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Ética protestante e o espírito do capitalismo

INTRODUÇÃO

O cerne da reflexão weberiana é apreender o fenômeno observado na transição do século XVI para o XVII, qual seja,
o protestantismo relacionado diretamente ao desenvolvimento do sistema econômico capitalista. O conceito de
vocação – entendido como chamado de Deus para o exercício profissional - é apresentado como base motivacional
do moderno sistema econômico capitalista.

Dessa forma, é apresentado uma valorização do trabalho e da riqueza produzida por ele, como um dever moral. A
principal questão a ser enfrentada no livro é se as ideias religiosas têm influência sobre o desenvolvimento econômico,
isto é, até que ponto a moral protestante, como um modo de pensar, contribui para o espírito do capitalismo.

1. O PROBLEMA

1.1 FILIAÇÃO RELIGIOSA E ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL

Nesse primeiro capítulo, Weber aduz que ao analisar as estatísticas ocupacionais de qualquer país com uma
composição religiosa mista, nota-se que os líderes empresariais e os profissionais mais bem qualificados, eram na sua
maioria protestantes. Isso era objeto de discussão na imprensa, na literatura e em congressos católicos.

Portanto os protestantes eram os detentores do capital e ocupavam os mais altos postos de trabalho dos maiores
empreendimentos industriais e comerciais. Nas escolas o percentual de graduandos católicos, em cursos preparatórios
para ocupações industriais e comerciais, estava muito aquém do percentual de protestantes. Razão pela qual o
número de católicos qualificados para a indústria era menor. Os católicos preferiam uma formação de caráter
humanístico.

A explicação para isso é que os protestantes, a época minoria religiosa, eram inclinadas à atividade econômica uma
vez que não encontravam possibilidade de ocupar postos no funcionalismo público.

Weber ainda cita o provérbio “coma bem ou durma bem”. Aduz que o católico é mais inclinado a dormir bem, o que
denota uma vida mais segura, ainda que seja com uma renda menor. Por outro lado, o protestante é mais instigado a
comer bem e, para isso, é mais audacioso, mais empreendedor. No capitalismo quanto mais fome melhor.

Neste primeiro momento fica inequívoca a correlação entre desenvolvimento econômico e religião, considerando os
direcionamentos tomados pelo protestantismo.

1.2 O ESPÍRITO DO CAPITALISMO

Nesse capítulo do livro o autor busca demonstrar a essência do capitalismo, qual seja seu espírito, dizendo já no início
do capítulo, que é complicado dar um conceito, pela própria natureza da investigação e que desta forma se faz
necessário encontrar algo ao qual o termo pode ser aplicado com algum significado compreensível.

Dessa forma, a busca de tal conceito, teria que se basear na individualidade dentro de uma lógica de evolução histórica
e assim tentar o estabelecimento de um conceito que não aparece no início de sua obra, mas sim no fim.

Para dar início a essa investigação apresenta as ideias ou princípios atribuídos a Benjamin Franklin, qual seja, que
tempo é dinheiro, desta forma, se uma pessoa ganha 100 reais por dia e resolve tirar uma tarde de folga e nesse
momento de lazer gasta uns 20 reais, ao contabilizar sua despesa deve levar em conta não apenas o gasto, mas
também o que deixou de ganhar; logo tem um gasto de 70 reais, sendo portanto, 20 reais gasto em uma atividade de
lazer qualquer, somado a 50 reais que deixou de ganhar por ter deixado de trabalhar.

Outro ponto interessante é quando ele diz que crédito é dinheiro, isto é, se o indivíduo deixa o próprio dinheiro
permanecer nas mãos de outrem depois de sua data de vencimento, dará juros a essa pessoa, pois deixou de aplicar
esse valor durante esse período que ficou emprestado. Isso ocorre uma vez que o dinheiro é capaz de gerar dinheiro
e sua prole gera ainda mais, e assim sucessivamente.

Cita também o ditado de que “o bom pagador é o senhor da bolsa de outro homem”. Faz isso para mostrar que o bom
pagador, que honra seus compromissos na data certa, sempre terá crédito na praça. E que se deve trabalhar muito,
acordando cedo e seguindo no trabalho até altas horas, dessa forma, o credor fica tranquilo e consegue até negociar
um prazo mais elástico para pagamento. Por outro lado, aquele que está sempre na boemia, à mesa de bilhar
dificilmente terá crédito na praça, uma vez que o credor, ao se deparar com tais situações, tende a pedir o pagamento
antecipado do valor total da dívida, por medo de não receber. Por isso, ser honesto e cumprir com suas obrigações faz
toda a diferença para se ter uma boa reputação no mundo capitalista.

