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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO


LICENCIATURA MATEMÁTICA

DOUGLAS MARTINS SANTOS

PRODUÇÃO TEXTUAL EM GRUPO


Educação do Campo: formação do docente e currículo

Três Lagos-MS
2019
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DOUGLAS MARTINS SANTOS

PRODUÇÃO TEXTUAL EM GRUPO


Educação do Campo: formação do docente e currículo

Trabalho de Matemática apresentado à Universidade


Pitágoras Unopar, como requisito parcial para a obtenção
de média bimestral na disciplina Libras-Língua Brasileira
de Sinais, Educação inclusiva, Sociedade, Educação e
cultura, Seminário da prática I. Sob orientação dos
professores:

Orientador(a):

Três Lagoas - MS
2019
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 4
2 DESENVOLVIMENTO ............................................................................................ 5
4 CONCLUSÃO......................................................................................................... 11
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 12
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1 INTRODUÇÃO

A educação, de acordo com a Constituição Federal de 1988, é um


direito de cada cidadão brasileiro, independente da sua situação social ou econômica.
O Estado tem o dever de fomentar e fornecer políticas públicas para que este direito
seja concebido por todos, levando-se em consideração a importância do
desenvolvimento pessoal no âmbito escolar para capacidade de exercer funções
trabalhistas e a cidadania (SILVA Jr, 2011).
Este discurso sempre é utilizado pelos veículos de mídia como
proposta de mudança e reparação histórica do cenário educacional voltado para a
educação dos cidadãos que vivem no campo devido ao que essa população sofreu e
sofre frente às políticas e metodologias voltadas aos interesses das classes
dominantes, as quais utilizam de um discurso transformador com o objetivo de atingir
o poder. Durante vários séculos o meio rural foi esquecido na elaboração de políticas
educacionais devido ao viés ideológico de superioridade do meio urbano. As políticas
educacionais eram inadequadas ao modo de viver desta parcela da sociedade e não
considerava as reais necessidades desses indivíduos, que eram subordinados às
metodologias pedagógicas voltadas para o desenvolvimento do capitalismo
(PACHECO, 2014).
Neste contexto, houve a necessidade de mudança das políticas
públicas para incluir de forma mais abrangente e eficaz esta parcela da população no
processo educacional, garantido como direito constitucional. Para que isto fosse
possível, tornou-se necessário repensar a educação voltando-se para o modo de viver
e produzir destes indivíduos, evidenciando suas reais necessidades educacionais,
considerando-se a diversidade cultural envolvida e as particularidades dos meios
sociais do campo. Na busca da universalização da educação, os grupos sociais do
campo lutam para garantir seus direitos sociais, mobilizando-se como um movimento
de força em defesa da qualidade da educação que atendade forma efetiva a
população que vive no campo, bem como propor práticas educativas que resgatem a
importância da educação como ferramenta de transformação da sociedade.
De acordo com os estudos de Arroyo et. al (2011, p.14):

A escola pode ser um lugar privilegiado de formação, de conhecimento e


cultura, valores e identidades das crianças, jovens e adultos. Não para fechar-
lhes horizontes, mas para abri-los ao mundo desde o campo, ou desde o chão
em que pisam. Desde suas vivências, sua identidade, valores e culturas,
abrir-se ao que há de mais humano e avançado no mundo.
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Desta maneira, é necessário enxergar o ambiente escolar como


