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FORMAÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL – PROVA 2

A INDEPENDÊNCIA POLÍTICA DO BRASIL – Fernando Novais:

PERSPECTIVAS SOBRE A INDEPENDÊNCIA: buscam situá-la no contexto global de que faz parte, a fim
de ganhe sentido → assim, normalmente, ela está inserida num cenário de processo revolucionário muito
mais amplo.

o ESTUDOS RECORRENTES: situam a independência num processo histórico de descolonização acelerada,


nos marcos das revoluções europeias/americanas.
 Projeção do Brasil do ASC para os quadros do imperialismo inglês (potência industrial da
época).
 Abordagens Explicativas:
 Conservadora (longa);
 Liberal (curta).

o ESTUDO PROPOSTO: negação da visão finalista de que as rebeliões do período colonial levariam
inevitavelmente à independência de 1822 e à abdicação de D. Pedro em 1831.
 Enfatiza o que há de específico no ASC (dinâmica/estruturas próprias) e as particularidades das
ideologias/instituições da época → ressaltando o caráter ambíguo e contraditório do
movimento de independência.
 Caráteres da independência:
 Liberal: movimento que rompeu com a dominação colonial;
 Conservador: preservou a escravidão e a dominação do senhoriato;
 Nacional: criação da nação como fabricação ideológica do senhoriato para manter sua
dominação social/política.
 Abordagem Explicativa nova → Novais.

ABORDAGENS EXPLICATIVAS:

o CONSERVADORA: ênfase na continuidade (longa) → período de D. João VI no Brasil ao período


regencial.
 Histografia tipicamente portuguesa: tende a ressaltar a importância da participação portuguesa
na independência do Brasil.
 Impressão de que a colonização portuguesa criou a nação;
 Proposta de que a história colonial estava destinada (desde o início) a culminar na
independência nacional.

o LIBERAL: ênfase na ruptura → volta de D. João VI a Portugal ao Tratado de Reconhecimento.


 Começa por uma revolução liberal (do Porto): reação brasileira à exigência de recolonização
culminou no movimento de separação, rompendo com os padrões portugueses.

o NOVAIS (historiografia proposta): compreensão do processo de passagem, situado no contexto


internacional por que passavam a Europa e a América, como um momento de ruptura → caracterizado
pela desagregação do sistema colonial e pela montagem do Estado Nacional.
 Análise da continuidade dos eventos com atenção ao nível das estruturas e suas rupturas:
movimento da estrutura cria quadro de possibilidades dentro do qual se produzem os
acontecimentos → se os homens fazem a história, não a fazem como querem.
 Ligação entre vínculo colonial e absolutismo, bem como independência e liberalismo.
 Independência dos EUA: mostra como é possível emancipação com manutenção do
conservadorismo → ou seja, sem radicalização, apenas com liberalismo (diferente do Haiti)

o PROCESSOS DE INDEPENDÊNCIA:
 Conflito metrópole-colônia:
 Conservador: vitória da metrópole;
 Intermediário: América Portuguesa (monarquia escravista/manutenção da unidade) +
América Inglesa (república escravista/manutenção da unidade) + América Espanhola
(república sem escravismo/fragmentada).
 Conflito Senhor-Escravo:
 Radical: vitória dos escravos (Haiti).

HISTORIOGRAFIA DE FERNANDO NOVAIS: independência inserida no contexto mundial de crise do antigo


regime → abertura a movimentos revolucionários na Europa e na América.

o CRISE DO ANTIGO REGIME: engendra a crise ao ASC, sua materialização no mundo.


 Antigo Regime → Estados Nacionais → ASC como meio de acumulação de K → acumulação de
K → Revolução Industrial (começando pela ING) → kismo.
 Industrialismo/kismo incompatíveis com ASC: comércio monopolista + domínio político
+ escravismo.
✽Portanto: movimento contraditório do sistema → ao se desenvolver, o sistema
colonial engendra sua própria crise, encaminhando-se sua superação: fim do
absolutismo (base da sustentação da colonização mercantilista).
❖ Marcos de crise da estrutura do sistema: revolução industrial +
transição ao kismo + independência dos EUA + Revolução Francesa.
 Despotismo Esclarecido: resposta à crise → Pombal em Portugal.
 Modernização do Absolutismo: relativo progresso aguça consciência sobre a exploração
→ inquietações + conflitos + inconfidências.
 Invasões napoleônicas interrompem o esquema reformista.
 Vinda da Família Real: transferência do aparelho estatal → inversão do pacto colonial.
 Abertura dos Portos (1808) + Tratados de 1810 (privilégio ao comércio inglês).
 Revolução do Porto (1820): movimento liberal decisivo para o encaminhamento da
independência ao expressar as tensões internas do Antigo Regime.
 Seus objetivos repercutiram no Brasil:
✽ Volta de D. João;
✽ Constituição;
✽ Recolonização do Brasil.

o VIA DE PASSAGEM: o desatamento dos lações coloniais depende de qual grupo social logrou a
hegemonia no processo de emancipação.
 Repercussão da Revolução do Porto dividiu a sociedade luso-brasileira em 3 correntes de
opinião, obedecendo aos interesses de cada camada social → germe dos partidos políticos.
 Partido Português: recolonização + defesa dos interesses metropolitanos → anulação do
estatuto jurídico de Reino Unido.
 Partido Brasileiro: conservadores monarquistas do centro-sul que se beneficiavam do
estabelecimento da Corte e do Rei no Brasil → preservação do status de Reino Unido.
 Partido Liberal Radical: constitucionalistas nordestinos mais progressistas politicamente.

o VOLTA DE DOM JOÃO (1821): vitória do liberalismo português → partido brasileiro considera a possível
recolonização como uma ameaça à autonomia (união partido brasileiro/radical liberal x partido
português).
 Partido brasileiro desejava preservar a autonomia sem se deixar contagiar pelo nível de
aprofundamento que a revolução liberal atingia Portugal, de forma que não perdesse o controle
do processo de reorganização do Estado.