Todas essas palavras, que denotam a cultura americana, são sintetizadas por Ferdinand Kurnberger (escritor
austríaco), na sentença “tiram sebo do gado e dinheiro dos homens”, ou seja, assim como os bovinos produzem sebo,
os americanos produzem capital. No entanto, não basta produzir para a mera sobrevivência, deve-se de qualquer
modo aumentar o capital.

Dessa forma não se trata tão somente de perspicácia para os negócios, mas sim de um conjunto de modos de
comportamento, que configuram a identidade de um povo, portanto um ethos, que rompe com a ideia de
tradicionalismo.

Deixa claro que o capitalismo existiu na China, na Índia, na Babilônia, no mundo antigo e na Idade Média, mas não
com esse ethos particular dos americanos e da Europa ocidental.

O summum bonum (bem maior) desse ethos, é a aquisição de mais e mais dinheiro, combinada a uma aversão total
desfrute espontâneo da vida, nesse sentido o acúmulo de capital é o caminho para a realização e felicidade.

Esse é o espírito do capitalismo em que o homem é dominado pelo ganho de dinheiro e pelo consumo como propósito
de vida. Sendo que o ganho de dinheiro, obtido legalmente, é resultado e expressão da virtude e de uma vocação –
importante para conquistar alta produtividade em contraste com baixos salários.

A economia capitalista força o indivíduo, conforme seu envolvimento no sistema de relações mercantis, a adequar-se
ao estilo capitalista, o que denota totalmente a ideia de Charles Darwin de seleção natural das espécies, qual seja,
sobrevivem os que se adaptam. Isso vale para indivíduos e empresas.

Na parte final do capítulo traz uma análise histórica, filosófica e religiosa da evolução do capitalismo. A Igreja Católica
estabeleceu o dogma Deo Placere vix potest (O comerciante dificilmente, ou nunca, poderá agradar a Deus) inclusive
incorporado ao direito canônico, os indiferentes à Igreja costumavam reconciliar-se com ela por meio de presentes.
Havia situações em que com a morte de um rico sua fortuna era passada para a Igreja na tentativa de se obter o perdão
por sua usura em vida. Desta forma, a prática capitalista era tolerada pela religião católica, mas muito temerária para
a salvação.

Por fim, vê-se que o desenvolvimento do espírito do capitalismo é possível por ser uma parte da evolução do
racionalismo – oposto do tradicionalismo, grande inimigo do espírito do capitalismo -, que se concretizou sobretudo
após a Reforma Protestante.

1.3 A CONCEPÇÃO DA VOCAÇÃO DE LUTERO. OBJETO DA INVESTIGAÇÃO

Esse capítulo é iniciado com a afirmação da existência de uma conotação religiosa, na palavra vocação (em alemão
“beruf” e em inglês “calling”). Dessa feita, expressa um desígnio de Deus para o exercício de uma profissão.

Afirma que não existiu, nem para povos católicos, nem para a Antiguidade clássica, termo equivalente à vocação (no
sentido de um objetivo de vida, de um campo de trabalho) como o que tem existido em todos os povos protestantes.
Esse sentido contemporâneo de vocação se origina nas traduções da bíblia, aparecendo pela primeira vez na tradução
de Lutero (em Eclesiastes 11, 20 e 21), da mentalidade do tradutor e não do texto original. Trata-se, portanto, um
produto da Reforma Protestante.

