste artigo nos 2 (dois) anos anteriores à data
tribuirá para a seguridade social como se em exercício GDVROLFLWDomRGHDIDVWDPHQWR
HVWLYHVVH § 3o Os afastamentos para realização de programas de
§ 2o O servidor investido em mandato eletivo ou clas- pós-doutorado somente serão concedidos aos servi-
sista não poderá ser removido ou redistribuído de dores titulares de cargos efetivo no respectivo órgão
ofício para localidade diversa daquela onde exerce o ou entidade há pelo menos quatro anos, incluído o
PDQGDWR período de estágio probatório, e que não tenham se
afastado por licença para tratar de assuntos particu-
lares ou com fundamento neste artigo, nos quatro
DQRVDQWHULRUHVjGDWDGDVROLFLWDomRGHDIDVWDPHQWR

43
† o 2V VHUYLGRUHV EHQHÀFLDGRV SHORV DIDVWDPHQWRV 3DUiJUDIR~QLFR2GLVSRVWRQHVWHDUWLJRHVWHQGHVHDR
SUHYLVWRVQRV††o, 2o e 3o deste artigo terão que per- F{QMXJH RX FRPSDQKHLUR DRV ÀOKRV RX HQWHDGRV GR
manecer no exercício de suas funções após o seu re- servidor que vivam na sua companhia, bem como aos
torno por um período igual ao do afastamento con- PHQRUHVVREVXDJXDUGDFRPDXWRUL]DomRMXGLFLDO
FHGLGR
§ 5o&DVRRVHUYLGRUYHQKDDVROLFLWDUH[RQHUDomRGR Capítulo VII
cargo ou aposentadoria, antes de cumprido o período DO TEMPO DE SERVIÇO
GHSHUPDQrQFLDSUHYLVWRQR†o deste artigo, deverá
UHVVDUFLURyUJmRRXHQWLGDGHQDIRUPDGRDUWGD $UWeFRQWDGRSDUDWRGRVRVHIHLWRVRWHPSRGH
/HLQoGHGHGH]HPEURGHGRVJDVWRV serviço público federal, inclusive o prestado às Forças
FRPVHXDSHUIHLoRDPHQWR $UPDGDV
†o&DVRRVHUYLGRUQmRREWHQKDRWtWXORRXJUDXTXH
MXVWLÀFRXVHXDIDVWDPHQWRQRSHUtRGRSUHYLVWRDSOLFD $UW  $ DSXUDomR GR WHPSR GH VHUYLoR VHUi IHLWD
se o disposto no § 5o deste artigo, salvo na hipótese em dias, que serão convertidos em anos, considerado
comprovada de força maior ou de caso fortuito, a cri- RDQRFRPRGHWUH]HQWRVHVHVVHQWDHFLQFRGLDV
WpULRGRGLULJHQWHPi[LPRGRyUJmRRXHQWLGDGH
† o Aplica-se à participação em programa de pós- $UW$OpPGDVDXVrQFLDVDRVHUYLoRSUHYLVWDVQR
JUDGXDomRQR([WHULRUDXWRUL]DGRQRVWHUPRVGRDUW DUWVmRFRQVLGHUDGRVFRPRGHHIHWLYRH[HUFtFLRRV
GHVWD/HLRGLVSRVWRQRV††oDoGHVWHDUWLJR afastamentos em virtude de:
I - férias;
CAPÍTULO VI II - exercício de cargo em comissão ou equivalente, em
DAS CONCESSÕES órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados,
Municípios e Distrito Federal;
$UW6HPTXDOTXHUSUHMXt]RSRGHUiRVHUYLGRUDXV- III - exercício de cargo ou função de governo ou ad-
entar-se do serviço: ministração, em qualquer parte do território nacional,
,SRU XP GLDSDUDGRDomRGHVDQJXH SRUQRPHDomRGR3UHVLGHQWHGD5HS~EOLFD
II - pelo período comprovadamente necessário para IV - participação em programa de treinamento regu-
alistamento ou recadastramento eleitoral, limitado, larmente instituído ou em programa de pós-gradu-
HPTXDOTXHUFDVRDGRLVGLDVH 5HGDomRGDGDSHOD ação stricto sensu no País, conforme dispuser o regu-
0HGLGD3URYLVyULDQžGH lamento;
,,,SRU RLWR GLDVFRQVHFXWLYRVHPUD]mRGH V - desempenho de mandato eletivo federal, estadual,
a) casamento; municipal ou do Distrito Federal, exceto para pro-
b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, ma- moção por merecimento;
GUDVWDRXSDGUDVWRÀOKRVHQWHDGRVPHQRUVREJXDU- VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei;
GDRXWXWHODHLUPmRV VII - missão ou estudo no exterior, quando autorizado
o afastamento, conforme dispuser o regulamento;
$UW  6HUi FRQFHGLGR KRUiULR HVSHFLDO DR VHUYLGRU VIII - licença:
estudante, quando comprovada a incompatibilidade a) à gestante, à adotante e à paternidade;
entre o horário escolar e o da repartição, sem prejuízo
GRH[HUFtFLRGRFDUJR b) para tratamento da própria saúde, até o limite de
†o Para efeito do disposto neste artigo, será exigida vinte e quatro meses, cumulativo ao longo do tem-
a compensação de horário no órgão ou entidade que po de serviço público prestado à União, em cargo de
tiver exercício, respeitada a duração semanal do tra- provimento efetivo;
EDOKR c) para o desempenho de mandato classista ou par-
§ 2o Também será concedido horário especial ao servi- ticipação de gerência ou administração em sociedade
GRU SRUWDGRU GH GHÀFLrQFLD TXDQGR FRPSURYDGD D cooperativa constituída por servidores para prestar
QHFHVVLGDGH SRU MXQWD PpGLFD RÀFLDO LQGHSHQGHQWH- serviços a seus membros, exceto para efeito de pro-
PHQWHGHFRPSHQVDomRGHKRUiULR moção por merecimento;
†ž$VGLVSRVLo}HVFRQVWDQWHVGR†žVmRH[WHQVLYDV G SRUPRWLYRGHDFLGHQWHHPVHUYLoRRXGRHQoDSURÀV-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

DR VHUYLGRU TXH WHQKD F{QMXJH ÀOKR RX GHSHQGHQWH sional;


FRPGHÀFLrQFLD e) para capacitação, conforme dispuser o regulamen-
†o Será igualmente concedido horário especial, vin- to;
culado à compensação de horário a ser efetivada no f) por convocação para o serviço militar;
SUD]RGHDWp XP DQRDRVHUYLGRUTXHGHVHPSHQKH IX - deslocamento para a nova sede de que trata o
DWLYLGDGH SUHYLVWD QRV LQFLVRV , H ,, GR FDSXW GR DUW DUW
$GHVWD/HL X - participação em competição desportiva nacional
ou convocação para integrar representação desportiva
$UW$RVHUYLGRUHVWXGDQWHTXHPXGDUGHVHGHQR nacional, no País ou no exterior, conforme disposto em
interesse da administração é assegurada, na locali- OHLHVSHFtÀFD
dade da nova residência ou na mais próxima, matrícu-
la em instituição de ensino congênere, em qualquer XI - afastamento para servir em organismo internac-
pSRFDLQGHSHQGHQWHPHQWHGHYDJD LRQDOGHTXHR%UDVLOSDUWLFLSHRXFRPRTXDOFRRSHUH

44
$UW&RQWDUVHiDSHQDVSDUDHIHLWRGHDSRVHQWD- $UW2SUD]RSDUDLQWHUSRVLomRGHSHGLGRGHUH-
doria e disponibilidade: FRQVLGHUDomRRXGHUHFXUVRpGH WULQWD GLDVDFRQ-
I - o tempo de serviço público prestado aos Estados, tar da publicação ou da ciência, pelo interessado, da
Municípios e Distrito Federal; GHFLVmRUHFRUULGD
II - a licença para tratamento de saúde de pessoal da
$UW2UHFXUVRSRGHUiVHUUHFHELGRFRPHIHLWRVXV-
família do servidor, com remuneração, que exceder a SHQVLYRDMXt]RGDDXWRULGDGHFRPSHWHQWH
 WULQWD GLDVHPSHUtRGRGH GR]H PHVHV 3DUiJUDIR ~QLFR (P FDVR GH SURYLPHQWR GR SHGLGR
,,,DOLFHQoDSDUDDWLYLGDGHSROtWLFDQRFDVRGRDUW de reconsideração ou do recurso, os efeitos da decisão
†o; UHWURDJLUmRjGDWDGRDWRLPSXJQDGR
IV - o tempo correspondente ao desempenho de man-
dato eletivo federal, estadual, municipal ou distrital, $UW2GLUHLWRGHUHTXHUHUSUHVFUHYH
anterior ao ingresso no serviço público federal; I - em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão
V - o tempo de serviço em atividade privada, vincu- e de cassação de aposentadoria ou disponibilidade,
ou que afetem interesse patrimonial e créditos result-
lada à Previdência Social;
antes das relações de trabalho;
VI - o tempo de serviço relativo a tiro de guerra; ,,HP FHQWRHYLQWH GLDVQRVGHPDLVFDVRVVDOYR
VII - o tempo de licença para tratamento da própria TXDQGRRXWURSUD]RIRUÀ[DGRHPOHL
VD~GHTXHH[FHGHURSUD]RDTXHVHUHIHUHDDOtQHD´Eµ 3DUiJUDIR~QLFR2SUD]RGHSUHVFULomRVHUiFRQWDGR
GRLQFLVR9,,,GRDUW da data da publicação do ato impugnado ou da data
† o O tempo em que o servidor esteve aposentado da ciência pelo interessado, quando o ato não for pub-
VHUiFRQWDGRDSHQDVSDUDQRYDDSRVHQWDGRULD OLFDGR
§ 2o Será contado em dobro o tempo de serviço pre-
VWDGRjV)RUoDV$UPDGDVHPRSHUDo}HVGHJXHUUD $UW  2 SHGLGR GH UHFRQVLGHUDomR H R UHFXUVR
TXDQGRFDEtYHLVLQWHUURPSHPDSUHVFULomR
§ 3o e YHGDGD D FRQWDJHP FXPXODWLYD GH WHPSR GH
serviço prestado concomitantemente em mais de um $UW$SUHVFULomRpGHRUGHPS~EOLFDQmRSRGHQ-
cargo ou função de órgão ou entidades dos Poderes GRVHUUHOHYDGDSHODDGPLQLVWUDomR
da União, Estado, Distrito Federal e Município, autar-
quia, fundação pública, sociedade de economia mista $UW3DUDRH[HUFtFLRGRGLUHLWRGHSHWLomRpDV-
HHPSUHVDS~EOLFD segurada vista do processo ou documento, na repar-
WLomRDRVHUYLGRURXDRSURFXUDGRUSRUHOHFRQVWLWXtGR
Capítulo VIII
Do Direito de Petição
$UW  $ DGPLQLVWUDomR GHYHUi UHYHU VHXV DWRV D
TXDOTXHUWHPSRTXDQGRHLYDGRVGHLOHJDOLGDGH
$UW  e DVVHJXUDGR DR VHUYLGRU R GLUHLWR GH UHT- $UW6mRIDWDLVHLPSURUURJiYHLVRVSUD]RVHVWD-
uerer aos Poderes Públicos, em defesa de direito ou EHOHFLGRVQHVWH&DStWXORVDOYRPRWLYRGHIRUoDPDLRU
LQWHUHVVHOHJtWLPR (VWDEHOHFHD&)QRDUWƒ;;,9D RGLUHLWRGHSHWLomR
assegurado a todos: “são a todos assegurados, inde-
$UW  2 UHTXHULPHQWR VHUi GLULJLGR j DXWRULGDGH pendentemente do pagamento de taxas: a) o direito
competente para decidi-lo e encaminhado por inter- de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos
médio daquela a que estiver imediatamente subordi- RXFRQWUDLOHJDOLGDGHRXDEXVRGHSRGHUµ2VDUWLJRV
DFLPD GHVFUHYHP R GLUHLWR GH SHWLomR HVSHFtÀFR GRV
QDGRRUHTXHUHQWH VHUYLGRUHVS~EOLFRV
$UW&DEHSHGLGRGHUHFRQVLGHUDomRjDXWRULGDGH Do Regime Disciplinar
que houver expedido o ato ou proferido a primeira de-
FLVmRQmRSRGHQGRVHUUHQRYDGR TÍTULO IV
3DUiJUDIR~QLFR2UHTXHULPHQWRHRSHGLGRGHUHFRQ- DO REGIME DISCIPLINAR
sideração de que tratam os artigos anteriores deverão
ser despachados no prazo de 5 (cinco) dias e decididos O regime disciplinar do servidor público civil federal
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

está estabelecido basicamente de duas maneiras: deveres


GHQWURGH WULQWD GLDV
e proibições. Ontologicamente, são a mesma coisa: am-
bos deveres e proibições são normas protetivas da boa
$UW&DEHUiUHFXUVR Administração. Nas duas hipóteses, violado o preceito,
I - do indeferimento do pedido de reconsideração; cabível é uma punição. Deve-se notar, porém, que os de-
II - das decisões sobre os recursos sucessivamente in- veres constam da lei como ações, como conduta positiva;
WHUSRVWRV as proibições, ao contrário, são descritas como condutas
† o O recurso será dirigido à autoridade imediata- vedadas ao servidor, de modo que ele deve abster-se de
mente superior à que tiver expedido o ato ou proferido praticá-las. Os deveres estão inscritos no artigo 116, não
a decisão, e, sucessivamente, em escala ascendente, às de modo exaustivo, porque o servidor deve obediência a
GHPDLVDXWRULGDGHV
todas as normas legais ou infralegais, e o próprio inciso
III do referido dispositivo é, de certa maneira, uma norma
§ 2o O recurso será encaminhado por intermédio da
disciplinar em branco7.
autoridade a que estiver imediatamente subordinado
RUHTXHUHQWH
7 LIMA, Fábio Lucas de Albuquerque. O regime disciplinar dos
servidores federais. Disponível em: <http://www.sato.adm.br/ar-

45
“Estes dispositivos preveem, basicamente, um con- do material, os bens da repartição e o patrimônio públi-
junto de normas de conduta e de proibições impostas co. Sob o prisma da disciplina e da conservação dos bens
pela lei aos servidores por ela abrangidos, tendo em e materiais da repartição, o servidor deve sempre agir
vista a prevenção, a apuração e a possível punição de com dedicação no desempenho das funções do cargo
atos e omissões que possam por em risco o funciona- que ocupa, e que lhe foram atribuídas desde o termo de
mento adequado da administração pública, do posto de posse. O servidor não é o dono do cargo. Dono do car-
YLVWD pWLFR GR SRQWR GH YLVWD GD HÀFLrQFLD H GR SRQWR go é o Estado que o remunera. Se o referido cargo não
de vista da legalidade. Decorrem, estes dispositivos, do lhe pertence, o servidor deve exercer suas funções com
denominado Poder Disciplinar que é aquele conferido à o máximo de zelo que estiver ao seu alcance. Sua even-
Administração com o objetivo de manter sua disciplina tual menor capacidade de desempenho, para não con-
interna, na medida em que lhe atribui instrumentos para ÀJXUDU GHVtGLD RX LQVXÀFLrQFLD GH GHVHPSHQKR GHYHUi
punir seus servidores (e também àqueles que estejam a ser compensada com um maior esforço e dedicação de
ela vinculados por um instrumento jurídico determinado sua parte. Se um servidor altamente preparado e capaz,
- particulares contratados pela Administração). [...]“O dis- YHP D SUDWLFDU DWRV TXH FRQÀJXUHP GHVtGLD RX PHVPR
posto no Título IV da lei nº 8.112/90 prevê basicamente falta mais grave, poderá vir a ser punido. Porque o que
um conjunto de obrigações impostas aos servidores por se julgará não é a pessoa do servidor, mas a conduta a
ela regidos. Tais obrigações, ora positivas (os denomina- ele imputável. O zelo não deve se limitar apenas às atri-
dos Deveres – art. 116), ora negativas (as denominadas EXLo}HVHVSHFtÀFDVGHVXDDWLYLGDGH2VHUYLGRUGHYHWHU
Proibições – art. 117) uma vez inadimplidas ensejam sua zelo não somente com os bens e interesses imateriais (a
imediata apuração (art. 143) e uma vez comprovadas im- imagem, os símbolos, a moralidade, a pontualidade, o
SRUWDP QD UHVSRQVDELOL]DomR DGPLQLVWUDWLYD D GHVDÀDU sigilo, a hierarquia) como também para com os bens e
então, a aplicação de uma das sanções administrativas LQWHUHVVHVSDWULPRQLDLVGR(VWDGRµ
(art. 127). Não é por outra razão que o art. 124 declara
que a responsabilidade administrativa resulta da prática II - ser leal às instituições a que servir;
de ato omissivo (quando o servidor deixa de cumprir os “O servidor que cumprir todos os deveres e normas
deveres a ele impostos) ou comissivo (quando viola proi- administrativas já positivadas, consequentemente, é leal
ELomR SUDWLFDGRQRGHVHPSHQKRGRFDUJRRXIXQomRµ8. à instituição que lhe remunera. Sob o prisma constitucio-
nal é que devemos entender a norma hoje. Sendo assim,
CAPÍTULO I o dever de lealdade está inserido no Estatuto como nor-
DOS DEVERES ma programática, orientadora da conduta dos servido-
UHVµ
$UW6mRGHYHUHVGRVHUYLGRU
Os deveres do servidor previstos na Lei n° 8.112/90 III - observar as normas legais e regulamentares;
são em muito compatíveis com os previstos no Código “A função desta norma é de não deixar sem resposta
GH eWLFD SURÀVVLRQDO GR 6HUYLGRU 3~EOLFR &LYLO GR 3RGHU qualquer que seja a irregularidade cometida. Daí a ne-
Executivo Federal (Decreto n° 1.171/94). Descrevem al- cessária correlação nesses casos que temos de fazer do art.
gumas das condutas esperadas do servidor público 116, inciso III, com a norma violada, e já prevista em outra
quando do desempenho de suas funções. Em resumo, OHLGHFUHWRLQVWUXomRRUGHPGHVHUYLoRRXSRUWDULDµ
o servidor público deve desempenhar suas funções com
cuidado, rapidez e pontualidade, sendo leal à instituição IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando
que compõe, respeitando as ordens de seus superio- manifestamente ilegais;
res que sejam adequadas às funções que desempenhe “O servidor integra a estrutura organizacional do ór-
e buscando conservar o patrimônio do Estado. No tra- gão em que presta suas atribuições funcionais. O Estado
tamento do público, deve ser prestativo e não negar o se movimenta através dos seus diversos órgãos. Dentro
acesso a informações que não sejam sigilosas. Caso pre- dos órgãos públicos, há um escalonamento de cargos e
sencie alguma ilegalidade ou abuso de poder, deve de- funções que servem ao cumprimento da vontade do ente
nunciar. Tomam-se como base os ensinamentos de Lima9 estatal. Este escalonamento, posto em movimento, é o
a respeito destes deveres: que vimos até agora chamando de hierarquia. A hierar-
quia existe para que do alto escalão até a prática dos
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do administrados as coisas funcionem. Disso decorre que
cargo; quando é emitida uma ordem para o servidor subordi-
“O primeiro dos deveres insculpidos no regime esta- nado, este deve dar cumprimento ao comando. Porém
tutário é o dever de zelo. O zelo diz respeito às atribui- quando a ordem é visivelmente ilegal, arbitrária, incons-
ções funcionais e também ao cuidado com a economia titucional ou absurda, o servidor não é obrigado a dar
seguimento ao que lhe é ordenado. Quando a ordem é
tigos/o_regime_disciplinar_dos_servidores_federais.htm>. Acesso
em: 11 ago. 2013.
manifestamente ilegal? Há uma margem de interpreta-
8 MORGATO, Almir. O Regime Disciplinar dos Servidores Públi- ção, principalmente se o servidor subordinado não tiver
cos da União. Disponível em: <http://www.canaldosconcursos.com. nenhuma formação de ordem jurídica. Logo, é o bom
br/artigos/almirmorgado_artigo1.pdf>. Acesso em: 11 ago. 2013. VHQVR TXH LUi PDUJHDU R TXH p ÁDJUDQWHPHQWH LQFRQV-
9 LIMA, Fábio Lucas de Albuquerque. O regime disciplinar dos WLWXFLRQDOµ
servidores federais. Disponível em: <http://www.sato.adm.br/ar-
tigos/o_regime_disciplinar_dos_servidores_federais.htm>. Acesso
V - atender com presteza:
em: 11 ago. 2013.

46
a) ao público em geral, prestando as informações req- intimidade, à vida privada, à honra e à imagem das pes-
ueridas, ressalvadas as protegidas por sigilo; soas, bem como às liberdades e garantias individuais, se-
b) à expedição de certidões requeridas para defesa gundo o artigo 31, da Lei nº 21.527, 2011. A exceção para
de direito ou esclarecimento de situações de interesse o sigilo existe, pois, não devemos tratar a questão em
pessoal; termos de cláusula jurídica de caráter absoluto, poden-
F jVUHTXLVLo}HVSDUDDGHIHVDGD)D]HQGD3~EOLFD do ter autorizada a divulgação ou o acesso por terceiros
quando haja previsão legal. Outra exceção é quando há
“Este dever foi insculpido na lei para que o servidor o consentimento expresso da pessoa a que elas se refe-
público trabalhe diuturnamente no sentido de desfazer a rirem. No caso de cumprimento de ordem judicial, para
imagem desagradável que o mesmo possui perante a so- a defesa de direitos humanos, e quando a proteção do
ciedade. Exige-se que atue com presteza no atendimen- interesse público e geral preponderante o exigir, tam-
to a informações solicitadas pela Fazenda Pública. Esta bém devem ser fornecidas as informações. Portanto, o
HQJOREDRÀVFRIHGHUDOHVWDGXDOPXQLFLSDOHGLVWULWDO2 servidor há que ter reserva no seu comportamento e fala,
servidor público tem que ser expedito, diligente, laborio- esquivando-se de revelar o conteúdo do que se passa no
so. Não há mais lugar para o burocrata que se afasta do seu trabalho. Se o assunto pululante é uma irregularida-
DGPLQLVWUDGRGLÀFXOWDQGRDYLGDGHTXHPQHFHVVLWDGH de absurda, deve então reduzir a escrito e representar
atendimento rápido e escorreito. Entretanto, há um lon- para que se apure o caso. Deveriam diminuir as conver-
go caminho a ser percorrido até que se atinja um mínimo sas de corredor e se efetivar a apuração dos fatos através
ideal de atendimento e de funcionamento dos órgãos do processo administrativo disciplinar. Os assuntos ob-
públicos, o que deve necessariamente passar por crité- MHWRGRVHUYLoRPHUHFHPUHVHUYD'HYHPÀFDUFLUFXQVFUL-
rios de valorização dos servidores bons e de treinamento tos aos servidores designados para o respectivo trabalho
HTXDOLÀFDomRSHUPDQHQWHGRVTXDGURVGHSHVVRDOµ interno, não devendo sair da seção ou setor de trabalho,
sem o trâmite hierárquico do chefe imediato. Se o assunto
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em RXRWUDEDOKRHQÀPPHUHFHUGLYXOJDomRPDLVDPSODGHYH
razão do cargo ao conhecimento da autoridade su- ser contatado o órgão de assessoria de comunicação social,
perior ou, quando houver suspeita de envolvimento TXHVDEHUiSURFHGHUGHIRUPDRÀFLDOREHGHFHQGRDRERP
desta, ao conhecimento de outra autoridade compe- VHQVRHjVOHLVYLJHQWHVµ
tente para apuração;
“Todo servidor público é obrigado a dar conhecimen- IX - manter conduta compatível com a moralidade ad-
to ao chefe da repartição acerca das irregularidades de ministrativa;
que toma conhecimento no exercício de suas atribuições.
'HYHOHYDUDRFRQKHFLPHQWRGDFKHÀDLPHGLDWDSHORVLV- “O ato administrativo não se satisfaz somente com o
WHPDKLHUiUTXLFR6XS}HVHTXHRVWLWXODUHVGDVFKHÀDV ser legal. Para ser válido o ato administrativo tem que ser
ou divisões detêm um conhecimento maior de como cor- compatível com a moralidade administrativa. O agente
rigir o erro ou comunicar aos órgãos de controle para a deve se comportar em seus atos de maneira proba, es-
devida apuração. De nada adiantaria o servidor, ciente de correita, séria, não atuando com intenções escusas e des-
um ato irregular, ir comunicar ao público ou a terceiros. virtuadas. Seu poder-dever não pode ser utilizado, por
Além do dever de sigilo, há assuntos que exigem certas exemplo, para satisfação de interesses menores, como
reservas, visando ao bem do serviço público, da seguran- UHDOL]DUDSUiWLFDGHGHWHUPLQDGRDWRSDUDEHQHÀFLDUXPD
oDQDFLRQDOHPHVPRGDVRFLHGDGHµ amante ou um parente. Se o agente viola o dever de agir
com comportamento incompatível com a moralidade
VII - zelar pela economia do material e a conservação administrativa, poderá estar sujeito a sanção disciplinar.
do patrimônio público; 6HX DWR tPSURER RX LPRUDO FRQÀJXUD R FKDPDGR GHV-
“Esse deve é basilar. Se o agente não zelar pela eco- vio de poder, que é totalmente abominável no Direito
nomia e pela conservação dos bens públicos presta um Administrativo e poderá ser anulado interna corporis ou
desserviço à nação que lhe remunera. E como se verá judicialmente através da ação popular, ação de ressarci-
adiante poderá ser causa inclusive de demissão, se não mento ao erário e ação civil pública se o ato violar direito
cumprir o presente dever, quando por descumprimento FROHWLYRRXWUDQVLQGLYLGXDOµ
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

dele a gravidade do fato implicar a infração a normas


PDLVJUDYHVµ X - ser assíduo e pontual ao serviço;
“Dois conceitos diferentes, porém parecidos. Ser assí-
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; GXRVLJQLÀFDVHUSUHVHQWHGHQWURGRKRUiULRGRH[SHGLHQ-
“O agente público deve guardar sigilo sobre o que se te. O oposto do assíduo é o ausente, o faltoso. Pontual é
passa na repartição, principalmente quanto aos assun- aquele servidor que não atrasa seus compromissos. É o
WRV RÀFLDLV 3HOD /HL Qž  GH  GH QRYHPEUR GH que comparece no horário para as reuniões de trabalho e
2011, hoje está regulamentado o acesso às informações. demais atividades relacionadas com o exercício do cargo
Porém, o servidor deve ter cuidado, pois até mesmo o que ocupa. Embora sejam conceitos diferentes, aqui o
fornecimento ou divulgação das informações exigem um dever violado, seja por impontualidade, seja por inassi-
procedimento. Maior cuidado há que se ter, quando a duidade (que ainda não aquela inassiduidade habitual de
informação possa expor a intimidade da pessoa huma- 60 dias ensejadora de demissão), merece reprimenda de
na. As informações pessoais dos administrados em geral DGYHUWrQFLDFRPÀQVHGXFDWLYRVHGHFRUUHomRGRVHUYL-
devem ser tratadas forma transparente e com respeito à GRUµ

47
XI - tratar com urbanidade as pessoas; I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem
“No mundo moderno, e máxime em nossa civilização prévia autorização do chefe imediato;
ocidental, o trato tem que ser o mais urbano possível. Ur- Violação do dever de assiduidade.
bano, nessa acepção, não quer dizer citadino ou oriundo
da urbe (cidade), mas, sim, educado, civilizado, cordato e II - retirar, sem prévia anuência da autoridade com-
que não possa criar embaraços aos usuários dos serviços petente, qualquer documento ou objeto da repartição;
S~EOLFRVµ
Violação do dever de zelo com o patrimônio público.
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso
GHSRGHU
3DUiJUDIR~QLFR$UHSUHVHQWDomRGHTXHWUDWDRLQFL- III - recusar fé a documentos públicos;
so XII será encaminhada pela via hierárquica e apreciada É dever do servidor público conferir fé aos documen-
pela autoridade superior àquela contra a qual é for- WRV S~EOLFRV UHYHVWLQGROKHVGDDXWRULGDGHHFRQÀDQoD
muladaDVVHJXUDQGRVHDRUHSUHVHQWDQGRDPSODGHIHVD que seu cargo possui. Violação do dever de transparên-
Caso o funcionário público denuncie outro servidor, cia.
esta representação será encaminhada a alguém que seja
superior hierarquicamente ao denunciado, que terá direi- ,9  RSRU UHVLVWrQFLD LQMXVWLÀFDGD DR DQGDPHQWR GH
to à ampla defesa. documento e processo ou execução de serviço;
“O servidor tem obrigação legal de dar conhecimento Não cabe impedir que o trâmite da administração
às autoridades de qualquer irregularidade de que tiver seja alterado por um capricho pessoal. Violação ao dever
ciência em razão do cargo, principalmente no processo GHFHOHULGDGHHHÀFLrQFLDEHPFRPRGHLPSHVVRDOLGDGH
em que está atuando ou quando o fato aconteceu sob as
suas vistas. Não é concebível que o servidor se defron-
WHFRPXPDLUUHJXODULGDGHDGPLQLVWUDWLYDHÀTXHLQHUWH V - promover manifestação de apreço ou desapreço no
Deve provocar quem de direito para que a irregularidade recinto da repartição;
seja sanada de imediato. Caso haja indiferença no seu Violação do dever de discrição.
círculo de atuação, i.e., no seu setor ou seção, deverá re-
presentar aos órgãos superiores. Assim é que o dever de VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos
informar acerca de irregularidades anda de braço dado casos previstos em lei, o desempenho de atribuição
com o dever de representar. Não surtindo efeito a notí- que seja de sua responsabilidade ou de seu subordi-
cia da irregularidade, não corrigida esta, sobrevém o de- nado;
ver de representar. O dever de representação não deixa Quem é designado para o desempenho de uma fun-
de ser uma prerrogativa legal, investindo o servidor de ção pública deve desempenhá-la, não podendo designar
um múnus público importante, constituindo o servidor outra pessoa para prestar seus serviços ou de seu subor-
em um curador legal do ente público. O mais humilde dinado.
servidor passa a ser um agente promotor de legalidade.
É claro o inciso XII do art. 116 quando diz que é dever
do servidor “representar contra ilegalidade, omissão ou VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de
DEXVRGHSRGHUµ'HPRGRTXHWDPEpPDRPLVVmRSRGH ÀOLDUHPVHDDVVRFLDomRSURÀVVLRQDORXVLQGLFDORXD
ensejar a representação. A omissão do agente que ile- partido político;
galmente não pratica ato a que se acha vinculado pode O direito de associação é livre, não podendo um fun-
DWpFRQÀJXUDURLOtFLWRSHQDOGHSUHYDULFDomR2GHYHUGH cionário forçar o seu subordinado a associar-se sindical
representação deve ser privilegiado, mas deve ser usado ou politicamente.
FRPRGHYLGRHTXLOtEULRQmRSRGHQGRVHUYLUDÀQDOLGD-
des egoísticas, político-partidárias, induzido por inimiza- 9,,,  PDQWHU VRE VXD FKHÀD LPHGLDWD HP FDUJR RX
des de cunho pessoal, o que de pronto trespassará o re- IXQomRGHFRQÀDQoDF{QMXJHFRPSDQKHLURRXSDUHQWH
presentante de autor a réu por prática de abuso de poder até o segundo grau civil;
RXGHQXQFLDomRFDOXQLRVDµ
É a chamada prática de nepotismo. Do latim nepos,
Capítulo II neto ou descendente, é o termo utilizado para designar o
Das Proibições favorecimento de parentes (ou amigos próximos) em detri-
PHQWRGHSHVVRDVPDLVTXDOLÀFDGDVHVSHFLDOPHQWHQRTXH
$UW$RVHUYLGRUpSURLELGR diz respeito à nomeação ou elevação de cargos. O Decreto
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Em contraposição aos deveres do servidor público,


nº 7.203, de 4 de junho de 2010 dispõe sobre a vedação
existem diversas proibições, que também estão em boa
parte abrangidas pelo Decreto n° 1.171/94. A violação do nepotismo no âmbito da administração pública federal.
dos deveres ou a prática de alguma das violações abaixo
descritas caracterizam infração administrativa disciplinar. Súmula Vinculante nº 13: “A nomeação de cônjuge,
“Nas Proibições – art. 117, constata-se, desde logo, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por
sua objetividade e taxatividade, o que veda sua amplia- DÀQLGDGH DWp R WHUFHLUR JUDX LQFOXVLYH GD DXWRULGDGH
ção e o uso de interpretações analógicas ou sistemáticas nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, in-
visto serem condutas restritivas de direitos, sujeitas, por- YHVWLGRHPFDUJRGHGLUHomRFKHÀDRXDVVHVVRUDPHQWR
tanto, ao princípio da reserva legal. O descumprimento SDUDRH[HUFtFLRGHFDUJRHPFRPLVVmRRXGHFRQÀDQoD
dessas proibições podem inclusive, ensejar o enquadra- RXDLQGDGHIXQomRJUDWLÀFDGDQD$GPLQLVWUDomR3~EOLFD
mento penal do servidor, pois muitas das condutas ali direta e indireta, em qualquer dos Poderes da União, dos
GHVFULWDVFRQÀJXUDPSUiWLFDGHGHOLWRSHQDOµ10. Estados, do Distrito Federal e dos municípios, compreen-
10 MORGATO, Almir. O Regime Disciplinar dos Servidores Públi- dido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a
cos da União. Disponível em: <http://www.canaldosconcursos.com. br/artigos/almirmorgado_artigo1.pdf>. Acesso em: 11 ago. 2013.

48
&RQVWLWXLomR)HGHUDOµ2EVVHRFRQFXUVRSHGLUSHORHQ- O aparato da administração pública pertence ao Esta-
tendimento jurisprudencial, vá pela súmula, mas se não do, não cabendo ao servidor utilizá-lo em atividades par-
mencionar nada se atenha ao texto da lei, visto que há ticulares.
pequenas variações entre o texto da súmula e o da lei.
XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergên-
de outrem, em detrimento da dignidade da função cia e transitórias;
pública; Cada servidor público tem sua atribuição legal, não
O cargo público serve apenas aos interesses da admi- cabendo designá-lo para desempenhar funções diversas
nistração pública, ou seja, da coletividade, não aos inte- salvo em caso de extrema necessidade.
resses pessoais do servidor.
XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incom-
X - participar de gerência ou administração de so- patíveis com o exercício do cargo ou função e com o
FLHGDGH SULYDGD SHUVRQLÀFDGD RX QmR SHUVRQLÀFDGD horário de trabalho;
exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, O exercício de atividades incompatíveis propicia uma
cotista ou comanditário; violação ao princípio da imparcialidade.
Não cabe ao servidor público administrar sociedade
SULYDGDRTXHSRGHFRPSURPHWHUVXDHÀFLrQFLDHLPSDU- XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais
cialidade no exercício da função pública. No princípio, ou TXDQGRVROLFLWDGR
seja, na redação original do Estatuto era proibida apenas a A atualização de dados cadastrais é necessária para
participação do servidor como sócio gerente ou administra- manter a administração ciente da situação de seu ser-
dor de empresa privada, exceto na qualidade de mero cotista, vidor.
acionário ou comanditário. Atualmente, a empresa pode até
QmRHVWDUSHUVRQLÀFDGDSRUH[HPSORQmRHVWDUGHYLGDPHQWH 3DUiJUDIR~QLFR$YHGDomRGHTXHWUDWDRLQFLVR;GR
constituída e registrada nos órgãos competentes (Junta Co-
caput deste artigo não se aplica nos seguintes casos:
PHUFLDOÀVFRHVWDGXDOPXQLFLSDOGLVWULWDOHIHGHUDOHyUJmRV
,SDUWLFLSDomRQRVFRQVHOKRVGHDGPLQLVWUDomRHÀV-
de controle: ambiental, trabalhista etc.). Comprovada detida-
cal de empresas ou entidades em que a União deten-
mente a gerência ou administração da sociedade particular
ha, direta ou indiretamente, participação no capital
em concomitância com a pretensa carga horária da repartição
social ou em sociedade cooperativa constituída para
pública, deve ser aplicada a penalidade de demissão.
prestar serviços a seus membros; e
II - gozo de licença para o trato de interesses particu-
XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a
ODUHVQDIRUPDGRDUWGHVWD/HLREVHUYDGDDOHJLV-
repartições públicas, salvo quando se tratar de benefí-
ODomRVREUHFRQÁLWRGHLQWHUHVVHV
cios previdenciários ou assistenciais de parentes até o
segundo grau, e de cônjuge ou companheiro;
Nestes casos, é possível participar diretamente da ad-
Não cabe atuar como procurador perante repartições
ministração de sociedade privada, pois o interesse estatal
S~EOLFDV GH IRUPD SURÀVVLRQDO 'Dt D OLPLWDomR j DWXD-
não será comprometido.
ção como representante de parente até segundo grau
(irmãos, ascendentes e descendentes, cônjuges e com-
panheiros). #FicaDica
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem Proibições puníveis com demissão:
de qualquer espécie, em razão de suas atribuições; - Utilizar recursos pessoais e materiais para
A percepção de vantagem indevida gerando enrique- atividades particulares;
cimento ilícito também caracteriza ato de improbidade - Valer-se do cargo para lograr proveito pes-
administrativa de maior gravidade, bem como crime de soal;
corrupção passiva. - Proceder de forma desidiosa;
- Praticar usura;
XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado - Aceitar comissão, emprego, pensão de Es-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

estrangeiro; tado estrangeiro;


Trata-se de indício da intenção de praticar atos con- - Receber propina, comissão, presente ou
trários ao interesse do Estado ao qual esteja vinculado. qualquer outra vantagem;
- Atuar como procurador ou intermediário
XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; (salvo benefício ou assistência previdenciária
8VXUDVLJQLÀFDDJLRWDJHPTXHpRHPSUpVWLPRGHGL- de cônjuge, companheiro ou paciente até 2o
nheiro a particulares obtendo juros abusivos em troca. As grau);
atividades de empréstimo somente podem ser desempe- - Participar de sociedade privada (gerência/
QKDGDVFRPÀPOXFUDWLYRSRULQVWLWXLo}HVFUHGHQFLDGDV DGPLQLVWUDomRSHUVRQLÀFDGDQmR RXFRPpU-
cio (salvo acionista, cotista ou comanditário).
XV - proceder de forma desidiosa;
Desídia é desleixo, descuido, preguiça, indolência.
XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repar-
tição em serviços ou atividades particulares;

49
Capítulo III à remuneração devida pela participação em consel-
Da Acumulação KRV GH DGPLQLVWUDomR H ÀVFDO GDV HPSUHVDV S~EOLFDV
e sociedades de economia mista, suas subsidiárias e
$UW5HVVDOYDGRVRVFDVRVSUHYLVWRVQD&RQVWLWX- controladas, bem como quaisquer empresas ou enti-
ição, é vedada a acumulação remunerada de cargos dades em que a União, direta ou indiretamente, de-
S~EOLFRV tenha participação no capital social, observado o que,
Estabelece o artigo 37, XVI da Constituição Federal: DUHVSHLWRGLVSXVHUOHJLVODomRHVSHFtÀFD
O exercício de função em determinados conselhos de
É vedada a acumulação remunerada de cargos públi- DGPLQLVWUDomR H ÀVFDLV DFHLWD UHPXQHUDomR 7UDWDVH GH
cos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, exceção ao FDSXW
observado em qualquer caso o disposto no inciso XI.
a) a de dois cargos de professor; $UW2VHUYLGRUYLQFXODGRDRUHJLPHGHVWD/HLTXH
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou acumular licitamente dois cargos efetivos, quando in-
FLHQWtÀFR YHVWLGRHPFDUJRGHSURYLPHQWRHPFRPLVVmRÀFDUi
F DGHGRLVFDUJRVRXHPSUHJRVSULYDWLYRVGHSURÀV- afastado de ambos os cargos efetivos, salvo na hipó-
VLRQDLVGHVD~GHFRPSURÀVV}HVUHJXODPHQWDGDV tese em que houver compatibilidade de horário e local
com o exercício de um deles, declarada pelas autori-
Segundo Carvalho Filho11, “o fundamento da proibição GDGHVPi[LPDVGRVyUJmRVRXHQWLGDGHVHQYROYLGRV
é impedir que o cúmulo de funções públicas faça com que Se o servidor já cumular dois cargos efetivos e for in-
RVHUYLGRUQmRH[HFXWHTXDOTXHUGHODVFRPDQHFHVViULDHÀ- YHVWLGR GH XP FDUJR HP FRPLVVmR ÀFDUi DIDVWDGR GRV
ciência. Além disso, porém, pode-se observar que o Cons- cargos efetivos a não ser que exista compatibilidade de
tituinte quis também impedir a cumulação de ganhos em horários e local com um deles, caso em que se afastará
de somente um cargo efetivo.
detrimento da boa execução de tarefas públicas. [...] Nota-
“Os artigos 118 a 120 da lei nº 8.112/90 ao tratarem
-se que a vedação se refere à acumulação remunerada. Em
da acumulação de cargos e funções públicas, regulamen-
consequência, se a acumulação só encerra a percepção de
tam, no âmbito do serviço público federal a vedação ge-
vencimentos por uma das fontes, não incide a regra consti-
nérica constante do art. 37, incisos VXI e XVII, da Cons-
WXFLRQDOSURLELWLYDµ
tituição da República. De fato, a acumulação ilícita de
†o A proibição de acumular estende-se a cargos, em-
cargos públicos constitui uma das infrações mais comuns
pregos e funções em autarquias, fundações públicas,
praticadas por servidores públicos, o que se constata ob-
empresas públicas, sociedades de economia mista da servando o elevado número de processos administrati-
União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios vos instaurados com esse objeto. O sistema adotado pela
HGRV0XQLFtSLRV lei nº 8.112/90 é relativamente brando, quando cotejado
A proibição vale tanto para a administração direta com outros estatutos de alguns Estados, visto que propi-
quanto para a indireta. cia ao servidor incurso nessa ilicitude diversas oportuni-
§ 2o $ DFXPXODomR GH FDUJRV DLQGD TXH OtFLWD ÀFD dades para regularizar sua situação e escapar da pena de
condicionada à comprovação da compatibilidade de demissão. Também prevê a lei em comentário, um pro-
KRUiULRV FHVVRDGPLQLVWUDWLYRVLPSOLÀFDGR SURFHVVRGLVFLSOLQDUGH
ULWRVXPiULR SDUDDDSXUDomRGHVVDLQIUDomR²DUWµ 12.
Se o Estado pretende que o desempenho de ativida-
de cumulada não gere prejuízo à função pública, correto CAPÍTULO IV
que exija a comprovação de compatibilidade de horários; DAS RESPONSABILIDADES
§ 3o&RQVLGHUDVHDFXPXODomRSURLELGDDSHUFHSomRGHYHQ- $UW2VHUYLGRUUHVSRQGHFLYLOSHQDOHDGPLQLVWUD-
cimento de cargo ou emprego público efetivo com proven- WLYDPHQWHSHORH[HUFtFLRLUUHJXODUGHVXDVDWULEXLo}HV
tos da inatividade, salvo quando os cargos de que decorram
HVVDVUHPXQHUDo}HVIRUHPDFXPXOiYHLVQDDWLYLGDGH $UW$UHVSRQVDELOLGDGHFLYLOGHFRUUHGHDWRRPLV-
Exterioriza-se, por exemplo, a proibição de que o sivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em
agente se aposente do serviço público e continue o exer- SUHMXt]RDRHUiULRRXDWHUFHLURV
cendo, recebendo aposentadoria e salário. †o A indenização de prejuízo dolosamente causado
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ao erário somente será liquidada na forma prevista


$UW  2 VHUYLGRU QmR SRGHUi H[HUFHU PDLV GH XP
QR DUW  QD IDOWD GH RXWURV EHQV TXH DVVHJXUHP D
H[HFXomRGRGpELWRSHODYLDMXGLFLDO
cargo em comissão, exceto no caso previsto no pará-
JUDIR~QLFRGRDUWo, nem ser remunerado pela par-
§ 2o Tratando-se de dano causado a terceiros, respon-
WLFLSDomRHPyUJmRGHGHOLEHUDomRFROHWLYD
derá o servidor perante a Fazenda Pública, em ação
Cargo em comissão é aquele que não exige aprova-
UHJUHVVLYD
ção em concurso público, sendo designado para o exer-
FtFLRSRUSRVVXLUXPYtQFXORGHFRQÀDQoDFRPRVXSH-
§ 3o A obrigação de reparar o dano estende-se aos
sucessores e contra eles será executada, até o limite do
rior. Somente é possível exercer 1, salvo interinamente.
Da mesma forma, não cabe remuneração por participar YDORUGDKHUDQoDUHFHELGD
de órgão de deliberação coletiva.
3DUiJUDIR~QLFR2GLVSRVWRQHVWHDUWLJRQmRVHDSOLFD 12 MORGATO, Almir. O Regime Disciplinar dos Servidores Públi-
11 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis- cos da União. Disponível em: <http://www.canaldosconcursos.com.
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010. br/artigos/almirmorgado_artigo1.pdf>. Acesso em: 11 ago. 2013.

50
$UW$UHVSRQVDELOLGDGHSHQDODEUDQJHRVFULPHV $UW$DGYHUWrQFLDVHUiDSOLFDGDSRUHVFULWRQRV
e contravenções imputadas ao servidor, nessa quali- FDVRVGHYLRODomRGHSURLELomRFRQVWDQWHGRDUW
GDGH incisos I a VIII e XIX, e de inobservância de dever fun-
cional previsto em lei, regulamentação ou norma
$UW$UHVSRQVDELOLGDGHFLYLODGPLQLVWUDWLYDUHVXO- LQWHUQD TXH QmR MXVWLÀTXH LPSRVLomR GH SHQDOLGDGH
ta de ato omissivo ou comissivo praticado no desem- PDLVJUDYH
SHQKRGRFDUJRRXIXQomR Vide comentários aos incisos I a VII e XIX do art. 117. A
norma é genérica, envolvendo ainda qualquer outra viola-
$UW$VVDQo}HVFLYLVSHQDLVHDGPLQLVWUDWLYDVSR- ção de dever funcional que não exija sanção mais grave.
GHUmRFXPXODUVHVHQGRLQGHSHQGHQWHVHQWUHVL
$UW  $ VXVSHQVmR VHUi DSOLFDGD HP FDVR GH UH-
$UW$UHVSRQVDELOLGDGHDGPLQLVWUDWLYDGRVHUYL- incidência das faltas punidas com advertência e de
YLRODomRGDVGHPDLVSURLELo}HVTXHQmRWLSLÀTXHPLQ-
dor será afastada no caso de absolvição criminal que
fração sujeita a penalidade de demissão, não podendo
QHJXHDH[LVWrQFLDGRIDWRRXVXDDXWRULD
H[FHGHUGH QRYHQWD GLDV
A suspensão é uma sanção administrativa interme-
$UW$1HQKXPVHUYLGRUSRGHUiVHUUHVSRQVDELOL-
diária, aplicável se as práticas sujeitas a advertência se
zado civil, penal ou administrativamente por dar ciên- repetirem ou em caso de infração grave que ainda assim
cia à autoridade superior ou, quando houver suspeita não gere pena de demissão.
de envolvimento desta, a outra autoridade competen- †o 6HUiSXQLGRFRPVXVSHQVmRGHDWp TXLQ]H GLDV
te para apuração de informação concernente à prática R VHUYLGRU TXH LQMXVWLÀFDGDPHQWH UHFXVDUVH D VHU
de crimes ou improbidade de que tenha conhecimen- submetido a inspeção médica determinada pela au-
to, ainda que em decorrência do exercício de cargo, toridade competente, cessando os efeitos da penali-
HPSUHJRRXIXQomRS~EOLFD GDGHXPDYH]FXPSULGDDGHWHUPLQDomR
7UDWDVHGHKLSyWHVHHVSHFtÀFDHPTXHVHUiDSOLFDGD
Este dispositivo visa garantir que os servidores públi- suspensão.
cos denunciem os servidores hierarquicamente superio- § 2o Quando houver conveniência para o serviço, a
UHV$ÀQDOWRGRVWHULDPUHFHLRGHGHQXQFLDUVHSXGHVVHP penalidade de suspensão poderá ser convertida em
ser responsabilizados civil, penal ou administrativamente PXOWDQDEDVHGH FLQTXHQWDSRUFHQWR SRUGLD
SRUWDOGHQ~QFLDFDVRQRFXUVRGDDSXUDomRVHYHULÀFDVVH GH YHQFLPHQWR RX UHPXQHUDomR ÀFDQGR R VHUYLGRU
que ela não procedia. REULJDGRDSHUPDQHFHUHPVHUYLoR
Se for inconveniente para a administração pública abrir
Capítulo V mão do servidor, poderá multá-lo em 50% de seu vencimen-
Das Penalidades to/remuneração diário pelo número de dias de suspensão.
O servidor não poderá se recusar a permanecer em serviço.
$UW6mRSHQDOLGDGHVGLVFLSOLQDUHV
I - advertência; $UW$VSHQDOLGDGHVGHDGYHUWrQFLDHGHVXVSHQ-
II - suspensão; são terão seus registros cancelados, após o decurso de
III - demissão; 3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo exercício, respectiva-
IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade; mente, se o servidor não houver, nesse período, prati-
V - destituição de cargo em comissão; FDGRQRYDLQIUDomRGLVFLSOLQDU
9,GHVWLWXLomRGHIXQomRFRPLVVLRQDGD 3DUiJUDIR~QLFR2FDQFHODPHQWRGDSHQDOLGDGHQmR
A advertência é a pena mais leve, um aviso de que VXUWLUiHIHLWRVUHWURDWLYRV
o funcionário se portou de forma inadequada e de que O bom comportamento posterior do servidor faz com
isso não deve se repetir. A suspensão é uma sanção in- que o registro de advertência (após 3 anos) ou suspen-
termediária, fazendo com que o funcionário deixe de são (após 5 anos) seja apagado de seu registro, o que
desempenhar o cargo por certo período. Na demissão, QmRVLJQLÀFDTXHRVHUYLGRUSRGHUiUHTXHUHUSRUH[HP-
o funcionário não mais exercerá o cargo, sendo assim SORRSDJDPHQWRUHIHUHQWHDRVGLDVTXHÀFRXVXVSHQVR
sanção mais grave. Outras sanções são cassação da apo-
$UW$GHPLVVmRVHUiDSOLFDGDQRVVHJXLQWHVFD-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

sentadoria ou disponibilidade, destituição do cargo em


comissão, destituição da função comissionada. sos:
$UW1DDSOLFDomRGDVSHQDOLGDGHVVHUmRFRQVLG- I - crime contra a administração pública;
eradas a natureza e a gravidade da infração cometida, $UWLJRVDGR&yGLJR3HQDO
os danos que dela provierem para o serviço público, II - abandono de cargo;
as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os ante- III - inassiduidade habitual;
FHGHQWHVIXQFLRQDLV Deixar totalmente de exercer o cargo ou faltar em ex-
cesso.
3DUiJUDIR ~QLFR 2 DWR GH LPSRVLomR GD SHQDOLGDGH
mencionará sempre o fundamento legal e a causa da IV - improbidade administrativa;
VDQomRGLVFLSOLQDU Atos descritos na Lei n° 8.429/92.
'HIRUPDIXQGDPHQWDGDMXVWLÀFDGDVHHVFROKHUiSRUXPD
ou outra sanção, conforme a gravidade do ato praticado. V - incontinência pública e conduta escandalosa, na
repartição;

51
Ausência de discrição no exercício das funções. †o1RSUD]RGHFLQFRGLDVFRQWDGRVGRUHFHELPHQWR
do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua
VI - insubordinação grave em serviço; decisão, aplicando-se, quando for o caso, o disposto
Violação grave do dever de obediência hierárquica. no § 3o GRDUW
§ 5o A opção pelo servidor até o último dia de prazo
VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particu- SDUDGHIHVDFRQÀJXUDUiVXDERDIpKLSyWHVHHPTXH
lar, salvo em legítima defesa própria ou de outrem; se converterá automaticamente em pedido de exoner-
Ofensa física a servidor ou administrado que não para DomRGRRXWURFDUJR
se defender. † o &DUDFWHUL]DGD D DFXPXODomR LOHJDO H SURYDGD D
má-fé, aplicar-se-á a pena de demissão, destituição
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos; ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade em
IX - revelação de segredo do qual se apropriou em relação aos cargos, empregos ou funções públicas
razão do cargo; em regime de acumulação ilegal, hipótese em que os
X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do órgãos ou entidades de vinculação serão comunica-
patrimônio nacional; GRV
XI - corrupção; †o O prazo para a conclusão do processo adminis-
XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou fun- trativo disciplinar submetido ao rito sumário não ex-
ções públicas; cederá trinta dias, contados da data de publicação do
Na verdade, são atos de improbidade administrativa, ato que constituir a comissão, admitida a sua pror-
então nem precisariam ser mencionados. rogação por até quinze dias, quando as circunstâncias
RH[LJLUHP
;,,,WUDQVJUHVVmRGRVLQFLVRV,;D;9,GRDUW †o O procedimento sumário rege-se pelas disposições
Vide comentários aos incisos IX a XVI do art. 117. deste artigo, observando-se, no que lhe for aplicável,
subsidiariamente, as disposições dos Títulos IV e V
$UW'HWHFWDGDDTXDOTXHUWHPSRDDFXPXODomR GHVWD/HL
ilegal de cargos, empregos ou funções públicas, a au- O artigo descreve o procedimento em caso de vio-
WRULGDGHDTXHVHUHIHUHRDUWQRWLÀFDUiRVHUYLGRU lação do dever de não acumular cargos ilicitamente. No
SRULQWHUPpGLRGHVXDFKHÀDLPHGLDWDSDUDDSUHVHQ- LQtFLRRVHUYLGRUVHUiQRWLÀFDGRSDUDVHPDQLIHVWDURS-
tar opção no prazo improrrogável de dez dias, con- WDQGRSRUXPFDUJR6HÀFDURPLVVRRXVHUHFXVDUID]HU
tados da data da ciência e, na hipótese de omissão, a opção, será instaurado processo administrativo disci-
adotará procedimento sumário para a sua apuração e plinar. Nele, o servidor poderá apresentar defesa no sen-
regularização imediata, cujo processo administrativo tido de ser lícita a cumulação. Mas até o último dia do
disciplinar se desenvolverá nas seguintes fases: prazo para defesa o servidor poderá optar por um caso,
I - instauração, com a publicação do ato que consti- caso em que o procedimento se converterá em pedido
tuir a comissão, a ser composta por dois servidores de exoneração do cargo não escolhido, presumindo-se a
estáveis, e simultaneamente indicar a autoria e a ma- boa-fé do servidor.
terialidade da transgressão objeto da apuração; $UW6HUiFDVVDGDDDSRVHQWDGRULDRXDGLVSRQLEL-
II - instrução sumária, que compreende indiciação, de- lidade do inativo que houver praticado, na atividade,
fesa e relatório; IDOWDSXQtYHOFRPDGHPLVVmR
,,,MXOJDPHQWR
† o A indicação da autoria de que trata o inciso I Supondo que o servidor tenha praticado ato punível
dar-se-á pelo nome e matrícula do servidor, e a ma- com demissão e, sabendo disso, se demita. Isso não evi-
terialidade pela descrição dos cargos, empregos ou tará que sua aposentadoria seja cassada, assim como ele
funções públicas em situação de acumulação ilegal, seria demitido se no exercício das funções.
dos órgãos ou entidades de vinculação, das datas de
ingresso, do horário de trabalho e do correspondente $UW$GHVWLWXLomRGHFDUJRHPFRPLVVmRH[HUFLGR
UHJLPHMXUtGLFR por não ocupante de cargo efetivo será aplicada nos
§ 2o A comissão lavrará, até três dias após a publicação casos de infração sujeita às penalidades de suspensão
HGHGHPLVVmR
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

do ato que a constituiu, termo de indiciação em que


serão transcritas as informações de que trata o pará- 3DUiJUDIR~QLFR&RQVWDWDGDDKLSyWHVHGHTXHWUDWD
grafo anterior, bem como promoverá a citação pessoal HVWHDUWLJRDH[RQHUDomRHIHWXDGDQRVWHUPRVGRDUW
GRVHUYLGRULQGLFLDGRRXSRULQWHUPpGLRGHVXDFKHÀD 35 será convertida em destituição de cargo em comis-
imediata, para, no prazo de cinco dias, apresentar de- VmR
fesa escrita, assegurando-se-lhe vista do processo na Logo, a destituição do cargo em comissão por quem
UHSDUWLomRREVHUYDGRRGLVSRVWRQRVDUWVH não ocupe um cargo efetivo é aplicável quando o comis-
§ 3o Apresentada a defesa, a comissão elaborará sionado aplicar não só os atos sujeitos à pena de demis-
relatório conclusivo quanto à inocência ou à respon- são, mas também os sujeitos à pena de suspensão.
sabilidade do servidor, em que resumirá as peças prin-
cipais dos autos, opinará sobre a licitude da acumu- $UW$GHPLVVmRRXDGHVWLWXLomRGHFDUJRHPFR-
lação em exame, indicará o respectivo dispositivo legal PLVVmRQRVFDVRVGRVLQFLVRV,99,,,;H;,GRDUW
e remeterá o processo à autoridade instauradora, para implica a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento
MXOJDPHQWR DRHUiULRVHPSUHMXt]RGDDomRSHQDOFDEtYHO

52
Nos casos de demissão e destituição do cargo em co- $UW$VSHQDOLGDGHVGLVFLSOLQDUHVVHUmRDSOLFDGDV
PLVVmRRVEHQVÀFDUmRLQGLVSRQtYHLVSDUDRUHVVDUFLPHQ- ,SHOR3UHVLGHQWHGD5HS~EOLFDSHORV3UHVLGHQWHVGDV
to do prejuízo sofrido pelo Estado, cabendo ainda ação &DVDVGR3RGHU/HJLVODWLYRHGRV7ULEXQDLV)HGHUDLVH
penal própria. SHOR3URFXUDGRU*HUDOGD5HS~EOLFDTXDQGRVHWUDWDU
$UW$GHPLVVmRRXDGHVWLWXLomRGHFDUJRHPFR- de demissão e cassação de aposentadoria ou disponi-
PLVVmR SRU LQIULQJrQFLD GR DUW  LQFLVRV ,; H ;, bilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder,
incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura órgão, ou entidade;
HPFDUJRS~EOLFRIHGHUDOSHORSUD]RGH FLQFR DQRV II - pelas autoridades administrativas de hierarquia
O ex-servidor que tenha se valido do cargo para lo- imediatamente inferior àquelas mencionadas no in-
grar proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da ciso anterior quando se tratar de suspensão superior
dignidade da função pública ou que tenha atuado como D WULQWD GLDV
procurador ou intermediário, junto a repartições públi- III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na
FDV VDOYR HP KLSyWHVHV HVSHFtÀFDV QmR SRGHUi VHU LQ- forma dos respectivos regimentos ou regulamentos,
QRVFDVRVGHDGYHUWrQFLDRXGHVXVSHQVmRGHDWp
vestido em cargo público federal pelo prazo de 5 anos.
(trinta) dias;
IV - pela autoridade que houver feito a nomeação,
3DUiJUDIR ~QLFR 1mR SRGHUi UHWRUQDU DR VHUYLoR
TXDQGRVHWUDWDUGHGHVWLWXLomRGHFDUJRHPFRPLVVmR
público federal o servidor que for demitido ou destituí-
Presidente da República/Presidentes da Câmara dos
GRGRFDUJRHPFRPLVVmRSRULQIULQJrQFLDGRDUW Deputados ou do Senado Federal/Presidentes dos Tri-
LQFLVRV,,99,,,;H;, bunais Federais - TRF, TRE, TRT, TSE, TST, STJ e STF/Pro-
Vide incisos I, IV, VIII, X e XI do artigo 132. Nestes ca- curador-Geral da República - demissão ou cassação de
sos, não caberá jamais retorno ao serviço público federal, aposentadoria/disponibilidade do servidor vinculado ao
diante da gravidade dos atos praticados. órgão (sanções mais graves).
Autoridade administrativa de hierarquia imediata-
$UW&RQÀJXUDDEDQGRQRGHFDUJRDDXVrQFLDLQ- mente inferior às do inciso I - suspensão por mais de 30
tencional do servidor ao serviço por mais de trinta dias dias (sanção de suspensão, de gravidade intermediária,
FRQVHFXWLYRV por maior período).
Conceito de abandono de cargo: ausência intencional Chefe da repartição e outras autoridades previstas no
por mais de 30 dias seguidos. Gera pena de demissão. regulamento - advertência e suspensão inferior a 30 dias
(sanção de suspensão, de gravidade intermediária, por
$UW(QWHQGHVHSRULQDVVLGXLGDGHKDELWXDODIDOWD menor período).
DRVHUYLoRVHPFDXVDMXVWLÀFDGDSRU sessenta dias, in- Autoridade que houver feito a nomeação, em qual-
WHUSRODGDPHQWHGXUDQWHRSHUtRGRGHGR]HPHVHV quer cargo de comissão, independente da pena.
Conceito de inassiduidade habitual, que também
gera demissão: ausência por 60 dias num período de 12 $UW$DomRGLVFLSOLQDUSUHVFUHYHUi
PHVHVGHIRUPDLQMXVWLÀFDGD I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com
demissão, cassação de aposentadoria ou disponibili-
$UW1DDSXUDomRGHDEDQGRQRGHFDUJRRXLQDV- dade e destituição de cargo em comissão;
siduidade habitual, também será adotado o procedi- II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
PHQWRVXPiULRDTXHVHUHIHUHRDUWREVHUYDQGR ,,,HP FHQWRHRLWHQWD GLDVTXDQWRiDGYHUWrQFLD
se especialmente que: †o O prazo de prescrição começa a correr da data em
I - a indicação da materialidade dar-se-á: TXHRIDWRVHWRUQRXFRQKHFLGR
a) na hipótese de abandono de cargo, pela indicação § 2o Os prazos de prescrição previstos na lei penal apli-
precisa do período de ausência intencional do servidor cam-se às infrações disciplinares capituladas também
ao serviço superior a trinta dias; FRPRFULPH
b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação § 3o A abertura de sindicância ou a instauração de
GRVGLDVGHIDOWDDRVHUYLoRVHPFDXVDMXVWLÀFDGDSRU processo disciplinar interrompe a prescrição, até a de-
período igual ou superior a sessenta dias interpolada- FLVmRÀQDOSURIHULGDSRUDXWRULGDGHFRPSHWHQWH
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

mente, durante o período de doze meses;


II - após a apresentação da defesa a comissão elabo- † o Interrompido o curso da prescrição, o prazo
rará relatório conclusivo quanto à inocência ou à re- começará a correr a partir do dia em que cessar a in-
sponsabilidade do servidor, em que resumirá as peças WHUUXSomR
principais dos autos, indicará o respectivo dispositivo Prescrição é um instituto que visa regular a perda do
legal, opinará, na hipótese de abandono de cargo, so- direito de acionar judicialmente.
bre a intencionalidade da ausência ao serviço superior No caso, o prazo é de 5 anos para as infrações mais
a trinta dias e remeterá o processo à autoridade in- graves, 2 para as de gravidade intermediária (pena de
VWDXUDGRUDSDUDMXOJDPHQWR suspensão) e 180 dias para as menos graves (pena de
Por indicação de materialidade, entenda-se demons- advertência) - Contados da data em que o fato se tornou
WUDomRGRIDWReSUHFLVRLQGLFDUHVSHFLÀFDPHQWHRVGLDV conhecido pela administração pública.
faltados. Se a infração disciplinar for crime, valerão os prazos
Adota-se o procedimento do art. 133. prescricionais do direito penal, mais longos, logo, menos
favoráveis ao servidor.

