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A

Psicoterapia
Psicanalítica
na rua
realizada
através de
grupo
operativo
A rua enquanto instituição das
populações marginattzadas.
Jorge Broide
Centro Latino-americano de Estudos
em Saúde Mental

E
ste trabalho vem sendo desenvolvido no âmbito do Centro Latino-
americano de Estudos em Saúde Mental, e encontra-se dentro de
seus objetivos institucionais que é o de produzir, através da
interdisciplinariedade, e dentro da teoria e respectivas metodo-
logias de Sigmund Freud e Enrique Pichon Riviere, conhecimento
científico condizente com as condições concretas de vida da América
Latina. A pesquisa encontra-se ainda emfase preliminar. Seu conteúdo,
ao longo do tempo deverá ser ampliado e aprofundado.
A equipe de trabalho é composta também por Verônica Mendes de
Mello, psicóloga e coordenadora do Núcleo de Estudos de Menoridade
do Centro Latino Americano de Estudos em Saúde Mental. Desejamos
agradecer aqui sua valiosa colaboração, dedicação e coragem. Seu
ingresso no campo possibilitou um inequívoco salto de qualidade à
investigação.
Queremos agradecer também a:
- Irineu Silva Jr., sociólogo e Diretor Científico do Centro Latino
Americano, pelo acompanhamento e orientação, sempre rigorosos e
estimulantes.
- Prof. Dr. José Martins Filho, vice-Reitor da Universidade Estadual
de Campinas (UNICAMP), membro do Conselho Científico do Centro
Latino Americano, e meu orientador neste trabalho enquanto pesquisa
para a obtenção de grau de mestre na Pontíficia Universidade Católica
de Campinas (PUCCAMP).

Introdução
A realidade brasileira e latino-ame¬ da rua. Esta, mesmo tendo moradia pre-
ricana, de forma geral, demanda a busca cária e família constituída, tem como
de soluções específicas para problemáti- local de sobrevivência o espaço público.
cas que atualmente tomam-se cada vez Esta população crescente - tanto a
mais agudas. que vive na rua, como a que vive da rua
A questão da miséria tem-se expan- - desenvolve um modo de vida distinto
dido sobremaneira ao longo do conti- daquela pertencente ao mercado formal
nente, sendo que uma de suas mani- de trabalho, e compõe o que Milton
festações críticas dá-se nos conglomera- Santos denomina Circuito Inferior, que
dos urbanos com o aumento do fenôme- está em oposição dialética ao Circuito
no da vida na rua. Esta ocorre de forma Superior.
variada, atingindo uma população mar- O Circuito Inferior, segundo Santos,
ginalizada cada vez mais ampla e de é composto por ".. .atividades de pequena
todas as faixas etárias. escala, servindo à população pobre. Está
Se há anos atrás, a população mora- profundamente implantado dentro da
dora na rua constituia-se basicamente cidade." Abrange "...pequenas fábricas,
em casos psiquiátricos crônicos, hoje o pequeno comércio, incluindo vendedores
mesmo já não ocorre. Vivem na rua, ambulantes, atividades de consertos,
agora, também trabalhadores, emprega- serviços, biscateiros, prostitutas e outras
dos ou não, com suas famílias, além de atividades classificadas como anti-so¬
um número crescente de menores de ciais ou tipicamente ilegais..."(17,p. 49)
ambos os sexos. Já o Circuito Superior é composto
Além daqueles que vivem na rua, tem nos países periféricos pelos monopólios
aumentado também a população que vive ligados diretamente aos países centrais.
com implantação de alta tecnologia e
acumulação de capital. Inclui "...bancos,
comércio de exportação e importação,
indústria urbana moderna, comércio e
serviço modernos, bem como comércio
atacadista e transportes". (17, p. 39)
Ambos Circuitos, evidentemente,
formam-se na história. Não é possível
entendê-los sem uma compreensão do
processo colonial, da formação do Brasil
e América Latina, das relações econômi-
cas entre Primeiro e Terceiro Mundo ou
Hemisfério Norte e Hemisfério Sul. A
relação dialética entre os dois Circuitos
se dá na medida em que o inferior susten-
ta o superior através das relações
econômicas. Este último, por sua vez,
necessita de ramificações ao longo dos
países periféricos enquanto represen-
tantes e disseminadores de um determi-
nado modo de vida e visão de mundo que
o sustente. (P.U.) Esta composição pres-
supõe uma superestrutura, que é o modo
de vida uniforme desenvolvido pelas
camadas médias e altas das grandes ci-
dades do Terceiro Mundo.