o CONTEXTO DE RUPTURA: preservação da autonomia passa a supor separação → partidos brasileiro e


radical liberal unidos pela permanência de D. Pedro.
 Projeto culmina no “Dia do Fico”: oposição às cortes portuguesas.
 Ruptura dos partidos: Brasileiro x Radical Liberal (escravidão + forma de governo)
✽ Liberais: abolucionistas + republicanistas.
✽Conservadores: contra a abolição + monarquistas → preservar seu controle e
privilégios.

o PROCLAMAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA: 07/09/1822 → vitória do conservadorismo do partido brasileiro,


limitando a independência à não democratização do poder e à não alteração da fisionomia do Estado.
 Monarquia constitucional: evitar republicanismo.
 Revitalização dos estamentos senhoriais.
 Nova nobreza.
 Novo bloco no poder: marginalização e combate aos liberais.
 Escravismo.

o PROJETOS CONSTITUCIONAIS: confronto entre Partido Brasileiro x Partido Português.


 Constituição da Mandioca: elitista + primazia do legislativo → dissolução da assembleia.
 Constituição Outorgada: seletivo (afastamento dos senhores dos negócios de Estado) +
primazia do executivo (introdução do poder moderador que permite a dissolução da
assembleia).

o SITUAÇÃO INTERNA/EXTERNA: extremamente instável.


 Interna: alteração de poder entre liberais/conservadores.
 Derrocada Econômica do I Reinado: situação de pobreza culmina em revoltas → núcleos
não mais hegemônicos + centros urbanos não conseguem viver da subsistência como
no engenho + repressão violenta de Pedro.
 Inconfidência Mineira + Conjuração Baiana + Revolução Farroupilha.
 Externa: reconhecimento político → Brasil nasce endividado e dependente, apenas substituindo
a dependência política pela econômica.
 EUA: disposição a consolidar a Doutrina Monroe;
 ING: consolidar preeminência no Brasil com negociações balizadas pelos tratados de
1810 → livre mercado.
 PORT: indenização paga com $ inglês + tratados desvantajosos.

CONCLUSÃO: o processo ideológico da independência caracterizou-se por um pálido reformismo liberalizante.

o EMANCIPAÇÃO AMBÍGUA: simultaneamente liberal e conservadora, pois rompeu com a dominação


colonial, mas ocorreu contra uma revolução liberal (a metropolitana).
 Liberal: ideologia mobilizada para justificar a separação e romper com o pacto colonial.
 Porém: aproveitamento conservador dessa ideologia: escravismo + dominação do
senhoriato → manutenção das estruturas coloniais (medo de perder o controle sobre o
processo de independência).
 Nacional: criação da nação como forma encontrada pelo senhoriato para manter sua
dominação.
 Revolucionária: alteração da estrutura de poder → porém, levou o BRA do ASC para um novo
sistema mundial de dependências.
FORMAÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL (16 – 24) – Celso Furtado

FIM DA ERA COLONIAL: nova etapa de dificuldades no último quartel do séc. 18 (1775 – 1800) → esgotamento
do ouro.

o ECONOMIA BRASILEIRA: apresenta-se como um conjunto de sistemas → alguns articulados e outros


isolados.
 Macro-regiões: principais centros interligados de maneira imprecisa através do hinterland
pecuário (com exceção do Pará).
 Açúcar → pecuária nordestina;
 Mineração → pecuária sulina;
 Maranhão → arroz + algodão;
 Pará → extrativismo (isolamento).
 Maranhão: único que conheceu efetiva prosperidade no período → beneficiou-se da atenção do
governo português de Pombal, empenhado na luta contra a ordem jesuíta.
 Cia de comércio altamente capitalizada financia o desenvolvimento da região
concentrado em 2 produtos: arroz + algodão como setores dinâmicos porque
representavam produtos de alta lucratividade.
 Algodão: procura com crescimento intensivo → MP que reintegrou o BRA no mercado mundial
temporariamente.
 Causas da Expansão:
✽I Revolução Industrial: mudança técnica produtiva do setor têxtil introduz a
mecanização no processo produtivo, substituindo a lã como MP.
✽Guerra de Independência dos EUA: principal fornecedor de MP para a ING
transfere mercado para o Maranhão, pois guerra dentro do centro produtor
interrompe comércio.
 Causas da Retração: volta da produção dos EUA + sem mudança na mentalidade
colonial + falta de modernização.
✽Algodão de menor qualidade;
✽Menos eficiência.
 Arroz: sem restrições de pactos coloniais p/ vender nos mercados europeus.

o APARÊNCIA DE PROSPERIDADE: no início do séc 19, um conjunto de fatores circunstanciais deu à


colônia uma falsa aparência de prosperidade → transferência do governo português e abertura dos
portos.
 Porém: todos os fatores fundamentavam-se em condições de anormalidade prevalecentes no
mercado → condições políticas que favoreceram essa perspectiva:
 Guerra de Independência nos EUA: reflexo na economia maranhense;
 Revolução Francesa: transtorno nas colônias produtoras de artigos tropicais;
 Guerras Napoleônicas: bloqueio e contrabloqueio na Europa;
 Desarticulação do Império espanhol na América;
 Haiti: revoltas populares destroem mercado do açúcar (nova etapa p/ o brasileiro);
 Revolução Industrial inglesa: demanda de algodão.

