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PERSPECTIVAS SOBRE A INDEPENDÊNCIA: buscam situá-la no contexto global de que faz parte, a fim
de ganhe sentido → assim, normalmente, ela está inserida num cenário de processo revolucionário muito
mais amplo.
o ESTUDO PROPOSTO: negação da visão finalista de que as rebeliões do período colonial levariam
inevitavelmente à independência de 1822 e à abdicação de D. Pedro em 1831.
Enfatiza o que há de específico no ASC (dinâmica/estruturas próprias) e as particularidades das
ideologias/instituições da época → ressaltando o caráter ambíguo e contraditório do
movimento de independência.
Caráteres da independência:
Liberal: movimento que rompeu com a dominação colonial;
Conservador: preservou a escravidão e a dominação do senhoriato;
Nacional: criação da nação como fabricação ideológica do senhoriato para manter sua
dominação social/política.
Abordagem Explicativa nova → Novais.
ABORDAGENS EXPLICATIVAS:
o PROCESSOS DE INDEPENDÊNCIA:
Conflito metrópole-colônia:
Conservador: vitória da metrópole;
Intermediário: América Portuguesa (monarquia escravista/manutenção da unidade) +
América Inglesa (república escravista/manutenção da unidade) + América Espanhola
(república sem escravismo/fragmentada).
Conflito Senhor-Escravo:
Radical: vitória dos escravos (Haiti).
o VIA DE PASSAGEM: o desatamento dos lações coloniais depende de qual grupo social logrou a
hegemonia no processo de emancipação.
Repercussão da Revolução do Porto dividiu a sociedade luso-brasileira em 3 correntes de
opinião, obedecendo aos interesses de cada camada social → germe dos partidos políticos.
Partido Português: recolonização + defesa dos interesses metropolitanos → anulação do
estatuto jurídico de Reino Unido.
Partido Brasileiro: conservadores monarquistas do centro-sul que se beneficiavam do
estabelecimento da Corte e do Rei no Brasil → preservação do status de Reino Unido.
Partido Liberal Radical: constitucionalistas nordestinos mais progressistas politicamente.
o VOLTA DE DOM JOÃO (1821): vitória do liberalismo português → partido brasileiro considera a possível
recolonização como uma ameaça à autonomia (união partido brasileiro/radical liberal x partido
português).
Partido brasileiro desejava preservar a autonomia sem se deixar contagiar pelo nível de
aprofundamento que a revolução liberal atingia Portugal, de forma que não perdesse o controle
do processo de reorganização do Estado.
FIM DA ERA COLONIAL: nova etapa de dificuldades no último quartel do séc. 18 (1775 – 1800) → esgotamento
do ouro.
ACONTECIMENTOS POLÍTICOS NA EUROPA: aceleram a evolução política brasileira → ING como privilegiada
limita a autonomia do governo brasileiro no setor econômico.
o SITUAÇÃO COLONIAL: mercado integrado das economias europeias das quais dependia →
prolongamento de setores maiores.
Dificuldades financeiras advindas dos privilégios aduaneiros concedidos à ING: imposto sobre a
importação é o instrumento comum dos governos de economia primárias exportadora para
arrecadação de receitas básicas.
Emissão de papel-moeda: depreciação do câmbio;
Inflação;
Diminuição da renda: impacto maior sobre a população urbana (não consegue viver da
subsistência quando cai o poder aquisitivo).
Revoltas de caráter urbano.
Acirramento do ódio aos portugueses.
o EUA: mentalidade burguesa seguida por Hamilton → protecionismo instituído depois que as bases p/
sua indústria já haviam sido consolidadas.
ING preocupada com a EUA + mercado antilhano + s/ produção de mercados tropicais =
consciência da necessidade de produzir internamente.
Pró-atividade do Estado em relação à indústria.
Importante corrente de K para o desenvolvimento do país a partir do funcionamento do
algodão como fator dinâmico da economia dos EUA → relação com I revolução industrial.
GESTAÇÃO DA ECONOMIA CAFEEIRA: para superar a estagnação, o Brasil necessitava reintegrar-se nas linhas
em expansão do comércio internacional → a única saída que oferecia o século 19 em termos de
desenvolvimento, para um país s/ técnica própria e acumulação de K a serem desviados a outras atividades,
era o comércio internacional.
CRISE DO REGIME SERVIL: século de independência também marcado por contradições sistemáticas que
provocavam novas disfunções no equilíbrio econômico.
o ABOLIÇÃO DA ESCRAVIDÃO: processo lento, gradual e seguro → classe dirigente aplicou vias paliativas
até que a inutilidade da sua resistência se manifestasse em 1888, quando a eliminação da escravidão se
revelava uma necessidade.
