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o
www.protestepoupanca.pt
Po u p a n ç a P R O T E S T E
Esta tem sido uma das lições da crise actual. Não somos todos
iguais, nem temos o mesmo perfil de risco, nem os mesmos objec-
tivos. Que produtos são mais adequados a cada um? É o que pre-
tendemos resumir nesta edição especial, já que esse tem sido o
propósito da PROTESTE POUPANÇA desde o primeiro número, em
• Crise: o que mudou? p. 2 1995.
Mas os incentivos à poupança não são muitos e as taxas de juro,
apesar das subidas subtis dos últimos meses, estão ainda nos ní-
• Taxa de poupança p. 3 veis mais baixos de sempre. Como se explica, então, a taxa de pou-
pança dos portugueses estar a subir? É um dos efeitos da incerte-
za gerada em tempo de crise. Além disso, a procura de produtos
• Onde investir? p. 4-6 mais seguros tem aumentado: os depósitos atingiram o montante
Vantagens e desvantagens das várias alternati- mais elevado dos últimos anos e os valores aplicados em PPR sob
vas de poupança a forma de seguro aumentaram 28%, em 2009.
Os Certificados de Aforro deixaram de interessar já em 2008 quan-
do foram feitas alterações significativas na fórmula de cálculo do
• Depósitos a prazo p. 7 rendimento e emitida a série C. Desde essa data que os resgates
têm sido superiores às novas emissões. Os cofres do Estado têm
visto as poupanças dos aforradores transferidas para a banca,
• Produtos de taxa crescente p. 8-9 onde se multiplicam as ofertas de produtos de taxa crescente, mas
30 Produtos em subscrição raramente compensam e alguns nem garantem o capital (ver pág.
PROTESTE POUPANÇA – Boletim Quinzenal – Ano 16 – Director e Editor : Pedro Moreira
8 e 9).
Se a necessidade de poupar é muita, as opções disponíveis não
• Certificados de Aforro ou do Tesouro? p. 10
são assim tantas. Os PPR estão em risco de perder o interesse, caso
sejam aprovados os limites aos benefícios fiscais. Os depósitos
rendem muito pouco: a taxa média de um depósito a um ano é de
• PPR ou Certificados de Reforma? p. 11
1,1% líquida, mas o Banco de Portugal estimou uma taxa de infla-
ção de 1,4% para este ano e 1,8% para 2011. Assim, a maioria dos
depósitos deverá proporcionar um rendimento real negativo.
• Fundos de investimento p. 12-13
Estratégias e melhores fundos Por isso, não basta poupar. É preciso também escolher bem!
• Acções p. 14
Investir a longo prazo
6 Emergentes
Outra grande consequência da crise foi a afirmação das
5
principais economias emergentes, os denominados BRIC
4 (Brasil, Rússia, Índia e China). Se a Rússia sofreu com a
2005 2006 2007 2008 2009 2010
quebra do valor das matérias-primas, os restantes países
O aumento do desemprego é o principal travão à retoma económica.
passaram relativamente incólumes à crise. Sem o vigor
destas economias, o comércio mundial teria registado uma
Taxas de juro queda mais acentuada e a recessão teria sido muito maior.
Os primeiros sinais da crise fizeram disparar as taxas de juro
de curto prazo. Os bancos deixaram de emprestar dinheiro A reter
entre si com receio de que a outra parte não pudesse A eficiência dos mercados financeiros continua a ser
reembolsar o empréstimo. Para evitar o colapso dos indiscutível. Assim, pouco foi feito para evitar a
mercados monetários, em 2008, os bancos centrais incompetência das agências de notação ou certas
intervieram cortando drasticamente as taxas de juro e actividades especulativas do sector financeiro. É preciso não
concedendo empréstimos aos bancos. Esta estratégia levou a esquecer que estas entidades foram as responsáveis pelo
que taxas como a Euribor caíssem para mínimos históricos início da crise. Neste âmbito, a DECO PROTESTE, em
(2009-2010). No entanto, tal não se traduziu sempre em concertação com outras congéneres europeias, tem lutado
crédito mais barato para consumidores, empresas e até os para uma maior transparência dos mercados para os
próprios Estados. Com efeito, os bancos tornaram-se mais consumidores e para os investidores.
Taxa de poupança
A taxa de poupança passou de 6,4 para 8,8%, em 2009. Este ano situa-se já perto dos 11%. Os produtos mais
procurados são os que oferecem maior segurança, como depósitos e seguros.