ACONTECIMENTOS POLÍTICOS NA EUROPA: aceleram a evolução política brasileira → ING como privilegiada
limita a autonomia do governo brasileiro no setor econômico.

o SITUAÇÃO COLONIAL: mercado integrado das economias europeias das quais dependia →
prolongamento de setores maiores.
 Dificuldades financeiras advindas dos privilégios aduaneiros concedidos à ING: imposto sobre a
importação é o instrumento comum dos governos de economia primárias exportadora para
arrecadação de receitas básicas.
 Emissão de papel-moeda: depreciação do câmbio;
 Inflação;
 Diminuição da renda: impacto maior sobre a população urbana (não consegue viver da
subsistência quando cai o poder aquisitivo).
 Revoltas de caráter urbano.
 Acirramento do ódio aos portugueses.

NÃO DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL: Furtado compara o industrialismo estadunidense com a economia


brasileira na intenção de superar o fatalismo e a superstição das teorias de inferioridade.

o EUA: mentalidade burguesa seguida por Hamilton → protecionismo instituído depois que as bases p/
sua indústria já haviam sido consolidadas.
 ING preocupada com a EUA + mercado antilhano + s/ produção de mercados tropicais =
consciência da necessidade de produzir internamente.
 Pró-atividade do Estado em relação à indústria.
 Importante corrente de K para o desenvolvimento do país a partir do funcionamento do
algodão como fator dinâmico da economia dos EUA → relação com I revolução industrial.

o BRASIL: teoria baseada no liberalismo de Smith + vantagens comparativas de Ricardo → livre-comércio.


 Produzir o que é mais vantajoso e importar o que não o é.
 Brasil não teria se desenvolvido c/ adoção de política econômica protecionista (portanto, os
acordos comerciais não foram responsáveis pelo atraso industrial brasileiro)
 Falta de MDO qualificada;
 Sem desenvolvimento das manufaturas;
 Desvalorização cambial desestimula produção interna;
 Falta de I estrangeiro pela pouca credibilidade depositada num país s/ produto lucrativo
(até o café: produção pequena/localizada).

GESTAÇÃO DA ECONOMIA CAFEEIRA: para superar a estagnação, o Brasil necessitava reintegrar-se nas linhas
em expansão do comércio internacional → a única saída que oferecia o século 19 em termos de
desenvolvimento, para um país s/ técnica própria e acumulação de K a serem desviados a outras atividades,
era o comércio internacional.

o DISPONIBILIDADE ECONÔMICA: a terra era o único fator de produção abundante → K inexistente +


MDO escrava ocupada.
 Portanto: encontrar produto em cuja produção entrasse como fator principal a terra.
 Café: características de produção correspondiam exatamente às condições ecológicas do
país → assume importância no fim do séc. 19 com a desorganização do centro produtor
(Haiti).

o CAFÉ: produto de exportação que reintegrou o Brasil na economia internacional.


 Vale do Paraíba: proximidade do porto + relativa abundância de MDO/animais da
desagregação da economia mineira.
 Portanto: expansão cafeeira realiza-se com base no aproveitamento de recursos
preexistentes e subutilizados.
 RJ: próximo ao centro político/administrativo → manipulação do aparelho estatal em
benefício dos seus interesses = Estado intervencionista = inchaço (impostos sobre
cafeicultor) = discurso liberal.
 Comparação com o Açúcar:
 Empresa cafeeira permite utilização intensiva da MDO escrava como no açúcar.
 Grau de capitalização muito menor que o do açúcar: baseia-se mais amplamente na
utilização do fator terra.
 Necessidade de reposição monetária também menor: equipamento + simples e de
fabricação local.
 Formação de nova classe empresária: desempenha papel fundamental no
desenvolvimento subsequente do país e formada por homens da região.
✽Consciência dos interesses próprios + noção de unidade (etapa de produção e
comercialização entrelaçadas) → diferenciação dos outros 2 grupos dominantes
anteriores.
 Lógica Produtiva: assentada na plantation → latifúndio monocultor escravista com exploração
descuidada e extensiva dos recursos.
 Portanto: prolongou a estrutura tradicional da economia brasileira.
 Oeste Paulista: melhor solo do Brasil.
 Deslocamento possível devido à abundância de terras → ferrovias essenciais à penetração.
 Deslocamento do centro econômico.
 Acúmulo de K para industrialização.

CRISE DO REGIME SERVIL: século de independência também marcado por contradições sistemáticas que
provocavam novas disfunções no equilíbrio econômico.

o ABOLIÇÃO DO TRÁFICO: legitimidade e legalidade ficam vulneráveis frente aos interesses


internacionais hostis.
 Pressão diplomática e militar externa com assistência não combinada da classe proprietária
alcançam supressão em 1850.
 Consequência: escravidão atingida com a abolição do tráfico + café em expansão sente
os efeitos da extinção do tráfico (escassez de MDO).

o ABOLIÇÃO DA ESCRAVIDÃO: processo lento, gradual e seguro → classe dirigente aplicou vias paliativas
até que a inutilidade da sua resistência se manifestasse em 1888, quando a eliminação da escravidão se
revelava uma necessidade.
 Prevalecia a ideia de que o escravo era uma riqueza; consequentemente sua abolição faria
desaparecer instantaneamente com a riqueza privada através de um golpe legal → não
constituía criação/destruição de riqueza, mas redistribuição da propriedade.
 Fim da escravatura tornou-se realidade somente no momento em que a existência do regime
servil foi mais um transtorno às classes ricas que aproveitamento produtivo.
 Região do Açúcar: terras já ocupadas e região urbana c/ crescimento demográfico
intenso → deslocamento de escravos de engenho p/ engenho, atraindo força de
trabalho mediante salário baixo; portanto, sem redistribuição significativa da renda.
 Região do Café: tudo indica melhora na distribuição de renda a favor da MDO, porém
com efeitos negativos.