53
,QWHUUXSomRGDSUHVFULomRVLJQLÀFDSDUDUDFRQWDJHP $UW6HPSUHTXHRLOtFLWRSUDWLFDGRSHORVHUYLGRU
do prazo para que, retornando, comece do zero. Da aber- ensejar a imposição de penalidade de suspensão por
tura da sindicância ou processo administrativo disciplinar PDLV GH  WULQWD  GLDV GH GHPLVVmR FDVVDomR GH
DWpDGHFLVmRÀQDOSURIHULGDSRUDXWRULGDGHFRPSHWHQWH aposentadoria ou disponibilidade, ou destituição de
não corre a prescrição. Proferida a decisão, o prazo co- cargo em comissão, será obrigatória a instauração de
meça a contar do zero. Passado o prazo, não caberá mais SURFHVVRGLVFLSOLQDU
propor ação disciplinar. A sindicância é uma modalidade mais branda de apu-
ração da infração administrativa porque ou gerará a apli-
cação de uma sanção mais branda, ou apenas antecederá
#FicaDica o processo administrativo disciplinar que aplique a san-
Penalidades: ção mais grave, entendendo-se por sanções mais graves
- Advertência – artigo 117, I a VIII e XIX; qualquer uma pior do que suspensão por menos de 30
- Suspensão – reincidência em infração pu- dias (suspensão por mais de 30 dias, além de todas as
nível com advertência, incumbência a outro outras que geram perda do cargo ou da aposentadoria).
servidor de atribuições estranhas ao cargo,
exercício de atividades incompatíveis com
CAPÍTULO II
cargo ou função;
DO AFASTAMENTO PREVENTIVO
- Demissão – artigo 132, inclusive reincidên-
$UW&RPRPHGLGDFDXWHODUHDÀPGHTXHRVHUYL-
cia em infração punível com suspensão.
GRUQmRYHQKDDLQÁXLUQDDSXUDomRGDLUUHJXODULGDGH
a autoridade instauradora do processo disciplinar
PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR poderá determinar o seu afastamento do exercício do
FDUJR SHOR SUD]R GH DWp  VHVVHQWD  GLDV VHP SUH-
TÍTULO V MXt]RGDUHPXQHUDomR
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR 3DUiJUDIR~QLFR2DIDVWDPHQWRSRGHUiVHUSURUURJDGR
SRULJXDOSUD]RÀQGRRTXDOFHVVDUmRRVVHXVHIHLWRV
CAPÍTULO I DLQGDTXHQmRFRQFOXtGRRSURFHVVR
DISPOSIÇÕES GERAIS O afastamento preventivo é uma medida cautelar que
LPSHGH TXH R VHUYLGRU WHQWH LQÁXHQFLDU QD GHFLVmR GD
$UW$DXWRULGDGHTXHWLYHUFLrQFLDGHLUUHJXODUL- apuração de sua infração, podendo ocorrer por no máxi-
dade no serviço público é obrigada a promover a sua mo 60 dias, prorrogáveis até 120 dias, sem perda de re-
apuração imediata, mediante sindicância ou processo PXQHUDomR DÀQDODLQGDQmRIRLFRQGHQDGR 
administrativo disciplinar, assegurada ao acusado
DPSODGHIHVD CAPÍTULO III
††žHž 5HYRJDGRV DO PROCESSO DISCIPLINAR
†ž$DSXUDomRGHTXHWUDWDRFDSXWSRUVROLFLWDomR
da autoridade a que se refere, poderá ser promovida $UW  2 SURFHVVR GLVFLSOLQDU p R LQVWUXPHQWR GHV-
por autoridade de órgão ou entidade diverso daquele tinado a apurar responsabilidade de servidor por in-
em que tenha ocorrido a irregularidade, mediante fração praticada no exercício de suas atribuições, ou
FRPSHWrQFLD HVSHFtÀFD SDUD WDO ÀQDOLGDGH GHOHJDGD que tenha relação com as atribuições do cargo em que
em caráter permanente ou temporário pelo Presidente VHHQFRQWUHLQYHVWLGR
GD 5HS~EOLFD SHORV SUHVLGHQWHV GDV &DVDV GR 3RGHU $UW2SURFHVVRGLVFLSOLQDUVHUiFRQGX]LGRSRUFR-
/HJLVODWLYRHGRV7ULEXQDLV)HGHUDLVHSHOR3URFXUDGRU missão composta de três servidores estáveis designa-
*HUDO GD 5HS~EOLFD QR kPELWR GR UHVSHFWLYR 3RGHU dos pela autoridade competente, observado o disposto
órgão ou entidade, preservadas as competências para QR † R GR DUW  TXH LQGLFDUi GHQWUH HOHV R VHX
RMXOJDPHQWRTXHVHVHJXLUjDSXUDomR presidente, que deverá ser ocupante de cargo efetivo
$UW  $V GHQ~QFLDV VREUH LUUHJXODULGDGHV VHUmR superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolari-
REMHWRGHDSXUDomRGHVGHTXHFRQWHQKDPDLGHQWLÀ- GDGHLJXDORXVXSHULRUDRGRLQGLFLDGR
cação e o endereço do denunciante e sejam formula- †ž$&RPLVVmRWHUiFRPRVHFUHWiULRVHUYLGRUGHVLJ-
GDVSRUHVFULWRFRQÀUPDGDDDXWHQWLFLGDGH
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

nado pelo seu presidente, podendo a indicação recair


3DUiJUDIR ~QLFR 4XDQGR R IDWR QDUUDGR QmR FRQ- em um dHVHXVPHPEURV
ÀJXUDUHYLGHQWHLQIUDomRGLVFLSOLQDURXLOtFLWRSHQDOD †ž1mRSRGHUiSDUWLFLSDUGHFRPLVVmRGHVLQGLFkQFLD
GHQ~QFLDVHUiDUTXLYDGDSRUIDOWDGHREMHWR ou de inquérito, cônjuge, companheiro ou parente do
DFXVDGRFRQVDQJXtQHRRXDÀPHPOLQKDUHWDRXFR-
$UW'DVLQGLFkQFLDSRGHUiUHVXOWDU ODWHUDODWpRWHUFHLURJUDX
I - arquivamento do processo;
II - aplicação de penalidade de advertência ou suspen- $UW  $ &RPLVVmR H[HUFHUi VXDV DWLYLGDGHV FRP
VmRGHDWp WULQWD GLDV independência e imparcialidade, assegurado o sigilo
,,,LQVWDXUDomRGHSURFHVVRGLVFLSOLQDU necessário à elucidação do fato ou exigido pelo inter-
3DUiJUDIR~QLFR2SUD]RSDUDFRQFOXVmRGDVLQGLFkQ- HVVHGDDGPLQLVWUDomR
FLD QmR H[FHGHUi  WULQWD  GLDV SRGHQGR VHU SURU-
3DUiJUDIR ~QLFR $V UHXQL}HV H DV DXGLrQFLDV GDV FR-
rogado por igual período, a critério da autoridade su-
PLVV}HVWHUmRFDUiWHUUHVHUYDGR
SHULRU

54
$UW  2 SURFHVVR GLVFLSOLQDU VH GHVHQYROYH QDV $UW$VWHVWHPXQKDVVHUmRLQWLPDGDVDGHSRUPH-
seguintes fases: diante mandado expedido pelo presidente da comis-
I - instauração, com a publicação do ato que constituir são, devendo a segunda via, com o ciente do interes-
a comissão; VDGRVHUDQH[DGRDRVDXWRV
II - inquérito administrativo, que compreende in- 3DUiJUDIR~QLFR6HDWHVWHPXQKDIRUVHUYLGRUS~EOLFR
strução, defesa e relatório; a expedição do mandado será imediatamente comu-
,,,MXOJDPHQWR nicada ao chefe da repartição onde serve, com a indi-
FDomRGRGLDHKRUDPDUFDGRVSDUDLQTXLULomR
$UW  2 SUD]R SDUD D FRQFOXVmR GR SURFHVVR GLV-
FLSOLQDUQmRH[FHGHUi VHVVHQWD GLDVFRQWDGRVGD $UW2GHSRLPHQWRVHUiSUHVWDGRRUDOPHQWHHUH-
data de publicação do ato que constituir a comissão, duzido a termo, não sendo lícito à testemunha trazê-
admitida a sua prorrogação por igual prazo, quando ORSRUHVFULWR
DVFLUFXQVWkQFLDVRH[LJLUHP
†ž$VWHVWHPXQKDVVHUmRLQTXLULGDVVHSDUDGDPHQWH
†ž6HPSUHTXHQHFHVViULRDFRPLVVmRGHGLFDUiWHP-
†ž1DKLSyWHVHGHGHSRLPHQWRVFRQWUDGLWyULRVRXTXH
SRLQWHJUDODRVVHXVWUDEDOKRVÀFDQGRVHXVPHPEURV
VH LQÀUPHP SURFHGHUVHi j DFDUHDomR HQWUH RV GH-
GLVSHQVDGRVGRSRQWRDWpDHQWUHJDGRUHODWyULRÀQDO
†ž$VUHXQL}HVGDFRPLVVmRVHUmRUHJLVWUDGDVHPDWDV SRHQWHV
TXHGHYHUmRGHWDOKDUDVGHOLEHUDo}HVDGRWDGDV
$UW  &RQFOXtGD D LQTXLULomR GDV WHVWHPXQKDV D
Este capítulo introduz aspectos sobre o processo ad- comissão promoverá o interrogatório do acusado, ob-
ministrativo que serão aprofundados adiante e na própria VHUYDGRV RV SURFHGLPHQWRV SUHYLVWRV QRV DUWV  H
lei nº 9.784/99. Em suma, tem-se que o processo adminis- 
trativo deve garantir a ampla defesa, será conduzido por †ž1RFDVRGHPDLVGHXPDFXVDGRFDGDXPGHOHV
uma comissão de 3 membros funcionários estáveis que será ouvido separadamente, e sempre que divergirem
decidirão com independência e imparcialidade, divide-se em suas declarações sobre fatos ou circunstâncias,
em 3 fases e possui prazo limite de duração (60, even- VHUiSURPRYLGDDDFDUHDomRHQWUHHOHV
tualmente +60). †ž2SURFXUDGRUGRDFXVDGRSRGHUiDVVLVWLUDRLQ-
terrogatório, bem como à inquirição das testemunhas,
Seção I sendo-lhe vedado interferir nas perguntas e respostas,
Do Inquérito facultando-se-lhe, porém, reinquiri-las, por intermé-
GLRGRSUHVLGHQWHGDFRPLVVmR
$UW  2 LQTXpULWR DGPLQLVWUDWLYR REHGHFHUi DR
princípio do contraditório, assegurada ao acusado $UW4XDQGRKRXYHUG~YLGDVREUHDVDQLGDGHPHQWDO
ampla defesa, com a utilização dos meios e recursos do acusado, a comissão proporá à autoridade competente
DGPLWLGRVHPGLUHLWR TXHHOHVHMDVXEPHWLGRDH[DPHSRUMXQWDPpGLFDRÀFLDO
GDTXDOSDUWLFLSHSHORPHQRVXPPpGLFRSVLTXLDWUD
$UW  2V DXWRV GD VLQGLFkQFLD LQWHJUDUmR R SUR- 3DUiJUDIR~QLFR2LQFLGHQWHGHVDQLGDGHPHQWDOVHUi
FHVVRGLVFLSOLQDUFRPRSHoDLQIRUPDWLYDGDLQVWUXomR processado em auto apartado e apenso ao processo
3DUiJUDIR ~QLFR 1D KLSyWHVH GH R UHODWyULR GD VLQ- SULQFLSDODSyVDH[SHGLomRGRODXGRSHULFLDO
dicância concluir que a infração está capitulada como $UW7LSLÀFDGDDLQIUDomRGLVFLSOLQDUVHUiIRUPX-
ODGDDLQGLFLDomRGRVHUYLGRUFRPDHVSHFLÀFDomRGRV
ilícito penal, a autoridade competente encaminhará có-
pia dos autos ao Ministério Público, independentemente
IDWRVDHOHLPSXWDGRVHGDVUHVSHFWLYDVSURYDV
GDLPHGLDWDLQVWDXUDomRGRSURFHVVRGLVFLSOLQDU
† ž 2 LQGLFLDGR VHUi FLWDGR SRU PDQGDGR H[SHGLGR
$UW1DIDVHGRLQTXpULWRDFRPLVVmRSURPRYHUi
pelo presidente da comissão para apresentar defesa
a tomada de depoimentos, acareações, investigações HVFULWDQRSUD]RGH GH] GLDVDVVHJXUDQGRVHOKH
e diligências cabíveis, objetivando a coleta de prova, YLVWDGRSURFHVVRQDUHSDUWLomR
† ž +DYHQGR GRLV RX PDLV LQGLFLDGRV R SUD]R VHUi
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

recorrendo, quando necessário, a técnicos e peritos, de


PRGRDSHUPLWLUDFRPSOHWDHOXFLGDomRGRVIDWRV FRPXPHGH YLQWH GLDV
$UWeDVVHJXUDGRDRVHUYLGRURGLUHLWRGHDFRP- † ž 2 SUD]R GH GHIHVD SRGHUi VHU SURUURJDGR SHOR
panhar o processo pessoalmente ou por intermédio de GREURSDUDGLOLJrQFLDVUHSXWDGDVLQGLVSHQViYHLV
procurador, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir †ž1RFDVRGHUHFXVDGRLQGLFLDGRHPDSRURFLHQWH
provas e contraprovas e formular quesitos, quando se na cópia da citação, o prazo para defesa contar-se-á
WUDWDUGHSURYDSHULFLDO da data declarada, em termo próprio, pelo membro
†ž2SUHVLGHQWHGDFRPLVVmRSRGHUiGHQHJDUSHGLGRV da comissão que fez a citação, com a assinatura de (2)
considerados impertinentes, meramente protelatórios, GXDVWHVWHPXQKDV
ou de nenhum interesse para o esclarecimento dos fa-
WRV $UW  2 LQGLFLDGR TXH PXGDU GH UHVLGrQFLD ÀFD
†ž6HUiLQGHIHULGRRSHGLGRGHSURYDSHULFLDOTXDQGR obrigado a comunicar à comissão o lugar onde poderá
a comprovação do fato independer de conhecimento VHUHQFRQWUDGR
HVSHFLDOGHSHULWR

55
$UW  $FKDQGRVH R LQGLFLDGR HP OXJDU LQFHUWR H $UW2MXOJDPHQWRDFDWDUiRUHODWyULRGDFRPLV-
não sabido, será citado por edital, publicado no Diário VmRVDOYRTXDQGRFRQWUiULRjVSURYDVGRVDXWRV
2ÀFLDOGD8QLmRHHPMRUQDOGHJUDQGHFLUFXODomRQD 3DUiJUDIR ~QLFR 4XDQGR R UHODWyULR GD FRPLVVmR
localidade do último domicílio conhecido, para apre- contrariar as provas dos autos, a autoridade julga-
VHQWDUGHIHVD dora poderá, motivadamente, agravar a penalidade
3DUiJUDIR ~QLFR 1D KLSyWHVH GHVWH DUWLJR R SUD]R proposta, abrandá-la ou isentar o servidor de respon-
VDELOLGDGH
SDUDGHIHVDVHUiGH TXLQ]H GLDVDSDUWLUGD~OWLPD
SXEOLFDomRGRHGLWDO
$UW  9HULÀFDGD D RFRUUrQFLD GH YtFLR LQVDQiYHO
a autoridade que determinou a instauração do pro-
$UW&RQVLGHUDUVHiUHYHORLQGLFLDGRTXHUHJX- cesso ou outra de hierarquia superior declarará a sua
ODUPHQWHFLWDGRQmRDSUHVHQWDUGHIHVDQRSUD]ROHJDO nulidade, total ou parcial, e ordenará, no mesmo ato,
†ž$UHYHOLDVHUiGHFODUDGDSRUWHUPRQRVDXWRVGR a constituição de outra comissão para instauração de
SURFHVVRHGHYROYHUiRSUD]RSDUDDGHIHVD QRYRSURFHVVR

†ž3DUDGHIHQGHURLQGLFLDGRUHYHODDXWRULGDGHLQ- † ž 2 MXOJDPHQWR IRUD GR SUD]R OHJDO QmR LPSOLFD


stauradora do processo designará um servidor como QXOLGDGHGRSURFHVVR
defensor dativo, que deverá ser ocupante de cargo †ž$DXWRULGDGHMXOJDGRUDTXHGHUFDXVDjSUHVFULomR
efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de GHTXHWUDWDRDUW†RVHUiUHVSRQVDELOL]DGDQD
HVFRODULGDGHLJXDORXVXSHULRUDRGRLQGLFLDGR IRUPDGR&DStWXOR,9GR7tWXOR,9
$UW([WLQWDDSXQLELOLGDGHSHODSUHVFULomRDDX-
toridade julgadora determinará o registro do fato nos
$UW  $SUHFLDGD D GHIHVD D FRPLVVmR HODERUDUi
DVVHQWDPHQWRVLQGLYLGXDLVGRVHUYLGRU
relatório minucioso, onde resumirá as peças principais
dos autos e mencionará as provas em que se baseou $UW4XDQGRDLQIUDomRHVWLYHUFDSLWXODGDFRPR
SDUDIRUPDUDVXDFRQYLFomR crime, o processo disciplinar será remetido ao Minis-
†ž2UHODWyULRVHUiVHPSUHFRQFOXVLYRTXDQWRjLQ- WpULR3~EOLFRSDUDLQVWDXUDomRGDDomRSHQDOÀFDQGR
RFrQFLDRXjUHVSRQVDELOLGDGHGRVHUYLGRU WUDVODGDGRQDUHSDUWLomR
†ž5HFRQKHFLGDDUHVSRQVDELOLGDGHGRVHUYLGRUDFR-
missão indicará o dispositivo legal ou regulamentar $UW2VHUYLGRUTXHUHVSRQGHUDSURFHVVRGLVFLSOL-
transgredido, bem como as circunstâncias agravantes nar só poderá ser exonerado a pedido, ou aposentado
RXDWHQXDQWHV voluntariamente, após a conclusão do processo e o
$UW2SURFHVVRGLVFLSOLQDUFRPRUHODWyULRGDFR- FXPSULPHQWRGDSHQDOLGDGHDFDVRDSOLFDGD
missão, será remetido à autoridade que determinou a 3DUiJUDIR~QLFR2FRUULGDDH[RQHUDomRGHTXHWUDWDR
SDUiJUDIR~QLFRLQFLVR,GRDUWRDWRVHUiFRQYHU-
VXDLQVWDXUDomRSDUDMXOJDPHQWR
WLGRHPGHPLVVmRVHIRURFDVR
O inquérito é uma das fases do processo adminis- $UW6HUmRDVVHJXUDGRVWUDQVSRUWHHGLiULDV
trativo disciplinar, obedecendo às regras descritas nes- I - ao servidor convocado para prestar depoimento
ta seção, destacando-se as que tratam da produção de fora da sede de sua repartição, na condição de teste-
provas. munha, denunciado ou indiciado;
II - aos membros da comissão e ao secretário, quando
SEÇÃO II obrigados a se deslocarem da sede dos trabalhos para
DO JULGAMENTO a realização de missão essencial ao esclarecimento
GRVIDWRV
$UW1RSUD]RGH YLQWH GLDVFRQWDGRVGRUH- Nesta seção, trata-se do julgamento do processo ad-
cebimento do processo, a autoridade julgadora profer- ministrativo disciplinar, que não será feito pela comissão,
LUiDVXDGHFLVmR mas pela autoridade competente para aplicar a sanção.
†ž6HDSHQDOLGDGHDVHUDSOLFDGDH[FHGHUDDOoDGD $ÀQDO D FRPLVVmR DSHQDV LQGLFD TXDO R DWR SUDWLFDGR
da autoridade instauradora do processo, este será en- pelo indiciamento. Se houver mais de um indiciado e as
caminhado à autoridade competente, que decidirá em sanções forem diversas, julga a autoridade de maior nível
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

LJXDOSUD]R hierárquico. Ex: autoridade que pode aplicar suspensão


não pode aplicar demissão, de forma que se a um dos
†ž+DYHQGRPDLVGHXPLQGLFLDGRHGLYHUVLGDGHGH
indiciados couber demissão será a autoridade que pode
sanções, o julgamento caberá à autoridade compe- aplicar esta pena que aplicará também a suspensão ao
WHQWHSDUDDLPSRVLomRGDSHQDPDLVJUDYH outro indiciado.
†ž6HDSHQDOLGDGHSUHYLVWDIRUDGHPLVVmRRXFDV-
sação de aposentadoria ou disponibilidade, o jul- Seção III
gamento caberá às autoridades de que trata o inciso Da Revisão do Processo
,GRDUW
†ž5HFRQKHFLGDSHODFRPLVVmRDLQRFrQFLDGRVHUYL- $UW  2 SURFHVVR GLVFLSOLQDU SRGHUi VHU UHYLVWR
dor, a autoridade instauradora do processo determi- a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se
QDUi R VHX DUTXLYDPHQWR VDOYR VH ÁDJUDQWHPHQWH aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de
FRQWUiULDjSURYDGRVDXWRV MXVWLÀFDUDLQRFrQFLDGRSXQLGRRXDLQDGHTXDomRGD
SHQDOLGDGHDSOLFDGD

56
†ž(PFDVRGHIDOHFLPHQWRDXVrQFLDRXGHVDSDUHFLPHQWRGRVHUYLGRUTXDOTXHUSHVVRDGDIDPtOLDSRGHUiUHTXHUHU
DUHYLVmRGRSURFHVVR
†ž1RFDVRGHLQFDSDFLGDGHPHQWDOGRVHUYLGRUDUHYLVmRVHUiUHTXHULGDSHORUHVSHFWLYRFXUDGRU
$UW1RSURFHVVRUHYLVLRQDOR{QXVGDSURYDFDEHDRUHTXHUHQWH

$UW$VLPSOHVDOHJDomRGHLQMXVWLoDGDSHQDOLGDGHQmRFRQVWLWXLIXQGDPHQWRSDUDDUHYLVmRTXHUHTXHUHOHPHQ-
WRVQRYRVDLQGDQmRDSUHFLDGRVQRSURFHVVRRULJLQiULR

$UW2UHTXHULPHQWRGHUHYLVmRGRSURFHVVRVHUiGLULJLGRDR0LQLVWURGH(VWDGRRXDXWRULGDGHHTXLYDOHQWHTXHVH
DXWRUL]DUDUHYLVmRHQFDPLQKDUiRSHGLGRDRGLULJHQWHGRyUJmRRXHQWLGDGHRQGHVHRULJLQRXRSURFHVVRGLVFLSOLQDU
3DUiJUDIR~QLFR'HIHULGDDSHWLomRDDXWRULGDGHFRPSHWHQWHSURYLGHQFLDUiDFRQVWLWXLomRGHFRPLVVmRQDIRUPDGRDUW

$UW$UHYLVmRFRUUHUiHPDSHQVRDRSURFHVVRRULJLQiULR
3DUiJUDIR~QLFR1DSHWLomRLQLFLDORUHTXHUHQWHSHGLUiGLDHKRUDSDUDDSURGXomRGHSURYDVHLQTXLULomRGDVWHVWH-
PXQKDVTXHDUURODU

$UW$FRPLVVmRUHYLVRUDWHUi VHVVHQWD GLDVSDUDDFRQFOXVmRGRVWUDEDOKRV

$UW$SOLFDPVHDRVWUDEDOKRVGDFRPLVVmRUHYLVRUDQRTXHFRXEHUDVQRUPDVHSURFHGLPHQWRVSUySULRVGDFR-
PLVVmRGRSURFHVVRGLVFLSOLQDU

$UW2MXOJDPHQWRFDEHUijDXWRULGDGHTXHDSOLFRXDSHQDOLGDGHQRVWHUPRVGRDUW
3DUiJUDIR~QLFR2SUD]RSDUDMXOJDPHQWRVHUiGH YLQWH GLDVFRQWDGRVGRUHFHELPHQWRGRSURFHVVRQRFXUVRGR
TXDODDXWRULGDGHMXOJDGRUDSRGHUiGHWHUPLQDUGLOLJrQFLDV
$UW-XOJDGDSURFHGHQWHDUHYLVmRVHUiGHFODUDGDVHPHIHLWRDSHQDOLGDGHDSOLFDGDUHVWDEHOHFHQGRVHWRGRVRV
GLUHLWRVGRVHUYLGRUH[FHWRHPUHODomRjGHVWLWXLomRGRFDUJRHPFRPLVVmRTXHVHUiFRQYHUWLGDHPH[RQHUDomR
3DUiJUDIR~QLFR'DUHYLVmRGRSURFHVVRQmRSRGHUiUHVXOWDUDJUDYDPHQWRGHSHQDOLGDGH

A revisão do processo consiste na possibilidade do servidor condenado requerer que sua condenação seja revista se
VXUJLUHPQRYRVIDWRVRXFLUFXQVWkQFLDVTXHMXVWLÀTXHPVXDDEVROYLomRRXDDSOLFDomRGHXPDSHQDPDLVOHYH3RGHUi
ser requerida ao ministro de Estado ou autoridade de mesma hierarquia e será apensada ao processo administrativo
originário. O julgamento será feito pela mesma autoridade que aplicou a pena. Se apurado que na verdade a pena
deveria ser maior, não cabe agravar a situação do servidor.

#FicaDica

Sindicância Inquérito administrativo Procedimento sumário


Prazo 30 + 30 dias 60 + 60 dias 30 + 15 dias
Suspensão por mais de
Inassiduidade
Suspensão de até 30 dias
Penalidade/Motivo Abandono de cargo
30 dias Demissão
Acumulação ilegal de cargos
Cassação
Comissão 1, 2 ou 3 servidores 3 servidores 2 servidores

EXERCÍCIO COMENTADO

1. (CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL – AGENTE DE POLÍCIA LEGISLATIVA – FCC – 2018) Jaime exerce
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

o cargo remunerado de professor público em determinada instituição de ensino, no período matutino e, após apro-
vação em concurso público, nos termos da lei, pretende exercer também o mesmo cargo remunerado em uma outra
LQVWLWXLomRS~EOLFDGHHQVLQRQRSHUtRGRQRWXUQR6XDHVSRVD5RVDH[HUFHFDUJRS~EOLFRFLHQWtÀFRUHPXQHUDGRQR
período vespertino e tem interesse em prestar concurso para exercer também cargo remunerado de professora em
uma instituição pública de ensino superior no período noturno. Com base apenas nas informações fornecidas e de
acordo com a Constituição Federal, obedecidos os limites remuneratórios eventualmente aplicáveis, a acumulação de
cargos pretendida é:

a) vedada ao Jaime e à Rosa.


b) permitida apenas ao Jaime.
c) permitida apenas à Rosa.
d) permitida ao Jaime e à Rosa.
e) permitida ao Jaime e à Rosa, desde que se trate de cargos integrantes de Administrações de diferentes esferas da
federação.

57
Resposta: Letra D. O caso de Jaime é permitido pelo d) deverá o servidor retornar ao serviço imediatamente,
ordenamento jurídico, uma vez que estamos diante exceto se o processo não tiver sido concluído, hipóte-
da hipótese de acumulação de dois cargos de profes- se em que o afastamento poderá ser prorrogado pelo
sor, com compatibilidade de horários (art. 37, XVI, a, prazo máximo de trinta dias.
CF/1988). O caso de Rosa também é permitido. Assu- e) o afastamento poderá ser prorrogado por mais 180
mindo que seja aprovada em concurso, é permitido GLDVÀQGRRTXDOFHVVDUmRRVVHXVHIHLWRVDLQGDTXH
a Rosa acumular um cargo de professor, com outro não concluído o processo.
FDUJRGHQDWXUH]DWpFQLFDRXFLHQWtÀFD DUW;9,b,
Resposta: Letra B. As letras A e D estão incorretas, pois
CF/1988), havendo compatibilidade de horários (pe- é permitido prorrogação do afastamento por igual pra-
ríodo vespertino = à tarde). zo, na forma do parágrafo único do art. 147 da Lei nº
8.112/1990. A letra C e E estão incorretas, pois não há
2. (TRT 2ª REGIÃO-SP – TÉCNICO JUDICIÁRIO ÁREA previsão legal de prorrogação do prazo para 180 dias.
ADMINISTRATIVA – FCC – 2018) Suponha que deter-
minado servidor público federal tenha solicitado licença 4. (TRE-SP – ANALISTA JUDICIÁRIO – ANÁLISE DE
para tratar de interesses particulares, a qual, contudo, SISTEMAS – FCC – 2017) Miguel é servidor público fe-
restou negada pela Administração. Entre os possíveis deral e pretende licenciar-se do cargo para o desempe-
motivos legalmente previstos para negativa, nos termos nho de mandato classista em sindicato representativo da
disciplinados pela Lei n° 8.112/1990, se insere(m): categoria do qual faz parte e que conta com 5.000 asso-
I. Estar o servidor no curso de estágio probatório. ciados. Cumpre salientar que o servidor foi eleito para
II. Ser o servidor ocupante exclusivamente de cargo em cargo de representação no mencionado sindicato. Nos
comissão. termos da Lei nº 8.112/1990:
III. Razões de conveniência da Administração.
a) o mencionado sindicato comportará até quatro ser-
vidores licenciados para o desempenho de mandato
Está correto RTXHVHDÀUPDHP
classista.
b) a licença perdurará pelo mesmo prazo do mandato,
a) I, II e III. não podendo ser renovada.
b) II, apenas. c) será assegurado ao servidor o direito à licença sem
c) II e III, apenas. remuneração para o desempenho do respectivo man-
d) I e III, apenas. dato.
e) I e II, apenas. d) não constitui requisito para a mencionada licença que
o sindicato seja cadastrado no órgão competente.
Resposta: Letra A. A licença para tratar de assun- e) o mencionado sindicato comportará apenas um servi-
tos pessoais consta no caput do art. 91 da Lei nº dor licenciado para o desempenho de mandato clas-
8.112/1993. Em I, o fato do servidor estar em está- sista.
gio probatório faz com que ele não possa ter conce-
dida licença para tratar de assuntos pessoais, Em II, Resposta: Letra C. Em ´Dµe ´Hµ, são devidos 2 servido-
somente pode ser concedida a referida licença para res licenciados (art. 92, I, Lei nº 8.112/1990).
os servidores ocupantes de cargo efetivo, não se es- Em ´Eµ, cabe renovação da licença em caso de reelei-
tende para os servidores ocupantes de cargo em co- ção (art. 92, § 2o, Lei nº 8.112/1990).
missão. Em III, se a Administração entender que, por Em ´Fµ, disciplina o art. 92 da Lei nº 8.112/1990: “É
assegurado ao servidor o direito à licença sem re-
razões de conveniência, a licença poderia lhe trazer
muneração para o desempenho de mandato em
grandes prejuízos, ela pode não concedê-la ao ser-
confederação, federação, associação de classe de âm-
vidor. bito nacional, sindicato representativo da categoria
RXHQWLGDGHÀVFDOL]DGRUDGDSURÀVVmRRXDLQGDSDUD
3. (TRT 2ª REGIÃO-SP – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC participar de gerência ou administração em socieda-
– 2018) De acordo com a Lei no 8.112/1990, como me- de cooperativa constituída por servidores públicos
GLGD FDXWHODU H D ÀP GH TXH R VHUYLGRU QmR YHQKD D para prestar serviços a seus membros, observado o
LQÁXLUQDDSXUDomRGDLUUHJXODULGDGHDDXWRULGDGHLQV- disposto na alínea c do inciso VIII do art. 102 desta
tauradora do processo disciplinar poderá determinar o
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Lei, conforme disposto em regulamento e observa-


seu afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de dos os seguintes limites: I – para entidades com até
até 60 dias, sem prejuízo da remuneração. Ocorrendo o 5.000 (cinco mil) associados, 2 (dois) servidores; II –
término desses 60 dias, para entidades com 5.001 (cinco mil e um) a 30.000
a) deverá o servidor retornar ao serviço imediatamente, (trinta mil) associados, 4 (quatro) servidores; III – para
ainda que não concluído o processo. entidades com mais de 30.000 (trinta mil) associados,
b) o afastamento poderá ser prorrogado por igual pra- 8 (oito) servidores. §1º Somente poderão ser licencia-
]RÀQGRRTXDOFHVVDUmRRVVHXVHIHLWRVDLQGDTXH
dos os servidores eleitos para cargos de direção ou
de representação nas referidas entidades, desde que
não concluído o processo. cadastradas no órgão competente. §2º A licença terá
c) o afastamento poderá ser prorrogado por igual pra- duração igual à do mandato, podendo ser renovada,
]RÀQGRRTXDOFHVVDUmRRVVHXVHIHLWRVH[FHWRVHR QRFDVRGHUHHOHLomRµ
processo não tiver sido concluído, hipótese em que (P´GµH[LJHVHRFDGDVWUDPHQWRGDHQWLGDGHHPyU-
poderá ser prorrogado pelo prazo máximo de 180 gão competente (art. 92, § 1o, Lei nº 8.112/1990).
dias.

58
SERVIÇOS PÚBLICOS: CONCEITO, REGIME #FicaDica
JURÍDICO, PRINCÍPIOS, TITULARIDADE E
Os usuários têm direito, nos termos do arti-
COMPETÊNCIA. DELEGAÇÃO: CONCESSÃO,
go 7o, Lei nº 8.987/1995:
PERMISSÃO E AUTORIZAÇÃO. – Receber serviço adequado;
– Receber informações para defesa dos in-
teresses individuais e coletivos;
Conceito de serviço público – Obter e utilizar o serviço, com liberdade
de escolha.
Serviço público é todo aquele prestado pela adminis-
tração ou por particulares debaixo de regras de direito
público para a preservação dos interesses da coletivi-
Concessão, permissão, autorização e delegação;
dade. A titularidade da prestação de um serviço público
sempre será da Administração Pública, somente poden-
$UW,QFXPEHDR3RGHU3~EOLFRQDIRUPDGDOHL
do ser transferido a um particular a execução do serviço
S~EOLFR$VUHJUDVVHUmRVHPSUHÀ[DGDVXQLODWHUDOPHQWH
diretamente ou sob regime de concessão ou permis-
são, sempre através de licitação, a prestação de ser-
pela Administração, independentemente de quem esteja
YLoRVS~EOLFRV
executando o serviço público. Qualquer contrato admi-
3DUiJUDIR~QLFR$OHLGLVSRUiVREUH
nistrativo aos olhos do particular é contrato de adesão.
I - o regime das empresas concessionárias e permis-
Com efeito, quem presta o serviço público pode ser
sionárias de serviços públicos, o caráter especial de
a Administração ou um particular, fazendo-o sob regras
seu contrato e de sua prorrogação, bem como as con-
de direito público e com vistas a preservar o interesse
GLo}HVGHFDGXFLGDGHÀVFDOL]DomRHUHVFLVmRGDFRQ-
público.
cessão ou permissão;
II - os direitos dos usuários;
#FicaDica III - política tarifária;
Serviço público ,9DREULJDomRGHPDQWHUVHUYLoRDGHTXDGR
– Pode ser prestado pelo Estado ou não;
– Contudo, a titularidade é da Administração; O referido artigo dispõe que a prestação dos serviços
– Devem ter por foco a preservação do inte- públicos é de titularidade da Administração Pública, po-
resse público; dendo ser centralizada ou descentralizada. Sempre que
– O Estado pode delegar a prestação em ca- a prestação do serviço público for descentralizada, por
sos determinados. meio de concessão ou permissão, deverá ser precedida
GH OLFLWDomR $V GXDV ÀJXUDV FRQFHVVmR RX SHUPLVVmR
surgem como instrumentos que viabilizam a descentrali-
zação dos serviços públicos, atribuindo-os para terceiros,
Princípios aplicáveis
são reguladas pela Lei nº 8.987/95.
Assim, a titularidade de um serviço público é sempre
a) Princípio da adaptabilidade: impõe a atualização e
da Administração Pública, que possui competência para
modernização na prestação do serviço público;
À[DUDVUHJUDVGHH[HFXomRGRVHUYLoRHSDUDÀVFDOL]DUR
E 3ULQFtSLRGDXQLYHUVDOLGDGHVLJQLÀFDTXHRVVHUYL-
cumprimento das mesmas, aplicando sanções em caso
ços devem ser estendidos a todos administrados;
de descumprimento.
c) Princípio da impessoalidade: determina a vedação
A Administração Pública pode decidir executar ela
de discriminações entre os usuários;
mesma um serviço público através de órgãos que inte-
d) Princípio da continuidade: impossibilidade de in-
gram a sua Administração direta; ou então fazê-lo através
terrupção;
de uma pessoa que integre a sua Administração indireta
e) Princípio da modicidade das tarifas: impõe tarifas
(autarquias, empresas públicas, sociedades de economia
módicas aos usuários;
mista e fundações públicas); além de poder resolver que
f) Princípio da cortesia: prevê que os usuários devem
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

a execução do serviço público será transferida a particu-


ser tratados com urbanidade;
lares, cabendo escolher quem deles reúne a melhor con-
J 3ULQFtSLR GD HÀFLrQFLD HVWDEHOHFH TXH R VHUYLoR
dição por meio de licitação, isto é, permissão, concessão
público deve ser prestado de maneira satisfatória
e autorização de serviço.
ao usuário;
Os particulares, no máximo, assumem a execução do
h) Princípio da segurança: o serviço não pode ser pres-
serviço, mediante delegação do poder público. Logo, a
tado de forma que coloque em risco a vida dos usu-
prestação pode ser centralizada quando a própria Admi-
ários.
nistração Pública executa os serviços, ou descentralizada
quando a Administração Pública passa a execução para
terceiros. Esses terceiros podem estar dentro ou fora da
Administração Direta.

59
4. Subconcessão
#FicaDica
Forma direta – próprio Estado; Conforme artigo 26, é a transferência do objeto da
Forma indireta – delegação por contrato: concessão para terceiros, sujeitando-se aos seguintes li-
Concessão; mites: autorização ou concordância do poder constituin-
Permissão; te, previsão contratual e licitação. Ocorre a sub-rogação
Autorização; de direitos e obrigações perante a Administração Públi-
Forma indireta – delegação legal (empresas ca. A subconcessão pode ser parcial.
públicas e sociedades de economia mista).
5. Conceito de serviço público

1. Serviços indelegáveis Serviço público é todo aquele prestado pela adminis-


tração ou por particulares debaixo de regras de direito
Existem serviços próprios do Estado, que são aque- público para a preservação dos interesses da coletivi-
les que se relacionam intimamente com as atribuições dade. A titularidade da prestação de um serviço público
do Poder Público (Ex.: segurança, polícia, higiene e saúde sempre será da Administração Pública, somente poden-
públicas etc.) e para a execução dos quais a Administra- do ser transferido a um particular a execução do serviço
ção usa da sua supremacia sobre os administrados, os S~EOLFR$VUHJUDVVHUmRVHPSUHÀ[DGDVXQLODWHUDOPHQWH
quais não podem ser delegados a particulares. Tais servi- pela Administração, independentemente de quem esteja
ços, por sua essencialidade, geralmente são gratuitos ou executando o serviço público. Qualquer contrato admi-
de baixa remuneração. nistrativo aos olhos do particular é contrato de adesão.
Todos os serviços públicos que não são próprios do Com efeito, quem presta o serviço público pode ser
Estado são delegáveis. a Administração ou um particular, fazendo-o sob regras
de direito público e com vistas a preservar o interesse
público.
2. Descentralização: concessão e permissão (art.
2º, Lei nº 8.987/95)
#FicaDica
Concessão de Serviço Público: é a delegação da pres- Serviço público
tação do serviço público feita pelo poder concedente, – Pode ser prestado pelo Estado ou não;
mediante licitação na modalidade concorrência, à pes- – Contudo, a titularidade é da Administração;
soa jurídica ou consórcio de empresas que demonstrem – Devem ter por foco a preservação do
capacidade de desempenho por sua conta e risco, com interesse público;
prazo determinado. Essa capacidade de desempenho é – O Estado pode delegar a prestação em
averiguada na fase de habilitação da licitação. Qualquer casos determinados.
prejuízo causado a terceiros, no caso de concessão, será
de responsabilidade do concessionário – que responde
de forma objetiva (art. 37, § 6.º, da CF) tendo em vista a 6. Caracteres jurídicos
atividade estatal desenvolvida, respondendo a Adminis-
tração Direta subsidiariamente. Trata-se de uma espécie Somente por regras de direito público é possível
de contrato administrativo. prestar serviços públicos. Para distinguir quais serviços
Permissão de Serviço Público: é a delegação a título são públicos e quais não, deve-se utilizar as regras de
precário, mediante licitação feita pelo poder concedente competência dispostas na Constituição Federal. Sempre
à pessoa física ou jurídica que demonstrem capacidade TXHQmRKRXYHUGHÀQLomRFRQVWLWXFLRQDODUHVSHLWRGH-
de desempenho por sua conta e risco. Trata-se de um ato vem-se observar as regras que incidem sobre aqueles
administrativo precário, que pode ser desfeito a qualquer serviços, bem como o regime jurídico ao qual a atividade
momento. se submete. Sendo regras de direito público, será servi-
ço público; sendo regras de direito privado, será serviço
3. Responsabilidade civil privado.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Nos termos do artigo 25, quem responde é o conces- &ODVVLÀFDomR


sionário/permissionário. Responde por danos causados
ao poder concedente, aos usuários e a terceiros. Deve-se Meirelles13DSUHVHQWDDVHJXLQWHFODVVLÀFDomRGRVVHU-
privilegiar a atividade que causou o dano (serviço públi- viços públicos:
co), independente da vítima ser ou não usuária do servi-
ço. Em regra, a responsabilidade é objetiva, não cabendo a) Quanto à essencialidade:
provar a culpa ou dolo, bastando a prova do nexo de - serviços públicos propriamente ditos – são aqueles
causalidade, do dano e da ação (artigo 37, §6º, CF), à ex- prestados diretamente pela Administração para a
ceção dos casos de omissão, em que a responsabilidade comunidade, por reconhecer a sua essencialidade
é subjetiva. e necessidade de grupo social. São privativos do
Poder Público.
13 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasilei-
ro. São Paulo: Malheiros, 1993.

60
- serviços de utilidade pública – são os que a Admi- Quanto à continuidade da prestação do serviço públi-
nistração, reconhecendo a sua conveniência para co e o direito de greve, destaca-se que apesar da previ-
a coletividade, presta-os diretamente ou aquiesce VmRFRQVWLWXFLRQDOGHTXHVRPHQWHOHLHVSHFtÀFDSRGHULD
que sejam prestados por terceiros. GHÀQLURVWHUPRVHOLPLWHVGHVWHGLUHLWRQRVHWRUS~EOLFR
HDÀQVGLDQWHGDDXVrQFLDGHSUHYLVmRGHYHVHDSOLFDUD
b) Quanto aos destinatários: lei geral que regula o direito de greve. Contudo, a greve
- serviços gerais ou uti universi – são aqueles que a total é inconstitucional, devendo-se manter serviços mí-
Administração presta sem ter usuários determina- nimos à população.
dos para atender à coletividade no seu todo. Ex.:
iluminação pública. São indivisíveis, isto é, não
mensuráveis. Daí por que devem ser mantidos por #FicaDica
tributo, e não por taxa ou tarifa. Princípio da continuidade dos serviços públi-
- serviços individuais ou uti singuli – são os que pos- cos:
suem usuários determinados e utilização particular – Os serviços públicos não poderão ser inter-
e mensurável para cada destinatário. São remune- rompidos;
rados por taxa ou tarifa. – Devem ter a devida regularidade;
– Os funcionários não podem praticar greve
em serviços essenciais e imprescindíveis.
#FicaDica
&ODVVLÀFDomR
– Quanto à essencialidade: 10. Prestação de serviço adequado
Públicos propriamente ditos;
Serviços de utilidade pública. 2 VHUYLoR GHYH VHU UHJXODU FRQWtQXR HÀFD] VHJXUR
– Quanto aos destinatários: módico, atual e cortês. O princípio básico é o da con-
Gerais; tinuidade dos serviços públicos; entretanto, a prestação
Individuais. poderá ser interrompida em duas hipóteses (art. 6.º, § 3º):
- em situação de emergência, como no caso de atos
de vandalismo de terceiros;
8. Princípios aplicáveis - com aviso prévio, por razões de ordem técnica ou
de segurança das instalações e em caso de inadim-
a) Princípio da adaptabilidade: impõe a atualização e plemento do usuário (no caso de inadimplemen-
modernização na prestação do serviço público; WRRXVXiULRGHYHVHUQRWLÀFDGRFRQIHULQGRVHD
E 3ULQFtSLRGDXQLYHUVDOLGDGHVLJQLÀFDTXHRVVHUYL- oportunidade de pagamento antes da interrupção,
ços devem ser estendidos a todos administrados; bem como de defesa, alegando que não deve, que
c) Princípio da impessoalidade: determina a vedação deve menos ou que precisa parcelar).
de discriminações entre os usuários;
d) Princípio da continuidade: impossibilidade de in- Tarifa módica é aquela acessível ao usuário comum
terrupção; do serviço.
e) Princípio da modicidade das tarifas: impõe tarifas O art. 22 do Código de Defesa do Consumidor dis-
módicas aos usuários; põe que “os órgãos públicos, por si ou suas empresas,
f) Princípio da cortesia: prevê que os usuários devem concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra
ser tratados com urbanidade; forma de empreendimento, são obrigados a fornecer
J 3ULQFtSLRGDHÀFLrQFLDHVWDEHOHFHTXHRVHUYLoRS~- VHUYLoRV DGHTXDGRV HÀFLHQWHV VHJXURV H TXDQWR DRV
blico deve ser prestado de maneira satisfatória ao HVVHQFLDLV FRQWtQXRVµ 7HPVH HQWmR XP FRQÁLWR HQWUH
usuário; a Lei n. 8.987/95 e o Código de Defesa do Consumidor
h) Princípio da segurança: o serviço não pode ser (Lei n. 8.078/90). Se fossem seguidas as regras de inter-
prestado de forma que coloque em risco a vida pretação, a Lei n. 8.987/95 prevaleceria sobre o Código
dos usuários. de Defesa do Consumidor por ser posterior e especial. Os
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Tribunais, entretanto, entendem que se o serviço é essen-


9. Continuidade da Prestação do Serviço Público cial, a prestação deve ser contínua, prevalecendo, então,
o disposto no art. 22 do Código de Defesa do Consumi-
Entre as regras do regime jurídico público, destaca-se dor. Assim, os serviços essenciais não podem ser inter-
o princípio da continuidade de sua prestação. rompidos por inadimplemento.
Num contrato administrativo, quando o particular
descumpre suas obrigações, há rescisão contratual. Se é 11. Política tarifária
a Administração, entretanto, que descumpre suas obri-
gações, o particular não pode rescindir o contrato, tendo A tarifa surge como a principal fonte de arrecadação
em vista o princípio da continuidade da prestação. do concessionário/permissionário. É através dela que se
(VVDpDFKDPDGD´FOiXVXODH[RUELWDQWHµTXHYLVDGDU garante a margem de lucro. Tarifa não é tributo, se o fos-
à Administração Pública uma prerrogativa que não existe se, sobre ela incidiriam todos os princípios constitucio-
para o particular, colocando-a em uma posição superior nais tributários, o que não ocorre.
em razão da supremacia do interesse público.

61
1LQJXpP À[D R YDORU LQLFLDO p DXWRPiWLFR H SUpHV- 3RUÀPWHPRVRVVHUYLoRVDXWRUL]DGRVTXHVmRDTXH-
tabelecido na licitação. O poder público que autoriza o les que o Poder Público, por ato unilateral, precário e
aumento, mas o aumento não pode permitir que o valor discricionário, consente na sua execução pelo particular
deixe de ser módico. para atender a interesses coletivos instáveis ou a emer-
gência transitória.
12. Usuário do serviço público
Lei nº 8.987, De 13 de fevereiro de 1995
O art. 7.º estabelece um rol de seis situações que tratam
dos direitos e obrigações do usuário sem prejuízo dos pre- Dispõe sobre o regime de concessão e permissão da
vistos no Código de Defesa do Consumidor. É um rol exem- prestação de serviços públicos previsto no art. 175 da
SOLÀFDWLYRLQFOXLQGRVHRXWURVFRPRGLUHLWRGRFRQVXPLGRU Constituição Federal, e dá outras providências.
(artigo 5º, XXXII, CF); direito de obter dos órgãos públicos O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
informações de interesse particular, coletivo ou geral (artigo gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
5º, XXXIII, CF); mandado de segurança para proteger direito
líquido e certo em caráter residual (artigo 5º, LXIX, CF). Capítulo I
Das disposições preliminares
#FicaDica
$UWž$VFRQFHVV}HVGHVHUYLoRVS~EOLFRVHGHREUDV
Os usuários têm direito, nos termos do artigo
públicas e as permissões de serviços públicos reger-se-
7o, Lei nº 8.987/1995:
mRSHORVWHUPRVGRDUWGD&RQVWLWXLomR)HGHUDO
– Receber serviço adequado;
SRU HVWD /HL SHODV QRUPDV OHJDLV SHUWLQHQWHV H SHODV
– Receber informações para defesa dos inte-
FOiXVXODVGRVLQGLVSHQViYHLVFRQWUDWRV
resses individuais e coletivos;
3DUiJUDIR~QLFR$8QLmRRV(VWDGRVR'LVWULWR)HGH-
– Obter e utilizar o serviço, com liberdade de
ral e os Municípios promoverão a revisão e as adapta-
escolha.
ções necessárias de sua legislação às prescrições desta
/HL EXVFDQGR DWHQGHU DV SHFXOLDULGDGHV GDV GLYHUVDV
PRGDOLGDGHVGRVVHXVVHUYLoRV
13. Extinção
$UWž3DUDRVÀQVGRGLVSRVWRQHVWD/HLFRQVLGHUDVH
I - poder concedente: a União, o Estado, o Distrito Fe-
As causas de extinção estão descritas no artigo 35:
deral ou o Município, em cuja competência se encon-
termo, que é o término do prazo descrito; encampação,
tre o serviço público, precedido ou não da execução de
que é a extinção por razões de interesse público; cadu-
cidade, que é a extinção por descumprimento de obri- obra pública, objeto de concessão ou permissão;
gações pelo concessionário; rescisão, que é a extinção II - concessão de serviço público: a delegação de sua
durante a vigência pelo descumprimento das obrigações prestação, feita pelo poder concedente, mediante lici-
pelo poder público; anulação, que é a extinção por força tação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurí-
GDFRQÀJXUDomRGHLOHJDOLGDGHIDOrQFLDTXHpDH[WLQomR dica ou consórcio de empresas que demonstre capaci-
SRU FRQWD GH IDOWD GH FRQGLo}HV ÀQDQFHLUDV SDUD FRQWL- dade para seu desempenho, por sua conta e risco e por
nuar arcando com as obrigações do contrato; e morte, prazo determinado;
que é o falecimento da parte contratada em contrato III - concessão de serviço público precedida da exe-
personalíssimo. cução de obra pública: a construção, total ou parcial,
conservação, reforma, ampliação ou melhoramen-
14. Reassunção e reversão to de quaisquer obras de interesse público, delegada
pelo poder concedente, mediante licitação, na moda-
Reassunção, que é a retomada da execução de um lidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio
serviço público pelo poder público uma vez extinta a de empresas que demonstre capacidade para a sua
concessão. realização, por sua conta e risco, de forma que o inves-
Reversão, que é a transferência de bens utilizados du- timento da concessionária seja remunerado e amorti-
rante a concessão para o patrimônio público a partir da zado mediante a exploração do serviço ou da obra por
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

extinção da concessão. prazo determinado;


IV - permissão de serviço público: a delegação, a título
15. Permissão e autorização precário, mediante licitação, da prestação de serviços
públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física
Serviços concedidos são aqueles que o particular exe- ou jurídica que demonstre capacidade para seu de-
cuta em seu nome, por sua conta e risco, remunerados VHPSHQKRSRUVXDFRQWDHULVFR
por tarifa. A concessão dá-se por meio de contrato. $UW ž $V FRQFHVV}HV H SHUPLVV}HV VXMHLWDUVHmR j
Os serviços permitidos são aqueles aos quais a Admi- ÀVFDOL]DomR SHOR SRGHU FRQFHGHQWH UHVSRQViYHO SHOD
nistração estabelece os requisitos para a sua prestação GHOHJDomRFRPDFRRSHUDomRGRVXVXiULRV
ao público e, por ato unilateral (termo de permissão), $UW ž $ FRQFHVVmR GH VHUYLoR S~EOLFR SUHFHGLGD RX
comete a execução aos particulares que demonstrarem não da execução de obra pública, será formalizada
capacidade para seu desempenho. A permissão é uni- mediante contrato, que deverá observar os termos
lateral, precária e discricionária. Serve para serviços de GHVWD/HLGDVQRUPDVSHUWLQHQWHVHGRHGLWDOGHOLFL-
utilidade pública. WDomR

62
$UWž2SRGHUFRQFHGHQWHSXEOLFDUiSUHYLDPHQWHDR †ž$WDULIDQmRVHUiVXERUGLQDGDjOHJLVODomRHVSHFt-
HGLWDOGHOLFLWDomRDWRMXVWLÀFDQGRDFRQYHQLrQFLDGD ÀFDDQWHULRUHVRPHQWHQRVFDVRVH[SUHVVDPHQWHSUH-
outorga de concessão ou permissão, caracterizando vistos em lei, sua cobrança poderá ser condicionada
VHXREMHWRiUHDHSUD]R à existência de serviço público alternativo e gratuito
SDUDRXVXiULR
Capítulo II †ž2VFRQWUDWRVSRGHUmRSUHYHUPHFDQLVPRVGHUHYL-
Do serviço adequado VmRGDVWDULIDVDÀPGHPDQWHUVHRHTXLOtEULRHFRQ{-
PLFRÀQDQFHLUR
$UWž7RGDFRQFHVVmRRXSHUPLVVmRSUHVVXS}HDSUHV- †ž5HVVDOYDGRVRVLPSRVWRVVREUHDUHQGDDFULDomR
tação de serviço adequado ao pleno atendimento dos alteração ou extinção de quaisquer tributos ou encar-
XVXiULRVFRQIRUPHHVWDEHOHFLGRQHVWD/HLQDVQRUPDV gos legais, após a apresentação da proposta, quando
SHUWLQHQWHVHQRUHVSHFWLYRFRQWUDWR comprovado seu impacto, implicará a revisão da tari-
†ž6HUYLoRDGHTXDGRpRTXHVDWLVID]DVFRQGLo}HV IDSDUDPDLVRXSDUDPHQRVFRQIRUPHRFDVR
GH UHJXODULGDGH FRQWLQXLGDGH HÀFLrQFLD VHJXUDQoD †ž(PKDYHQGRDOWHUDomRXQLODWHUDOGRFRQWUDWRTXH
atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e DIHWH R VHX LQLFLDO HTXLOtEULR HFRQ{PLFRÀQDQFHLUR R
PRGLFLGDGHGDVWDULIDV poder concedente deverá restabelecê-lo, concomitan-
†ž$DWXDOLGDGHFRPSUHHQGHDPRGHUQLGDGHGDVWpF- WHPHQWHjDOWHUDomR
nicas, do equipamento e das instalações e a sua con- $UW6HPSUHTXHIRUHPDWHQGLGDVDVFRQGLo}HVGR
VHUYDomREHPFRPRDPHOKRULDHH[SDQVmRGRVHUYLoR contrato, considera-se mantido seu equilíbrio econô-
†ž1mRVHFDUDFWHUL]DFRPRGHVFRQWLQXLGDGHGRVHU- PLFRÀQDQFHLUR
viço a sua interrupção em situação de emergência ou $UW  1R DWHQGLPHQWR jV SHFXOLDULGDGHV GH FDGD
após prévio aviso, quando: serviço público, poderá o poder concedente prever, em
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segu- favor da concessionária, no edital de licitação, a pos-
rança das instalações; e, sibilidade de outras fontes provenientes de receitas al-
II - por inadimplemento do usuário, considerado o in- ternativas, complementares, acessórias ou de projetos
WHUHVVHGDFROHWLYLGDGH associados, com ou sem exclusividade, com vistas a
favorecer a modicidade das tarifas, observado o dis-
Capítulo III SRVWRQRDUWGHVWD/HL
Dos direitos e obrigações dos usuários 3DUiJUDIR ~QLFR $V IRQWHV GH UHFHLWD SUHYLVWDV QHVWH
artigo serão obrigatoriamente consideradas para a
$UW ž 6HP SUHMXt]R GR GLVSRVWR QD /HL Qž  GH DIHULomRGRLQLFLDOHTXLOtEULRHFRQ{PLFRÀQDQFHLURGR
GHVHWHPEURGHVmRGLUHLWRVHREULJDo}HVGRV FRQWUDWR
usuários: $UW 9(7$'2
I - receber serviço adequado; $UW$VWDULIDVSRGHUmRVHUGLIHUHQFLDGDVHPIXQomR
II - receber do poder concedente e da concessionária GDV FDUDFWHUtVWLFDV WpFQLFDV H GRV FXVWRV HVSHFtÀFRV
informações para a defesa de interesses individuais ou provenientes do atendimento aos distintos segmentos
coletivos; GHXVXiULRV
III - obter e utilizar o serviço, com liberdade de esco-
lha entre vários prestadores de serviços, quando for o Capítulo V
FDVRREVHUYDGDVDVQRUPDVGRSRGHUFRQFHGHQWH Da licitação
IV - levar ao conhecimento do poder público e da con-
cessionária as irregularidades de que tenham conhe- $UW  7RGD FRQFHVVmR GH VHUYLoR S~EOLFR SUHFHGL-
cimento, referentes ao serviço prestado; da ou não da execução de obra pública, será objeto
V - comunicar às autoridades competentes os atos ilícitos de prévia licitação, nos termos da legislação própria
praticados pela concessionária na prestação do serviço; e com observância dos princípios da legalidade, mo-
VI - contribuir para a permanência das boas condições dos ralidade, publicidade, igualdade, do julgamento por
EHQVS~EOLFRVDWUDYpVGRVTXDLVOKHVVmRSUHVWDGRVRVVHUYLoRV critérios objetivos e da vinculação ao instrumento
$UWž$$VFRQFHVVLRQiULDVGHVHUYLoRVS~EOLFRVGH FRQYRFDWyULR
$UW1RMXOJDPHQWRGDOLFLWDomRVHUiFRQVLGHUDGR
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

direito público e privado, nos Estados e no Distrito Fe-


deral, são obrigadas a oferecer ao consumidor e ao um dos seguintes critérios:
usuário, dentro do mês de vencimento, o mínimo de I - o menor valor da tarifa do serviço público a ser
seis datas opcionais para escolherem os dias de venci- prestado;
PHQWRGHVHXVGpELWRV II - a maior oferta, nos casos de pagamento ao poder
concedente pela outorga da concessão;
Capítulo IV III - a combinação, dois a dois, dos critérios referidos
Da política tarifária nos incisos I, II e VII;
,9PHOKRUSURSRVWDWpFQLFDFRPSUHoRÀ[DGRQRHGL-
$UWž 9(7$'2 tal;
$UW ž $ WDULID GR VHUYLoR S~EOLFR FRQFHGLGR VHUi À- V - melhor proposta em razão da combinação dos cri-
xada pelo preço da proposta vencedora da licitação e térios de menor valor da tarifa do serviço público a ser
SUHVHUYDGDSHODVUHJUDVGHUHYLVmRSUHYLVWDVQHVWD/HL prestado com o de melhor técnica;
QRHGLWDOHQRFRQWUDWR

63
VI - melhor proposta em razão da combinação dos X - a indicação dos bens reversíveis;
critérios de maior oferta pela outorga da concessão XI - as características dos bens reversíveis e as condi-
com o de melhor técnica; ou ções em que estes serão postos à disposição, nos casos
VII - melhor oferta de pagamento pela outorga após em que houver sido extinta a concessão anterior;
TXDOLÀFDomRGHSURSRVWDVWpFQLFDV XII - a expressa indicação do responsável pelo ônus
†ž$DSOLFDomRGRFULWpULRSUHYLVWRQRLQFLVR,,,VyVHUi das desapropriações necessárias à execução do serviço
admitida quando previamente estabelecida no edital ou da obra pública, ou para a instituição de servidão
de licitação, inclusive com regras e fórmulas precisas administrativa;
SDUDDYDOLDomRHFRQ{PLFRÀQDQFHLUD XIII - as condições de liderança da empresa responsá-
†ž3DUDÀQVGHDSOLFDomRGRGLVSRVWRQRVLQFLVRV,9 vel, na hipótese em que for permitida a participação
V, VI e VII, o edital de licitação conterá parâmetros e de empresas em consórcio;
H[LJrQFLDVSDUDIRUPXODomRGHSURSRVWDVWpFQLFDV XIV - nos casos de concessão, a minuta do respectivo
†ž2SRGHUFRQFHGHQWHUHFXVDUiSURSRVWDVPDQLIHV- contrato, que conterá as cláusulas essenciais referidas
WDPHQWH LQH[HTXtYHLV RX ÀQDQFHLUDPHQWH LQFRPSDWt- QRDUWGHVWD/HLTXDQGRDSOLFiYHLV
YHLVFRPRVREMHWLYRVGDOLFLWDomR XV - nos casos de concessão de serviços públicos pre-
†ž(PLJXDOGDGHGHFRQGLo}HVVHUiGDGDSUHIHUrQFLD cedida da execução de obra pública, os dados relativos
jSURSRVWDDSUHVHQWDGDSRUHPSUHVDEUDVLOHLUD à obra, dentre os quais os elementos do projeto básico
$UW$RXWRUJDGHFRQFHVVmRRXSHUPLVVmRQmRWHUi que permitam sua plena caracterização, bem assim as
caráter de exclusividade, salvo no caso de inviabilida- JDUDQWLDVH[LJLGDVSDUDHVVDSDUWHHVSHFtÀFDGRFRQ-
GH WpFQLFD RX HFRQ{PLFD MXVWLÀFDGD QR DWR D TXH VH trato, adequadas a cada caso e limitadas ao valor da
UHIHUHRDUWžGHVWD/HL obra;
$UW  &RQVLGHUDUVHi GHVFODVVLÀFDGD D SURSRVWD XVI - nos casos de permissão, os termos do contrato de
que, para sua viabilização, necessite de vantagens ou DGHVmRDVHUÀUPDGR
subsídios que não estejam previamente autorizados $UW $ 2 HGLWDO SRGHUi SUHYHU D LQYHUVmR GD RU-
HPOHLHjGLVSRVLomRGHWRGRVRVFRQFRUUHQWHV dem das fases de habilitação e julgamento, hipótese
†ž&RQVLGHUDUVHiWDPEpPGHVFODVVLÀFDGDDSUR- em que:
posta de entidade estatal alheia à esfera político-ad- ,HQFHUUDGDDIDVHGHFODVVLÀFDomRGDVSURSRVWDVRX
ministrativa do poder concedente que, para sua viabi- o oferecimento de lances, será aberto o invólucro com
lização, necessite de vantagens ou subsídios do poder os documentos de habilitação do licitante mais bem
S~EOLFRFRQWURODGRUGDUHIHULGDHQWLGDGH FODVVLÀFDGRSDUDYHULÀFDomRGRDWHQGLPHQWRGDVFRQ-
†ž,QFOXLVHQDVYDQWDJHQVRXVXEVtGLRVGHTXHWUD- GLo}HVÀ[DGDVQRHGLWDO
ta este artigo, qualquer tipo de tratamento tributário ,,YHULÀFDGRRDWHQGLPHQWRGDVH[LJrQFLDVGRHGLWDO
diferenciado, ainda que em consequência da natureza o licitante será declarado vencedor;
MXUtGLFDGROLFLWDQWHTXHFRPSURPHWDDLVRQRPLDÀV- ,,,  LQDELOLWDGR R OLFLWDQWH PHOKRU FODVVLÀFDGR VHUmR
FDOTXHGHYHSUHYDOHFHUHQWUHWRGRVRVFRQFRUUHQWHV analisados os documentos habilitatórios do licitante
$UW2HGLWDOGHOLFLWDomRVHUiHODERUDGRSHORSRGHU FRPDSURSRVWDFODVVLÀFDGDHPVHJXQGROXJDUHDV-
concedente, observados, no que couber, os critérios e VLPVXFHVVLYDPHQWHDWpTXHXPOLFLWDQWHFODVVLÀFDGR
as normas gerais da legislação própria sobre licitações DWHQGDjVFRQGLo}HVÀ[DGDVQRHGLWDO
e contratos e conterá, especialmente: ,9SURFODPDGRRUHVXOWDGRÀQDOGRFHUWDPHRREMHWR
I - o objeto, metas e prazo da concessão; será adjudicado ao vencedor nas condições técnicas e
II - a descrição das condições necessárias à prestação HFRQ{PLFDVSRUHOHRIHUWDGDV
adequada do serviço; $UW4XDQGRSHUPLWLGDQDOLFLWDomRDSDUWLFLSDomR
III - os prazos para recebimento das propostas, julga- de empresas em consórcio, observar-se-ão as seguin-
mento da licitação e assinatura do contrato; tes normas:
IV - prazo, local e horário em que serão fornecidos, I - comprovação de compromisso, público ou particu-
aos interessados, os dados, estudos e projetos neces- lar, de constituição de consórcio, subscrito pelas con-
sários à elaboração dos orçamentos e apresentação sorciadas;
das propostas; II - indicação da empresa responsável pelo consórcio;
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

V - os critérios e a relação dos documentos exigidos III - apresentação dos documentos exigidos nos incisos
para a aferição da capacidade técnica, da idoneidade V e XIII do artigo anterior, por parte de cada consor-
ÀQDQFHLUDHGDUHJXODULGDGHMXUtGLFDHÀVFDO ciada;
VI - as possíveis fontes de receitas alternativas, com- IV - impedimento de participação de empresas con-
plementares ou acessórias, bem como as provenientes sorciadas na mesma licitação, por intermédio de mais
de projetos associados; GHXPFRQVyUFLRRXLVRODGDPHQWH
VII - os direitos e obrigações do poder concedente e da †ž2 OLFLWDQWH YHQFHGRU ÀFD REULJDGR D SURPRYHU
concessionária em relação a alterações e expansões a antes da celebração do contrato, a constituição e re-
serem realizadas no futuro, para garantir a continui- gistro do consórcio, nos termos do compromisso refe-
dade da prestação do serviço; ULGRQRLQFLVR,GHVWHDUWLJR
VIII - os critérios de reajuste e revisão da tarifa; †ž$HPSUHVDOtGHUGRFRQVyUFLRpDUHVSRQViYHOSH-
IX - os critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros a rante o poder concedente pelo cumprimento do con-
serem utilizados no julgamento técnico e econômico- trato de concessão, sem prejuízo da responsabilidade
ÀQDQFHLURGDSURSRVWD VROLGiULDGDVGHPDLVFRQVRUFLDGDV