Poupança a subir 11,6% face a 2008). Os PPR sob a forma de seguro
Longe estão os dias em que a taxa de poupança das famílias representam cerca de 89% do mercado. Contudo, não é
portuguesas ultrapassava os 30% do rendimento disponível. garantido que os benefícios fiscais se mantenham. Aliás, o
O rendimento não era superior ao actual, bem pelo Orçamento de Estado para 2011 prevê a limitação dos
contrário, já que estamos a falar do início da década de 70. benefícios fiscais. Se esta medida for aprovada, os PPR
• Em 2009, a taxa de poupança das famílias aumentou mais deixarão de interessar a grande parte dos aforradores já no
próximo ano, pois encontram no mercado produtos mais
de 2 pontos percentuais, após uma ligeira subida em 2008,
invertendo a tendência descendente registada nos rentáveis e com menores custos.
últimos anos, como se pode ver no gráfico 1.
Foi o contexto de crise económica e financeira o factor 2. DEPÓSITOS (em milhões de euros)
E EURIBOR A 1 ANO (em %)
explicativo do aumento da taxa de poupança desde 2008. 100000 5,00%
O mesmo sucedeu na generalidade dos países da União 90000 4,50%
Europeia, tendo a Espanha e a Irlanda observado os 80000 4,00%
aumentos mais significativos. Para 2010, o INE estimou, em 70000 3,50%
Junho, uma taxa de poupança de 11%. 60000 3,00%
• Ao longo das décadas de 80 e 90 foi visível uma tendência 50000 2,50%
descendente deste indicador. Nos últimos dez anos, a taxa de 40000 2,00%
poupança não apresentou um caminho claro: ascendente até 30000 1,50%
2003 e uma significativa diminuição após essa data e até 2007, 20000 1,00%
atingindo níveis tão baixos só comparáveis com os registados 10000 Depósitos 0,50%
Euribor a 1 ano
na década de 50. 0 0,00%
12/00 12/01 12/02 12/03 12/04 12/05 12/06 12/07 12/08 12/09
1. INFLAÇÃO E TAXA DE POUPANÇA Valores de fim de ano do montante aplicado em depósitos (escala à esquerda) e
EM % DO RENDIMENTO DISPONÍVEL da taxa Euribor a 1 ano. Em 2008 e 2009, quando a Euribor desce, aumentam
12% 4,00% os depósitos.
3,50%
10% 3,00%
2,50%
8% 2,00%
1,50%
6%
1,00% Uma lição a aprender: POUPAR!
4% 0,50%
0,00% Se há lição que os portugueses devem aprender no actu-
2% Taxa de Poupança -0,50%
Inflação -1,00% al cenário de crise económica é a importância de criar
0% -1,50% uma base sólida de poupança como forma de acaute-
lar dias difíceis. O desemprego e a incerteza geraram re-
03
04
05
06
07
08
09
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as
20
20
20
20
20
20
20
iv
at
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Em 2009, a taxa de poupança dos particulares (escala à esquerda) está no nível aumentou mais de 2 pontos percentuais, após uma lige-
mais alto dos últimos quatro anos (8,8%). O INE estimou uma taxa de 11% no ira subida em 2008, invertendo a tendência descendente
final do primeiro semestre deste ano, ultrapassando os valores de 2003.
registada nos últimos anos, passando de 6,4 para 8,8%
do rendimento disponível. Este ano está já nos 11%, se-
Aumenta a procura de produtos seguros gundo estimativas do INE.
A partir do último trimestre de 2008, as taxas Euribor, que A questão da segurança das aplicações também foi
servem de referência para os mercados, começaram a tema debatido nestes últimos anos devido à falência de
descida que atingiu os mínimos históricos. várias instituições financeiras. Por isso, e apesar das bai-
• Apesar da remunerações dos depósitos estar em níveis xas taxas de mercado, tem-se verificado um aumento
muito baixos, na maior parte dos casos abaixo de 1%, os significativo da procura de aplicações de capital e rendi-
montantes aplicados em depósitos têm aumentado em 2008 e mento garantido, como os depósitos ou os seguros.