Prevalecia a ideia de que o escravo era uma riqueza; consequentemente sua abolição faria
desaparecer instantaneamente com a riqueza privada através de um golpe legal → não
constituía criação/destruição de riqueza, mas redistribuição da propriedade.
Fim da escravatura tornou-se realidade somente no momento em que a existência do regime
servil foi mais um transtorno às classes ricas que aproveitamento produtivo.
Região do Açúcar: terras já ocupadas e região urbana c/ crescimento demográfico
intenso → deslocamento de escravos de engenho p/ engenho, atraindo força de
trabalho mediante salário baixo; portanto, sem redistribuição significativa da renda.
Região do Café: tudo indica melhora na distribuição de renda a favor da MDO, porém
com efeitos negativos.
o ESCASSEZ DE MDO: a lavoura de café em expansão é fortemente abalada com a abolição do tráfico,
tornando a inelasticidade da MDO como a chave dos problemas econômicos do período.
Oferta interna potencial: não evoluiu no país a ideia de um amplo recrutamento interno.
Setor de subsistência: grande dispersão + barreiras das relações sociais internas pelas
quais o roceiro era atado por vínculos muito fortes de lealdade ao chefe e ao grupo.
População livre/setor urbano: dificuldade de adaptação à disciplina do trabalho/vida
agrícolas.
Reprodução interna de escravos: medida de LP não incorporada pelo imediatismo +
fornecimento abundante tornava mais rentável importação que manutenção.
Imigração Europeia: crença na superioridade nata do trabalhador europeu.
Beneficiada pelas unificações alemã/italiana.
De MDO assalariada transformava-se paulatinamente em escravidão temporária através
de um sistema de abusos → imigrante chegava endividado de modo a ficar preso à
terra.
✽Formação de corrente de opinião na Europa contra a emigração para o Império
escravista na América.
Sistema de Misto: Estado brasileiro assume os custos, lançando as bases de uma
corrente migratória que possibilitaria a expansão da produção cafeeira.
o ASSALARIAMENTO:
MDO europeia: pessoas à margem da sociedade → cidadãos livres, mas desprovidos de
recursos.
Ex-escravos: efeitos negativos da redistribuição de renda → homem formado dentro desse
sistema social está desaparelhado para responder aos estímulos econômicos, visto que quase
não possui hábitos de vida familiar responsáveis por criar a ideia de acumulação de riqueza.
Desenvolvimento mental limita suas necessidades: forte preferência ao ócio afrouxa as
normas de trabalho.
BOOM DA BORRACHA: MP de procura em expansão com a formação da indústria de veículos terrestres, que
será o principal fator dinâmico das economias industrializadas.
o SEGUNDA FASE: borracha oriental (Indonésia) com outra técnica → produção organizada em bases
racionais, permitindo a elasticidade da oferta corresponder à demanda.
INSTITUIÇÕES QUE PERDURAM: tempos idos podem ser fonte legítima de conhecimento, independente de
servirem p/ intervenções sobre a atualidade, porque este tipo de estudo pode ser útil para o entendimento do
presente → admite-se que as instituições se formam e tendem a permanecer além da época, perdendo sua
funcionalidade de outrora, adquirindo outras e se opondo às novidades que venham a desafiá-las.
o LATIFÚNDIO: formação por meio da apropriação privada de terras da Coroa, a qual distribuía segundo
seus próprios interesses.
Capitães Donatários: s/ direitos que ameaçassem diretamente o poder real, embora contassem
com grande autonomia.
Obrigados a distribuir terras p/ não ter poderes absolutos.
Motivos p/ formação do Latifúndio:
Distribuição de terras: premiar pessoas por serviços prestados à Coroa (ou qualquer
outro motivo de seu interesse) → sem lei que regulasse.
Região açucareira/cafeeira: imposição técnica, uma vez que a tecnologia existente
impunha a mobilização de novas terras, estendendo a sua quantidade por proprietário.
Exercício do poder político/econômico: afirmação do modo senhorial de vida a partir de
polos opostos → Casa Grande Senzala de Gilberto Freyre.
Regulação: após a independência, surge a Lei de Terras (1850) → terras do Estado só passam
aos particulares por meio de compra.
Democratização: Adam Smith argumenta que a melhor distribuição de terras está associada a
melhor distribuição de renda via salários e também à criação de ambiente democrático.