o ESCASSEZ DE MDO: a lavoura de café em expansão é fortemente abalada com a abolição do tráfico,
tornando a inelasticidade da MDO como a chave dos problemas econômicos do período.
 Oferta interna potencial: não evoluiu no país a ideia de um amplo recrutamento interno.
 Setor de subsistência: grande dispersão + barreiras das relações sociais internas pelas
quais o roceiro era atado por vínculos muito fortes de lealdade ao chefe e ao grupo.
 População livre/setor urbano: dificuldade de adaptação à disciplina do trabalho/vida
agrícolas.
 Reprodução interna de escravos: medida de LP não incorporada pelo imediatismo +
fornecimento abundante tornava mais rentável importação que manutenção.
 Imigração Europeia: crença na superioridade nata do trabalhador europeu.
 Beneficiada pelas unificações alemã/italiana.
 De MDO assalariada transformava-se paulatinamente em escravidão temporária através
de um sistema de abusos → imigrante chegava endividado de modo a ficar preso à
terra.
✽Formação de corrente de opinião na Europa contra a emigração para o Império
escravista na América.
 Sistema de Misto: Estado brasileiro assume os custos, lançando as bases de uma
corrente migratória que possibilitaria a expansão da produção cafeeira.

o ASSALARIAMENTO:
 MDO europeia: pessoas à margem da sociedade → cidadãos livres, mas desprovidos de
recursos.
 Ex-escravos: efeitos negativos da redistribuição de renda → homem formado dentro desse
sistema social está desaparelhado para responder aos estímulos econômicos, visto que quase
não possui hábitos de vida familiar responsáveis por criar a ideia de acumulação de riqueza.
 Desenvolvimento mental limita suas necessidades: forte preferência ao ócio afrouxa as
normas de trabalho.

BOOM DA BORRACHA: MP de procura em expansão com a formação da indústria de veículos terrestres, que
será o principal fator dinâmico das economias industrializadas.

o PRIMEIRA FASE: desenvolvimento na região amazônica → oferta inadequada devido às condições do


meio que impossibilitavam atender às demandas mundiais.
 Transumância Amazônica: NE → Amazônia
 Leva a crer que se, não tivesse sido possível solucionar o problema da lavoura de café
com imigrantes europeus, uma solução alternativa teria surgido dentro do próprio país.
 Enorme elevação dos preços → Amazônia era alternativa de CP.

o SEGUNDA FASE: borracha oriental (Indonésia) com outra técnica → produção organizada em bases
racionais, permitindo a elasticidade da oferta corresponder à demanda.

INSTITUIÇÕES DA AMÉRICA PORTUGUESA: UMA HERANÇA MALDITA? – Luiz Paulo Niguerói

INSTITUIÇÕES QUE PERDURAM: tempos idos podem ser fonte legítima de conhecimento, independente de
servirem p/ intervenções sobre a atualidade, porque este tipo de estudo pode ser útil para o entendimento do
presente → admite-se que as instituições se formam e tendem a permanecer além da época, perdendo sua
funcionalidade de outrora, adquirindo outras e se opondo às novidades que venham a desafiá-las.

o LATIFÚNDIO: formação por meio da apropriação privada de terras da Coroa, a qual distribuía segundo
seus próprios interesses.
 Capitães Donatários: s/ direitos que ameaçassem diretamente o poder real, embora contassem
com grande autonomia.
 Obrigados a distribuir terras p/ não ter poderes absolutos.
 Motivos p/ formação do Latifúndio:
 Distribuição de terras: premiar pessoas por serviços prestados à Coroa (ou qualquer
outro motivo de seu interesse) → sem lei que regulasse.
 Região açucareira/cafeeira: imposição técnica, uma vez que a tecnologia existente
impunha a mobilização de novas terras, estendendo a sua quantidade por proprietário.
 Exercício do poder político/econômico: afirmação do modo senhorial de vida a partir de
polos opostos → Casa Grande Senzala de Gilberto Freyre.
 Regulação: após a independência, surge a Lei de Terras (1850) → terras do Estado só passam
aos particulares por meio de compra.
 Democratização: Adam Smith argumenta que a melhor distribuição de terras está associada a
melhor distribuição de renda via salários e também à criação de ambiente democrático.
 Onde não há grandes diferenças de riqueza/renda, todos se sentem habilitados a
participar dos negócios públicos e tendem a cobrar atitudes mais impessoais dos
governantes: favorece a separação entre público/privado + contribui p/ o fim do Estado
patrimonial.
 Relevância: explica e afirma ainda o poder econômico e político de algumas poucas oligarquias.

o ESCRAVIDÃO:
 Europeus não escravizaram diretamente: faziam parte de uma demanda expressiva que
estimulava resposta positiva da oferta.
 Durou mais por questão de tradição que econômica.
 Argumento liberal de que a escravidão é irracional porque é mais barato e menos
arriscado contratar trabalhador livre pode ser anacrônico quando se verifica a
inexistência de mercado de trabalho capaz de oferecer MDO a preços pelos quais os
senhores estariam dispostos e poderiam pagar → portanto, de certa forma ela tinha
funcionalidade e racionalidade, uma vez que foi redutora de custos frente às opções.
 Questões culturais nada tinham a ver com a adaptação dos indígenas ao cativeiro: escravidão
adapta pela violência.
 Africanos não substituíram os índios: estes foram usados em regiões menos ricas.
 Houve no Brasil elite mercantil forte o suficiente p/ dispensar intermediação metropolitana no
tráfico transatlântico.
 Instituição popular: razão pela qual o abolicionismo formou-se tardiamente.
 Escravidão não teve na Europa relevância verificada na América: devemos antes de americanas
antes de ibéricas, seja pela extensão do fenômeno, seja pela importância p/ estrutura social.

o PRIVILÉGIOS E MONOPÓLIOS: às custas do restante dos habitantes.