2009, como se pode ver no gráfico 2. Os bancos apresentam cada vez mais alternativas, onde
• Outra das aplicações também muito procurada pelos a criatividade nem sempre é esclarecedora e chega a ser
portugueses são os Planos Poupança Reforma, sobretudo perigosa num terreno onde não proliferam os conheci-
devido aos benefícios fiscais que proporcionam. mentos financeiros. Assim, são cada vez mais as dificul-
Só em 2009, o montante que os portugueses investiram em dades que se colocam aos particulares na escolha dos
PPR atingiu os 3,3 mil milhões de euros. Estão aplicados produtos mais adequados.
cerca de 15 mil milhões de euros em PPR (um crescimento de
Produtos financeiros
APLICAR AS POUPANÇAS Contas poupança-reformado
Para gerir o património ou aplicar o excedente mensal dos A favor:
rendimentos, o aforrador é confrontado com inúmeras – isenção de imposto sobre os juros para montantes até
questões. Nestas três páginas, a PROTESTE POUPANÇA 10 500 euros; acima desse valor aplica-se a taxa normal de
apresenta um resumo dos produtos financeiros entre os imposto de 21,5%
quais os investidores podem optar. Mais informação – capital garantido
específica a cada produto está disponível noutras páginas – disponíveis em quase todos os bancos
desta edição, no portal financeiro ou no Serviço Telefónico Contra:
de Informação Financeira (808 200 147 e 218 418 789). – só acessíveis para reformados ou pensionistas cuja pensão
bruta mensal não exceda, no momento da subscrição, o
O objectivo da PROTESTE POUPANÇA é simples: equivalente a três meses a remuneração mínima mensal
conduzir o aforrador através do labirinto das possibilidades garantida (1425 euros em 2010)
de investimento, dando-lhe a informação suficiente para – pode perder juros se levantar antes do prazo estipulado
que possa, com conhecimento de causa, gerir as suas – eventuais custos de manutenção na conta à ordem
poupanças da forma que mais lhe convém para obter o associada à conta poupança
melhor rendimento possível. Escolhas Acertadas:
– Protocolo DECO/Caixa Galicia; a taxa anual nominal
líquida a 12 meses é actualmente 2,5%
Assim, antes de investir convém conhecer os produtos
No portal financeiro em:
financeiros e, pelo menos, as suas características básicas.
Rendimento Garantido > Contas poupança
Uma informação errada ou insuficiente pode originar
perdas significativas, sobretudo para quem apenas dá
ouvidos à publicidade das instituições financeiras. Certificados de Aforro
A favor:
Com essa "arma" poderá muito mais facilmente distinguir – remuneração indexada à taxa Euribor
os bons dos maus investimentos propostos pelo seu banco. – prémio de permanência
Para ajudá-lo nessa tarefa, enumeramos os principais tipos – garantia do Estado
de produtos financeiros, os seus principais prós e contras e – facilidade de subscrição nas estações dos CTT
enquadramo-los nos prazos mais adequados. – sem custos
Contra:
– nos primeiros três meses, o dinheiro está indisponível
– a actual taxa de remuneração base é reduzida, existindo
CURTO PRAZO - ATÉ 12 MESES
depósitos a prazo com taxas superiores
Recorra a estes produtos para manter um pé-de-meia e – constantes alterações à lei arrasaram a fórmula de cálculo
fintar os imprevistos (acidente, doença grave ou do rendimento
desemprego). Junte um mínimo de três a seis vezes o No portal financeiro em:
orçamento mensal familiar. O restante deve aplicar por Rendimento Garantido > Certificados de Aforro
prazos mais longos, pois o rendimento tende a ser maior.
Depósitos a prazo
A favor:
– rendimentos relativamente interessantes em alguns TAXA DE JURO DE CURTO PRAZO
bancos; as actuais taxas de juro a doze meses variam entre (Euribor a 6 meses)
5.50
0 e 2,4% 5.00
– capital garantido 4.50
– possibilidade de obter rendimentos periódicos (mensais, 4.00
trimestrais, etc.) na conta à ordem 3.50
– disponíveis em todos os bancos 3.00
Contra: 2.50
– pode perder juros se levantar antes do prazo estipulado 2.00
– eventuais custos de manutenção na conta à ordem 1.50
associada ao depósito a prazo 1.00
Escolhas Acertadas: 0.50
2005 2006 2007 2008 2009 2010
– ver página 7
As aplicações financeiras sem risco e de fácil reembolso apresentam rendimen-
No portal financeiro em: tos próximos da Euribor. Ainda assim, é possível seleccionar alguns produtos
Rendimento Garantido > Depósitos (ou instituições) cuja oferta seja ligeiramente mais atractiva.