Onde não há grandes diferenças de riqueza/renda, todos se sentem habilitados a
participar dos negócios públicos e tendem a cobrar atitudes mais impessoais dos
governantes: favorece a separação entre público/privado + contribui p/ o fim do Estado
patrimonial.
Relevância: explica e afirma ainda o poder econômico e político de algumas poucas oligarquias.
o ESCRAVIDÃO:
Europeus não escravizaram diretamente: faziam parte de uma demanda expressiva que
estimulava resposta positiva da oferta.
Durou mais por questão de tradição que econômica.
Argumento liberal de que a escravidão é irracional porque é mais barato e menos
arriscado contratar trabalhador livre pode ser anacrônico quando se verifica a
inexistência de mercado de trabalho capaz de oferecer MDO a preços pelos quais os
senhores estariam dispostos e poderiam pagar → portanto, de certa forma ela tinha
funcionalidade e racionalidade, uma vez que foi redutora de custos frente às opções.
Questões culturais nada tinham a ver com a adaptação dos indígenas ao cativeiro: escravidão
adapta pela violência.
Africanos não substituíram os índios: estes foram usados em regiões menos ricas.
Houve no Brasil elite mercantil forte o suficiente p/ dispensar intermediação metropolitana no
tráfico transatlântico.
Instituição popular: razão pela qual o abolicionismo formou-se tardiamente.
Escravidão não teve na Europa relevância verificada na América: devemos antes de americanas
antes de ibéricas, seja pela extensão do fenômeno, seja pela importância p/ estrutura social.
COERÊNCIA DAS INSTITUIÇÕES: são heranças da sociedade europeia, trazidas p/ o Brasil e aqui adaptadas de
acordo com as circunstâncias → resultado que as instituições da América Portuguesa identificam-se com a
expressão do Antigo Regime nas Américas – o colonialismo.
o ANTIGO REGIME NO BRASIL/COLONIALISMO: sem ruptura brusca de algumas ou questionamento
simultâneo de todas as instituições → singulariza-nos a coexistência do passado com o presente
institucional e a ausência de movimentos de ruptura radical.
Questionamento: via brasileira de transformação institucional foi e é a lentidão → encontro do
presente com o pretérito surge incoerências.
Primeiras instituições contestadas foram relacionadas aos privilégios e ao domínio
estrangeiro: porém, a liberdade associada à independência foi a de comércio somente
→ caráter conservador do movimento (privilégios portugueses extintos p/ que outros
fossem formados = liberdade não deveria adquirir conotações que não as pretendias
pelo senhoriato).
OS HOLANDESES NO BRASIL – TERÍAMOS SIDO OUTROS?: não foram propriamente os holandês que
invadiram o Brasil, mas uma cia que possuía ações em Amsterdã → apesar disso, não se pode dizer que sua
conduta destoava do que fora praticado pelos europeus na época dos descobrimentos.
HOMENS LIVRES: a fonte externa de trabalho escravo deu origem à formação de homens livres e expropriados,
que não foram integrados à produção mercantil.
o BUROCRATIZAÇÃO: difícil arrecadação de recursos por parte do governo central devido às baixas nas
importações impede o exercício metódico e despersonalizado das funções públicas.
Barreiras à tendência melhor observada no âmbito das administrações locais: conduta orientada
antes pelos interesses/influências que envolviam a vida de maneira imediata que por controles
locais → falta de profissionalismo.
Ou seja: solidariedade entre os interesses do governo e os de seus servidores, pesando
menos os regulamentos formais que o uso e o costume na determinação da ação
administrativa → decisões orientadas pelos valores/interesses a que os agentes estavam
vinculados.
o IMPOSTOS: coleta descaracteriza o contribuinte ao incidir sobre categorias amplas da população,
tornando o cidadão um devedor do Estado.
Porém: beneficia os contribuintes mais afortunados (aplicação de recursos privados em serviços
públicos rotineiramente), não propriamente o Estado → que se torna apropriado pelo setor
privado em todos os órgãos (legislativo/executivo/judiciário).
Portanto: Estado passa a operar a favor de parcela pequena da sociedade → interligação
entre público e privado via apropriação do Estado.
Entrave ao desígnio de burocratizar a administração: extensão do controle pessoal a todo o
patrimônio do Estado.
Conclusão: por força da pobreza fundem-se o público e o privado.