Esse conceito de vocação tendo como cerne o trabalho, foi incorporado a ética protestante, passando a ser o dogma
central de todas as suas denominações. Enquanto para os católicos o único modo de vida aceitável por Deus não
estava na superação da moralidade mundana pelo asceticismo monástico (abandono os prazeres mundanos), mas
unicamente no cumprimento das obrigações impostas ao indivíduo pela sua posição no mundo. Sendo essa sua
verdadeira vocação. A ideia religiosa era que cada um deve sustentar a própria vida e deixar que os ateus corressem
atrás do lucro. Nesse sentido, trabalho é virtude e o êxito na vida material uma benção.
No entanto, não se pode atribuir a Lutero o Espírito do Capitalismo, no sentido auferido pelas palavras de Franklin.
Em contraste, para ele, o trabalho dentro da vocação mundana (secular) era expressão de amor fraternal, na medida
que, a divisão do trabalho força o indivíduo a trabalhar mais para os outros. A interpretação dada por Lutero à sua
concepção de vocação, inspirada na Bíblia, era uma interpretação tradicionalista, exclusivamente no sentido religioso.
Desta feita, embora a Reforma seja impensável sem o desenvolvimento religioso pessoal de Lutero, sem o calvinismo
seu trabalho não teria sido um sucesso permanente e concreto.

Por fim, se pergunta, até que ponto a Reforma Protestante influenciou o espírito do capitalismo moderno.

2. A ÉTICA DAS CORRENTES ASCÉTICAS DO PROTESTANTISMO

2.1 OS FUNDAMENTOS RELIGIOSOS DO ASCETISMO MUNDANO

Nesse capítulo são analisados quatro principais representantes do ascetismo laico: o calvinismo, o pietismo, o
metodismo e as seitas que se originaram do movimento batista.

A) Calvinismo

Se estabeleceu na Holanda, Inglaterra e França, sobre a qual as grandes lutas políticas e culturais dos séculos XVI e
XVII tinham-se realizado. A predestinação era seu dogma principal, que podemos auferir da Confissão de Westminster,
dizia que Deus, através de seus decretos, decidiu o destino de cada indivíduo, uns a vida, outros a morte. Dessa forma,
era impossível para um ser humano perder a Graça e a Salvação concedida por Ele, assim como adquiri-las se as fossem
negadas.

Isso foi encarado e combatido como sendo um grande elemento de perigo político, uma vez que, cabia a cada um
seguir sozinho à procura do seu caminho, em busca daquilo que já estava determinado para ele e para a eternidade.
Ninguém poderia ajudá-lo. Para os calvinistas Deus ajuda quem se ajuda e, para isso, Ele requer dos fiéis uma vida de
bons trabalhos. Desta feita, o trabalho tem uma imensa importância na vida dos indivíduos, o que dá base a
racionalização do trabalho, estrutura do sistema econômico capitalista.

Foi o que definiu a diferença absolutamente decisiva com relação ao catolicismo, uma vez que eliminou por completo
o projeto de salvação por meio da igreja e seus sacramentos.

B) Pietismo

Foi no início uma cisão do movimento calvininsta na Inglaterra e na Holanda e mais tarde absorvido pelo luteranismo.
Levou seus fiéis a viverem em comunidades, livres das tentações do mundo, voltados para a vontade de Deus. Assim,
poderiam ter a certeza do seu renascimento, pelos sinais externos presentes em sua conduta diária. Com isso, criou-
se um maior controle da conduta da vocação.

Mesmo não tendo um ajustamento dogmático satisfatório, conservou-se como um movimento da igreja luterana,
sendo seu líder Spencer. Sua base religiosa era voltada para a ética vocacional, pois o próprio Deus abençoava seus
escolhidos através do sucesso em seu trabalho. E para não dar chance ao azar, pois poderia acontecer de algum pietista
não encontrar sua vocação, a irmandade funcionava como um centro missionário e uma empresa de negócios, que
dirigia seus crentes no caminho do ascetismo secular.

Com ênfase no lado emocional, o Pietismo não desenvolveu a racionalização da atividade mundana da mesma forma
que os calvinistas, que por sua vez estava relacionado com um rigoroso legalismo e com o universo dos
empreendedores capitalistas burgueses

C) Metodista

Movimento anglo-americano, conhecido como Pietismo Continental. Apresentava uma indiferença pelo ascetismo
calvinista, trazia a natureza sistemática e metódica da conduta dos seus seguidores, com o propósito a certitudo salutis
(certeza da salvação). Sua base estava no puro sentimento da certeza do perdão, derivado do testemunho do espírito.

Devido à exposição de Wesley às influências moravianas e luteranas, apenas o conceito da regeneração – a certeza
emocional da salvação como resultado imediato da fé – foi mantido como fundamento da graça, além da santificação
pela libertação do pecado.
Os metodistas acreditam que as boas obras devem ser realizadas apenas para a glória de Deus. Quem não pratica
obras boas não é um bom crente.