Depósitos a prazo
Rendem pouco, em muitos casos menos de 1%. Com a inflação prevista bastante acima, é muito importante
escolher um depósito rentável, de modo a não perder poder de compra. Conheça os melhores.
Taxa média abaixo da inflação DEPÓSITOS A PRAZO E INFLAÇÃO
Geralmente, o rendimento é o primeiro critério de escolha. (em %)
Mas, actualmente, as taxas estão baixas: em média, um 3,50%
Alguns depósitos de taxa crescente são indexados à Euribor, possam surgir no futuro, com a subida das taxas. Assim,
estando as taxas dos anos seguintes limitadas num mais vale fazer uma gestão activa da poupança: escolha o
determinado intervalo. É o caso do depósito Taxa Crescente melhor depósito e depois renove sempre à melhor taxa.
Novembro 2013, a 3 anos, da Caixa Geral de Depósitos. Se tiver a certeza de que não vai necessitar do capital pode
Assim, mesmo que a Euribor subisse 1% ao ano, como optar pelos títulos de dívida pública (ver caixa).
supusemos, a subida do rendimento anual está sempre
limitada. As taxas crescentes não são tão vantajosas quanto
parecem, mesmo que as dos últimos anos sejam muito
atractivas (chegam a 6%). Além disso, alguns produtos Qual a melhor opção para o médio prazo?
servem para captar novos capitais ou são para clientes
Para qualquer um dos prazos encontramos melhores so-
preferenciais, como se pode ver no quadro. É o caso dos
luções que os depósitos de taxa crescente apresentados
depósitos Poupança Solução Valor, Poupança Solução
no quadro, nomeadamente as Obrigações do Tesouro
Consigo (Montepio) e do Caixa Aforro Anual + (CGD),
(OT): a três anos, uma OT rende 3,1%, a quatro anos ren-
exclusivos para clientes com outros serviços.
de 3,8% e a cinco consegue 4,1% (veja em www.protes-
tepoupanca.pt). Contudo, nos depósitos o capital está
Contratos a médio prazo sempre garantido e, na maior parte dos casos, pode mo-
A falta de liquidez de alguns produtos, seja através das bilizar antes do vencimento, enquanto nas OT o capital
restrições ou impossibilidade de mobilização ou pela venda apenas está garantido no final. Pode também optar pe-
do título a preço de mercado, transformam o produto num los Certificados do Tesouro que, pelo prazo de cin-
compromisso a médio ou longo prazo, pois desincentivam a co anos, proporcionam 3,8% (ver pág. 10).
transferência para outras aplicações mais rentáveis que
PPR L. Path 2025 (6,2%), Barcalys PPR L Path 2020 (5,6%), 1,50%
rendimento mínimo, teve quase o mesmo resultado (2,8%). Os Certificados de Reforma surgiram há mais de dois anos. Nos últimos 12 me-
ses registaram um ganho modesto (2,9%), no entanto, superior à média das
A carteira de activos do fundo associado aos CR está várias categorias de fundos PPR. Ainda assim, 7 fundos PPR conseguiram va-
actualmente repartida da seguinte forma: 37% em dívida lorizações superiores, até 6,2% (Barclays PPR L Path 2025).
CN
5 anos
10%
CT
CT 50%
70%
US
15% US CN
CN 25% IN
10% 10%
5%
Acções 30% Certificados do Tesouro 70% Acções 50% Certificados do Tesouro 50% Acções 65% Certificados do Tesouro 35%
PT PT PT
GB 5% GB 5% GB 5%
15% 15% 20%
CH CH CT
5% 5% 45%
10 anos
CT CH
US CT 50% 5%
5% 60% US
CN 10% US
IN
10% CN 10% IN CN
5%
10% 5% 10%
Acções 40% Certificados do Tesouro 60% Acções 50% Certificados do Tesouro 50% Acções 55% Certificados do Tesouro 45%
GB
20%
USD GB BR
5% CN 20% 5%
CH AUD 10% AU
10% CH CH 5%
US CN 10% US US
10% 5%
10% 10% 20% 20%
Acções 60% Obrigações 40% Acções 75% Obrigações 25% Acções 90% Obrigações 10%
• CT = Certificados do Tesouro • Fundos de acções: CH = Suíça; CN = China; GB = Reino Unido; IN= Índia; PT = Portugal; US = Estados Unidos
• Fundos de obrigações: AUD = dólar australiano; CHF = franco suíço; EUR = Euro; GBP = libra esterlina; USD = dólar norte-americano
Evolução dos mercados timentos. Os aforradores que já subscre- preponderante o recuo recente do
As últimas semanas foram marcadas veram Certificados não os devem dólar. Por seu turno, e tal como na
por movimentações mais acentuadas resgatar antes do prazo inicialmente carteira a 10 anos, as acções
nos mercados cambiais. Com efeito a que, é neste caso, de cinco anos. portuguesas perdem peso. Contudo,
moeda única ganhou bastante terreno Esta alteração representa também um esta "troca" dá-se nas três versões da
face ao dólar norte-americano. Por ou- aumento da proporção de acções nas carteira a 20 anos.