A CONSTRUÇÃO DO FUTURO: as relações descritas entre Estado/cidadão fundaram a forma como os últimos
consideram o primeiro.
o O HOMEM BURGUÊS: por muito tempo o Estado serviu diretamente aos interesses privados, mas essa
prática acaba por lhe imprimir uma força que será adversa ao homem moderno.
Com a tendência de liberalização da economia rejeita-se a intervenção direta do Estado na
condução das atividades econômicas.
Em SP já se observa a formação de um corpo jurídico mais efetivo.
NÍVEL DE RENDA E RITMO DE CRESCIMENTO (séc. 19): : no geral, apesar que de forma desigual, a renda per
capita do Brasil cresceu e a economia parece haver atingido uma taxa relativamente alta de crescimento, sendo
o comércio exterior ainda o setor dinâmico responsável pelo comportamento econômico.
o LÓGICA PRODUTIVA DA ECONOMIA CAFEEIRA: expansão das terras cultivadas com aumento apenas
da MDO, pois não havia K suficiente p/ compra de tecnologia que aumentasse a produtividade
agrícola.
Lógica racional a CP: possibilita maior lucro e competitividade → bom no contexto histórico de
abundância de terras.
Exploração do ouro/agrícola poderiam não ter prejudicado as gerações futuras se os recursos
provenientes dessas atividades fossem convertidos em I’s dentro do país.
Obras de infraestrutura + manufaturas + fábricas.
o ACÚMULO DE K ATRAVÉS DA MDO: dada a relativa abundância de MDO e de terras, o setor cafeeiro
pôde manter seu salário real relativamente estável durante sua expansão → permitindo que o
proprietário se apropriasse de 100% do aumento dos preços, já que existia um teto salarial estável, e
não produzindo incentivos p/ que o empresário do café aumentasse a produtividade da terra/MDO.
Salários: ter-se-iam estabelecido em níveis mais altos se a expansão da economia tivesse
dependido exclusivamente da MDO europeia → porém: importância de uma classe amorfa que
se formou no país.
Teto salarial devido à vinda de imigrantes europeus;
Oferta abundante de MDO (livres/ex-escravos) que não permitia aumento do teto.
PADRÃO-OURO: cada país deveria dispor de uma reserva metálica suficiente p/ cobrir os déficits ocasionais de
sua balança de pagamentos → o que constituía uma inversão improdutiva p/ regular as trocas internacionais
em função da participação de cada país no comércio mundial (só benéfico para países similares).
o ECONOMIAS INDUSTRIALIZADAS: contração das inversões reduz a procura global e produz uma série
de reações.
Contração das importações e redução dos estoques: baixa nos preços dos produtos importados
(produtos importados da periferia) → redução da liquidez das empresas reduz compra de
fatores (até do exterior).
Exportação de K’s equilibra a balança.
o ECONOMIAS DEPENDENTES: queda do valor/volume das exportações → tempo até que isso exerça
efeito na procura das importações → desequilíbrio inicial na balança de pagamentos.
Queda dos preços dos importados demora mais: piora nas relações de intercâmbio.
Rigidez dos K’s estrangeiros faz crescer exigência de reservas metálicas p/ os países
dependentes.
SETOR CAFEEIRO: café é um produto de procura inelástica → oscilações de preço e renda
tempo pouco efeito sobre a procura devido a fatores exógenos (não tem como controlar).
Momento de Crise: baixa nas importações = baixa nas exportações → redução dos
lucros.
INEFICIÊNCIA DO IMPÉRIO: incapacidade de adotar um sistema monetário adequado bem como de resolver os
problemas de MDO refletem em divergências de interesses entre as regiões do país → governo imperial
administrado por homens ligados aos velhos interesses escravocratas apresentava escassa sensibilidade com
relação aos novos problemas.
o PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA (1889): novos grupos de pressão social sobre o governo imperial e
sobre os cafeicultores encaminham movimento de reivindicação pela autonomia regional que culmina
na república.
Grupos de Pressão: classe média prejudicada pela política cambial.
Funcionários públicos (militares e civis);
Classes urbanas;
Comerciantes;
Assalariados em geral;
Importadores;
Produtores internos;
Industriais.
Reforma bancária: passagem para período de facilitação do crédito implica atividade econômica
febril e incentivo à industrialização.
Redução do controle que alguns grupos exerciam sobre o governo central a partir da
descentralização política.
Tensão entre os níveis de governo federal e estadual.
Classe média chega ao poder com Vargas: 40 anos de pressão por seus interesses.