64
$UW  e IDFXOWDGR DR SRGHU FRQFHGHQWH GHVGH TXH ,,H[LJLUJDUDQWLDGRÀHOFXPSULPHQWRSHODFRQFHV-
previsto no edital, no interesse do serviço a ser conce- sionária, das obrigações relativas às obras vinculadas
dido, determinar que o licitante vencedor, no caso de jFRQFHVVmR
consórcio, se constitua em empresa antes da celebra- $UW $ 2 FRQWUDWR GH FRQFHVVmR SRGHUi SUHYHU R
omRGRFRQWUDWR emprego de mecanismos privados para resolução de
$UW2VHVWXGRVLQYHVWLJDo}HVOHYDQWDPHQWRVSUR- disputas decorrentes ou relacionadas ao contrato, in-
jetos, obras e despesas ou investimentos já efetuados, clusive a arbitragem, a ser realizada no Brasil e em
vinculados à concessão, de utilidade para a licitação, OtQJXDSRUWXJXHVDQRVWHUPRVGD/HLQžGH
realizados pelo poder concedente ou com a sua au- GHVHWHPEURGH
torização, estarão à disposição dos interessados, de- $UW 9(7$'2
vendo o vencedor da licitação ressarcir os dispêndios $UW,QFXPEHjFRQFHVVLRQiULDDH[HFXomRGRVHU-
FRUUHVSRQGHQWHVHVSHFLÀFDGRVQRHGLWDO viço concedido, cabendo-lhe responder por todos os
$UWeDVVHJXUDGDDTXDOTXHUSHVVRDDREWHQomRGH prejuízos causados ao poder concedente, aos usuários
certidão sobre atos, contratos, decisões ou pareceres RX D WHUFHLURV VHP TXH D ÀVFDOL]DomR H[HUFLGD SHOR
UHODWLYRVjOLFLWDomRRXjVSUySULDVFRQFHVV}HV órgão competente exclua ou atenue essa responsabi-
OLGDGH
Capítulo VI †ž6HPSUHMXt]RGDUHVSRQVDELOLGDGHDTXHVHUHIH-
Do contrato de concessão re este artigo, a concessionária poderá contratar com
terceiros o desenvolvimento de atividades inerentes,
$UW6mRFOiXVXODVHVVHQFLDLVGRFRQWUDWRGHFRQ- acessórias ou complementares ao serviço concedido,
cessão as relativas: EHPFRPRDLPSOHPHQWDomRGHSURMHWRVDVVRFLDGRV
I - ao objeto, à área e ao prazo da concessão; †ž2VFRQWUDWRVFHOHEUDGRVHQWUHDFRQFHVVLRQiULDH
II - ao modo, forma e condições de prestação do ser- os terceiros a que se refere o parágrafo anterior re-
viço; ger-se-ão pelo direito privado, não se estabelecendo
III - aos critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros qualquer relação jurídica entre os terceiros e o poder
GHÀQLGRUHVGDTXDOLGDGHGRVHUYLoR FRQFHGHQWH
†ž$ H[HFXomR GDV DWLYLGDGHV FRQWUDWDGDV FRP WHU-
IV - ao preço do serviço e aos critérios e procedimentos
ceiros pressupõe o cumprimento das normas regula-
para o reajuste e a revisão das tarifas;
PHQWDUHVGDPRGDOLGDGHGRVHUYLoRFRQFHGLGR
V - aos direitos, garantias e obrigações do poder con-
$UWeDGPLWLGDDVXEFRQFHVVmRQRVWHUPRVSUHYLV-
cedente e da concessionária, inclusive os relaciona-
tos no contrato de concessão, desde que expressamen-
dos às previsíveis necessidades de futura alteração
WHDXWRUL]DGDSHORSRGHUFRQFHGHQWH
e expansão do serviço e consequente modernização,
†ž$RXWRUJDGHVXEFRQFHVVmRVHUiVHPSUHSUHFHGL-
GDGHFRQFRUUrQFLD
aperfeiçoamento e ampliação dos equipamentos e das
†ž2VXEFRQFHVVLRQiULRVHVXEURJDUiWRGRVRVGLUHL-
instalações;
VI - aos direitos e deveres dos usuários para obtenção tos e obrigações da subconcedente dentro dos limites
e utilização do serviço; GDVXEFRQFHVVmR
9,,jIRUPDGHÀVFDOL]DomRGDVLQVWDODo}HVGRVHTXL- $UW  $ WUDQVIHUrQFLD GH FRQFHVVmR RX GR FRQWUR-
pamentos, dos métodos e práticas de execução do ser- le societário da concessionária sem prévia anuência do
viço, bem como a indicação dos órgãos competentes SRGHUFRQFHGHQWHLPSOLFDUiDFDGXFLGDGHGDFRQFHVVmR
para exercê-la; †ž3DUDÀQVGHREWHQomRGDDQXrQFLDGHTXHWUDWDR
VIII - às penalidades contratuais e administrativas a caput deste artigo, o pretendente deverá:
que se sujeita a concessionária e sua forma de apli- I - atender às exigências de capacidade técnica, ido-
cação; QHLGDGHÀQDQFHLUDHUHJXODULGDGHMXUtGLFDHÀVFDOQH-
IX - aos casos de extinção da concessão; cessárias à assunção do serviço; e
X - aos bens reversíveis; II - comprometer-se a cumprir todas as cláusulas do
XI - aos critérios para o cálculo e a forma de paga- FRQWUDWRHPYLJRU
mento das indenizações devidas à concessionária, †ž 5HYRJDGR 
quando for o caso; †ž 5HYRJDGR 
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

XII - às condições para prorrogação do contrato; †ž 5HYRJDGR 


XIII - à obrigatoriedade, forma e periodicidade da $UW$1DVFRQGLo}HVHVWDEHOHFLGDVQRFRQWUDWRGH
prestação de contas da concessionária ao poder con- concessão, o poder concedente autorizará a assunção
cedente; do controle ou da administração temporária da con-
;,9jH[LJrQFLDGDSXEOLFDomRGHGHPRQVWUDo}HVÀ- FHVVLRQiULDSRUVHXVÀQDQFLDGRUHVHJDUDQWLGRUHVFRP
nanceiras periódicas da concessionária; e quem não mantenha vínculo societário direto, para
XV - ao foro e ao modo amigável de solução das diver- SURPRYHUVXDUHHVWUXWXUDomRÀQDQFHLUDHDVVHJXUDUD
JrQFLDVFRQWUDWXDLV FRQWLQXLGDGHGDSUHVWDomRGRVVHUYLoRV
3DUiJUDIR~QLFR2VFRQWUDWRVUHODWLYRVjFRQFHVVmRGH †ž1DKLSyWHVHSUHYLVWDQRFDSXWRSRGHUFRQFHGHQ-
serviço público precedido da execução de obra pública WH H[LJLUi GRV ÀQDQFLDGRUHV H GRV JDUDQWLGRUHV TXH
deverão, adicionalmente: DWHQGDPjVH[LJrQFLDVGHUHJXODULGDGHMXUtGLFDHÀV-
,HVWLSXODURVFURQRJUDPDVItVLFRÀQDQFHLURVGHH[H- cal, podendo alterar ou dispensar os demais requisitos
cução das obras vinculadas à concessão; e SUHYLVWRVQRLQFLVR,GRSDUiJUDIR~QLFRGRDUW

65
†ž$DVVXQomRGRFRQWUROHRXGDDGPLQLVWUDomRWHP- 9QDKLSyWHVHGHWHUVLGRLQGLFDGDLQVWLWXLomRÀQDQ-
porária autorizadas na forma do caput deste artigo ceira, conforme previsto no inciso IV do caput deste
não alterará as obrigações da concessionária e de seus DUWLJRÀFDDFRQFHVVLRQiULDREULJDGDDDSUHVHQWDUD
controladores para com terceiros, poder concedente e essa os créditos para cobrança;
XVXiULRVGRVVHUYLoRVS~EOLFRV VI - os pagamentos dos créditos cedidos deverão ser
†ž&RQÀJXUDVH R FRQWUROH GD FRQFHVVLRQiULD SDUD depositados pela concessionária ou pela instituição
RVÀQVGLVSRVWRVQRFDSXWGHVWHDUWLJRDSURSULHGDGH encarregada da cobrança em conta corrente bancária
UHVRO~YHOGHDo}HVRXTXRWDVSRUVHXVÀQDQFLDGRUHVH vinculada ao contrato de mútuo;
JDUDQWLGRUHVTXHDWHQGDPRVUHTXLVLWRVGRDUWGD 9,,DLQVWLWXLomRÀQDQFHLUDGHSRVLWiULDGHYHUiWUDQV-
/HLQžGHGHGH]HPEURGH ferir os valores recebidos ao mutuante à medida que
†ž&RQÀJXUDVH D DGPLQLVWUDomR WHPSRUiULD GD as obrigações do contrato de mútuo tornarem-se exi-
FRQFHVVLRQiULD SRU VHXV ÀQDQFLDGRUHV H JDUDQWLGRUHV gíveis; e
quando, sem a transferência da propriedade de ações VIII - o contrato de cessão disporá sobre a devolução à
ou quotas, forem outorgados os seguintes poderes: concessionária dos recursos excedentes, sendo vedada
,LQGLFDURVPHPEURVGR&RQVHOKRGH$GPLQLVWUDomR a retenção do saldo após o adimplemento integral do
FRQWUDWR
a serem eleitos em Assembleia Geral pelos acionistas,
3DUiJUDIR~QLFR3DUDRVÀQVGHVWHDUWLJRVHUmRFRQVL-
QDVVRFLHGDGHVUHJLGDVSHOD/HLQžGHGHGH-
derados contratos de longo prazo aqueles cujas obri-
]HPEURGHRXDGPLQLVWUDGRUHVDVHUHPHOHLWRV
gações tenham prazo médio de vencimento superior a
pelos quotistas, nas demais sociedades;  FLQFR DQRV
,,  LQGLFDU RV PHPEURV GR &RQVHOKR )LVFDO D VHUHP
eleitos pelos acionistas ou quotistas controladores em Capítulo VII
Assembleia Geral; Dos encargos do poder concedente
III - exercer poder de veto sobre qualquer proposta
submetida à votação dos acionistas ou quotistas da $UW,QFXPEHDRSRGHUFRQFHGHQWH
concessionária, que representem, ou possam represen- ,UHJXODPHQWDURVHUYLoRFRQFHGLGRHÀVFDOL]DUSHU-
WDUSUHMXt]RVDRVÀQVSUHYLVWRVQRFDSXWGHVWHDUWLJR manentemente a sua prestação;
,9  RXWURV SRGHUHV QHFHVViULRV DR DOFDQFH GRV ÀQV II - aplicar as penalidades regulamentares e contra-
SUHYLVWRVQRFDSXWGHVWHDUWLJR tuais;
†ž$DGPLQLVWUDomRWHPSRUiULDDXWRUL]DGDQDIRUPD III - intervir na prestação do serviço, nos casos e con-
GHVWH DUWLJR QmR DFDUUHWDUi UHVSRQVDELOLGDGH DRV À- dições previstos em lei;
nanciadores e garantidores em relação à tributação, IV - extinguir a concessão, nos casos previstos nesta
encargos, ônus, sanções, obrigações ou compromissos /HLHQDIRUPDSUHYLVWDQRFRQWUDWR
com terceiros, inclusive com o poder concedente ou V - homologar reajustes e proceder à revisão das ta-
HPSUHJDGRV ULIDVQDIRUPDGHVWD/HLGDVQRUPDVSHUWLQHQWHVHGR
†ž23RGHU&RQFHGHQWHGLVFLSOLQDUiVREUHRSUD]RGD contrato;
DGPLQLVWUDomRWHPSRUiULD VI - cumprir e fazer cumprir as disposições regula-
$UW1RVFRQWUDWRVGHÀQDQFLDPHQWRDVFRQFHVVLR- mentares do serviço e as cláusulas contratuais da con-
nárias poderão oferecer em garantia os direitos emer- cessão;
gentes da concessão, até o limite que não comprome- VII - zelar pela boa qualidade do serviço, receber, apu-
ta a operacionalização e a continuidade da prestação rar e solucionar queixas e reclamações dos usuários,
GRVHUYLoR TXHVHUmRFLHQWLÀFDGRVHPDWpWULQWDGLDVGDVSURYL-
$UW $ 3DUD JDUDQWLU FRQWUDWRV GH P~WXR GH ORQ- dências tomadas;
go prazo, destinados a investimentos relacionados a VIII - declarar de utilidade pública os bens necessários
à execução do serviço ou obra pública, promovendo
contratos de concessão, em qualquer de suas modali-
as desapropriações, diretamente ou mediante outorga
dades, as concessionárias poderão ceder ao mutuante,
de poderes à concessionária, caso em que será desta a
HPFDUiWHUÀGXFLiULRSDUFHODGHVHXVFUpGLWRVRSHUD-
responsabilidade pelas indenizações cabíveis;
cionais futuros, observadas as seguintes condições: IX - declarar de necessidade ou utilidade pública, para
I - o contrato de cessão dos créditos deverá ser regis- ÀQVGHLQVWLWXLomRGHVHUYLGmRDGPLQLVWUDWLYDRVEHQV
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

WUDGR HP &DUWyULR GH 7tWXORV H 'RFXPHQWRV SDUD WHU necessários à execução de serviço ou obra pública,
HÀFiFLDSHUDQWHWHUFHLURV promovendo-a diretamente ou mediante outorga de
II - sem prejuízo do disposto no inciso I do caput deste poderes à concessionária, caso em que será desta a
DUWLJR D FHVVmR GR FUpGLWR QmR WHUi HÀFiFLD HP UH- responsabilidade pelas indenizações cabíveis;
lação ao Poder Público concedente senão quando for X - estimular o aumento da qualidade, produtividade,
HVWHIRUPDOPHQWHQRWLÀFDGR preservação do meio-ambiente e conservação;
III - os créditos futuros cedidos nos termos deste artigo XI - incentivar a competitividade; e
serão constituídos sob a titularidade do mutuante, in- XII - estimular a formação de associações de usuários
dependentemente de qualquer formalidade adicional; SDUDGHIHVDGHLQWHUHVVHVUHODWLYRVDRVHUYLoR
,9  R PXWXDQWH SRGHUi LQGLFDU LQVWLWXLomR ÀQDQFHL- $UW  1R H[HUFtFLR GD ÀVFDOL]DomR R SRGHU FRQFH-
ra para efetuar a cobrança e receber os pagamentos dente terá acesso aos dados relativos à administração,
dos créditos cedidos ou permitir que a concessionária FRQWDELOLGDGHUHFXUVRVWpFQLFRVHFRQ{PLFRVHÀQDQ-
o faça, na qualidade de representante e depositária; FHLURVGDFRQFHVVLRQiULD

66
3DUiJUDIR ~QLFR $ ÀVFDOL]DomR GR VHUYLoR VHUi IHLWD $UW  &HVVDGD D LQWHUYHQomR VH QmR IRU H[WLQWD D
por intermédio de órgão técnico do poder concedente concessão, a administração do serviço será devolvida
ou por entidade com ele conveniada, e, periodicamen- à concessionária, precedida de prestação de contas
te, conforme previsto em norma regulamentar, por pelo interventor, que responderá pelos atos praticados
comissão composta de representantes do poder con- GXUDQWHDVXDJHVWmR
FHGHQWHGDFRQFHVVLRQiULDHGRVXVXiULRV
Capítulo X
Capítulo VIII Da extinção da concessão
Dos encargos da concessionária
$UW([WLQJXHVHDFRQFHVVmRSRU
$UW,QFXPEHjFRQFHVVLRQiULD I - advento do termo contratual;
I - prestar serviço adequado, na forma prevista nesta II - encampação;
/HLQDVQRUPDVWpFQLFDVDSOLFiYHLVHQRFRQWUDWR III - caducidade;
II - manter em dia o inventário e o registro dos bens IV - rescisão;
vinculados à concessão; V - anulação; e
III - prestar contas da gestão do serviço ao poder conce- VI - falência ou extinção da empresa concessionária
GHQWHHDRVXVXiULRVQRVWHUPRVGHÀQLGRVQRFRQWUDWR e falecimento ou incapacidade do titular, no caso de
IV - cumprir e fazer cumprir as normas do serviço e as HPSUHVDLQGLYLGXDO
cláusulas contratuais da concessão; †ž([WLQWD D FRQFHVVmR UHWRUQDP DR SRGHU FRQFH-
9  SHUPLWLU DRV HQFDUUHJDGRV GD ÀVFDOL]DomR OLYUH dente todos os bens reversíveis, direitos e privilégios
acesso, em qualquer época, às obras, aos equipamen- transferidos ao concessionário conforme previsto no
tos e às instalações integrantes do serviço, bem como HGLWDOHHVWDEHOHFLGRQRFRQWUDWR
a seus registros contábeis; †ž([WLQWDDFRQFHVVmRKDYHUiDLPHGLDWDDVVXQomR
VI - promover as desapropriações e constituir servi- do serviço pelo poder concedente, procedendo-se aos
dões autorizadas pelo poder concedente, conforme OHYDQWDPHQWRVDYDOLDo}HVHOLTXLGDo}HVQHFHVViULRV
previsto no edital e no contrato; †ž$ DVVXQomR GR VHUYLoR DXWRUL]D D RFXSDomR GDV
VII - zelar pela integridade dos bens vinculados à instalações e a utilização, pelo poder concedente, de
prestação do serviço, bem como segurá-los adequa- WRGRVRVEHQVUHYHUVtYHLV
damente; e †ž1RV FDVRV SUHYLVWRV QRV LQFLVRV , H ,, GHVWH DUWL-
9,,,FDSWDUDSOLFDUHJHULURVUHFXUVRVÀQDQFHLURVQH- go, o poder concedente, antecipando-se à extinção da
FHVViULRVjSUHVWDomRGRVHUYLoR concessão, procederá aos levantamentos e avaliações
3DUiJUDIR ~QLFR $V FRQWUDWDo}HV LQFOXVLYH GH PmR- necessários à determinação dos montantes da indeni-
-de-obra, feitas pela concessionária serão regidas pe- zação que será devida à concessionária, na forma dos
las disposições de direito privado e pela legislação tra- DUWVHGHVWD/HL
balhista, não se estabelecendo qualquer relação entre $UW  $ UHYHUVmR QR DGYHQWR GR WHUPR FRQWUDWXDO
os terceiros contratados pela concessionária e o poder far-se-á com a indenização das parcelas dos inves-
FRQFHGHQWH timentos vinculados a bens reversíveis, ainda não
amortizados ou depreciados, que tenham sido rea-
Capítulo IX lizados com o objetivo de garantir a continuidade e
Da intervenção DWXDOLGDGHGRVHUYLoRFRQFHGLGR
$UW&RQVLGHUDVHHQFDPSDomRDUHWRPDGDGRVHU-
$UW2SRGHUFRQFHGHQWHSRGHUiLQWHUYLUQDFRQFHV- viço pelo poder concedente durante o prazo da con-
VmRFRPRÀPGHDVVHJXUDUDDGHTXDomRQDSUHVWDomR cessão, por motivo de interesse público, mediante lei
GRVHUYLoREHPFRPRRÀHOFXPSULPHQWRGDVQRUPDV DXWRUL]DWLYD HVSHFtÀFD H DSyV SUpYLR SDJDPHQWR GD
FRQWUDWXDLVUHJXODPHQWDUHVHOHJDLVSHUWLQHQWHV LQGHQL]DomRQDIRUPDGRDUWLJRDQWHULRU
3DUiJUDIR~QLFR$LQWHUYHQomRIDUVHiSRUGHFUHWRGRSR- $UW$LQH[HFXomRWRWDORXSDUFLDOGRFRQWUDWRDFDU-
der concedente, que conterá a designação do interventor, retará, a critério do poder concedente, a declaração de
RSUD]RGDLQWHUYHQomRHRVREMHWLYRVHOLPLWHVGDPHGLGD caducidade da concessão ou a aplicação das sanções
$UW'HFODUDGDDLQWHUYHQomRRSRGHUFRQFHGHQWH
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

contratuais, respeitadas as disposições deste artigo, do


deverá, no prazo de trinta dias, instaurar procedimen- DUWHDVQRUPDVFRQYHQFLRQDGDVHQWUHDVSDUWHV
to administrativo para comprovar as causas determi- †ž$FDGXFLGDGHGDFRQFHVVmRSRGHUiVHUGHFODUDGD
nantes da medida e apurar responsabilidades, assegu- pelo poder concedente quando:
UDGRRGLUHLWRGHDPSODGHIHVD I - o serviço estiver sendo prestado de forma inade-
†ž6H ÀFDU FRPSURYDGR TXH D LQWHUYHQomR QmR RE- TXDGDRXGHÀFLHQWHWHQGRSRUEDVHDVQRUPDVFULWp-
servou os pressupostos legais e regulamentares será ULRVLQGLFDGRUHVHSDUkPHWURVGHÀQLGRUHVGDTXDOLGD-
declarada sua nulidade, devendo o serviço ser imedia- de do serviço;
tamente devolvido à concessionária, sem prejuízo de II - a concessionária descumprir cláusulas contratuais
VHXGLUHLWRjLQGHQL]DomR ou disposições legais ou regulamentares concernentes
†ž2SURFHGLPHQWRDGPLQLVWUDWLYRDTXHVHUHIHUHR à concessão;
caput deste artigo deverá ser concluído no prazo de III - a concessionária paralisar o serviço ou concorrer
até cento e oitenta dias, sob pena de considerar-se in- para tanto, ressalvadas as hipóteses decorrentes de
YiOLGDDLQWHUYHQomR caso fortuito ou força maior;

67
IV - a concessionária perder as condições econômi- Capítulo XII
cas, técnicas ou operacionais para manter a adequada 'LVSRVLo}HVÀQDLVHWUDQVLWyULDV
prestação do serviço concedido;
V - a concessionária não cumprir as penalidades im- $UW2GLVSRVWRQHVWD/HLQmRVHDSOLFDjFRQFHVVmR
postas por infrações, nos devidos prazos; permissão e autorização para o serviço de radiodifu-
VI - a concessionária não atender a intimação do po- VmRVRQRUDHGHVRQVHLPDJHQV
der concedente no sentido de regularizar a prestação $UW  $V FRQFHVV}HV GH VHUYLoR S~EOLFR RXWRUJDGDV
do serviço; e DQWHULRUPHQWHjHQWUDGDHPYLJRUGHVWD/HLFRQVLGH-
VII - a concessionária não atender a intimação do po- UDPVH YiOLGDV SHOR SUD]R À[DGR QR FRQWUDWR RX QR
GHU FRQFHGHQWH SDUD HP  FHQWR H RLWHQWD  GLDV DWRGHRXWRUJDREVHUYDGRRGLVSRVWRQRDUWGHVWD
apresentar a documentação relativa a regularidade /HL
ÀVFDOQRFXUVRGDFRQFHVVmRQDIRUPDGRDUWGD †ž9HQFLGRRSUD]RPHQFLRQDGRQRFRQWUDWRRXDWR
/HLQžGHGHMXQKRGH de outorga, o serviço poderá ser prestado por órgão ou
†ž$GHFODUDomRGDFDGXFLGDGHGDFRQFHVVmRGHYHUi entidade do poder concedente, ou delegado a tercei-
VHUSUHFHGLGDGDYHULÀFDomRGDLQDGLPSOrQFLDGDFRQ- URVPHGLDQWHQRYRFRQWUDWR
cessionária em processo administrativo, assegurado o †ž$VFRQFHVV}HVHPFDUiWHUSUHFiULRDVTXHHVWLYH-
GLUHLWRGHDPSODGHIHVD rem com prazo vencido e as que estiverem em vigor
†ž1mR VHUi LQVWDXUDGR SURFHVVR DGPLQLVWUDWLYR GH por prazo indeterminado, inclusive por força de legis-
inadimplência antes de comunicados à concessioná- lação anterior, permanecerão válidas pelo prazo ne-
ria, detalhadamente, os descumprimentos contratuais cessário à realização dos levantamentos e avaliações
UHIHULGRV QR † ž GHVWH DUWLJR GDQGROKH XP SUD]R indispensáveis à organização das licitações que pre-
para corrigir as falhas e transgressões apontadas e cederão a outorga das concessões que as substituirão,
SDUDRHQTXDGUDPHQWRQRVWHUPRVFRQWUDWXDLV SUD]RHVVHTXHQmRVHUiLQIHULRUD YLQWHHTXDWUR 
†ž,QVWDXUDGR R SURFHVVR DGPLQLVWUDWLYR H FRPSUR- PHVHV
vada a inadimplência, a caducidade será declarada †ž$V FRQFHVV}HV D TXH VH UHIHUH R † ž GHVWH DUWL-
por decreto do poder concedente, independentemente go, inclusive as que não possuam instrumento que as
de indenização prévia, calculada no decurso do pro- formalize ou que possuam cláusula que preveja pror-
FHVVR URJDomRWHUmRYDOLGDGHPi[LPDDWpRGLDGHGH-
†ž$LQGHQL]DomRGHTXHWUDWDRSDUiJUDIRDQWHULRU ]HPEURGHGHVGHTXHDWpRGLDGHMXQKRGH
VHUiGHYLGDQDIRUPDGRDUWGHVWD/HLHGRFRQWUD-  WHQKDP VLGR FXPSULGDV FXPXODWLYDPHQWH DV
to, descontado o valor das multas contratuais e dos seguintes condições:
GDQRVFDXVDGRVSHODFRQFHVVLRQiULD I - levantamento mais amplo e retroativo possível dos
†ž'HFODUDGD D FDGXFLGDGH QmR UHVXOWDUi SDUD R elementos físicos constituintes da infra-estrutura de
poder concedente qualquer espécie de responsabili- EHQV UHYHUVtYHLV H GRV GDGRV ÀQDQFHLURV FRQWiEHLV H
dade em relação aos encargos, ônus, obrigações ou comerciais relativos à prestação dos serviços, em di-
compromissos com terceiros ou com empregados da PHQVmR QHFHVViULD H VXÀFLHQWH SDUD D UHDOL]DomR GR
FRQFHVVLRQiULD cálculo de eventual indenização relativa aos investi-
$UW2FRQWUDWRGHFRQFHVVmRSRGHUiVHUUHVFLQGLGR mentos ainda não amortizados pelas receitas emer-
por iniciativa da concessionária, no caso de descum- gentes da concessão, observadas as disposições legais
primento das normas contratuais pelo poder conce- e contratuais que regulavam a prestação do serviço ou
dente, mediante ação judicial especialmente intenta- DHODDSOLFiYHLVQRV YLQWH DQRVDQWHULRUHVDRGD
GDSDUDHVVHÀP SXEOLFDomRGHVWD/HL
3DUiJUDIR~QLFR1DKLSyWHVHSUHYLVWDQRFDSXWGHVWH II - celebração de acordo entre o poder concedente e
artigo, os serviços prestados pela concessionária não o concessionário sobre os critérios e a forma de in-
poderão ser interrompidos ou paralisados, até a deci- denização de eventuais créditos remanescentes de in-
VmRMXGLFLDOWUDQVLWDGDHPMXOJDGR vestimentos ainda não amortizados ou depreciados,
apurados a partir dos levantamentos referidos no inci-
Capítulo XI so I deste parágrafo e auditados por instituição espe-
Das permissões
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

cializada escolhida de comum acordo pelas partes; e

$UW$SHUPLVVmRGHVHUYLoRS~EOLFRVHUiIRUPDOL- ,,,SXEOLFDomRQDLPSUHQVDRÀFLDOGHDWRIRUPDOGH
zada mediante contrato de adesão, que observará os autoridade do poder concedente, autorizando a pres-
WHUPRVGHVWD/HLGDVGHPDLVQRUPDVSHUWLQHQWHVHGR WDomR SUHFiULD GRV VHUYLoRV SRU SUD]R GH DWp  VHLV 
edital de licitação, inclusive quanto à precariedade e à PHVHV UHQRYiYHO DWp  GH GH]HPEUR GH  PH-
revogabilidade unilateral do contrato pelo poder con- diante comprovação do cumprimento do disposto nos
FHGHQWH LQFLVRV,H,,GHVWHSDUiJUDIR
3DUiJUDIR ~QLFR $SOLFDVH jV SHUPLVV}HV R GLVSRVWR †ž1mRRFRUUHQGRRDFRUGRSUHYLVWRQRLQFLVR,,GR
QHVWD/HL †žGHVWHDUWLJRRFiOFXORGDLQGHQL]DomRGHLQYHV-
timentos será feito com base nos critérios previstos
no instrumento de concessão antes celebrado ou, na
omissão deste, por avaliação de seu valor econômico
ou reavaliação patrimonial, depreciação e amortiza-

68
omRGHDWLYRVLPRELOL]DGRVGHÀQLGRVSHODVOHJLVODo}HV nômico, seu exercício passa a ser vedado à livre iniciativa
ÀVFDO H GDV VRFLHGDGHV SRU Do}HV HIHWXDGD SRU HP- dos particulares, salvo se o Estado delegar a prestação do
presa de auditoria independente escolhida de comum serviço por meio de delegações, concessões, permissões
DFRUGRSHODVSDUWHV ou autorizações.
†ž1R FDVR GR † ž GHVWH DUWLJR R SDJDPHQWR GH Entende-se por domínio econômico o conjunto de
eventual indenização será realizado, mediante garan- atividades constitucionalmente reservadas à iniciativa
WLDUHDOSRUPHLRGH TXDWUR SDUFHODVDQXDLVLJXDLV privada. Não se confunde com ordem econômica, que é
e sucessivas, da parte ainda não amortizada de in- o complexo de princípios e normas jurídicas que discipli-
vestimentos e de outras indenizações relacionadas à nam as atividades econômicas.
prestação dos serviços, realizados com capital próprio Para melhor compreender como o Estado pode in-
do concessionário ou de seu controlador, ou originá- ÁXHQFLDUDLQLFLDWLYDSULYDGDQRGRPtQLRHFRQ{PLFRLP-
ULRV GH RSHUDo}HV GH ÀQDQFLDPHQWR RX REWLGRV PH- prescindível é conhecer os princípios e normas gerais da
diante emissão de ações, debêntures e outros títulos ordem econômica, que se encontram dispostas no art.
mobiliários, com a primeira parcela paga até o último 170 da CF/1988:
GLD~WLOGRH[HUFtFLRÀQDQFHLURHPTXHRFRUUHUDUHYHU- $UW$RUGHPHFRQ{PLFDIXQGDGDQDYDORUL]DomR
VmR GRWUDEDOKRKXPDQRHQDOLYUHLQLFLDWLYDWHPSRUÀP
†ž2FRUUHQGRDFRUGRSRGHUiDLQGHQL]DomRGHTXH assegurar a todos existência digna, conforme os dita-
WUDWDR†žGHVWHDUWLJRVHUSDJDPHGLDQWHUHFHLWDVGH mes da justiça social, observados os seguintes princí-
novo contrato que venha a disciplinar a prestação do pios:
VHUYLoR I - soberania nacional;
$UW  )LFDP H[WLQWDV WRGDV DV FRQFHVV}HV GH VHUYL- II - propriedade privada;
ços públicos outorgadas sem licitação na vigência da III - função social da propriedade;
&RQVWLWXLomRGH IV - livre concorrência;
3DUiJUDIR ~QLFR )LFDP WDPEpP H[WLQWDV WRGDV DV V - defesa do consumidor;
concessões outorgadas sem licitação anteriormente à VI - defesa do meio ambiente;
&RQVWLWXLomRGHFXMDVREUDVRXVHUYLoRVQmRWH- VII - redução das desigualdades regionais e sociais;
nham sido iniciados ou que se encontrem paralisados VIII - busca do pleno emprego;
TXDQGRGDHQWUDGDHPYLJRUGHVWD/HL IX - tratamento favorecido para as empresas brasilei-
$UW$VFRQFHVVLRQiULDVTXHWLYHUHPREUDVTXHVH UDVGHFDSLWDOQDFLRQDOGHSHTXHQRSRUWH
HQFRQWUHPDWUDVDGDVQDGDWDGDSXEOLFDomRGHVWD/HL 3DUiJUDIR~QLFReDVVHJXUDGRDWRGRVROLYUHH[HUFtFLR
apresentarão ao poder concedente, dentro de cento e de qualquer atividade econômica, independentemen-
RLWHQWDGLDVSODQRHIHWLYRGHFRQFOXVmRGDVREUDV te de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos
3DUiJUDIR~QLFR&DVRDFRQFHVVLRQiULDQmRDSUHVHQWH SUHYLVWRVHPOHL
o plano a que se refere este artigo ou se este plano não
oferecer condições efetivas para o término da obra, o Pela leitura do dispositivo constitucional, percebe-se
poder concedente poderá declarar extinta a conces- que a ordem econômica rege-se pelas normas de direi-
VmRUHODWLYDDHVVDREUD WRSULYDGRPDLVHVSHFLÀFDPHQWHSHODVUHJUDVGH'LUHLWR
$UW1DVKLSyWHVHVGHTXHWUDWDPRVDUWVH Civil e Direito Empresarial, em respeito às liberdades in-
GHVWD /HL R SRGHU FRQFHGHQWH LQGHQL]DUi DV REUDV H dividuais garantida a todos os cidadãos. Todavia, essas
serviços realizados somente no caso e com os recursos liberdades também podem sofrer restrições, principal-
GDQRYDOLFLWDomR mente se acabarem partindo de encontro contra aspec-
3DUiJUDIR~QLFR$OLFLWDomRGHTXHWUDWDRFDSXWGHVWH tos sociais, ou contra interesses difusos, como a proteção
artigo deverá, obrigatoriamente, levar em conta, para ao meio ambiente, aos direitos do consumidor, a fun-
ÀQVGHDYDOLDomRRHVWiJLRGDVREUDVSDUDOLVDGDVRX ção social da propriedade, etc. O Estado brasileiro não é
atrasadas, de modo a permitir a utilização do crité- XPDÀJXUDDXVHQWHHSDVVLYDGHYHQGRDJLUHLQWHUYLUQD
ULRGHMXOJDPHQWRHVWDEHOHFLGRQRLQFLVR,,,GRDUW medida em que o exercício descontrolado da atividade
GHVWD/HL econômica possa causar danos irreparáveis contra a so-
$UW(VWD/HLHQWUDHPYLJRUQDGDWDGHVXDSXEOL- ciedade.
FDomR
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

$UW5HYRJDPVHDVGLVSRVLo}HVHPFRQWUiULR
Brasília, 13 de fevereiro de 1995; 174º da Indepen-
dência e 107º da República.

6. Intervenção do Estado no domínio econômico:

A Constituição Federal de 1988 trouxe uma grande


inovação, ao estabelecer claramente quais atividades es-
tariam dentro do campo de atuação do Estado, caracteri-
]DQGRVHFRPR´VHUYLoRVS~EOLFRVµHTXDOVHULDRGRPt-
nio das atividades econômicas, de competência da livre
LQLFLDWLYD1DPHGLGDHPTXHRRUGHQDPHQWRGHÀQHXPD
tarefa como serviço público, retirando-a do domínio eco-

69
LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993 – LICITA-
LICITAÇÃO E CONTRATOS ÇÕES
ADMINISTRATIVOS: LEI Nº 8.666/93
COM ALTERAÇÕES POSTERIORES: DOS 5HJXODPHQWDRDUWLQFLVR;;,GD&RQVWLWXLomR)H-
PRINCÍPIOS. DAS MODALIDADES. deral, institui normas para licitações e contratos da
DOS CONTRATOS. DA EXECUÇÃO. DA Administração Pública HGiRXWUDVSURYLGrQFLDV
235(6,'(17('$5(3Ó%/,&$)DoRVDEHUTXHR&RQ-
INEXECUÇÃO E DA RESCISÃO. DAS
JUHVVR1DFLRQDOGHFUHWDHHXVDQFLRQRDVHJXLQWH/HL>@
SANÇÕES

#FicaDica

EXERCÍCIO COMENTADO A Lei nº 8.666/1993 é bastante ampla e de-


dica espaço a duas temáticas centrais: licita-
ções e contratos administrativos. Em muitos
1. (PC-AP – Agente de Polícia – FCC – 2017) Quando o concursos públicos é cobrado apenas o con-
Estado atua no domínio econômico pode fazê-lo: teúdo de licitações, enquanto que em outros
é cobrado tanto o conteúdo de contratos
a) diretamente, por meio de empresas públicas ou socie- administrativos quanto o de licitações. Se no
dades de economia mista, pessoas jurídicas de direito seu concurso a Lei nº 8.666/1993 for cobrada
público que integram a Administração pública indire- na íntegra, ambos os conteúdos poderão in-
ta mas atuam no mercado em regime de competição cidir em questões da prova.
com o setor privado.
b) por meio de intervenção direta, seja na propriedade
privada, seja regulando o mercado em seus diversos LICITAÇÕES
setores, não podendo, contudo, submeter-se a regime
jurídico de direito privado quando envolver emprego 1. Conceito
de recursos públicos.
c) diretamente ou indiretamente, neste caso admitida a Licitação é o processo pelo qual a Administração Pú-
modalidade de fomento, incentivando o fortalecimen- blica contrata serviços e adquire bens dos particulares,
to ou desenvolvimento de determinados segmentos, evitando-se que a escolha dos contratados seja fraudu-
categorias ou setores de mercado conforme o interes- lenta e prejudicial ao Estado em favor dos interesses par-
se público, afastada, contudo, qualquer possibilidade ticulares do governante.
de favorecimento. Segundo Carvalho Filho14, “não poderia a lei deixar ao ex-
d) preferencialmente de forma direta em alguns setores clusivo critério do administrador a escolha das pessoas a se-
da economia, criando pessoas jurídicas de direito pú- rem contratadas, porque, fácil é prever, essa liberdade daria
blico e privado para atuarem em regime de concor- margem a escolhas impróprias, ou mesmo a concertos escu-
rência ou parceria com a iniciativa privada. sos entre alguns administradores públicos inescrupulosos e
e) por meio da prestação de serviços públicos de forma particulares, com o que prejudicada, em última análise, seria
direta, seja pela Administração direta, seja pela indireta, D$GPLQLVWUDomR3~EOLFDJHVWRUDGRVLQWHUHVVHVS~EOLFRVµ
não se incluindo na atuação a delegação dos referidos Deste modo, Carvalho Filho15 conceitua licitação
serviços, hipótese em que o Estado transfere ao particular como “o procedimento administrativo vinculado por
a responsabilidade pela atuação no domínio econômico. meio do qual os entes da Administração Pública e aque-
les por ela controlados selecionam a melhor proposta
Resposta: Letra C. Letra A está incorreta pois as em- entre as oferecidas pelos vários interessados, com dois
presas públicas e sociedades de economia mista são objetivos – a celebração de contrato, ou a obtenção do
pessoas jurídicas de direito privado. Letra B está incor- PHOKRUWUDEDOKRWpFQLFRDUWtVWLFRRXFLHQWtÀFRµ
reta pois a intervenção da empresa pública e socie- Destaca-se a natureza de procedimento administra-
dade de economia mista na exploração de atividade tivo, pois apesar da Lei nº 8.666/93 se referir à licitação
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

econômica importa em sujeição às regras de direito como ato administrativo, não se detecta verdadeiramen-
privado. Letra D está incorreta, pois os casos de inter- te ato, que é um elemento formal que indica uma inten-
venção direta do Estado são apenas excepcionais, pre- ção de agir da administração, mas sim um procedimento,
ferencialmente ele deve intervir de forma indireta (art. diante do cumprimento de etapas previstas em lei para
que se atinja uma meta ou um objetivo.
173 da CF/1988). Letra E está incorreta pois, no caso,
Logo, a licitação é um procedimento administrativo
não há que se falar em prestação de serviço público, e
TXH WHP SRU ÀQDOLGDGH HYLWDU SUiWLFDV IUDXGXOHQWDV QD
sim em exploração de atividade econômica.
Administração Pública, garantindo a contratação do ser-
viço ou produto que melhor atenda às expectativas de
custo-benefício para o aparato público.
14 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.
15 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

70
2. Objeto 5. Destinatários

O objeto da licitação é a aquisição de bens e serviços Além do próprio Poder Público, também são desti-
pela Administração Pública, bem como a alienação do natários os licitantes interessados em contratar com o
patrimônio dela, conforme a melhor proposta que aten- Poder Público e qualquer pessoa interessada em saber
da aos interesses públicos. Toda licitação que é aberta sobre os procedimentos públicos de licitação.
YROWDVHHVSHFLÀFDPHQWHSDUDLVWRSHUPLWLQGRTXHD$G- Uma vez que o texto constitucional prevê a obrigato-
ministração desempenhe suas atividades uma vez que riedade da licitação (artigo 37, XXVII, CF), estão obriga-
dispõe dos bens e serviços necessários para tanto. dos a licitar todos os entes estatais, incluindo-se a admi-
nistração direta (e o conjunto de órgãos que a compõem
3. Finalidade/Objetivos no âmbito do Executivo) e a administração indireta, além
do Legislativo e do Judiciário, bem como os órgãos in-
1) Garantir a competição entre os interessados: to- dependentes (Tribunais de Contas, Defensoria Pública e
dos os concorrentes devem ter igualdade de condições Ministério Público) e os entes sociais autônomos (paraes-
quanto à possibilidade de contratar com o Poder Público. tatais).
Trata-se de via de mão dupla, pois se de um lado os con- Os particulares do terceiro setor que celebram com o
correntes terão a garantia de imparcialidade no proces- Estado contratos de convênio são obrigados a licitar para
so licitatório, de outro lado a Administração conseguirá gastar as verbas públicas recebidas, prestando contas
atrair um contrato mais vantajoso. nos termos da Instrução Normativa nº 01 da Secretaria
2) Alcançar a melhor proposta para o interesse públi- do Tesouro Nacional.
FR D ÀQDOLGDGH GD OLFLWDomR GHYH VHU VHPSUH DWHQGHU R As empresas públicas e sociedades de economia mis-
LQWHUHVVHS~EOLFR$ÀQDORVDJHQWHVS~EOLFRVVmRPHURV ta desempenham operações peculiares de nítido caráter
representantes do Estado e jamais devem agir em prol de econômico, que estão vinculadas aos próprios objetivos
seus interesses particulares (princípio da impessoalida- GD HQWLGDGH RX VHMD VmR VXDV DWLYLGDGHVÀP ([ &DL[D
de), sendo dever a preservação e proteção dos interesses
Econômica Federal estabelece relações bancárias, Cor-
públicos. Com efeito, é dever do condutor da licitação
reios ofertam serviços de postagem. Tais operações com
buscar a proposta mais vantajosa, garantindo a igualda-
FDUiWHUHFRQ{PLFRUHODFLRQDGDVjDWLYLGDGHÀPGDVRFLH-
de de condições entre os concorrentes, respeitando to-
dade de economia mista ou da empresa pública não se
dos os demais princípios resguardados pela constituição.
sujeitam às regras de licitação, sendo tratadas conforme
3) Servir de ferramenta de direito econômico: a lici-
as regras comerciais comuns. As regras licitatórias ape-
tação é uma ferramenta que pode ser empregada para a
nas incidem quanto as atividades-meio.
intervenção estatal na economia, promovendo o desen-
volvimento e a tecnologia nacionais (tanto é verdade que
empresas nacionais poderão vencer a licitação mesmo 6. Princípios
que ofereçam preço até 25% mais caro que empresas es-
trangeiras). Entre outros, os princípios básicos que regem a lici-
tação são: legalidade, impessoalidade, moralidade, igual-
&RPSHWrQFLDOHJLVODWLYD dade, publicidade, probidade administrativa, vinculação
ao instrumento convocatório e julgamento objetivo.
A União tem competência privativa para legislar so- “- Legalidade: só é possível fazer o que está previsto
bre normas gerais licitatórias, conforme previsto no texto na Lei;
constitucional: - Impessoalidade: o interesse da Administração pre-
´$UW&RPSHWHSULYDWLYDPHQWHj8QLmROHJLVODUVR- valece acima dos interesses pessoais;
EUH>@;;9,,QRUPDVJHUDLVGHOLFLWDomRHFRQWUDWD- - Moralidade: as regras morais vigentes devem ser
ção, em todas as modalidades, para as administrações obedecidas em conjunto com as leis em vigor;
públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, - Igualdade: todos são iguais perante a lei e não pode
Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o dis- KDYHUGLVFULPLQDomRQHPEHQHÀFLDPHQWRHQWUHRV
SRVWR QR DUW  ;;, H SDUD DV HPSUHVDV S~EOLFDV H participantes da licitação;
VRFLHGDGHVGHHFRQRPLDPLVWDQRVWHUPRVGRDUW - Publicidade: a licitação não pode ser sigilosa e as
†ƒ,,,µ3RUQRUPDVJHUDLVGHOLFLWDomRHFRQWUDWDomR
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

decisões tomadas durante a licitação devem ser


entendam-se aquelas com capacidade de criar, alterar públicas, garantida a transparência do processo
ou extinguir modalidades, tipos e princípios licitató- licitatório;
ULRV - Probidade administrativa: a licitação deve ser pro-
cessada por pessoas que tenham honestidade;
1mRVLJQLÀFDTXHRV(VWDGRVHPXQLFtSLRVQmRSRV- - Vinculação ao instrumento convocatório: o Edital
sam legislar sobre licitações, apenas não podem se imis- é a lei entre quem promove e quem participa da
cuir nas normas gerais. Os Estados e municípios podem licitação, não podendo ser descumprido;
regulamentar questões instrumentais e de interesse lo- - Julgamento objetivo: as propostas dos licitantes
cal, mas não se trata de competência concorrente. Por devem ser julgadas de acordo com o que diz o
isso mesmo, não podem ampliar os casos de dispensa e (GLWDOµ16.
inexigibilidade, alterar os limites de valor para cada mo-
dalidade de licitação ou reduzir os prazos de publicidade
e dos recursos.
16 http://www.sebrae.com.br/

71
Entre os princípios correlatos, Carvalho Filho17 des-
taca: #FicaDica
- Competitividade: correlato ao princípio da igualda-
de, pelo princípio da competitividade a Adminis- Conceito: Licitação é o procedimento admi-
tração não pode criar regras que comprometam, nistrativo formal utilizado para a contratação
restrinjam ou frustrem o caráter competitivo da de serviços ou para a aquisição/venda de
licitação; bens/produtos pela Administração Pública,
- Indistinção: correlato ao princípio da igualdade, direta ou indireta, em todas esferas da fede-
pelo princípio da indistinção é vedado criar pre- ração (União, Estados, DF, Municípios).
ferências ou distinções relativas à naturalidade, à Objetivo: Proporcionar à Administração Pú-
sede ou ao domicílio dos licitantes; blica que adquira e venda bens ou contrate
- Inalterabilidade do edital: correlato aos princípios serviços da forma menos onerosa e com a
da publicidade e da vinculação ao instrumento maior qualidade possível.
convocatório, pelo princípio da inalterabilidade do Finalidades: Permitir a melhor contratação
edital a Administração está vinculada às regras que possível, selecionando a proposta mais van-
foram por ela própria divulgadas; tajosa; possibilitar amplo acesso por parte de
- Sigilo das propostas: correlato aos princípios da qualquer interessado para que possa partici-
probidade administrativa e da igualdade, pelo par da disputa pelas contratações; e ser fer-
princípio do sigilo das propostas todas as propos- ramenta de direito econômico.
tas devem vir lacradas e só devem ser abertas em
sessão pública devidamente agendada;
- Formalismo procedimental: correlato ao princípio LEGISLAÇÃO SECA
da legalidade, pelo princípio do formalismo pro-
cedimental as regras do procedimento adotadas Os principais aspectos que podem ser observados
para a licitação devem seguir os parâmetros que nos apontamentos teóricos acima são notadamente ex-
DOHLÀ[DU traídos da Lei nº 8.666/1993 em seu primeiro capítulo,
- Vedação à oferta de vantagens: correlato ao prin- que também dá atenção a alguns aspectos procedimen-
cípio do julgamento objetivo, pelo princípio da ve- tais, que se colaciona abaixo com grifos.
dação à oferta de vantagens as regras de seleção
GHYHPVHUDGVWULWDVDRVFULWpULRVÀ[DGRVQRHGLWDO CAPÍTULO I
não se admitindo a intervenção de fatores adver- DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
sos; SEÇÃO I
- Obrigatoriedade das licitações: consagrado no DOS PRINCÍPIOS
artigo 37, XXI, CF, determina que “ressalvados os
FDVRVHVSHFLÀFDGRVQDOHJLVODomR as obras, ser- $UWž(VWD/HLHVWDEHOHFHQRUPDVJHUDLVVREUHOLFLWD-
viços, compras e alienações serão contratados ções e contratos administrativos pertinentes a obras,
mediante processo de licitação pública que as- serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações
segure igualdade de condições a todos os concor- e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Esta-
rentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações GRVGR'LVWULWR)HGHUDOHGRV0XQLFtSLRV
de pagamento, mantidas as condições efetivas da
proposta, nos termos da lei, o qual somente per- 3DUiJUDIR~QLFR6XERUGLQDPVHDRUHJLPHGHVWD/HL
PLWLUiDVH[LJrQFLDVGHTXDOLÀFDomRWpFQLFDHHFR- além dos órgãos da administração direta, os fundos
nômica indispensáveis à garantia do cumprimento especiais, as autarquias, as fundações públicas, as em-
GDVREULJDo}HVµ7DPEpPVHUHSHWHQRDUWLJRo da presas públicas, as sociedades de economia mista e
Lei nº 8.666/1993. demais entidades controladas direta ou indiretamente
SHOD8QLmR(VWDGRV'LVWULWR)HGHUDOH0XQLFtSLRV
$UW ž $V REUDV VHUYLoRV LQFOXVLYH GH SXEOLFLGDGH
compras, alienações, concessões, permissões e loca-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ções da Administração Pública, quando contratadas


com terceiros, serão necessariamente precedidas de
OLFLWDomRUHVVDOYDGDVDVKLSyWHVHVSUHYLVWDVQHVWD/HL
3DUiJUDIR ~QLFR 3DUD RV ÀQV GHVWD /HL FRQVLGHUDVH
contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou en-
tidades da Administração Pública e particulares, em
que haja um acordo de vontades para a formação de
vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja
TXDOIRUDGHQRPLQDomRXWLOL]DGD
$UW ž $ OLFLWDomR GHVWLQDVH D JDUDQWLU D REVHUYkQ-
cia do princípio constitucional da isonomia, a seleção
da proposta mais vantajosa para a administração e
a promoção do desenvolvimento nacional sustentável
17 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito admi-
e será processada e julgada em estrita conformidade
nistrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

72
com os princípios básicos da legalidade, da impesso- V - em suas revisões, análise retrospectiva de resul-
alidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, WDGRV
da probidade administrativa, da vinculação ao instru- †ž3DUDRVSURGXWRVPDQXIDWXUDGRVHVHUYLoRVQDFLR-
mento convocatório, do julgamento objetivo e dos que nais resultantes de desenvolvimento e inovação tec-
OKHVVmRFRUUHODWRV nológica realizados no País, poderá ser estabelecido
†žeYHGDGRDRVDJHQWHVS~EOLFRV margem de preferência adicional àquela prevista no
I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de con- †ž
vocação, cláusulas ou condições que comprometam, †ž$VPDUJHQVGHSUHIHUrQFLDSRUSURGXWRVHUYLoR
restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, in- grupo de produtos ou grupo de serviços, a que se refe-
clusive nos casos de sociedades cooperativas, e esta- UHPRV††žHžVHUmRGHÀQLGDVSHOR3RGHU([HFXWLYR
beleçam preferências ou distinções em razão da na- federal, não podendo a soma delas ultrapassar o mon-
turalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de WDQWHGH YLQWHHFLQFRSRUFHQWR VREUHRSUHoR
qualquer outra circunstância impertinente ou irrele- GRVSURGXWRVPDQXIDWXUDGRVHVHUYLoRVHVWUDQJHLURV
YDQWHSDUDRHVSHFtÀFRREMHWRGRFRQWUDWRUHVVDOYDGR †ž$VGLVSRVLo}HVFRQWLGDVQRV††žHžGHVWHDUWLJR
RGLVSRVWRQRV††žDGHVWHDUWLJRHQRDUWžGD não se aplicam aos bens e aos serviços cuja capaci-
/HLQžGHGHRXWXEURGH dade de produção ou prestação no País seja inferior:
II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza I - à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou
comercial, legal, trabalhista, previdenciária ou qual- ,,DRTXDQWLWDWLYRÀ[DGRFRPIXQGDPHQWRQR†žGR
quer outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, DUWGHVWD/HLTXDQGRIRURFDVR
inclusive no que se refere a moeda, modalidade e †$PDUJHPGHSUHIHUrQFLDDTXHVHUHIHUHR†ž
ORFDO GH SDJDPHQWRV PHVPR TXDQGR HQYROYLGRV À- poderá ser estendida, total ou parcialmente, aos bens
nanciamentos de agências internacionais, ressalvado e serviços originários dos Estados Partes do Mercado
RGLVSRVWRQRSDUiJUDIRVHJXLQWHHQRDUWžGD/HLQž &RPXPGR6XO0HUFRVXO
GHGHRXWXEURGH †  2V HGLWDLV GH OLFLWDomR SDUD D FRQWUDWDomR GH
†ž(PLJXDOGDGHGHFRQGLo}HVFRPRFULWpULRGHGH- bens, serviços e obras poderão, mediante prévia jus-
sempate, será assegurada preferência, sucessivamen- WLÀFDWLYD GD DXWRULGDGH FRPSHWHQWH H[LJLU TXH R
te, aos bens e serviços: contratado promova, em favor de órgão ou entidade
, 5HYRJDGR integrante da administração pública ou daqueles por
II - produzidos no País; ela indicados a partir de processo isonômico, medi-
III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras; das de compensação comercial, industrial, tecnológica
IV - produzidos ou prestados por empresas que invis- RX DFHVVR D FRQGLo}HV YDQWDMRVDV GH ÀQDQFLDPHQWR
tam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia cumulativamente ou não, na forma estabelecida pelo
no País; 3RGHU([HFXWLYRIHGHUDO
V - produzidos ou prestados por empresas que com- †  1DV FRQWUDWDo}HV GHVWLQDGDV j LPSODQWDomR
provem cumprimento de reserva de cargos prevista manutenção e ao aperfeiçoamento dos sistemas de
HPOHLSDUDSHVVRDFRPGHÀFLrQFLDRXSDUDUHDELOLWD- tecnologia de informação e comunicação, considera-
do da Previdência Social e que atendam às regras de dos estratégicos em ato do Poder Executivo federal, a
DFHVVLELOLGDGHSUHYLVWDVQDOHJLVODomR licitação poderá ser restrita a bens e serviços com tec-
† ž $ OLFLWDomR QmR VHUi VLJLORVD VHQGR S~EOLFRV H nologia desenvolvida no País e produzidos de acordo
acessíveis ao público os atos de seu procedimento, sal- FRPRSURFHVVRSURGXWLYREiVLFRGHTXHWUDWDD/HLQž
vo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva GHGHMDQHLURGH
DEHUWXUD †6HUiGLYXOJDGDQDLQWHUQHWDFDGDH[HUFtFLRÀ-
†ž 9HWDGR  nanceiro, a relação de empresas favorecidas em de-
†ž1RVSURFHVVRVGHOLFLWDomRSRGHUiVHUHVWDEHOHFL- FRUUrQFLDGRGLVSRVWRQRV††žžHGHVWH
da margem de preferência para: artigo, com indicação do volume de recursos destina-
I - produtos manufaturados e para serviços nacionais GRVDFDGDXPDGHODV
que atendam a normas técnicas brasileiras; e †$VSUHIHUrQFLDVGHÀQLGDVQHVWHDUWLJRHQDVGH-
II - bens e serviços produzidos ou prestados por em- mais normas de licitação e contratos devem privilegiar
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

presas que comprovem cumprimento de reserva de o tratamento diferenciado e favorecido às microem-


FDUJRVSUHYLVWDHPOHLSDUDSHVVRDFRPGHÀFLrQFLDRX SUHVDVHHPSUHVDVGHSHTXHQRSRUWHQDIRUPDGDOHL
para reabilitado da Previdência Social e que atendam †  $V SUHIHUrQFLDV GLVSRVWDV QHVWH DUWLJR SUHYDOH-
jVUHJUDVGHDFHVVLELOLGDGHSUHYLVWDVQDOHJLVODomR cem sobre as demais preferências previstas na legisla-
†ž$PDUJHPGHSUHIHUrQFLDGHTXHWUDWDR†žVHUi ção quando estas forem aplicadas sobre produtos ou
estabelecida com base em estudos revistos periodica- VHUYLoRVHVWUDQJHLURV
mente, em prazo não superior a 5 (cinco) anos, que $UWž7RGRVTXDQWRVSDUWLFLSHPGHOLFLWDomRSURPR-
levem em consideração: YLGDSHORVyUJmRVRXHQWLGDGHVDTXHVHUHIHUHRDUWž
I - geração de emprego e renda; WrPGLUHLWRS~EOLFRVXEMHWLYRjÀHOREVHUYkQFLDGRSHU-
II - efeito na arrecadação de tributos federais, estadu- tinente procedimento estabelecido nesta lei, podendo
ais e municipais; qualquer cidadão acompanhar o seu desenvolvimen-
III - desenvolvimento e inovação tecnológica realiza- WR GHVGH TXH QmR LQWHUÀUD GH PRGR D SHUWXUEDU RX
dos no País; LPSHGLUDUHDOL]DomRGRVWUDEDOKRV
IV - custo adicional dos produtos e serviços; e

73
3DUiJUDIR ~QLFR 2 SURFHGLPHQWR OLFLWDWyULR SUHYLVWR a) empreitada por preço global - quando se contrata a
nesta lei caracteriza ato administrativo formal, seja execução da obra ou do serviço por preço certo e total;
ele praticado em qualquer esfera da Administração b) empreitada por preço unitário - quando se contrata
3~EOLFD a execução da obra ou do serviço por preço certo de
$UWž7RGRVRVYDORUHVSUHoRVHFXVWRVXWLOL]DGRVQDV unidades determinadas;
licitações terão como expressão monetária a moeda F  9HWDGR 
FRUUHQWH QDFLRQDO UHVVDOYDGR R GLVSRVWR QR DUW  d) tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para pe-
GHVWD/HLGHYHQGRFDGDXQLGDGHGD$GPLQLVWUDomRQR quenos trabalhos por preço certo, com ou sem forne-
pagamento das obrigações relativas ao fornecimento cimento de materiais;
de bens, locações, realização de obras e prestação de e) empreitada integral - quando se contrata um em-
serviços, obedecer, para cada fonte diferenciada de re- preendimento em sua integralidade, compreendendo
cursos, a estrita ordem cronológica das datas de suas todas as etapas das obras, serviços e instalações ne-
exigibilidades, salvo quando presentes relevantes ra- cessárias, sob inteira responsabilidade da contratada
]}HVGHLQWHUHVVHS~EOLFRHPHGLDQWHSUpYLDMXVWLÀFDWL- até a sua entrega ao contratante em condições de en-
YDGDDXWRULGDGHFRPSHWHQWHGHYLGDPHQWHSXEOLFDGD trada em operação, atendidos os requisitos técnicos e
†ž2VFUpGLWRVDTXHVHUHIHUHHVWHDUWLJRWHUmRVHXV legais para sua utilização em condições de segurança
valores corrigidos por critérios previstos no ato convo- estrutural e operacional e com as características ade-
FDWyULRHTXHOKHVSUHVHUYHPRYDORU TXDGDVjVÀQDOLGDGHVSDUDTXHIRLFRQWUDWDGD
†ž$FRUUHomRGHTXHWUDWDRSDUiJUDIRDQWHULRUFXMR IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessá-
pagamento será feito junto com o principal, correrá à ULRV H VXÀFLHQWHV FRP QtYHO GH SUHFLVmR DGHTXDGR
conta das mesmas dotações orçamentárias que aten- para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de
GHUDPDRVFUpGLWRVDTXHVHUHIHUHP obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com
†ž2EVHUYDGRVRGLVSRVWRQRFDSXWRVSDJDPHQWRV base nas indicações dos estudos técnicos prelimina-
decorrentes de despesas cujos valores não ultrapas- res, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado
VHP R OLPLWH GH TXH WUDWD R LQFLVR ,, GR DUW  VHP tratamento do impacto ambiental do empreendimen-
prejuízo do que dispõe seu parágrafo único, deverão to, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a
ser efetuados no prazo de até 5 (cinco) dias úteis, con- GHÀQLomRGRVPpWRGRVHGRSUD]RGHH[HFXomRGHYHQ-
WDGRVGDDSUHVHQWDomRGDIDWXUD do conter os seguintes elementos:
$UWo$$VQRUPDVGHOLFLWDo}HVHFRQWUDWRVGHYHP a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a
privilegiar o tratamento diferenciado e favorecido às IRUQHFHU YLVmR JOREDO GD REUD H LGHQWLÀFDU WRGRV RV
microempresas e empresas de pequeno porte na for- seus elementos constitutivos com clareza;
PDGDOHL E  VROXo}HV WpFQLFDV JOREDLV H ORFDOL]DGDV VXÀFLHQWH-
mente detalhadas, de forma a minimizar a necessida-
SEÇÃO II de de reformulação ou de variantes durante as fases
DAS DEFINIÇÕES de elaboração do projeto executivo e de realização das
obras e montagem;
$UWž3DUDRVÀQVGHVWD/HLFRQVLGHUDVH F LGHQWLÀFDomRGRVWLSRVGHVHUYLoRVDH[HFXWDUHGH
I - Obra - toda construção, reforma, fabricação, recu- materiais e equipamentos a incorporar à obra, bem
peração ou ampliação, realizada por execução direta FRPRVXDVHVSHFLÀFDo}HVTXHDVVHJXUHPRVPHOKRUHV
ou indireta; resultados para o empreendimento, sem frustrar o ca-
II - Serviço - toda atividade destinada a obter determi- ráter competitivo para a sua execução;
nada utilidade de interesse para a Administração, tais d) informações que possibilitem o estudo e a dedu-
como: demolição, conserto, instalação, montagem, ção de métodos construtivos, instalações provisórias e
operação, conservação, reparação, adaptação, manu- condições organizacionais para a obra, sem frustrar o
tenção, transporte, locação de bens, publicidade, se- caráter competitivo para a sua execução;
JXURRXWUDEDOKRVWpFQLFRSURÀVVLRQDLV e) subsídios para montagem do plano de licitação e
,,,  &RPSUD  WRGD DTXLVLomR UHPXQHUDGD GH EHQV gestão da obra, compreendendo a sua programação,
para fornecimento de uma só vez ou parceladamente; DHVWUDWpJLDGHVXSULPHQWRVDVQRUPDVGHÀVFDOL]DomR
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

IV - Alienação - toda transferência de domínio de bens e outros dados necessários em cada caso;
a terceiros; f) orçamento detalhado do custo global da obra, fun-
V - Obras, serviços e compras de grande vulto - aque- damentado em quantitativos de serviços e forneci-
las cujo valor estimado seja superior a 25 (vinte e cin- mentos propriamente avaliados;
FR YH]HVROLPLWHHVWDEHOHFLGRQDDOtQHD´FµGRLQFLVR, X - Projeto Executivo - o conjunto dos elementos ne-
GRDUWGHVWD/HL FHVViULRV H VXÀFLHQWHV j H[HFXomR FRPSOHWD GD REUD
9,  6HJXUR*DUDQWLD  R VHJXUR TXH JDUDQWH R ÀHO de acordo com as normas pertinentes da Associação
cumprimento das obrigações assumidas por empresas %UDVLOHLUDGH1RUPDV7pFQLFDV$%17
em licitações e contratos; XI - Administração Pública - a administração direta
VII - Execução direta - a que é feita pelos órgãos e en- e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal
tidades da Administração, pelos próprios meios; e dos Municípios, abrangendo inclusive as entidades
VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade com personalidade jurídica de direito privado sob con-
contrata com terceiros sob qualquer dos seguintes re- trole do poder público e das fundações por ele institu-
gimes: ídas ou mantidas;