O modo de vida naeda rua pressupõe
uma vinculação específica com a reali-
dade, que em muitos aspectos é distinta
daquela existente no Circuito Superior. de Osasco, no município de Osasco. Este A primeira série - o fator constitucio-
Estes vínculos são ainda pouco conheci- município localiza-se a cerca de 20 km nal - é formada pelos fatores hereditários
dos, o que obstaculiza o planejamento e da cidade de São Paulo, na denominada e congênitos. No fator hereditário está
execução adquadas de uma política so- Grande São Paulo. Sua população gira, contida a história genética, mutante de-
cial condizente com a problemática. As atualmente, em tomo de 800.000 habi- vido à relação do Homem com o meio.
consequências são várias. A primeira tantes, e caracteriza-se como cidade in- No fator congênito - a vida uterina - o
delas é que com o aumento desta popu- dustrial. Com poucas condições de infra- bebê absorve através da mãe as relações
lação devido aos mecanismos de ex- estrutura (educação, saúde, saneamento vi-vidas por esta ao longo da gravidez,
clusão econômica, a sociedade como um básico, educação, moradia, transporte, como por exemplo, a relação matrimo-
todo, os setores preocupados com a etc.), é conhecida como uma das cidades nial e familiar, efeitos ecológicos, situ-
questão social e a ciência em particular,mais violentas do estado. ações de conflitos, stress, alimentação,
vêem-se impotentes diante de fenômeno A saúde mental é entendida aqui como relação de trabalho etc.
tão massivo. Um segundo fator é o enorme interdisciplinar, já que o ser humano se A segunda série - vida infantil - for¬
desperdício de recursos humanos e mate- constitui enquanto ser de necessidades, a ma-se nas relações familiares. É nestas
riais em programas sociais de atendi- partir de uma determina história, fruto que se se constitui a sexualidade infantil,
mento que não atingem verdadeiramente das relações sociais. o Complexo de Édipo como formador da
esta população. Um terceiro fator, é a Conforme Freud "...se nos impõe a estrutura da personalidade. A interre¬
descapacitação dos técnicos em lidar tarefa de investigar em seu desenvolvi- lação dos fatores genéticos e congênitos
diretamente com a problemática. mento a relação do neurótico, e em geral com as experiências infantis constiui o
do homem, com a realidade, e de tal disposicional.
modo incorporar o significado psicológi- A terceira - o fator atual ou desen-
A Psicanálise enquanto co do mundo exterior, real objetivo à cadeante - são os vínculos que o sujeito
Psicologia Social ensambladura de nossas teorias." tem no mundo no momento atual, e que
no Circuito Inferior (7,p.223). desencadeiam o processo de interagirem
Para o mesmo Freud, o social consti- com o disposicional.
tui e permeia o ser humano através das Pode-se depreender então, com Freud,
Sendo assim, busca-se, nesta pesqui- Séries Complementares. Nestas, três ti- tal como está por ele colocado na Psico-
sa, formas de aplicação da psicanálise pos de causas se interrelacionam diale¬
enquanto Psicologia social, a estes se- logia das Massas e Análise do Ego que:
tores profundamente arraigados à cidade ticamente na formação do sujeito, assim "Na vida anímica do indivíduo, o outro
e que pertencem ao Circuito Inferior, no como na etiologia das neuroses e psico- conta, com total regularidade, como
caso, à uma Raça, conhecida por Largo ses. modelo, como objeto, como auxiliar e
mente na possibilidade do sujeito satis-
fazer estas necessidades em um processo
de transformação de si, do outro e do
mundo. Quando isto ocorre, dá-se então
a adaptação ativa à realidade. Para ele
"...o doente mental é símbolo e o de-
positário (porta-voz) do aqui agora de
sua estrutura social. Curá-lo é transformá-
lo ou propiciar um novo papel que é o de
agente de mudança social..." (14, p. 38).

A Configuração
psicológica da população
do Largo de Osasco
Tanto Freud, através das Séries Com-
plementares, como Pichon-Riviere,
através da indagação da relação entre
estrutura econômica e estrutura psíqui-
ca, apontam caminhos para a compreen-
são da configuração psicológica ou mun-
do interno dos sujeitos do Largo de Os-
asco.
A configuração do sujeito humano
segue a regra dialética da transformação
da quantidade em qualidade. Assim, a
saúde, a neurose e a psicose estão em
como inimigo, e por isso, desde o começo nesta direção. Seus discípulos espa- função de fatores quantitativos que cons-
a Psicologia individual é simultanea- lharam-se pelo continente, formando no- tituem qualitativamente o ser humano.
mente Psicologia social neste sentido vos profissionais, supervisionando e des- No caso do grupo operativo em de-
mais lato, porém inteiramente legítimo." envolvendo trabalho clínico e de campo, senvolvimento, pode-se observar, através
(8,p.67) o que levou, segundo Pichon-Riviere a do material grupal, que em todos os casos
Cabe ressaltar, no entanto, que tam- "...uma incipiente revolução teórica, re- houve uma grande quantidade de frus-
bém no caso da psicanálise, a superestru- volução caracterizada pelos modos de trações em suas histórias de vida e que
tura decorrente de uma economia capi- aproximação à problemática da relação compõe as Séries Complementares. Es-
talista, periférica e dependente produz entre estrutura sócio-econômica e vida tas passam pela migração, pela ausência
um colonialismo científico e cultural, psíquica, indagação da operação das ideo- e/ou violência dos pais, pela penúria
que impede e aliena muitos estudantes e logias no inconsciente, processos de so- econômica, pela estreita convivência
profissionais da área da saúde mental, de cialização." (11, p. 204) com a morte de familiares, pelas pre-
acessarem à realidade, e consequente- Para Pichon-Riviere, o Homem é um cárias condições de moradia e insegu-
mente, aos instrumentos teóricos e práti- ser de necessidades e suas relações com rança constante quanto ao futuro, pelo
cos que possibilitem uma práxis mais o mundo estabelecem-se a partir desta abuso sexual etc.