espaço de debate social e cultural, onde a troca de informações, experiências e
vivências são fundamentais para que o aprendizado aconteça. Considerando o
indivíduo do campo o protagonista daquele ambiente, as metodologias educacionais
devem abordar os conceitos escolares como instrumento de mudança do cotidiano
daquelas pessoas, respeitando as suas diversidades e os seus direitos. Dessa forma,
a escola também é espaço para que as classes compreendam a atual situação do
campo no contexto histórico, agindo como objeto de socialização histórica e
transformação política e educacional do indivíduo, sendo símbolo de luta e resistência
contra as injustiças praticadas durante os séculos.
Este cenário aborda diversos desafios na tarefa de levar o
conhecimento teórico dos conteúdos educacionais presentes no currículo da
educação básica respeitando as particularidades dos indivíduos envolvidos no
processo educacional. O educador apresenta-se como instrumento fundamental para
que esta forma de educar seja eficiente, e deve estar preparado frente aos obstáculos
e às necessidades presentes, sendo considerados também como sujeitos em
construção (ARROYO; CALDART; MOLINA, 2011). A formação do educador deve
estar alinhada às premissas do projeto pedagógico, pois assim, será possível a
compreensão do contexto em que está inserido, levando uma educação de qualidade
aos grupos do campo menos favorecidos, como é o caso dos estudantes do
Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) que vivem em situação de
itinerância.

2 DESENVOLVIMENTO

De acordo com os estudos de Oliveira (1984), para o Movimento de


Trabalhadores Sem Terra (MST), não apenas a reforma agrária é fundamental para o
desenvolvimento dos trabalhadores, mas a educação sempre esteve como uma das
principais preocupações propostas para a formação de cidadãos e de uma sociedade
mais justa e igualitária, o que os leva a lutar e defender a implantação de escolas
itinerantes que possam atender todas as ocupações de terra presentes no Brasil.
A educação ideal para o movimento está pautada no
desenvolvimento e formação do homem do campo, os quais devem compreender o
contexto histórico que os levaram àquelas condições e analisar de forma crítica as
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decisões dos governantes no que tange aos seus direitos. A educação deve ser
ferramenta de transformação do meio em que vivem, sendo necessário ao processo
educacional a participação de todos os indivíduos pertencentes ao movimento para
que seja possível construir novas consciências, além do aprender a ler e
escrever(SILVA Jr, 2011).
Neste contexto, desde 1987 o movimento busca a organização em
questões educacionais para tratar dos ambientes escolares em seus assentamentos,
mantendo um Coletivo Nacional de Educação representado por diversos integrantes
do movimento de diferentes estados, que se reúnem periodicamente para discutir as
demandas existentes para que haja uma melhora da educação do campo. A educação
do Campo é amparada por políticas públicas criadas pelo governo, como o
PRONACAMPO e o PRONERA, que propiciam a educação do campo de maneira
generalizada, porém a metodologia pedagógica da educação para o MST é
fundamentada segundo as linhas de ação do movimento (BRASIL, 2013).
O currículo pedagógico para a educação do campo é elaborado
para atender as demandas e particularidades do contexto social onde está inserido.
Como exemplo, o ano escolar é pautado considerando-se os períodos de plantio e de
colheita dos assentamentos, pois estes períodos necessitam de maior disponibilidade
de tempo dos trabalhadores rurais para a execução das tarefas de produção. Desta
forma, o ano escolar é divido entre o as atividades intelectuais e braçais, que são
executadas tanto pelos educandos como também pelos educadores (PACHECO,
2014).
A maioria das escolas presentes nos acampamentos são públicas
e financiadas pelo governo. A pedagogia do campo aborda o trabalhador rural como
principal agente de transformação do meio em que vive e, por isso, diversas formas
distintas de educar são utilizadas no processo educacional como forma de conceber
meios socioeconômicos para que esta população permaneça no campo, evitando o
êxodo rural devido a precariedade das condições de sobrevivência.
O MST luta pela implementação da escola intinerante que possa
acompanhar todos os acampamentos para onde eles forem. Esta metodologia é
considerada como fundamental para que haja a continuidade do processo educacional
sem atribuir danos aos educandos devido às situações adversas que este grupo pode
sofrer. Esta escola, que atende crianças de sete a doze anos, foi alcançada pelo
movimento em 1996, através do Conselho Estadual de Educação do Rio Grande do
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Sul. No estado, essa conquista já foi alcançada a partir de muita luta frente ao direito
à educação que seja compatível com o modo de vida desses trabalhadores, em que
a aprendizagem considera as experiências cotidianas daquele meio, buscando
solucionar os problemas diários presentes como forma de transformar a realidade
sociocultural (BEZERRA, 2007).
Segundo Bezerra (2007, p. 133):