74
XII - Administração - órgão, entidade ou unidade ad- III - houver previsão de recursos orçamentários que
ministrativa pela qual a Administração Pública opera assegurem o pagamento das obrigações decorrentes
e atua concretamente; de obras ou serviços a serem executadas no exercício
;,,,,PSUHQVD2ÀFLDOYHtFXORRÀFLDOGHGLYXOJDomR ÀQDQFHLURHPFXUVRGHDFRUGRFRPRUHVSHFWLYRFUR-
da Administração Pública, sendo para a União o Diário nograma;
2ÀFLDOGD8QLmRHSDUDRV(VWDGRVR'LVWULWR)HGHUDO IV - o produto dela esperado estiver contemplado nas
HRV0XQLFtSLRVRTXHIRUGHÀQLGRQDVUHVSHFWLYDVOHLV metas estabelecidas no Plano Plurianual de que trata
;,9&RQWUDWDQWHpRyUJmRRXHQWLGDGHVLJQDWiULD RDUWGD&RQVWLWXLomR)HGHUDOTXDQGRIRURFDVR
do instrumento contratual; †žeYHGDGRLQFOXLUQRREMHWRGDOLFLWDomRDREWHQomR
;9&RQWUDWDGRDSHVVRDItVLFDRXMXUtGLFDVLJQDWiULD GH UHFXUVRV ÀQDQFHLURV SDUD VXD H[HFXomR TXDOTXHU
de contrato com a Administração Pública; que seja a sua origem, exceto nos casos de empre-
;9,&RPLVVmRFRPLVVmRSHUPDQHQWHRX HVSHFLDO endimentos executados e explorados sob o regime de
criada pela Administração com a função de receber, FRQFHVVmRQRVWHUPRVGDOHJLVODomRHVSHFtÀFD
examinar e julgar todos os documentos e procedimen- †žeYHGDGDDLQGDDLQFOXVmRQRREMHWRGDOLFLWDomR
tos relativos às licitações e ao cadastramento de lici- de fornecimento de materiais e serviços sem previsão
WDQWHV de quantidades ou cujos quantitativos não correspon-
XVII - produtos manufaturados nacionais - produtos GDPjVSUHYLV}HVUHDLVGRSURMHWREiVLFRRXH[HFXWLYR
manufaturados, produzidos no território nacional de †žeYHGDGDDUHDOL]DomRGHOLFLWDomRFXMRREMHWRLQ-
acordo com o processo produtivo básico ou com as clua bens e serviços sem similaridade ou de marcas,
regras de origem estabelecidas pelo Poder Executivo FDUDFWHUtVWLFDV H HVSHFLÀFDo}HV H[FOXVLYDV VDOYR QRV
federal; FDVRV HP TXH IRU WHFQLFDPHQWH MXVWLÀFiYHO RX DLQGD
XVIII - serviços nacionais - serviços prestados no País, quando o fornecimento de tais materiais e serviços for
nas condições estabelecidas pelo Poder Executivo fe- feito sob o regime de administração contratada, pre-
deral; YLVWRHGLVFULPLQDGRQRDWRFRQYRFDWyULR
†ž$LQIULQJrQFLDGRGLVSRVWRQHVWHDUWLJRLPSOLFDD
XIX - sistemas de tecnologia de informação e comu-
nulidade dos atos ou contratos realizados e a respon-
nicação estratégicos - bens e serviços de tecnologia
VDELOLGDGHGHTXHPOKHVWHQKDGDGRFDXVD
da informação e comunicação cuja descontinuidade
†ž1mRVHUiDLQGDFRPSXWDGRFRPRYDORUGDREUD
SURYRTXHGDQRVLJQLÀFDWLYRjDGPLQLVWUDomRS~EOLFDH
RXVHUYLoRSDUDÀQVGHMXOJDPHQWRGDVSURSRVWDVGH
que envolvam pelo menos um dos seguintes requisitos
preços, a atualização monetária das obrigações de
SDJDPHQWR GHVGH D GDWD ÀQDO GH FDGD SHUtRGR GH
relacionados às informações críticas: disponibilidade,
FRQÀDELOLGDGHVHJXUDQoDHFRQÀGHQFLDOLGDGH
aferição até a do respectivo pagamento, que será cal-
XX - produtos para pesquisa e desenvolvimento - bens, culada pelos mesmos critérios estabelecidos obrigato-
insumos, serviços e obras necessários para atividade ULDPHQWHQRDWRFRQYRFDWyULR
GHSHVTXLVDFLHQWtÀFDHWHFQROyJLFDGHVHQYROYLPHQWR †ž4XDOTXHUFLGDGmRSRGHUiUHTXHUHUj$GPLQLVWUD-
de tecnologia ou inovação tecnológica, discriminados ção Pública os quantitativos das obras e preços unitá-
em projeto de pesquisa aprovado pela instituição con- ULRVGHGHWHUPLQDGDREUDH[HFXWDGD
WUDWDQWH †ž2GLVSRVWRQHVWHDUWLJRDSOLFDVHWDPEpPQRTXH
couber, aos casos de dispensa e de inexigibilidade de
SEÇÃO III OLFLWDomR
DAS OBRAS E SERVIÇOS $UWž$H[HFXomRGDVREUDVHGRVVHUYLoRVGHYHSUR-
gramar-se, sempre, em sua totalidade, previstos seus
$UWž$VOLFLWDo}HVSDUDDH[HFXomRGHREUDVHSDUD FXVWRV DWXDO H ÀQDO H FRQVLGHUDGRV RV SUD]RV GH VXD
a prestação de serviços obedecerão ao disposto neste H[HFXomR
artigo e, em particular, à seguinte sequência: 3DUiJUDIR~QLFReSURLELGRRUHWDUGDPHQWRLPRWLYDGR
I - projeto básico; da execução de obra ou serviço, ou de suas parcelas,
II - projeto executivo; se existente previsão orçamentária para sua execução
,,,H[HFXomRGDVREUDVHVHUYLoRV WRWDO VDOYR LQVXÀFLrQFLD ÀQDQFHLUD RX FRPSURYDGR
†ž$H[HFXomRGHFDGDHWDSDVHUiREULJDWRULDPHQWH PRWLYR GH RUGHP WpFQLFD MXVWLÀFDGRV HP GHVSDFKR
FLUFXQVWDQFLDGR GD DXWRULGDGH D TXH VH UHIHUH R DUW
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

precedida da conclusão e aprovação, pela autoridade


competente, dos trabalhos relativos às etapas anterio- GHVWD/HL
res, à exceção do projeto executivo, o qual poderá ser
desenvolvido concomitantemente com a execução das $UWž1mRSRGHUiSDUWLFLSDUGLUHWDRXLQGLUHWDPHQWH
obras e serviços, desde que também autorizado pela da licitação ou da execução de obra ou serviço e do
$GPLQLVWUDomR fornecimento de bens a eles necessários:
†ž$VREUDVHRVVHUYLoRVVRPHQWHSRGHUmRVHUOLFL- I - o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física
tados quando: ou jurídica;
I - houver projeto básico aprovado pela autoridade II - empresa, isoladamente ou em consórcio, respon-
competente e disponível para exame dos interessados sável pela elaboração do projeto básico ou executivo
em participar do processo licitatório; ou da qual o autor do projeto seja dirigente, gerente,
II - existir orçamento detalhado em planilhas que ex- DFLRQLVWDRXGHWHQWRUGHPDLVGH FLQFRSRUFHQWR 
pressem a composição de todos os seus custos unitá- do capital com direito a voto ou controlador, respon-
rios; sável técnico ou subcontratado;

75
III - servidor ou dirigente de órgão ou entidade contra- ,9  ÀVFDOL]DomR VXSHUYLVmR RX JHUHQFLDPHQWR GH
WDQWHRXUHVSRQViYHOSHODOLFLWDomR obras ou serviços;
† ž e SHUPLWLGD D SDUWLFLSDomR GR DXWRU GR SURMHWR V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou admi-
ou da empresa a que se refere o inciso II deste artigo, nistrativas;
na licitação de obra ou serviço, ou na execução, como VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
FRQVXOWRURXWpFQLFRQDVIXQo}HVGHÀVFDOL]DomRVX-
VII - restauração de obras de arte e bens de valor his-
pervisão ou gerenciamento, exclusivamente a serviço
WyULFR
dD$GPLQLVWUDomRLQWHUHVVDGD
†ž2GLVSRVWRQHVWHDUWLJRQmRLPSHGHDOLFLWDomRRX 9,,, 9HWDGR 
contratação de obra ou serviço que inclua a elabora- †ž5HVVDOYDGRVRVFDVRVGHLQH[LJLELOLGDGHGHOLFLWD-
ção de projeto executivo como encargo do contratado ção, os contratos para a prestação de serviços técnicos
RXSHORSUHoRSUHYLDPHQWHÀ[DGRSHOD$GPLQLVWUDomR SURÀVVLRQDLVHVSHFLDOL]DGRVGHYHUmRSUHIHUHQFLDOPHQ-
† ž &RQVLGHUDVH SDUWLFLSDomR LQGLUHWD SDUD ÀQV GR te, ser celebrados mediante a realização de concurso,
disposto neste artigo, a existência de qualquer vínculo FRPHVWLSXODomRSUpYLDGHSUrPLRRXUHPXQHUDomR
GHQDWXUH]DWpFQLFDFRPHUFLDOHFRQ{PLFDÀQDQFHLUD †ž$RVVHUYLoRVWpFQLFRVSUHYLVWRVQHVWHDUWLJRDSOLFD-
ou trabalhista entre o autor do projeto, pessoa física -se, no qXHFRXEHURGLVSRVWRQRDUWGHVWD/HL
ou jurídica, e o licitante ou responsável pelos serviços, †ž$HPSUHVDGHSUHVWDomRGHVHUYLoRVWpFQLFRVHV-
fornecimentos e obras, incluindo-se os fornecimentos pecializados que apresente relação de integrantes
GHEHQVHVHUYLoRVDHVWHVQHFHVViULRV
de seu corpo técnico em procedimento licitatório ou
† ž 2 GLVSRVWR QR SDUiJUDIR DQWHULRU DSOLFDVH DRV
FRPRHOHPHQWRGHMXVWLÀFDomRGHGLVSHQVDRXLQH[LJL-
PHPEURVGDFRPLVVmRGHOLFLWDomR
$UW$VREUDVHVHUYLoRVSRGHUmRVHUH[HFXWDGRVQDV ELOLGDGHGHOLFLWDomRÀFDUiREULJDGDDJDUDQWLUTXHRV
seguintes formas: referidos integrantes realizem pessoal e diretamente
I - execução direta; RVVHUYLoRVREMHWRGRFRQWUDWR
II - execução indireta, nos seguintes regimes:
a) empreitada por preço global; SEÇÃO V
b) empreitada por preço unitário; DAS COMPRAS
F  9HWDGR 
d) tarefa; $UW1HQKXPDFRPSUDVHUiIHLWDVHPDDGHTXDGD
H HPSUHLWDGDLQWHJUDO caracterização de seu objeto e indicação dos recursos
3DUiJUDIR~QLFR 9HWDGR  orçamentários para seu pagamento, sob pena de nuli-
$UW  $V REUDV H VHUYLoRV GHVWLQDGRV DRV PHVPRV
dade do ato e responsabilidade de quem lhe tiver dado
ÀQVWHUmRSURMHWRVSDGURQL]DGRVSRUWLSRVFDWHJRULDV
ou classes, exceto quando o projeto-padrão não aten- FDXVD
der às condições peculiares do local ou às exigências $UW$VFRPSUDVVHPSUHTXHSRVVtYHOGHYHUmR
HVSHFtÀFDVGRHPSUHHQGLPHQWR I - atender ao princípio da padronização, que impo-
$UW1RVSURMHWRVEiVLFRVHSURMHWRVH[HFXWLYRVGH QKD FRPSDWLELOLGDGH GH HVSHFLÀFDo}HV WpFQLFDV H GH
obras e serviços serão considerados principalmente os desempenho, observadas, quando for o caso, as con-
seguintes requisitos: dições de manutenção, assistência técnica e garantia
I - segurança; oferecidas;
II - funcionalidade e adequação ao interesse público; II - ser processadas através de sistema de registro de
III - economia na execução, conservação e operação; preços;
IV - possibilidade de emprego de mão-de-obra, mate-
III - submeter-se às condições de aquisição e paga-
riais, tecnologia e matérias-primas existentes no local
mento semelhantes às do setor privado;
para execução, conservação e operação;
V - facilidade na execução, conservação e operação, IV - ser subdivididas em tantas parcelas quantas ne-
sem prejuízo da durabilidade da obra ou do serviço; cessárias para aproveitar as peculiaridades do merca-
VI - adoção das normas técnicas, de saúde e de segu- do, visando economicidade;
rança do trabalho adequadas; V - balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos
9,,LPSDFWRDPELHQWDO yUJmRVHHQWLGDGHVGD$GPLQLVWUDomR3~EOLFD
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

†ž2UHJLVWURGHSUHoRVVHUiSUHFHGLGRGHDPSODSHV-
SEÇÃO IV TXLVDGHPHUFDGR
DOS SERVIÇOS TÉCNICOS PROFISSIONAIS ES- †ž2VSUHoRVUHJLVWUDGRVVHUmRSXEOLFDGRVWULPHVWUDO-
PECIALIZADOS mente para orientação da Administração, na impren-
VDRÀFLDO
$UW3DUDRVÀQVGHVWD/HLFRQVLGHUDPVHVHUYLoRV
†ž2VLVWHPDGHUHJLVWURGHSUHoRVVHUiUHJXODPHQ-
WpFQLFRV SURÀVVLRQDLV HVSHFLDOL]DGRV RV WUDEDOKRV UH-
lativos a: tado por decreto, atendidas as peculiaridades regio-
I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos nais, observadas as seguintes condições:
ou executivos; I - seleção feita mediante concorrência;
II - pareceres, perícias e avaliações em geral; II - estipulação prévia do sistema de controle e atuali-
III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias zação dos preços registrados;
ÀQDQFHLUDVRXWULEXWiULDV ,,,YDOLGDGHGRUHJLVWURQmRVXSHULRUDXPDQR

76
† ž $ H[LVWrQFLD GH SUHoRV UHJLVWUDGRV QmR REULJD f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, conces-
D $GPLQLVWUDomR D ÀUPDU DV FRQWUDWDo}HV TXH GHOHV são de direito real de uso, locação ou permissão de uso
SRGHUmR DGYLU ÀFDQGROKH IDFXOWDGD D XWLOL]DomR GH de bens imóveis residenciais construídos, destinados
outros meios, respeitada a legislação relativa às lici- ou efetivamente utilizados no âmbito de programas
WDo}HV VHQGR DVVHJXUDGR DR EHQHÀFLiULR GR UHJLVWUR habitacionais ou de regularização fundiária de inte-
SUHIHUrQFLDHPLJXDOGDGHGHFRQGLo}HV resse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da
†ž2VLVWHPDGHFRQWUROHRULJLQDGRQRTXDGURJHUDO administração pública;
GHSUHoRVTXDQGRSRVVtYHOGHYHUiVHULQIRUPDWL]DGR g) procedimentos de legitimação de posse de que trata
†ž4XDOTXHUFLGDGmRpSDUWHOHJtWLPDSDUDLPSXJQDU RDUWGD/HLQžGHGHGH]HPEURGH
preço constante do quadro geral em razão de incom- mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Admi-
nistração Pública em cuja competência legal inclua-se
SDWLELOLGDGHGHVVHFRPRSUHoRYLJHQWHQRPHUFDGR
tal atribuição;
†ž1DVFRPSUDVGHYHUmRVHUREVHUYDGDVDLQGD
h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, conces-
,  D HVSHFLÀFDomR FRPSOHWD GR EHP D VHU DGTXLULGR são de direito real de uso, locação ou permissão de uso
sem indicação de marca; de bens imóveis de uso comercial de âmbito local com
,,DGHÀQLomRGDVXQLGDGHVHGDVTXDQWLGDGHVDVH- iUHDGHDWpP࢖ GX]HQWRVHFLQTXHQWDPHWURVTXD-
rem adquiridas em função do consumo e utilização drados) e inseridos no âmbito de programas de regu-
prováveis, cuja estimativa será obtida, sempre que larização fundiária de interesse social desenvolvidos
possível, mediante adequadas técnicas quantitativas por órgãos ou entidades da administração pública;
de estimação; i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita
III - as condições de guarda e armazenamento que ou onerosa, de terras públicas rurais da União e do In-
QmRSHUPLWDPDGHWHULRUDomRGRPDWHULDO cra, onde incidam ocupações até o limite de que trata
†ž2UHFHELPHQWRGHPDWHULDOGHYDORUVXSHULRUDR R†oGRDUWoGD/HLQžGHGHMXQKRGH
OLPLWHHVWDEHOHFLGRQRDUWGHVWD/HLSDUDDPRGD- SDUDÀQVGHUHJXODUL]DomRIXQGLiULDDWHQGLGRV
OLGDGHGHFRQYLWHGHYHUiVHUFRQÀDGRDXPDFRPLVVmR os requisitos legais; e
GHQRPtQLPR WUrV PHPEURV II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e
$UW6HUiGDGDSXEOLFLGDGHPHQVDOPHQWHHPyU- de licitação, dispensada esta nos seguintes casos:
JmRGHGLYXOJDomRRÀFLDORXHPTXDGURGHDYLVRVGH D  GRDomR SHUPLWLGD H[FOXVLYDPHQWH SDUD ÀQV H XVR
de interesse social, após avaliação de sua oportuni-
amplo acesso público, à relação de todas as compras
dade e conveniência socioeconômica, relativamente à
feitas pela Administração Direta ou Indireta, de ma-
escolha de outra forma de alienação;
QHLUD D FODULÀFDU D LGHQWLÀFDomR GR EHP FRPSUDGR b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou
seu preço unitário, a quantidade adquirida, o nome entidades da Administração Pública;
do vendedor e o valor total da operação, podendo ser c) venda de ações, que poderão ser negociadas em
aglutinadas por itens as compras feitas com dispensa EROVDREVHUYDGDDOHJLVODomRHVSHFtÀFD
HLQH[LJLELOLGDGHGHOLFLWDomR d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;
3DUiJUDIR~QLFR2GLVSRVWRQHVWHDUWLJRQmRVHDSOLFD e) venda de bens produzidos ou comercializados por
aos casos de dispensa de licitação previstos no inciso órgãos ou entidades da Administração Pública, em
,;GRDUW YLUWXGHGHVXDVÀQDOLGDGHV
f) venda de materiais e equipamentos para outros
SEÇÃO VI órgãos ou entidades da Administração Pública, sem
DAS ALIENAÇÕES XWLOL]DomRSUHYLVtYHOSRUTXHPGHOHVGLVS}H
† ž 2V LPyYHLV GRDGRV FRP EDVH QD DOtQHD ªE« GR
$UW$DOLHQDomRGHEHQVGD$GPLQLVWUDomR3~EOLFD LQFLVR,GHVWHDUWLJRFHVVDGDVDVUD]}HVTXHMXVWLÀFD-
subordinada à existência de interesse público devida- ram a sua doação, reverterão ao patrimônio da pessoa
PHQWHMXVWLÀFDGRVHUiSUHFHGLGDGHDYDOLDomRHREH- jurídica doadora, vedada a sua alienação pelo bene-
decerá às seguintes normas: ÀFLiULR
†ž$$GPLQLVWUDomRWDPEpPSRGHUiFRQFHGHUWtWXOR
I - quando imóveis, dependerá de autorização legisla-
de propriedade ou de direito real de uso de imóveis,
tiva para órgãos da administração direta e entidades
dispensada licitação, quando o uso destinar-se:
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as I - a outro órgão ou entidade da Administração Públi-
entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia ca, qualquer que seja a localização do imóvel;
e de licitação na modalidade de concorrência, dispen- II - a pessoa natural que, nos termos de lei, regula-
sada esta nos seguintes casos: mento ou ato normativo do órgão competente, haja
a) dação em pagamento; implementado os requisitos mínimos de cultura, ocu-
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão SDomRPDQVDHSDFtÀFDHH[SORUDomRGLUHWDVREUHiUHD
ou entidade da administração pública, de qualquer UXUDOREVHUYDGRROLPLWHGHTXHWUDWDR†oGRDUWo
esfera de governo, ressalvado o disposto nas alíneas GD/HLQžGHGHMXQKRGH
f, h e i; †ž$$VKLSyWHVHVGRLQFLVR,,GR†žÀFDPGLVSHQ-
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisi- sadas de autorização legislativa, porém submetem-se
WRVFRQVWDQWHVGRLQFLVR;GRDUWGHVWD/HL aos seguintes condicionamentos:
d) investidura; I - aplicação exclusivamente às áreas em que a deten-
e) venda a outro órgão ou entidade da administração ção por particular seja comprovadamente anterior a
pública, de qualquer esfera de governo; oGHGH]HPEURGH

77
II - submissão aos demais requisitos e impedimentos $UW  2V EHQV LPyYHLV GD $GPLQLVWUDomR 3~EOLFD
do regime legal e administrativo da destinação e da cuja aquisição haja derivado de procedimentos judi-
regularização fundiária de terras públicas; ciais ou de dação em pagamento, poderão ser aliena-
III - vedação de concessões para hipóteses de explora- dos por ato da autoridade competente, observadas as
ção não-contempladas na lei agrária, nas leis de desti- seguintes regras:
nação de terras públicas, ou nas normas legais ou ad- I - avaliação dos bens alienáveis;
ministrativas de zoneamento ecológico-econômico; e II - comprovação da necessidade ou utilidade da alie-
IV - previsão de rescisão automática da concessão, nação;
GLVSHQVDGDQRWLÀFDomRHPFDVRGHGHFODUDomRGHXWL- III - adoção do procedimento licitatório, sob a modali-
OLGDGHRXQHFHVVLGDGHS~EOLFDRXLQWHUHVVHVRFLDO GDGHGHFRQFRUUrQFLDRXOHLOmR
†ž%$KLSyWHVHGRLQFLVR,,GR†o deste artigo:
I - só se aplica a imóvel situado em zona rural, não su- 7. Obrigatoriedade e suas exceções
jeito a vedação, impedimento ou inconveniente a sua
exploração mediante atividades agropecuárias; A obrigatoriedade das licitações está consagrada no
,,²ÀFDOLPLWDGDDiUHDVGHDWpTXLQ]HPyGXORVÀVFDLV artigo 37, XXI, CF, que determina que “ressalvados os
desde que não exceda mil e quinhentos hectares, ve- FDVRVHVSHFLÀFDGRVQDOHJLVODomR as obras, serviços,
dada a dispensa de licitação para áreas superiores a compras e alienações serão contratados mediante
esse limite; processo de licitação pública que assegure igualdade
III - pode ser cumulada com o quantitativo de área de condições a todos os concorrentes, com cláusulas
GHFRUUHQWH GD ÀJXUD SUHYLVWD QD DOtQHD J GR LQFLVR , que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as
do caput deste artigo, até o limite previsto no inciso II condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual
GHVWHSDUiJUDIR VRPHQWHSHUPLWLUiDVH[LJrQFLDVGHTXDOLÀFDomRWpFQLFD
IV - (VETADO) e econômica indispensáveis à garantia do cumprimen-
†ž(QWHQGHVHSRULQYHVWLGXUDSDUDRVÀQVGHVWDOHL WRGDVREULJDo}HVµ/RJRDQmRVHUQRVFDVRVHPTXHD
I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros OHLH[SUHVVDPHQWHÀ[HH[FHo}HVDOLFLWDomRpXPDSURYL-
de área remanescente ou resultante de obra pública, dência obrigatória para contratação de obras, serviços e
área esta que se tornar inaproveitável isoladamente, compras e para a alienação do patrimônio da Adminis-
por preço nunca inferior ao da avaliação e desde que tração.
HVVH QmR XOWUDSDVVH D  FLQTXHQWD SRU FHQWR  GR O princípio da obrigatoriedade se repete no artigo
YDORU FRQVWDQWH GD DOtQHD ´Dµ GR LQFLVR ,, GR DUW  2º, caput, da Lei nº 8.666/93: “as obras, serviços, inclu-
desta lei; sive de publicidade, compras, alienações, concessões,
permissões e locações da Administração Pública, quando
II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, contratadas com terceiros, serão necessariamente pre-
QDIDOWDGHVWHVDR3RGHU3~EOLFRGHLPyYHLVSDUDÀQV cedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas
residenciais construídos em núcleos urbanos anexos QHVWD/HLµ
a usinas hidrelétricas, desde que considerados dis-
pensáveis na fase de operação dessas unidades e não &RPHIHLWRSHUFHEHVHTXHSDUDOHODPHQWHjÀ[DomR
LQWHJUHP D FDWHJRULD GH EHQV UHYHUVtYHLV DR ÀQDO GD do princípio da obrigatoriedade das licitações é deter-
FRQFHVVmR minado que a lei pode excepcionar quando tal princípio
†ž$GRDomRFRPHQFDUJRVHUiOLFLWDGDHGHVHXLQV- será relativizado, o que acontece nas hipóteses de dis-
trumento constarão, obrigatoriamente os encargos, o pensa e inexigibilidade.
prazo de seu cumprimento e cláusula de reversão, sob Logo, em alguns casos, a maioria na verdade, a licita-
pena de nulidade do ato, sendo dispensada a licitação ção será obrigatória; em outros, poderá ser dispensada
QRFDVRGHLQWHUHVVHS~EOLFRGHYLGDPHQWHMXVWLÀFDGR apesar de viável (dispensa), sendo possível ainda que se
enquadre numa exceção em que nem ao menos é exi-
gida (inexigibilidade) – ambos casos de contratação
†ž1DKLSyWHVHGRSDUiJUDIRDQWHULRUFDVRRGRQD-
direta. Todas as hipóteses de contratação direta são ex-
WiULRQHFHVVLWHRIHUHFHURLPyYHOHPJDUDQWLDGHÀQDQ-
cepcionais (justamente por serem peculiares).
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ciamento, a cláusula de reversão e demais obrigações


serão garantidas por hipoteca em segundo grau em
8. Motivação da dispensa e da inexigibilidade
IDYRUGRGRDGRU
†ž3DUDDYHQGDGHEHQVPyYHLVDYDOLDGRVLVRODGD
Sempre que o administrador enquadrar um caso em
ou globalmente, em quantia não superior ao limite
dispensa ou em inexigibilidade deve motivar de forma
SUHYLVWR QR DUW  LQFLVR ,, DOtQHD ªE« GHVWD /HL D
clara a sua decisão.
$GPLQLVWUDomRSRGHUiSHUPLWLUROHLOmR
†ž 9(7$'2  $UW$VGLVSHQVDVSUHYLVWDVQRV††žHžGRDUW
$UW1DFRQFRUUrQFLDSDUDDYHQGDGHEHQVLPy- HQRLQFLVR,,,HVHJXLQWHVGRDUWDVVLWXDo}HVGH
LQH[LJLELOLGDGH UHIHULGDV QR DUW  QHFHVVDULDPHQWH
veis, a fase de habilitação limitar-se-á à comprovação
GRUHFROKLPHQWRGHTXDQWLDFRUUHVSRQGHQWHD FLQ-
MXVWLÀFDGDVHRUHWDUGDPHQWRSUHYLVWRQRÀQDOGRSD-
FRSRUFHQWR GDDYDOLDomR
UiJUDIR~QLFRGRDUWžGHVWD/HLGHYHUmRVHUFRPX-
3DUiJUDIR~QLFR 5HYRJDGR
18 “Artigo 8º, parágrafo único, Lei nº 8.666/93. É proibido o retar-

78
nicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, $UW ž † ž e YHGDGD D UHDOL]DomR GH OLFLWDomR FXMR
SDUDUDWLÀFDomRHSXEOLFDomRQDLPSUHQVDRÀFLDOQo objeto inclua bens e serviços sem similaridade ou de
SUD]RGH FLQFR GLDVFRPRFRQGLomRSDUDDHÀFiFLD PDUFDV FDUDFWHUtVWLFDV H HVSHFLÀFDo}HV H[FOXVLYDV
GRVDWRV VDOYRQRVFDVRVHPTXHIRUWHFQLFDPHQWHMXVWLÀFiYHO
3DUiJUDIR~QLFR2SURFHVVRGHGLVSHQVDGHLQH[LJLEL- ou ainda quando o fornecimento de tais materiais e
lidade ou de retardamento, previsto neste artigo, será serviços for feito sob o regime de administração con-
instruído, no que couber, com os seguintes elementos: WUDWDGDSUHYLVWRHGLVFULPLQDGRQRDWRFRQYRFDWyULR
I - caracterização da situação emergencial, calamitosa
ou de grave e iminente risco à segurança pública que Acompanha-se o entendimento dominante, eis que
MXVWLÀTXHDGLVSHQVDTXDQGRIRURFDVR DH[SUHVVmR´VDOYRµHPGHVWDTXHFRQIHUHDLGHLDGHUHV-
II - razão da escolha do fornecedor ou executante;
trição.
,,,MXVWLÀFDWLYDGRSUHoR
IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa
9.1. Hipóteses de dispensa de licitação
DRVTXDLVRVEHQVVHUmRDORFDGRV

Em algumas hipóteses de alienação de bens públi- As hipóteses de dispensa de licitação se concentram


cos e em outras hipóteses de contratação é dispensável no artigo 24 da Lei nº 8.666/93, sendo aplicáveis para
a licitação (o que parte da doutrina chama de licitação casos em que a disputa é, em tese, viável, mas o interesse
dispensável), da mesma forma que noutras situações ela público é atendido de forma mais adequada se a dispu-
nem mesmo é exigida (o que parte da doutrina chama de ta não ocorrer. Trata-se de causa de natureza discricio-
licitação dispensada). Contudo, caberá ao administrador nária, pois o administrador decidirá se irá ou não licitar
motivar a sua decisão pela dispensa ou pela inexigibili- com base em critérios de oportunidade e conveniência
dade. ² DÀQDO pode não licitar. São hipóteses taxativas, não
A não ser no caso de dispensa pelo critério do valor, podendo o administrador ampliar os casos em que a dis-
previstos no artigo 24, I e II, Lei nº 8.666/93, em que se pensa é permitida.
aceita uma motivação mais simples e objetiva, em todas
outras situações o administrador deve motivar em deta- $UWeGLVSHQViYHODOLFLWDomR
lhes sua decisão, notadamente inserindo no processo de
dispensa e inexigibilidade: caracterização da situação de a) Valor baixo
emergência ou calamidade em que houve dispensa, se I - para obras e serviços de engenharia de valor até
for o caso; motivo daquele fornecedor ou executante ter  GH]SRUFHQWR GROLPLWHSUHYLVWRQDDOtQHD´Dµ
VLGRHVFROKLGRMXVWLÀFDWLYDGRSUHoRTXHVHUiSDJRGR- GRLQFLVR,GRDUWLJRDQWHULRUGHVGHTXHQmRVHUHÀUDP
cumento que aprove os projetos de pesquisa aos quais a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda
os bens serão alocados, se for o caso. para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo
Não obstante, deve o administrador comunicar a si- local que possam ser realizadas conjunta e concomi-
tuação de dispensa em três dias à autoridade superior, tantemente;
FDEHQGRDHVWDUDWLÀFDODHSXEOLFiODQDLPSUHQVDRÀFLDO ,,SDUDRXWURVVHUYLoRVHFRPSUDVGHYDORUDWp
HPFLQFRGLDVVHQGRWDOSXEOLFDomRFRQGLomRGHHÀFiFLD GH]SRUFHQWR GROLPLWHSUHYLVWRQDDOtQHD´DµGRLQ-
do ato. Também existe o dever de adotar este procedi- ciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos
mento em caso de retardamento na execução da obra
SUHYLVWRV QHVWD /HL GHVGH TXH QmR VH UHÀUDP D SDU-
ou serviço quando existir previsão orçamentária para a
celas de um mesmo serviço, compra ou alienação de
execução total.
maior vulto que possa ser realizada de uma só vez;
†ž2VSHUFHQWXDLVUHIHULGRVQRVLQFLVRV,H,,GRFDSXW
9. Vedação da licitação
GHVWHDUWLJRVHUmR YLQWHSRUFHQWR SDUDFRPSUDV
A legislação anterior, qual seja, o Decreto-lei nº obras e serviços contratados por consórcios públicos,
2.300/1986, previa a vedação do procedimento de licita- sociedade de economia mista, empresa pública e por
ção, estabelecendo-se contratação direta, nos casos em DXWDUTXLDRXIXQGDomRTXDOLÀFDGDVQDIRUPDGDOHL
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

que houvesse comprometimento da segurança nacional, FRPR$JrQFLDV([HFXWLYDV


mas a disciplina não se repetiu no atual estatuto.
Contudo, há posicionamento de que o artigo 7º, §5º É a dispensa de licitação se o valor do objeto licitado
da Lei nº 8.666/1993 traz um caso remanescente de ve- for muito baixo de modo que a realização da licitação
dação, mas predomina o posicionamento de Carvalho seria mais onerosa do que a aquisição direta do bem ou
Filho19, segundo o qual não se trata de vedação, mas sim serviço. Isso ocorre sempre que se referir a bens e servi-
de restrição. Prevê o dispositivo: ços em geral até R$80.000 e a obras e serviços de enge-
damento imotivado da execução de obra ou serviço, ou de suas nharia até R$150.000.
parcelas, se existente previsão orçamentária para sua execução to- Caso o contratante seja consórcio público, sociedade
WDOVDOYRLQVXÀFLrQFLDÀQDQFHLUDRXFRPSURYDGRPRWLYRGHRUGHP de economia mista, empresa pública ou por autarquia
WpFQLFDMXVWLÀFDGRVHPGHVSDFKRFLUFXQVWDQFLDGRGDDXWRULGDGHD RXIXQGDomRTXDOLÀFDGDVROLPLWHGREUD5SDUD
TXHVHUHIHUHRDUWGHVWD/HLµ
19 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
bens e serviços em geral e R$300.000 para obras e servi-
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010. ços de engenharia.

79
Nos termos da Lei nº 11.107/05, que rege normas ge- puta. A lei prevê que será necessário repetir o procedi-
rais de contratação de consórcios públicos e dá outras mento, mas se o legislador mostrar que a repetição irá
providências, para as associações públicas por ela regidas prejudicar o interesse público, principalmente por causa
ROLPLWHWDPEpPpPDLRUGRTXHRÀ[DGRQDUHJUDJHUDO da demora, será possível dispensar. No caso, o adminis-
nas associações formadas por até três entes estatais, o trador poderá contratar quem quiser, mas deverá ofere-
limite é dobrado (R$160.000 para bens e serviços em ge- cer exatamente o mesmo contrato ofertado na licitação
ral e R$300.000 para obras e serviços de engenharia); nas que foi deserta.
associações formadas por mais de três entes estatais o Obs.: Licitação deserta é diferente de licitação fracas-
limite é triplicado (R$240.000 para bens e serviços em sada. Na licitação fracassada aparecem candidatos, mas
geral e R$450.000 para obras e serviços de engenharia). nenhum deles preenche os requisitos e por isso ninguém
Obs.: Em regra, não é permitido fracionar o objeto pode ser contratado. Neste caso a lei não admite a dis-
da licitação em contratações menores, pois assim o ad- pensa, cabendo ao administrador repetir a licitação.
PLQLVWUDGRU HVWDULD EXUODQGR RV OLPLWHV À[DGRV SHOR OH-
gislador e induzindo dispensa ilícita. Contudo, é possível d) Intervenção no domínio econômico
fracionar caso exista vantagem ao interesse público, mas VI - quando a União tiver que intervir no domínio eco-
não caberá a dispensa, cabendo adotar para cada fração
nômico para regular preços ou normalizar o abasteci-
a modalidade de licitação que seria empregada se não
mento;
houvesse fracionamento.
É possível intervir no domínio econômico para regu-
larizar preços e normalizar abastecimento, conforme o
b) Situações excepcionais
III - nos casos de guerra ou grave perturbação da or- artigo 173, §4º, CF. Para Carvalho Filho20 apenas a União
dem; pode dispensar licitação neste caso, pois apenas ela
IV - nos casos de emergência ou de calamidade pú- pode intervir no domínio econômico. Aliás, é o que se
blica, quando caracterizada urgência de atendimento depreende do próprio texto.
de situação que possa ocasionar prejuízo ou compro-
meter a segurança de pessoas, obras, serviços, equi- e) Disparidade de propostas
pamentos e outros bens, públicos ou particulares, e VII - quando as propostas apresentadas consignarem
somente para os bens necessários ao atendimento da preços manifestamente superiores aos praticados no
situação emergencial ou calamitosa e para as par- mercado nacional, ou forem incompatíveis com os
celas de obras e serviços que possam ser concluídas À[DGRV SHORV yUJmRV RÀFLDLV FRPSHWHQWHV FDVRV HP
QRSUD]RPi[LPRGH FHQWRHRLWHQWD GLDVFRQ- TXHREVHUYDGRRSDUiJUDIR~QLFRGRDUWGHVWD/HL
secutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação
emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao
respectivos contratos; constante do registro de preços, ou dos serviços;

Quando se fala em estado de guerra e grave pertur- Na hipótese de disparidade de propostas os candida-
bação da ordem, pode-se depreender da doutrina que as WRVjFRQWUDWDomRJHUDOPHQWHHPFRQOXLRÀ[DPSUHoRV
dispensas nestes casos são aquelas destinadas ao estado incompatíveis com as condições de mercado e manifes-
de guerra direta ou indiretamente, bem como as desti- tamente superiores a elas; ou então apresentam propos-
nadas a atender graves perturbações da ordem, como tas com valor tão irrisório que seja impossível dar cumpri-
protestos, manifestações e paralisações. mento ao contrato. Nestes casos, será possível contratar
O fundamento da urgência é o mesmo para os casos diretamente, dentro da faixa adequada de preços.
de emergências e calamidades públicas. Contudo, para a $YHULÀFDomRGDGLVSDULGDGHGHSUHoRVVHQmRKRXYHU
doutrina, não é possível fundamentar a dispensa em ur- órgão de registro, deve se dar dentro do próprio proces-
gência se ela decorrer da omissão administrativa – pode
so administrativo. Deverá a administração dar um prazo
até dispensar, porque não é possível deixar a população
de 8 dias úteis para a apresentação de propostas viáveis
a mercê, mas o administrador poderá ser responsabili-
(artigo 48, §3º, Lei nº 8.666/93) e, caso não sejam apre-
zado. Nas contratações por emergência e calamidade
sentadas, poderá adjudicar diretamente os bens e servi-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

pública o limite temporal é o necessário ao atendimento


das circunstâncias extraordinárias, pelo prazo máximo de ços pelo valor adequado.
180 dias, improrrogável.
f) Em função do contratante ou do contratado: Poder
F /LFLWDomRGHVHUWD público
V - quando não acudirem interessados à licitação an- VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito
WHULRUHHVWDMXVWLÀFDGDPHQWHQmRSXGHUVHUUHSHWLGD público interno, de bens produzidos ou serviços pres-
sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste tados por órgão ou entidade que integre a Adminis-
caso, todas as condições preestabelecidas; WUDomR3~EOLFDHTXHWHQKDVLGRFULDGRSDUDHVVHÀP
HVSHFtÀFRHPGDWDDQWHULRUjYLJrQFLDGHVWD/HLGHVGH
Quando ocorre a chamada licitação deserta o que se que o preço contratado seja compatível com o prati-
percebe é o total desinteresse na contratação. Na licita- cado no mercado;
ção deserta realiza-se a fase preparatória, publica-se o
20 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
edital, mas nenhum interessado comparece para a dis- trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

80
XXXIV - para a aquisição por pessoa jurídica de di- Também independentemente de prazo limite, as em-
reito público interno de insumos estratégicos para a presas públicas e sociedades de economia mista podem
saúde produzidos ou distribuídos por fundação que, contratar diretamente com suas subsidiárias e controla-
UHJLPHQWDORXHVWDWXWDULDPHQWHWHQKDSRUÀQDOLGDGH das para adquirir e alienar bens e serviços em preço com-
apoiar órgão da administração pública direta, sua au- SDWtYHOFRPRGHPHUFDGR$MXVWLÀFDWLYDpTXHVHWUDWDP
tarquia ou fundação em projetos de ensino, pesquisa, de pessoas jurídicas de direito privado. Destaca-se que
H[WHQVmR GHVHQYROYLPHQWR LQVWLWXFLRQDO FLHQWtÀFR H a contratação apenas por se der com suas subsidiárias e
tecnológico e estímulo à inovação, inclusive na ges- controladas que foram criadas pela empresa pública ou
WmRDGPLQLVWUDWLYDHÀQDQFHLUDQHFHVViULDjH[HFXomR
sociedade de economia mista.
desses projetos, ou em parcerias que envolvam trans-
ferência de tecnologia de produtos estratégicos para o
Sistema Único de Saúde – SUS, nos termos do inciso J &RQWUDWDomRGHHQWLGDGHVHPÀPOXFUDWLYR
XXXII deste artigo, e que tenha sido criada para esse XIII - na contratação de instituição brasileira incum-
ÀP HVSHFtÀFR HP GDWD DQWHULRU j YLJrQFLD GHVWD /HL bida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do
desde que o preço contratado seja compatível com o ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de ins-
SUDWLFDGRQRPHUFDGR tituição dedicada à recuperação social do preso, desde
XXXV - para a construção, a ampliação, a reforma e que a contratada detenha inquestionável reputação
o aprimoramento de estabelecimentos penais, desde pWLFRSURÀVVLRQDOHQmRWHQKDÀQVOXFUDWLYRV
TXHFRQÀJXUDGDVLWXDomRGHJUDYHHLPLQHQWHULVFRj XX - na contratação de associação de portadores de
VHJXUDQoDS~EOLFD GHÀFLrQFLDItVLFDVHPÀQVOXFUDWLYRVHGHFRPSURYDGD
†ž2OLPLWHWHPSRUDOGHFULDomRGRyUJmRRXHQWLGD- idoneidade, por órgãos ou entidades da Administra-
de que integre a administração pública estabelecido
ção Pública, para a prestação de serviços ou forneci-
no inciso VIII do caput deste artigo não se aplica aos
órgãos ou entidades que produzem produtos estraté- mento de mão-de-obra, desde que o preço contratado
JLFRV SDUD R 686 QR kPELWR GD /HL Qž  GH  VHMDFRPSDWtYHOFRPRSUDWLFDGRQRPHUFDGR
GHVHWHPEURGHFRQIRUPHHOHQFDGRVHPDWRGD XXIV - para a celebração de contratos de prestação de
GLUHomRQDFLRQDOGR686 VHUYLoRVFRPDVRUJDQL]Do}HVVRFLDLVTXDOLÀFDGDVQR
âmbito das respectivas esferas de governo, para ativi-
Se foi criado antes da Lei nº 8.666/93 um órgão pú- GDGHVFRQWHPSODGDVQRFRQWUDWRGHJHVWmR
blico ou entidade do poder público apenas para fornecer XXX - na contratação de instituição ou organização,
bens e prestar serviços à Administração, fazendo-o em S~EOLFDRXSULYDGDFRPRXVHPÀQVOXFUDWLYRVSDUDD
respeito ao preço praticado no mercado, será possível prestação de serviços de assistência técnica e extensão
dispensar a licitação e contratá-lo de forma direta. Se UXUDOQRkPELWRGR3URJUDPD1DFLRQDOGH$VVLVWrQFLD
o órgão ou entidade ofertar produtos estratégicos no 7pFQLFDH([WHQVmR5XUDOQD$JULFXOWXUD)DPLOLDUHQD
âmbito do SUS, pode ter sido criado depois da Lei nº 5HIRUPD$JUiULDLQVWLWXtGRSRUOHLIHGHUDO
8.666/93 e terá plena validade.
;;;,,,QDFRQWUDWDomRGHHQWLGDGHVSULYDGDVVHPÀQV
Há entendimento da doutrina de Carvalho Filho21 no
sentido de que apenas se aplica o dispositivo se a dis- lucrativos, para a implementação de cisternas ou ou-
pensa se der entre órgãos do mesmo âmbito federativo, tras tecnologias sociais de acesso à água para consu-
por exemplo, não seria possível entre a União e uma en- PRKXPDQRHSURGXomRGHDOLPHQWRVSDUDEHQHÀFLDU
tidade estadual; além do que apenas valeria entre pes- as famílias rurais de baixa renda atingidas pela seca
soas jurídicas de direito público e a entidade ou órgão RXIDOWDUHJXODUGHiJXD
contratado (excluídas as sociedades de economia mista
e empresas públicas). Em todos os dispositivos apontados, exceto no inci-
VR ;;; H[LJHVH D DXVrQFLD GH ÀQV OXFUDWLYRV 1R DUWL-
;9,SDUDDLPSUHVVmRGRVGLiULRVRÀFLDLVGHIRUPX- JR ;;; HPERUD VH DFHLWH R ÀP OXFUDWLYR VH GHQRWD R
lários padronizados de uso da administração, e de propósito social da contratação, viabilizando a reforma
HGLo}HVWpFQLFDVRÀFLDLVEHPFRPRSDUDSUHVWDomRGH agrária. O propósito social é essencial nas demais hipó-
serviços de informática a pessoa jurídica de direito pú- teses, sempre se fazendo presente nas OS e OSCIP, ou na
blico interno, por órgãos ou entidades que integrem
própria causa militada pela associação, como a questão
D$GPLQLVWUDomR3~EOLFDFULDGRVSDUDHVVHÀPHVSH-
FtÀFR da recuperação social do preso, da inserção da pessoa
FRPGHÀFLrQFLDQRPHUFDGRGHWUDEDOKRRXGRDFHVVRj
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Embora também seja um caso de contratação direta


da administração pela administração, neste caso dos água potável.
GLiULRV RÀFLDLV IRUPXOiULRV SDGURQL]DGRV H HGLo}HV Destaca-se que nem toda contratação de entes do
técnicas não existe limite temporal, de modo que o terceiro setor é dispensável. Haverá dispensa principal-
órgão ou entidade pode ter sido criado depois da Lei mente para oferecer contratos de gestão, criando uma
nº 8.666/93. OS, ou oferecer termo de parceria, criando uma OSCIP
(inciso XXIV); bem como em serviços ou projetos em que
XXIII - na contratação realizada por empresa pública RHQWHQmRWHPÀQVOXFUDWLYRVHpHVSHFLDOL]DGRQDDWLYL-
ou sociedade de economia mista com suas subsidiá- dade, impondo-se a este contratado uma contrapartida,
rias e controladas, para a aquisição ou alienação de isto é, o poder público não entra apenas com o dinheiro
bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o e cria verdadeira parceria. Se a participação estatal for
preço contratado seja compatível com o praticado no exclusivamente econômica, em atividade que mais de
PHUFDGR uma organização ou associação é especializada, deve se
21 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis-
licitar.
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

81
K &RQVyUFLRVHFRQYrQLRVGHFRRSHUDomR Dispensa-se a licitação para a compra de componen-
XXVI - na celebração de contrato de programa com tes ou peças na garantia técnica. Logo, deve estar na vi-
ente da Federação ou com entidade de sua adminis- gência da garantia. Após o prazo de garantia, a licitação
tração indireta, para a prestação de serviços públicos é obrigatória. Ainda, é preciso que o fornecedor original
de forma associada nos termos do autorizado em con- seja exclusivo e tal exclusividade seja indispensável, por
trato de consórcio público ou em convênio de coope- exemplo, se ao comprar uma peça paralela a administra-
UDomR ção correr o risco de perder a garantia.

O dispositivo sobre consórcios e convênios de coo- m) Serviços de energia e gás


peração foi inserido pela Lei nº 11.107/05, tornando dis- XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento
pensável a licitação no caso de ser celebrado contrato de de energia elétrica e gás natural com concessionário,
programa entre o consórcio público e a entidade da ad- permissionário ou autorizado, segundo as normas da
ministração para que prestem serviços públicos de modo OHJLVODomRHVSHFtÀFD
DVVRFLDGR-XVWLÀFDVHDKLSyWHVHSHORUHJLPHGHSDUFHULD Para energia e gás serão contratadas as concessio-
nárias com dispensa licitatória, ainda que a região seja
i) Gêneros perecíveis servida por mais de um concessionário.
XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e ou-
tros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a Q &ROHWDGHPDWHULDLVUHFLFOiYHLV
realização dos processos licitatórios correspondentes, XXVII - na contratação da coleta, processamento e co-
realizadas diretamente com base no preço do dia; mercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis
A dispensa para a aquisição de gêneros perecíveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta sele-
não é permanente, devendo se realizar a licitação assim tiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas
que possível. Logo, também se trata de hipótese de dis- formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa
pensa em situação emergencial. renda reconhecidas pelo poder público como catado-
res de materiais recicláveis, com o uso de equipamen-
j) Obras de arte tos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e
XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte GHVD~GHS~EOLFD
HREMHWRVKLVWyULFRVGHDXWHQWLFLGDGHFHUWLÀFDGDGHV-
GHTXHFRPSDWtYHLVRXLQHUHQWHVjVÀQDOLGDGHVGRyU- Trata-se de modalidade de dispensa que serve de
JmRRXHQWLGDGH incentivo à formação de cooperativas e associações de
reciclagem e reutilização de resíduos sólidos compos-
Na dispensa de licitação para adquirir ou restaurar tas por pessoas de baixa renda. É uma forma do poder
obras de arte a lei exige que o objeto tenha autenticida- público incentivar a organização e a união de catadores,
GHFHUWLÀFDGDHTXHRVREMHWRVDGTXLULGRVVHMDPFRPSD- retirando-os da marginalização. A hipótese de dispensa
WtYHLVRXLQHUHQWHVjVÀQDOLGDGHVGRyUJmRRXHQWLGDGH foi criada pela Lei nº 11.445/07, que estabelece diretrizes
o que é o caso de museus, bibliotecas e escolas, não ser- nacionais para saneamento básico.
vindo os objetos adquiridos de adorno aos gabinetes das
autoridades públicas. No caso de restauração de objeto R 5LVFRjVHJXUDQoDQDFLRQDO
que já é do patrimônio do órgão, cabível a dispensa. IX - quando houver possibilidade de comprometimen-
to da segurança nacional, nos casos estabelecidos em
N &RPSOHPHQWDomRGHREMHWR GHFUHWRGR3UHVLGHQWHGD5HS~EOLFDRXYLGRR&RQVH-
XI - na contratação de remanescente de obra, serviço OKRGH'HIHVD1DFLRQDO
ou fornecimento, em consequência de rescisão con- XXVIII - para o fornecimento de bens e serviços, pro-
WUDWXDOGHVGHTXHDWHQGLGDDRUGHPGHFODVVLÀFDomR duzidos ou prestados no País, que envolvam, cumula-
da licitação anterior e aceitas as mesmas condições tivamente, alta complexidade tecnológica e defesa na-
oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao cional, mediante parecer de comissão especialmente
preço, devidamente corrigido; GHVLJQDGDSHODDXWRULGDGHPi[LPDGRyUJmR

Trata-se de hipótese de complementação de objeto, Em ambos os casos, prioriza-se a manutenção da se-


possível quando a administração rescinde contrato ante- gurança nacional e a defesa do país, prevendo-se a dis-
rior antes que a obra, serviço ou fornecimento se encer- pensa da licitação. É necessário equilibrar os interesses,
re, procedendo-se com a contratação direta daquele que pois se o propósito da licitação é atender ao interesse
VHTXHQFLDOPHQWH VH FODVVLÀFRX QR FHUWDPH UHVSHLWDGDV
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

público, sem dúvidas deve ser dispensada quando a sua


as mesmas condições de contratação. Se não for pos- UHDOL]DomRVLJQLÀFDURFRPSURPHWLPHQWRGHVWHLQWHUHVVH
sível obedecer à regra de contratação daquele que foi
FODVVLÀFDGR QD OLFLWDomR DQWHULRU VHTXHQFLDOPHQWH SHODV S 1DYLRVHPEDUFDo}HVDHURQDYHVHWURSDV
mesmas condições, nada resta senão promover nova li- XVIII - nas compras ou contratações de serviços para
citação. o abastecimento de navios, embarcações, unidades
aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quan-
l) Garantia técnica do em estada eventual de curta duração em portos,
XVII - para a aquisição de componentes ou peças de aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes,
origem nacional ou estrangeira, necessários à manu- por motivo de movimentação operacional ou de ades-
tenção de equipamentos durante o período de garan- tramento, quando a exiguidade dos prazos legais pu-
tia técnica, junto ao fornecedor original desses equi- der comprometer a normalidade e os propósitos das
pamentos, quando tal condição de exclusividade for operações e desde que seu valor não exceda ao limite
indispensável para a vigência da garantia; SUHYLVWRQDDOtQHD´DµGRLQFLVR,,GRDUWGHVWD/HL

82
Trata-se de dispensa em caso de necessidade de Há acordos internacionais que permitem condições
abastecimento de navios, embarcações, aeronaves e tro- vantajosas para que sejam adquiridos bens e serviços,
pas e de seus meios de deslocamento, quando houver dispensando-se a licitação nestes casos. Contudo, tal
estada eventual de curto período em portos, aeroportos acordo internacional deve ter sido regularmente incorpo-
e outros locais diversos da sede. O valor não pode ex- rado ao ordenamento brasileiro, com aprovação do Con-
ceder a R$80.000, pelo texto da lei, mas isso pode ser JUHVVR1DFLRQDOHUDWLÀFDomRSURPXOJDomRHSXEOLFDomR
relativizado em uma situação de emergência.
pela Presidência da República.
q) Materiais de uso militar
W 3HVTXLVDFLHQWtÀFDHWHFQROyJLFD
XIX - para as compras de material de uso pelas Forças
Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e XXI - para a aquisição ou contratação de produto para
administrativo, quando houver necessidade de manter pesquisa e desenvolvimento, limitada, no caso de obras
a padronização requerida pela estrutura de apoio lo- HVHUYLoRVGHHQJHQKDULDD YLQWHSRUFHQWR GR
gístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante valor de que trata a alínHD´EµGRLQFLVR,GRFDSXWGR
parecer de comissão instituída por decreto; DUW
XXIX - na aquisição de bens e contratação de serviços †ž$KLSyWHVHGHGLVSHQVDSUHYLVWDQRLQFLVR;;,GR
para atender aos contingentes militares das Forças caput, quando aplicada a obras e serviços de engenha-
Singulares brasileiras empregadas em operações de ria, seguirá procedimentos especiais instituídos em re-
SD] QR H[WHULRU QHFHVVDULDPHQWH MXVWLÀFDGDV TXDQWR JXODPHQWDomRHVSHFtÀFD
ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e †ž1mRVHDSOLFDDYHGDomRSUHYLVWDQRLQFLVR,GRFDSXW
UDWLÀFDGDVSHOR&RPDQGDQWHGD)RUoD
GRDUWžjKLSyWHVHSUHYLVWDQRLQFLVR;;,GRFDSXW
XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do
A dispensa para materiais de uso militar apenas é
GLVSRVWRQRVDUWVžžžHGD/HLQžGH
assegurada para insumos militares ou propriamente bé-
licos. Neste sentido, bens de consumo, bens comuns e GHGH]HPEURGHREVHUYDGRVRVSULQFtSLRVJHUDLV
materiais de escritório deverão ser licitados. GHFRQWUDWDomRGHODFRQVWDQWHV

U &RPSUDRXORFDomRGHLPyYHO Nos termos do inciso XXI, é dispensável a licitação no


X - para a compra ou locação de imóvel destinado caso de aquisição de bens destinados exclusivamente à
DR DWHQGLPHQWR GDV ÀQDOLGDGHV SUHFtSXDV GD DGPL- SHVTXLVD FLHQWtÀFD H WHFQROyJLFD FRP UHFXUVRV FRQFHGL-
nistração, cujas necessidades de instalação e localiza- dos pela CAPES, FINEP, CNPq e outras entidades de fo-
ção condicionem a sua escolha, desde que o preço seja mento à pesquisa credenciadas pela última, exigindo-se
compatível com o valor de mercado, segundo avalia- TXHRVUHFXUVRVYHQKDPGDVHQWLGDGHVHVSHFtÀFDVHTXH
ção prévia; os bens sejam adquiridos exclusivamente para pesquisa
FLHQWtÀFDHWHFQROyJLFD
Quando a administração quer comprar ou alugar um
Por motivos óbvios, não se proíbe que o autor do pro-
imóvel, é preciso se ater às seguintes diretrizes: caso um
jeto, básico ou executivo, pessoa física ou jurídica partici-
determinado bem privado esteja se opondo ao interesse
pe, direta ou indiretamente, da licitação ou da execução
público, caberá promover a desapropriação; caso a ad-
de obra ou serviço e do fornecimento de bens a eles ne-
ministração possa motivar o interesse sobre um determi-
nado imóvel, embora não exista a oposição ao interesse cessários. Trata-se de preservação do direito autoral e de
público, mas se faça presente a peculiaridade decorrente garantia de que a pesquisa seja devidamente executada.
da localização ou das características do bem, é possível A dispensa para obras e serviços de engenharias vol-
adquirir de forma direta mediante dispensa de licitação, tados a pesquisa e desenvolvimento se limita ao valor de
desde que os preços sejam compatíveis com os de mer- R$300.000, seguindo procedimento especial.
cado; noutras situações, deverá obrigatoriamente licitar.
Obs.: as operações imobiliárias entre entes estatais u) Transferência de tecnologia
QmRH[LJHOLFLWDomRHpFODVVLÀFDGDSRUSDUWHGDGRXWULQD ;;9QDFRQWUDWDomRUHDOL]DGDSRU,QVWLWXLomR&LHQWtÀFD
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

como licitação dispensada (por exemplo, União empresta H 7HFQROyJLFD  ,&7 RX SRU DJrQFLD GH IRPHQWR SDUD D
imóvel para que município instale uma UPA – unidade de transferência de tecnologia e para o licenciamento de di-
pronto-atendimento, ou doa tal imóvel sob a condição UHLWRGHXVRRXGHH[SORUDomRGHFULDomRSURWHJLGD
de que a UPA seja criada, em verdadeira doação modal; XXXII - na contratação em que houver transferência
Estado compra imóvel de município para instalar sua se- de tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema
cretaria estadual). ÓQLFRGH6D~GH686QRkPELWRGD/HLQžGH
V 1HJyFLRs internacionais GHVHWHPEURGHFRQIRUPHHOHQFDGRVHPDWR
XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos da direção nacional do SUS, inclusive por ocasião da
GHDFRUGRLQWHUQDFLRQDOHVSHFtÀFRDSURYDGRSHOR&RQ- aquisição destes produtos durante as etapas de absor-
JUHVVR1DFLRQDOTXDQGRDVFRQGLo}HVRIHUWDGDVIRUHP omRWHFQROyJLFD
manifestamente vantajosas para o Poder Público;

83
Há dispensa em caso de transferência de tecnologia (P UHJUD QmR VH SRGH GHÀQLUÀ[DU PDUFD QR HGLWDO
ou licença de uso/exploração de criação protegida, con- porque poderia fraudar o caráter competitivo, mas é
siderando esta como invenção, modelo de utilidade, de- possível indicar a marca motivando-se pelo princípio da
senho industrial, programa de computador ou qualquer padronização. Não é possível burlar a regra indicando
HVSHFLÀFDo}HVTXHDSHQDVXPDPDUFDSRGHFRQFOXLU H[
outro desenvolvimento tecnológico que resulte em novo
PGR foi alvo de críticas quando licitou tablets e, embora
produto, processo ou aperfeiçoamento de natureza tec-
não mencionasse em nenhum momento que deveriam
nológica (cRQIRUPHGHÀQHD/HLQžTXHFULRX VHU L3DGV ID]LDP UHIHUrQFLDV D HVSHFLÀFDo}HV WpFQLFDV
o inciso XXV). A dispensa também vale para transferência que apenas os aparelhos da Apple poderiam conter).
de tecnologia de produto estratégico no âmbito do sis-
tema de saúde. b) Serviços técnicos notoriamente especializados
II - para a contratação de serviços técnicos enume-
10. Hipóteses de inexigibilidade de licitação UDGRVQRDUWGHVWD/HLGHQDWXUH]DVLQJXODUFRP
SURÀVVLRQDLV RX HPSUHVDV GH QRWyULD HVSHFLDOL]DomR
As hipóteses de inexigibilidade de licitação se con- vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade
centram no artigo 25 da Lei nº 8.666/93, sendo aplicá- e divulgação;
veis para casos em que a disputa nem ao menos é viável.
Trata-se de causa de natureza vinculante, de forma que Trata-se de caso de contratação de serviços singu-
o administrador não tem a liberdade de decidir se irá ou ODUHV GH SURÀVVLRQDLV GH QRWyULD HVSHFLDOL]DomR 2 TXH
QmROLFLWDU²DÀQDOQmRdeve licitar. diferencia dos demais serviços, que devem ser licitados,
é a notória especialização, comprovada pelo reconheci-
&RQIRUPHR†žGRDUWLJRpÀ[DGRXPUHJLPHGH mento no mercado, por publicações e patentes, etc. Ex.:
responsabilização solidária pelo dano causado ao erário para um órgão governamental contratar uma consultoria
entre fornecedor/prestador de serviços e agente públi- jurídica deve licitar, mas se a contratação necessária for
co, nada excluindo outra sanção penal, civil ou admi- de um advogado de notório conhecimento em direitos
nistrativa: “Na hipótese deste artigo e em qualquer dos humanos e justiça internacional será possível a inexigi-
casos de dispensa, se comprovado superfaturamento, ELOLGDGH 'H IRUPD HVSHFtÀFD GHVWDFDVH R †ž GR GLV-
respondem solidariamente pelo dano causado à Fazen- positivo:
da Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o
agente público responsável, sem prejuízo de outras san- † ž &RQVLGHUDVH GH QRWyULD HVSHFLDOL]DomR R SUR-
o}HVOHJDLVFDEtYHLVµ ÀVVLRQDO RX HPSUHVD FXMR FRQFHLWR QR FDPSR GH VXD
especialidade, decorrente de desempenho anterior,
$UWeLQH[LJtYHODOLFLWDomRTXDQGRKRXYHULQYLDEL- estudos, experiências, publicações, organização, apa-
lidade de competição, em especial: relhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos
relacionados com suas atividades, permita inferir que
O rol é meramente H[HPSOLÀFDWLYR, eis que a inexigi- o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais
bilidade pode ser aceita em qualquer outra hipótese de DGHTXDGRjSOHQDVDWLVIDomRGRREMHWRGRFRQWUDWR
inviabilidade da disputa (tanto é que o artigo 25 trata de
WUrVKLSyWHVHV´HPHVSHFLDOµHQmR´DSHQDVµ  F 3URÀVVLRQDOGHVHWRUDUWtVWLFRFRQVDJUDGR
,,,SDUDFRQWUDWDomRGHSURÀVVLRQDOGHTXDOTXHUVHWRU
a) Unicidade artístico, diretamente ou através de empresário exclu-
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou sivo, desde que consagrado pela crítica especializada
gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, RXSHODRSLQLmRS~EOLFD
empresa ou representante comercial exclusivo, vedada Trata-se de caso de contratação de trabalhos artísti-
a preferência de marca, devendo a comprovação de cos de artistas renomados. A intenção é a de explorar o
exclusividade ser feita através de atestado fornecido prestígio do sujeito. A expressão artista deve ser tomada
pelo órgão de registro do comércio do local em que se genericamente, por exemplo, pode se encaixar um es-
realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindi- portista renomado ou um cientista renomado. O prestí-
FDWR)HGHUDomRRX&RQIHGHUDomR3DWURQDORXDLQGD gio do artista deve existir em relação à população local.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

pelas entidades equivalentes;

Trata-se de caso de unicidade, quando houver apenas


um fabricante, fornecedor, produtor ou distribuidor. Esta
unicidade deve ser provada por certidões das confede-
rações de indústrias, de comércio, juntas comerciais, etc.
e SRVVtYHO À[DU XPD GHWHUPLQDGD UHJLmR GR WHUULWy-
rio nacional que admita participantes da licitação e, se
houver apenas um participante possível se admite a ine-
xigibilidade, não importando que existam participantes
em outras regiões porque as licitações podem ser usadas
como ferramenta de política econômica, incentivando a
economia local.