abrangente. A psicanálise, inegavel- condição. É esta relação, portanto, que Todos estes fatores impedem a cons-
mente, tem-se desenvolvido, produzido forma a representação e a conduta através tituição de um ego que possa processar,
e atuado, na maior parte dos casos, no e das relações sociais introjetadas e pro¬ organizar e elaborar as necessidades na
para o Circuito Superior, dentro do modo jetadas a partir de uma estrutura denom- forma do processo secundário.
de vida uniforme das camadas médias e inada vínculo. A totalidade da conduta é O processo secundário vai sendo cons¬
altas dos grandes centros dos países cen¬ composta pelos vínculos psicossociais, tituído a partir do processo primário, que
trais e das metrópoles do terceiro mundo. aqueles que se dão entre os sujeitos e tem por característica o funcionamento à
Por outro lado, tem surgido nas últi- diferentes indivíduos; os sociodinâmi¬ base do arco reflexo, ou seja, o que Freud
mas décadas na própria América Latina, cos, que são as relações dentro dos gru- coloca em seu Projeto de Psicologia e na
tentativas concretas na busca de soluções pos aos quais o sujeito pertence e, final- Interpretação dos So-nhos, como um dos
e ampliação do campo de aplicação da mente, os institucionais que abrangem as dois princípios do funcionamento
psicanálise de forma condizente com relações dentro e entre os grandes gru- psíquico, o Princípio da Constância.
nossa realidade. A Escola Argentina, pos, tais como a sociedade e a institu- Qualquer quantidade, seja ela proveni-
tendo à frente Enrique Pichon-Riviere e ição. ente de fonte endógena ou exógena, ten-
discípulos como José Bleger, desenvol- A concepção de Saúde Mental de de à descarga imediata na busca do alívio.
veram alternativas muito consistentes Pichon-Riviere está assentada exata¬ O modelo paradigmático do processo
primário, ou princípio do prazer é o
funcionamento do bebê. Este trata de dições concretas de vida e descobrir ca- da uma síntese de todas as correntes.
expulsar de si tudo o que é desprazer minhos que possibilitem cada vez mais a Consideramos ao enfermo que enuncia
tratando de constituir um ego puro pra- ação da psicanálise no Circuito Inferior, um acontecimento como o porta-voz de
zer. dentro de nossas condições concretas. si mesmo e das fantasias inconscientes
O ego puro prazer funciona a partir da do grupo. Nisto reside a diferença da
projeção no outro do incômodo gerado técnica operativa com as outras técnicas
pelo aumento da quantidade interna e da Objetivos grupais, já que as interpretações se fazem
alucinação da realização do desejo. em dois tempos e em duas direções dis-
O processosecundário,poroutro lado, Segundo Bleger, a psicanálise "é uma tintas." (13, pág. 128)
pressupõe a possibilidade da continência teoria, uma terapia e uma investigação Nesta síntese, Pichon-Riviere abarca
para as quantidades internas e externas (1, pág. 110). No Largo do Osasco, tem- vários aspectos fundamentais sobre o
que causam desprazer. A descarga deve se como um dos objetivos específicos da grupo operativo. O grupo é sempre cen-
ser efetuada na forma de uma ação espe- pesquisa, a realização - a partir de uma trado em uma tarefa, podendo esta ser a
cífica que transforma a realidade para teoria - de uma terapia com os habitantes cura, no caso da psicoterapia, a resolução
que assim possa ser suprida a neces- do local, e através desta, alcançar um de um problema institucional, a apren-
sidade. Isto pressupõe o pensamento e o segundo objetivo específico, que é a dizagem, a construção de um prédio, etc.
exame da realidade, que exige, como diz verificação da hipótese se esta praça se A liderança do grupo não é exercida pelo
Pichon-Riviere, uma tática, uma estraté- configura como uma instituição. Isto in- coordenador, ou por qualquer outra pes-
gia, uma logística e um projeto. clui o estudo sobre o modo de vida da rua, soa, e sim pela tarefa.
E a ação específica que possibilita a da exclusão social, do efeito da econo- A tarefa é, portanto, um aspecto cen-
adaptação ativa à realidade, onde o sujei- mia política sobre o mundo interno desta tral do grupo operativo. Este deve ser
to transforma o outro, ao mesmo tempo população, dos vínculos, da conduta e operativo no sentido da resolução de
que a si mesmo. das representações desta. problemas concretos, está centrado na
A constituição do mundo interno está Este trabalho encontra-se dentro do realidade objetiva.
em função dos vínculos introjetados, que o mesmo autor denomina psicanálise Em contraposição a noção de tarefa
projetados e reintrojetados nas relações operativa. Esta ".. .realiza-se fora do con- está a de pré-tarefa, que são todos os
sociais. Se estas não podem ser continen- texto do qual se dá a psicanálise clínica, aspectos inconscientes existentes no gru-
tes ao desamparo do bebê, desempe- em situações humanas da vida corrente, po enquanto defesa psicológica diante da
nhando em um primeiro momento a indagando aí os dinamismos e as moti- mudança que a tarefa exige. Estes são os
função do processo secundário fora do vações psicológicas inconscientes, e uti- medos do ataque e o medo da perda.
