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2.1 DEFINIÇÃO
A mesma traz em si a ideia de reparação, podendo ter por base um ato ilícito ou
descumprimento de um dever contratual praticado por uma das partes, fazendo nasce o
dever de indenização, ou seja, de dar resposta com caráter de ressarcimento.
e foi um artigo que surgiu no tempo em que o notário era um funcionário público e
que não se suscitavam dúvidas do regime a aplicar pois tratava-se de um funcionário
inserido na administração pública querendo apenas estender esta responsabilidade
aos funcionários do notário. Hoje, este artigo, não soluciona o problema de saber
qual o regime a aplicar e não há na lei um artigo que nos remeta para um dos
regimes possíveis.
Ora, todas as profissões são lucrativas quando são exercidas no sentido de serem o
sustento de quem as executa. Não obstante a fé publica delegada ao notário este não
pode fugir às demais profissões, tendo como contrapartida dos benefícios
pecuniários recebidos, o risco do dever de indemnização àqueles que recorreram aos
seus serviços e foram prejudicados por culpa sua.
De encontro ao nosso pensamento está BRUNO MIGUEL COSTA FELISBERTO que no âmbito do
seu doutoramento fez um trabalho sobre a responsabilidade civil do notário 70 onde
afirma que se deve aplicar a responsabilidade civil contratual e que o requerente
tem ainda a possibilidade de o lesado demandar a ação contra o Estado.
Não vislumbramos que esta última hipótese seja possível. Concordamos com o facto de
se aplicar a responsabilidade civil contratual, mas não concordamos com o facto de
o lesado poder, cumulativamente, demandar o Estado.
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Nos contratos de compra e venda há a limitação dos cônjuges não poderem comprar e
vender um ao outro, nas convenções antenupciais estão também limitadas pelas normas
legais, são vários os contratos limitados legalmente.
68 Sem dúvida que entendemos que estamos perante uma relação contratual. Se o
contrato se define como uma relação entre duas pessoas em que uma se obriga a
realizar uma prestação ou a entregar uma coisa e a outra se obriga a pagar uma
quantia, então não há como fugir desta conclusão, de que a relação entre o notário
e o cliente é um contrato.
Sendo uma relação contratual não há dúvida alguma que a responsabilidade a aplicar
será a responsabilidade contratual e não a responsabilidade extracontratual.
Assim a nossa proposta seria que se procedesse à alteração do artigo 184º do CN que
atualmente tem a seguinte redação:
Este artigo deveria sim deixar claro que tanto o notário como os seus funcionários
são responsáveis pelos danos que causam na prática da sua função, mas também
remeter para o regime de responsabilidade a aplicar. Passando a ter a seguinte
redação:
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contratual
entre nós.
3.1.Mora do devedor
Temos então aqui dois requisitos: que a prestação ainda seja possível e que a mora
seja imputável ao devedor. Se estes requisitos não forem preenchidos não estamos
perante esta modalidade, mas, por exemplo, perante um caso de impossibilidade
temporária (art.792º do CC) ou impossibilidade definitiva de cumprimento (art.700º
ou art.801º do CC).
Pode ainda acontecer que a mora resulte de fatores não imputáveis nem ao credor nem
ao devedor, nestes casos estamos por exemplo, perante impossibilidade transitória
ou temporária (art.792º do CC).
O credor tem então o direito a ver a prestação realizada e ainda a uma indemnização
pelos danos 76 sofridos com o atraso na prestação.
Para que seja concedida uma indemnização é necessário que se demonstre que a não
realização da prestação no tempo devido causou danos ao credor e é a este que
cumpre fazer tal demonstração.
6.1.Ilicitude
do
notário
pelos
atos
dos
seus
auxiliares
ou
Não é possível que esta regra se aplique neste tipo de situações, uma vez que
nestes casos a atuação destes sujeitos é exercida em benefício do devedor ou sob o
controlo deste.
O art.800º nº1 estabelece que o devedor é responsável perante o credor pelos atos
dos seus representantes legais ou das pessoas que utilize para cumprimento da sua
obrigação, como se tais atos fossem praticados pelo próprio devedor.
“Hodiernamente, como disse Edgardo José Maya Villazón, a ordem protegida pelo
direito disciplinário refere-se à organização administrativa, ao serviço público e
ao funcionamento essencial de um Estado que está a serviço do cidadão. Tem por fim
o direito disciplinário salvaguardar a dignidade e o cumprimento escorreito da
função pública.
Mediante tal premissa, reconhece-se a necessidade de se afirmar o caráter
preventivo do direito disciplinário, voltado, antes de tudo, para a formação e
profissionalização dos agentes públicos, tornando-os cientes de sua disciplina,
impondo-lhes uma conduta ética e transparente, sujeitando-os a todas as formas de
controle previstas pelo direito e aplicando-lhes a devida responsabilidade, quando
couber. Daí porque se falar em ampliação do núcleo ou do objeto do direito
disciplinário atual, ao ponto de nele incluir a investigação de temas como a
formação, profissionalização, disciplina, ética, transparência, controle e
responsabilidade da função pública.
Esta ideia guarda correspondência com a de que o chamado Direito Penal Disciplinar
(ou Direito Administrativo Sancionador) volta-se à regularidade do serviço e não à
retribuição de um ilícito.
Esta ideia guarda correspondência com a de que o chamado Direito Penal Disciplinar
(ou Direito Administrativo Sancionador) volta-se à regularidade do serviço e não à
retribuição de um ilícito.