84
#FicaDica
Regra: Obrigatoriedade de licitação.
Exceções: Licitação dispensada, dispensável e inexigível.
Licitação dispensada: a Administração pode em alguns casos previstos na lei efetuar a contratação direta,
todos eles envolvendo alienações subordinadas ao interesse público e respeitadas avaliações prévias.
Licitação dispensável: A Administração pode em alguns casos previstos taxativamente na lei efetuar a con-
tratação direta de bens, produtos, serviços e obras, entre eles: contratação de pequeno valor, emergência
ou calamidade públicas, licitação fracassada ou deserta.
Inexigibilidade: Em casos que nem ao menos seja possível a competição, a Administração promoverá a
contratação direta. O rol é taxativo e mais restrito: materiais, equipamentos ou gêneros que só possam ser
fornecidos por produtor ou representante comercial exclusivo; serviços técnicos especializados de natureza
VLQJXODUHSURPRYLGRSRUSURÀVVLRQDLVGHQRWyULDHVSHFLDOL]DomR QmRFDEHSDUDVHUYLoRVGHSXEOLFLGDGH 
HFRQWUDWDo}HVGHSURÀVVLRQDLVGRVHWRUDUWtVWLFRTXHWHQKDDFHLWDomRSHODFUtWLFDHSHODRSLQLmRS~EOLFD

11. Modalidades

Prosseguindo o estudo, quanto às modalidades de licitação, podem ser apontadas as seguintes modalidades: Con-
corrência, tomada de preços, convite, concurso e leilão (artigo 22, Lei nº 8.666/1993). Dos parágrafos 1º a 5º, o artigo
22 conceitua cada uma das modalidades:
†ž&RQFRUUrQFLDpDPRGDOLGDGHGHOLFLWDomRHQWUHTXDLVTXHULQWHUHVVDGRVTXHQDIDVHLQLFLDOGHKDELOLWDomRSUHOLPL-
QDUFRPSURYHPSRVVXLURVUHTXLVLWRVPtQLPRVGHTXDOLÀFDomRH[LJLGRVQRHGLWDOSDUDH[HFXomRGHVHXREMHWR
†ž7RPDGDGHSUHoRVpDPRGDOLGDGHGHOLFLWDomRHQWUHLQWHUHVVDGRVGHYLGDPHQWHFDGDVWUDGRVRXTXHDWHQGHUHP
a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas,
REVHUYDGDDQHFHVViULDTXDOLÀFDomR
†ž&RQYLWHpDPRGDOLGDGHGHOLFLWDomRHQWUHLQWHUHVVDGRVGRUDPRSHUWLQHQWHDRVHXREMHWRFDGDVWUDGRVRXQmR
HVFROKLGRVHFRQYLGDGRVHPQ~PHURPtQLPRGH WUrV SHODXQLGDGHDGPLQLVWUDWLYDDTXDODÀ[DUiHPORFDODSUR-
priado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade
TXHPDQLIHVWDUHPVHXLQWHUHVVHFRPDQWHFHGrQFLDGHDWp YLQWHHTXDWUR KRUDVGDDSUHVHQWDomRGDVSURSRVWDV
†ž&RQFXUVRpDPRGDOLGDGHGHOLFLWDomRHQWUHTXDLVTXHULQWHUHVVDGRVSDUDHVFROKDGHWUDEDOKRWpFQLFRFLHQWtÀFRRX
artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital
SXEOLFDGRQDLPSUHQVDRÀFLDOFRPDQWHFHGrQFLDPtQLPDGH TXDUHQWDHFLQFR GLDV
†ž/HLOmRpDPRGDOLGDGHGHOLFLWDomRHQWUHTXDLVTXHULQWHUHVVDGRVSDUDDYHQGDGHEHQVPyYHLVLQVHUYtYHLVSDUDD
administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista
QRDUWDTXHPRIHUHFHURPDLRUODQFHLJXDORXVXSHULRUDRYDORUGDDYDOLDomR

Por sua vez, a LEI Nº 10.520, DE 17 DE JULHO DE 2002, trabalha com uma modalidade adicional de licitação, o pregão.
É a modalidade de licitação voltada à aquisição de bens e serviços comuns, assim considerados aqueles cujos padrões de
GHVHPSHQKRHTXDOLGDGHSRVVDPVHUREMHWLYDPHQWHGHÀQLGRVQRHGLWDOSRUPHLRGHHVSHFLÀFDo}HVGRPHUFDGR

- Concorrência (contratações de maior vultou ou valor) – A habilitação não depende de cadastro prévio, qualquer
um que preencha os requisitos pode participar. Publicidade: edital publicado na imprensa.
Obras, serviços e compras de maior valor – Geral acima de R$650.000; Engenharia acima de R$1.500.000.
Compra ou alienação de bens imóveis, independente do valor;
Concessão de direito real de uso;
Licitações internacionais (também cabe tomada de preços ou convite);
Alienação de bens móveis de maior valor;
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Registro de preços.

- Tomada de preços (contratações de valor intermediário) – Os interessados são previamente cadastrados ou devem
apresentar documentos até o 3o dia anterior ao recebimento das propostas. Publicidade: edital publicado na imprensa.
Obras, serviços e compras de valor intermediário – Geral R$80.000 a R$650.000; Engenharia R$150.000 a R$1.500.000.

- Convite (contratações de menor valor) – Apenas participam os convocados pela Administração (três recebem a
FDUWDFRQYLWH HFDGDVWUDGRVTXHVHPDQLIHVWHPDWpKRUDVDQWHVGDSURSRVWD3XEOLFLGDGHHGLWDODÀ[DGRQRORFDOGD
repartição.
Obras, serviços e compras de valor intermediário – Geral até R$80.000; Engenharia até R$150.000.

&RQFXUVR DMXVWDGRSDUDREMHWRVHVSHFtÀFRV ²eLQVWLWXtGRXPSUrPLRRXUHPXQHUDomRDVHUSDJRSHOD$GPLQLV-


tração aos vencedores. Publicidade: edital deve ser publicado com antecedência mínima de 45 dias e deve ser ampla-
mente divulgado.

85
7UDEDOKRV LQWHOHFWXDLV ² WpFQLFRV FLHQWtÀFRV RX OLWH- $UW  $ DXWRULGDGH FRPSHWHQWH SDUD D DSURYDomR
rários. do procedimento somente poderá revogar a licitação
/HLOmR DMXVWDGRSDUDREMHWRHVSHFtÀFR ²8WLOL]DVH por razões de interesse público decorrente de fato su-
para a venda de bens móveis e imóveis da Admi- perveniente devidamente comprovado, pertinente e
nistração, exigindo-se prévia avaliação. Publicida- VXÀFLHQWHSDUDMXVWLÀFDUWDOFRQGXWDGHYHQGRDQXOi-
de: deve ser ampla. -la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de ter-
ceiros, mediante parecer escrito e devidamente fun-
Bens móveis que não servem mais para a Adminis- GDPHQWDGR
tração; †ž$DQXODomRGRSURFHGLPHQWROLFLWDWyULRSRUPR-
Produtos legalmente apreendidos ou penhorados; tivo de ilegalidade não gera obrigação de indenizar,
Bens imóveis cuja aquisição tenha derivado de pro- UHVVDOYDGR R GLVSRVWR QR SDUiJUDIR ~QLFR GR DUW 
cedimentos judiciais ou de dação em pagamento (nesse GHVWD/HL
caso também seria possível concorrência). †ž$QXOLGDGHGRSURFHGLPHQWROLFLWDWyULRLQGX]jGR
- Pregão (bens e serviços comuns) – As propostas se- contrato, ressalvado o disposto no parágrafo único do
rão julgadas sempre pelo critério de menor preço. DUWGHVWD/HL
Realiza-se em duas fases – interna e externa. †ž1RFDVRGHGHVID]LPHQWRGRSURFHVVROLFLWDWyULR
ÀFDDVVHJXUDGRRFRQWUDGLWyULRHDDPSODGHIHVD
Bens e serviços comuns, que são aqueles cujo padrão †ž2GLVSRVWRQHVWHDUWLJRHVHXVSDUiJUDIRVDSOLFD-
de desempenho e qualidade podem ser objetivamente -se aos atos do procedimento de dispensa e de inexigi-
GHÀQLGRVSHORHGLWDODSDUWLUGHHVSHFLÀFDo}HVXVXDLVQR ELOLGDGHGHOLFLWDomR
mercado.
Anular é extinguir um ato ou um conjunto de atos
11.1. Tipos em razão de sua ilegalidade. Quando se fala, portanto,
em anulação de uma licitação, pressupõe-se a ilegalida-
Em relação aos tipos de licitação, apontam-se no Es- de da mesma, pois anula-se o que é ilegítimo. A licitação
tatuto: melhor preço, melhor técnica, técnica e preço, e poderá ser anulada pela via administrativa ou pela via
melhor lance ou oferta. Os tipos licitatórios não passam judiciária. A anulação de uma licitação pode ser total (se
de critérios de julgamento para a escolha da proposta o vício atingir a origem dos atos licitatórios) ou parcial (se
mais adequada aos interesses da Administração Públi- o vício atingir parte dos atos licitatórios).
ca. A disciplina encontra-se no caput e no §1º da Lei nº Revogar uma licitação é extingui-la por ser inconve-
8.666/1993: niente ou inoportuna. Desde o momento em que a lici-
WDomRIRLDEHUWDDWpRÀQDOGDPHVPDSRGHVHIDODUHP
$UW2MXOJDPHQWRGDVSURSRVWDVVHUiREMHWLYRGH- revogação. Após a assinatura do contrato, entretanto,
YHQGRD&RPLVVmRGHOLFLWDomRRXRUHVSRQViYHOSHOR não poderá haver a revogação da licitação. Somente se
convite realizá-lo em conformidade com os tipos de MXVWLÀFD D UHYRJDomR TXDQGR KRXYHU XP IDWR SRVWHULRU
licitação, os critérios previamente estabelecidos no à abertura da licitação e quando o fato for pertinente,
ato convocatório e de acordo com os fatores exclusi- ou seja, quando possuir uma relação lógica com a re-
vamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua YRJDomRGDOLFLWDomR$LQGDGHYHVHUVXÀFLHQWHTXDQGR
DIHULomRSHORVOLFLWDQWHVHSHORVyUJmRVGHFRQWUROH D LQWHQVLGDGH GR IDWR MXVWLÀFDU D UHYRJDomR 'HYH VHU
†ž3DUDRVHIHLWRVGHVWHDUWLJRFRQVWLWXHPWLSRVGH respeitado o direito ao contraditório e ampla defesa, e
licitação, exceto na modalidade concurso: a revogação deverá ser feita mediante parecer escrito e
I - a de menor preço - quando o critério de seleção da
devidamente fundamentado.
proposta mais vantajosa para a Administração deter-
Logo, anulação e revogação estão previstos no ar-
minar que será vencedor o licitante que apresentar a
SURSRVWDGHDFRUGRFRPDVHVSHFLÀFDo}HVGRHGLWDORX
tigo 49 da lei nº 8.666/93. Revogação da licitação por
convite e ofertar o menor preço; interesse público decorrente de fato superveniente de-
II - a de melhor técnica; YLGDPHQWHFRPSURYDGRSHUWLQHQWHHVXÀFLHQWHSDUDMXV-
III - a de técnica e preço; WLÀFDUWDOFRQGXWDEHPFRPRDREULJDWRULHGDGHGHVXD
IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de aliena- anulação por ilegalidade, neste último caso podendo agir
omRGHEHQVRXFRQFHVVmRGHGLUHLWRUHDOGHXVR GHRÀFLRRXSURYRFDGRSRUWHUFHLURVPHGLDQWHSDUHFHU
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

escrito e devidamente fundamentado.


11.2. Procedimento Revogação segundo Diógenes Gasparini “é o desfazi-
mento da licitação acabada por motivos de conveniência
Além do capítulo introdutório, do artigo 38 ao 53 da e oportunidade (interesse público) superveniente – art.
Lei nº 8.666/93 está descrito o procedimento a ser ado- GDOHLQžµ22. Trata-se de um ato administra-
tado nas licitações em geral. A modalidade pregão tem tivo vinculado, embora assentada em motivos de conve-
procedimento próprio, previsto na lei especial. niência e oportunidade; e ainda, a lei referida, prevê que
QRFDVRGHGHVID]LPHQWRGDOLFLWDomRÀFDPDVVHJXUDGRV
11.3 Anulação e revogação o contraditório e a ampla defesa, garantia essa que é
dada somente ao vencedor, o único com efeitos interes-
No que tange à revogação e à anulação, ambas volta- ses na permanência desse ato, pois através dele pode
das às consequências dos vícios no processo de licitação, chegar a contrato.
destaca-se a previsão do artigo 49:
22 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 11. ed. São Pau-
lo: Saraiva, 2006.

86
Hely Lopes Meireles23 conceitua anulação como “é a D FRQFRUUrQFLDQRVFDVRVQmRHVSHFLÀFDGRVQDDOtQHD
invalidação da licitação ou do julgamento por motivo de ´EµGRLQFLVRDQWHULRU
ilegalidade, pode ser feita a qualquer fase e tempo antes b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo
da assinatura do contrato, desde que a Administração ou ´PHOKRUWpFQLFDµRX´WpFQLFDHSUHoRµ
R-XGLFLiULRYHULÀTXHHDSRQWHDLQIULQJrQFLDjOHLRXDR III - quinze dias para a tomada de preços, nos casos
HGLWDOµ&DEHDLQGDUHVVDOWDUTXHDDQXODomRGDOLFLWDomR QmRHVSHFLÀFDGRVQDDOtQHD´EµGRLQFLVRDQWHULRURX
acarreta a nulidade do contrato (art. 49, § 2º). No mesmo leilão;
sentido “a anulação poderá ocorrer tanto pela Via Judi- ,9FLQFRGLDV~WHLVSDUDFRQYLWH
FDQWHFRPRSHOD9LD$GPLQLVWUDWLYDµ † ž 2V SUD]RV HVWDEHOHFLGRV QR SDUiJUDIR DQWHULRU
serão contados a partir da última publicação do edi-
LEGISLAÇÃO SECA tal resumido ou da expedição do convite, ou ainda da
efetiva disponibilidade do edital ou do convite e res-
pectivos anexos, prevalecendo a data que ocorrer mais
Abaixo, colaciona-se com grifo a disciplina dos tópi-
WDUGH
cos abordados teoricamente acima, com destaque aos
† ž 4XDOTXHU PRGLÀFDomR QR HGLWDO H[LJH GLYXOJD-
procedimentos licitatórios.
ção pela mesma forma que se deu o texto original,
reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto
Capítulo II quando, inquestionavelmente, a alteração não afetar
DA LICITAÇÃO DIRUPXODomRGDVSURSRVWDV
SEÇÃO I $UW6mRPRGDOLGDGHVGHOLFLWDomR
DAS MODALIDADES, LIMITES E DISPENSA I - concorrência;
II - tomada de preços;
$UW$VOLFLWDo}HVVHUmRHIHWXDGDVQRORFDORQGHVH III - convite;
situar a repartição interessada, salvo por motivo de IV - concurso;
LQWHUHVVHS~EOLFRGHYLGDPHQWHMXVWLÀFDGR 9OHLOmR
3DUiJUDIR~QLFR2GLVSRVWRQHVWHDUWLJRQmRLPSHGLUi † ž &RQFRUUrQFLD p D PRGDOLGDGH GH OLFLWDomR HQWUH
a habilitação de interessados residentes ou sediados quaisquer interessados que, na fase inicial de habilita-
HPRXWURVORFDLV ção preliminar, comprovem possuir os requisitos míni-
$UW2VDYLVRVFRQWHQGRRVUHVXPRVGRVHGLWDLVGDV PRVGHTXDOLÀFDomRH[LJLGRVQRHGLWDOSDUDH[HFXomR
concorrências, das tomadas de preços, dos concursos GHVHXREMHWR
e dos leilões, embora realizados no local da repartição † ž 7RPDGD GH SUHoRV p D PRGDOLGDGH GH OLFLWDomR
interessada, deverão ser publicados com antecedên- entre interessados devidamente cadastrados ou que
cia, no mínimo, por uma vez: atenderem a todas as condições exigidas para cadas-
,QR'LiULR2ÀFLDOGD8QLmRTXDQGRVHWUDWDUGHOL- tramento até o terceiro dia anterior à data do recebi-
citação feita por órgão ou entidade da Administração PHQWRGDVSURSRVWDVREVHUYDGDDQHFHVViULDTXDOLÀ-
3~EOLFD)HGHUDOHDLQGDTXDQGRVHWUDWDUGHREUDVÀ- FDomR
nanciadas parcial ou totalmente com recursos federais †ž&RQYLWHpDPRGDOLGDGHGHOLFLWDomRHQWUHLQWHUHV-
ou garantidas por instituições federais; sados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados
,,QR'LiULR2ÀFLDOGR(VWDGRRXGR'LVWULWR)HGHUDO ou não, escolhidos e convidados em número mínimo
quando se tratar, respectivamente, de licitação feita GH WUrV SHODXQLGDGHDGPLQLVWUDWLYDDTXDODÀ[DUi
em local apropriado, cópia do instrumento convoca-
por órgão ou entidade da Administração Pública Esta-
tório e o estenderá aos demais cadastrados na cor-
dual ou Municipal, ou do Distrito Federal;
respondente especialidade que manifestarem seu in-
WHUHVVH FRP DQWHFHGrQFLD GH DWp  YLQWH H TXDWUR 
III - em jornal diário de grande circulação no Estado
e também, se houver, em jornal de circulação no Mu- KRUDVGDDSUHVHQWDomRGDVSURSRVWDV
nicípio ou na região onde será realizada a obra, pres- †ž&RQFXUVRpDPRGDOLGDGHGHOLFLWDomRHQWUHTXDLV-
tado o serviço, fornecido, alienado ou alugado o bem, quer interessados para escolha de trabalho técnico,
podendo ainda a Administração, conforme o vulto da FLHQWtÀFR RX DUWtVWLFR PHGLDQWH D LQVWLWXLomR GH SUr-
licitação, utilizar-se de outros meios de divulgação mios ou remuneração aos vencedores, conforme crité-
SDUDDPSOLDUDiUHDGHFRPSHWLomR ULRVFRQVWDQWHVGHHGLWDOSXEOLFDGRQDLPSUHQVDRÀFLDO
†ž2DYLVRSXEOLFDGRFRQWHUiDLQGLFDomRGRORFDOHP FRP DQWHFHGrQFLD PtQLPD GH  TXDUHQWD H FLQFR 
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

que os interessados poderão ler e obter o texto integral GLDV


GRHGLWDOHWRGDVDVLQIRUPDo}HVVREUHDOLFLWDomR † ž /HLOmR p D PRGDOLGDGH GH OLFLWDomR HQWUH TXDLV-
†ž2SUD]RPtQLPRDWpRUHFHELPHQWRGDVSURSRVWDV quer interessados para a venda de bens móveis inser-
ou da realização do evento será: víveis para a administração ou de produtos legalmen-
I - quarenta e cinco dias para: te apreendidos ou penhorados, ou para a alienação
a) concurso; GHEHQVLPyYHLVSUHYLVWDQRDUWDTXHPRIHUHFHUR
b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado PDLRUODQFHLJXDORXVXSHULRUDRYDORUGDDYDOLDomR
contemplar o regime de empreitada integral ou quan- †ž1DKLSyWHVHGR†žGHVWHDUWLJR &219,7( H[LV-
GRDOLFLWDomRIRUGRWLSR´PHOKRUWpFQLFDµRX´WpFQLFD tindo na praça mais de 3 (três) possíveis interessados,
HSUHoRµ a cada novo convite, realizado para objeto idêntico ou
II - trinta dias para: assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo,
mais um interessado, enquanto existirem cadastrados
23 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. São QmRFRQYLGDGRVQDV~OWLPDVOLFLWDo}HV
Paulo: Malheiros, 1993.

87
†ž4XDQGRSRUOLPLWDo}HVGRPHUFDGRRXPDQLIHVWR RFDVRGH´WRPDGDGHSUHoRVµRX´FRQFRUUrQFLDµUHV-
desinteresse dos convidados, for impossível a obten- pectivamente, nos termos deste artigo, exceto para as
ção do número mínimo de licitantes exigidos no § 3o parcelas de nDWXUH]DHVSHFtÀFDTXHSRVVDPVHUH[HFX-
deste artigo, essas circunstâncias deverão ser devida- tadas por pessoas ou empresas de especialidade diver-
PHQWHMXVWLÀFDGDVQRSURFHVVRVRESHQDGHUHSHWLomR VDGDTXHODGRH[HFXWRUGDREUDRXVHUYLoR
GRFRQYLWH †ž$VRUJDQL]Do}HVLQGXVWULDLVGD$GPLQLVWUDomR)H-
†žeYHGDGDDFULDomRGHRXWUDVPRGDOLGDGHVGHOL- deral direta, em face de suas peculiaridades, obedece-
FLWDomRRXDFRPELQDomRGDVUHIHULGDVQHVWHDUWLJR rão aos limites estabelecidos no inciso I deste artigo
† ž 1D KLSyWHVH GR † ž GHVWH DUWLJR 720$'$ '( também para suas compras e serviços em geral, desde
35(d26  D DGPLQLVWUDomR VRPHQWH SRGHUi H[LJLU GR que para a aquisição de materiais aplicados exclusiva-
licitante não cadastrado os documentos previstos nos mente na manutenção, reparo ou fabricação de meios
DUWVDTXHFRPSURYHPKDELOLWDomRFRPSDWtYHO RSHUDFLRQDLVEpOLFRVSHUWHQFHQWHVj8QLmR
FRPRREMHWRGDOLFLWDomRQRVWHUPRVGRHGLWDO †ž1DFRPSUDGHEHQVGHQDWXUH]DGLYLVtYHOHGHVGH
$UW$VPRGDOLGDGHVGHOLFLWDomRDTXHVHUHIHUHP que não haja prejuízo para o conjunto ou complexo, é
os incisos I a III do artigo anterior serão determinadas permitida a cotação de quantidade inferior à deman-
em função dos seguintes limites, tendo em vista o va- dada na licitação, com vistas a ampliação da compe-
lor estimado da contratação: WLWLYLGDGHSRGHQGRRHGLWDOÀ[DUTXDQWLWDWLYRPtQLPR
I - para obras e serviços de engenharia: SDUDSUHVHUYDUDHFRQRPLDGHHVFDOD
D FRQYLWHDWp5 FHQWRHFLQTXHQWDPLO † ž 1R FDVR GH FRQVyUFLRV S~EOLFRV DSOLFDUVHi R
reais); dobro dos valores mencionados no caput deste artigo
E WRPDGDGHSUHoRVDWp5 XPPLOKmR quando formado por até 3 (três) entes da Federação, e
e quinhentos mil reais); RWULSORTXDQGRIRUPDGRSRUPDLRUQ~PHUR
F FRQFRUUrQFLDDFLPDGH5 XPPLOKmR $UWeGLVSHQViYHODOLFLWDomR
I - para obras e serviços de engenharia de valor até
e quinhentos mil reais);
 GH]SRUFHQWR GROLPLWHSUHYLVWRQDDOtQHD´Dµ
II - para compras e serviços não referidos no inciso
GRLQFLVR,GRDUWLJRDQWHULRUGHVGHTXHQmRVHUHÀUDP
anterior:
a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda
D FRQYLWHDWp5 RLWHQWDPLOUHDLV 
para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo
E WRPDGDGHSUHoRVDWp5 VHLVFHQWRVH
local que possam ser realizadas conjunta e concomi-
cinquenta mil reais);
tantemente;
F FRQFRUUrQFLDDFLPDGH5 VHLVFHQWRVH ,,SDUDRXWURVVHUYLoRVHFRPSUDVGHYDORUDWp
FLQTXHQWDPLOUHDLV  GH]SRUFHQWR GROLPLWHSUHYLVWRQDDOtQHD´DµGRLQ-
†ž$VREUDVVHUYLoRVHFRPSUDVHIHWXDGDVSHOD$G- ciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos
ministração serão divididas em tantas parcelas quan- SUHYLVWRV QHVWD /HL GHVGH TXH QmR VH UHÀUDP D SDU-
tas se comprovarem técnica e economicamente viá- celas de um mesmo serviço, compra ou alienação de
veis, procedendo-se à licitação com vistas ao melhor maior vulto que possa ser realizada de uma só vez;
aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;
e à ampliação da competitividade sem perda da eco- IV - nos casos de emergência ou de calamidade pú-
QRPLDGHHVFDOD blica, quando caracterizada urgência de atendimento
†ž1DH[HFXomRGHREUDVHVHUYLoRVHQDVFRPSUDV de situação que possa ocasionar prejuízo ou compro-
de bens, parceladas nos termos do parágrafo anterior, meter a segurança de pessoas, obras, serviços, equi-
a cada etapa ou conjunto de etapas da obra, serviço pamentos e outros bens, públicos ou particulares, e
ou compra, há de corresponder licitação distinta, pre- somente para os bens necessários ao atendimento da
servada a modalidade pertinente para a execução do situação emergencial ou calamitosa e para as par-
REMHWRHPOLFLWDomR celas de obras e serviços que possam ser concluídas
† ž $ FRQFRUUrQFLD p D PRGDOLGDGH GH OLFLWDomR FD- QRSUD]RPi[LPRGH FHQWRHRLWHQWD GLDVFRQ-
bível, qualquer que seja o valor de seu objeto, tanto secutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da
na compra ou alienação de bens imóveis, ressalvado emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos
RGLVSRVWRQRDUWFRPRQDVFRQFHVV}HVGHGLUHLWR respectivos contratos;
real de uso e nas licitações internacionais, admitindo- V - quando não acudirem interessados à licitação an-
WHULRUHHVWDMXVWLÀFDGDPHQWHQmRSXGHUVHUUHSHWLGD
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

-se neste último caso, observados os limites deste arti-


go, a tomada de preços, quando o órgão ou entidade sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste
dispuser de cadastro internacional de fornecedores ou caso, todas as condições preestabelecidas;
o convite, quando não houver fornecedor do bem ou VI - quando a União tiver que intervir no domínio eco-
VHUYLoRQR3DtV nômico para regular preços ou normalizar o abaste-
†ž1RVFDVRVHPTXHFRXEHUFRQYLWHD$GPLQLVWUD- cimento;
ção poderá utilizar a tomada de preços e, em qualquer VII - quando as propostas apresentadas consignarem
FDVRDFRQFRUUrQFLD preços manifestamente superiores aos praticados no
†žeYHGDGDDXWLOL]DomRGDPRGDOLGDGH´FRQYLWHµRX mercado nacional, ou forem incompatíveis com os
´WRPDGD GH SUHoRVµ FRQIRUPH R FDVR SDUD SDUFHODV À[DGRV SHORV yUJmRV RÀFLDLV FRPSHWHQWHV FDVRV HP
de uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras TXHREVHUYDGRRSDUiJUDIR~QLFRGRDUWGHVWD/HL
e serviços da mesma natureza e no mesmo local que e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação
possam ser realizadas conjunta e concomitantemente, direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao
sempre que o somatório de seus valores caracterizar constante do registro de preços, ou dos serviços;

88
VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito XIX - para as compras de material de uso pelas Forças
público interno, de bens produzidos ou serviços pres- Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e
tados por órgão ou entidade que integre a Adminis- administrativo, quando houver necessidade de manter
WUDomR3~EOLFDHTXHWHQKDVLGRFULDGRSDUDHVVHÀP a padronização requerida pela estrutura de apoio lo-
HVSHFtÀFRHPGDWDDQWHULRUjYLJrQFLDGHVWD/HLGHVGH gístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante
que o preço contratado seja compatível com o prati- parecer de comissão instituída por decreto;
cado no mercado; XX - na contratação de associação de portadores de
IX - quando houver possibilidade de comprometimen- GHÀFLrQFLDItVLFDVHPÀQVOXFUDWLYRVHGHFRPSURYDGD
to da segurança nacional, nos casos estabelecidos em
idoneidade, por órgãos ou entidades da Administra-
GHFUHWRGR3UHVLGHQWHGD5HS~EOLFDRXYLGRR&RQVH-
ção Pública, para a prestação de serviços ou forneci-
OKRGH'HIHVD1DFLRQDO
X - para a compra ou locação de imóvel destinado mento de mão-de-obra, desde que o preço contratado
DR DWHQGLPHQWR GDV ÀQDOLGDGHV SUHFtSXDV GD DGPL- VHMDFRPSDWtYHOFRPRSUDWLFDGRQRPHUFDGR
nistração, cujas necessidades de instalação e localiza- XXI - para a aquisição ou contratação de produto
ção condicionem a sua escolha, desde que o preço seja para pesquisa e desenvolvimento, limitada, no caso
compatível com o valor de mercado, segundo avalia- GH REUDV H VHUYLoRV GH HQJHQKDULD D  YLQWH SRU
ção prévia; FHQWR GRYDORUGHTXHWUDWDDDOtQHD´EµGRLQFLVR,GR
XI - na contratação de remanescente de obra, serviço FDSXWGRDUW
ou fornecimento, em consequência de rescisão con- XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento
WUDWXDOGHVGHTXHDWHQGLGDDRUGHPGHFODVVLÀFDomR de energia elétrica e gás natural com concessionário,
da licitação anterior e aceitas as mesmas condições permissionário ou autorizado, segundo as normas da
oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao OHJLVODomRHVSHFtÀFD
preço, devidamente corrigido; XXIII - na contratação realizada por empresa pública
XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e ou- ou sociedade de economia mista com suas subsidiá-
tros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a rias e controladas, para a aquisição ou alienação de
realização dos processos licitatórios correspondentes, bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o
realizadas diretamente com base no preço do dia; preço contratado seja compatível com o praticado no
PHUFDGR
XIII - na contratação de instituição brasileira incum-
bida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do
XXIV - para a celebração de contratos de prestação de
ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de ins-
tituição dedicada à recuperação social do preso, desde VHUYLoRVFRPDVRUJDQL]Do}HVVRFLDLVTXDOLÀFDGDVQR
que a contratada detenha inquestionável reputação âmbito das respectivas esferas de governo, para ativi-
pWLFRSURÀVVLRQDOHQmRWHQKDÀQVOXFUDWLYRV GDGHVFRQWHPSODGDVQRFRQWUDWRGHJHVWmR
XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos ;;9QDFRQWUDWDomRUHDOL]DGDSRU,QVWLWXLomR&LHQ-
GHDFRUGRLQWHUQDFLRQDOHVSHFtÀFRDSURYDGRSHOR&RQ- WtÀFDH7HFQROyJLFD,&7RXSRUDJrQFLDGHIRPHQWR
JUHVVR1DFLRQDOTXDQGRDVFRQGLo}HVRIHUWDGDVIRUHP para a transferência de tecnologia e para o licencia-
manifestamente vantajosas para o Poder Público; mento de direito de uso ou de exploração de criação
XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte SURWHJLGD
HREMHWRVKLVWyULFRVGHDXWHQWLFLGDGHFHUWLÀFDGDGHV- XXVI - na celebração de contrato de programa com
GHTXHFRPSDWtYHLVRXLQHUHQWHVjVÀQDOLGDGHVGRyU- ente da Federação ou com entidade de sua administra-
JmRRXHQWLGDGH ção indireta, para a prestação de serviços públicos de
;9,SDUDDLPSUHVVmRGRVGLiULRVRÀFLDLVGHIRUPX- forma associada nos termos do autorizado em contrato
lários padronizados de uso da administração, e de GHFRQVyUFLRS~EOLFRRXHPFRQYrQLRGHFRRSHUDomR
HGLo}HVWpFQLFDVRÀFLDLVEHPFRPRSDUDSUHVWDomRGH XXVII - na contratação da coleta, processamento e co-
serviços de informática a pessoa jurídica de direito pú- mercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis
blico interno, por órgãos ou entidades que integrem ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta sele-
D$GPLQLVWUDomR3~EOLFDFULDGRVSDUDHVVHÀPHVSH-
tiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas
FtÀFR
formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa
XVII - para a aquisição de componentes ou peças de
origem nacional ou estrangeira, necessários à manu- renda reconhecidas pelo poder público como catado-
res de materiais recicláveis, com o uso de equipamen-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

tenção de equipamentos durante o período de garan-


tia técnica, junto ao fornecedor original desses equi- tos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e
pamentos, quando tal condição de exclusividade for GHVD~GHS~EOLFD
indispensável para a vigência da garantia; XXVIII - para o fornecimento de bens e serviços, pro-
XVIII - nas compras ou contratações de serviços para duzidos ou prestados no País, que envolvam, cumula-
o abastecimento de navios, embarcações, unidades tivamente, alta complexidade tecnológica e defesa na-
aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quan- cional, mediante parecer de comissão especialmente
do em estada eventual de curta duração em portos, GHVLJQDGDSHODDXWRULGDGHPi[LPDGRyUJmR
aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, XXIX - na aquisição de bens e contratação de serviços
por motivo de movimentação operacional ou de ades- para atender aos contingentes militares das Forças
tramento, quando a exiguidade dos prazos legais pu- Singulares brasileiras empregadas em operações de
der comprometer a normalidade e os propósitos das SD] QR H[WHULRU QHFHVVDULDPHQWH MXVWLÀFDGDV TXDQWR
operações e desde que seu valor não exceda ao limite ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e
SUHYLVWRQDDOtQHD´DµGRLQFLVR,,GRDUWGHVWD/HL UDWLÀFDGDVSHOR&RPDQGDQWHGD)RUoD

89
XXX - na contratação de instituição ou organização, $UWeLQH[LJtYHODOLFLWDomRTXDQGRKRXYHULQYLDEL-
S~EOLFDRXSULYDGDFRPRXVHPÀQVOXFUDWLYRVSDUDD lidade de competição, em especial:
prestação de serviços de assistência técnica e extensão I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou
UXUDOQRkPELWRGR3URJUDPD1DFLRQDOGH$VVLVWrQFLD gêneros que só possam ser fornecidos por produtor,
7pFQLFDH([WHQVmR5XUDOQD$JULFXOWXUD)DPLOLDUHQD empresa ou representante comercial exclusivo, vedada
5HIRUPD$JUiULDLQVWLWXtGRSRUOHLIHGHUDO a preferência de marca, devendo a comprovação de
XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do exclusividade ser feita através de atestado fornecido
GLVSRVWRQRVDUWVžžžHGD/HLQžGH pelo órgão de registro do comércio do local em que se
GHGH]HPEURGHREVHUYDGRVRVSULQFtSLRVJHUDLV realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindi-
GHFRQWUDWDomRGHODFRQVWDQWHV FDWR)HGHUDomRRX&RQIHGHUDomR3DWURQDORXDLQGD
$/HLQžGLVS}HVREUHLQFHQWLYRVjLQRYD- pelas entidades equivalentes;
omRHjSHVTXLVDFLHQWtÀFDHWHFQROyJLFDQRDPELHQWH II - para a contratação de serviços técnicos enume-
SURGXWLYRHGiRXWUDVSURYLGrQFLDV UDGRVQRDUWGHVWD/HLGHQDWXUH]DVLQJXODUFRP
XXXII - na contratação em que houver transferência SURÀVVLRQDLV RX HPSUHVDV GH QRWyULD HVSHFLDOL]DomR
de tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade
ÓQLFRGH6D~GH686QRkPELWRGD/HLQžGH e divulgação;
GHVHWHPEURGHFRQIRUPHHOHQFDGRVHPDWR ,,,SDUDFRQWUDWDomRGHSURÀVVLRQDOGHTXDOTXHUVHWRU
da direção nacional do SUS, inclusive por ocasião da artístico, diretamente ou através de empresário exclu-
aquisição destes produtos durante as etapas de absor- sivo, desde que consagrado pela crítica especializada
omRWHFQROyJLFD RXSHODRSLQLmRS~EOLFD
;;;,,,QDFRQWUDWDomRGHHQWLGDGHVSULYDGDVVHPÀQV † ž &RQVLGHUDVH GH QRWyULD HVSHFLDOL]DomR R SUR-
lucrativos, para a implementação de cisternas ou ou- ÀVVLRQDO RX HPSUHVD FXMR FRQFHLWR QR FDPSR GH VXD
tras tecnologias sociais de acesso à água para consu- especialidade, decorrente de desempenho anterior,
PRKXPDQRHSURGXomRGHDOLPHQWRVSDUDEHQHÀFLDU
estudos, experiências, publicações, organização, apa-
as famílias rurais de baixa renda atingidas pela seca
relhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos
RXIDOWDUHJXODUGHiJXD
relacionados com suas atividades, permita inferir que
XXXIV - para a aquisição por pessoa jurídica de di-
o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais
reito público interno de insumos estratégicos para a
DGHTXDGRjSOHQDVDWLVIDomRGRREMHWRGRFRQWUDWR
saúde produzidos ou distribuídos por fundação que,
†ž1DKLSyWHVHGHVWHDUWLJRHHPTXDOTXHUGRVFDVRV
UHJLPHQWDORXHVWDWXWDULDPHQWHWHQKDSRUÀQDOLGDGH
apoiar órgão da administração pública direta, sua au- de dispensa, se comprovado superfaturamento, res-
tarquia ou fundação em projetos de ensino, pesquisa, pondem solidariamente pelo dano causado à Fazen-
H[WHQVmR GHVHQYROYLPHQWR LQVWLWXFLRQDO FLHQWtÀFR H da Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e
tecnológico e estímulo à inovação, inclusive na ges- o agente público responsável, sem prejuízo de outras
WmRDGPLQLVWUDWLYDHÀQDQFHLUDQHFHVViULDjH[HFXomR VDQo}HVOHJDLVFDEtYHLV
desses projetos, ou em parcerias que envolvam trans-
ferência de tecnologia de produtos estratégicos para o $UW$VGLVSHQVDVSUHYLVWDVQRV††žHžGRDUW
Sistema Único de Saúde – SUS, nos termos do inciso HQRLQFLVR,,,HVHJXLQWHVGRDUWDVVLWXDo}HV
XXXII deste artigo, e que tenha sido criada para esse GHLQH[LJLELOLGDGHUHIHULGDVQRDUWQHFHVVDULDPHQ-
ÀP HVSHFtÀFR HP GDWD DQWHULRU j YLJrQFLD GHVWD /HL WHMXVWLÀFDGDVHRUHWDUGDPHQWRSUHYLVWRQRÀQDOGR
desde que o preço contratado seja compatível com o SDUiJUDIR~QLFRGRDUWžGHVWD/HLGHYHUmRVHUFRPX-
SUDWLFDGRQRPHUFDGR nicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior,
†ž2VSHUFHQWXDLVUHIHULGRVQRVLQFLVRV,H,,GRFDSXW SDUDUDWLÀFDomRHSXEOLFDomRQDLPSUHQVDRÀFLDOQR
GHVWHDUWLJRVHUmR YLQWHSRUFHQWR SDUDFRPSUDV SUD]RGH FLQFR GLDVFRPRFRQGLomRSDUDDHÀFiFLD
obras e serviços contratados por consórcios públicos, GRVDWRV
sociedade de economia mista, empresa pública e por 3DUiJUDIR~QLFR2SURFHVVRGHGLVSHQVDGHLQH[LJLEL-
DXWDUTXLDRXIXQGDomRTXDOLÀFDGDVQDIRUPDGDOHL lidade ou de retardamento, previsto neste artigo, será
FRPR$JrQFLDV([HFXWLYDV instruído, no que couber, com os seguintes elementos:
†ž2OLPLWHWHPSRUDOGHFULDomRGRyUJmRRXHQWLGD- I - caracterização da situação emergencial ou calami-
WRVDTXHMXVWLÀTXHDGLVSHQVDTXDQGRIRURFDVR
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

de que integre a administração pública estabelecido


no inciso VIII do caput deste artigo não se aplica aos II - razão da escolha do fornecedor ou executante;
órgãos ou entidades que produzem produtos estraté- ,,,MXVWLÀFDWLYDGRSUHoR
JLFRV SDUD R 686 QR kPELWR GD /HL Qž  GH  IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa
GHVHWHPEURGHFRQIRUPHHOHQFDGRVHPDWRGD DRVTXDLVRVEHQVVHUmRDORFDGRV
GLUHomRQDFLRQDOGR686
SEÇÃO II
†ž$KLSyWHVHGHGLVSHQVDSUHYLVWDQRLQFLVR;;,GR DA HABILITAÇÃO
caput, quando aplicada a obras e serviços de enge-
nharia, seguirá procedimentos especiais instituídos em $UW  3DUD D KDELOLWDomR QDV OLFLWDo}HV H[LJLUVHi
UHJXODPHQWDomRHVSHFtÀFD dos interessados, exclusivamente, documentação rela-
†ž1mRVHDSOLFDDYHGDomRSUHYLVWDQRLQFLVR,GR tiva a:
FDSXW GR DUW o à hipótese prevista no inciso XXI do I - habilitação jurídica;
FDSXW ,,TXDOLÀFDomRWpFQLFD

90
,,,TXDOLÀFDomRHFRQ{PLFRÀQDQFHLUD IV - prova de atendimento de requisitos previstos em
,9UHJXODULGDGHÀVFDOHWUDEDOKLVWD OHLHVSHFLDOTXDQGRIRURFDVR
9FXPSULPHQWRGRGLVSRVWRQRLQFLVR;;;,,,GRDUW †ž$FRPSURYDomRGHDSWLGmRUHIHULGDQRLQFLVR,,GR
žGD&RQVWLWXLomR)HGHUDO ªFDSXW«GHVWHDUWLJRQRFDVRGDVOLFLWDo}HVSHUWLQHQ-
3UHYr R DUWLJR o ;;;,,, &) ´SURLELomR GH WUDEDOKR tes a obras e serviços, será feita por atestados forneci-
noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito dos por pessoas jurídicas de direito público ou privado,
e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, GHYLGDPHQWH UHJLVWUDGRV QDV HQWLGDGHV SURÀVVLRQDLV
salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze competentes, limitadas as exigências a:
DQRVµ
,  FDSDFLWDomR WpFQLFRSURÀVVLRQDO FRPSURYDomR GR
$UW$GRFXPHQWDomRUHODWLYDjKDELOLWDomRMXUtGL-
licitante de possuir em seu quadro permanente, na
ca, conforme o caso, consistirá em:
GDWD SUHYLVWD SDUD HQWUHJD GD SURSRVWD SURÀVVLRQDO
I - cédula de identidade;
II - registro comercial, no caso de empresa individual; de nível superior ou outro devidamente reconhecido
III - ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vi- pela entidade competente, detentor de atestado de
gor, devidamente registrado, em se tratando de socie- responsabilidade técnica por execução de obra ou
dades comerciais, e, no caso de sociedades por ações, serviço de características semelhantes, limitadas estas
acompanhado de documentos de eleição de seus ad- exclusivamente às parcelas de maior relevância e va-
ministradores; ORUVLJQLÀFDWLYRGRREMHWRGDOLFLWDomRYHGDGDVDVH[L-
IV - inscrição do ato constitutivo, no caso de socie- gências de quantidades mínimas ou prazos máximos;
dades civis, acompanhada de prova de diretoria em ,, 9HWDGR 
exercício; D  9HWDGR 
V - decreto de autorização, em se tratando de empresa E  9HWDGR 
ou sociedade estrangeira em funcionamento no País, †ž$VSDUFHODVGHPDLRUUHOHYkQFLDWpFQLFDHGHYDORU
e ato de registro ou autorização para funcionamento VLJQLÀFDWLYR PHQFLRQDGDV QR SDUiJUDIR DQWHULRU VH-
expedido pelo órgão competente, quando a atividade UmRGHÀQLGDVQRLQVWUXPHQWRFRQYRFDWyULR
DVVLPRH[LJLU †ž6HUiVHPSUHDGPLWLGDDFRPSURYDomRGHDSWLGmR
$UW$GRFXPHQWDomRUHODWLYDjUHJXODULGDGHÀVFDO através de certidões ou atestados de obras ou serviços
e trabalhista, conforme o caso, consistirá em:
similares de complexidade tecnológica e operacional
,SURYDGHLQVFULomRQR&DGDVWURGH3HVVRDV)tVLFDV
HTXLYDOHQWHRXVXSHULRU
&3) RXQR&DGDVWUR*HUDOGH&RQWULEXLQWHV &*& 
†ž1DVOLFLWDo}HVSDUDIRUQHFLPHQWRGHEHQVDFRP-
II - prova de inscrição no cadastro de contribuintes es-
tadual ou municipal, se houver, relativo ao domicílio provação de aptidão, quando for o caso, será feita
ou sede do licitante, pertinente ao seu ramo de ativi- através de atestados fornecidos por pessoa jurídica de
dade e compatível com o objeto contratual; GLUHLWRS~EOLFRRXSULYDGR
III - prova de regularidade para com a Fazenda Fe- †žeYHGDGDDH[LJrQFLDGHFRPSURYDomRGHDWLYLGD-
deral, Estadual e Municipal do domicílio ou sede do de ou de aptidão com limitações de tempo ou de épo-
licitante, ou outra equivalente, na forma da lei; FDRXDLQGDHPORFDLVHVSHFtÀFRVRXTXDLVTXHURXWUDV
IV - prova de regularidade relativa à Seguridade Social QmRSUHYLVWDVQHVWD/HLTXHLQLEDPDSDUWLFLSDomRQD
e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), OLFLWDomR
demonstrando situação regular no cumprimento dos †ž$VH[LJrQFLDVPtQLPDVUHODWLYDVDLQVWDODo}HVGH
HQFDUJRVVRFLDLVLQVWLWXtGRVSRUOHL canteiros, máquinas, equipamentos e pessoal técnico
V - prova de inexistência de débitos inadimplidos pe- especializado, considerados essenciais para o cumpri-
UDQWHD-XVWLoDGR7UDEDOKRPHGLDQWHDDSUHVHQWDomR mento do objeto da licitação, serão atendidas median-
de certidão negativa, nos termos do Título VII-A da te a apresentação de relação explícita e da declaração
&RQVROLGDomRGDV/HLVGR7UDEDOKRDSURYDGDSHOR'H- formal da sua disponibilidade, sob as penas cabíveis,
FUHWR/HLQRGHžGHPDLRGH vedada as exigências de propriedade e de localização
$UW$GRFXPHQWDomRUHODWLYDjTXDOLÀFDomRWpFQL-
SUpYLD
ca limitar-se-á a:
†ž 9HWDGR 
,UHJLVWURRXLQVFULomRQDHQWLGDGHSURÀVVLRQDOFRP-
, 9HWDGR 
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

petente;
II - comprovação de aptidão para desempenho de ,, 9HWDGR 
atividade pertinente e compatível em características, †ž1RFDVRGHREUDVVHUYLoRVHFRPSUDVGHJUDQGH
quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indi- vulto, de alta complexidade técnica, poderá a Admi-
cação das instalações e do aparelhamento e do pesso- nistração exigir dos licitantes a metodologia de exe-
al técnico adequados e disponíveis para a realização cução, cuja avaliação, para efeito de sua aceitação ou
GRREMHWRGDOLFLWDomREHPFRPRGDTXDOLÀFDomRGH não, antecederá sempre à análise dos preços e será
cada um dos membros da equipe técnica que se res- HIHWXDGDH[FOXVLYDPHQWHSRUFULWpULRVREMHWLYRV
ponsabilizará pelos trabalhos; † ž (QWHQGHVH SRU OLFLWDomR GH DOWD FRPSOH[LGDGH
III - comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de técnica aquela que envolva alta especialização, como
que recebeu os documentos, e, quando exigido, de que fator de extrema relevância para garantir a execução
tomou conhecimento de todas as informações e das do objeto a ser contratado, ou que possa comprome-
condições locais para o cumprimento das obrigações ter a continuidade da prestação de serviços públicos
objeto da licitação; HVVHQFLDLV

91
†2VSURÀVVLRQDLVLQGLFDGRVSHOROLFLWDQWHSDUDÀQV †ž 9HWDGR 
GH FRPSURYDomR GD FDSDFLWDomR WpFQLFRSURÀVVLRQDO $UW2VGRFXPHQWRVQHFHVViULRVjKDELOLWDomRSR-
de que trDWD R LQFLVR , GR † ž GHVWH DUWLJR GHYHUmR derão ser apresentados em original, por qualquer pro-
participar da obra ou serviço objeto da licitação, ad- cesso de cópia autenticada por cartório competente
PLWLQGRVH D VXEVWLWXLomR SRU SURÀVVLRQDLV GH H[SH- ou por servidor da administração ou publicação em
riência equivalente ou superior, desde que aprovada yUJmRGDLPSUHQVDRÀFLDO
SHODDGPLQLVWUDomR †ž$GRFXPHQWDomRGHTXHWUDWDPRVDUWVD
† 9HWDGR  GHVWD/HLSRGHUiVHUGLVSHQVDGDQRWRGRRXHPSDUWH
† 9HWDGR  nos casos de convite, concurso, fornecimento de bens
$UW$GRFXPHQWDomRUHODWLYDjTXDOLÀFDomRHFR- SDUDSURQWDHQWUHJDHOHLOmR
Q{PLFRÀQDQFHLUDOLPLWDUVHiD †ž2FHUWLÀFDGRGHUHJLVWURFDGDVWUDODTXHVHUHIHUH
I - balanço patrimonial e demonstrações contábeis do R†oGRDUWVXEVWLWXLRVGRFXPHQWRVHQXPHUDGRV
último exercício social, já exigíveis e apresentados na QRV DUWV  D  TXDQWR jV LQIRUPDo}HV GLVSRQLEL-
IRUPDGDOHLTXHFRPSURYHPDERDVLWXDomRÀQDQFHL- lizadas em sistema informatizado de consulta direta
ra da empresa, vedada a sua substituição por balan- indicado no edital, obrigando-se a parte a declarar,
cetes ou balanços provisórios, podendo ser atualizados sob as penalidades legais, a superveniência de fato
SRU tQGLFHV RÀFLDLV TXDQGR HQFHUUDGR Ki PDLV GH  LPSHGLWLYRGDKDELOLWDomR
(três) meses da data de apresentação da proposta; †ž$GRFXPHQWDomRUHIHULGDQHVWHDUWLJRSRGHUiVHU
II - certidão negativa de falência ou concordata expe- substituída por registro cadastral emitido por órgão
dida pelo distribuidor da sede da pessoa jurídica, ou ou entidade pública, desde que previsto no edital e o
de execução patrimonial, expedida no domicílio da registro tenha sido feito em obediência ao disposto
pessoa física; QHVWD/HL
III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios pre- †ž$VHPSUHVDVHVWUDQJHLUDVTXHQmRIXQFLRQHPQR
YLVWRV QR FDSXW H † R GR DUW  GHVWD /HL OLPLWDGD País, tanto quanto possível, atenderão, nas licitações
D XPSRUFHQWR GRYDORUHVWLPDGRGRREMHWRGD internacionais, às exigências dos parágrafos anterio-
FRQWUDWDomR res mediante documentos equivalentes, autenticados
†ž$H[LJrQFLDGHtQGLFHVOLPLWDUVHijGHPRQVWUD- pelos respectivos consulados e traduzidos por tradu-
omR GD FDSDFLGDGH ÀQDQFHLUD GR OLFLWDQWH FRP YLVWDV tor juramentado, devendo ter representação legal no
aos compromissos que terá que assumir caso lhe seja Brasil com poderes expressos para receber citação e
adjudicado o contrato, vedada a exigência de valores UHVSRQGHUDGPLQLVWUDWLYDRXMXGLFLDOPHQWH
mínimos de faturamento anterior, índices de rentabili- † ž 1mR VH H[LJLUi SDUD D KDELOLWDomR GH TXH WUDWD
GDGHRXOXFUDWLYLGDGH este artigo, prévio recolhimento de taxas ou emolu-
†ž$$GPLQLVWUDomRQDVFRPSUDVSDUDHQWUHJDIX- mentos, salvo os referentes a fornecimento do edital,
tura e na execução de obras e serviços, poderá esta- quando solicitado, com os seus elementos constituti-
belecer, no instrumento convocatório da licitação, a vos, limitados ao valor do custo efetivo de reprodução
exigência de capital mínimo ou de patrimônio líquido JUiÀFDGDGRFXPHQWDomRIRUQHFLGD
PtQLPR RX DLQGD DV JDUDQWLDV SUHYLVWDV QR † ž GR † ž 2 GLVSRVWR QR † o GHVWH DUWLJR QR † o GR DUW
DUWGHVWD/HLFRPRGDGRREMHWLYRGHFRPSURYDomR 33 e no § 2oGRDUWQmRVHDSOLFDjVOLFLWDo}HVLQ-
GDTXDOLÀFDomRHFRQ{PLFRÀQDQFHLUDGRVOLFLWDQWHVH ternacionais para a aquisição de bens e serviços cujo
para efeito de garantia ao adimplemento do contrato SDJDPHQWRVHMDIHLWRFRPRSURGXWRGHÀQDQFLDPHQWR
DVHUXOWHULRUPHQWHFHOHEUDGR FRQFHGLGRSRURUJDQLVPRÀQDQFHLURLQWHUQDFLRQDOGH
†ž2FDSLWDOPtQLPRRXRYDORUGRSDWULP{QLROtTXL- que o Brasil faça parte, ou por agência estrangeira de
do a que se refere o parágrafo anterior não poderá cooperação, nem nos casos de contratação com em-
H[FHGHUD GH]SRUFHQWR GRYDORUHVWLPDGRGD presa estrangeira, para a compra de equipamentos fa-
contratação, devendo a comprovação ser feita rela- bricados e entregues no exterior, desde que para este
tivamente à data da apresentação da proposta, na FDVRWHQKDKDYLGRSUpYLDDXWRUL]DomRGR&KHIHGR3R-
forma da lei, admitida a atualização para esta data der Executivo, nem nos casos de aquisição de bens e
DWUDYpVGHtQGLFHVRÀFLDLV serviços realizada por unidades administrativas com
†ž3RGHUiVHUH[LJLGDDLQGDDUHODomRGRVFRPSURPLV- VHGHQRH[WHULRU
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

sos assumidos pelo licitante que importem diminuição †o$GRFXPHQWDomRGHTXHWUDWDPRVDUWVDH


da capacidade operativa ou absorção de disponibilidade este artigo poderá ser dispensada, nos termos de regu-
ÀQDQFHLUDFDOFXODGDHVWDHPIXQomRGRSDWULP{QLROt- lamento, no todo ou em parte, para a contratação de
TXLGRDWXDOL]DGRHVXDFDSDFLGDGHGHURWDomR produto para pesquisa e desenvolvimento, desde que
†ž$FRPSURYDomRGHERDVLWXDomRÀQDQFHLUDGDHP- para pronta entrega ou até o valor previsto na alínea
presa será feita de forma objetiva, através do cálculo ´DµGRLQFLVR,,GRFDSXWGRDUW
de índices contábeis previstos no edital e devidamen-
WHMXVWLÀFDGRVQRSURFHVVRDGPLQLVWUDWLYRGDOLFLWDomR $UW4XDQGRSHUPLWLGDQDOLFLWDomRDSDUWLFLSDomR
que tenha dado início ao certame licitatório, vedada a de empresas em consórcio, observar-se-ão as seguin-
exigência de índices e valores não usualmente adota- tes normas:
GRVSDUDFRUUHWDDYDOLDomRGHVLWXDomRÀQDQFHLUDVX- I - comprovação do compromisso público ou particular
ÀFLHQWH DR FXPSULPHQWR GDV REULJDo}HV GHFRUUHQWHV de constituição de consórcio, subscrito pelos consor-
GDOLFLWDomR ciados;

92
II - indicação da empresa responsável pelo consórcio $UW  $ TXDOTXHU WHPSR SRGHUi VHr alterado, sus-
que deverá atender às condições de liderança, obriga- penso ou cancelado o registro do inscrito que deixar
WRULDPHQWHÀ[DGDVQRHGLWDO GHVDWLVID]HUDVH[LJrQFLDVGRDUWGHVWD/HLRXDV
,,,  DSUHVHQWDomR GRV GRFXPHQWRV H[LJLGRV QRV DUWV HVWDEHOHFLGDVSDUDFODVVLÀFDomRFDGDVWUDO
DGHVWD/HLSRUSDUWHGHFDGDFRQVRUFLDGRDGPL-
WLQGRVHSDUDHIHLWRGHTXDOLÀFDomRWpFQLFDRVRPD- SEÇÃO IV
tório dos quantitativos de cada consorciado, e, para DO PROCEDIMENTO E JULGAMENTO
HIHLWRGHTXDOLÀFDomRHFRQ{PLFRÀQDQFHLUDRVRPD-
tório dos valores de cada consorciado, na proporção $UW2SURFHGLPHQWRGDOLFLWDomRVHUiLQLFLDGRFRP
a abertura de processo administrativo, devidamente
de sua respectiva participação, podendo a Adminis-
autuado, protocolado e numerado, contendo a auto-
tração estabelecer, para o consórcio, um acréscimo de rização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto
DWp  WULQWD SRU FHQWR  GRV YDORUHV H[LJLGRV SDUD e do recurso próprio para a despesa, e ao qual serão
licitante individual, inexigível este acréscimo para os juntados oportunamente:
consórcios compostos, em sua totalidade, por micro e I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for
SHTXHQDVHPSUHVDVDVVLPGHÀQLGDVHPOHL o caso;
IV - impedimento de participação de empresa con- II - comprovante das publicações do edital resumido,
sorciada, na mesma licitação, através de mais de um QDIRUPDGRDUWGHVWD/HLRXGDHQWUHJDGRFRQ-
consórcio ou isoladamente; vite;
V - responsabilidade solidária dos integrantes pelos III - ato de designação da comissão de licitação, do
atos praticados em consórcio, tanto na fase de licita- OHLORHLUR DGPLQLVWUDWLYR RX RÀFLDO RX GR UHVSRQViYHO
omRTXDQWRQDGHH[HFXomRGRFRQWUDWR pelo convite;
†ž1RFRQVyUFLRGHHPSUHVDVEUDVLOHLUDVHHVWUDQJHL- IV - original das propostas e dos documentos que as
ras a liderança caberá, obrigatoriamente, à empresa instruírem;
brasileira, observado o disposto no inciso II deste ar- 9DWDVUHODWyULRVHGHOLEHUDo}HVGD&RPLVVmR-XOJD-
WLJR dora;
† ž 2 OLFLWDQWH YHQFHGRU ÀFD REULJDGR D SURPRYHU VI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a
licitação, dispensa ou inexigibilidade;
antes da celebração do contrato, a constituição e o
VII - atos de adjudicação do objeto da licitação e da
registro do consórcio, nos termos do compromisso re-
sua homologação;
IHULGRQRLQFLVR,GHVWHDUWLJR VIII - recursos eventualmente apresentados pelos lici-
tantes e respectivas manifestações e decisões;
SEÇÃO III IX - despacho de anulação ou de revogação da licita-
DOS REGISTROS CADASTRAIS ção, quando for o caso, fundamentado circunstancia-
damente;
$UW3DUDRVÀQVGHVWD/HLRVyUJmRVHHQWLGDGHVGD X - termo de contrato ou instrumento equivalente,
Administração Pública que realizem frequentemente conforme o caso;
licitações manterão registros cadastrais para efeito de XI - outros comprovantes de publicações;
habilitação, na forma regulamentar, válidos por, no ;,,GHPDLVGRFXPHQWRVUHODWLYRVjOLFLWDomR
Pi[LPRXPDQR 3DUiJUDIR ~QLFR $V PLQXWDV GH HGLWDLV GH OLFLWDomR
†ž2UHJLVWURFDGDVWUDOGHYHUiVHUDPSODPHQWHGL- bem como as dos contratos, acordos, convênios ou
vulgado e deverá estar permanentemente aberto aos ajustes devem ser previamente examinadas e aprova-
interessados, obrigando-se a unidade por ele respon- GDVSRUDVVHVVRULDMXUtGLFDGD$GPLQLVWUDomR
sável a proceder, no mínimo anualmente, através da $UW6HPSUHTXHRYDORUHVWLPDGRSDUDXPDOLFL-
LPSUHQVDRÀFLDOHGHMRUQDOGLiULRDFKDPDPHQWRS~- tação ou para um conjunto de licitações simultâneas
RXVXFHVVLYDVIRUVXSHULRUD FHP YH]HVROLPLWH
blico para a atualização dos registros existentes e para
SUHYLVWRQRDUWLQFLVR,DOtQHD´FµGHVWD/HLRSUR-
RLQJUHVVRGHQRYRVLQWHUHVVDGRV cesso licitatório será iniciado, obrigatoriamente, com
† ž e IDFXOWDGR jV XQLGDGHV DGPLQLVWUDWLYDV XWLOL]D- uma audiência pública concedida pela autoridade
rem-se de registros cadastrais de outros órgãos ou en- UHVSRQViYHO FRP DQWHFHGrQFLD PtQLPD GH  TXLQ-
WLGDGHVGD$GPLQLVWUDomR3~EOLFD ze) dias úteis da data prevista para a publicação do
$UW$RUHTXHUHULQVFULomRQRFDGDVWURRXDWXDOL]D- HGLWDOHGLYXOJDGDFRPDDQWHFHGrQFLDPtQLPDGH
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ção deste, a qualquer tempo, o interessado fornecerá (dez) dias úteis de sua realização, pelos mesmos meios
os elementos necessários à satisfação das exigências previstos para a publicidade da licitação, à qual terão
GRDUWGHVWD/HL acesso e direito a todas as informações pertinentes e a
$UW2VLQVFULWRVVHUmRFODVVLÀFDGRVSRUFDWHJRULDV VHPDQLIHVWDUWRGRVRVLQWHUHVVDGRV
tendo-se em vista sua especialização, subdivididas em
JUXSRV VHJXQGR D TXDOLÀFDomR WpFQLFD H HFRQ{PLFD 3DUiJUDIR ~QLFR 3DUD RV ÀQV GHVWH DUWLJR FRQVLGH-
avaliada pelos elementos constantes da documenta- ram-se licitações simultâneas aquelas com objetos si-
omRUHODFLRQDGDQRVDUWVHGHVWD/HL milares e com realização prevista para intervalos não
†ž$RVLQVFULWRVVHUiIRUQHFLGRFHUWLÀFDGRUHQRYiYHO superiores a trinta dias e licitações sucessivas aque-
VHPSUHTXHDWXDOL]DUHPRUHJLVWUR las em que, também com objetos similares, o edital
†ž$DWXDomRGROLFLWDQWHQRFXPSULPHQWRGHREUL- subsequente tenha uma data anterior a cento e vinte
gações assumidas será anotada no respectivo registro dias após o término do contrato resultante da licitação
FDGDVWUDO DQWHFHGHQWH

93
$UW2HGLWDOFRQWHUiQRSUHkPEXORRQ~PHURGH G FRPSHQVDo}HVÀQDQFHLUDVHSHQDOL]Do}HVSRUHYHQ-
ordem em série anual, o nome da repartição interes- tuais atrasos, e descontos, por eventuais antecipações
sada e de seu setor, a modalidade, o regime de execu- de pagamentos;
ção e o tipo da licitação, a menção de que será regida e) exigência de seguros, quando for o caso;
SRUHVWD/HLRORFDOGLDHKRUDSDUDUHFHELPHQWRGD XV - instruções e normas para os recursos previstos
documentação e proposta, bem como para início da QHVWD/HL
abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, XVI - condições de recebimento do objeto da licitação;
o seguinte: ;9,,  RXWUDV LQGLFDo}HV HVSHFtÀFDV RX SHFXOLDUHV GD
I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara; OLFLWDomR
II - prazo e condições para assinatura do contrato ou †ž2RULJLQDOGRHGLWDOGHYHUiVHUGDWDGRUXEULFDGR
UHWLUDGD GRV LQVWUXPHQWRV FRPR SUHYLVWR QR DUW  em todas as folhas e assinado pela autoridade que o
GHVWD /HL SDUD H[HFXomR GR FRQWUDWR H SDUD HQWUHJD expedir, permanecendo no processo de licitação, e dele
do objeto da licitação; extraindo-se cópias integrais ou resumidas, para sua
III - sanções para o caso de inadimplemento; GLYXOJDomRHIRUQHFLPHQWRDRVLQWHUHVVDGRV
IV - local onde poderá ser examinado e adquirido o †ž&RQVWLWXHPDQH[RVGRHGLWDOGHOHID]HQGRSDUWH
projeto básico; integrante:
V - se há projeto executivo disponível na data da pu- ,RSURMHWREiVLFRHRXH[HFXWLYRFRPWRGDVDVVXDV
blicação do edital de licitação e o local onde possa ser SDUWHVGHVHQKRVHVSHFLÀFDo}HVHRXWURVFRPSOHPHQ-
examinado e adquirido; tos;
VI - condições para participação na licitação, em con- II - orçamento estimado em planilhas de quantitativos
IRUPLGDGHFRPRVDUWVDGHVWD/HLHIRUPDGH e preços unitários;
apresentação das propostas; ,,,DPLQXWDGRFRQWUDWRDVHUÀUPDGRHQWUHD$GPL-
VII - critério para julgamento, com disposições claras e nistração e o licitante vencedor;
parâmetros objetivos; ,9DVHVSHFLÀFDo}HVFRPSOHPHQWDUHVHDVQRUPDVGH
H[HFXomRSHUWLQHQWHVjOLFLWDomR
VIII - locais, horários e códigos de acesso dos meios
† ž 3DUD HIHLWR GR GLVSRVWR QHVWD /HL FRQVLGHUDVH
de comunicação à distância em que serão fornecidos
como adimplemento da obrigação contratual a pres-
elementos, informações e esclarecimentos relativos à
tação do serviço, a realização da obra, a entrega do
licitação e às condições para atendimento das obriga-
bem ou de parcela destes, bem como qualquer outro
ções necessárias ao cumprimento de seu objeto;
evento contratual a cuja ocorrência esteja vinculada a
IX - condições equivalentes de pagamento entre em-
HPLVVmRGHGRFXPHQWRGHFREUDQoD
†ž1DVFRPSUDVSDUDHQWUHJDLPHGLDWDDVVLPHQWHQ-
presas brasileiras e estrangeiras, no caso de licitações
internacionais;
didas aquelas com prazo de entrega até trinta dias da
data prevista para apresentação da proposta, poderão
X - o critério de aceitabilidade dos preços unitário e ser dispensadas:
JOREDOFRQIRUPHRFDVRSHUPLWLGDDÀ[DomRGHSUH- I - o disposto no inciso XI deste artigo;
oRVPi[LPRVHYHGDGRVDÀ[DomRGHSUHoRVPtQLPRV ,,DDWXDOL]DomRÀQDQFHLUDDTXHVHUHIHUHDDOtQHD
critérios estatísticos ou faixas de variação em relação ´FµGRLQFLVR;,9GHVWHDUWLJRFRUUHVSRQGHQWHDRSHUt-
a preços de referência, ressalvado o disposto nos pará- odo compreendido entre as datas do adimplemento e
JUDIRVžHžGRDUW a prevista para o pagamento, desde que não superior
XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação DTXLQ]HGLDV
efetiva do custo de produção, admitida a adoção de † ž $ $GPLQLVWUDomR 3~EOLFD SRGHUi QRV HGLWDLV GH
tQGLFHVHVSHFtÀFRVRXVHWRULDLVGHVGHDGDWDSUHYLVWD licitação para a contratação de serviços, exigir da
para apresentação da proposta, ou do orçamento a contratada que um percentual mínimo de sua mão
que essa proposta se referir, até a data do adimple- de obra seja oriundo ou egresso do sistema prisional,
mento de cada parcela; FRPDÀQDOLGDGHGHUHVVRFLDOL]DomRGRUHHGXFDQGRQD
;,, 9HWDGR  IRUPDHVWDEHOHFLGDHPUHJXODPHQWR
XIII - limites para pagamento de instalação e mobili- $UW$$GPLQLVWUDomRQmRSRGHGHVFXPSULUDVQRU-
zação para execução de obras ou serviços que serão
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

mas e condições do edital, ao qual se acha estritamen-


obrigatoriamente previstos em separado das demais WHYLQFXODGD
parcelas, etapas ou tarefas; †ž4XDOTXHUFLGDGmRpSDUWHOHJtWLPDSDUDLPSXJ-
XIV - condições de pagamento, prevendo: nar edital de licitação por irregularidade na aplicação
a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, con- GHVWD /HL GHYHQGR SURWRFRODU R SHGLGR DWp  FLQFR 
WDGRDSDUWLUGDGDWDÀQDOGRSHUtRGRGHDGLPSOHPHQ- GLDV ~WHLV DQWHV GD GDWD À[DGD SDUD D DEHUWXUD GRV
to de cada parcela; envelopes de habilitação, devendo a Administração
b) cronograma de desembolso máximo por período, julgar e responder à impugnação em até 3 (três) dias
em conformidade com a disponibilidade de recursos ~WHLV VHP SUHMXt]R GD IDFXOGDGH SUHYLVWD QR † o do
ÀQDQFHLURV DUW
F FULWpULRGHDWXDOL]DomRÀQDQFHLUDGRVYDORUHVDVH- † ž 'HFDLUi GR GLUHLWR GH LPSXJQDU RV WHUPRV GR
UHPSDJRVGHVGHDGDWDÀQDOGRSHUtRGRGHDGLPSOH- edital de licitação perante a administração o licitante
mento de cada parcela até a data do efetivo paga- TXHQmRRÀ]HUDWpRVHJXQGRGLD~WLOTXHDQWHFHGHU
mento; a abertura dos envelopes de habilitação em concor-