sujeito, enquanto indivíduo auxiliador lizando dita indagação para conseguir
para a ação específica, o que será intro¬ modificações através da compreensão
jetado é o desamparo. E é a partir deste do que está ocorrendo, como e porque. A
que se darão os outros vínculos. Freud intervenção ou operação se dá interpre-
fala desta primeira relação com a mãe ou tando as relações, as tarefas, o procedi-
indivíduo auxiliador como a fonte de mento, a organização, a instituição, a
todos os motivos morais. Sem a ex- comunicação etc." (PPI). Para Bleger
periência de continência externa não é toda a psicoterapia grupal deve ser en-
possível a constituição da continência tendida como psicanálise operativa, e
interna, e é esta que possibilita, enquanto agrega que: "...um próximo passo, ainda
ego, o exame da realidade, o pensamen- necessário na Psicologia grupai, é o de
to, e reiterando, a ação específica. sua utilização fora do consultório, quer
Observa-se tanto na população mora- dizer, nas situações e instituições da vida
dora de rua, quanto na que vive da rua, e diária." (1, pág. 116). A pesquisa na
especificamente aqui, no Largo de Osas¬ praça vai exatamente nesta direção.
co, através do material do grupo operati-
vo, fatos tais como, imediatismo, ani-
mismo, alcoolismo, drogadição, ex- O Grupo Operativo
plosões de violência consigo mesmo e
com o outro, ausência da percepção do O Grupo Operativo, segundo Enrique
outro, projeções maciças de conteúdos Pichon-Riviere é: "um grupo centrado
internos, fragmentação etc. Todos estes na tarefa e que tem por finalidade apren-
mecanismos da tentativa da manutenção der a pensar em termos das dificuldades
do ego puro prazer, e consequentemente, criadas e manifestadas no campo grupai
do processo primário. e não em cada um de seus integrantes, o
Estes dados não deixam margens a que seria uma psicanálise individual em
dúvidas da necessidade de uma psico- grupo. No entanto, não está centrado
terapia. Os integrantes do grupo reco- exclusivamente no grupo com as con-
nhecem sua necessidade e o dizem ex- cepções guestálticas, senão em cada aqui-
plicitamente. A indagação é como reali- agora, comigo na tarefa se opera em duas
zar esta psicoterapia dentro de suas con- dimensões, constituindo em certa medi-
Ambos são característicos da posição membros do grupo tem este intemaliza- momento surge de forma individual e
esquizo-paranóide de Melanie Klein. O do, constituindo-se então uma ampla rede fragmentada, constituindo o conteúdo
medo do ataque surge do temor da reta- de grupos naquele aqui-agora-comigo. manifesto, que ao ser explicitado através
liação do grupo, do objeto interno ou Se em um grupo existem dez pessoas, da dinâmica grupai, transforma-se em
externo, na medida em que surge a mu- cada uma delas terá este total interagido conhecimento que direciona a tarefa. O
dança. O medo da perda é oriundo do fato dentro de si em seu grupo interno, ao aprender a pensar em grupo para Pichon-
de que, para que haja mudança é mesmo tempo que com o grupo externo. Riviere, passa pela criação de uma tática,
necessário a renúncia aos vínculos infan- Cada manifestação será então porta-voz de uma estratégia, de uma logística e de
tis. deste grupo interno, proveniente do gru- um projeto. O aprender a pensar é neces-
A relação entre tarefa e pré-tarefa é po externo, que se mescla com a história sariamente um processo grupal, e pres-
dialética. A primeira é o objetivo explí- de vida daquele que se manifesta. Esta é supõe a transformação dos conflitos
cito ou consciente do grupo; a segunda a razão pela qual no grupo operativo dilemáticos, e portanto fragmentados,
são os obstáculos à realização desta mes- opera-se em uma dupla dimensão, ou em conflitos dialéticos, em movimento
ma tarefa. Ao explicar-se ou explicitar- seja, na verticalidade e na horizontali- constante de integração da parte com o
se o implícito, o obstáculo à mudança dade. todo, da verticalidade com a horizonta-
toma-se consciente. Esta dinâmica de A verticalidade é a história do sujeito lidade, da aceitação do mundo interno
desvelamento das situações dilemáticas que se manifesta a partir da introjeção do em interação com o mundo externo, que
dá-se no aqui-agora-comigo no grupo, grupo naquele dado momento. A hori- propiciará uma adaptação ativa à reali-
para que então, possam passar a ser di¬ zontalidade é o que é expresso do grupo dade, onde é reconhecida a necessidade
aléticas, e consequentemente, em movi- pelo sujeito no aqui-agora, diz respeito a e portanto é necessária a transformação;
mento na direção da resolução da tarefa. algo que pertence a todos, e que geral- isto em contraposição à adaptação passi-
Sendo assim, a tarefa é sempre uma mente está negado e fragmentado. va, da fragmentação alienante.
necessidade grupal e a pré-tarefa o im- O grupo interno, e por conseguinte, o
pedimento da realização desta mesma papel de porta-voz, faz com que os papéis
necessidade. sejam cambiantes e interatuantes, tor- O Grupo Operativo
Qualquer emergente grupai é tomado nando a produção verdadeiramente gru- na Rua. A questão do
como porta-voz do consciente ou incons- pal.