 Funcionalidade: fórmula para garantir o domínio metropolitano → Coroa queria conseguir
fidelidade dos súditos em terras muito distantes, sendo necessário envolver elites através do
“Arcaísmo como Projeto”, caracterizado pelo sistema de mercês.
 Distribuição de cargos públicos, terras, direitos e monopolização.

o AUTORITARISMO E COLONIALISMO: ausência do pressuposto de que o Estado deve satisfação às


pessoas.
 Meio anti-democrárico: nobreza tinha exclusividade sobre o poder político, reiterando ausência
de democracia.
 Sem questionamento dos atos oficiais.

o PERSONALISMO: significa que as relações pessoais eram fundamentais p/ a sobrevivência do indivíduo


e das próprias famílias.
 Inexistência de leis que garantissem os direitos, dependendo tudo do que desejava os senhores
de escravos.
 Sérgio Buarque de Holanda: descreve o brasileiro como o homem cordial, devido à
incapacidade de estabelecer relações cujas bases não envolvam o privado/sentimento.
 Contrário aos valores da sociedade capitalista moderna, que pressupões relações impessoais p/
a contratação do trabalho e p/ o consumo.

COERÊNCIA DAS INSTITUIÇÕES: são heranças da sociedade europeia, trazidas p/ o Brasil e aqui adaptadas de
acordo com as circunstâncias → resultado que as instituições da América Portuguesa identificam-se com a
expressão do Antigo Regime nas Américas – o colonialismo.
o ANTIGO REGIME NO BRASIL/COLONIALISMO: sem ruptura brusca de algumas ou questionamento
simultâneo de todas as instituições → singulariza-nos a coexistência do passado com o presente
institucional e a ausência de movimentos de ruptura radical.
 Questionamento: via brasileira de transformação institucional foi e é a lentidão → encontro do
presente com o pretérito surge incoerências.
 Primeiras instituições contestadas foram relacionadas aos privilégios e ao domínio
estrangeiro: porém, a liberdade associada à independência foi a de comércio somente
→ caráter conservador do movimento (privilégios portugueses extintos p/ que outros
fossem formados = liberdade não deveria adquirir conotações que não as pretendias
pelo senhoriato).

OS HOLANDESES NO BRASIL – TERÍAMOS SIDO OUTROS?: não foram propriamente os holandês que
invadiram o Brasil, mas uma cia que possuía ações em Amsterdã → apesar disso, não se pode dizer que sua
conduta destoava do que fora praticado pelos europeus na época dos descobrimentos.

o MESMO RUMO: não estavam nos planos da WIC:


 Reforma agrária (abolição do latifúndio);
 Abolição da escravidão nem do tráfico;
 Supressão de monopólios/privilégios;
 Estabelecimento de regime democrático;
 Supressão do Estado patrimonial.

HOMENS LIVRES NA ORDEM ESCRAVOCATA – Maria Silva

HOMENS LIVRES: a fonte externa de trabalho escravo deu origem à formação de homens livres e expropriados,
que não foram integrados à produção mercantil.

o FORMAÇÃO: sua constituição prende-se à forma como se organizou a ocupação do solo →


concentração dos proprietários devido à concessão em grandes extensões e p/ culturas onerosas
 Constituição de uma ralé: homens a rigor dispensáveis, desvinculados dos processos essenciais
à sociedade que a agricultura mercantil baseada na escravidão abria espaço.
 Consequências do sistema: bases p/ a corrupção no serviço público + condições para o
exercício personalizado e autoritário do poder determinando a existência dispensável e
a sujeição do homem do séc. 19 → impossibilidade de romper o que o prendia.

PATRIMÔNIO ESTATAL E PROPRIEDADE PRIVADA: a partir de 1840, foi-se consolidando um governo


centralizador em emprego aberto da força e concentrador dos meios pecuniários → articulação da debilidade
material dos poderes públicos + o uso do aparelho governamental como propriedade privada + técnicas
pessoais de dominação.

o BUROCRATIZAÇÃO: difícil arrecadação de recursos por parte do governo central devido às baixas nas
importações impede o exercício metódico e despersonalizado das funções públicas.
 Barreiras à tendência melhor observada no âmbito das administrações locais: conduta orientada
antes pelos interesses/influências que envolviam a vida de maneira imediata que por controles
locais → falta de profissionalismo.
 Ou seja: solidariedade entre os interesses do governo e os de seus servidores, pesando
menos os regulamentos formais que o uso e o costume na determinação da ação
administrativa → decisões orientadas pelos valores/interesses a que os agentes estavam
vinculados.
o IMPOSTOS: coleta descaracteriza o contribuinte ao incidir sobre categorias amplas da população,
tornando o cidadão um devedor do Estado.
 Porém: beneficia os contribuintes mais afortunados (aplicação de recursos privados em serviços
públicos rotineiramente), não propriamente o Estado → que se torna apropriado pelo setor
privado em todos os órgãos (legislativo/executivo/judiciário).
 Portanto: Estado passa a operar a favor de parcela pequena da sociedade → interligação
entre público e privado via apropriação do Estado.
 Entrave ao desígnio de burocratizar a administração: extensão do controle pessoal a todo o
patrimônio do Estado.
 Conclusão: por força da pobreza fundem-se o público e o privado.

o CÓDIGO DE CONDUTA: lei/direito x costume.


 Coronel domina com interesses particulares a sociedade: consolidação da fidelidade na infância
+ transferência da inimizade pessoal ao plano do governo.
 Constante uso da violência: sociedade sempre foi perigosa (embora as mudanças
estruturais não tenham ocorrido via revoltas), pois as relações interpessoais prevaleciam
o uso agressivo do poder → justiça encontra de um lado a lei (confusão com a cultura) e
de outro os usos e costumes (violência).