94
rência, a abertura dos envelopes com as propostas em ,9  YHULÀFDomR GD FRQIRUPLGDGH GH FDGD SURSRVWD
convite, tomada de preços ou concurso, ou a realiza- com os requisitos do edital e, conforme o caso, com
ção de leilão, as falhas ou irregularidades que vicia- RV SUHoRV FRUUHQWHV QR PHUFDGR RX À[DGRV SRU yU-
riam esse edital, hipótese em que tal comunicação não JmR RÀFLDO FRPSHWHQWH RX DLQGD FRP RV FRQVWDQWHV
WHUiHIHLWRGHUHFXUVR do sistema de registro de preços, os quais deverão ser
†ž$LPSXJQDomRIHLWDWHPSHVWLYDPHQWHSHOROLFLWDQ- devidamente registrados na ata de julgamento, pro-
te não o impedirá de participar do processo licitatório PRYHQGRVHDGHVFODVVLÀFDomRGDVSURSRVWDVGHVFRQ-
DWpRWUkQVLWRHPMXOJDGRGDGHFLVmRDHODSHUWLQHQWH formes ou incompatíveis;
†ž$LQDELOLWDomRGROLFLWDQWHLPSRUWDSUHFOXVmRGR 9MXOJDPHQWRHFODVVLÀFDomRGDVSURSRVWDVGHDFRUGR
VHXGLUHLWRGHSDUWLFLSDUGDVIDVHVVXEVHTXHQWHV com os critérios de avaliação constantes do edital;
$UW1DVFRQFRUUrQFLDVGHkPELWRLQWHUQDFLRQDOR VI - deliberação da autoridade competente quanto à
edital deverá ajustar-se às diretrizes da política mo- KRPRORJDomRHDGMXGLFDomRGRREMHWRGDOLFLWDomR
†ž$DEHUWXUDGRVHQYHORSHVFRQWHQGRDGRFXPHQ-
netária e do comércio exterior e atender às exigências
GRVyUJmRVFRPSHWHQWHV
tação para habilitação e as propostas será realizada
†ž4XDQGRIRUSHUPLWLGRDROLFLWDQWHHVWUDQJHLURFR-
sempre em ato público previamente designado, do
tar preço em moeda estrangeira, igualmente o poderá
ID]HUROLFLWDQWHEUDVLOHLUR
qual se lavrará ata circunstanciada, assinada pelos li-
† ž 2 SDJDPHQWR IHLWR DR OLFLWDQWH EUDVLOHLUR HYHQ- FLWDQWHVSUHVHQWHVHSHOD&RPLVVmR
tualmente contratado em virtude da licitação de que †ž7RGRVRVGRFXPHQWRVHSURSRVWDVVHUmRUXEULFD-
trata o parágrafo anterior será efetuado em moeda GRVSHORVOLFLWDQWHVSUHVHQWHVHSHOD&RPLVVmR
brasileira, à taxa de câmbio vigente no dia útil imedia- † ž e IDFXOWDGD j &RPLVVmR RX DXWRULGDGH VXSHULRU
WDPHQWHDQWHULRUjGDWDGRHIHWLYRSDJDPHQWR em qualquer fase da licitação, a promoção de dili-
†ž$VJDUDQWLDVGHSDJDPHQWRDROLFLWDQWHEUDVLOHL- gência destinada a esclarecer ou a complementar a
ro serão equivalentes àquelas oferecidas ao licitante instrução do processo, vedada a inclusão posterior de
HVWUDQJHLUR documento ou informação que deveria constar origi-
†ž3DUDÀQVGHMXOJDPHQWRGDOLFLWDomRDVSURSRVWDV QDULDPHQWHGDSURSRVWD
apresentadas por licitantes estrangeiros serão acresci- †ž2GLVSRVWRQHVWHDUWLJRDSOLFDVHjFRQFRUUrQFLD
das dos gravames consequentes dos mesmos tributos e, no que couber, ao concurso, ao leilão, à tomada de
que oneram exclusivamente os licitantes brasileiros SUHoRVHDRFRQYLWH
TXDQWRjRSHUDomRÀQDOGHYHQGD † ž 8OWUDSDVVDGD D IDVH GH KDELOLWDomR GRV FRQFRU-
†ž3DUDDUHDOL]DomRGHREUDVSUHVWDomRGHVHUYLoRV rentes (incisos I e II) e abertas as propostas (inciso III),
RXDTXLVLomRGHEHQVFRPUHFXUVRVSURYHQLHQWHVGHÀ- QmRFDEHGHVFODVVLÀFiORVSRUPRWLYRUHODFLRQDGRFRP
QDQFLDPHQWR RX GRDomR RULXQGRV GH DJrQFLD RÀFLDO a habilitação, salvo em razão de fatos supervenientes
GH FRRSHUDomR HVWUDQJHLUD RX RUJDQLVPR ÀQDQFHLUR RXVyFRQKHFLGRVDSyVRMXOJDPHQWR
multilateral de que o Brasil seja parte, poderão ser †ž$SyVDIDVHGHKDELOLWDomRQmRFDEHGHVLVWrQFLD
admitidas, na respectiva licitação, as condições decor- de proposta, salvo por motivo justo decorrente de fato
rentes de acordos, protocolos, convenções ou tratados VXSHUYHQLHQWHHDFHLWRSHOD&RPLVVmR
LQWHUQDFLRQDLV DSURYDGRV SHOR &RQJUHVVR 1DFLRQDO $UW1RMXOJDPHQWRGDVSURSRVWDVD&RPLVVmROH-
bem como as normas e procedimentos daquelas en- YDUi HP FRQVLGHUDomR RV FULWpULRV REMHWLYRV GHÀQLGRV
tidades, inclusive quanto ao critério de seleção da no edital ou convite, os quais não devem contrariar as
QRUPDVHSULQFtSLRVHVWDEHOHFLGRVSRUHVWD/HL
proposta mais vantajosa para a administração, o qual
poderá contemplar, além do preço, outros fatores de
†žeYHGDGDDXWLOL]DomRGHTXDOTXHUHOHPHQWRFUL-
avaliação, desde que por elas exigidos para a obten-
tério ou fator sigiloso, secreto, subjetivo ou reservado
omR GR ÀQDQFLDPHQWR RX GD GRDomR H TXH WDPEpP
QmRFRQÁLWHPFRPRSULQFtSLRGRMXOJDPHQWRREMHWLYR
que possa ainda que indiretamente elidir o princípio
e sejam objeto de despacho motivado do órgão execu- GDLJXDOGDGHHQWUHRVOLFLWDQWHV
WRUGRFRQWUDWRGHVSDFKRHVVHUDWLÀFDGRSHODDXWRUL- †ž1mRVHFRQVLGHUDUiTXDOTXHURIHUWDGHYDQWDJHP
GDGHLPHGLDWDPHQWHVXSHULRU QmRSUHYLVWDQRHGLWDORXQRFRQYLWHLQFOXVLYHÀQDQ-
†ž$VFRWDo}HVGHWRGRVRVOLFLWDQWHVVHUmRSDUDHQ- ciamentos subsidiados ou a fundo perdido, nem preço
WUHJDQRPHVPRORFDOGHGHVWLQR ou vantagem baseada nas ofertas dos demais licitan-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

$UW$OLFLWDomRVHUiSURFHVVDGDHMXOJDGDFRPRE- WHV
servância dos seguintes procedimentos: † ž 1mR VH DGPLWLUi SURSRVWD TXH DSUHVHQWH SUHoRV
I - abertura dos envelopes contendo a documentação global ou unitários simbólicos, irrisórios ou de valor
relativa à habilitação dos concorrentes, e sua aprecia- zero, incompatíveis com os preços dos insumos e salá-
ção; rios de mercado, acrescidos dos respectivos encargos,
II - devolução dos envelopes fechados aos concorrentes ainda que o ato convocatório da licitação não tenha
inabilitados, contendo as respectivas propostas, desde estabelecido limites mínimos, exceto quando se referi-
que não tenha havido recurso ou após sua denegação; rem a materiais e instalações de propriedade do pró-
III - abertura dos envelopes contendo as propostas prio licitante, para os quais ele renuncie a parcela ou
dos concorrentes habilitados, desde que transcorrido jWRWDOLGDGHGDUHPXQHUDomR
o prazo sem interposição de recurso, ou tenha havido †ž2GLVSRVWRQRSDUiJUDIRDQWHULRUDSOLFDVHWDP-
desistência expressa, ou após o julgamento dos recur- bém às propostas que incluam mão-de-obra estran-
sos interpostos; JHLUDRXLPSRUWDo}HVGHTXDOTXHUQDWXUH]D

95
$UW2MXOJDPHQWRGDVSURSRVWDVVHUiREMHWivo, de- ,,XPDYH]FODVVLÀFDGDVDVSURSRVWDVWpFQLFDVSURFH-
YHQGRD&RPLVVmRGHOLFLWDomRRXRUHVSRQViYHOSHOR der-se-á à abertura das propostas de preço dos licitan-
convite realizá-lo em conformidade com os tipos de tes que tenham atingido a valorização mínima esta-
licitação, os critérios previamente estabelecidos no belecida no instrumento convocatório e à negociação
ato convocatório e de acordo com os fatores exclusi- das condições propostas, com a proponente melhor
vamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua FODVVLÀFDGD FRP EDVH QRV RUoDPHQWRV GHWDOKDGRV
DIHULomRSHORVOLFLWDQWHVHSHORVyUJmRVGHFRQWUROH apresentados e respectivos preços unitários e tendo
†ž3DUDRVHIHLWRVGHVWHDUWLJRFRQVWLWXHPWLSRVGH como referência o limite representado pela proposta
licitação, exceto na modalidade concurso:
de menor preço entre os licitantes que obtiveram a
I - a de menor preço - quando o critério de seleção da
valorização mínima;
proposta mais vantajosa para a Administração deter-
minar que será vencedor o licitante que apresentar a III - no caso de impasse na negociação anterior, proce-
SURSRVWDGHDFRUGRFRPDVHVSHFLÀFDo}HVGRHGLWDORX dimento idêntico será adotado, sucessivamente, com
convite e ofertar o menor preço; RV GHPDLV SURSRQHQWHV SHOD RUGHP GH FODVVLÀFDomR
II - a de melhor técnica; até a consecução de acordo para a contratação;
III - a de técnica e preço; IV - as propostas de preços serão devolvidas intactas
IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de aliena- aos licitantes que não forem preliminarmente habi-
omRGHEHQVRXFRQFHVVmRGHGLUHLWRUHDOGHXVR litados ou que não obtiverem a valorização mínima
†ž1RFDVRGHHPSDWHHQWUHGXDVRXPDLVSURSRVWDV HVWDEHOHFLGDSDUDDSURSRVWDWpFQLFD
e após obedecido o disposto no § 2oGRDUWoGHVWD/HL †ž1DVOLFLWDo}HVGRWLSR´WpFQLFDHSUHoRµVHUiDGR-
DFODVVLÀFDomRVHIDUiREULJDWRULDPHQWHSRUVRUWHLR tado, adicionalmente ao inciso I do parágrafo anterior,
em ato público, para o qual todos os licitantes serão o seguinte procedimento claramente explicitado no
FRQYRFDGRVYHGDGRTXDOTXHURXWURSURFHVVR instrumento convocatório:
†ž1RFDVRGDOLFLWDomRGRWLSR´PHQRUSUHoRµHQWUH I - será feita a avaliação e a valorização das propostas
RVOLFLWDQWHVFRQVLGHUDGRVTXDOLÀFDGRVDFODVVLÀFDomR de preços, de acordo com critérios objetivos preestabe-
se dará pela ordem crescente dos preços propostos, lecidos no instrumento convocatório;
prevalecendo, no caso de empate, exclusivamente o ,,DFODVVLÀFDomRGRVSURSRQHQWHVIDUVHiGHDFRUGR
FULWpULRSUHYLVWRQRSDUiJUDIRDQWHULRU
com a média ponderada das valorizações das propos-
†ž3DUDFRQWUDWDomRGHEHQVHVHUYLoRVGHLQIRUPiWL-
FDDDGPLQLVWUDomRREVHUYDUiRGLVSRVWRQRDUWo da tas técnicas e de preço, de acordo com os pesos prees-
/HLQRGHGHRXWXEURGHOHYDQGRHP WDEHOHFLGRVQRLQVWUXPHQWRFRQYRFDWyULR
FRQWDRVIDWRUHVHVSHFLÀFDGRVHPVHX†o e adotando
REULJDWRULDPHQWHRWLSRGHOLFLWDomR´WpFQLFDHSUHoRµ †ž([FHSFLRQDOPHQWHRVWLSRVGHOLFLWDomRSUHYLVWRV
permitido o emprego de outro tipo de licitação nos ca- neste artigo poderão ser adotados, por autorização
VRVLQGLFDGRVHPGHFUHWRGR3RGHU([HFXWLYR H[SUHVVD H PHGLDQWH MXVWLÀFDWLYD FLUFXQVWDQFLDGD GD
†žeYHGDGDDXWLOL]DomRGHRXWURVWLSRVGHOLFLWDomR maior autoridade da Administração promotora cons-
QmRSUHYLVWRVQHVWHDUWLJR tante do ato convocatório, para fornecimento de bens
† ž 1D KLSyWHVH SUHYLVWD QR DUW  † ž VHUmR VH- e execução de obras ou prestação de serviços de gran-
lecionadas tantas propostas quantas necessárias até de vulto majoritariamente dependentes de tecnologia
TXHVHDWLQMDDTXDQWLGDGHGHPDQGDGDQDOLFLWDomR QLWLGDPHQWHVRÀVWLFDGDHGHGRPtQLRUHVWULWRDWHVWDGR
$UW2VWLSRVGHOLFLWDomR´PHOKRUWpFQLFDµRX´WpF- SRUDXWRULGDGHVWpFQLFDVGHUHFRQKHFLGDTXDOLÀFDomR
QLFD H SUHoRµ VHUmR XWLOL]DGRV H[FOXVLYDPHQWH SDUD nos casos em que o objeto pretendido admitir soluções
serviços de natureza predominantemente intelectual, alternativas e variações de execução, com repercus-
HPHVSHFLDOQDHODERUDomRGHSURMHWRVFiOFXORVÀVFD- V}HVVLJQLÀFDWLYDVVREUHVXDTXDOLGDGHSURGXWLYLGDGH
lização, supervisão e gerenciamento e de engenharia rendimento e durabilidade concretamente mensurá-
consultiva em geral e, em particular, para a elabora-
veis, e estas puderem ser adotadas à livre escolha dos
ção de estudos técnicos preliminares e projetos básicos
H H[HFXWLYRV UHVVDOYDGR R GLVSRVWR QR † o do artigo
licitantes, na conformidade dos critérios objetivamen-
DQWHULRU WHÀ[DGRVQRDWRFRQYRFDWyULR
†ž1DVOLFLWDo}HVGRWLSR´PHOKRUWpFQLFDµVHUiDGR- †ž 9HWDGR 
tado o seguinte procedimento claramente explicitado $UW1DVOLFLWDo}HVSDUDDH[HFXomRGHREUDVHVHU-
QR LQVWUXPHQWR FRQYRFDWyULR R TXDO À[DUi R SUHoR
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

viços, quando for adotada a modalidade de execução


máximo que a Administração se propõe a pagar: de empreitada por preço global, a Administração de-
I - serão abertos os envelopes contendo as propostas verá fornecer obrigatoriamente, junto com o edital,
técnicas exclusivamente dos licitantes previamente todos os elementos e informações necessários para
TXDOLÀFDGRV H IHLWD HQWmR D DYDOLDomR H FODVVLÀFDomR que os licitantes possam elaborar suas propostas de
destas propostas de acordo com os critérios perti- preços com total e completo conhecimento do objeto
QHQWHVHDGHTXDGRVDRREMHWROLFLWDGRGHÀQLGRVFRP GDOLFLWDomR
clareza e objetividade no instrumento convocatório $UW6HUmRGHVFODVVLÀFDGDV
e que considerem a capacitação e a experiência do I - as propostas que não atendam às exigências do
proponente, a qualidade técnica da proposta, compre- ato convocatório da licitação;
endendo metodologia, organização, tecnologias e re-
II - propostas com valor global superior ao limite es-
cursos materiais a serem utilizados nos trabalhos, e a
tabelecido ou com preços manifestamente inexequí-
TXDOLÀFDomRGDVHTXLSHVWpFQLFDVDVHUHPPRELOL]DGDV
veis, assim considerados aqueles que não venham a
para a sua execução;
ter demonstrada sua viabilidade através de documen-

96
tação que comprove que os custos dos insumos são †ž1RFDVRGHFRQYLWHD&RPLVVmRGHOLFLWDomRH[-
FRHUHQWHV FRP RV GH PHUFDGR H TXH RV FRHÀFLHQWHV cepcionalmente, nas pequenas unidades administra-
de produtividade são compatíveis com a execução do tivas e em face da exiguidade de pessoal disponível,
objeto do contrato, condições estas necessariamente poderá ser substituída por servidor formalmente de-
HVSHFLÀFDGDVQRDWRFRQYRFDWyULRGDOLFLWDomR VLJQDGRSHODDXWRULGDGHFRPSHWHQWH
†ž3DUDRVHIHLWRVGRGLVSRVWRQRLQFLVR,,GHVWHDU- †ž$&RPLVVmRSDUDMXOJDPHQWRGRVSHGLGRVGHLQV-
tigo consideram-se manifestamente inexequíveis, no crição em registro cadastral, sua alteração ou cance-
caso de licitações de menor preço para obras e servi- ODPHQWRVHUiLQWHJUDGDSRUSURÀVVLRQDLVOHJDOPHQWH
ços de engenharia, as propostas cujos valores sejam habilitados no caso de obras, serviços ou aquisição de
LQIHULRUHVD VHWHQWDSRUFHQWR GRPHQRUGRVVH- HTXLSDPHQWRV
guintes valores: †ž2VPHPEURVGDV&RPLVV}HVGHOLFLWDomRUHVSRQ-
a) média aritmética dos valores das propostas supe- derão solidariamente por todos os atos praticados
ULRUHV D  FLQTHQWD SRU FHQWR  GR YDORU RUoDGR SHOD&RPLVVmRVDOYRVHSRVLomRLQGLYLGXDOGLYHUJHQWH
pela administração, ou estiver devidamente fundamentada e registrada em
E YDORURUoDGRSHODDGPLQLVWUDomR ata lavrada na reunião em que tiver sido tomada a
†ž'RVOLFLWDQWHVFODVVLÀFDGRVQDIRUPDGRSDUiJUD- GHFLVmR
fo anterior cujo valor global da proposta for inferior † ž $ LQYHVWLGXUD GRV PHPEURV GDV &RPLVV}HV SHU-
D  RLWHQWD SRU FHQWR  GR PHQRU YDORU D TXH VH PDQHQWHVQmRH[FHGHUiD XP DQRYHGDGDDUHFRQ-
UHIHUHPDVDOtQHDV´DµH´EµVHUiH[LJLGDSDUDDDVVL- dução da totalidade de seus membros para a mesma
natura do contrato, prestação de garantia adicional, FRPLVVmRQRSHUtRGRVXEVHTXHQWH
GHQWUH DV PRGDOLGDGHV SUHYLVWDV QR † ž GR DUW  †ž1RFDVRGHFRQFXUVRRMXOJDPHQWRVHUiIHLWRSRU
igual a diferença entre o valor resultante do parágra- uma comissão especial integrada por pessoas de repu-
IRDQWHULRUHRYDORUGDFRUUHVSRQGHQWHSURSRVWD tação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria
†ž4XDQGRWRGRVRVOLFLWDQWHVIRUHPLQDELOLWDGRVRX HPH[DPHVHUYLGRUHVS~EOLFRVRXQmR
WRGDVDVSURSRVWDVIRUHPGHVFODVVLÀFDGDVDDGPLQLV- $UW2FRQFXUVRDTXHVHUHIHUHR†oGRDUW
WUDomRSRGHUiÀ[DUDRVOLFLWDQWHVRSUD]RGHRLWRGLDV GHVWD/HLGHYHVHUSUHFHGLGRGHUHJXODPHQWRSUySULR
úteis para a apresentação de nova documentação ou a ser obtido pelos interessados no local indicado no
de outras propostas escoimadas das causas referidas HGLWDO
neste artigo, facultada, no caso de convite, a redução †ž2UHJXODPHQWRGHYHUiLQGLFDU
GHVWHSUD]RSDUDWUrVGLDV~WHLV ,DTXDOLÀFDomRH[LJLGDGRVSDUWLFLSDQWHV
$UW  $ DXWRULGDGH FRPSHWHQWH SDUD D DSURYDomR II - as diretrizes e a forma de apresentação do traba-
do procedimento somente poderá revogar a licitação lho;
por razões de interesse público decorrente de fato su- III - as condições de realização do concurso e os prê-
perveniente devidamente comprovado, pertinente e PLRVDVHUHPFRQFHGLGRV
VXÀFLHQWHSDUDMXVWLÀFDUWDOFRQGXWDGHYHQGRDQXOi- †ž(PVHWUDWDQGRGHSURMHWRRYHQFHGRUGHYHUiDX-
-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de torizar a Administração a executá-lo quando julgar
terceiros, mediante parecer escrito e devidamente FRQYHQLHQWH
IXQGDPHQWDGR $UW2OHLOmRSRGHVHUFRPHWLGRDOHLORHLURRÀFLDORX
†ž$DQXODomRGRSURFHGLPHQWROLFLWDWyULRSRUPR- a servidor designado pela Administração, proceden-
tivo de ilegalidade não gera obrigação de indenizar, GRVHQDIRUPDGDOHJLVODomRSHUWLQHQWH
UHVVDOYDGR R GLVSRVWR QR SDUiJUDIR ~QLFR GR DUW  †ž7RGREHPDVHUOHLORDGRVHUiSUHYLDPHQWHDYDOLD-
GHVWD/HL GRSHOD$GPLQLVWUDomRSDUDÀ[DomRGRSUHoRPtQLPR
†ž$QXOLGDGHGRSURFHGLPHQWROLFLWDWyULRLQGX]jGR GHDUUHPDWDomR
contrato, ressalvado o disposto no parágrafo único do †ž2VEHQVDUUHPDWDGRVVHUmRSDJRVjYLVWDRXQR
DUWGHVWD/HL SHUFHQWXDO HVWDEHOHFLGR QR HGLWDO QmR LQIHULRU D 
†ž1RFDVRGHGHVID]LPHQWRGRSURFHVVROLFLWDWyULR (cinco por cento) e, após a assinatura da respectiva ata
ÀFDDVVHJXUDGRRFRQWUDGLWyULRHDDPSODGHIHVD lavrada no local do leilão, imediatamente entregues
†ž2GLVSRVWRQHVWHDUWLJRHVHXVSDUiJUDIRVDSOLFD- ao arrematante, o qual se obrigará ao pagamento do
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

-se aos atos do procedimento de dispensa e de inexi- restante no prazo estipulado no edital de convocação,
JLELOLGDGHGHOLFLWDomR sob pena de perder em favor da Administração o valor
MiUHFROKLGR
$UW$$GPLQLVWUDomRQmRSRGHUiFHOHEUDURFRQ- †ž1RVOHLO}HVLQWHUQDFLRQDLVRSDJDPHQWRGDSDUFH-
WUDWR FRP SUHWHULomR GD RUGHP GH FODVVLÀFDomR GDV ODjYLVWDSRGHUiVHUIHLWRHPDWpYLQWHHTXDWURKRUDV
propostas ou com terceiros estranhos ao procedimen- †ž2HGLWDOGHOHLOmRGHYHVHUDPSODPHQWHGLYXOJDGR
WROLFLWDWyULRVRESHQDGHQXOLGDGH SULQFLSDOPHQWHQRPXQLFtSLRHPTXHVHUHDOL]DUi
$UW$KDELOLWDomRSUHOLPLQDUDLQVFULomRHPUHJLV-
tro cadastral, a sua alteração ou cancelamento, e as
propostas serão processadas e julgadas por comissão
permanente ou especial de, no mínimo, 3 (três) mem-
bros, sendo pelo menos 2 (dois) deles servidores qua-
OLÀFDGRV SHUWHQFHQWHV DRV TXDGURV SHUPDQHQWHV GRV
yUJmRVGD$GPLQLVWUDomRUHVSRQViYHLVSHODOLFLWDomR

97
Capítulo IV
#FicaDica DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DA TUTELA
JUDICIAL
Dos artigos 54 a 80, a Lei nº 8.666/1993 abor-
da os contratos administrativos, disciplina SEÇÃO I
que costuma incidir em concursos de nível DISPOSIÇÕES GERAIS
VXSHULRURXHVSHFtÀFRVGDViUHDVGHDXGLWR-
ria. Se em seu concurso for cobrado o conte- $UW  $ UHFXVD LQMXVWLÀFDGD GR DGMXGLFDWiULR HP
~GRGDOHLVHPHVSHFLÀFDomRGHTXDLVDVSHF- assinar o contrato, aceitar ou retirar o instrumento
tos, deve ser dada atenção à abordagem dos equivalente, dentro do prazo estabelecido pela Ad-
contratos administrativos. ministração, caracteriza o descumprimento total da
obrigação assumida, sujeitando-o às penalidades le-
JDOPHQWHHVWDEHOHFLGDV
12. Sanções administrativas 3DUiJUDIR~QLFR2GLVSRVWRQHVWHDUWLJRQmRVHDSOLFD
DRVOLFLWDQWHVFRQYRFDGRVQRVWHUPRVGRDUW†o
Em relação ao cumprimento as normas estabelecidas GHVWD/HLTXHQmRDFHLWDUHPDFRQWUDWDomRQDVPHV-
pela Lei de Licitações e Contratos Administrativos - Lei nº mas condições propostas pelo primeiro adjudicatário,
8.666/1993, caso haja alguma irregularidade, comprovação LQFOXVLYHTXDQWRDRSUD]RHSUHoR
da prática de atos ilícitos pela parte que causou o dano, $UW  2V DJHQWHV DGPLQLVWUDWLYRV TXH SUDWLFDUHP
além das responsabilidades civis, caberá também aplicação DWRV HP GHVDFRUGR FRP RV SUHFHLWRV GHVWD /HLRX YL-
das responsabilidades administrativas e judiciais. sando a frustrar os objetivos da licitação sujeitam-se
$ UHFXVD LQMXVWLÀFDGD GR DGMXGLFDWiULR HP DVVLQDU R jVVDQo}HVSUHYLVWDVQHVWD/HLHQRVUHJXODPHQWRVSUy-
contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, prios, sem prejuízo das responsabilidades civil e crimi-
dentro do prazo estabelecido pela Administração, carac- QDOTXHVHXDWRHQVHMDU
teriza o descumprimento total da obrigação assumida,
sujeitando-o às penalidades legalmente estabelecidas. $UW2VFULPHVGHÀQLGRVQHVWD/HLDLQGDTXHVLP-
Isto não se aplica aos licitantes convocados, que não plesmente tentados, sujeitam os seus autores, quando
aceitarem a contratação, nas mesmas condições propos- servidores públicos, além das sanções penais, à perda
tas pelo primeiro adjudicatário, inclusive quanto ao prazo GRFDUJRHPSUHJRIXQomRRXPDQGDWRHOHWLYR
e preço. $UW  &RQVLGHUDVH VHUYLGRU S~EOLFR SDUD RV ÀQV
Os agentes administrativos que praticarem atos em GHVWD/HLDTXHOHTXHH[HUFHPHVPRTXHWUDQVLWRULD-
GHVDFRUGRFRPRVSUHFHLWRVGHÀQLGRVSHOD/HLGH/LFLWD- mente ou sem remuneração, cargo, função ou empre-
ções e Contratos Administrativos ou visando a frustrar os JRS~EOLFR
objetivos da licitação sujeitam-se às sanções previstas na †ž(TXLSDUDVHDVHUYLGRUS~EOLFRSDUDRVÀQVGHVWD
lei licitatória e nos regulamentos próprios, sem prejuízo /HLTXHPH[HUFHFDUJRHPSUHJRRXIXQomRHPHQWL-
das responsabilidades civil e criminal que seu ato ensejar. dade paraestatal, assim consideradas, além das fun-
dações, empresas públicas e sociedades de economia
mista, as demais entidades sob controle, direto ou in-
#FicaDica GLUHWRGR3RGHU3~EOLFR
As sanções administrativas podem ser: † ž $ SHQD LPSRVWD VHUi DFUHVFLGD GD WHUoD SDUWH
Advertência; TXDQGRRVDXWRUHVGRVFULPHVSUHYLVWRVQHVWD/HLIR-
Multa; rem ocupantes de cargo em comissão ou de função de
Suspensão temporária/Descredenciamento FRQÀDQoD HP yUJmR GD $GPLQLVWUDomR GLUHWD DXWDU-
temporário - pelo prazo máximo de 2 anos, o quia, empresa pública, sociedade de economia mista,
qual cessado permite o automático restabe- fundação pública, ou outra entidade controlada direta
lecimento, não se condicionando ao ressarci- RXLQGLUHWDPHQWHSHOR3RGHU3~EOLFR
mento do erário; $UW  $V LQIUDo}HV SHQDLV SUHYLVWDV QHVWD /HL SHU-
Declaração de inidoneidade - por prazo in- tinem às licitações e aos contratos celebrados pela
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

determinado, sendo que o restabelecimento União, Estados, Distrito Federal, Municípios, e respecti-
depende de reabilitação, condicionada ao vas autarquias, empresas públicas, sociedades de eco-
ressarcimento do erário, concedida pela au- nomia mista, fundações públicas, e quaisquer outras
toridade sancionadora. HQWLGDGHVVREVHXFRQWUROHGLUHWRRXLQGLUHWR
As sanções administrativas são independen-
tes de eventuais sanções civis e criminais – SEÇÃO II
cabe a cumulação de punição entre as esfe- DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
ras, pois elas são independentes entre si.
$UW2DWUDVRLQMXVWLÀFDGRQDH[HFXomRGRFRQWUD-
to sujeitará o contratado à multa de mora, na forma
SUHYLVWDQRLQVWUXPHQWRFRQYRFDWyULRRXQRFRQWUDWR
†ž$PXOWDDTXHDOXGHHVWHDUWLJRQmRLPSHGHTXH
a Administração rescinda unilateralmente o contrato
HDSOLTXHDVRXWUDVVDQo}HVSUHYLVWDVQHVWD/HL

98
† ž $ PXOWD DSOLFDGD DSyV UHJXODU SURFHVVR DGPL- 3DUiJUDIR~QLFR1DPHVPDSHQDLQFRUUHDTXHOHTXH
nistrativo, será descontada da garantia do respectivo tendo comprovadamente concorrido para a consuma-
FRQWUDWDGR omRGDLOHJDOLGDGHEHQHÀFLRXVHGDGLVSHQVDRXLQH-
†ž6HDPXOWDIRUGHYDORUVXSHULRUDRYDORUGDJD- xigibilidade ilegal, para celebrar contrato com o Poder
rantia prestada, além da perda desta, responderá o 3~EOLFR
contratado pela sua diferença, a qual será descontada $UW  )UXVWUDU RX IUDXGDU PHGLDQWH DMXVWH FRPEL-
dos pagamentos eventualmente devidos pela Admi- nação ou qualquer outro expediente, o caráter com-
nistração ou ainda, quando for o caso, cobrada judi- petitivo do procedimento licitatório, com o intuito de
FLDOPHQWH obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente
$UW3HODLQH[HFXomRWRWDORX SDUFLDOGRFRQWUDWR da adjudicação do objeto da licitação:
a Administração poderá, garantida a prévia defesa, 3HQDGHWHQomRGH GRLV D TXDWUR DQRVHPXOWD
aplicar ao contratado as seguintes sanções: $UW3DWURFLQDUGLUHWDRXLQGLUHWDPHQWHLQWHUHVVH
I - advertência; privado perante a Administração, dando causa à ins-
II - multa, na forma prevista no instrumento convoca- tauração de licitação ou à celebração de contrato, cuja
tório ou no contrato; LQYDOLGDomRYLHUDVHUGHFUHWDGDSHOR3RGHU-XGLFLiULR
III - suspensão temporária de participação em licita- 3HQDGHWHQomRGH VHLV PHVHVD GRLV DQRVH
ção e impedimento de contratar com a Administração, PXOWD
por prazo não superior a 2 (dois) anos; $UW$GPLWLUSRVVLELOLWDURXGDUFDXVDDTXDOTXHU
IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contra- PRGLÀFDomRRXYDQWDJHPLQFOXVLYHSURUURJDomRFRQ-
tar com a Administração Pública enquanto perdura- tratual, em favor do adjudicatário, durante a execução
rem os motivos determinantes da punição ou até que dos contratos celebrados com o Poder Público, sem
seja promovida a reabilitação perante a própria auto- autorização em lei, no ato convocatório da licitação
ridade que aplicou a penalidade, que será concedida ou nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ain-
sempre que o contratado ressarcir a Administração da, pagar fatura com preterição da ordem cronológica
pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo GHVXDH[LJLELOLGDGHREVHUYDGRRGLVSRVWRQRDUW
GDVDQomRDSOLFDGDFRPEDVHQRLQFLVRDQWHULRU GHVWD/HL
†ž6HDPXOWDDSOLFDGDIRUVXSHULRUDRYDORUGDJD- 3HQDGHWHQomRGHGRLVDTXDWURDQRVHPXOWD
rantia prestada, além da perda desta, responderá o 3DUiJUDIR~QLFR,QFLGHQDPHVPDSHQDRFRQWUDWDGR
contratado pela sua diferença, que será descontada que, tendo comprovadamente concorrido para a con-
dos pagamentos eventualmente devidos pela Admi- sumação da ilegalidade, obtém vantagem indevida ou
QLVWUDomRRXFREUDGDMXGLFLDOPHQWH VHEHQHÀFLDLQMXVWDPHQWHGDVPRGLÀFDo}HVRXSURU-
† ž $V VDQo}HV SUHYLVWDV QRV LQFLVRV , ,,, H ,9 GHV- URJDo}HVFRQWUDWXDLV
te artigo poderão ser aplicadas juntamente com a do $UW,PSHGLUSHUWXUEDURXIUDXGDUDUHDOL]DomRGH
inciso II, facultada a defesa prévia do interessado, no qualquer ato de procedimento licitatório:
UHVSHFWLYRSURFHVVRQRSUD]RGH FLQFR GLDV~WHLV 3HQDGHWHQomRGH VHLV PHVHVD GRLV DQRVH
† ž $ VDQomR HVWDEHOHFLGD QR LQFLVR ,9 GHVWH DUWLJR PXOWD
é de competência exclusiva do Ministro de Estado, do $UW'HYDVVDURVLJLORGHSURSRVWDDSUHVHQWDGDHP
Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, fa- procedimento licitatório, ou proporcionar a terceiro o
cultada a defesa do interessado no respectivo proces- ensejo de devassá-lo:
VRQRSUD]RGH GH] GLDVGDDEHUWXUDGHYLVWDSR- 3HQDGHWHQomRGH GRLV D WUrV DQRVHPXOWD
dendo a reabilitação ser requerida após 2 (dois) anos $UW$IDVWDURXSURFXUDDIDVWDUOLFLWDQWHSRUPHLR
GHVXDDSOLFDomR 9LGHDUWLQFLVR,,, de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de
$UW$VVDQo}HVSUHYLVWDVQRVLQFLVRV,,,H,9GRDUWL- vantagem de qualquer tipo:
go anterior poderão também ser aplicadas às empre- 3HQDGHWHQomRGH GRLV D TXDWUR DQRVHPXOWD
VDVRXDRVSURÀVVLRQDLVTXHHPUD]mRGRVFRQWUDWRV DOpPGDSHQDFRUUHVSRQGHQWHjYLROrQFLD
UHJLGRVSRUHVWD/HL 3DUiJUDIR ~QLFR ,QFRUUH QD PHVPD SHQD TXHP VH
,WHQKDPVRIULGRFRQGHQDomRGHÀQLWLYDSRUSUDWLFD- abstém ou desiste de licitar, em razão da vantagem
UHPSRUPHLRVGRORVRVIUDXGHÀVFDOQRUHFROKLPHQWR RIHUHFLGD
$UW)UDXGDUHPSUHMXt]RGD)D]HQGD3~EOLFDOLFL-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

de quaisquer tributos;
II - tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os tação instaurada para aquisição ou venda de bens ou
objetivos da licitação; mercadorias, ou contrato dela decorrente:
III - demonstrem não possuir idoneidade para contra- I - elevando arbitrariamente os preços;
tar com a Administração em virtude de atos ilícitos II - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercado-
SUDWLFDGRV ULDIDOVLÀFDGDRXGHWHULRUDGD
III - entregando uma mercadoria por outra;
SEÇÃO III IV - alterando substância, qualidade ou quantidade da
DOS CRIMES E DAS PENAS mercadoria fornecida;
V - tornando, por qualquer modo, injustamente, mais
$UW'LVSHQVDURXLQH[LJLUOLFLWDomRIRUDGDVKLSyWH- onerosa a proposta ou a execução do contrato:
ses previstas em lei, ou deixar de observar as formali- 3HQDGHWHQomRGH WUrV D VHLV DQRVHPXOWD
dades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade: $UW$GPLWLUjOLFLWDomRRXFHOHEUDUFRQWUDWRFRP
3HQDGHWHQomRGH WUrV D FLQFR DQRVHPXOWD HPSUHVDRXSURÀVVLRQDOGHFODUDGRLQLG{QHR

99
3HQDGHWHQomRGH VHLV PHVHVD GRLV DQRVH $UW  'HFRUULGR HVVH SUD]R H FRQFOXVRV RV DXWRV
PXOWD GHQWURGH YLQWHHTXDWUR KRUDVWHUiRMXL] GH] 
3DUiJUDIR ~QLFR ,QFLGH QD PHVPD SHQD DTXHOH TXH GLDVSDUDSURIHULUDVHQWHQoD
declarado inidôneo, venha a licitar ou a contratar com $UW'D sentença cabe apelação, interponível no
D$GPLQLVWUDomR SUD]RGH FLQFR GLDV
$UW2EVWDULPSHGLURXGLÀFXOWDULQMXVWDPHQWHD $UW  1R SURFHVVDPHQWR H MXOJDPHQWR GDV LQIUD-
inscrição de qualquer interessado nos registros cadas- o}HVSHQDLVGHÀQLGDVQHVWD/HLDVVLPFRPRQRVUHFXU-
trais ou promover indevidamente a alteração, suspen- sos e nas execuções que lhes digam respeito, aplicar-
são ou cancelamento de registro do inscrito: VHmRVXEVLGLDULDPHQWHR&yGLJRGH3URFHVVR3HQDO
3HQDGHWHQomRGH VHLV PHVHVD GRLV DQRVH HD/HLGH([HFXomR3HQDO
PXOWD
$UW$SHQDGHPXOWDFRPLQDGDQRVDUWVD CAPÍTULO V
GHVWD/HLFRQVLVWHQRSDJDPHQWRGHTXDQWLDÀ[DGDQD DOS RECURSOS ADMINISTRATIVOS
sentença e calculada em índices percentuais, cuja base
corresponderá ao valor da vantagem efetivamente $UW  'RV DWRV GD $GPLQLVWUDomR GHFRUUHQWHV GD
REWLGDRXSRWHQFLDOPHQWHDXIHUtYHOSHORDJHQWH DSOLFDomRGHVWD/HLFDEHP
†ž2VtQGLFHVDTXHVHUHIHUHHVWHDUWLJRQmRSRGHUmR I - recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da
VHULQIHULRUHVD GRLVSRUFHQWR QHPVXSHULRUHVD intimação do ato ou da lavratura da ata, nos casos de:
 FLQFRSRUFHQWR GRYDORUGRFRQWUDWROLFLWDGRRX a) habilitação ou inabilitação do licitante;
celebrado com dispensa ou inexigibilidade de licita- b) julgamento das propostas;
omR c) anulação ou revogação da licitação;
† ž 2 SURGXWR GD DUUHFDGDomR GD PXOWD UHYHUWHUi d) indeferimento do pedido de inscrição em registro
conforme o caso, à Fazenda Federal, Distrital, Estadual cadastral, sua alteração ou cancelamento;
RX0XQLFLSDO H UHVFLVmRGRFRQWUDWRDTXHVHUHIHUHRLQFLVR,GRDUW
GHVWD/HL
SEÇÃO IV f) aplicação das penas de advertência, suspensão tem-
DO PROCESSO E DO PROCEDIMENTO JUDICIAL porária ou de multa;
II - representação, no prazo de 5 (cinco) dias úteis da
$UW  2V FULPHV GHÀQLGRV QHVWD /HL VmR GH DomR intimação da decisão relacionada com o objeto da li-
penal pública incondicionada, cabendo ao Ministério citação ou do contrato, de que não caiba recurso hie-
3~EOLFRSURPRYrOD rárquico;
III - pedido de reconsideração, de decisão de Ministro
$UW  4XDOTXHU SHVVRD SRGHUi SURYRFDU SDUD RV de Estado, ou Secretário Estadual ou Municipal, con-
HIHLWRV GHVWD /HL D LQLFLDWLYD GR 0LQLVWpULR 3~EOLFR IRUPHRFDVRQDKLSyWHVHGR†oGRDUWGHVWD/HL
fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato QRSUD]RGH GH] GLDV~WHLVGDLQWLPDomRGRDWR
e sua autoria, bem como as circunstâncias em que se †ž$LQWLPDomRGRVDWRVUHIHULGRVQRLQFLVR,DOtQHDV
GHXDRFRUUrQFLD ªD«ªE«ªF«HªH«GHVWHDUWLJRH[FOXtGRVRVUHODWLYRV
3DUiJUDIR ~QLFR 4XDQGR D FRPXQLFDomR IRU YHUEDO a advertência e multa de mora, e no inciso III, será
mandará a autoridade reduzi-la a termo, assinado IHLWD PHGLDQWH SXEOLFDomR QD LPSUHQVD RÀFLDO VDOYR
SHORDSUHVHQWDQWHHSRUGXDVWHVWHPXQKDV SDUDRVFDVRVSUHYLVWRVQDVDOtQHDV´DµH´EµVHSUH-
$UW4XDQGRHPDXWRVRXGRFXPHQWRVGHTXHFR- sentes os prepostos dos licitantes no ato em que foi
nhecerem, os magistrados, os membros dos Tribunais adotada a decisão, quando poderá ser feita por comu-
RX&RQVHOKRVGH&RQWDVRXRVWLWXODUHVGRVyUJmRVLQ- QLFDomRGLUHWDDRVLQWHUHVVDGRVHODYUDGDHPDWD
tegrantes do sistema de controle interno de qualquer †ž2UHFXUVRSUHYLVWRQDVDOtQHDV´DµH´EµGRLQFLVR,
GRV 3RGHUHV YHULÀFDUHP D H[LVWrQFLD GRV FULPHV GH- deste artigo terá efeito suspensivo, podendo a autori-
ÀQLGRV QHVWD /HL UHPHWHUmR DR 0LQLVWpULR 3~EOLFR DV dade competente, motivadamente e presentes razões
cópias e os documentos necessários ao oferecimento GHLQWHUHVVHS~EOLFRDWULEXLUDRUHFXUVRLQWHUSRVWRHÀ-
GDGHQ~QFLD FiFLDVXVSHQVLYDDRVGHPDLVUHFXUVRV
$UW6HUiDGPLWLGDDomRSHQDOSULYDGDVXEVLGLiULD †ž,QWHUSRVWRRUHFXUVRVHUiFRPXQLFDGRDRVGHPDLV
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

da pública, se esta não for ajuizada no prazo legal, licitantes, que poderão impugná-lo no prazo de 5 (cin-
DSOLFDQGRVHQRTXHFRXEHURGLVSRVWRQRVDUWVH FR GLDV~WHLV
GR&yGLJRGH3URFHVVR3HQDO †ž2UHFXUVRVHUiGLULJLGRjDXWRULGDGHVXSHULRUSRU
$UW5HFHELGDDGHQ~QFLDHFLWDGRRUpXWHUiHVWH intermédio da que praticou o ato recorrido, a qual po-
RSUD]RGH GH] GLDVSDUDDSUHVHQWDomRGHGHIHVD derá reconsiderar sua decisão, no prazo de 5 (cinco)
escrita, contado da data do seu interrogatório, poden- dias úteis, ou, nesse mesmo prazo, fazê-lo subir, de-
do juntar documentos, arrolar as testemunhas que ti- vidamente informado, devendo, neste caso, a decisão
ver, em número não superior a 5 (cinco), e indicar as ser proferida dentro do prazo de 5 (cinco) dias úteis,
GHPDLVSURYDVTXHSUHWHQGDSURGX]LU contado do recebimento do recurso, sob pena de res-
$UW  2XYLGDV DV WHVWHPXQKDV GD DFXVDomR H GD SRQVDELOLGDGH
defesa e praticadas as diligências instrutórias deferi- †ž1HQKXPSUD]RGHUHFXUVRUHSUHVHQWDomRRXSH-
das ou ordenadas pelo juiz, abrir-se-á, sucessivamen- dido de reconsideração se inicia ou corre sem que os
te, o prazo de 5 (cinco) dias a cada parte para alega- autos do processo estejam com vista franqueada ao
o}HVÀQDLV LQWHUHVVDGR

100
†ž(PVHWUDWDQGRGHOLFLWDo}HVHIHWXDGDVQDPRGD- $UW2VLVWHPDLQVWLWXtGRQHVWD/HLQmRLPSHGHD
OLGDGHGH´FDUWDFRQYLWHµRVSUD]RVHVWDEHOHFLGRVQRV SUpTXDOLÀFDomRGHOLFLWDQWHVQDVFRQFRUUrQFLDVDVHU
incisos I e II e no parágrafo 3o deste artigo serão de procedida sempre que o objeto da licitação recomende
GRLVGLDV~WHLV DQiOLVHPDLVGHWLGDGDTXDOLÀFDomRWpFQLFDGRVLQWH-
UHVVDGRV
'LVSRVLo}HVÀQDLVHWUDQVLWyULDV²/HJLVODomRVHFD
Como é de praxe, a Lei de Licitações se encerra com † ž $ DGRomR GR SURFHGLPHQWR GH SUpTXDOLÀFDomR
GLVSRVLo}HV ÀQDLV H WUDQVLWyULDV YROWDGDV j VXD DSOLFD- será feita mediante proposta da autoridade compe-
bilidade geral na prática, as quais constam abaixo com WHQWHDSURYDGDSHODLPHGLDWDPHQWHVXSHULRU
grifos. †ž1DSUpTXDOLÀFDomRVHUmRREVHUYDGDVDVH[LJrQ-
FLDVGHVWD/HLUHODWLYDVjFRQFRUUrQFLDjFRQYRFDomR
Capítulo VI dos interessados, ao procedimento e à analise da do-
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS FXPHQWDomR
$UW2VyUJmRVGD$GPLQLVWUDomRSRGHUmRH[SHGLU
$UW1DFRQWDJHPGRVSUD]RVHVWDEHOHFLGRVQHVWD
normas relativas aos procedimentos operacionais a
/HLH[FOXLUVHiRGLDGRLQtFLRHLQFOXLUVHiRGRYHQ-
cimento, e considerar-se-ão os dias consecutivos, ex- serem observados na execução das licitações, no âm-
FHWRTXDQGRIRUH[SOLFLWDPHQWHGLVSRVWRHPFRQWUiULR bito de sua competência, observadas as disposições
3DUiJUDIR~QLFR6yVHLQLFLDPHYHQFHPRVSUD]RVUH- GHVWD/HL
feridos neste artigo em dia de expediente no órgão ou 3DUiJUDIR~QLFR$VQRUPDVDTXHVHUHIHUHHVWHDUWLJR
QDHQWLGDGH após aprovação da autoridade competente, deverão
$UW$$GPLQLVWUDomRVySRGHUiFRQWUDWDUSDJDU VHUSXEOLFDGDVQDLPSUHQVDRÀFLDO
premiar ou receber projeto ou serviço técnico especia- $UW$SOLFDPVHDVGLVSRVLo}HVGHVWD/HLQRTXH
lizado desde que o autor ceda os direitos patrimoniais couber, aos convênios, acordos, ajustes e outros instru-
a ele relativos e a Administração possa utilizá-lo de
mentos congêneres celebrados por órgãos e entidades
acordo com o previsto no regulamento de concurso ou
QRDMXVWHSDUDVXDHODERUDomR GD$GPLQLVWUDomR
3DUiJUDIR ~QLFR 4XDQGR R SURMHWR UHIHULUVH D REUD
imaterial de caráter tecnológico, insuscetível de privi- †ž$FHOHEUDomRGHFRQYrQLRDFRUGRRXDMXVWHSHORV
légio, a cessão dos direitos incluirá o fornecimento de órgãos ou entidades da Administração Pública depen-
todos os dados, documentos e elementos de informa- de de prévia aprovação de competente plano de tra-
ção pertinentes à tecnologia de concepção, desenvol- balho proposto pela organização interessada, o qual
YLPHQWRÀ[DomRHPVXSRUWHItVLFRGHTXDOTXHUQDWX- deverá conter, no mínimo, as seguintes informações:
UH]DHDSOLFDomRGDREUD
,LGHQWLÀFDomRGRREMHWRDVHUH[HFXWDGR
$UW  4XDQGR R REMHWR GR FRQWUDWR LQWHUHVVDU D
mais de uma entidade pública, caberá ao órgão con- II - metas a serem atingidas;
tratante, perante a entidade interessada, responder III - etapas ou fases de execução;
SHODVXDERDH[HFXomRÀVFDOL]DomRHSDJDPHQWR ,9SODQRGHDSOLFDomRGRVUHFXUVRVÀQDQFHLURV
†ž2VFRQVyUFLRVS~EOLFRVSRGHUmRUHDOL]DUOLFLWDomR V - cronograma de desembolso;
da qual, nos termos do edital, decorram contratos ad- 9,  SUHYLVmR GH LQtFLR H ÀP GD H[HFXomR GR REMHWR
ministrativos celebrados por órgãos ou entidades dos bem assim da conclusão das etapas ou fases progra-
HQWHVGD)HGHUDomRFRQVRUFLDGRV madas;
†žeIDFXOWDGRjHQWLGDGHLQWHUHVVDGDRDFRPSDQKD- VII - se o ajuste compreender obra ou serviço de en-
PHQWRGDOLFLWDomRHGDH[HFXomRGRFRQWUDWR
genharia, comprovação de que os recursos próprios
$UW2FRQWUROHGDVGHVSHVDVGHFRUUHQWHVGRVFRQ-
WUDWRVHGHPDLVLQVWUXPHQWRVUHJLGRVSRUHVWD/HLVHUi para complementar a execução do objeto estão de-
IHLWRSHOR7ULEXQDOGH&RQWDVFRPSHWHQWHQDIRUPDGD vidamente assegurados, salvo se o custo total do em-
OHJLVODomR SHUWLQHQWH ÀFDQGR RV yUJmRV LQWHUHVVDGRV preendimento recair sobre a entidade ou órgão des-
da Administração responsáveis pela demonstração da FHQWUDOL]DGRU
legalidade e regularidade da despesa e execução, nos †ž$VVLQDGRRFRQYrQLRDHQWLGDGHRXyUJmRUHSDV-
WHUPRVGD&RQVWLWXLomRHVHPSUHMXt]RGRVLVWHPDGH VDGRUGDUiFLrQFLDGRPHVPRj$VVHPEOHLD/HJLVODWLYD
FRQWUROHLQWHUQRQHODSUHYLVWR
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

RXj&kPDUD0XQLFLSDOUHVSHFWLYD
†ž4XDOTXHUOLFLWDQWHFRQWUDWDGRRXSHVVRDItVLFDRX †ž$VSDUFHODVGRFRQYrQLRVHUmROLEHUDGDVHPHVWUL-
MXUtGLFDSRGHUiUHSUHVHQWDUDR7ULEXQDOGH&RQWDVRX
ta conformidade com o plano de aplicação aprovado,
aos órgãos integrantes do sistema de controle interno
FRQWUDLUUHJXODULGDGHVQDDSOLFDomRGHVWD/HLSDUDRV H[FHWRQRVFDVRVDVHJXLUHPTXHDVPHVPDVÀFDUmR
ÀQVGRGLVSRVWRQHVWHDUWLJR retidas até o saneamento das impropriedades ocor-
† ž 2V 7ULEXQDLV GH &RQWDV H RV yUJmRV LQWHJUDQWHV rentes:
do sistema de controle interno poderão solicitar para I - quando não tiver havido comprovação da boa e
exame, até o dia útil imediatamente anterior à data de regular aplicação da parcela anteriormente recebida,
recebimento das propostas, cópia de edital de licitação na forma da legislação aplicável, inclusive mediante
já publicado, obrigando-se os órgãos ou entidades da SURFHGLPHQWRVGHÀVFDOL]DomRORFDOUHDOL]DGRVSHULR-
Administração interessada à adoção de medidas cor- dicamente pela entidade ou órgão descentralizador
retivas pertinentes que, em função desse exame, lhes
dos recursos ou pelo órgão competente do sistema de
IRUHPGHWHUPLQDGDV
controle interno da Administração Pública;

101
,,  TXDQGR YHULÀFDGR GHVYLR GH ÀQDOLGDGH QD DSOL- $UW2GLVSRVWRQHVWD/HLQmRVHDSOLFDjVOLFLWD-
FDomRGRVUHFXUVRVDWUDVRVQmRMXVWLÀFDGRVQRFXP- ções instauradas e aos contratos assinados anterior-
primento das etapas ou fases programadas, práticas PHQWH j VXD YLJrQFLD UHVVDOYDGR R GLVSRVWR QR DUW
atentatórias aos princípios fundamentais de Adminis- QRVSDUiJUDIRVo, 2oHoGRDUWQRLQFLVR;9
tração Pública nas contratações e demais atos prati- GRDUWEHPDVVLPRGLVSRVWRQR´FDSXWµGRDUWo,
cados na execução do convênio, ou o inadimplemento com relação ao pagamento das obrigações na ordem
do executor com relação a outras cláusulas conveniais cronológica, podendo esta ser observada, no prazo de
básicas; QRYHQWDGLDVFRQWDGRVGDYLJrQFLDGHVWD/HLVHSDUD-
III - quando o executor deixar de adotar as medidas damente para as obrigações relativas aos contratos
saneadoras apontadas pelo partícipe repassador dos UHJLGRV SRU OHJLVODomR DQWHULRU j /HL Qž  GH 
recursos ou por integrantes do respectivo sistema de GHMXQKRGH
FRQWUROHLQWHUQR 3DUiJUDIR ~QLFR 2V FRQWUDWRV UHODWLYRV D LPyYHLV GR
†ž2VVDOGRVGHFRQYrQLRHQTXDQWRQmRXWLOL]DGRV patrimônio da União continuam a reger-se pelas dis-
serão obrigatoriamente aplicados em cadernetas de SRVLo}HVGR'HFUHWROHLQžGHGHVHWHPEURGH
SRXSDQoDGHLQVWLWXLomRÀQDQFHLUDRÀFLDOVHDSUHYL- FRPVXDVDOWHUDo}HVHRVUHODWLYRVDRSHUDo}HV
são de seu uso for igual ou superior a um mês, ou de crédito interno ou externo celebrados pela União
HP IXQGR GH DSOLFDomR ÀQDQFHLUD GH FXUWR SUD]R RX RXDFRQFHVVmRGHJDUDQWLDGR7HVRXUR1DFLRQDOFRQ-
operação de mercado aberto lastreada em títulos da tinuam regidos pela legislação pertinente, aplicando-
dívida pública, quando a utilização dos mesmos veri- VHHVWD/HLQRTXHFRXEHU
ÀFDUVHHPSUD]RVPHQRUHVTXHXPPrV $UW1DVFRQFHVV}HVGHOLQKDVDpUHDVREVHUYDUVH-
†ž$VUHFHLWDVÀQDQFHLUDVDXIHULGDVQDIRUPDGRSD- iSURFHGLPHQWROLFLWDWyULRHVSHFtÀFRDVHUHVWDEHOHFL-
rágrafo anterior serão obrigatoriamente computadas GRQR&yGLJR%UDVLOHLURGH$HURQiXWLFD
a crédito do convênio e aplicadas, exclusivamente, no $UW(PVXDVOLFLWDo}HVHFRQWUDWDo}HVDGPLQLVWUD-
REMHWRGHVXDÀQDOLGDGHGHYHQGRFRQVWDUGHGHPRQV- tivas, as repartições sediadas no exterior observarão
WUDWLYRHVSHFtÀFRTXHLQWHJUDUiDVSUHVWDo}HVGHFRQ- as peculiaridades locais e os princípios básicos desta
WDVGRDMXVWH /HLQDIRUPDGHUHJXODPHQWDomRHVSHFtÀFD
†ž4XDQGRGDFRQFOXVmRGHQ~QFLDUHVFLVmRRXH[- $UW$SOLFDPVHjVOLFLWDo}HVHDRVFRQWUDWRVSDUD
WLQomRGRFRQYrQLRDFRUGRRXDMXVWHRVVDOGRVÀQDQ- permissão ou concessão de serviços públicos os dispo-
ceiros remanescentes, inclusive os provenientes das VLWLYRV GHVWD /HL TXH QmR FRQÁLWHP FRP D OHJLVODomR
UHFHLWDVREWLGDVGDVDSOLFDo}HVÀQDQFHLUDVUHDOL]DGDV HVSHFtÀFDVREUHRDVVXQWR
serão devolvidos à entidade ou órgão repassador dos
UHFXUVRVQRSUD]RLPSURUURJiYHOGH WULQWD GLDVGR 3DUiJUDIR~QLFR$VH[LJrQFLDVFRQWLGDVQRVLQFLVRV,,
evento, sob pena da imediata instauração de tomada D ,9 GR † ž GR DUW ž VHUmR GLVSHQVDGDV QDV OLFLWD-
de contas especial do responsável, providenciada pela ções para concessão de serviços com execução prévia
autoridade competente do órgão ou entidade titular de obras em que não foram previstos desembolso por
GRVUHFXUVRV SDUWHGD$GPLQLVWUDomR3~EOLFDFRQFHGHQWH
$UW$VREUDVVHUYLoRVFRPSUDVHDOLHQDo}HVUHD- $UW(VWD/HLHQWUDHPYLJRUQDGDWDGHVXDSX-
OL]DGRVSHORVyUJmRVGRV3RGHUHV/HJLVODWLYRH-XGLFL- EOLFDomR
iULRHGR7ULEXQDOGH&RQWDVUHJHPVHSHODVQRUPDV $UW5HYRJDPVHDVGLVSRVLo}HVHPFRQWUiULRHV-
GHVWD/HLQRTXHFRXEHUQDVWUrVHVIHUDVDGPLQLVWUD- SHFLDOPHQWHRV'HFUHWRVOHLVQžVGHGHQR-
WLYDV YHPEURGHGHGHMXOKRGH
$UW2V(VWDGRVR'LVWULWR)HGHUDORV0XQLFtSLRVH GH  GH VHWHPEUR GH  D /HL Qž  GH  GH
as entidades da administração indireta deverão adap- VHWHPEURGHHRDUWGD/HLQžGHGH
tar suas normas sobre licitações e contratos ao dispos- GH]HPEURGH
WRQHVWD/HL
$UW$VVRFLHGDGHVGHHFRQRPLDPLVWDHPSUHVDV Brasília, 21 de junho de 1993, 172º da Independência
e fundações públicas e demais entidades controladas e 105º da República.
direta ou indiretamente pela União e pelas entidades
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

referidas no artigo anterior editarão regulamentos


SUySULRV GHYLGDPHQWH SXEOLFDGRV ÀFDQGR VXMHLWDV jV
GLVSRVLo}HVGHVWD/HL Contrato Administrativo é o contrato celebrado pela
3DUiJUDIR~QLFR2VUHJXODPHQWRVDTXHVHUHIHUHHVWH Administração Pública, com o propósito de satisfazer as
artigo, no âmbito da Administração Pública, após necessidades de interesse público. De acordo com Bel-
aprovados pela autoridade de nível superior a que es- lote Gomes:
tiverem vinculados os respectivos órgãos, sociedades e
HQWLGDGHVGHYHUmRVHUSXEOLFDGRVQDLPSUHQVDRÀFLDO Contrato administrativo é um acordo de vontades
$UW  2V YDORUHV À[DGRV SRU HVWD /HL SRGHUmR VHU celebrado entre a Administração Pública e o particular ou
anualmente revistos pelo Poder Executivo Federal, que outro ente administrativo (órgão ou pessoa jurídica de di-
RVIDUiSXEOLFDUQR'LiULR2ÀFLDOGD8QLmRREVHUYDQ- reito público ou privado) para a realização de objetivos de
do como limite superior a variação geral dos preços do interesse público, nas condições estabelecidas pela própria
PHUFDGRQRSHUtRGR Administração Pública, sendo disciplinado preferencial-
PHQWHSHOD/HLGH/LFLWDo}HV

102
1. Principais características 1.2 Licitação Prévia

Os contratos administrativos devem estabelecer com Ressalvadas as hipóteses legais de dispensa e inexi-
clareza e precisão as condições para a sua execução, ex- gibilidade de licitação, a celebração dos contratos ad-
SUHVVDVHPFOiXVXODVTXHGHÀQDPRVGLUHLWRVREULJDo}HV ministrativos deve ser precedida de licitação, sob pena
e responsabilidades das partes, em conformidade com
de nulidade, devendo ainda a minuta do futuro contrato
os termos da licitação e da proposta a que se vinculam.
Sendo assim, conforme o disposto no art. 55 da Lei nº administrativo constar do edital ou do ato convocatório
8.666/1993, são consideradas cláusulas necessárias em da licitação.
todo contrato administrativo:
1.3 Cláusulas Exorbitantes
$UW6mRFOiXVXODVQHFHVViULDVHPWRGRFRQWUDWRDV
que estabeleçam: São cláusulas existentes apenas nos contratos admi-
I – o objeto e seus elementos característicos; nistrativos e que conferem determinadas prerrogativas à
II – o regime de execução ou a forma de fornecimento; Administração Pública, colocando-a em posição de supe-
III – o preço e as condições de pagamento, os crité- rioridade em relação aos contratados. Estão previstas no
rios, data-base e periodicidade do reajustamento de art. 58 da Lei de Licitações.
preços, os critérios de atualização monetária entre a
data do adimplemento das obrigações e a do efetivo
pagamento; 1.4 Prazo Determinado
IV – os prazos de início de etapas de execução, de con-
clusão, de entrega, de observação e de recebimento Como regra, os contratos administrativos devem ter
GHÀQLWLYRFRQIRUPHRFDVR início e término predeterminados, sendo vedados os
V – o crédito pelo qual correrá a despesa, com a in- contratos administrativos com prazo indeterminado.
GLFDomRGDFODVVLÀFDomRIXQFLRQDOSURJUDPiWLFDHGD
categoria econômica; 1.5 Prestação de Garantias
VI – as garantias oferecidas para assegurar sua plena
execução, quando exigidas; A critério da autoridade competente, em cada caso,
VI – os direitos e as responsabilidades das partes, as
e desde que prevista no instrumento convocatório, po-
penalidades cabíveis e os valores das multas;
VIII – os casos de rescisão; derá ser exigida prestação de garantia nas contratações
IX – o reconhecimento dos direitos da Administração, de obras, serviços e compras, não excedendo 5% do va-
HPFDVRGHUHVFLVmRDGPLQLVWUDWLYDSUHYLVWDQRDUW lor do contrato, podendo o contratado optar por uma
GHVWD/HL das seguintes modalidades de garantia: seguro-garantia,
X – as condições de importação, a data e a taxa de ÀDQoDEDQFiULDRXFDXomRHPGLQKHLURRXHPWtWXORVGD
câmbio para conversão, quando for o caso; dívida pública, devendo estes ter sido emitidos sob a for-
XI – a vinculação ao edital de licitação ou ao termo ma escritural, mediante registro em sistema centralizado
que a dispensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Cen-
do licitante vencedor; tral do Brasil, e avaliados pelos seus valores econômicos,
FRQIRUPHGHÀQLGRSHOR0LQLVWpULRGD)D]HQGD
XII – a legislação aplicável à execução do contrato e
especialmente aos casos omissos;
XIII – a obrigação do contratado de manter, durante Ressalta-se que, para obras, serviços e fornecimentos
toda a execução do contrato, em compatibilidade com de grande vulto, envolvendo alta complexidade técnica e
as obrigações por ele assumidas, todas as condições ULVFRVÀQDQFHLURVFRQVLGHUiYHLVGHPRQVWUDGRVSRUPHLR
GHKDELOLWDomRHTXDOLÀFDomRH[LJLGDVQDOLFLWDomR de parecer tecnicamente aprovado pela autoridade com-
petente, o limite de garantia de 5% poderá ser elevado
Além das cláusulas necessárias, os contratos adminis- para até 10% do valor do contrato.
trativos possuem determinadas características especiais A garantia prestada pelo contratado será liberada ou
que os diferenciam dos contratos submetidos a outros restituída após a execução do contrato, e, quando em
regimes jurídicos. São elas: dinheiro, atualizada monetariamente.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

1.1 Formalidade
1.6 Publicidade
A formalidade caracteriza, em regra, os contratos ad-
ministrativos. Assim, é nulo e de nenhum efeito o con- Depois de celebrado o contrato, este é publicado na
trato verbal com a Administração Pública, exceto o que LPSUHQVDRÀFLDODWpRTXLQWRGLD~WLOGRPrVVHJXLQWHDR
tenha por objeto pequenas compras de pronto paga- GH VXD DVVLQDWXUD FRPR FRQGLomR GH VXD HÀFiFLD XPD
mento, assim entendidas aquelas de valor não superior YH]TXHD/HLGH/LFLWDo}HVGHÀQHDLPSUHQVDRÀFLDOFRPR
a R$ 4.000,00 (quatro mil reais). RYHtFXORRÀFLDOGHGLYXOJDomRGD$GPLQLVWUDomR3~EOLFD
Todo contrato administrativo deve trazer o nome das VHQGRSDUDD8QLmRR'LiULR2ÀFLDOGD8QLmRHSDUDRV
SDUWHV H RV GH VHXV UHSUHVHQWDQWHV D ÀQDOLGDGH R DWR Estados, o Distrito Federal e os Municípios, o que for de-
que autoriza a sua lavratura, o número do processo de li- ÀQLGRQDVUHVSHFWLYDVOHLV
citação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos
contratantes às normas previstas na Lei de Licitações e às
cláusulas contratuais.