ciente do grupo. Isto porque Pichon- São estes processos que constituem a enquadramento
Riviere parte do conceito formulado por possibilidade de aprender a pensar em
G.H. Mead de grupo interno. Todos os grupo. O material, que em um primeiro A realização de grupo operativo na
rua demanda umaalteração do enquadra-
mento utilizado até o momento na psi-
canálise. Este dá-se normalmente, tanto
no consultório, particular, como em cen-
tros de saúde e em instituições - em
psicanálise ou psicoterapia individual e
de grupos - "na fixação de um enquadra-
mento, que consiste numa limitação das
variáveis (fixação das constantes) e um
certo controle das variáveis em jogo a
cada momento", na construção de uma
situação artificial (1, p. 112). Esta é
construída a partir do atendimento em
uma sala específica, num horário deter-
minado, a um custo/hora estabelecido de
comum acordo entre terapeuta e pacente,
e a uma modalidade de relação onde os
papéis têm uma clara delimitação. Esta-
belecidas as regras fixas podem surgir as
demais variações decorrentes da relação
transferencial, pois estas estão contidas
dentro de um setting protegido.
No caso do grupo operativo desen-
volvido no Largo de Osasco, também
existe um enquadramento com os mes-
mos objetivos. O que altera-se, no en-
tanto, é a questão do espaço físico, a não
existência de um pagamento em espécie,
o fato do grupo estar aberto a qualquer
pessoa que esteja no local, e sua realiza-
ção em um espaço específico, que é a
porta de um bar. São mantidas as variáveis
de lugar, horário, dia da semana, a clara
delimitação de papéis, e espaço físico.
É quanto a este, então, que dão-se as
alterações mais significativas, pois o
movimento da praça continua sendo in-
cluído dentro do grupo, que se mantém
constante. Estes movimentos são toma-
dos como porta-vozes do próprio grupo e
este, por sua vez, como porta-voz da
praça.

O Largo de Osasco
enquanto Instituição
Todos os indivíduos que frequentam
a praça regularmente convivem há vári-
os anos no local. Geralmente são favela-
dos. Muitos chegam ao Largo com apro-
ximadamente 10 anos de idade. Sua in-
serção na rua está sempre em função de
uma situação de ruptura.
Esta situação de ruptura geralmente é
múltipla; por exemplo, divórcio, mi-
gração, desemprego, morte etc. É uma
quebra sucessiva de vínculos, onde as
situações básicas de continência frag-
menta-se.
A quebra sucessiva e múltipla de
vínculos é consequência da impossibili-
dade da satisfação das necessidades bási-
cas de sobrevivência. Esta, depois de
todas as rupturas, só é possível agora na
situação de rua. É a necessidade de so-
brevivência, portanto, que gera as re-
lações e aglutina as pessoas na praça.
A continência passa então a ser exer-
cida pelas ligações estabelecidas no Lar-
go. As relações afetivas começam a es¬ como, entre irmãos e cunhados. Neste tuais relações econômicas. Esta exclusão
truturar-se com as pessoas que vivem no caso é também a partir dali que relacio¬ causa um tal impacto desagregador na
local. nam-se com outros membros da família, Família, no Trabalho, na Escola, que a
Este processo faz com que talvez se quer seja através de infomações sobre os Rua começa a exercer funções que ante-
dêem na rua uma série de relações substi- mesmos, quer seja através de visitas destes riormente cabiam a estas instituições,
tutivas. ao local. agora fragmentadas.
Os migrantes, por exemplo, talvez No que se refere à Escola, o Largo Esta hipótese surge em função do
encontrem ali seu grupo de pertinência, talvez adquira também uma função. É fato da observação do fato que aquele
passando o Largo a ser o espaço que evidente que não cumpre com a tarefa da espaço constitui-se em algo estruturado,
configura uma identidade cultural, como aprendizagem formal, mas possivelmente bastante rígido, onde são depositadas
anteriormente o era seu lugar de origem. a convivência cumpra a função do co- vastas extensões da personalidade dos
Na ausência do trabalho, sempre é nhecer e pensar o mundo. Com isso, sujeitos. Segundo Bleger: "O ser huma-
possível subsistir ali - através da graxa, queremos dizer que é possível que, a no encontra nas distintas instituições um
do empréstimo, da solidariedade, do trá- partir dali, passem a interpretar a reali- suporte e um apoio, um elemento de
fico de drogas, roubo etc. - tal como dade, e tratar de realizar generalizações segurança, de identidade e de inserção
subsiste-se durante um tempo sob o abri- e abstrações sobre a mesma. social ou pertença. A partir do ponto de
go da família em caso de necessidade. Diante destas considerações, é vista psicológico, a instituição forma
As relações familiares consanguíneas necessário indagar se a estrutura social parte de sua personalidade e na medida
também estruturam-se no local. No gru- latino-americana, não está criando uma em que isto ocorre, tanto como a forma
po existem gerações distintas de uma vasta exclusão de grandes fatias da po- em que isso se dá, configuram distintos
mesma descendência (pai e filho), assim pulação das instituições, através das a- significados e valores da instituição para
os distintos indivíduos ou grupos que a ou pessoas que descansam. A direita de dava-se na própria rua, algumas vezes
ela pertencem. Quanto mais integrada a quem olha para a estação de trem estão os em grupo, mas predominantemente de
personalidade, menos dependente do terminais de ônibus. Todo este lado da forma individual. Tratava-se de desen-
suporte que lhe presta uma dada institu- praça tem como limite a linha de trem. volver já na época, o que foi por nós
ição; quanto mais imatura, mais depen- Do outro lado da rua, diante da estação de formulado anteriormente em outros tra-
dente é a relação com a instituição e tanto trem, estão os bares, o comércio e a balhos com menores, de uma psicotera-
mais difícil toda mudança da mesma ou maior circulação de transuentes. pia de orientação psicanalítica na rua.