D) As seitas batistas

Esses grupos, dentre os quais, além dos batistas, temos os menonitas e os quakers, encontramos uma fonte
independente de ascetismo protestante que diferem em princípio da doutrina calvinista.

A comunidade religiosa já não era vista como uma instituição que deveria incluir justos e injustos, quer para aumentar
a glória de Deus (calvinistas), quer como um meio de trazer aos homens os meios da salvação (católicos e luteranos),
mas exclusivamente como uma comunidade de pessoas crentes na redenção (renascimento), não como uma igreja,
mas como uma seita, na qual só adultos, que tivessem adquirido pessoalmente sua própria fé, poderiam ser batizados.

A justificação por esta fé era radicalmente diferente da ideia do trabalho mundano a serviço de Cristo, como impunha
o dogma ortodoxo do protestantismo mais antigo. Consistia mais na tomada da posse espiritual do seu dom da
salvação.

Mas isso ocorria mediante a revelação individual, pelo trabalho do Espírito Divino sobre o indivíduo, e apenas desse
modo. Era oferecido para todo mundo. Bastaria esperar pelo Espírito, sem resistir à sua vinda com um apego
pecaminoso a este mundo.

Um rígido afastamento do mundo, mantendo o intercâmbio estritamente necessário com as pessoas mundanas, apego
aos ensinamentos bíblicos, no sentido de assumir um modelo de vida próximo ao dos primeiros cristãos, foram o
resultado das primeiras comunidades anabatistas.

Repudiavam toda idolatria à carne. O modo de vida bíblico foi concebido pelos primeiros batistas suíços e do sul da
Alemanha com radicalismo, semelhante a São Francisco, evidenciando uma inequívoca ruptura com gozo da vida.

As seitas batistas “desmistificaram” o mundo, desenvolvendo a mais radical desvalorização de todos os sacramentos
que tinham como fim a salvação. Desejavam que sua igreja fosse “pura” para que conduzisse inocentemente seus
crentes.

As comunidades batistas procuravam ser igrejas puras, pela conduta inocente dos seus membros, numa incondicional
submissão a Deus, com uma vida cheia de boas obras. Entretanto, o interesse pelas ocupações econômicas foi
aumentado por vários fatores. Com destaque a recusa em aceitar cargos a serviço do Estado, em razão de um dever
religioso de repúdio das coisas mundanas.

Com isso nas seitas um antagonismo invencível por qualquer tipo aristocrático de vida.

Ao mesmo tempo, a relevância imputada pela doutrina anabatista da salvação ao papel da consciência conforme
revelação de Deus ao indivíduo deu à sua conduta na vida secular um caráter significativo no desenvolvimento do
espírito do capitalismo, qual seja o princípio que a honestidade é a melhor política.

Dentre as quatro formas principais de protestantismo ascético, apresentadas, é a religião calvinista que melhor nos
ajuda a explicar a relação entre a ética protestante e a origem do capitalismo. Em todos os casos o indivíduo deveria
provar sua qualificação religiosa com base em trabalho honesto e disciplinado.

2.2 O ASCETISMO E O ESPÍRITO DO CAPITALISMO

Nesse capítulo é apresentado as ligações entre os fundamentos da ética protestante e do espírito do capitalismo, e
para isso toma o protestantismo ascético como um todo. A força religiosa com todos os seus elementos que exerciam
grande influência sobre as pessoas. Evidência como as ideias religiosas fundamentais do protestantismo ascético e
seus preceitos sobre a conduta econômica cotidiana contribuíram decisivamente com as bases do moderno sistema
capitalista.

Ao examinar Saint’s Everlasting Rest, Christian Directory de Baxter, ou trabalhos semelhantes de outros, chama a
atenção para discussão acerca da riqueza. Tendo em vista que a riqueza em si constitui grande perigo, e sua busca não
é apenas sem sentido, se comparada com a importância superior do Reino de Deus.

Aduz que Calvino não via problema algum na riqueza do clero, mas sim uma expansão desejável de seu prestígio.
Quanto à perda de tempo – conversas ociosas, dormir mais do que o estritamente necessário para a saúde – é
considerado o mais mortal dos pecados, merecedor de condenação moral, tendo em vista que a vida é fugaz.