[...] o Movimento conta com cerca de três mil e novecentos educadores,


trabalhando diretamente com estas escolas, além disso, dispõe ainda de
duzentos e cinqüenta educadores que atuam nas Cirandas Infantis,
alfabetizando as crianças de até seis anos de idade. Nesse universo todo,
ainda dizem contar com cerca de três mil educadores de alfabetização de
jovens e adultos, atingindo um total de trinta mil alfabetizandos e
aproximadamente sete mil educadores

A educação do campo, no ponto de vista do MST, deve construir,


de acordo com as necessidades e anseios do movimento, uma educação popular
pautada nas realidades vivenciadas pelos trabalhadores rurais e o espaço onde
vivem. Segundo Pacheco (2011), esta educação deve possibilitar aos educandos a
valorização dos saberes adquiridos de acordo com suas vivências e experiências,
introduzindo novos conhecimentos que atendam as pretensões da população do
campo, utilizando-se novas metodologias e práticas de ensino adequadas ao meio
onde vivem.
A garantia do ensino público, gratuito e de boa qualidade é
característica fundamental para garantir às crianças, adolescentes, jovens e adultos o
acesso a educação que seja ferramenta de transformação do meio em que estão
inseridos. Em relação à metodologia aplicada ao ensino, segundo Bezerra (2007,
p.135), o MST:

[...] dizem inspirar-se nas obras de “grandes mestres pedagogos”, que viam
na educação um dos principais caminhos para a verdadeira libertação da
pessoa humana, em especial Paulo Freire. Adotam ainda propostas às vezes
inconciliáveis do ponto de vista metodológico, chegando a utilizar os
pressupostos tanto de um existencialista cristão como Paulo Freire até de um
materialista como Makarenko, passando por nacionalistas como o cubano
Jose Marti. Fazem uso ainda das metodologias educacionais que dão
sustentação ao modelo neoliberal no campo educativo, como os princípios
piagetianos, através do seu construtivismo.
Desta maneira, a educação pautada basicamente em uma
educação popular que seja acessível a todos os indivíduos pertencentes ao
movimento é vista como meio de transformação social, que facilitam a reflexão da
idealização do mundo e do papel dos indivíduos na sociedade, voltada ao trabalho
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mútuo e cooperação, e serve como processo de formação de cidadãos conscientes à


classe a que pertencem e à sua função como ser humano (ARROYO, 2011). Os
conteúdos trabalhados devem abordar conceitos, habilidades e competências que
sejam úteis às necessidades da classe.
Para que isto seja possível, é utilizada uma metodologia em que
se mantém uma relação entre a teoria e a prática, combinando diferentes elementos
no processo educacional para elucidar a composição da realidade e a necessidade
de conceitos educacionais para aplicação em situações problemas durante o dia-a-
dia. Neste processo, o educador apresenta-se como peça fundamental para que esta
metodologia funcione de forma adequada. Primeiramente, faz-se necessário que o
educador se sinta parte do movimento, pois desta maneira terá capacidade de apontar
as carências fundamentais inerentes aos indivíduos, participando como mediador do
conhecimento, tomando-se como base a realidade para, a partir do conhecimento
compartilhado, o ensino verificar-se útil à produção.
Uma educação voltada ao trabalho, cooperação mútua e
produção do meio é vista pelo MST como forma de estabelecer ligações entre a
educação e formação política e social dos indivíduos, pois os ensinamentos voltados
para o aprendizado específico de técnicas de trabalho que colaborem para a evolução
dos processos e a instauração de diferentes práticas pedagógicas são essenciais para
a formação do cidadão consciente da importância da sua atuação como ser humano
pensante e transformador do meio em que vive.
Para que todas as concepções da educação do campo no MST
descritas sejam contempladas, é necessário pensar quanto a formulação da escola
no campo para que a população seja educada de forma que haja respeito sobre os
próprios saberes, e que o ensino seja feito respeitando as suas necessidades e seus
próprios interesses. Indagações quanto qual o objetivo da proposta educacional, os
métodos utilizados no processo de ensino, a importância dos conhecimentos
presentes no meio social e o respeito quanto aos saberes inerentes são fundamentais
para criar um ambiente propício à aprendizagem almejada pelos indivíduos
pertencentes ao MST (SILVA Jr, 2011).
Para criar ambientes propícios ao alcance dos objetivos do
movimento, é imprescindível o investimento na capacitação dos educadores que farão
parte do processo educacional. O MST busca a constante implementação de
programas de capacitação dos educadores que trabalham nesses ambientes
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escolares, para que seja possível atingir o nível de necessidade almejado. A