toda a separação dela. Desta maneira, A população do Largo de Osasco é Os três últimos trabalhos foram inter-
toda a instituição não é só um instrumen- em sua grande maioria de baixa renda. rompidos ao mesmo tempo, no ano de
to de organização, regulação e controle Divide-se, porém, em distintas catego- 1980, em função, basicamente, das
social, mas também, ao mesmo tempo, é rias. Existem os transuentes que utilizam- pressões sofridas pela equipe por parte
um instrumento de regulação e de se dos meios de condução, os comer- do aparato policial. Dada a inserção da
equilíbrio da personalidade e, da mesma ciantes, os que vão ao local para com- ADC em várias frentes de atuação da
maneira que a personalidade tem orga- pras, os vendedores ambulantes, os en- polícia, obteve-se as mais variadas infor-
nizadas dinamicamente suas defesas, graxates, as prostitutas, e os meninos e mações sobre as atividades ilegais da
parte destas se acham cristalizadas nas meninas de rua etc. mesma, tais como tortura, tráfico de
instituições; nas mesmas se dão os pro- O campo da pesquisa constitui-se em drogas (o local de trabalho no Largo, que
cessos de reparação tanto como os de aproximadamente 50 metros (de uma é o mesmo atualmente, era um ponto de
defesa contra as ansiedades psicológicas esquina a outra) da rua em frente e do venda de drogas), tráfico de armas, es-
(no sentido que Melanie Klein dá a este lado oposto à estação de trem. Ali há um quadrão da morte, cemitérios clandesti-
termo)..." (l,p. 55) ponto de táxi, banca de jornais, três nos etc. As formas de pressão foram as
Em vista do colocado até o momento bares, vendedores ambulantes, e várias comuns na época da ditadura militar, isto
é possível levantar a hipótese preliminar modalidades de pequeno comércio. Di- é, telefonemas, técnicos sendo seguidos,
de que a exclusão e fragmentação das ante dos bares estão os engraxates, e ameaças por escrito etc.
instituições (Trabalho, Família, Escola, dentro de um deles, a maior parte das O trabalho na cadeia pública inter¬
Cultura Local) motivada pelas graves prostitutas. O ponto central do campo é rompeu-se mais tarde, por motivos seme-
condições políticas, sociais e econômi- exatamente a porta deste bar. lhantes.
cas, faz com que os vínculos depositados
anteriormente nas mesmas sejam agora
transferidos às relações nesta praça, Histórico da Inserção O Trabalho e a Pesquisa
motivadas pela necessidade de sobre- no Campo na Atualidade
vivência.
Ocorre porém, que ali são deposita- No final da década de 70 e início de No mês de julho de 1990, portanto,
das vastas áreas da personalidade dos 80, foi realizado um trabalho que visava aproximadamente 10 anos depois, foi
sujeitos, de forma indiscriminada, e por- abarcar várias áreas da manifestação da retomado o contato com o campo. Em
tanto sincrética, em virtude do grau de violência no município de Osasco. Este um primeiro momento realizou-se uma
dependência em relação ao local como foi desenvolvido por uma associação observação do Largo de Osasco, e logo
um todo (instituição), gerando uma re- denominada Associação Para o Desen- após, foram feitos contatos com os en-
lação simbólica, que impede a sepa- volvimento do Cidadão - ADC, com graxates que estavam no mesmo local
ração, a estruturação do pensamento e, fundos de agências européias de ajuda a daqueles que foram atendidos anterior-
portanto, uma adaptação ativa à reali- projetos desenvolvidos no Terceiro Mun- mente. O intervalo de tempo possibilitou
dade. do. A instituição pretendia ter uma ação que fosse observado o percurso de vida
interdisciplinar, e de seus quadros fazi- dos que pertenceram ao primeiro grupo.
O Campo am parte psiquiatras, psicólogos, soció- Deste, foi retomado o contato com dois
logos, advogados e um padre. membros. Através deles e de novos vín-
O campo propriamente dito é a praça Os trabalhos eram desenvolvidos com culos obteve-se informações dos demais.
central de Osasco, conhecida por Largo o apoio do Poder Judiciário e abrangiam Alguns morreram - sempre de forma
de Osasco. É um local de grande circu- a Cadeia Pública de Osasco, uma delega- violenta - outros estão presos. Dos de-
lação de pessoas, pois ali existe um ter- cia de polícia onde estavam detidos me- mais tem-se poucas notícias, que variam
minal de trem e ponto final de várias nores, uma Central de Atendimentos para entre terem tido "sucesso na vida", ou
linhas de õníbus. O comércio é intenso, egressos, familiares destes e também, o simplesmente desaparecido.