103
1.7 Hipóteses de alteração dos contratos admi-
nistrativos
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Os contratos administrativos podem ser alterados,
desde que haja motivação legal, de forma unilateral pela 1. (EBSERH - Assistente Administrativo - CESPE/2018)
Administração Púbica ou por acordo entre as partes. Julgue o item subsequente de acordo com a orientação
traçada pela Lei nº 8.666/1993.
1.8 Responsabilidade contratual É inexigível a licitação para a aquisição de bens e insumos
GHVWLQDGRVH[FOXVLYDPHQWHjSHVTXLVDFLHQWtÀFDHWHFQR-
O contratado é responsável pelos danos causados dire- lógica com recursos concedidos pela CAPES, pela FINEP,
tamente à Administração Pública ou a terceiros, decorren- pelo CNPq ou por outras instituições de fomento à pes-
tes de sua culpa ou dolo na execução do contrato, sendo TXLVDFUHGHQFLDGDVSHOR&13TSDUDHVVHÀPHVSHFtÀFR
de sua responsabilidade, ainda, os encargos trabalhistas,
SUHYLGHQFLiULRV ÀVFDLV H FRPHUFLDLV UHVXOWDQWHV GD H[HFX- ( ) CERTO ( ) ERRADO
ção do contrato. A inadimplência de sua parte com relação Resposta: Errado. Tratava-se de hipótese de licitação
a tais obrigações não transfere à Administração Pública a dispensável, conforme artigo 24, XXI, Lei nº 8.666/1993,
responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o que tinha a seguinte redação: “para a aquisição de
objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das
bens e insumos destinados exclusivamente à pesquisa
REUDVHHGLÀFDo}HVLQFOXVLYHSHUDQWHRUHJLVWURGHLPyYHLV
FLHQWtÀFDHWHFQROyJLFDFRPUHFXUVRVFRQFHGLGRVSHOD
Capes, pela FINEP, pelo CNPq ou por outras institui-
2. Principais modalidades de contratos adminis-
ções de fomento a pesquisa credenciadas pelo CNPq
trativos
SDUD HVVH ÀP HVSHFtÀFRµ +RMH D UHGDomR GDGD SHOD
Lei nº 13.242/2016 é a seguinte: “XXI - para a aquisi-
Os contratos administrativos são usualmente classi-
ÀFDGRVQDVVHJXLQWHVPRGDOLGDGHVFRQIRUPHVHXREMH-
ção ou contratação de produto para pesquisa e de-
to: contratos de obra, contratos de serviço, contratos de senvolvimento, limitada, no caso de obras e serviços
compra, contratos de alienação, parcerias público-priva- de engenharia, a 20% (vinte por cento) do valor de
das, contratos de gestão, contratos de concessão de uso TXHWUDWDDDOtQHD´EµGRLQFLVR,GRFDSXWGRDUW
de bem público, contratos de concessão de serviço pú- DWp5 µ2LQFLVRQmRPDLVUHVWULQJHjV
blico precedida da execução de obra pública, contratos requisições feitas com recursos das entidades de pes-
de empréstimo público, consórcios e convênios. quisa e, de outro lado, restringe no que se refere a
obras e serviços de engenharia (ex.: construção de um
3. Hipóteses de extinção dos contratos adminis- laboratório).
trativos

Os contratos administrativos podem ser extintos pela FIQUE ATENTO!


conclusão do objeto, pelo término do prazo ou por res- Cuidado com a pegadinha muito comum
cisão contratual. em concursos, que é a substituição das pa-
Nota-se, de forma clara e precisa, a importância da lavras dispensável ou inexigível. É inexigível
Administração Pública, como responsável pela gestão apenas nos casos de fornecedor exclusivo,
do dinheiro público. Assim, diante da necessidade de re- QRWyULDHVSHFLDOL]DomRGHSURÀVVLRQDOWpFQL-
gulamentar e padronizar os procedimentos, o legislador co e artista reconhecido.
pátrio instituiu a Lei n° 8.666/1993, para controlar de for-
ma mais estrita as atividades do administrador público,
relacionados à contratação de obras, serviços, inclusive 2. (EBSERH - Assistente Administrativo - CESPE/2018)
publicidade, compras, alienações e locações no âmbito Julgue o item subsequente de acordo com a orientação
da Administração Pública, aperfeiçoando as regras conti- traçada pela Lei nº 8.666/1993.
das em normas já existentes. Para a habilitação nas licitações, serão exigidas dos lici-
O controle imposto pela Lei de Licitações visa a pro- WDQWHVDOpPGHKDELOLWDomRMXUtGLFDTXDOLÀFDomRWpFQLFD
TXDOLÀFDomR HFRQ{PLFRÀQDQFHLUD UHJXODULGDGH ÀVFDO H
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

porcionar que o administrador atue em harmonia com


os princípios que norteiam a sua atividade e busque, na trabalhista.
contratação de bens de serviços, a proposta mais vanta-
josa, de modo a evidenciar o interesse público. ( ) CERTO ( ) ERRADO
Ademais, pode-se concluir que a licitação é a regra
imposta pela Constituição da República e pode ser de- Resposta: Certo. Preconiza o artigo 27, Lei nº
ÀQLGD FRPR R FRQMXQWR GH UHJUDV GHVWLQDGDV j VHOHomR 8.666/1993: “Para a habilitação nas licitações exigir-
da melhor proposta, dentre as apresentadas por aqueles -se-á dos interessados, exclusivamente, documenta-
que desejam controlar com a Administração Pública. ção relativa a:
3RUÀPFDEHjVRFLHGDGHHDRVDGPLQLVWUDGRUHVH[HU- I - habilitação jurídica;
FHUXPDÀVFDOL]DomRKDELWXDOFDSD]GHSURSRUFLRQDUDO- ,,TXDOLÀFDomRWpFQLFD
terações no quadro de gestão do dinheiro público, de ,,,TXDOLÀFDomRHFRQ{PLFRÀQDQFHLUD
forma a impulsionar os administradores a utilizarem a ,9UHJXODULGDGHÀVFDOHWUDEDOKLVWD
licitação de forma contida na legislação. 9FXPSULPHQWRGRGLVSRVWRQRLQFLVR;;;,,,GRDUWR

104
GD&RQVWLWXLomR)HGHUDOµ
#FicaDica
3. (EBSERH - Assistente Administrativo - CESPE/2018)
Julgue o próximo item, relativo às modalidades de licita- Dos artigos 54 a 80, a Lei nº 8.666/1993
ção. aborda os contratos administrativos, disci-
A concorrência pública pressupõe uma fase preliminar plina que costuma incidir em concursos de
denominada habilitação, que habilita os que poderão QtYHO VXSHULRU RX HVSHFtÀFRV GDV iUHDV GH
SDUWLFLSDUGDIDVHVHJXLQWHDGHFODVVLÀFDomR auditoria. Se em seu concurso for cobrado o
FRQWH~GRGDOHLVHPHVSHFLÀFDomRGHTXDLV
( ) CERTO ( ) ERRADO aspectos, deve ser dada atenção à aborda-
gem dos contratos administrativos.
Resposta: Certo. Se depreende do próprio conceito
de concorrência que a Lei nº 8.666/1993 traz em seu
artigo 22, § 1º: “Concorrência é a modalidade de lici-
tação entre quaisquer interessados que, na fase ini- LEI Nº 10.520/02: DO PREGÃO.
cial de habilitação preliminar, comprovem possuir os
UHTXLVLWRVPtQLPRVGHTXDOLÀFDomRH[LJLGRVQRHGLWDO
SDUDH[HFXomRGHVHXREMHWRµ
PREGÃO (LEI Nº 10.520/02).
 $%,12ÀFLDO 7pFQLFR GH,QWHOLJrQFLD ÉUHD
CESPE/2018) Considerando que a ABIN escolha a mo- LEI Nº 10.520, DE 17 DE JULHO DE 2002 – LICITA-
dalidade licitatória convite para contratar empresa de ÇÕES – PREGÃO
engenharia para modernizar suas instalações, julgue o
item que se segue, com base nas disposições da Lei nº Institui, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal
8.666/1993. H0XQLFtSLRVQRVWHUPRVGRDUWLQFLVR;;,GD&RQV-
3HORVHXFDUiWHUVLPSOLÀFDGRDPRGDOLGDGHFRQYLWHQmR tituição Federal, modalidade de licitação denominada
pode ser substituída pela concorrência. pregão, para aquisição de bens e serviços comuns, e
GiRXWUDVSURYLGrQFLDV
( ) CERTO ( ) ERRADO
235(6,'(17('$5(3Ó%/,&$)DoRVDEHUTXHR&RQ-
Resposta: Errado. Cabe seguir a seguinte máxima: se JUHVVR1DFLRQDOGHFUHWDHHXVDQFLRQRDVHJXLQWH/HL
pode o menos, pode o mais, ou seja, se cabe uma mo-
GDOLGDGH VLPSOLÀFDGD GH OLFLWDomR QmR Ki SUREOHPDV 2 WHUPR ´SUHJmRµ VLJQLÀFD DSUHJRDU LVWR p UHDOL]DU
em optar pela mais complexa (o inverso que não é uma proclamação pública. No âmbito do Direito Admi-
permitido). Consta na Lei nº 8.666/1993, em seu artigo QLVWUDWLYRVLJQLÀFDXPOHLOmRDRFRQWUiULRDÀQDOROHLOmR
23, § 4o, o seguinte: “Nos casos em que couber convi- busca transferir o domínio do bem a quem lhe der maior
te, a Administração poderá utilizar a tomada de preços lance, enquanto que no pregão se pretende o oposto.
HHPTXDOTXHUFDVRDFRQFRUUrQFLDµ
$UWž3DUDDTXLVLomRGHEHQVHVHUYLoRVFRPXQVSR-
5. (STM -Técnico Judiciário - Programação de Siste- derá ser adotada a licitação na modalidade de pregão,
mas - CESPE/2018) Em relação à organização adminis- TXHVHUiUHJLGDSRUHVWD/HL
trativa e à licitação administrativa, julgue o item a seguir.
Ao contratar serviços ou obras visando à promoção de 3DUiJUDIR ~QLFR &RQVLGHUDPVH EHQV H VHUYLoRV FR-
baixo impacto sobre recursos naturais, a administração PXQVSDUDRVÀQVHHIHLWRVGHVWHDUWLJRDTXHOHVFXMRV
pública atende ao princípio do desenvolvimento nacional padrões de desempenho e qualidade possam ser obje-
sustentável. WLYDPHQWHGHÀQLGRVSHORHGLWDOSRUPHLRGHHVSHFLÀ-
FDo}HVXVXDLVQRPHUFDGR
( ) CERTO ( ) ERRADO
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

O pregão possui âmbito bem delimitado, porque


Resposta: Certo. 2DUWLJRRGD/HLQžÀ[D apenas pode ser realizado para aquisições de bens e ser-
o princípio do desenvolvimento sustentável como um viços comuns. É importante ressaltar que a utilização do
dos que deve ser observado no processo licitatório. pregão não depende do valor envolvido, mas sim da na-
Este princípio do desenvolvimento sustentável está tureza do bem ou serviço, que deve ser comum.
relacionado não só com o âmbito ambiental, como Comum é aquele que é padronizado em desempe-
a maioria das pessoas pensam quando ouve falar nho e qualidade. O Decreto nº 3.555/2000 traz uma lista
em sustentabilidade, mas aqui também refere-se ao H[HPSOLÀFDWLYDGRVEHQVHVHUYLoRVFRPXQV
desenvolvimento sustentável em diversos aspectos,
como social, econômico, político, ético e também o
ambiental.

105
†ž1RkPELWRGR0LQLVWpULRGD'HIHVDDVIXQo}HVGH
#FicaDica pregoeiro e de membro da equipe de apoio poderão
VHUGHVHPSHQKDGDVSRUPLOLWDUHV
O pregão apenas serve para bem ou ser- Fase preparatória ou interna: neste momento se
viço, não OBRA! Em se tratando de servi- MXVWLÀFDUi D QHFHVVLGDGH GD FRQWUDWDomR GR VHUYLoR RX
ço de engenharia, desde que seja comum, DTXLVLomRGREHPSRUSDUWHGD$GPLQLVWUDomRÀ[DQGRVH
cabe pregão. DVUHJUDVGRSURFHGLPHQWR REMHWRGRFHUWDPHHVSHFLÀ-
cação das exigências para habilitação, critério de aceita-
ção, prazos, sanções por inadimplemento, etc.).
$UWž 9(7$'2
†ž3RGHUiVHUUHDOL]DGRRSUHJmRSRUPHLRGDXWLOL-
zação de recursos de tecnologia da informação, nos #FicaDica
WHUPRVGHUHJXODPHQWDomRHVSHFtÀFD
†ž6HUiIDFXOWDGRQRVWHUPRVGHUHJXODPHQWRVSUy- O procedimento conduzido por um único
prios da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, servidor, o pregoeiro.
a participação de bolsas de mercadorias no apoio téc- O pregoeiro pode ser assistido por uma
nico e operacional aos órgãos e entidades promotores equipe de apoio. Essa equipe de apoio não
da modalidade de pregão, utilizando-se de recursos de tem qualquer competência decisória, nem
WHFQRORJLDGDLQIRUPDomR poderes para a condução das atividades
†ž$VEROVDVDTXHVHUHIHUHPR†o deverão estar or- relativas à sessão do pregão.
JDQL]DGDVVREDIRUPDGHVRFLHGDGHVFLYLVVHPÀQVOX-
crativos e com a participação plural de corretoras que $UWž$IDVHH[WHUQDGRSUHJmRVHUiLQLFLDGDFRPDFRQ-
RSHUHPVLVWHPDVHOHWU{QLFRVXQLÀFDGRVGHSUHJ}HV vocação dos interessados e observará as seguintes regras:
I - a convocação dos interessados será efetuada por
O sucesso da utilização do Pregão na esfera federal PHLRGHSXEOLFDomRGHDYLVRHPGLiULRRÀFLDOGRUHV-
foi considerado tão grande, a ponto de o Decreto nº pectivo ente federado ou, não existindo, em jornal de
5.450/2005 tornar a adoção do pregão obrigatória, na circulação local, e facultativamente, por meios ele-
esfera federal, para as licitações envolvendo a aquisição trônicos e conforme o vulto da licitação, em jornal de
de bens e serviços comuns, sendo preferencial a utiliza- grande circulação, nos termos do regulamento de que
ção de sua forma eletrônica. Assim, enquanto o §1o aqui WUDWDRDUWž
faculta a adoção de recursos de tecnologia da informa- ,,  GR DYLVR FRQVWDUmR D GHÀQLomR GR REMHWR GD OLFL-
ção, na prática, esta tem sido regra geral. tação, a indicação do local, dias e horários em que
poderá ser lida ou obtida a íntegra do edital;
$UWž$IDVHSUHSDUDWyULDGRSUHJmRREVHUYDUiRVH- ,,,GRHGLWDOFRQVWDUmRWRGRVRVHOHPHQWRVGHÀQLGRV
guinte: QDIRUPDGRLQFLVR,GRDUWžDVQRUPDVTXHGLVFLSOL-
,DDXWRULGDGHFRPSHWHQWHMXVWLÀFDUiDQHFHVVLGDGH narem o procedimento e a minuta do contrato, quan-
GHFRQWUDWDomRHGHÀQLUiRREMHWRGRFHUWDPHDVH[L- do for o caso;
gências de habilitação, os critérios de aceitação das IV - cópias do edital e do respectivo aviso serão colo-
propostas, as sanções por inadimplemento e as cláu- cadas à disposição de qualquer pessoa para consulta
VXODV GR FRQWUDWR LQFOXVLYH FRP À[DomR GRV SUD]RV HGLYXOJDGDVQDIRUPDGD/HLQžGHGHGH-
para fornecimento; ]HPEURGH
,,DGHÀQLomRGRREMHWRGHYHUiVHUSUHFLVDVXÀFLHQ- 9RSUD]RÀ[DGRSDUDDDSUHVHQWDomRGDVSURSRVWDV
WHHFODUDYHGDGDVHVSHFLÀFDo}HVTXHSRUH[FHVVLYDV contado a partir da publicação do aviso, não será in-
irrelevantes ou desnecessárias, limitem a competição; IHULRUD RLWR GLDV~WHLV
,,,GRVDXWRVGRSURFHGLPHQWRFRQVWDUmRDMXVWLÀFD- VI - no dia, hora e local designados, será realizada ses-
WLYD GDV GHÀQLo}HV UHIHULGDV QR LQFLVR , GHVWH DUWLJR são pública para recebimento das propostas, devendo
e os indispensáveis elementos técnicos sobre os quais RLQWHUHVVDGRRXVHXUHSUHVHQWDQWHLGHQWLÀFDUVHHVH
estiverem apoiados, bem como o orçamento, elabora- for o caso, comprovar a existência dos necessários po-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

do pelo órgão ou entidade promotora da licitação, dos deres para formulação de propostas e para a prática
bens ou serviços a serem licitados; e de todos os demais atos inerentes ao certame;
IV - a autoridade competente designará, dentre os ser- VII - aberta a sessão, os interessados ou seus repre-
vidores do órgão ou entidade promotora da licitação, sentantes, apresentarão declaração dando ciência de
o pregoeiro e respectiva equipe de apoio, cuja atribui- que cumprem plenamente os requisitos de habilita-
ção inclui, dentre outras, o recebimento das propostas ção e entregarão os envelopes contendo a indicação
e lances, a análise de sua aceitabilidade e sua classi- do objeto e do preço oferecidos, procedendo-se à sua
ÀFDomR EHP FRPR D KDELOLWDomR H D DGMXGLFDomR GR LPHGLDWD DEHUWXUD H j YHULÀFDomR GD FRQIRUPLGDGH
REMHWRGRFHUWDPHDROLFLWDQWHYHQFHGRU das propostas com os requisitos estabelecidos no ins-
†ž$HTXLSHGHDSRLRGHYHUiVHULQWHJUDGDHPVXD trumento convocatório;
maioria por servidores ocupantes de cargo efetivo ou VIII - no curso da sessão, o autor da oferta de valor mais
emprego da administração, preferencialmente perten- EDL[RHRVGDVRIHUWDVFRPSUHoRVDWp GH]SRUFHQ-
centes ao quadro permanente do órgão ou entidade to) superiores àquela poderão fazer novos lances verbais
SURPRWRUDGRHYHQWR e sucessivos, até a proclamação do vencedor;

106
IX - não havendo pelo menos 3 (três) ofertas nas con- XXIII - se o licitante vencedor, convocado dentro do
GLo}HVGHÀQLGDVQRLQFLVRDQWHULRUSRGHUmRRVDXWRUHV prazo de validade da sua proposta, não celebrar o
das melhores propostas, até o máximo de 3 (três), ofe- FRQWUDWRDSOLFDUVHiRGLVSRVWRQRLQFLVR;9,
recer novos lances verbais e sucessivos, quaisquer que Fase externa: começa com a divulgação do edital,
sejam os preços oferecidos; dando publicidade ao pregão. Após, segue-se para a fase
;  SDUD MXOJDPHQWR H FODVVLÀFDomR GDV SURSRVWDV de propostas. Selecionada a melhor proposta, parte-se
será adotado o critério de menor preço, observados os para a fase de habilitação. (Nota-se a inversão da regra
SUD]RVPi[LPRVSDUDIRUQHFLPHQWRDVHVSHFLÀFDo}HV geral licitatória). Habilitado o candidato que fez a melhor
técnicas e parâmetros mínimos de desempenho e qua- proposta – que sempre será a de menor preço – este será
OLGDGHGHÀQLGRVQRHGLWDO chamado a assinar o contrato.
;,  H[DPLQDGD D SURSRVWD FODVVLÀFDGD HP SULPHLUR
lugar, quanto ao objeto e valor, caberá ao pregoeiro
decidir motivadamente a respeito da sua aceitabilidade; #FicaDica
XII - encerrada a etapa competitiva e ordenadas as
ofertas, o pregoeiro procederá à abertura do invólucro O prazo para a apresentação de propostas
contendo os documentos de habilitação do licitante não pode ser inferior a OITO DIAS ÚTEIS,
TXH DSUHVHQWRX D PHOKRU SURSRVWD SDUD YHULÀFDomR os quais se contam da publicação do aviso
GRDWHQGLPHQWRGDVFRQGLo}HVÀ[DGDVQRHGLWDO de licitação. O prazo pode ser maior, sem
;,,,DKDELOLWDomRIDUVHiFRPDYHULÀFDomRGHTXHR problemas, devendo o edital prever.
licitante está em situação regular perante a Fazenda
1DFLRQDOD6HJXULGDGH6RFLDOHR)XQGRGH*DUDQWLD
do Tempo de Serviço - FGTS, e as Fazendas Estaduais $UWžeYHGDGDDH[LJrQFLDGH
e Municipais, quando for o caso, com a comprovação I - garantia de proposta;
de que atende às exigências do edital quanto à habi- II - aquisição do edital pelos licitantes, como condição
OLWDomR MXUtGLFD H TXDOLÀFDo}HV WpFQLFD H HFRQ{PLFR- para participação no certame; e
ÀQDQFHLUD III - pagamento de taxas e emolumentos, salvo os re-
XIV - os licitantes poderão deixar de apresentar os do- ferentes a fornecimento do edital, que não serão supe-
cumentos de habilitação que já constem do Sistema ULRUHVDRFXVWRGHVXDUHSURGXomRJUiÀFDHDRVFXVWRV
GH&DGDVWUDPHQWR8QLÀFDGRGH)RUQHFHGRUHV²6LFDI de utilização de recursos de tecnologia da informação,
e sistemas semelhantes mantidos por Estados, Distrito TXDQGRIRURFDVR
Federal ou Municípios, assegurado aos demais licitan-
tes o direito de acesso aos dados nele constantes; $UWž2SUD]RGHYDOLGDGHGDVSURSRVWDVVHUiGH
;9YHULÀFDGRRDWHQGLPHQWRGDVH[LJrQFLDVÀ[DGDV VHVVHQWD GLDVVHRXWURQmRHVWLYHUÀ[DGRQRHGLWDO
no edital, o licitante será declarado vencedor; $UWž4XHPFRQYRFDGRGHQWURGRSUD]RGHYDOLGDGH
XVI - se a oferta não for aceitável ou se o licitante da sua proposta, não celebrar o contrato, deixar de en-
desatender às exigências habilitatórias, o pregoeiro tregar ou apresentar documentação falsa exigida para
H[DPLQDUi DV RIHUWDV VXEVHTXHQWHV H D TXDOLÀFDomR o certame, ensejar o retardamento da execução de seu
GRVOLFLWDQWHVQDRUGHPGHFODVVLÀFDomRHDVVLPVX- objeto, não mantiver a proposta, falhar ou fraudar na
cessivamente, até a apuração de uma que atenda ao execução do contrato, comportar-se de modo inidô-
edital, sendo o respectivo licitante declarado vencedor; QHRRXFRPHWHUIUDXGHÀVFDOÀFDUiLPSHGLGRGHOLFLWDU
XVII - nas situações previstas nos incisos XI e XVI, o e contratar com a União, Estados, Distrito Federal ou
pregoeiro poderá negociar diretamente com o propo- Municípios e, será descredenciado no Sicaf, ou nos sis-
nente para que seja obtido preço melhor; temas de cadastramento de fornecedores a que se re-
XVIII - declarado o vencedor, qualquer licitante poderá IHUHRLQFLVR;,9GRDUWoGHVWD/HLSHORSUD]RGHDWp
manifestar imediata e motivadamente a intenção de 5 (cinco) anos, sem prejuízo das multas previstas em
recorrer, quando lhe será concedido o prazo de 3 (três) HGLWDOHQRFRQWUDWRHGDVGHPDLVFRPLQDo}HVOHJDLV
GLDVSDUDDSUHVHQWDomRGDVUD]}HVGRUHFXUVRÀFDQGR
os demais licitantes desde logo intimados para apre- $UWž2VDWRVHVVHQFLDLVGRSUHJmRLQFOXVLYHRVGH-
sentar contrarrazões em igual número de dias, que co- correntes de meios eletrônicos, serão documentados
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

meçarão a correr do término do prazo do recorrente, no processo respectivo, com vistas à aferição de sua
sendo-lhes assegurada vista imediata dos autos; regularidade pelos agentes de controle, nos termos do
XIX - o acolhimento de recurso importará a invalida- UHJXODPHQWRSUHYLVWRQRDUWž
ção apenas dos atos insuscetíveis de aproveitamento;
XX - a falta de manifestação imediata e motivada do $UW ž $SOLFDPVH VXEVLGLDULDPHQWH SDUD D PRGDOL-
licitante importará a decadência do direito de recurso GDGHGHSUHJmRDVQRUPDVGD/HLQžGHGH
e a adjudicação do objeto da licitação pelo pregoeiro MXQKRGH
ao vencedor;
XXI - decididos os recursos, a autoridade competente
fará a adjudicação do objeto da licitação ao licitante
vencedor;
XXII - homologada a licitação pela autoridade compe-
tente, o adjudicatário será convocado para assinar o
FRQWUDWRQRSUD]RGHÀQLGRHPHGLWDOH

107
#FicaDica DO PROCESSO ADMINISTRATIVO (LEI N°
9.784/99).
A Lei do Pregão – Lei nº 10.520/2002 deve
sempre ser lida em conjunto com a Lei de
Licitações – Lei nº 8.666/1993. PROCESSO ADMINISTRATIVO

A necessidade de se instaurar um processo, isso é,


$UW  )LFDP FRQYDOLGDGRV RV DWRV SUDWLFDGRV FRP uma sequência de atos para o exercício da jurisdição,
EDVHQD0HGLGD3URYLVyULDQžGHGHDJRV- tem seu fundamento no princípio constitucional do
WRGH devido processo legal. O devido processo legal pode
VHU FRPSUHHQGLGR FRPR R ´HVFXGR GD KXPDQLGDGHµ
$UW$VFRPSUDVHFRQWUDWDo}HVGHEHQVHVHUYLoRV contra a prática de atos abusivos por parte do Estado.
comuns, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Seu fundamento legal está previsto no art. 5º, LIV, da
Federal e dos Municípios, quando efetuadas pelo siste- Constituição Federal, o qual assegura que ninguém será
PDGHUHJLVWURGHSUHoRVSUHYLVWRQRDUWGD/HLQž privado da liberdade ou de seus bens sem o devido
GHGHMXQKRGHSRGHUmRDGRWDUDPR- processo legal.
GDOLGDGHGHSUHJmRFRQIRUPHUHJXODPHQWRHVSHFtÀFR A obrigatoriedade do devido processo legal não se
aplica somente à seara judicial, mas também vincula a
$UW$/HLQžGHGHIHYHUHLURGH Administração Pública e o Poder Legislativo, pois no
passa a vigorar acrescida do seguinte artigo: moderno Estado de Direito, a validade das decisões
praticadas por órgãos e agentes governamentais está
´$UW$$8QLmRRV(VWDGRVR'LVWULWR)HGHUDOHRV condicionada ao cumprimento de um rito procedimental
Municípios poderão adotar, nas licitações de registro previamente estabelecido. Por isso, é de grande
de preços destinadas à aquisição de bens e serviços importância o estudo do processo administrativo
comuns da área da saúde, a modalidade do pregão, disciplinar, que visa a dar maior transparência e garantia
inclusive por meio eletrônico, observando-se o seguin- do exercício de uma boa Administração para os
te: particulares.
I - são considerados bens e serviços comuns da área
da saúde, aqueles necessários ao atendimento dos ór-
gãos que integram o Sistema Único de Saúde, cujos
padrões de desempenho e qualidade possam ser obje-
#FicaDica
WLYDPHQWHGHÀQLGRVQRHGLWDOSRUPHLRGHHVSHFLÀFD- Processo ou procedimento administrativo?
o}HVXVXDLVGRPHUFDGR Apesar de não serem a mesma coisa, ambos
II - quando o quantitativo total estimado para a con- possuem uma forte relação intrínseca. “Pro-
tratação ou fornecimento não puder ser atendido FHVVRµpRWHUPRXWLOL]DGRSDUDGHVLJQDUDUH-
pelo licitante vencedor, admitir-se-á a convocação lação jurídica estabelecida entre as partes e,
de tantos licitantes quantos forem necessários para o por isso, denomina-se processo administrativo
atingimento da totalidade do quantitativo, respeitada o vínculo estabelecido entre o Poder Público
DRUGHPGHFODVVLÀFDomRGHVGHTXHRVUHIHULGRVOLFL- e o particular para a tomada de uma decisão.
tantes aceitem praticar o mesmo preço da proposta ´3URFHGLPHQWRµSRUVXDYH]UHIHUHVHDXPD
YHQFHGRUD sequência ordenada de atos que culminam na
III - na impossibilidade do atendimento ao disposto tomada da decisão. Procedimento é o meio
no inciso II, excepcionalmente, poderão ser registrados SHORTXDOVHDWHQGHDRVÀQVGRSURFHVVR
outros preços diferentes da proposta vencedora, des-
de que se trate de objetos de qualidade ou desempe-
QKRVXSHULRUGHYLGDPHQWHMXVWLÀFDGDHFRPSURYDGDD 1. Processo Administrativo e a Lei nº 9.784/1999
vantagem, e que as ofertas sejam em valor inferior ao Com o objetivo de regulamentar a disciplina
OLPLWHPi[LPRDGPLWLGRµ constitucional do processo administrativo, a Lei
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

nº 9.784/1999, denominada “Lei do Processo


$UW(VWD/HLHQWUDHPYLJRUQDGDWDGHVXDSXEOL- $GPLQLVWUDWLYRµ GLVS}H VREUH QRUPDV EiVLFDV VREUH R
FDomR referido processo no âmbito da Administração Federal
direta e indireta, visando a proteção dos direitos dos
%UDVtOLDGHMXOKRGHžGD,QGHSHQGrQFLD DGPLQLVWUDGRV H DR PHOKRU FXPSULPHQWR GRV ÀQV GD
HžGD5HS~EOLFD Administração Pública. Trata-se de lei federal, aplicável
somente no âmbito da União, com incidência no Poder
Executivo, e também nos Poderes Legislativo e Judiciário,
no exercício de suas funções atípicas. Entretanto, o STJ
SDFLÀFRXHQWHQGLPHQWRGHTXHDUHIHULGD/HLGH3URFHVVR
Administrativo pode ser aplicável, subsidiariamente, às
demais entidades federais que não possuam lei própria
versando sobre o tema.

108
Com base nessas considerações, passemos a desta- Por outro lado, o art. 4º da Lei de Processo Adminis-
car alguns pontos importantes da referida legislação. De trativo elenca os deveres a ser cumpridos pelos adminis-
início, o art. 1º, § 2º da Lei nº 9.784/1999 procura deli- trados no decurso do processo: a) expor os fatos con-
mitar três importantes conceitos. Órgão é a unidade de forme a verdade; b) proceder com lealdade, urbanidade
atuação integrante da estrutura da Administração direta e boa-fé; c) não agir de modo temerário; e d) prestar as
e da estrutura da Administração indireta; entidade é a informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o
unidade de atuação dotada de personalidade jurídica; e esclarecimento dos fatos.
autoridade é o servidor ou agente público dotado de
poder de decisão. 1.3 Instauração e legitimidade
A Administração Pública apresenta uma dinamicidade
1.1 Princípios do processo administrativo: muito maior do que o Judiciário, uma vez que pode agir
O caput do art. 2º da Lei nº 9.784/1999 elenca os princípios de ofício, isso é, sem a provocação do interessado. É
pelos quais a Administração Pública tem o dever de obedecer possível, evidentemente, que o processo administrativo
e que regem o processo administrativo. São eles: possa ser instaurado a requerimento, o qual deverá ser
A) Legalidade: é o dever de atuação conforme a lei e formulado por escrito e constar os seguintes elementos:
o direito positivado. a) órgão ou autoridade administrativa a que se dirige; b)
B) Impessoalidade: tem por objetivo vedar a LGHQWLÀFDomR GR LQWHUHVVDGR RX GH TXHP R UHSUHVHQWH
promoção pessoal de agentes e autoridades c) domicílio do requerente ou local para recebimento de
C) Finalidade: a persecução do interesse público é comunicações; d) formulação do pedido, com exposição
primordial na conduta dos agentes administrativos, dos fatos e de seus fundamentos; e e) data e assinatura
pois é o seu objetivo maior. do requerente ou de seu representante. Na verdade, a
D) Moralidade: a atuação dos agentes públicos deve instauração do processo pode ser de ofício, ainda que
seguir os padrões de lealdade, decoro e boa-fé. haja provocação de uma das partes.
E) Publicidade: o dever de transparência que resulta Quanto à legitimidade para a instauração do
a publicação dos atos administrativos de relevante processo, o art. 9º da mesma Lei elenca um rol taxativo de
interesse para a população. interessados: I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem
F) Razoabilidade e proporcionalidade: exige uma como titulares de direitos ou interesses individuais ou no
OLQKDOyJLFDHDGHTXDomRHQWUHRÀPDOPHMDGRHR exercício do direito de representação; II - aqueles que,
PHLRXWLOL]DGRSDUDWDOÀPDEVWHQGRVHGHSUDWLFDU sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses
exageros. que possam ser afetados pela decisão a ser adotada;
G) Obrigatória motivação: as decisões tomadas III - as organizações e associações representativas, no
pelas autoridades devem conter pressupostos de tocante a direitos e interesses coletivos; IV - as pessoas
IDWRHGHGLUHLWRTXHMXVWLÀTXHPDVPHVPDV
ou as associações legalmente constituídas quanto a
H) Segurança jurídica: exige que a interpretação das
direitos ou interesses difusos. Em termos de capacidade
normas administrativas seja sempre a que melhor
processual, o art. 10 dispõe que são considerados capazes
atenda aos interesses dos administrados, sendo
os maiores de dezoito anos, ressalvada previsão especial
vedada sua aplicação retroativa, pois isso feriria o
em ato normativo próprio.
ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa
julgada.
&RPSHWrQFLDIRUPDWHPSRHOXJDU
I) Contraditório e ampla defesa: para cada ato e
cada alegação feita no processo em questão, é Nos termos do art. 11 da Lei de Processo Adminis-
assegurado o direito de manifestação da parte trativo, a competência é irrenunciável e se exerce pelos
contrária, principalmente nos processos em que órgãos administrativos a que foi atribuída como própria,
resultem em sanções e nas situações de litígio. salvo os casos de delegação e avocação legalmente ad-
mitidos. A delegação é o fenômeno pelo qual uma au-
1.2 Direitos e deveres dos administrados toridade distribui suas competências para uma entidade
2 WHUPR ´DGPLQLVWUDGRµ KRMH FRP SRXFD XWLOL]DomR ou órgãos distintos, podendo estar na mesma linha hie-
é usado na referida Lei para designar o usuário ou ci- rárquica ou não, embora haja alguns casos em que a de-
dadão que é administrado pelo Poder Público. A Lei nº legação é legalmente vedada, como a edição de atos de
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

9.784/1999 elenca uma série de direitos e deveres aos caráter normativo, a decisão de recursos administrativos,
referidos administrados. e as matérias de competência exclusiva da autoridade. A
Assim, os usuários e cidadãos possuem as seguintes avocação, por sua vez, traduz-se na absorção de compe-
garantias (art. 3º): a) ser tratado com respeito pelas auto- tências, hipótese em que o órgão ou o titular chama para
ridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de si atribuições de competência de órgão hierarquicamen-
seus direitos e o cumprimento de suas obrigações; b) ter te inferior.
ciência da tramitação dos processos administrativos em Em relação a forma, a lei citada não atribui nenhum
que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, requisito solene para o processo administrativo, apenas
obter cópias de documentos neles contidos e conhecer exige que os atos processuais deverão ser produzidos
as decisões proferidas; c) formular alegações e apresen- por escrito, em vernáculo, com data e local de sua rea-
tar documentos antes da decisão, os quais serão obje- lização e assinatura da autoridade responsável. Os atos
to de consideração pelo órgão competente; d) fazer-se são realizados em dias úteis, no horário de funcionamen-
assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando to da repartição na qual tramita o processo.
obrigatória a representação, por força de lei.

109
É ônus da parte apresentar provas sobre os fatos de causar lesão. A interposição da reclamação não
alegados pela mesma, na forma do artigo 36 da impede a apreciação do pleito pelo Judiciário,
referida Lei, independentemente de atuação sem mas a reclamação interposta dentro do prazo de
prejuízo da atuação do órgão competente e o dever 1 ano, contado da ocorrência do ato, suspende a
deste providenciar os documentos oriundos da prescrição quinquenal deste.
própria Administração. Com isso, procura-se atribuir a C) Pedido de reconsideração: é uma solicitação
Administração Pública o exercício de suas funções de feita à autoridade que já expediu o ato, para que o
modo adequado e correto, não podendo se prender ao PRGLÀTXHRXRLQYDOLGHQRVPROGHVGRUHTXHUHQWH
ônus da prova para escusar-se de promover uma má- A reconsideração não suspende a prescrição do
administração. Importante ressaltar também a vedação Judiciário.
a da produção e utilização de provas obtidas por meios D) Recurso hierárquico próprio: é aquele endereçado
ilícitos (art. 30, Lei nº 9.784/1999). a autoridade superior à que praticou o ato
É possível, também, a instauração de medida cautelar, recorrido. Pode ser interposto sem a necessidade
na forma do artigo 45 da Lei nº 9.784/1999, podendo ser de previsão legal, uma vez que a revisão dos
instaurada sem a prévia manifestação do interessado, em atos pela autoridade hierarquicamente superior
caso de risco iminente que possa prejudicar o objeto do àquela que praticou o ato é uma de suas tarefas
processo. inerentes. Vale ressaltar que o recurso hierárquico
independe de caução ou qualquer tipo de garantia
'HYHUGHGHFLGLUHGHVLVWrQFLD em dinheiro, conforme dispõe a Súmula Vinculante
A Administração Pública tem o dever de emitir decisão nº 21 do STF.
(art. 48, Lei nº 9.784/1999) expressa nos processos E) Recurso hierárquico impróprio: é aquele dirigido
administrativos e sobre as solicitações e reclamações a autoridade que não ocupa posição de hierarquia
que receber, uma vez que faz parte de sua competência. em relação ao ente que praticou o ato. É o caso,
Trata-se de uma consequência lógica do direito de por exemplo, de recurso interposto para o ente
petição, constitucionalmente garantido a todo cidadão. federativo membro da Administração Direta,
Encerrada a instrução, terá o prazo de até 30 (trinta) sobre alguma entidade da Administração Indireta.
dias para decidir, salvo prorrogação por igual período Esse tipo de recurso deve possuir previsão legal,
expressamente motivada. uma vez que os poderes inerentes à tutela não se
Admite-se a desistência do processo, por parte do presumem.
interessado, nos termos do art. 51 da referida Lei. Para
tanto, deverá o interessado manifestar-se por escrito, Detalhe importante que merece destaque é o exposto
com o pedido de desistência total ou parcial do pleito, no art. 64 da Lei nº 9.784/1999: “O órgão competente
ou ainda renunciar direitos disponíveis. A desistência ou SDUDGHFLGLURUHFXUVRSRGHUiFRQÀUPDUPRGLÀFDUDQXODU
renúncia do interessado, conforme o caso, não prejudica ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se
o prosseguimento do processo, se a Administração DPDWpULDIRUGHVXDFRPSHWrQFLDµ/RJRSHUFHEHVHTXH
considerar que o interesse público assim o exige. o referido dispositivo legal permite a reformatio in pejus
da decisão administrativa, o que pode acarretar em uma
1.6 Recursos administrativos decisão que agrave ainda mais a situação do recorrente.
Todas as decisões adotadas em processo administrativo Todavia, o parágrafo único do mesmo artigo dispõe que
são passíveis de recurso, caso em que haverá um reexame RUHFRUUHQWHQHVVDKLSyWHVHGHYHUiVHUFLHQWLÀFDGRSDUD
quanto a questões de legalidade e de mérito dos atos que formule suas alegações antes da decisão.
administrativos objeto do litígio. O recurso deve ser
dirigido à autoridade que proferiu a decisão para que, no
prazo de 5 dias, tenha a oportunidade de reconsiderar sua
GHFLVmR6HQmRRÀ]HUHQFDPLQKDUiDSHoDUHFXUVDOSDUD EXERCÍCIOS COMENTADOS
a autoridade hierarquicamente superior, se for recurso
hierárquico próprio, ou para a entidade que exerce tutela 1. (CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL –
sobre a que proferiu a decisão, tratando-se de recurso TÉCNICO LEGISLATIVO – FCC – 2018) Plínio, adminis-
hierárquico impróprio. O prazo para a interposição do trado que se encontra em condição de interessado em
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

recurso cabível é de 10 (dez) dias, contados a partir da processo administrativo, deseja ver referido processo no
GLYXOJDomRRÀFLDOGDGHFLVmRDGPLQLVWUDWLYD9HMDPRVHP qual consta como réu, bem como tirar cópia dos autos.
detalhes, os principais recursos administrativos: Em conformidade com a Lei Federal no 9.784/1999, que
A) Representação: é uma denúncia formal de regula o Processo Administrativo no âmbito da Adminis-
irregularidade, feita por qualquer indivíduo, com tração Pública Federal, Plínio
previsão no art. 37, § 3º, III, da CF/1988, e que
gera à Administração o dever-poder de apurar a a) possui direito de ter vista dos autos, porém, para obter
irregularidade, se houver. Trata-se, por isso, de ato cópias de documentos neles contidos, faz-se obriga-
vinculado. tória a assistência por advogado, já que para tal ato é
B) Reclamação administrativa: É o ato pelo qual o sempre necessária a representação
administrado, particular ou servidor público, deduz b) possui direito de ter vista dos autos e de obter cópias
uma pretensão perante a administração pública, de documentos neles contidos, fazendo-se assistir, fa-
visando obter o reconhecimento de um direito ou a cultativamente, por advogado, salvo quando obriga-
correção de um ato que lhe cause ou na iminência tória a representação, por força de lei.

110
c) não pode ter vista dos autos, tampouco obter cópias endereçamento do recurso hierárquico próprio é feito
de documentos nele contidos sem a assistência obri- à autoridade que se situa na mesma linha organiza-
gatória de um advogado, já que para tais atos é sem- cional da autoridade recorrida, em posição hierarqui-
pre necessária a representação. camente superior. A letra D está incorreta, pois o re-
d) possui direito de ter vista dos autos e de obter cópias curso hierárquico impróprio é aquele dirigido ao ente
de documentos neles contidos, fazendo-se assistir, fa- da Administração Direta que exerce poder de tutela
cultativamente, por advogado, ressalvado o direito de sobre a autoridade ente da Administração Indireta. A
conhecer as decisões proferidas, ato este que obriga letra E está incorreta pois o recurso hierárquico tra-
sempre a assistência de um advogado, por meio de duz-se em um pedido, um pleito. A denúncia forma é
representação. característica da representação administrativa.
e) possui direito de ter vista dos autos e de obter cópias
de documentos neles contidos, fazendo-se assistir, fa- 3. (TRT 14ª REGIÃO-RO E AC – ANALISTA JUDICI-
cultativamente, por advogado, sem, contudo, poder ÁRIO – FCC – 2018) No que concerne à competência
formular alegações e apresentar documentos antes dos órgãos públicos, na forma disciplinada pela Lei no
da decisão, já que para tanto é sempre obrigatória a 9.784/1999, que regula o processo administrativo no
assistência de um advogado, por meio de represen- âmbito da Administração pública federal, existe expressa
tação. vedação quanto à:

Resposta: Letra B. A letra A está incorreta, pois o di- a) delegação parcial ou temporária de competência, so-
reito à assistência de um advogado para acompanhar mente sendo admissível delegação em caráter integral
os atos processuais é uma mera faculdade, na forma HGHÀQLWLYR
do art. 3º, IV, da Lei nº 9.784/1999. A letra C está in- b) avocação de competências, ainda que em caráter tem-
correta, pois o administrado tem direito de ter vista SRUiULRHH[FHSFLRQDOSRUPRWLYRVUHOHYDQWHVHMXVWLÀ-
dos autos, trata-se de garantia prevista no art. 3º, II, cados pelo órgão superior.
da referida Lei. As letras D e E estão incorretas, pois c) delegação da competência de um órgão a outro quan-
o administrado também tem o direito de conhecer as do este não lhe seja direta e imediatamente subordi-
decisões proferidas, bem como formular alegações e nado hierarquicamente.
apresentar documentos antes da decisão, indepen- d) delegação ou avocação de competência para decisão
dentemente de estar acompanhado de advogado. de recursos administrativos, salvo em caráter tempo-
UiULRHGHYLGDPHQWHMXVWLÀFDGRGRSRQWRGHYLVWDWpF-
2. (DPE-MA – DEFENSOR PÚBLICO – FCC – 2018) O nico.
recurso administrativo é meio hábil para propiciar o re- e) delegação de competência de determinado órgão a
exame da atividade da Administração por razões de le- outro, subordinado hierarquicamente ou não, para
galidade ou de mérito. O recurso hierárquico impróprio edição de atos de caráter normativo.
é aquele dirigido:
Resposta: Letra D. Segundo o disposto no artigo 13 da
a) à autoridade ou instância superior do mesmo órgão Lei de Processos Administrativos (Lei nº 9.784/1999),
administrativo, pleiteando revisão do ato recorrido não podem ser objeto de delegação: I - a edição de
por terceiro interessado. atos de caráter normativo; II - a decisão de recursos
b) pela parte, à autoridade ou órgão estranho à reparti- administrativos; III - as matérias de competência ex-
ção que expediu o ato recorrido, mas com competên- clusiva do órgão ou autoridade.
cia julgadora expressa.
c) pela parte, à autoridade ou órgão estranho à reparti- IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (LEI Nº
ção que expediu o ato recorrido, sem a necessidade 8.429/92).
de competência julgadora expressa, bastando estar,
de alguma forma, em posição hierárquica superior em
relação à autoridade recorrida.
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
d) à mesma autoridade que expediu o ato, para que o
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

LQYDOLGHRXRPRGLÀTXHHSRULVVRDSHVDUGHFRQVLVWLU
1. Conceito de improbidade
em reanálise é imprópria, pois não é dirigida à autori-
O agente público, quando age no exercício das
dade ou órgão hierarquicamente superior.
suas funções, pode praticar atos violadores do Direito,
e) em forma de denúncia formal, à autoridade superior, capazes de ensejar um dever de responsabilização
dando conta de irregularidades internas ou abuso da Administração, que é a pessoa jurídica a qual
de poder na prática de atos da Administração, feita representa. É bastante comum a doutrina estabelecer a
pela parte atingida diretamente pela irregularidade ou responsabilidade tríplice dos agentes públicos, uma vez
abuso de poder. que seus atos podem violar direitos relativos às esferas
civil, penal, e administrativas. Todavia, além das três
Resposta: Letra B. A letra A está incorreta, pois há HVIHUDV PHQFLRQDGDV p SRVVtYHO YHULÀFDU XPD TXDUWD
um rol de legitimados para a interposição do recurso esfera de responsabilização dos agentes públicos, que
KLHUiUTXLFRSUySULRRTXHVLJQLÀFDTXHQmRSRGHVHU diz respeito à improbidade administrativa.
pleiteado por terceiro. A letra C está incorreta, pois o

111
Improbidade possui previsão constitucional, mais UHFHEHP VXEYHQomR LQFHQWLYR RX EHQHItFLR ÀVFDO RX
HVSHFLÀFDPHQWHQRDUWcaput, ao expor que é dever creditício provenientes de órgãos públicos; e também
da Administração Pública Direta e Indireta, o respeito as empresas com participação estatal, cuja criação
ao princípio da moralidade administrativa. Além disso, ou custeio o erário concorra com menos de 50% do
consta no § 4º do mesmo dispositivo constitucional patrimônio ou da receita anual.
que “os atos de improbidade administrativa importarão Por outro lado, sujeito ativo é aquele que pratica o
a suspensão dos direitos políticos, a perda da função ato danoso, e eventualmente sofrerá a sanção aplicável
pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento após a propositura da ação de improbidade (art. 17 da
ao erário, na forma e gradação previstas em lei, LIA). Todo e qualquer agente público pode sofrer processo
VHP SUHMXt]R GD DomR SHQDO FDEtYHOµ 3HOD OHLWXUD GR de improbidade. Compreende-se como agente público,
GLVSRVLWLYR YHULÀFDVH XPD FDUDFWHUtVWLFD LPSRUWDQWH todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou
dos atos de improbidade: a sua independência em sem remuneração, por eleição, nomeação, designação,
relação às outras esferas de responsabilização. Assim, contratação ou qualquer outra forma de investidura
a instauração de processo com o escopo de apurar o ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas
ato de improbidade independe de prévia condenação entidades mencionadas anteriormente (art. 2º da LIA).
(ou absolvição) do agente infrator nos processos civil, Entretanto, o art. 3º da referida Lei estende as penas
criminal, e administrativo. pela improbidade a particulares (não agentes), desde
Dessa forma, podemos conceituar os atos de TXH WHQKDP LQGX]LGR FRQFRUULGR RX VH EHQHÀFLRX
improbidade administrativa como aqueles aptos a da prática do ato. Assim, os particulares podem até
causarem danos ao erário, enriquecimento ilícito, ou serem responsabilizados, mas nunca sozinhos, hipótese
ainda violação aos princípios administrativos. designada como improbidade imprópria.
A preocupação do legislador em estabelecer os Ainda sobre a hipótese de particulares, o STJ tem se
posicionado de forma a restringir o âmbito de aplicação
atos de improbidade, bem como as sanções aplicáveis
da LIA para as pessoas não agentes, como no julgado de
DRV DJHQWHV S~EOLFRV WUDGX]VH QD ÀQDOLGDGH GH
Recurso Especial REsp nº 1.405.748, que extinguiu ação
garantir o respeito à moralidade administrativa. Nossa
de improbidade proposta em face do ator Guilherme
)RQWHVSHODGHPRUDQDFRQFOXVmRGRÀOPH´&KDW{²5HL
Constituição estabelece dois mecanismos processuais
para a defesa da moralidade, haja visto ser uma questão GR%UDVLOµ
de interesse público. De um lado, temos a ação popular
(art. 5º, LXXIII, da CF/1988), podendo ser proposta por
qualquer cidadão para anular ato lesivo ao patrimônio #FicaDica
público ou de entidade que o Estado participe, à A presença do elemento dolo/culpa nos atos
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao de improbidade administrativa é um tema bas-
patrimônio histórico-cultural. De outro, a ação de tante discutido na doutrina. O art. 10 da Lei nº
improbidade administrativa, fundada no art. 37, § 4º, 8.429/1982 prevê, expressamente, que “cons-
da CF/1988, e de legitimidade exclusiva do Ministério titui ato de improbidade administrativa que
Público, ou de entidade interessada. causa lesão ao erário qualquer ação ou omis-
VmRGRORVDRXFXOSRVDTXHHQVHMHµ(VWHpR
2. A Lei nº 8.429/1982 único dispositivo que prevê expressamente a
Como forma de regulamentar o processo de PRGDOLGDGHFXOSRVDSDUDFRQÀJXUDomRGHLP-
improbidade, garantido pela Constituição, incumbiu- probidade. Uma corrente majoritária na dou-
se a União a tarefa de promulgar a Lei Federal trina sustenta que, devido a sua ausência nos
nº 8.429/1982, também conhecida como Lei da demais casos de improbidade, a culpa stricto
Improbidade Administrativa (LIA). sensu somente seria admitida para atos que
Dispõe o art. 1º da LIA que “Os atos de improbidade causem prejuízos ao erário. A responsabilida-
praticados por qualquer agente público, servidor de é sempre subjetiva, devendo sempre de-
ou não, contra a administração direta, indireta ou monstrar a culpa em sentido amplo do agente
fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos público.
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Território, de empresa incorporada ao patrimônio


3. Espécies de atos de improbidade
público ou de entidade para cuja criação ou custeio
A Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº
o erário haja concorrido ou concorra com mais de
  GHÀQH QRV VHXV DUWLJRV ž D  XP URO
cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual,
H[HPSOLÀFDWLYR GDV FRQGXWDV TXH FDUDFWHUL]DP D
VHUmRSXQLGRVQDIRUPDGHVWDOHLµ3RGHPRVLGHQWLÀFDU
improbidade administrativa, que constituem no objeto
os sujeitos ativo e passivo do ato de improbidade. da improbidade. Podemos dividir tais condutas em
Sujeito passivo do ato de improbidade é aquele quatro grandes grupos:
que venha a sofrer as consequências do ato de A) Atos que importam em enriquecimento ilícito:
improbidade administrativa. São eles: membros são as condutas de maior gravidade, apenadas
da Administração Pública Direta (União, Estados, com as sanções mais rigorosas, pelo fato de
Municípios e seus órgãos), da Administração Indireta envolver atos como auferir qualquer tipo de
(autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades vantagem patrimonial indevida em razão do
de economia mista); as entidades privadas que exercício de cargo, mandato, função, emprego ou

112
atividade nas entidades públicas (art. 9º da LIA). Independentemente disso, o importante é que o
As sanções aplicáveis podem ser de ressarcimento agente público tem o dever de obedecer não somente
integral do dano, perda da função pública, perda as leis ou as normas jurídicas positivadas. Ele deve
dos direitos políticos de 8 a 10 anos, e a proibição obedecer, também, ao princípio da moralidade, para
de contratar com o Poder Público pelo prazo de agir com ética, decoro, honestidade e boa-fé, e poder
10 anos. H[HUFHU XPD ´ERD DGPLQLVWUDomRµ &DVR FRQWUiULR
B) Atos que causam prejuízo ao erário: qualquer poderá ser punido pela prática de atos de improbidade
tipo de conduta dolosa ou culposa, comissiva administrativa.
ou omissiva, que enseja perda patrimonial,
desvio, apropriação ou dilapidação dos bens
ou haveres das entidades públicas é passível
de sanção, sem a necessidade de haver um EXERCÍCIOS COMENTADOS
enriquecimento patrimonial do agente infrator
(art. 10 da LIA). Comporta sanções intermediárias, 1. (PREFEITURA DE RECIFE-PE – ANALISTA DE PLA-
como ressarcimento dos danos, perda da função NEJAMENTO ORÇAMENTO E GESTÃO – FCC – 2019)
pública, perda dos direitos políticos de 5 a 8 anos, Quando um agente público comete ato de improbidade,
e a proibição de contratar com o Poder Público sabe-se que:
por 5 anos.
C) Atos que atentam contra os princípios da a) se trata de servidor público estatutário ou celetista,
Administração Pública: apesar de não causar admitidos mediante concurso público, não sendo in-
HQULTXHFLPHQWR GR DJHQWH QHP OHVmR ÀQDQFHLUD dispensável a comprovação de conduta dolosa para
ao erário, a prática desses atos pode violar DTXHODFRQÀJXUDomR
os deveres de honestidade, imparcialidade, b) o terceiro que tiver participado, induzido ou concor-
legalidade, e lealdade às instituições (art. 11). As rido para a prática do ato poderá sofrer as sanções
sanções aplicáveis são mais brandas, incluindo previstas na mesma lei.
ressarcimento dos danos, perda da função c) para sua condenação é indispensável a comprova-
pública, perda dos direitos políticos de 3 a 5 anos, ção de dolo, independentemente da modalidade em
e a proibição de contratar com o Poder Público questão.
por 3 anos. G DJLXFRPDUHSURYiYHOTXHEUDGHFRQÀDQoDFRQÀJX-
D) Atos decorrentes de concessão ou aplicação rando dolo presumido, o que enseja condenação por
LQGHYLGD GH EHQHItFLR ÀQDQFHLUR RX ato de improbidade.
tributário: trata-se de novidade trazida pela H VXDFRQGXWDFXOSRVDpVXÀFLHQWHSDUDDSOLFDomRGHDO-
Lei Complementar nº 157/2016, que adicionou gumas penalidades acessórias, mas não admite a tipi-
R DUWLJR $ WLSLÀFDQGR FRPR LPSURELGDGH ÀFDomRFRPRXPDPRGDOLGDGHLQGLYLGXDOL]DGDGHDWR
administrativa qualquer ação ou omissão para de improbidade.
FRQFHGHU DSOLFDU RX PDQWHU EHQHItFLR ÀQDQFHLUR
ou tributário contrário ao que dispõem o caput Resposta: Letra B. As letras A e D estão incorreta, pois
e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº SDUDDFRQÀJXUDomRGHDWRGHLPSURELGDGHDGPLQLV-
116/2003. Apresenta sanções como a perda da trativa, é imprescindível a presença da conduta dolosa
função pública, e perda dos direitos políticos de SDUDVXDFRQÀJXUDomR UHVSRQVDELOLGDGHVXEMHWLYD 2
5 a 8 anos. dolo não se presume nessas hipóteses. As letras C e
E estão incorretas, pois os atos de improbidade que
4. Probidade e Moralidade causem prejuízos ao erário poderão ocorrer na moda-
Convém fazer maior explanação sobre as diferenças lidade culposa.
entre moralidade e improbidade. A moralidade,
sobretudo a moralidade administrativa, é um princípio 2. (SEFAZ-SC – AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADU-
constitucional da Administração Pública, presente no AL – FCC – 2018) A não ocorrência de prejuízo aos co-
caput do art. 37 da CF/1988. Quando a Constituição fres de uma empresa pública, constatada irregularidade
H[S}HVREUH´PRUDOLGDGHµJHUDOPHQWHUHPHWHVHDXP
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

no procedimento de aquisição de equipamentos por um


princípio ou norma geral atribuída aos agentes públicos. empregado público:
Não há, todavia, regras com previsão de sanções pelo
não cumprimento do princípio da moralidade no Texto a) afasta a possibilidade de caracterização de ato de im-
Constitucional. probidade.
A improbidade, todavia, apresenta uma faceta b) impede a instauração de procedimento para respon-
muito mais concreta: quando a Constituição fala em sabilização do empregado em qualquer esfera, à exce-
´LPSURELGDGH DGPLQLVWUDWLYDµ VHPSUH SUHVVXS}H omRGDSHQDOFDVRVXDFRQGXWDWLSLÀTXHFULPH
alguma lesão a valores morais ou a algum comando c) não afasta a possibilidade de prática de ato de impro-
legal, exigindo a aplicação de uma sanção. Parece-nos bidade se a conduta tiver sido dolosa e se subsumir a
PDLVFRUUHWRDÀUPDUTXHFRPRLQIUDomRDLPSURELGDGH uma das demais hipóteses caracterizadoras de outra
é uma noção mais abrangente e real do que a noção de modalidade, que não exigem prejuízo ao erário para
moralidade administrativa. Essa é a posição majoritária WLSLÀFDomR
da doutrina.