tro lado, a remuneração oferecida pelos carteiras para 30, 50 e 65, respectiva-
Certificados do Tesouro também subiu mente.
em consonância com as taxas de juro A reter
do mercado (mais informação sobre É importante não esquecer que os
Certificados na página 10). 10 anos prazos definidos para as diversas
A subida dos juros da dívida pública carteiras são indicativos e visam obter
portuguesa para os prazos mais longos um bom equilíbrio entre rendimento e
5 anos deu um ligeiro impulso aos Certifica- risco. Deste modo, o aforrador pode
Para um período aproximado de cinco dos que vêem o seu peso aumentar lige- resgatar os investimentos a qualquer.
anos, os Certificados do Tesouro fica- iramente na versão mais agressiva desta Contudo, se o fizer pode incorrer em
ram menos apelativos tendo em conta a carteira. Em compensação, o mercado perdas que, em alguns casos, podem
apreciação do euro que tornou mais in- accionista nacional "caiu" de 10 para 5 ser substanciais.
teressantes mercados accionistas, como por cento.
por exemplo, os Estados Unidos e a
Grande China. Contudo, se reduzimos o Fundos recomendados
peso dos Certificados é apenas para 20 anos Na página seguinte pode consultar as
quem pretende iniciar agora a constru- Nestas carteiras o grande vencedor foi Escolhas Acertadas para fundos de ac-
ção de uma carteira ou reforçar os inves- a Bolsa norte-americana, tendo sido ções e obrigações.
Fundos de investimento
Opção incontornável depósitos a prazo (ver página 7). Além disso, esses fundos
Com o Dia Mundial da Poupança a aproximar-se é não têm garantia de capital.
impossível não referir os fundos de investimento. Estes
produtos financeiros são um excelente veículo de – Outro "engano" são os fundos com garantia de capital. De
investimento. Apenas com pequenos montantes facto, o investidor está mais seguro, mas se resgatar antes do
(normalmente, a partir de 500 euros), os aforradores prazo pode perder algum dinheiro e as rentabilidades
beneficiam de uma carteira diversificada e podem aceder anunciadas são frequentemente um logro. Em suma, podem
facilmente a mercados que dificilmente estariam ao seu ter a designação de fundos, mas funcionam de forma quase
alcance: veja-se por exemplo, a Bolsa russa o mercado de igual aos produtos estruturados, os quais são
obrigações australiano. Estas vantagens abrem a porta a frequentemente analisados (negativamente) na rubrica
muitas oportunidades de investimento, mas é preciso ter Rendimento Garantido.
algumas precauções…
A subscrever
GRANDES CATEGORIAS DE FUNDOS DE INVESTIMENTO
(em % dos montantes geridos) Nos quadros seguintes apresentamos, nas diferentes
Capital categorias, os fundos de acções e de obrigações actualmente
garantido FEI
recomendados para a constituição das carteiras referidas na
16% 23% página anterior.
Obrigações Pode também comparar entre as várias categorias de fundos
12% e/ou consultar a ficha detalhada de cada fundo em
www.protestepoupanca.pt.