composto por lojas das mais distintas trabalho com adolescentes de rua no As visitas são realizadas semanal-
qualidades e mercadorias, assim como, Largo de Osasco. mente, sempre ao mesmo dia, hora e
por vendedores ambulantes. A praça tem O trabalho com adolescentes de rua local. Durante um ano estas foram rea-
forma ovalada, sendo que é cortada ao no Largo de Osasco foi desenvolvido por lizadas de forma individual. No momen-
meio por uma rua de intenso movimento. aproximadamente dois anos. Também to a equipe é composta por dois psicólo-
De um lado está a estação de trem, que realizado em equipe. Consistia em visi- gos, sendo um do sexto masculino, e
desemboca em um espaço para a circu- tas semanais ao Largo, onde eram con- outro do feminino.
lação de transuentes, guarita da polícia tatados os menores, tanto do sexto femi- As pessoas com quem se dá o contato
militar, bancos onde ficam desocupados nino como do masculino. O atendimento variam, em sua maior parte, entre 20 e 30
anos, e são de ambos os sexos. Os ho- chegam a ambos lugares. Assim algo que
mens têm como atividade explícita prin- ocorreu à tarde no Largo, à noite já é
cipal o engraxar sapatos. Chegam ao sabido na casa e vice-versa. Isto porque,
Largo durante a manhã, e ali permane- além dos vínculos familiares serem vári-
cem até o anoitecer. Poucos são os que os, vivem muitas vezes no mesmo local
somente engraxam sapatos. As outras ou próximos.
atividades de sobrevivência variam en- Os grupos de engraxates estão consti-
tre comprar e revender verduras, tra- tuídos em três distintos pontos ao longo
balhar à noite como faxineiro, assaltos, destes 50 metros de rua. O agrupamento
vendade objetos roubados, possivelmente se dá fundamentalmente pelos vínculos
tráfico de drogas. familiares. As prostitutas e travestis fi-
As mulheres exercem a prostituição. cam no bar. Não foram observadas re-
Nesta atividade praticam também o fur- lações de consanguinidade entre estes, o
to, e possivelmente, o tráfico de drogas. que não exclui, no entanto, a relação de
Neste bar, além dos já citados, ficam solidariedade.
travestis, que também furtam, e uma As relações da equipe abrangem
homossexual feminina. O restante da aproximadamente 25 pessoas do local.
população que ali está são os fregueses
do bar, das prostitutas, dos travestis, dos
engraxates. Circulam na porta do bar
vendedores ambulantes, aposentados com O Grupo Operativo
cartazes de compra e venda de ouro, no Largo de Osasco
anúncios de emprego etc.
Os vínculos desta população com o O trabalho realizado na atualidade é
Largo de Osasco são complexos, profun- predominantemente grupal. As conver-
dos e de muito tempo. O fator principal sas individuais são evitadas, na medida
que os levou ao local é a sobrevivência. em que são consideradas como uma frag-
Em determinado momento de suas vidas, mentação do grupo. Como existem ao
ali encontram a possibilidade de subsis- longo destes 50 metros de rua três grupa- vencer seu temor ou inibição de partici-
tir. A maior parte é vinculada ao local mentos, anteriormente davam-se mais pação.
desde criança (de 8 a 12 anos). Outros de uma situação grupai. Neste momento Os membros permanentes do grupo
chegam na adolescência. As relações o máximo que é feito é uma passagem apresentam os psicólogos a seus amigos
com a praça perfazem, portanto, de 10 a por estes agrupamentos para cumpri- e explicam o que ali é feito. Aguardam o
20 anos, algumas vezes até mais. mentar as pessoas. início do trabalho na hora marcada. Os
Moram nas favelas de Osasco. Mui- O grupo se dá na porta do bar, ao emergentes grupais têm sido o trabalho
tos possuem família. Observa-se, no en- redor de uma caixa de engraxar sapatos. (subsistência), a sexualidade, o alcoolis-
tanto, que o vínculo com o Largo é mais É aberto, já que podem participar do mo, a violência, a relação de casamento,
consistente do que os demais. Altera-se mesmo qualquer pessoa que esteja no filhos, os conflitos e as relações entre
o local de moradia, a família, mas não local, o que muitas vezes ocorre. Sua eles, a vida do Largo, suas histórias de
altera-se a permanência na praça. Muitas duração é de aproximadamente 1:15 vida, a questão da saúde, da AIDS, e
vezes encontram trabalho fora, mas sem- horas. Todos ficam de pé ao redor da demais doenças venéreas, da morte, da
pre, depois de um tempo, retomam ao caixa. religião etc.
Largo para ali subsistir. No que se refere Estes emergentes surgem através de
aos vínculos de amizade, mesmo que Os membros dos outros agrupamen-
tos participam algumas vezes. Quando relatos, de sonhos, e da conduta concreta
momentaneamente estejam trabalhando do grupo. Todo o material surgido no
fora, ao final do expediente voltam para não, ficam atentos ao que se passa ali.