113
d) não interfere na conclusão de processo em curso por b) Corrente inclusivista: defendida por autores como
DWRGHLPSURELGDGHWHQGRHPYLVWDTXHDWLSLÀFDomR Maria Sylvia Zanella Di Pietro e Hely Lopes Mei-
de qualquer das modalidades possíveis é legalmente relles, consideram bens públicos todos os bens
prevista mediante conduta culposa e não exige efetivo pertencentes à Administração Pública Direta e
prejuízo ao erário público. Indireta. Apesar de tal abrangência, essa corrente
e) restringe a responsabilização do empregado à esfera não deixa clara a diferença de regime jurídico entre
os bens utilizados para a prestação de um serviço
disciplinar, pois as empresas públicas se submetem ao
público, e os bens destinados à exploração de ati-
regime jurídico de direito privado, não sendo possível
vidade econômica.
FRQÀJXUDomRGHDWRGHLPSURELGDGHVDOYRVHHPFRQ- c) Corrente mista: tal corrente nos parece ser a mais
curso com detentor de cargo efetivo. correta, pois GHÀQHEHQVS~EOLFRVQmRVyDTXH-
Resposta: Letra C. A letra A está incorreta, pois ape- les pertencentes as pessoas jurídicas de Direito
sar não haver prejuízos ao erário, o agente pode se Público, como também os bens afetados a uma
responsabilizar pela prática de outros atos de impro- prestação de um serviço público. Os bens afe-
bidade, como por exemplo se do ato resultar em enri- tados às prestações de serviços públicos, mesmo
quecimento ilícito. As letras B e E estão incorretas, pois que não pertencentes a pessoas jurídicas de Direi-
os servidores públicos, de modo geral, possuem tripla WR3~EOLFRSRVVXHPDWULEXWRVHVSHFtÀFRVGRVGH-
esfera de responsabilização, abrangendo a responsa- mais bens públicos, tais como a impenhorabilida-
de. Essa é a corrente defendida por Celso Antônio
bilidade civil, administrativa e penal. A letra D está in-
Bandeira de Mello.
correta, pois não é toda modalidade de ato de impro-
bidade administrativa que se admite conduta culposa, Com base no conceito disposto, podemos incluir
apenas os atos que causem prejuízo ao erário. como bens públicos: os bens da Administração Pública
Direta, isso é, bens da União (art. 20 da CF/1988), dos
Estados (art. 26, idem), dos Municípios (pelo critério resi-
BENS PÚBLICOS: REGIME JURÍDICO; dual, são todos aqueles não pertencentes à União e aos
CLASSIFICAÇÃO; ADMINISTRAÇÃO; Estados, como ruas, praças, parques), e dos Territórios
AQUISIÇÃO E ALIENAÇÃO; UTILIZAÇÃO; Federais (art. 33, idem), bem como os bens da Adminis-
AUTORIZAÇÃO DE USO, PERMISSÃO DE tração Pública Indireta, inclusive os bens particulares,
USO, CONCESSÃO DE USO, CONCESSÃO DE pertencentes às pessoas jurídicas de Direito Privado, mas
DIREITO REAL DE USO E CESSÃO DE USO. que são afetados à prestação de um serviço público,
como os bens das empresas públicas, sociedades de eco-
nomia mista, concessionárias e permissionárias.
CONCEITO DE BENS PÚBLICOS
1. Características dos bens públicos
Denomina-se domínio público o conjunto de bens,
móveis e imóveis, corpóreos e incorpóreos, pertencentes
ao Estado. Bens públicos, na verdade, é uma expressão Os bens públicos, em regra, pertencem à Administra-
mais abrangente, uma vez que existem bens constituin- ção Pública. Por esse motivo, são dotados de um regime
tes do patrimônio público que são regidos pelas regras jurídico especial que os diferenciam dos bens particula-
de Direito Privado. UHV'HPRGRJHUDOSRGHPRVLGHQWLÀFDUTXDWURDWULEXWRV
Conceituar bens públicos é uma tarefa árdua. O di- essenciais dos bens públicos:
reito brasileiro não apresenta uma concepção satisfa- a) Inalienabilidade: os bens públicos, em regra, não
tória na visão dos autores administrativos. No mínimo, podem ser vendidos livremente como os bens
utilizam o excerto do art. 98 do Código Civil, que dispõe:
particulares, pois a legislação impõe certas condi-
“São públicos os bens do domínio nacional pertencentes
o}HVHVSHFtÀFDVSDUDDDOLHQDomRGHWDLVEHQV+i
às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os
outros são particulares, seja qual for a pessoa a que per- autores que preferem a denominação alienação
WHQFHUHPµ 7DO FRQFHLWR WRGDYLD QmR p XQDQLPHPHQWH condicionada. Pela inalienabilidade, também po-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

aceito pelos doutrinadores administrativistas, que divide GHPRV DÀUPDU TXH RV EHQV S~EOLFRV QmR SRGHP
seu posicionamento baseado nas seguintes correntes: ser embargados, hipotecados, desapropriados, pe-
a) Corrente exclusivista: é a ideologia dos autores nhorados, reivindicados, e nem poderão ser objeto
como José dos Santos Carvalho Filho, que enten- de servidão.
dem estar absolutamente correto o dispositivo b) Impenhorabilidade: a penhora é uma constrição
legal do Código Civil, e que o conceito de bens
judicial dos bens de alguma pessoa, para satisfazer
públicos deve abranger somente os bens que
a execução promovida por outra. Ao dizer que os
compõem o patrimônio das pessoas jurídicas de
Direito Público. Embora esta seja a corrente mais bens públicos são inalienáveis, pela lógica, conclui-
aceita para os concursos públicos, entendemos -se que eles também não podem ser penhorados. É
que ela peca em não incluir na concepção de bem D LPSHQKRUDELOLGDGH LQFOXVLYH TXH MXVWLÀFD D H[LV-
público os bens das empresas públicas e socieda- tência de execução especial contra a Fazenda Públi-
des de economia mista. ca e da ordem dos precatórios disposto no art. 100

114
da CF/1988, sendo impossível promover a execução (PUHODomRDFODVVLÀFDomRGRVEHQVS~EOLFRVDGRXWUL-
normal dos bens da Administração pelas regras do na costuma agrupá-los em três grupos:
Código de Processo Civil. A impenhorabilidade tam- a) Quanto à titularidade: é o critério que estabelece
bém atinge os bens públicos das empresas públicas, os bens públicos de acordo com o nível federativo
sociedades de economia mista e concessionárias, da pessoa jurídica a que pertençam, podendo ser:
que são afetados à prestação de um serviço público. a.1) federais, a.2) estaduais, a.3) municipais, ou a.4)
c) Imprescritibilidade: no caso dos bens públicos, a distritais.
imprescritibilidade é na forma aquisitiva. Isso sig- b) Quanto à disponibilidade: os bens podem ser:
b.1) indisponíveis por natureza, que não possuem
QLÀFD TXH RV EHQV S~EOLFRV QmR VmR SDVVtYHLV GH
natureza patrimonial e insuscetíveis à qualquer
usucapião, que é a forma de aquisição da proprie-
alienação ou oneração. Sãos os bens de uso co-
dade com a posse contínua de imóvel ao longo do
mum do povo, como os mares, o meio ambiente,
tempo (art. 183, § 3º, da CF/1988, e art. 102 do CC). paisagens naturais, etc; b.1) patrimoniais indispo-
Trata-se de uma característica atribuída a todos os níveis, que apesar de terem valor de mercado, por
bens públicos, inclusive os bens dominicais. estarem destinados a um interesse público, não
podem ser alienados. São os bens de uso espe-
cial, como as repartições públicas, mercados mu-
nicipais, veículos da Administração, etc; b.3) patri-
EXERCÍCIO COMENTADO moniais disponíveis, são os bens que podem ser
onerados e legalmente passíveis de alienação. É o
1. (DPE-AM – ASSISTENTE TÉCNICO – DEFENSORIA caso dos bens dominicais ou dominiais, como as
– FCC – 2018) &RQVLGHUDQGRDGHÀQLomRWUD]LGDSHORDU- terras devolutas.
c) Quanto à destinação: os bens, sob esse critério,
tigo 98 do Código Civil brasileiro, segundo a qual são
poderão ser de três tipos:
públicos os “bens do domínio nacional pertencentes às
c.1) bens de uso comum do povo;
SHVVRDVMXUtGLFDVGHGLUHLWRS~EOLFRLQWHUQRµHVWmRVXE- c.2) bens de uso especial;
metidos a regime jurídico de direito público os bens dos c.3) bens dominicais.
entes federativos:

a) de suas autarquias e de empresas públicas, presta-


doras de serviço público e exploradoras de atividade
EXERCÍCIO COMENTADO
econômica.
b) das entidades pertencentes à Administração indireta, 2. (PAULIPREV-SP – PROCURADOR AUTÁRQUICO –
inclusive os das pessoas jurídicas de direito privado VUNESP – 2018) No tocante a bem público, é correto
TXDOLÀFDGDV SHOR 3RGHU 3~EOLFR FRPR 2UJDQL]Do}HV DÀUPDUTXH
Sociais.
c) de suas autarquias, fundações, de empresas públicas e a) a alienação de bens imóveis, como regra, dependerá
de sociedades de economia mista, estas quando sujei- de autorização legislativa, de avaliação prévia e de lici-
tas a regime jurídico de direito público tação, realizada na modalidade de concorrência
d) de suas fundações privadas e autarquias, sendo que b) afetação de bem a uso comum dependerá de avalia-
em relação a estas, apenas os afetados à prestação de ção prévia, assim como de autorização legislativa ou
serviços públicos. decreto.
d) de suas autarquias e de fundações públicas. c) alienação poderá decorrer de retrocessão, que não se
confunde com concessão de uso, porque é forma de
Resposta: Letra E. Lembre-se que existem entidades alienação hoje admitida apenas para terras devolutas
pertencentes à Administração Indireta que possuem
da União, Estados e Municípios.
personalidade jurídica de Direito Privado, como as
d) afetação e a desafetação de qualquer bem sempre de-
empresas públicas e as sociedades de economia mis-
ta. O referido artigo do Código Civil considera como penderão de lei.
e) alienação poderá decorrer de concessão de domínio,
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

bens públicos apenas aqueles pertencentes às pes-


soas jurídicas de Direito Público, como as autarquias que ocorre sempre que a Administração não mais ne-
e as fundações públicas. A doutrina tende a ser mais cessita do bem expropriado, e o particular o aceita em
abrangente que o referido texto legal. retorno.

CLASSIFICAÇÃO DOS BENS PÚBLICOS Resposta: Letra A. Alternativas B e D estão incorretas


porque o processo de afetação não depende de uma
O Código Civil brasileiro apresenta uma seção espe- OHLHVSHFtÀFDSRGHQGRVHGDUWDFLWDPHQWHSHODDWLYL-
cial para disciplinar a matéria dos bens públicos, estabe- dade administrativa natural do Estado, ou até mesmo
OHFHQGRRVHXFRQFHLWR DUW FODVVLÀFDomR DUW D por iniciativa do proprietário particular. Alternativa C
inalienabilidade dos bens de uso comum e uso especial está errada pois não existe tal limitação para a alie-
(art. 100), a admissão de alienação dos bens dominicais nação de bens públicas para as terras devolutas. Al-
(art. 101), a imprescritibilidade dos bens públicos (art. ternativa E está incorreta, pois na verdade descreve
102), e sua forma de utilização (art. 103). hipótese de retrocessão, e não alienação.

115
USO DOS BENS PELO ADMINISTRADO não precisam pertencer somente à Administração Direta.
Segundo o parágrafo único do artigo 99 do referido Có-
Importante determinar as modalidades diferentes do digo: “Não dispondo a lei em contrário, consideram-se
uso de bens públicos pelo administrado. Quanto à sua dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de
destinação, os bens públicos poderão ser de uso comum direito público a que se tenha dado estrutura de direito
do povo, de uso especial, ou ainda dominicais. SULYDGRµ2UHIHULGRGLVSRVLWLYRGHVVDIRUPDDFUHVFHQWD
ao grupo dos bens disponíveis do Estado os bens perten-
1. Bens de uso comum centes às fundações governamentais de Direito Privado
TXHQmRSRVVXHPGHVWLQDomRHVSHFtÀFDSDUDDH[HFXomR
São os bens do domínio público, abertos a utilização de um serviço público.
universal, por todos os cidadãos. São os mares, os rios, o
PHLRDPELHQWHDVÁRUHVWDVDVSDLVDJHQVQDWXUDLVHQWUH
outros. Nesse mesmo sentido, o art. 99, I, do CC prescre- FIQUE ATENTO!
ve que são bens públicos “os de uso comum do povo,
WDLVFRPRULRVPDUHVHVWUDGDVUXDVHSUDoDVµ O Superior Tribunal de Justiça (STJ), no jul-
Pela sua característica de utilização universal, os bens gamento do RESP nº 1.296.964 no dia 7 de
GH XVR FRPXP VmR LQDOLHQiYHLV ,VVR VLJQLÀFD TXH HQ- GH]HPEURGHÀUPRXHQWHQGLPHQWRGH
quanto mantiverem esse status de utilização geral por ser possível que particulares possam discutir
toda a população, não poderá ser vendido ou onerado a posse de imóvel localizado em área pública
(art. 100 do CC). Para que possam ser devidamente alie- VHPGHVWLQDomRHVSHFtÀFDSRUPHLRGDWXWH-
nados, precisam passar pelo processo de desafetação, la judicial possessória. Apesar de não haver
hipótese em que se transformam em bens dominicais. a possibilidade de transferência da proprie-
Apesar da utilização ser comum a todos, nada impede dade do Estado ao particular, é possível que
que a utilização desses bens seja remunerada, ou seja, os este seja possuidor de referido imóvel domi-
bens de uso comum não são obrigatoriamente gratuitos nical, tendo por fundamento valores consti-
(art. 103, CC). tucionais como a função social da proprie-
2. Bens de uso especial dade e o máximo aproveitamento do solo.
Assim, podemos resumir o entendimento do
Também denominados bens do patrimônio admi- STJ na possibilidade do particular adquirir
nistrativo, são os bens que apresentam uma destinação posse ad interdicta de imóvel público, isso é,
ÀQDOLGDGH HVSHFtÀFDHSRULVVRVmRFRQVLGHUDGRVLQV- admite proteção da posse pela via judicial,
trumentos para a execução de serviços públicos. São os mas a referida posse não enseja a usucapião,
prédios das repartições públicas, os cemitérios, os mer- ou ad usucapionem.
cados municipais, os matadouros, etc. O art. 99, II, do CC
assim dispõe que são bens públicos: “os de uso especial, 4. Alienação dos bens públicos
tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou
estabelecimento da administração federal, estadual, ter- Os bens estatais, em regra, são inalienáveis. Porém,
ULWRULDORXPXQLFLSDOLQFOXVLYHRVGHVXDVDXWDUTXLDVµ tal regra comporta exceções. O legislador, para proteger
Assim como os bens de uso comum, os bens espe- o interesse público, impôs que a alienação dos bens pú-
ciais também são, em regra, inalienáveis, dado à sua blicos devesse seguir uma série de requisitos especiais,
XWLOL]DomRHVSHFtÀFDHHVVHQFLDOSDUDDSUHVWDomRGHXP que variam dependendo da pessoa a quem esses bens
serviço público, compondo o patrimônio indisponível pertençam. Tais requisitos encontram-se dispostos no
da Administração Pública. A sua alienação somente será art. 17 da Lei nº 8.666/1993, os quais agrupamos dessa
possível também pela sua transformação em bens domi- IRUPDSDUDÀQVGLGiWLFRV
nicais pela desafetação. I) Bens imóveis pertencentes às entidades da Admi-
nistração Direta e autarquias e fundações necessi-
3. Bens dominicais tam de interesse público devidamente motivado,
autorização legislativa, prévia avaliação, e proce-
São também denominados EHQVGRSDWULP{QLRÀV- dimento de licitação na modalidade concorrência.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

cal da Administração. Não possuem uma destinação II) Bens imóveis pertencentes às empresas públicas,
HVSHFtÀFDSRGHQGRVHUXWLOL]DGRVHPTXDOTXHUÀQDOLGD- sociedades de economia mista e paraestatais ne-
de pela Administração. São as terras devolutas, terrenos cessitam de interesse público motivado, prévia
baldios, carteiras de escolas públicas, títulos da dívida avaliação e procedimento de licitação na modali-
pública, etc. dade concorrência.
A grande distinção entre os bens dominicais sobre os III) Bens móveis, independentemente de a quem per-
demais é a ausência de interesse público na sua utiliza- tençam, necessitam de interesse público motivado,
ção: os bens dominicais possuem apenas interesse pa- avaliação prévia, e procedimento de licitação em
trimonial e secundário do Estado. Nesse sentido, o art. qualquer modalidade.
99, III, do CC assim prescreve serem dominicais os bens
“que constituem patrimônio das pessoas jurídicas de di- Para os bens imóveis pertencentes à União, a Lei nº
reito público, como objeto de direito pessoal, ou real, 9.636/1998 disciplina sobre os requisitos para a venda de
GHFDGDXPDGHVWDVHQWLGDGHVµ0DVRVEHQVGRPLQLFDLV tais bens em seu artigo 24, in verbis:

116
$UW$YHQGDGHEHQVLPyYHLVGD8QLmRVHUiIHLWD c) Os potenciais de energia hidroelétrica pertencem à
mediante concorrência ou leilão público, observadas União, mesmo se localizados em rios estaduais.
as seguintes condições: d) As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios, res-
I - na venda por leilão público, a publicação do edital salvadas as terras que eram possuídas pelos nativos
observará as mesmas disposições legais aplicáveis à no passado remoto, são de propriedade da União.
concorrência pública; e) O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou
II - os licitantes apresentarão propostas ou lances dis- retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela
tintos para cada imóvel; entidade a cuja administração pertencer.
,,,5(92*$'2
Resposta: Letra B. O erro da alternativa diz respeito
a usucapião, que é modo de aquisição originária da
IV - no caso de leilão público, o arrematante pagará,
no ato do pregão, sinal correspondente a, no mínimo, propriedade, e não derivada. No entanto, vale a pena
 GH]SRUFHQWR GRYDORUGDDUUHPDWDomRFRPSOH- FRQIHULU R FRQWH~GR GDV RXWUDV DOWHUQDWLYDV SDUD ÀQV
mentando o preço no prazo e nas condições previstas de aprendizagem. Alternativa A está correta, o STJ já
no edital, sob pena de perder, em favor da União, o decidiu que é possível a penhora de bens pertencen-
valor correspondente ao sinal e, em favor do leiloeiro, tes às pessoas jurídicas de Direito Privado. Alternativa
se for o caso, a respectiva comissão; C está correta, é o texto do art. 20, VIII, da CF/1988
9ROHLOmRS~EOLFRVHUiUHDOL]DGRSRUOHLORHLURRÀFLDO RGLVSRVLWLYRXWLOL]DRWHUPR´KLGUiXOLFDµDRLQYpVGH
ou por servidor especialmente designado; ´KLGURHOpWULFDµ $OWHUQDWLYD'HVWiFRUUHWDpRHQWHQ-
9,TXDQGRROHLOmRS~EOLFRIRUUHDOL]DGRSRUOHLORHLURRÀ- dimento da Súmula nº 650 do STF. Alternativa E está
cial, a respectiva comissão será, na forma do regulamen- correta porque a utilização de bens públicos pode ser
WRGHDWp FLQFRSRUFHQWR GRYDORUGDDUUHPDWDomR remunerada, como forma de conservação da coisa pú-
e será paga pelo arrematante, juntamente com o sinal; blica e proteção de seus usuários.
9,,RSUHoRPtQLPRGHYHQGDVHUiÀ[DGRFRPEDVH
no valor de mercado do imóvel, estabelecido em ava- BENS PÚBLICOS EM ESPÉCIE
liação de precisão feita pela SPU, cuja validade será
de doze meses; Matéria bastante cobrada em concursos públicos, os
VIII - demais condições previstas no regulamento e no
bens públicos podem ser dos mais diversos, exigindo do
HGLWDOGHOLFLWDomR
candidato a memorização dos mesmos. Por outro lado,
5. Afetação e desafetação o estudo dos diversos tipos de bens é bastante autoex-
plicativo. Esmiuçaremos apenas aqueles que apresentam
Afetação é um termo que apresenta várias acepções DOJXPDSHFXOLDULGDGHTXHMXVWLÀTXHRGHWDOKDPHQWR
distintas. A acepção aceita pela maioria dos autores é a Conforme dispõe o art. 20 da CF/1988, são bens da
condição estática e atual de um bem público, que está União:
VHUYLQGR D DOJXPD ÀQDOLGDGH S~EOLFD. São os bens de
uso comum e de uso especial, como as paisagens naturais $UW6mREHQVGD8QLmR
de uso comum a todos, e o prédio de uma unidade hospi- I – os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vie-
WDODUFXMDÀQDOLGDGHS~EOLFDpDSURPRomRGDVD~GH rem a ser atribuídos;
Por outro lado, desafetação é a situação de bem II – as terras devolutas indispensáveis à defesa das
público que não se encontra servido a nenhuma uti- IURQWHLUDV GDV IRUWLÀFDo}HV H FRQVWUXo}HV PLOLWDUHV
OLGDGHS~EOLFDHPHVSHFtÀFR. São os bens dominicais, das vias federais de comunicação e à preservação am-
como o terreno baldio pertencente ao Estado. A desafe- ELHQWDOGHÀQLGDVHPOHL
WDomRVHPSUHRFRUUHPHGLDQWHUHGDomRGHOHLHVSHFtÀFD III – os lagos, rios e quaisquer correntes de água em
nunca poderá ser tácita, isso é, não pode ser promovida terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um
pelo simples desuso do referido bem. Estado, sirvam de limites com outros países, ou se es-
tendam a território estrangeiro ou dele provenham,
EHPFRPRRVWHUUHQRVPDUJLQDLVHDVSUDLDVÁXYLDLV
EXERCÍCIO COMENTADO ,9 ² DV LOKDV ÁXYLDLV H ODFXVWUHV QDV ]RQDV OLPtWURIHV
com outros países; as praias marítimas; as ilhas oce-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

3. (PREFEITURA DE PARANAVAÍ-PR – PROCURA- ânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que con-


DOR DO MUNICÍPIO – FAUEL – 2018 )Sobre os bens tenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas
públicos, assinale a alternativa incorreta: afetadas ao serviço público e a unidade ambiental
IHGHUDOHDVUHIHULGDVQRDUW,, DViUHDVQDVLOKDV
a) Apesar de o Código Civil de 2002 não incluir no con- oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio,
ceito de bens públicos aqueles pertencentes às pesso- excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios
as jurídicas de direito privado e atrelados à prestação ou terceiros;)
de serviços públicos, o Superior Tribunal de Justiça re- V – os recursos naturais da plataforma continental e
conhece a impenhorabilidade desses bens. da zona econômica exclusiva;
b) Os bens públicos não estão sujeitos à usucapião, mo- VI – o mar territorial;
dalidade de aquisição derivada da propriedade, mas é VII – os terrenos de marinha e seus acrescidos;
plenamente possível bens particulares serem usucapi- VIII – os potenciais de energia hidráulica;
dos pelo Poder Público. IX – os recursos minerais, inclusive os do subsolo;

117
X – as cavidades naturais subterrâneas e os sítios ar- ,,,  DV LOKDV ÁXYLDLV H ODFXVWUHV QmR SHUWHQFHQWHV j
queológicos e pré-históricos; União;
;,²DVWHUUDVWUDGLFLRQDOPHQWHRFXSDGDVSHORVtQGLRV IV - as terras devolutas não compreendidas entre as
GD8QLmR
Terras devolutas são terras públicas, em regra, sem
destinação (bens dominicais) pelo Poder Público e que
em nenhum momento integraram o patrimônio de um
particular, ainda que estejam irregularmente sob sua EXERCÍCIO COMENTADO
posse. O art. 5º do Dec-Lei nº 9.760/1946, que dispõe
VREUHRVEHQVLPyYHLVGD8QLmRGHÀQHTXHSHUWHQFHPj 4. (TRT-PE – ANALISTA JUDICIÁRIO – FCC – 2018)
União “na faixa da fronteira, nos Territórios Federais e no Um Município pretende se desfazer de um prédio onde
Distrito Federal, as terras que, não sendo próprios nem funciona uma unidade escolar, mediante alienação por
aplicadas a algum uso público federal, estadual territorial meio de licitação, pois ela se insere em região que se
RXPXQLFLSDOQmRVHLQFRUSRUDUDPDRGRPtQLRSULYDGRµ tornou bastante valorizada para empreendimentos imo-
2WHUPR´GHYROXWDµGiDLGHLDGHWHUUD´GHYROYLGDµRX´D biliários. Editou decreto autorizando a licitação. Esse ato:
VHU GHYROYLGD DR (VWDGRµ As demais terras devolutas
pertencem aos Estados. a) é ilegal, considerando que a alienação depende de lei
A origem histórica das terras devolutas teve seu início autorizando a alienação e desafetando o bem de uso
com a colonização portuguesa, que adotou o sistema de especial.
concessão de sesmarias para a distribuição de terras, por E pYiOLGRHUHJXODUÀFDQGRFRQGLFLRQDGRjSUpYLDGHVR-
meio das capitanias hereditárias. Havia, para os donos cupação do imóvel.
desses lotes de terra, o dever de demarcá-las, sob a pena c) é inválido, não podendo ser considerado o resultado
de reversão das terras à Coroa. Ocorre que, com a inde- da licitação, independentemente de anulação.
pendência do Brasil, as terras que não foram trespassa- G pDGHUHQWHDRSULQFtSLRGDHÀFLrQFLDWHQGRHPYLVWD
das, assim como as que foram revertidas à Coroa, passa- que o interesse público será mais e melhor atendido
ram a integrar o domínio imobiliário do Estado brasileiro, com a receita oriunda da alienação e destinada a ou-
englobando todas essas terras que não ingressaram no tras políticas públicas.
domínio privado por título legítimo ou por não recebe- e) deve ser revogado, pois viola a norma legal que exige
rem destinação pública. avaliação prévia e desafetação para somente então o
Os recursos minerais podem ser explorados livre- bem poder ser alienado.
mente pela União, Estados, Municípios e Distrito Federal,
bem como as entidades da Administração Pública Indire- Resposta: Letra A. Pela leitura da questão, percebe-se
ta (autarquias, fundações, etc), para o uso exclusivo em que estamos diante de um bem público de uso es-
obras públicas por eles executadas diretamente. Quanto pecial (o prédio onde funciona unidade hospitalar). A
ao aproveitamento desses recursos minerais, o art. 2º possibilidade de alienação de tal bem se dá mediante
do Dec-Lei nº 227/1967 (Código de Minas) estabelece processo de desafetação, que será feita pela edição
que o aproveitamento dos recursos minerais será feito GH OHL HVSHFtÀFD DXWRUL]DQGR D DOLHQDomR $ ´SHJDGL-
mediante concessão, autorização, licenciamento, regime QKDµGDTXHVWmRHQFRQWUDVHQDDOWHUQDWLYD(&RPRD
de permissão, ou até mesmo regime de monopólio, de- GHVDIHWDomRQHFHVVLWDGHOHLHVSHFtÀFDDXWRUL]DQGRWDO
pendendo de cada caso. Dessa forma, conclui-se que a SURFHGLPHQWRpDWRYLQFXODGRRTXHVLJQLÀFDTXHVy
exploração de recursos minerais precisa de obrigatória pode ser extinto pela sua anulação, e não revogação.
homologação, respeitando os direitos minerários em vi-
gor nas áreas onde devam ser executadas as obras. Domínio público terrestre: evolução do regime jurí-
3RU ÀP DV terras tradicionalmente ocupadas por dico das terras públicas (urbanas e rurais) no Brasil
índios são protegidas pela União, sendo vedada a sua
exploração econômica, haja vista serem inalienáveis e “Em uma primeira plana, cuida destacar que o regime
imprescritíveis (art. 231, § 4º, da CF/1988). As terras indí- de terras públicas sofreu maciças mutações com o trans-
JHQDVGHVVDIRUPDVmRFODVVLÀFDGDVFRPREHQVS~EOLFRV correr da história, desde a descoberta do Brasil. Inicial-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

de uso especial. mente, todas as terras pertencerem à Coroa Portuguesa,


O art. 26 da Constituição Federal elenca os bens pú- eis que se tratava de aquisição originária, consistente no
blicos dos Estados. Cada inciso é autoexplicativo, não direito de conquista, que vigorava à época. Como bem
havendo necessidade de acrescentar pormenores. anota Hely Lopes Meirelles, ‘no Brasil todas as terras fo-
ram, originariamente, por pertencentes à Nação Portu-
$UW,QFOXHPVHHQWUHRVEHQVGRV(VWDGRV guesa, por direito de conquista’. Sucessivamente, o do-
mínio, de natureza estatal, passou ao Brasil-Império e ao
,  DV iJXDV VXSHUÀFLDLV RX VXEWHUUkQHDV ÁXHQWHV Brasil-República. Com o advento da evolução do regime,
emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na diversas áreas públicas foram sendo, de maneira pau-
forma da lei, as decorrentes de obras da União; latina, transferidas a particulares, apesar de ocorrer de
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que esti- maneira desordenada e não serem os critérios adotados
verem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio para a privatização de o domínio imobiliário ser muito
da União, Municípios ou terceiros; bem conhecidos.

118
Anote-se, por oportuno, que os instrumentos mais Em outros termos, as terras devolutas são áreas sem
conhecidos foram as concessões de sesmaria e as con- utilização, nas quais não são desempenhadas qualquer
cessões de data. A primeira era espécie de concessões era serviço administrativo, ou seja, não apresentam qualquer
‘assemelhadas à atual doação com encargos, outorgadas serventia para o Poder Público. O termo devolutas tem
no sistema de capitanias hereditárias e, logo depois, pe- sua origem no latim devolutu, cujo sentido é o de des-
los governadores gerais’. Frise-se que os sesmeiros deve- penhar, precipitar, rolar de cima, afastar-se. Em razão do
riam cumprir determinadas obrigações, dentre as quais o exposto, o termo devoluto passou a gozar de sentido de
cultivo da terra. As concessões de data, por sua vez, ‘era devolvido, adquirido por devolução, vago, desocupado.
a doação que as Municipalidades faziam de terrenos das Desta feita, ao ser empregado em um sentido jurídico,
FLGDGHVHYLODVSDUDDHGLÀFDomRSDUWLFXODU·&RPHIHLWR as terras devolutas passaram a ser conceituadas como
tais concessões eram outorgadas a título gratuito. Salien- aquelas que se afastam do patrimônio das pessoas jurí-
te-se, ainda, que a transferência de terras públicas aos
dicas públicas sem se incorporarem, por qualquer título,
particulares poderia se efetivar por meio de compra e
venda, doação, permuta e legitimação de posses. ao patrimônio de particulares. ‘As terras devolutas fazem
Nesta esteira, a Lei Imperial nº 601, de 18.09.1850, parte do domínio terrestre da União, dos Estados, do Dis-
que dispõe sobre as terras devolutas do Império, foi res- trito Federal e dos Municípios e, enquanto devolutas, não
ponsável por traçar os aspectos conceituais de terras de- têm uso para serviços administrativos’.
volutas, exigindo que sua alienação se desse por venda, e Não é demais ponderar que as terras devolutas per-
QmRPDLVJUDWXLWDPHQWHVDOYRHVSHFtÀFDViUHDVORFDOL]D- tenciam a Nação, até que sobreviesse a proclamação da
das em zonas limítrofes com outros países, numa faixa de República; por meio da Constituição da República de
dez léguas, as quais poderiam ser concedidas gratuita- 1891 foram transferidas aos Estados-membros, confor-
mente. O aludido diploma foi responsável, ainda, por tra- me disposição contida no artigo 64, e alguns destes as
tar da revalidação das concessões de sesmarias e outras transpassaram, em parte, aos Municípios. A regra vigente
do Governo geral e provincial; sobre a legitimação das é que as terras devolutas são pertencentes aos Estados,
posses, estabeleceu o comisso; e, instituiu o processo de alcançando as terras devolutas não compreendidas en-
discriminação das terras públicas das particulares. ‘Não tre as da União. A Constituição Federal de 1988, em seu
é, portanto, desarrazoada a regra segundo a qual toda artigo 20, inciso II, atribuiu à União as ‘terras devolutas
terra, sem título de propriedade particular, se insere no LQGLVSHQViYHLVjGHIHVDGDVIURQWHLUDVGDVIRUWLÀFDo}HVH
domínio público’. Quadra ponderar que a denominada construções militares, das vias federais de comunicação e
Lei de Terras foi regulamentada pelo Decreto Imperial nº
jSUHVHUYDomRDPELHQWDOGHÀQLGDVHPOHL·$FRQMXJDomR
1.318, de 30.11.1854, que foi responsável pela criação da
dessas normas acena que apenas algumas terras devo-
Repartição Geral de Terras Públicas, bem como regulou
a medição de terras públicas, a legitimação das particu- lutas continuaram sob o domínio da União, pertencendo
lares e a venda das terras públicas. Igualmente, o decre- aos Estados todas as demais.
to ora aludido instituiu as terras reservadas e a faixa de É fácil denotar que pela forma como foram transfe-
IURQWHLUDVEHPFRPRHVWDEHOHFHXRUHJLPHGHÀVFDOL]D- ULGDV DV SURSULHGDGHV GLYHUVRV FRQÁLWRV VXUJLUDP &RP
omRGDVWHUUDVGHYROXWDVHUHJXORXRUHJLVWURSDURTXLDOµ24. o escopo de trazer solução ao problema, foi editada a
Lei nº. 6.383, de 07 de Dezembro de 1976, que dispõe
Terras devolutas sobre o processo discriminatório de terras devolutas da
União e dá outras providências, cujo escopo primitivo é
“Inicialmente, denominam-se terras devolutas aque- RGHGHÀQLUDVOLQKDVGHPDUFDWyULDVGRGRPtQLRS~EOLFR
las áreas que, conquanto integrando o patrimônio de e privado. A ação contida no diploma legal suso men-
pessoas federativas, não são empregadas para quaisquer cionado ‘se inicia com o chamamento dos interessados
ÀQDOLGDGHV S~EOLFDV HVSHFtÀFDV 1HVWH VHQWLGR 0HLUHO- para exibir seus títulos de propriedade e termina com o
les anota que ‘terras devolutas são todas aquelas que, julgamento do domínio e subsequente demarcação para
pertencentes ao domínio público de qualquer das enti- o registro’. ‘A Ação Discriminatória é o procedimento
dades estatais, não se acham utilizadas pelo Poder Pú- judicial adequado para que o Estado comprove que as
EOLFRQHPGHVWLQDGDVDÀQVDGPLQLVWUDWLYRVHVSHFtÀFRV
terras são devolutas, distinguindo-as das particulares’.
São bens públicos ainda não utilizados pelos respectivos
Cuida salientar que, em âmbito federal, a discriminação
proprietários’. Prima anotar que tais acepções encontram
guarida na Lei Imperial nº 601/1850, notadamente em de terras é promovida pelo Instituto Nacional de Coloni-
]DomRH5HIRUPD$JUiULD ,1&5$ µ25.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

seu artigo 3º, §1º, ao regularizar o sistema dominial, dis-


tinguindo o público do privado. Por sua vez, o Decreto-
-Lei nº 9.760, de 05 de Setembro de 1946, que dispõe Vias e Logradouros Públicos
sobre os bens imóveis da União e dá outras providências,
acresce, em termos conceituais, que as terras devolutas “As terras ocupadas com as vias e logradouros públi-
são caracterizadas como as não aplicadas a algum uso cos são pertencentes às Administrações que os construí-
público federal, estadual ou municipal, alcançando, ain- ram, sendo que mencionadas áreas podem ser bens de
da, as das faixas de fronteiras, conforme a redação apre- uso comum do povo ou bens de uso especial. Estradas
sentada no caput do artigo 5º daquele. há que, embora de domínio público, são reservadas a de-
terminadas utilizações ou a certos tipos de veículos, ten-
24 RANGEL, Tauã Lima Verdan Rangel. Comentários às Terras
Públicas: Ponderações Singelas. Conteúdo Jurídico, Brasí- 25 RANGEL, Tauã Lima Verdan Rangel. Comentários às Terras Públi-
lia-DF: 22 nov. 2012. Disponível em: <http://www.conteudo- cas: Ponderações Singelas. Conteúdo Jurídico, Brasília-DF: 22 nov.
juridico.com.br/?artigos&ver=2.40728&seo=1>. Acesso em: 2012. Disponível em: <http://www.conteudojuridico.com.br/?arti-
03 mar. 2017. gos&ver=2.40728&seo=1>. Acesso em: 03 mar. 2017.

119
do em vista sua destinação ou seu revestimento; noutras ticular contra a Administração pública. É um ato admi-
estradas o uso é pago, por meio de tarifa de pedágio ou nistrativo unilateral, e nesse caso a utilização do bem
rodágio; em outras, o trânsito é estabelecido em confor- público sepultura é perpetua ou temporária (com prazo
midade com o horário ou a tonelagem máxima, o que as estabelecido).
caracterizam como verdadeiro instrumento administrati- Já a concessão administrativa trata-se de uma autori-
vo, de uso especial, sem que sobrevenha a generalização zação dada pela administração para a utilização do bem
das utilizações do passado, que as estabelecem como público sepultura, que cria o direito de permanecer se-
bens de uso comum de todos. Ademais, as mesmas pon- pultado. É um negocio jurídico (contrato) bilateral, pois
derações têm assento para os terrenos ocupados pelas VHIRUPDFRPDXQLmRDYRQWDGHVµ27.
estradas de ferro.
As estradas de rodagem compreendem, além da faixa Portos
de terra ocupada com o revestimento da pista, os acos-
tamentos e as faixas de arborização, que são áreas per- Desde 2013, portos passaram a ser vistos como “bem
tencentes ao domínio público da entidade que as erige, público construído e aparelhado para atender a necessi-
DÀJXUDQGRVH FRPR YHUGDGHLURV HOHPHQWRV LQWHJUDQWHV dades de navegação, de movimentação de passageiros
da via pública. Essas áreas são originariamente do Poder ou de movimentação e armazenagem de mercadorias, e
Público que as utiliza como rodovia ou são transferidas cujo tráfego e operações portuárias estejam sob jurisdi-
omRGHDXWRULGDGHSRUWXiULDµ
através dos meios comuns de alienação ou, ainda, inte-
gradas ao domínio público, de maneira excepcional, por
destinação, que as torna impassíveis de reivindicação por
Utilização dos bens públicos: autorização, permis-
seus proprietários primitivos. A aludida transferência por
destinação decorre do fato da transformação da proprie- são e concessão de uso, ocupação, aforamento, con-
dade privada em via pública sem oportuna oposição do cessão de domínio pleno
particular, independentemente de qualquer transcrição ou
formalidade administrativa. Todavia, nada impede que o Quem pode estabelecer regras quanto ao uso de
particular busque a justa indenização do dano provocado bens públicos é o seu titular.
pelo Poder Público por essa desapropriação indireta. A principal obrigação dos titulares é a de conservar
As estradas de ferro, em razão do regime administra- o bem, segundo os arts. 23, inc. I, e 144, § 8.º, ambos da
tivo adotado pelo Brasil, tanto podem pertencer ao do- Constituição Federal.
mínio público de qualquer das entidades estatais como Para a transferência de uso de bens podem ser usa-
de propriedade particular, exploradas mediante conces- dos os seguintes instrumentos:
são federal ou estadual. Por um corolário de simetria, as - Autorização de uso: é um ato administrativo unila-
terras ocupadas pelas vias férreas seguem a natureza teral, discricionário e precário, pelo qual a Adminis-
da estrada a que se destinam. Oportunamente, as vias e tração, no interesse do particular, transfere o uso do
áreas de metrô são bens do domínio público, de uso es- bem público para terceiros por prazo de curtíssima
pecial, pertencentes à entidade titular do serviço metro- duração, com dispensa de licitação. Exemplos: trans-
YLiULRHVXMHLWDVDRUHJLPHDGPLQLVWUDWLYRDÀ[DGRQD/HL SRUWH GH FDUJD LQÁDPiYHO SHODV UXDV GR PXQLFtSLR
QžLQFOXVLYHQRTXHWRFDjVXDVHJXUDQoDµ26. fechamento de rua para comemorações.
- Permissão de uso: é um ato administrativo unila-
Cemitérios públicos teral, discricionário e precário, pelo qual a Adminis-
tração, no interesse da coletividade, transfere o uso
“Com relação aos cemitérios públicos, estes são clas- de um bem público para terceiros, mediante licitação
VLÀFDGRV FRPR EHQV S~EOLFRV GH XVR HVSHFLDO 'HVWD (quando houver mais de um interessado). Não há
forma, podem ser administrados tanto pelo Município prazo certo e determinado. São exemplos de permis-
quanto por terceiros. Os cemitérios públicos são subme- são de uso: instalação de bancas de jornal, colocação
tidos as normas do Poder Público. No cemitério Público
de mesas e cadeiras em calçadas, instalação de boxes
não pode haver compra e venda do direito de sepultura,
em mercados municipais, barracas em feiras livres. A
isso porque os bens públicos não podem ser objeto de
GRPtQLR GH SDUWLFXODU $ VHSXOWXUD WHP D ÀQDOLGDGH HV-
doutrina admite a possibilidade de permissão de uso
SHFLÀFDGHVHSXOWDPHQWRVHQGRXPEHPS~EOLFRGHXVR TXDOLÀFDGD²DTXHODTXHSRVVXLQGRSUD]RFHUWRHGH-
terminado, retira o caráter de precariedade.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

especial, se não haveria a sua descaracterização.


Se houvesse compra e venda nesse caso, os bens se- - Concessão de uso: é um contrato administrativo
riam transferidos ao domínio privado, o que se constitui- pelo qual transfere-se o uso de um bem públi-
ria na originação da propriedade. Apesar disso, há muitas FR SDUD WHUFHLURV SDUD XPD ÀQDOLGDGH HVSHFtÀFD
legislações municipais que falam da compra e venda. mediante condições previamente estabelecidas.
O contrato possui prazo certo e determinado e a
Quando o Poder Público legitima o particular de usar precariedade desaparece. Exemplos: instalação de
REHPS~EOLFRVLJQLÀFDTXHDSHVVRDSDVVDDWHUDSHU- restaurante em aeroporto, lanchonete em parques.
missão de ter o direito sobre a sepultura. Ela é dada a Trata-se de um ato bilateral; se a Administração
titulo precário, não envolvendo qualquer direito do par- rescindir o contrato antes do término, caberá a ela
indenizar.
26 RANGEL, Tauã Lima Verdan Rangel. Comentários às Terras Públi-
cas: Ponderações Singelas. Conteúdo Jurídico, Brasília-DF: 22 nov. 27 BRAVO, Thiago. Direito funerário. Disponível em: <https://thi-
2012. Disponível em: <http://www.conteudojuridico.com.br/?arti- bravo.jusbrasil.com.br/artigos/169156416/direito-funerario-cemi-
gos&ver=2.40728&seo=1>. Acesso em: 03 mar. 2017. terios>. Acesso em: 03 mar. 2017.

120
- Concessão de direito real de uso (variante da con- O zoneamento busca alcançar esses objetivos atra-
cessão de uso): incide sobre bens públicos não- vés do controle de dois elementos principais: o uso e o
HGLÀFDGRV SDUD XUEDQL]DomR HGLÀFDomR LQGXV- SRUWH RXWDPDQKR GRVORWHVHGDVHGLÀFDo}HV$WUDYpV
trialização. GLVVRVXS}HVHTXHRUHVXOWDGRÀQDODOFDQoDGRDWUDYpV
- Cessão de uso: é um contrato administrativo, em das ações individuais esteja de acordo com os objeti-
que o uso de um bem público é transferido de um vos do Município, que incluem proporcionalidade entre
órgão para outro, dentro da própria Administra- a ocupação e a infraestrutura, necessidade de proteção
ção. É ato não precário porque possui prazo certo de áreas frágeis e/ou de interesse cultural, harmonia do
e determinado. Para que a cessão de uso seja efe- ponto de vista volumétrico, etc.
tuada exige-se autorização legislativa. O zoneamento vem sofrendo muitas críticas. A primei-
ra delas refere-se à rigidez do instrumento, visto que a
Limitações administrativas permissão de uso, por parte do Poder Público, acontece na
base do ‘ou tudo ou nada’. Em outras palavras, a Prefeitura
“Limitação administrativa é uma determinação geral, consulta a tabela e, com base nela, permite a construção
pela qual o Poder Público impõe a proprietários indeter- GDHGLÀFDomRWDOFRPRHVWiQRSURMHWRRXQHJDWRWDOPHQ-
PLQDGRVREULJDo}HVGHID]HURXGHQmRID]HUFRPRÀP te. Não existe meio-termo. A outra crítica ao zoneamento
tradicional é o fato dele ser, em muitos casos, excludente,
de garantir que a propriedade atenda a sua função social.
na medida em que estabelece zonas nas quais a ocupação
As limitações administrativas devem ser gerais, diri-
tende a ser composta apenas por grupos homogêneos,
gidas a propriedades indistintas e gratuitamente. Para SULQFLSDOPHQWHGDVFODVVHVPDLVDOWDVµ29.
VLWXDo}HV LQGLYLGXDOL]DGDV GH FRQÁLWR FRP R LQWHUHVVH
público, deve ser empregada a servidão administrativa Polícia edilícia
ou a desapropriação, por meio de justa indenização.
As limitações podem atingir tanto a propriedade imó- Trata-se do exercício do poder de polícia no que tan-
vel como o seu uso e outros bens e atividades particula- JHjVHGLÀFDo}HVXUEDQDVGHFRPSHWrQFLDGRPXQLFtSLR
res. O seu objeto é bem variado, exemplos: permissão de em regra.
YLVWRULDVHPHOHYDGRUHVGHHGLItFLRVÀ[DomRGHJDEDULWRV
LQJUHVVRGHDJHQWHVSDUDÀQVGHYLJLOkQFLDVDQLWiULDREUL- =RQDVIRUWLÀFDGDVHGHIURQWHLUD
gação de dirigir com cinto de segurança.
Características: “Faixa de fronteira, em uma acepção conceitual, é a
a) são atos administrativos ou legislativos de caráter área de cento e cinquenta quilômetros de largura, que
geral (todas as demais formas de intervenção pos- corre paralelamente à linha terrestre demarcatória da di-
suem indivíduos determinados, são atos singula- visa entre o território nacional e os países estrangeiros,
res); sendo considerada como imprescindível para se pro-
E  WrP FDUiWHU GH GHÀQLWLYLGDGH LJXDO DR GDV VHUYL- mover a defesa do território nacional. São considerados
FRPRSHUWHQFHQWHVj8QLmRRVWHUUHQRVGDVIRUWLÀFDo}HV
dões, mas diverso da natureza da ocupação tem-
bem como as construções bélicas necessárias.
porária e da requisição);
Em relação às terras devolutas, situadas nessas faixas,
c) o motivo das limitações administrativas é vinculado e concedidas pelo Estado a terceiros, a transferência está
a interesses públicos abstratos (nas outras manei- limitada ao uso, permanecendo, pois, o domínio com a
ras de intervenção, o motivo é sempre a execução União, mesmo que tolerante esta com os possuidores.
GHVHUYLoRVS~EOLFRVHVSHFtÀFRVRXREUDV  A alienação pelo Estado a particulares de terras su-
d) ausência de indenização (nas demais formas, pode postamente situadas em faixa de fronteira não gera, ape-
ocorrer indenização quando há prejuízo para o nas, prejuízo de ordem material ao patrimônio público
SURSULHWiULR µ28. da União, mas ofende, sobretudo, princípios maiores da
Constituição Federal, relacionados à defesa do território
Zoneamento e à soberania nacional. Em tal situação, o particular pre-
judicado tem direito à reparação dos prejuízos ocasiona-
“O zoneamento é um instrumento amplamente uti- dos pelo alienante, sendo possível, para tanto, o ajuiza-
lizado nos planos diretores, através do qual a cidade é mento da competente ação de indenização.
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

dividida em áreas sobre as quais incidem diretrizes dife- As restrições e as condições de uso e de alienação
renciadas para o uso e a ocupação do solo, especialmen- de terras alocadas nessas faixas de fronteira são dis-
te os índices urbanísticos. ciplinadas pela Lei n° 6.634/1979. Por sua vez, a Lei n°
Alguns de seus principais objetivos são: 9.871/1999 estabeleceu o lapso temporal de dois anos
SDUDTXHRVGHWHQWRUHVGHWtWXORVDLQGDQmRUDWLÀFDGRV
- Controle do crescimento urbano;
de alienação ou concessão de terras feitas pelo Estado
QD IDL[D GH IURQWHLUD UHTXHLUDP D FRPSHWHQWH UDWLÀFD-
- Proteção de áreas inadequadas à ocupação urbana;
0LQLPL]DomRGRVFRQÁLWRVHQWUHXVRVHDWLYLGDGHV ção junto ao Instituto Nacional de Colonização e Refor-
- Controle do tráfego; ma Agrária. Após o decurso do lapso assinalado, ou não
- Manutenção dos valores das propriedades e do sta- VHQGRSRVVtYHODUDWLÀFDomRRGLSORPDOHJDOSUHYrDSRV-
tus quo sibilidade de declaração da nulidade do título, por meio
de ato motivado, com ciência ao interessado e publica-
28 KWWSVරVIUHGMXVEUDVLOFRPEUDUWLJRVGLIHUHQFDV- 29 http://urbanidades.arq.br/2007/11/zoneamento-e-planos-dire-
-entre-limitacao-administrativa-e-ocupacao-temporaria tores/

121
omR GR DWR QR 'LiULR 2ÀFLDO WDO FRPR R FDQFHODPHQWR 2 TXH MXVWLÀFD D UHTXLVLomR DGPLQLVWUDWLYD p R SHUL-
dos correspondentes registros e consequente registro do go público iminente. Cessado o perigo, a coisa ocupada
imóvel em nome da União no competente Registro de é devolvida ao proprietário, cabendo indenização caso
,PyYHLVµ30. ocorra algum dano a ela.

Florestas Ocupação temporária

$FRPSHWrQFLDSDUDOHJLVODUVREUHÁRUHVWDVpFRQFRU- Trata-se de restrição que atinge transitoriamente a


rente (artigo 24, VI), e para a sua preservação, comum exclusividade de uma propriedade particular, de forma
(artigo 23, VII). São consideradas pelo Código Civil bens gratuita ou remunerada, em benefício do interesse cole-
imóveis e seguem a sorte das terras a que aderem. Se as tivo. Em caso de dano, há direito à indenização.
terras forem públicas, serão bem público. O seu regime Hipóteses: artigo 36, Decreto nº 3.365/1941 – uso de
jurídico é estabelecido pelo Código Florestal. terrenos contíguos a estrada em construção para posi-
cionar máquinas e equipamentos; artigo 80, §1º, Lei nº
8.666/1993 – rescisão de contratos administrativos que
Tombamento
versem sobre serviços essenciais; artigo 35, §3º, Lei nº
8.987/1995 – extinção de concessão.
Trata-se de modalidade de intervenção na proprieda-
de que não acarreta perda da posse, mas apenas restri-
ções ao uso, com o objetivo de preservar o patrimônio
histórico e artístico. Pode recair sobre bens móveis ou EXERCÍCIOS COMENTADOS
imóveis, cuja conservação seja de interesse público. Será
aberto um processo administrativo, no qual o IPHAN – 1. (Prefeitura de Fortaleza/CE - Procurador do Muni-
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional cípio - CESPE/2017) Acerca da intervenção do Estado
profere parecer determinando se há valor histórico e ar- na propriedade, das licitações e dos contratos adminis-
WtVWLFRHHPFDVRDÀUPDWLYRTXDORYDORUH[LVWHQWH(Q- trativos, julgue o seguinte item. Situação hipotética: A
cerrado o procedimento, registra-se no livro do tombo. Procuradoria-Geral do Município de Fortaleza decidiu
ceder espaço de suas dependências para a instalação de
Como regra, o tombamento não gera direito à indeniza-
lanchonete que atendesse aos procuradores, aos servi-
ção, a não ser que o proprietário comprove que sofreu
dores e ao público em geral. Assertiva: Nessa situação,
prejuízo em razão dele. por se tratar de ato regido pelo direito privado, não será
necessária a realização de processo licitatório para a ces-
Servidões administrativas são de uso pelo particular a ser contratado.

Trata-se de direito real de uso e gozo em favor do ( ) CERTO ( ) ERRADO


Poder Público (para prestar serviço público) ou em favor
da coletividade (para preservação de interesse público). Resposta: Errado. Nos termos da Lei nº 9.363/98,
O proprietário não perde a propriedade, mas apenas a em sue artigo 18, § 5o, “a cessão, quando destinada
exclusividade sobre ela. Ao proprietário surgirá a obriga- jH[HFXomRGHHPSUHHQGLPHQWRGHÀPOXFUDWLYRVHUi
ção de tolerar que se faça ou se deixe fazer. onerosa e, sempre que houver condições de compe-
As servidões administrativas podem ser instituídas por titividade, deverão ser observados os procedimentos
lei, por acordo entre as partes ou por sentença judicial. OLFLWDWyULRVSUHYLVWRVHPOHLµ
Quando a servidão administrativa é instituída, em re-
2. (Prefeitura de Fortaleza/CE - Procurador do Muni-
gra será permanente, mas é possível que fatos ulteriores
cípio - CESPE/2017) A respeito de bens públicos e res-
acarretem a sua extinção. ponsabilidade civil do Estado, julgue o próximo item.
Situação hipotética: Determinado município brasileiro
Requisição da propriedade privada construiu um hospital público em parte de um terreno
onde se localiza um condomínio particular. Assertiva:
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

A requisição administrativa é uma intervenção do Es- Nessa situação, segundo a doutrina dominante, obede-
tado para atender a necessidades urgentes. Tem escopo cidos os requisitos legais, o município poderá adquirir o
constitucional: bem por usucapião.

$UWLJRž&)>@ ( ) CERTO ( ) ERRADO


XXV - no caso de iminente perigo público, a autorida-
de competente poderá usar de propriedade particular, Resposta: Certo. O particular não pode adquirir os
bens públicos por usucapião, porque eles são impres-
assegurada ao proprietário indenização ulterior, se
critíveis, mas o Poder Público pode adquirir os bens
KRXYHUGDQR>@
particulares por usucapião. Neste sentido, se entende
do artigo 100, CC: “os bens públicos de uso comum do
30 RANGEL, Tauã Lima Verdan Rangel. Comentários às Terras Públi- povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto
cas: Ponderações Singelas. Conteúdo Jurídico, Brasília-DF: 22 nov. FRQVHUYDUHPDVXDTXDOLÀFDomRQDIRUPDTXHDOHLGH-
WHUPLQDUµ
2012. Disponível em: <http://www.conteudojuridico.com.br/?arti-
gos&ver=2.40728&seo=1>. Acesso em: 03 mar. 2017.

122
7. (INSS – ANALISTA – DIREITO – FUNRIO – 2014)
João Pedro, servidor público federal ocupa o cargo de
HORA DE PRATICAR! confiança de Chefe de Divisão no Departamento da Vias
Urbanas, autarquia vinculada à Secretaria Municipal de
1. (INSS – ENGENHEIRO CIVIL – CESPE – 2010) Com Transportes. Seu superior hierárquico determina a sua
relação ao direito administrativo, julgue os itens a seguir. exoneração, fundamentando-a na falta de diplomação
Apenas a lei em sentido lato, pode ser tida como fonte de nível superior, conforme consta em publicação no
de direito administrativo. Diário Oficial de Município, nomeando Maria Alice Cou-
ves para o cargo, sob a argumentação de que a mes-
( ) CERTO ( ) ERRADO ma é formada em Economia. João Pedro busca anular a
decisão que o exonerou, comprovando ser formado em
2. (INSS – TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL – CESPE Direito e alegando estar Maria Alice Couves matriculada
– 2016) Julgue o item que se segue, acerca da adminis- no curso de Economia. Em face destes fatos, o Poder Ju-
tração pública. diciário vem a determinar a anulação da referida exone-
Na análise da moralidade administrativa, pressuposto de ração. Com base nos fatos acima, é correto afirmar que a
validade de todo ato da administração pública, é impres- decisão proferida:
cindível avaliar a intenção do agente.
a) está correta em face da atribuição do Poder Judiciário
( ) CERTO ( ) ERRADO em poder rever qualquer decisão, mesmo que discri-
cionária.
3. (INSS – TÉCNICO DE SEGURO SOCIAL – CESPE – b) está equivocada, por se tratar de decisão discricioná-
2016) Julgue o item que se segue, acerca da administra- ria.
ção pública. c) estaria correta, se não tivesse havido a nomeação de
Em decorrência do princípio da impessoalidade, as reali- Maria Alice Couves.
zações administrativo-governamentais são imputadas ao d) está correta em função da teoria dos motivos deter-
ente público e não ao agente político. minantes.
e) está equivocada, uma vez que a fundamentação equi-
( ) CERTO ( ) ERRADO vocada não macula os atos em comento.

4. (INSS – TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL – CESPE 8. (INSS – ENGENHEIRO CIVIL – CESPE – 2010) Julgue
– 2016) Julgue o próximo item, a respeito dos atos ad- os itens subsequentes, relativos ao ato administrativo.
ministrativos. Considerando que certos elementos do ato administra-
A auto executoriedade é atributo restrito aos atos admi- tivo são sempre vinculados, não há ato administrativo
nistrativos praticados no exercício do poder de polícia. inteiramente discricionário.

( ) CERTO ( ) ERRADO ( ) CERTO ( ) ERRADO

5. (INSS – TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL – CESPE 9. (INSS – ENGENHEIRO CIVIL – CESPE – 2010) Julgue
– 2016) Julgue o próximo item, a respeito dos atos ad- os itens subsequentes, relativos ao ato administrativo.
ministrativos. A administração pública pode anular os próprios atos,
Em decorrência do princípio da autotutela, não há limites quando eivados de vícios que os tornem ilegais, hipótese
para o poder da administração de revogar seus próprios em que a anulação produz efeitos retroativos à data em
atos segundo critérios de conveniência e oportunidade. que tais atos foram praticados.

( ) CERTO ( ) ERRADO ( ) CERTO ( ) ERRADO

6. (INSS – TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL – CESPE 10. (INSS – PERITO MÉDICO PREVIDENCIÁRIO – FCC
– 2016) Julgue o próximo item, a respeito dos atos ad- – 2012) Quando a Administração Pública limita direitos
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ministrativos. ou atividades de particulares sem qualquer vínculo com


O ato praticado por agente não competente para fazê-lo a Administração, com base na lei, está atuando como ex-
poderá ser convalidado discricionariamente pela autori- pressão de seu poder:
dade competente para sua prática, caso em que ficará
sanado o vício de incompetência. a) Hierárquico.
b) De polícia.
( ) CERTO ( ) ERRADO c) Normativo.
d) Regulamentar.
e) Disciplinar.

123
11. (INSS – ENGENHEIRO CIVIL – CESPE – 2010) 17. (INSS – ANALISTA – DIREITO – FUNRIO – 2014)
Acerca dos poderes administrativos, julgue os seguintes Com relação ao prazo excepcional, isto é, além do prazo
itens. máximo de vigência dos contratos administrativos, nos
O poder de polícia é a atividade do Estado que consiste termos da Lei nº. 8.666/93, está correta a seguinte afir-
em limitar o exercício dos direitos individuais em benefí- mação:
cio do interesse público, e cujo exercício se condiciona a
prévia autorização judicial.
a) Em função de decisão discricionária, devidamente jus-
WLÀFDGD H PHGLDQWH DXWRUL]DomR GD DXWRULGDGH VXSH-
( ) CERTO ( ) ERRADO
rior, o prazo poderá ser prorrogado por até seis meses.
12. (INSS – PERITO MÉDICO PREVIDENCIÁRIO – E (PFDUiWHUH[FHSFLRQDOGHYLGDPHQWHMXVWLÀFDGRHPH-
CESPE – 2010) Acerca da organização administrativa da diante autorização da autoridade superior, o prazo
União, julgue os itens que se seguem. poderá ser prorrogado por até doze meses.
Os atos dos dirigentes das entidades paraestatais não c) É vedada a prorrogação além do prazo de sessenta
se sujeitam ao mandado de segurança e à ação popu- meses.
lar, porque essas entidades têm personalidade de direito G (PFDUiWHUH[FHSFLRQDOGHYLGDPHQWHMXVWLÀFDGRHPH-
privado. diante autorização da autoridade superior, o prazo
poderá ser prorrogado por até seis meses.
( ) CERTO ( ) ERRADO e) Em função de decisão discricionária, devidamente justi-
ÀFDGDHPHGLDQWHDXWRUL]DomRGDDXWRULGDGHVXSHULRUR
13. (INSS – ENGENHEIRO CIVIL – CESPE – 2010) Com prazo poderá ser prorrogado por até doze meses.
relação ao direito administrativo, julgue os itens a seguir.
As empresas públicas são dotadas de personalidade de
18. (INSS – ANALISTA – TECNOLOGIA DA INFOR-
direito privado, com capital exclusivamente privado, para
realizar atividade de interesse da administração institui- MAÇÃO – FUNRIO – 2014) Quantos dos requisitos da
dora, nos moldes da iniciativa particular, podendo assu- licitação deserta, na forma da Lei nº. 8.666/93, são ne-
mir qualquer forma e organização empresarial. cessários?

( ) CERTO ( ) ERRADO I. Licitação anteriormente realizada;


II. Ausência de interessados;
14. (INSS – ENGENHEIRO CIVIL – CESPE – 2010) Com III. Risco de prejuízos para Administração, se o processo
relação ao direito administrativo, julgue os itens a seguir: licitatório vier a ser repetido;
As sociedades de economia mista da União devem ser IV. Manutenção das condições ofertadas no ato convo-
estruturadas sob a forma de sociedade por ações. catório anterior.

( ) CERTO ( ) ERRADO a) Os quatro.


b) Apenas os dois primeiros.
15. (INSS – ENGENHEIRO CIVIL – CESPE – 2010) A res-
c) Apenas o segundo e o quarto.
peito da organização administrativa da União, julgue os
itens seguintes: d) Nenhum dos quatro.
A empresa pública exploradora de atividade econômica e) Apenas os dois últimos.
sujeita-se ao regime jurídico próprio das empresas pri-
vadas, inclusive quanto às obrigações trabalhistas e tri- 19. (INSS – TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL – CESPE
butárias. – 2016) Julgue o seguinte item, acerca da concessão de
serviço público.
( ) CERTO ( ) ERRADO A encampação, que consiste em rescisão unilateral da
concessão pela administração antes do prazo acordado,
16. (INSS – ANALISTA – DIREITO – FUNRIO – 2014) dá ao concessionário o direito a ressarcimento de even-
No tocante à contratação direta com base na “celebra-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

tual prejuízo por ele comprovado.


ção de contratos de prestação de serviços com as orga-
nizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas ( ) CERTO ( ) ERRADO
esferas de governo, para atividades contempladas no
FRQWUDWRGHJHVWmRµQDIRUPDGD/HLQžGiVHD
seguinte modalidade de contratação:

a) Dispensa de licitação.
b) Inexigibilidade de licitação.
c) Contrato de Direito Civil Administrativo.
d) Nula de pleno direito
e) Notoriedade de contratação, em face do objeto.

124
20. (INSS – TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL – FCC – 24. (INSS – ANALISTA – DIREITO – FUNRIO – 2014)
2012) Em relação à extinção do contrato de concessão é Considerando o término de um convênio, a ausência de
correto afirmar que: prestação de contas, por parte de quem tem a obrigação
para tanto, pode caracterizar:
D  FDGXFLGDGH p D UHVLOLomR XQLODWHUDO DQWHV GH ÀQGR R
prazo de concessão, que se consubstancia na retoma- a) improbidade administrativa que causa lesão ao erário
da do serviço pelo poder concedente por razões de por qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que
enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malba-
interesse público.
ratamento ou dilapidação dos bens.
b) reversão é a resilição unilateral da concessão que se
b) improbidade administrativa, importando enriqueci-
consubstancia na retomada do serviço pelo poder mento ilícito por auferir qualquer tipo de vantagem
concedente por razões de interesse público. patrimonial indevida em razão do exercício de cargo,
mandato, função, emprego.
c) um ato que não tem relevância no Direito Adminis-
c) encampação é a extinção unilateral da concessão por trativo.
motivo de inadimplemento contratual, não cabendo, d) improbidade administrativa que atenta contra os prin-
portanto, indenização ao concessionário pelos preju- cípios da administração pública por qualquer ação ou
ízos que sofrer. omissão que viole os deveres de honestidade, impar-
d) reversão é a rescisão unilateral da concessão por mo- cialidade, legalidade, e lealdade às instituições.
tivo de inadimplemento contratual do concessionário,
cabendo indenização pela interrupção do contrato an-
WHVGHÀQGRVHXSUD]R e) um ato que não tem enquadramento Legal e que,
e) encampação é a retomada do serviço pelo poder con- portanto, constitui uma falta de caráter meramente
cedente por razões de interesse público, durante o pra- discricionário, incapaz de gerar efeitos ou obrigações,
]RGHFRQFHVVmRPHGLDQWHOHLDXWRUL]DWLYDHVSHFtÀFD
devendo, entretanto, ser anotado nos registros da Ad-
PLQLVWUDomRSDUDIXWXURVFRQYrQLRVDVHUHPÀUPDGRV
21. (INSS – PERITO MÉDICO PREVIDENCIÁRIO – 25. (INSS – ANALISTA – TECNOLOGIA DA INFOR-
CESPE – 2010) Com relação aos serviços públicos, julgue MAÇÃO – FUNRIO – 2014) É ato de improbidade ad-
os itens a seguir. ministrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou
Os serviços públicos propriamente ditos são aqueles em omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimo-
que a administração pública, reconhecendo sua conve- nial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação
niência para os membros da coletividade, presta-os di- dos bens ou haveres das entidades mencionadas pela Lei
retamente ou permite que sejam prestados por terceiros, nº. 8.429/92.
nas condições regulamentadas e sob seu controle. Assinale a alternativa que se relaciona coerentemente
com o texto acima.
( ) CERTO ( ) ERRADO
a) retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de
22. (INSS – PERITO MÉDICO PREVIDENCIÁRIO – ofício;
b) revelar fato ou circunstância de que tem ciência em
CESPE – 2010) Com relação aos serviços públicos, julgue
razão das atribuições e que deva permanecer em se-
os itens a seguir.
gredo;
A delegação do serviço público pode ser feita sob as mo- c) agir negligentemente na arrecadação de tributo ou
dalidades de concessão, permissão e autorização. renda, bem como no que diz respeito à conservação
do patrimônio público;
( ) CERTO ( ) ERRADO d) revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de
WHUFHLURDQWHVGDUHVSHFWLYDGLYXOJDomRRÀFLDOWHRUGH
23. (INSS – PERITO MÉDICO PREVIDENCIÁRIO – medida política ou econômica capaz de afetar o preço
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

CESPE – 2010) Com relação aos serviços públicos, julgue de mercadoria, bem ou serviço;
os itens a seguir. e) frustrar a licitude de concurso público.
O serviço público, ao ser concedido ao particular, que o
executa por sua conta e risco, remunerando-se por tari-
fas, passa a caracterizar-se como sendo privado.

( ) CERTO ( ) ERRADO

125
ANOTAÇÕES
GABARITO

1 Errado ________________________________________________
2 Errado _________________________________________________
3 Certo _________________________________________________
4 Errado
_________________________________________________
5 Errado
6 Certo _________________________________________________
7 D _________________________________________________
8 Certo
_________________________________________________
9 Certo
_________________________________________________
10 B
11 Errado _________________________________________________
12 Errado _________________________________________________
13 Errado
_________________________________________________
14 Certo
15 Certo _________________________________________________
16 A _________________________________________________
17 B
_________________________________________________
18 A
_________________________________________________
19 Certo
20 E _________________________________________________
21 Errado _________________________________________________
22 Certo
_________________________________________________
23 Errado
24 D _________________________________________________

25 C _________________________________________________
________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

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