A CONSTRUÇÃO DO FUTURO: as relações descritas entre Estado/cidadão fundaram a forma como os últimos
consideram o primeiro.

o O HOMEM BURGUÊS: por muito tempo o Estado serviu diretamente aos interesses privados, mas essa
prática acaba por lhe imprimir uma força que será adversa ao homem moderno.
 Com a tendência de liberalização da economia rejeita-se a intervenção direta do Estado na
condução das atividades econômicas.
 Em SP já se observa a formação de um corpo jurídico mais efetivo.

FORMAÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL (25-31) – Celso Furtado

NÍVEL DE RENDA E RITMO DE CRESCIMENTO (séc. 19): : no geral, apesar que de forma desigual, a renda per
capita do Brasil cresceu e a economia parece haver atingido uma taxa relativamente alta de crescimento, sendo
o comércio exterior ainda o setor dinâmico responsável pelo comportamento econômico.

o LÓGICA PRODUTIVA DA ECONOMIA CAFEEIRA: expansão das terras cultivadas com aumento apenas
da MDO, pois não havia K suficiente p/ compra de tecnologia que aumentasse a produtividade
agrícola.
 Lógica racional a CP: possibilita maior lucro e competitividade → bom no contexto histórico de
abundância de terras.
 Exploração do ouro/agrícola poderiam não ter prejudicado as gerações futuras se os recursos
provenientes dessas atividades fossem convertidos em I’s dentro do país.
 Obras de infraestrutura + manufaturas + fábricas.

TRANSFORMAÇÕES ESTRUTURAIS E FUXO DE RENDA: o aumento relativo da importância do trabalho


assalariado levaria à formação de uma economia de mercado interno no Brasil, na primeira metade do século
20.

o REGIME ASSALARIADO: exige maior circulação monetária, vejamos:


 Produção vendida ao exportador: renda bruta da unidade produtiva.
 Renda bruta: cobrir a depreciação do K real + remunerar totalidade dos fatores
produtivos → portanto, renda bruta dividida em 2 grupos (proprietários x assalariados).
 Renda dos proprietários: retém parte da renda para aumentar K.
 Renda dos assalariados: transformam quase totalidade em gastos de consumo → renda dos
pequenos comerciantes/produtores, que também transforma parte considerável em consumo.
 Formação de um mercado interno que cresce mais intensamente que o setor de
exportação, se bem esse tenha originado o primeiro impulso econômico.

o ACÚMULO DE K ATRAVÉS DA MDO: dada a relativa abundância de MDO e de terras, o setor cafeeiro
pôde manter seu salário real relativamente estável durante sua expansão → permitindo que o
proprietário se apropriasse de 100% do aumento dos preços, já que existia um teto salarial estável, e
não produzindo incentivos p/ que o empresário do café aumentasse a produtividade da terra/MDO.
 Salários: ter-se-iam estabelecido em níveis mais altos se a expansão da economia tivesse
dependido exclusivamente da MDO europeia → porém: importância de uma classe amorfa que
se formou no país.
 Teto salarial devido à vinda de imigrantes europeus;
 Oferta abundante de MDO (livres/ex-escravos) que não permitia aumento do teto.

PADRÃO-OURO: cada país deveria dispor de uma reserva metálica suficiente p/ cobrir os déficits ocasionais de
sua balança de pagamentos → o que constituía uma inversão improdutiva p/ regular as trocas internacionais
em função da participação de cada país no comércio mundial (só benéfico para países similares).

o ECONOMIAS INDUSTRIALIZADAS: contração das inversões reduz a procura global e produz uma série
de reações.
 Contração das importações e redução dos estoques: baixa nos preços dos produtos importados
(produtos importados da periferia) → redução da liquidez das empresas reduz compra de
fatores (até do exterior).
 Exportação de K’s equilibra a balança.

o ECONOMIAS DEPENDENTES: queda do valor/volume das exportações → tempo até que isso exerça
efeito na procura das importações → desequilíbrio inicial na balança de pagamentos.
 Queda dos preços dos importados demora mais: piora nas relações de intercâmbio.
 Rigidez dos K’s estrangeiros faz crescer exigência de reservas metálicas p/ os países
dependentes.
 SETOR CAFEEIRO: café é um produto de procura inelástica → oscilações de preço e renda
tempo pouco efeito sobre a procura devido a fatores exógenos (não tem como controlar).
 Momento de Crise: baixa nas importações = baixa nas exportações → redução dos
lucros.

- A DEFESA DO NÍVEL DE EMPREGO E A CONCENTRAÇÃO DA RENDA.

DESEQUILÍBRIO EXTERNO: reajuste via taxa cambial.

o AJUSTE DO DESEQUILÍBRIO: se os mecanismos econômicos se concentrassem nos lucros dos


empresários, diminuiria a inversão → forçando a MDO e a terra não utilizadas a migrar para o setor de
subsistência.
 Transferência para a subsistência: paralização de grande parte da atividade econômica.
 Solução: ajuste da taxa de câmbio → depreciação da moeda brasileira

o DEPRECIAÇÃO DA MOEDA: menos $ em circulação reduz os preços dos produtos, comprometendo os


lucros, mas também é uma forma de o artigo voltar a ser competitivo, equilibrando o sistema
novamente.
 Sustentação do padrão-ouro: como a baixa das exportações não tem efeitos imediatos sobre as
importações, procura-se fazer uma transferência de renda chamada de socialização do prejuízo
→ coletividade (principalmente classe urbana) arca com os custos da depressão.
 Exportador ganha em moeda estrangeira, que agora vale mais em moeda local devido à
depreciação.
 Conversão p/ moeda local: volume maior de moeda exigido pelo regime assalariado.
 Cafeicultor continua produzindo; ou seja, remunerando os fatores de produção
(trabalhadores) de forma a manter o nível de renda e o emprego.
 Porém: importação não acompanha queda das exportações imediatamente.
 População arca com os custos porque recebe em moeda local e paga os importados
com uma taxa cambial fixa.