Comissão Nacional de Educação procura fomentar programas de capacitação aos
professores a fim de torna-los parte do movimento, para que, a partir da visualização
da situação problema pela ótica do movimento, sejam capazes de trazer aos
educandos as informações e saberes necessários, a partir de metodologias
diferenciadas em que a teoria seja confirmada pela prática e, assim, considerada útil
ao modo de vida do movimento (CALDART, 1997).
Além da capacitação dos educadores em relação às práticas
metodológica para o ensino dos conceitos necessários para a formação escolar dos
educandos, o educador deve considerar o ambiente escolar como um local para
trabalhar-se competências humanas consideradas imprescindíveis para a vida em
sociedade, o que apresenta como um desafio a ser superado pelos educadores.
O MST considera que a escola também é local para debate de
práticas humanas como meio de transformação social dos indivíduos, promovendo
mudanças quanto aos comportamentos individualistas e autoritários, bem como abre
espaço para debater o machismo e a falta de colaboração e solidariedade, que são
considerados comportamentos típicos de uma sociedade capitalista. A luta da classe
rural, mais especificamente do MST, traz uma perspectiva de mudança dos indivíduos
como seres humanos que vivem em colaboração com o próximo (BEZERRA, 2007).
Outro desafio a ser superado pelos educadores no processo de
ensino está na compreensão das particularidades que os indivíduos do MST
apresentam devido às suas condições de vida. Existe uma nítida diferença entre o
modo de vida, as concepções e anseios destes indivíduos se comparados com a
população urbana. Grande parte dos cursos de licenciatura não capacitam o educador
para lidar de forma estável com esta demanda, o que distancia a metodologia
convencional da metodologia requerida para a educação do campo, sendo isto um
fator negativo ao processo educacional. Cabe ao educador romper os paradigmas que
surgirão durante o processo de adaptação, e aproveitar das atividades de capacitação
como forma de reinventar-se como mediador do conhecimento, a fim de suprir as
necessidades dos educandos e transformar a educação do meio em que se faz
presente.
Para que haja a garantia do direito à educação pela população do
campo é necessário que o Estado trabalhe em políticas públicas efetivas que
garantam aos trabalhadores rurais o acesso à uma educação pública e de boa
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qualidade. Estas políticas devem, sobretudo, garantir a luta e o combate à exclusão