O trabalho é considerado em si, a própria finalidade da vida. Nas palavras do apóstolo Paulo “quem não trabalha não
deve comer”, valem para todos, sem exceção. Sendo que o desânimo para o trabalho é sintoma de falta de graça.

Mesmo o rico não deve comer sem trabalhar, uma vez que, mesmo que não precise disso para seu próprio sustento,
há um mandamento maior que vem de Deus, que seguindo o exemplo dos pobres, deve obedecer.

A riqueza é posta como eticamente má apenas se for utilizada para um gozo de uma vida ociosa.

Os puritanos sustentavam sua característica sua aversão pelo esporte, como expressão de uma conduta ascética. No
entanto, o esporte seria aceito se ele servisse a um propósito racional, qual seja, o da recuperação necessária à
eficiência física.

A atitude dos puritanos era hostil para com os aspectos da cultura que não tivessem qualquer valor religioso imediato.
Os grandes nomes do movimento puritano eram profundamente arraigados na cultura renascentista, tinham ódio
feroz a qualquer coisa que flertasse com a superstição, contra todo resquício de salvação mágica (sacramental). A isso
aplicava-se até mesmo às festividades natalinas.

A concepção de vida puritana, quando disseminada, favoreceu o desenvolvimento da vida econômica racional da
burguesia, sendo esse o berço do homem econômico moderno.

A distribuição desigual da riqueza do mundo é concebida como uma decisão Divina, com finalidades secretas e
desconhecidas da humanidade.

A visão do trabalho como conduta racional da vocação tornou-se uma característica do trabalhador, do universo
empresarial, sendo um dos elementos fundamentais do espírito do capitalismo moderno, e por conseguinte de toda
a cultura moderna, nascida do espírito do ascetismo cristão.

CONCLUSÃO

No capítulo I, o autor partindo de uma análise empírica de sociedades com composição religiosa mista, conclui que a
maioria os indivíduos mais qualificados, bem como aqueles integrantes dos mais altos cargos das modernas empresas,
são protestantes, sendo uma possível explicação para tal fenômeno, as relações históricas relativas à propriedade
inicial do capital, passada de geração em geração, e um consequente investimento diferenciado, em educação para
os negócios, por parte dos detentores de tais condições. Desta forma faz uma vinculação entre desenvolvimento do
sistema econômico capitalista e religião.

No capítulo II do livro, o autor discorre sobre a essência do capitalismo. Busca uma definição para o Espírito do
Capitalismo baseando-se numa análise histórica, filosófica e religiosa, onde dá ênfase à evolução do modo de pensar
das pessoas responsáveis pelo surgimento do capitalismo moderno. Pode ser auferido pelas palavras do autor que a
ética protestante traz consigo o espírito do capitalismo.

Já no capítulo III, Weber, ao tratar da questão da “vocação” trazida por Lutero, considera importante ressaltar que
não apenas o significado da palavra, mas também o pensamento subjacente é novo. O conceito de vocação surge
impulsionado pela valorização do cumprimento do dever dentro das profissões seculares, passando a ser uma
atividade moralmente aceita. Uma atribuição de significado religioso ao trabalho um secular, configura um tipo de
ascetismo laico.

No capítulo IV, o autor analisa as quatro principais correntes protestantes, à época: o calvinismo, o pietismo, o
metodismo e as seitas que se originaram do movimento batista. O autor identifica nestas correntes protestantes as
características, os comportamentos que poderiam favorecer as estruturas econômicas e as denominam de ascetismo
laico, quais sejam, a devoção ao trabalho, a busca pelo desenvolvimento das vocações individuais e a ordenação
racional da conduta moral.

Por fim, no capítulo V, Weber analisa a importância do ascetismo protestante para a formação do chamado espírito
do capitalismo, evidenciando como as ideias religiosas fundamentais do protestantismo ascético e seus preceitos
sobre a conduta econômica cotidiana contribuíram decisivamente com as bases do moderno sistema capitalista. Aduz
que isso foi possível pela combinação do incentivo ao trabalho secular e valorização da riqueza, cujo resultado prático
é o acúmulo de capital.

Segundo o autor, o ascetismo transformou o mundo e nele estabeleceu seus ideais, os bens materiais adquiriram um
poder crescente e, por fim, inexorável sobre a vida do homem como em nenhum outro período histórico.

BIBLIOGRAFIA

WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo: texto integral. São Paulo: Martin Claret, 2013.

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