INEFICIÊNCIA DO IMPÉRIO: incapacidade de adotar um sistema monetário adequado bem como de resolver os
problemas de MDO refletem em divergências de interesses entre as regiões do país → governo imperial
administrado por homens ligados aos velhos interesses escravocratas apresentava escassa sensibilidade com
relação aos novos problemas.

o PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA (1889): novos grupos de pressão social sobre o governo imperial e
sobre os cafeicultores encaminham movimento de reivindicação pela autonomia regional que culmina
na república.
 Grupos de Pressão: classe média prejudicada pela política cambial.
 Funcionários públicos (militares e civis);
 Classes urbanas;
 Comerciantes;
 Assalariados em geral;
 Importadores;
 Produtores internos;
 Industriais.
 Reforma bancária: passagem para período de facilitação do crédito implica atividade econômica
febril e incentivo à industrialização.
 Redução do controle que alguns grupos exerciam sobre o governo central a partir da
descentralização política.
 Tensão entre os níveis de governo federal e estadual.
 Classe média chega ao poder com Vargas: 40 anos de pressão por seus interesses.

- A CRISE DA ECONOMIA CAFEEIRA:

MONOPÓLIO MUNDIAL DA OFERTA: a oferta tendia a crescer, não em função do aumento da procura, mas
sim da disponibilidade da MDO/terra e da vantagem relativa que apresentasse p/ ser produzido →
manipulação da oferta mundial.

o SUPERPRODUÇÃO: desequilíbrio entre oferta e procura → oferta > procura = saturação do mercado =
queda dos preços.
 Necessidade de recursos financeiros para reter parte da produção fora do mercado: contrair
artificialmente a oferta a partir da mobilização de estoques → acúmulo de estoques provocava
perda da renda dos produtores e do país.
 Convênio de Taubaté (1906): política de valorização do produto.

o POLÍTICA DE VALORIZAÇÃO:
 Para reestabelecer o equilíbrio entre oferta/procura, governo interviria no mercado p/ comprar
os excedentes.
 Financiamento das compras se faria com empréstimos estrangeiros.
 Serviço de empréstimos seria coberto com um novo imposto cobrado em ouro sobre cada saca
de café.
 Solução mais a LP seria os governos dos estados produtores passarem a desencorajar a
expansão das plantações.
 Início teve de ser praticado a nível estadual, até que o governo federal se
responsabilizasse pela execução da tarefa: consolidação do domínio governamental por
uma elite cafeicultora até 1930.
 Problema da Política de Valorização: cafeicultores continuam a produzir.

o DILEMA: mantendo-se os preços firmes, os lucros se mantinham elevados → consequentemente os


negócios do café continuavam atrativos e as inversões nesse setor continuariam elevadas, de modo a
pressionar a oferta.
 Problema compreendido na época: necessário oferecer ao empresário outras atividades
igualmente lucrativas que desviassem a aplicação de recursos do café.
 Ou seja: o desequilíbrio entre oferta e procura foi aprofundado com a manutenção do
preço elevado do café de forma persistente.

A CRISE DE 1929: a produção de café se encontrava em expansão como resultado das plantações de 27-28,
mas era impossível obter crédito no exterior p/ financiar a retenção de novos estoques, pois o mercado
mundial de crédito estava em depressão.

o MECANISMOS DE DEFESA: crise acumulada → uma do lado da oferta e outra do lado da procura.
 Opções:
 Colher o café ou deixá-lo apodrecer;
 Se decidido colhê-lo, que destino dar-se ao mesmo: forçar o mercado
mundial/estocar/destruir;
 Se decidido estocar/destruir, como financiar a operação;
 Opção escolhida: destruir → veja por que:
 Não colher: seria deixar recair sobre os cafeicultores o prejuízo sem nenhuma
indenização → mecanismo de defesa viciado em optar pela socialização do prejuízo.
 Estocar: mecanismo do câmbio não era efetivo + financiamento exigia desvios de
recursos do café + nada adiantava estocar se o produto não fosse ser vendido.
 Destruição: consequência lógica que continuava como objetivo explícito de proteger o
setor cafeicultor ao reter a produção apenas p/ destruí-la.
 Resultado: preço do café não aumenta nos anos de recuperação econômica, mas garantia o
preço mínimo.
 Manutenção do nível de emprego na economia exportadora e, indiretamente, nos
setores ligados ao mercado interno → resultados no nível global de renda do país.
 Programa de fomento da renda nacional: política anticíclica inconsciente → Brasil não
tão afetada pela crise como muitos países.
 Recuperação econômica brasileira a partir de 1933 não depende de fatores externos,
mas da política inconsciente que era, na verdade, subproduto da defesa dos interesses
cafeeiros.

A CONTROVÉRSIA ENTRE PAPELISMO E METALISMO E A GÊNESA DO DESENVOLVIMENTISMO NO BRASIL –


PEDRO CEZAR FONSECA.

DESENVOLVIMENTISMO: ideologia de transformação da sociedade brasileira assentada em projeto econômico


voltado à industrialização como via de superação da pobreza e do subdesenvolvimento, sob o entendimento
de que esta não adviria pela espontaneidade das forças do mercado, tornando-se indispensável a atuação do
Estado como agente econômico.

o TRANSFORMAÇÃO SOCIAL: complexificação econômica e dinamização social na transição de uma


ordem escravocrata p/ outra assalariada → ampliação das relações sociais/políticas/econômicas, não
mais marcadas pela dicotomia entre senhores e escravos.
 Núcleo Duro da Teoria:
 Industrialização: questiona a teoria das vantagens comparativas e os interesses dos
cafeicultores;
 Intervencionismo pró-crescimento;
 Nacionalismo.
 Governos de 1930 a 1980: em maior ou menos grau desenvolvimentistas ou influenciados pelo
ideário desenvolvimentista.