social e analfabetismo funcional, diminuir o êxodo rural, facilitar a agricultura familiar
e propiciar uma formação contínua do professor, para que estas medidas funcionem
de fato no auxílio e amparo à população do campo (NASCIMENTO, 2004).
Atualmente, não há uma fiscalização efetiva por parte do governo
para que a aplicação de políticas educacionais voltadas para o campo funcione
corretamente. Entretanto, a luta pela melhoria da educação continua por parte do
MST, e ganhos consideráveis foram apresentados no decorrer dos anos. De acordo
com Magalhães (2011), a busca pela criações de cursos de nível médio,
profissionalizante e superior para a população do campo surtiu efeito e, devido a
estruturação dos movimentos sociais em busca de melhorias nas políticas
educacionais, em meados dos da década de 90, diversas organizações firmaram
parcerias educacionais à educação dos trabalhadores rurais, promovendo o acesso
ao saber voltado para os anseios do homem do campo. Desta forma, o MST vem
garantindo a formação de diversos militantes das organizações sociais do campo em
nível médio e superior, concebendo formação específica para a melhoria do trabalho
agrícola. Segundo Magalhães (2011, p. 16):

Dentre essa diversidade de cursos, um em especial


chama a atenção. Trata-se do Pedagogia da Terra, uma graduação especial
em pedagogia, organizada em módulos, e exclusiva para os militantes das
organizações sociais do campo. De acordo com o coletivo das entidades
parceiras, o curso deve ser entendido como uma experiência de formação de
novos professores para a escola do campo. Segundo o MST, trata-se de um
espaço ideal de preparação dos educadores sociais que deverão cuidar da
educação dos trabalhadores da zona rural e de seus filhos. Em outras
palavras, na concepção das organizações sociais, o Pedagogia da Terra é a
materialização do que se vem defendendo como modelo de formação
orientada pela práxis.

Neste perspectiva, os cursos de graduação específicos para a


educação do campo emerge como forma de diminuir a defasagem do ensino no
campo, ao passo que auxilia na propagação do pensamento inerente ao movimento,
auxiliando os mais jovens a manterem a luta e resistência por melhores condições de
sobrevivência e de educação para a população do campo ao romper com o
pensamento burguês, que por sua vez ainda encontra-se marginalizada pela
sociedade. É necessário investimento financeiro por parte do governo para que os
índices de pessoas contempladas pela educação no campo aumentem, garantindo o
direito à educação de boa qualidade assegurado pela Constituição.
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De acordo com o pensamento evidenciado pelos movimentos rurais,


principalmente o MST, é notável a defesa de uma educação pública e abrangente para
a população do campo. A necessidade de formação de professores especializados na
educação do campo impacta diretamente no processo educacional destes indivíduos,
os quais podem transformar o ambiente com práticas específicas para a agricultura e
metodologias diferenciadas que atinjam de maneira eficaz o aprendizado dos
envolvidos no processo educativo. A partir destas posturas, a educação no campo
estará assegurada por profissionais que compreendem as reais necessidades do
movimento, e auxilie para formação e transformação de novos cidadãos
comprometidos com uma sociedade mais justa e igualitária.

4 CONCLUSÃO

A população que vive no campo mantém suas singularidades na


forma de viver e de pensar. O contexto sociocultural em que estão inseridos
demonstra as diferentes maneiras de relacionar-se com a terra e com a sociedade,
fazendo com que seja evidente que existe uma maneira particular no modo de vida
devido às condições em que estes indivíduos são submetidos, muitas vezes
dependendo de decisões que estão fora do alcance interno. Por conta do seu modo
diferenciado de organizar-se em comunidade, é necessário metodologias
diferenciadas no processo educacional, visando atingir as necessidades almejadas
pelo movimento de forma precisa e útil.
O MST procura o desenvolvimento de políticas educacionais que
beneficiem esta parcela da população na busca da eliminação dos índices de
analfabetismo que existe dentro e fora do movimento, bem como levar conhecimentos
científicos para os seus integrantes a fim de trazer benefícios ao modo de produção
agrícola e vivência cotidiana nos assentamentos. Para o MST é indispensável que os
jovens filhos dos agricultores conheçam a história em que estão inseridos e sejam
capazes de analisar de forma crítica todo o contexto a fim de obter a consciência de
luta e resistência perante a realidade em que vivem, para que possam dar
continuidade à busca de uma sociedade justa, em que o acesso à terra, a partilha dos
bens adquiridos e a equidade social sejam prioridade para uma melhor organização
em sociedade. Por estes motivos, a educação é necessária como instrumento de
clareza e entendimento a cerca das dificuldades impostas pelo sistema capitalista.
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Para que o ambiente escolar no campo seja um espaço de