MONOPÓLIO MUNDIAL DA OFERTA: a oferta tendia a crescer, não em função do aumento da procura, mas
sim da disponibilidade da MDO/terra e da vantagem relativa que apresentasse p/ ser produzido →
manipulação da oferta mundial.
o SUPERPRODUÇÃO: desequilíbrio entre oferta e procura → oferta > procura = saturação do mercado =
queda dos preços.
Necessidade de recursos financeiros para reter parte da produção fora do mercado: contrair
artificialmente a oferta a partir da mobilização de estoques → acúmulo de estoques provocava
perda da renda dos produtores e do país.
Convênio de Taubaté (1906): política de valorização do produto.
o POLÍTICA DE VALORIZAÇÃO:
Para reestabelecer o equilíbrio entre oferta/procura, governo interviria no mercado p/ comprar
os excedentes.
Financiamento das compras se faria com empréstimos estrangeiros.
Serviço de empréstimos seria coberto com um novo imposto cobrado em ouro sobre cada saca
de café.
Solução mais a LP seria os governos dos estados produtores passarem a desencorajar a
expansão das plantações.
Início teve de ser praticado a nível estadual, até que o governo federal se
responsabilizasse pela execução da tarefa: consolidação do domínio governamental por
uma elite cafeicultora até 1930.
Problema da Política de Valorização: cafeicultores continuam a produzir.
A CRISE DE 1929: a produção de café se encontrava em expansão como resultado das plantações de 27-28,
mas era impossível obter crédito no exterior p/ financiar a retenção de novos estoques, pois o mercado
mundial de crédito estava em depressão.
o MECANISMOS DE DEFESA: crise acumulada → uma do lado da oferta e outra do lado da procura.
Opções:
Colher o café ou deixá-lo apodrecer;
Se decidido colhê-lo, que destino dar-se ao mesmo: forçar o mercado
mundial/estocar/destruir;
Se decidido estocar/destruir, como financiar a operação;
Opção escolhida: destruir → veja por que:
Não colher: seria deixar recair sobre os cafeicultores o prejuízo sem nenhuma
indenização → mecanismo de defesa viciado em optar pela socialização do prejuízo.
Estocar: mecanismo do câmbio não era efetivo + financiamento exigia desvios de
recursos do café + nada adiantava estocar se o produto não fosse ser vendido.
Destruição: consequência lógica que continuava como objetivo explícito de proteger o
setor cafeicultor ao reter a produção apenas p/ destruí-la.
Resultado: preço do café não aumenta nos anos de recuperação econômica, mas garantia o
preço mínimo.
Manutenção do nível de emprego na economia exportadora e, indiretamente, nos
setores ligados ao mercado interno → resultados no nível global de renda do país.
Programa de fomento da renda nacional: política anticíclica inconsciente → Brasil não
tão afetada pela crise como muitos países.
Recuperação econômica brasileira a partir de 1933 não depende de fatores externos,
mas da política inconsciente que era, na verdade, subproduto da defesa dos interesses
cafeeiros.
CONTROVÉRSIA FINAL DO SÉCULO 19: relação entre as políticas monetária e cambial + qual a prioridade da
política econômica (crescimento ou estabilização).
o CEPAL 1948: fomentar projetos que incentivem investimentos para o desenvolvimento econômico da
América Latina.
Fase em que os EUA deixam a A.L. de lado: prioridade é reconstruir a Europa.
Tese do Centro-periferia: quem se beneficia das trocas internacionais são os países
industrializados do centro.
o COLONIZAÇÃO MODERNA: materializada pelo antigo regime → faz parte do processo amplo de
transição do feudalismo p/ o kismo, portanto há uma unidade entre desenvolvimento do kismo e
economia colonial.
Plano econômico: necessidade de apoios externos p/ fomentar acumulação;
Plano Político: centralização do poder p/ unificar o mercado nacional e mobilizar recursos.
Ajustes dos mecanismos de exploração: excedente colonial apropriado na forma de
lucro pela metrópole através do exclusivo metropolitano → produção deveria ser
mercantil não complementar (não concorrente com a metropolitana).
o ESTRUTURA PRODUTIVA: pouco diferenciada da colonial → ambas são periferias subordinas ao centro.
Passagem da economia colonial p/ primário-exportadora foi resultado das transformações no
mercado mundial comandadas pelos países centrais.
Diferença fundamental: distintas relações sociais básicas → trabalho compulsório/escravo x
trabalho assalariado.
O surgimento de economias exportadoras organizadas com trabalho assalariado deve
ser entendido como o nascimento do kismo na América Latina (Brasil).