CONTROVÉRSIA FINAL DO SÉCULO 19: relação entre as políticas monetária e cambial + qual a prioridade da
política econômica (crescimento ou estabilização).

o METALISMO: classes dominantes afinadas com a ortodoxia.


 Defesa do padrão-ouro
 Plena conversibilidade da moeda;
 Prioridade à estabilização monetária;
 Subordinação da política monetária à cambial.
 Equilíbrio das finanças públicas.

o PAPELISMO: expressão da heterodoxia e gênese do desenvolvimentismo.


 Crítica ao padrão-ouro;
 Crítica ao deflacionismo;
 Prioridade ao crescimento econômico (estabilização não deve ser valor máximo);
 Prioridade à administração da taxa de juros (política monetária);
 Objetivo: atingir níveis de atividade econômica.
 Admissão do crédito/empréstimo/déficit público.

QUESTÕES DO EMBATE: dilemas da nova nação

o Qual o câmbio ideal?


o Com ou sem intervencionismo?
 Qual o volume de gastos públicos?
 Gastos públicos equilibrados?
o Industrialização ou vantagens comparativas?
o República ou Império?
o Empréstimo (dívida externa) ou emissão de moeda (inflação)?

O CAPITALISMO TARDIO – João Manuel

NOVA ABORDAGEM SOBRE A INDUSTRIALIZAÇÃO: anos 70 tem-se a fase de revisão da historiografia


brasileira, com crítica à CEPAL (órgão da ONU).

o CEPAL 1948: fomentar projetos que incentivem investimentos para o desenvolvimento econômico da
América Latina.
 Fase em que os EUA deixam a A.L. de lado: prioridade é reconstruir a Europa.
 Tese do Centro-periferia: quem se beneficia das trocas internacionais são os países
industrializados do centro.

o JOÃO MANUEL: teoria do Capitalismo Tardio → escola crítica da CEPAL.


 Passagem da economia agroexportadora para a industrializada com paralelo à transição do
escravismo p/ assalariamento.

ECONOMIA COLONIAL: capitalismo de plantation → economia sem flexibilidade p/ ajustar o volume de


emprego às flutuações da demanda, pois está baseada no latifúndio monocultor escravista.

o COLONIZAÇÃO MODERNA: materializada pelo antigo regime → faz parte do processo amplo de
transição do feudalismo p/ o kismo, portanto há uma unidade entre desenvolvimento do kismo e
economia colonial.
 Plano econômico: necessidade de apoios externos p/ fomentar acumulação;
 Plano Político: centralização do poder p/ unificar o mercado nacional e mobilizar recursos.
 Ajustes dos mecanismos de exploração: excedente colonial apropriado na forma de
lucro pela metrópole através do exclusivo metropolitano → produção deveria ser
mercantil não complementar (não concorrente com a metropolitana).

o ESTRUTURA PRODUTIVA: plantation → condições fundamentais p/ persistência e crescimento.


 Abastecimento de escravos a baixo preço: escravo não se reproduz devido à superexploração;
 Devido à abundância de terras, salário seria muito alto p/ compensar a alternativa de
subsistência.
 Disponibilidade quase ilimitada de terras.
 Quando não consegue atender a esses requisitos, é sinal de que a plantation se
desintegrou → levando ao trabalho assalariado.
 O que não quer dizer que não seja kista: é formalismo dizer que só existe kismo quando
há assalariamento → os que se dedicam ao comércio são kistas, por exemplo.

o SETORES ECONÔMICOS: exportador + subsistência.


 Exportador: destinado ao mercado mundial → altamente especializada e complementar à
economia metropolitana.
 Padrão de comércio: vende MP barata e compra manufaturado cara em regime
monopolista.
 Dinamismo interno expropriado: modo de produção depende do exterior, onde estão os
mercados e os fatores de produção.

TRANSIÇÃO PARA O CAPITALISMO INDUSTRIAL: o nascimento do modo especificamente kista de produção


significa que a acumulação terá seus estímulos endogeneizados, mas é com a passagem p/ o kismo industrial
que se estimula a liquidação da economia colonial.

o TRANSFORMAÇÕES: a produção tem de ser em massa.


 Ruptura das instituições: queda do exclusivo metropolitano e formação do Estado nacional
marcam o início da crise colonial no Brasil.
 Pacto colonial: substituição dos privilégios e monopólios
 Escravidão: permanência passa a ser uma escolha nacional.
 Crise marca a revitalização do caráter mercantil da economia e o revigoramento da escravidão
→ devido, sobretudo, ao café.

o CAFÉ: utilização de recursos produtivos prévios liberados da economia mineira.


 Latifúndio escravista ainda é mais rentável que a manutenção do escravo.
 Disponibilidade de trabalho escravo a preços lucrativos;
 Disponibilidade de terras;
 Condições de realizações dependem das economias importadoras.
 Passagem p/ o assalariamento: supressão do tráfico (1850) + abolição da escravatura.
 Vias paliativas demonstraram-se insuficientes: reprodução + tráfico inter-regional → não
dispostos a reduzir o grau de exploração que pudesse comprometer os preços/lucros.
 Estradas de ferro e mecanização: se opõem a economia mercantil-escravista, impulsionando o
trabalho assalariado.

ECONOMIAS PRIMÁRIO-EXPORTADORAS: exportações representam o único componente autônomo de


crescimento da renda → setor externo surge como centro dinâmico da economia.

o ESTRUTURA PRODUTIVA: pouco diferenciada da colonial → ambas são periferias subordinas ao centro.
 Passagem da economia colonial p/ primário-exportadora foi resultado das transformações no
mercado mundial comandadas pelos países centrais.
 Diferença fundamental: distintas relações sociais básicas → trabalho compulsório/escravo x
trabalho assalariado.
 O surgimento de economias exportadoras organizadas com trabalho assalariado deve
ser entendido como o nascimento do kismo na América Latina (Brasil).

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