Participam, portanto, os engraxates, as Largo e no próprio grupo, é tomado
conversar. como grupal. Portanto, toda e qualquer
prostitutas, algumas vezes conhecidos
Sendo assim, esta é uma população dos mesmos, outras algum aposentado situação observada no campo ambiental
que vive da rua e não na rua. A rua é seu com placa de anúncios, filhos dos en- e psicológico é tomada como porta-voz
meio de subsistência, e que constitui a graxates, e companheiras destes quando dos mesmos.
base material para os demais vínculos. estão no Largo, o mesmo ocorrendo em A situação de grupo é permeada pe-
A vida familiar tem extensas ramifi- relação às prostitutas. Em algumas los acontecimentos que se dão ao redor,
cações no local; isto basicamente entre ocasiões estão também vendedores am- na rua e no bar. Estes se dão de forma
os homens. A caixa de engraxar sapatos, bulantes. rápida e simultânea. Dependendo do
que fica permanentemente no Largo, é As pessoas que estão dentro do bar e emergente grupal - se este causa muita
cuidada, geralmente, por membros de próximos ao grupo (travestis, outras pros- ansiedade - os participantes retiram-se
uma mesma família, ou então esta possui titutas, fregueses destes) acompanham o por momentos do mesmo, voltando logo
duas caixas. Trabalham juntos pai e fi- grupo de fora. Sabem, no entanto, que a seguir. Na dinâmica grupai são realiza-
lho, irmãos, cunhados. podem agregar-se na hora em que dese- das interpretações e assinalamentos. A
Os acontecimentos ocorridos no Lar- jarem, ou então, quando conseguirem entrada e saída no grupo, por exemplo,
go, e em suas casas, muito rapidamente
Bibliografia
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institucional. Artes Médicas, 2a edição. 1984.
Porto Alegre.
2 - Bleger, José - Psicologia da conduta. Artes
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Editorial Paidós, 3a edição, 1975. Buenos Aires
4 - Bleger, José - Temas de Psicologia. Edicio¬
nes Nueva Visión, 7a edição. Buenos Aires.
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1950 (1895). Amorrortu Editores. Obras com-
pletas. 1a reedición. Vol. 1.1986. Buenos Aires.
6 - Freud, Sigmund - La intepretación de los
suenos (1900) Amorrortu Editores. Obras com-
pletas. 1a reedición. Vols. IV eV. 1986. Buenos
Aires.
7 - Freud, Sigmund - Formulaciones sobre los
dos principios delacaecer psiquico(l911) Amor-
rortu Editores. Obras completas. 1° reedición.
Vol. XII 1986. Buenos Aires.
8 - Freud, Sigmund - Psicologia de las masas y
analisis del yo (1921) Amorrortu Editores. O¬
pode ser apontada ou como ansiedade e bras Completas. 1a reedición. Vol. XVIII 1986.
negação de algo que é seu e está sendo Buenos Aires.
expresso pelo outro na condição de por¬ 9 - Freud, Sigmund - El mal estar en la cultura
ta-voz, ou como consequência da frag- 1930 (1929) Amorrortu Editores. Obras Com-
mentação existente no local e em suas pletas. 1a reedición.Vol. XXI 1986. Buenos Aires.
vidas. Ao mesmo tempo que existe fuga 10 - Pichon-Riviere, Enrique - Aportaciones a la
em função do emergente grupai, os inte- didáctica de la psicologia social, in El proceso
grantes não temem trazer material de Grupal. Ediciones Nueva Visión, 1985. Buenos
Aires.
índole pessoal e íntima.
As diferenças de papéis estão bastan- 11 - Pichon-Riviere, Enrique - Entrevista en
te estabelecidas. Podem estar bebendo "Primera Plana", in Elproceso Grupal. Edicio-
nes Nueva Vision, 1985. Buenos Aires.
durante o grupo, mas não oferecem aos
psicólogos. Estes são apresentados como 12 - Pichon-Riviere, Enrique - Freud, punto de
"nossos psicólogos", e que "ajudam a partida de la psicologia social, in El proceso
Grupal. Ediciones Nueva Visión, 1985. Buenos
resolver nossos problemas", com quem Aires.
"trocamos idéias". Quando se atrasam
pedem desculpas. 13 - Pichon-Riviere, Enrique - Grupos operati-
vos y enfermedad unica, in El proceso Grupal.
Algumas vezes dão-se situações dis- Ediciones Nueva Visión, 1985. Buenos Aires.
tintas das relatadas até agora. Estas são
geralmente em bares. Por exemplo, na 14 - Pichon-Riviere, Enrique - Práxis y psiquia-
tria, in El proceso Grupal. Ediciones Nueva
interrupção do trabalho devido á férias Vision, 1985. Buenos Aires.
da equipe, esta foi convidada para tomar
cerveja no bar, como despedida. Seus 15 - Pichon-Riviere, Enrique - Teoria do Víncu-
lo. Editora Martins Fontes, 3- edição, 1988. São
temores e fantasias são expressos com Paulo.
bastante liberdade. Nesta ocasião dizi-
am: "um mês! Vocês vão nos abandonar. 16 - Pichon-Riviere, Enrique - Una nueva pro¬
Não acreditamos que voltem!". Ou "vocês blemátia para la psiquiatria, in El proceso
Grupal. Ediciones Nueva Vision, 1985. Buenos
vão para a Suíça ou Estados Unidos!". Aires.
Neste caso tranquilizaram-se quando lhes
foi dado um papel por escrito (foi uma 17 - Santos, Milton - Pobreza Urbana. Editora
Hucitec, 2a edição, 1979. São Paulo.
iniciativa da equipe) com a data do reiní-
cio do grupo. •

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