transformação social, é necessário que os educadores compreendam a dimensão do
pensamento do MST para que juntos possam construir o saber necessário para o
desenvolvimento do meio em que estão inseridos, reconhecendo-se como cidadãos
que têm direitos e deveres perante a sociedade, e busquem na luta por políticas justas
uma melhor estruturação da sociedade. Os educadores devem romper com o ensino
elitista de reprodução teórica e vivenciar as experiências diárias, compreendendo o
perfil dos educandos, utilizando o saber adquirido por eles nas vivências educacionais
cotidianas, priorizar o que for realmente instrumento de transformação do meio em
que estão inseridos, atuando como mediadores do conhecimento e ponte para a
análise crítica e debate dos modelos teóricos e práticos de cunho econômico, social e
histórico em que vivem.

REFERÊNCIAS

ARROYO, Miguel Gonzalez; CALDART, Roseli Salete; MOLINA, Mônica Castagna.


Por uma educação do campo. Petrópolis: Vozes, 2011.
BEZERRA, Maria Cristina dos Santos, &BEZERRA Neto, Luiz. Aspectos da
educação rural no Brasil, frente aos desafios educacionais propostos pelo
MST. Revista HISTEDBR on‐line. 2007. Disponível em <https://www.fe.unicamp.br/pf-
fe/publicacao/4988/art08_26.pdf> Acesso em 26 de outubro de 2019.
CALDART, Roseli. Salete, Educação em Movimento: Formação de educadoras e
educadores no MST. Petrópolis: Vozes, 1997. Disponível em <
http://www.seer.ufu.br/index.php/EducacaoFilosofia/article/view/872/784> Acesso em
26 de outubro de 2019.
BRASIL. PRONACAMPO. Programa Nacional de Educação do Campo. Ministério
da Educação. Brasília, DF: janeiro de 2013. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=1321
4documento-orientador-do-pronacampo-pdf&Itemid=30192 Acesso em: 26 de outubro
de 2019.
MAGALHÃES, Álcio Crisóstomo.O MST por uma educação no campo: o desafio da
formação de professores em um contexto de enredamento da ação dos
movimentos sociais.Uberaba: Uniube, 2011. (Dissertação de mestrado) Disponível
em <http://www.revistas.uniube.br/index.php/rpd/article/view/476> Acesso em 26 de
outubro de 2019.
NASCIMENTO, Claudemiro Godoy do. Educação, cidadania e políticas sociais: a
luta pela educação básica do campo em Goiás. Texto apresentado no Fórum Mundial
de Educação de São Paulo (01/04/2004) em São Paulo/Anhembi.
PACHECO, Lucy; PIOVESAN, Juliane. Educação do Campo: Desafios e Perspectivas
para a formação docente. Revista de Ciências Humanas. v. 15, n. 24, p. 47-59, jul.
13

2014. Disponível em:


http://www.revistas.fw.uri.br/index.php/revistadech/article/viewFile/1378/1726 Acesso
em 26 de outubro de 2019.
SILVA Jr., Astrogildo Fernandes da; NETTO, Márcios Borges. Por uma educação do
campo: percursos históricos e possibilidades. Entrelaçando: Revista Eletrônica de
Culturas e Educação, Uberlândia, n. 3, p. 45-60, nov. 2011. Disponível em
<https://www2.ufrb.edu.br/revistaentrelacando/component/phocadownload/category/
119?download=125> Acesso em 26 de outubro de 2019.

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