Acções
10%
Tesouraria PPR
14% Mistos 9% FUNDOS DE ACÇÕES
16% Categoria Fundo Rentabilidade anual
em % (1)
Fonte: APFIPP 1 ano 5 anos
Os fundos aparentemente mais defensivos continuam a ter a preferência dos
aforradores portugueses. Portugal BPI Portugal -15,6 0,1
E. S. Portugal Acções -21,2 -0,6
Millennium Acções Portugal -15,5 0,2
Cuidados a ter Santander Acções Portugal -16,6 0,0
• Em primeiro lugar, ter um conhecimento mínimo do Reino
Unido
Fidelity United Kingdom A (2)
UBS EF Great Britain P (2)
18,4
13,9
-1,1
-2,4
fundo em causa. Para tal, pode consultar a informação dada
pela PROTESTE POUPANÇA, mas também é conveniente Suíça Fidelity Switzerland A (2) 11,9 3,0
Estados UBS EF USA Multi Strategy P (2) 14,7 -3,5
ler o prospecto simplificado. Este documento deve ser Unidos
obrigatoriamente entregue ao investir ANTES da subscrição. Austrália Fidelity Australia A (2) 21,5 6,3
UBS EF Australia P (2) 9,8 5,3
• Em segundo lugar, é preciso considerar se o tipo de fundo é Brasil
Grande
UBS Equity Sicav Brasil P (2)
UBS EF Greater China P (2)
25,8
30,5
(3)
17,3
adequado ao perfil do investidor. Este deve sempre
China
questionar-se: "Durante quanto tempo posso manter o Índia Pictet Indian Eq. R EUR (2) 33,5 (3)
dinheiro aplicado?"; "Que risco estou disposto a correr para (1) Até 30/09/2010. (2) Rentabilidade bruta. O ganho caso exista é tributado
obter uma rentabilidade mais elevada?". Por exemplo, as no momento do resgate. (3) O fundo não tem historial suficiente.
carteiras apresentadas na página anterior possibilitam
soluções de investimento equilibradas para diferentes prazos.
FUNDOS DE OBRIGAÇÕES
• Por fim, é preciso evitar cair em determinadas Categoria Fundo Rentabilidade anual em % (1)
"armadilhas". Como se pode ver na figura, grande parte dos 1 ano 5 anos
montantes aplicados em fundos destinam-se a categorias de EUR E.S. Obrigações Europa 7,3 4,4
baixo risco, mas os nomes podem ser enganadores. Santander Multitaxa Fixa 3,3 3,7
AUD UBS Bond AUD P (2) 26,1 8,2
CHF UBS Bond CHF P (2) 18,8 5,5
– Há muito tempo que a PROTESTE POUPANÇA retirou
GBP UBS Bond GBP P (2) 15,0 0,1
as recomendações relativas aos fundos de tesouraria, USD Aberdeen GI US$ BD A2 (2) 15,1 3,2
monetários e de obrigações de curto prazo (estes últimos SISF US Dollar Bond B (2) 15,3 2,8
também designados de taxa variável). Estas categorias têm (1) Até 30/09/2010. (2) Rentabilidade bruta. O ganho caso exista é tributado
tido desempenhos desoladores e aquém de inúmeros no momento do resgate.
10%
Solução: compre acções apenas se não necessitar do di-
0% nheiro aplicado no mínimo nos próximos cinco anos.
-10%
-20%
• Diversifique e faça uma gestão rigorosa
Através de uma diversificação e de uma gestão criterio-
-30%
0 5 10 15 20
sa da carteira é possível atingir rendimentos interessan-
Prazo (em anos) tes, mantendo o risco sob controlo. Dedique algum
Em 90% dos casos, o rendimento médio das acções nacionais ficará situado en- tempo e acompanhe o mercado. Trace os seus objecti-
tre as linhas superior e inferior. Quanto maior o prazo, mais o rendimento vos e controle os impulsos.
efectivo tenderá a aproximar-se do rendimento esperado (linha central).
Quem tudo quer, tudo ganha (ou perde): quanto mais • Utilize o nosso Serviço Telefónico de Informação
risco correr, maior a probabilidade de lucro, mas também de Financeira (808 200 147 e 218 418 789) para esclare-
prejuízo. Caso pretenda obter rendimentos mais cer dúvidas ou a Comissão do Mercado de Valores Mobi-
interessantes pode investir directamente em acções ou liários (www.cmvm.pt ou 800 205 339) para denunciar
através de fundos, mas há regras importantes: apostar a casos suspeitos logo que tenha conhecimento deles.
longo prazo, ser dinâmico mas estável, diversificar e fazer
uma escolha selectiva dos títulos e mercados (mais Além disso pode consultar a rubrica Didáctico e o dossiê
conselhos sobre o investimento em Bolsa na página "Armadilhas e fraudes financeiras" no portal financeiro
anterior). Nunca invista todas as suas poupanças em (www.protestepoupanca.pt).
produtos com elevado risco.