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Superior Tribunal de Justiça

RECURSO ESPECIAL Nº 1.831.230 - PR (2019/0236162-9)

RELATORA : MINISTRA ASSUSETE MAGALHÃES


RECORRENTE : ANA LUIZA NICOLI GRACIANO
RECORRENTE : ANNA CARLA DA COSTA MIGUEL ALVES MARQUES
RECORRIDO : ANTONIO VITOR BARBOSA DE ALMEIDA
RECORRIDO : CAMILLE VIEIRA DA COSTA
RECORRENTE : CLAUDIA DA CRUZ SIMAS DE REZENDE
RECORRENTE : DEZIDERIO MACHADO LIMA
RECORRENTE : DIEGO MARTINEZ FERVENZA CANTOARIO
RECORRENTE : HENRIQUE DE ALMEIDA FREIRE GONCALVES
RECORRENTE : LAURO GONDIM GUIMARÃES
RECORRENTE : LEONIO ARAUJO DOS SANTOS JUNIOR
ADVOGADO : RODRIGO PIRONTI AGUIRRE DE CASTRO - PR036363
RECORRIDO : ESTADO DO PARANÁ
PROCURADOR : CLIFFORD GUILHERME DAL POZZO YUGUE - PR056836

DECISÃO

Trata-se de Recurso Especial, interposto por ANA LUIZA NICOLI


GRACIANO e outros, contra acórdão do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, assim
ementado:

"AGRAVO REGIMENTAL EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM


MANDADO DE INJUNÇÃO. DECISÃO QUE INDEFERIU A PETIÇÃO
INICIAL. DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO PARANÁ. REVISÃO
GERAL ANUAL. DESCABIMENTO DA IMPETRAÇÃO DO WRIT, NA
ESPÉCIE. RAZOES RECURSAIS QUE NÃO INFIRMAM A DECISÃO
AGRAVADA, PRECEDENTES DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL E
DESTE ÓRGÃO ESPECIAL. AGRAVO CONHECIDO E NO MÉRITO,
DESPROVIDO" (fl. 451e).

O acórdão em questão foi objeto de Embargos de Declaração (fls.


464/469e), os quais restaram rejeitados, nos termos da seguinte ementa:

"EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PRETENSÃO DE PRE-


QUESTIONAMENTO. NECESSIDADE DEMONSTRAÇÃO DE ALGUM
DOS VÍCIOS QUE AUTORIZAM A INTERPOSIÇÃO DOS
ACLARATÓRIOS (ARTIGO 1.022 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL).
COMPREENSÃO PELA INADEQUAÇÃO DO MANDADO DE
INJUNÇÃO DEVIDAMENTE FUNDAMENTADA. INEXISTÊNCIA DE
OMISSÃO QUANTO A PRECEDENTE INVOCADO PELOS
RECORRENTES. EMBARGOS REJEITADOS" (fl. 477e).

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Nas razões do Recurso Especial, interposto com base no art. 105, III, a, da
Constituição Federal, a parte ora recorrente aponta violação aos arts. 2º e 8º da Lei
13.300/2016, sustentando que, "a despeito do que é afirmado no r. acórdão recorrido, a
ocorrência de um processo legislativo não supre a omissão legislativa imputável à
autoridade impetrada, pois a referida omissão legislativa consiste em inexistência de
norma vigente regulamentadora após o prazo estabelecido ou razoável para sua edição "
(fl. 502e).
Alega que, "ao concluir que no presente caso houve omissão legislativa a
despeito do processo legislativo desencadeado e finalizado, cujo objeto era lei que
regulamentaria o exercício de direito constitucional, e tendo em vista que o art. 37, inciso
X da Constituição Federal de 1988 estabelece que a revisão geral anual será garantida
mediante edição de lei com periodicidade anual, a mora legislativa é evidente pois os
Defensores Públicos do Paraná aguardam até o presente momento a garantia de um
direito que deveria ser usufruído desde 2011" (fls. 506/507e).
Defende ainda que "não há que se falar que o conhecimento e posterior
procedência do presente mandado de injunção acarretaria em pretensa desarmonia entre
poderes, tampouco ofensa ao princípio constitucional da separação dos poderes, mas
única e tão somente viabilizar o exercício do direito consagrado na CRFB" (fl. 510e).
Por fim, requer "para o fim de se reconhecer a possibilidade de impetração
de mandado de injunção para viabilizar o exercício de um direito constitucional previsto
em norma de eficácia limitada, sempre que verificada a omissão e a mora legislativa,
permitindo assim a análise dos pedidos formulados na petição inicial" (fl. 514e).
Contrarrazões a fls. 569/574e.
O Recurso Especial foi admitido pelo Tribunal de origem (fls. 589/591e).
A irresignação não merece conhecimento.
Na origem, trata-se de Mandado de Injunção impetrado pela parte ora
recorrente, objetivando seja dada "plena eficácia à garantia da revisão geral anual para o
ano de 2011 da remuneração dos Impetrantes, nos termos do art. 37, inc. X da CRFB, e do
art. 27, inc. X da CEPR" (fl. 37e), ao qual se negou seguimento, por decisão monocrática
mantida pelo colegiado em sede de Agravo Regimental.
Daí a interposição do presente Recurso Especial.
O Tribunal Estadual julgou a controvérsia nos seguintes termos:

"Contudo, conforme consta na decisão combatida, esta foi mantida


pela higidez do fundamento restante, correspondente ao
descabimento, na espécie, do mandado de injunção.
No âmbito deste órgão Especial, idêntica matéria já foi enfrentada pelos
eminentes pares, que não divergiram da perspectiva acolhida.
Em atenção ao dever de integridade e coerência, previstos no art. 926 do
Código de Processo Civil, cumpre trazer à lume precedentes deste
colegiado, que concluíram pela inadmissibilidade do writ:
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(...)
No mesmo sentido é a decisão monocrática proferida no Mandado de
Injunção n° 1.556.672-6, segundo a qual 'não se mostra viável a entrega
de ordem constitutiva do direito dos Impetrantes 'ao reajuste de 6,5%,
com a efetiva implantação em folha de pagamento', já que o mandado
de injunção nem autoriza o Judiciário a suprir a omissão legislativa
ou regulamentar, editando o ato normativo omitido, nem, menos
ainda, lhe permite ordenar, de imediato, ato concreto de satisfação do
direito reclamado -(7) [Rel. Des. Teimo Cherem, DJ 1846, p. 21/07/2016].
E, ainda, 'que o Senhor Defensor Público-Geral, ao enviar à Assembleia o
Projeto de Lei Complementar n° 2/2016, exerceu seu poder-dever de
propositura da revisão geral dos vencimentos e subsídios de servidores e
membros daquela instituição (relativa a 2011 e 2012), circunstância que,
diante dos precedentes já lembrados e também da existência de legislação
referente a anos posteriores (2013/2014), torna manifestamente incabível a
pretensão veiculada na impetração' (Rei. Des. Teimo Cherem, DJ 1846, p.
21/07/2016).
Conquanto o Supremo Tribunal Federal não tenha julgado a lide afetada
com repercussão geral (Recurso Extraordinário n° 701.511), o veredito
impugnado não a tomou por fundamento. Nele constou expressamente que
há posicionamento do Plenário daquela Corte no sentido da impossibilidade
de utilização do writ para a finalidade pretendida pelos impetrantes.
Quanto à divergência apontada pelos agravantes, com relação ao suporte
fático do Mandado de Injunção nº 4.265, de relatoria do Min. Gilmar
Mendes, frise-se que a controvérsia que merece enfrentamento por este
órgão julgador é o cabimento do mandado de injunção, tema expressamente
abordado no parâmetro utilizado.
Outrossim, a tese foi objeto de apreciação por este colegiado no Agravo
Interno nº 1.540.949-5/01, de relatório da e. Des. Regina Afonso Portes,
retro mencionado, cujos excertos utilizo como razões de decidir:
(...)
Embora os agravantes aleguem que a Lei nº 13.300/2016, que
regulamentou o procedimento do mandado de injunção, fez cair 'por
terra qualquer argumento de que não caberia mandado de injunção
no caso da Revisão Geral Anual' (fl. 403), a legislação em nada tratou
deste específico tema.
Ao revés, o art. 8º exige, como condição para o conhecimento do writ,
o reconhecimento do estado de mora legislativa da autoridade
impetrada, no caso o Governador do Estado, pressuposto não
caracterizado nesta ação. Afinal, conforme assentado por este
colegiado, em idêntico caso, 'o veto exercido pelo Governador do
Estado e a votação da casa legislativa não equivalem ao pressuposto
exigível no mandado de injunção' (Agravo Regimental, n° 1.540.934-
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4/01, Rel. Jorge Wagih Massad, unânime, j. 05.09.2016).
Ante ao exposto, diante do manifesto descabimento do writ para a finalidade
pretendida pelos impetrantes, voto pelo desprovimento deste recurso" (fls.
454/460e).

Nesse contexto, verifica-se que a controvérsia foi dirimida, pelo Tribunal de


origem, sob enfoque eminentemente constitucional, com a conclusão de descabimento do
Mandado de Injunção para viabilizar o direito de servidores públicos à revisão geral anual
prevista no art. 37, X, da Carta Magna, competindo ao Supremo Tribunal Federal eventual
reforma do acórdão recorrido, sob pena de usurpação de competência inserta no art. 102
da Constituição Federal.
Dessa forma, é inviável o exame da insurgência, tal como posta, em sede de
Recurso Especial, que se restringe à uniformização da legislação infraconstitucional.
Ilustrativamente:

"PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO NO


RECURSO ESPECIAL. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. REAJUSTE
DE VANTAGEM PESSOAL INCORPORADA JULGAMENTO EXTRA
PETITA. NÃO OCORRÊNCIA. FUNDAMENTAÇÃO DO ACÓRDÃO
RECORRIDO ESTRITAMENTE CONSTITUCIONAL. INVIABILIDADE
DO APELO NOBRE.
1. Não ocorre julgamento extra petita quando o juiz aplica o direito ao caso
concreto com base em fundamentos diversos dos apresentados pela parte.
Não há falar, assim, em violação dos arts. 128 e 460 do CPC/1973.
2. O Tribunal de origem decidiu a controvérsia à luz de fundamento
eminentemente constitucional (art. 37, XIII, da Constituição Federal),
circunstância que torna inviável o exame da matéria em sede de
recurso especial.
3. Agravo interno não provido" (STJ, AgInt no REsp 1.478.367/CE, Rel.
Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, DJe de
14/03/2018).

Como se não bastasse, observa-se que a orientação adotada no aresto


combatido não pode ser alterada por esta Corte Superior, tendo em vista que encontra
guarida na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, conforme ilustram os seguintes
julgados, de relatoria do Ministro Gilmar Mendes:

"Embargos de declaração em agravo regimental em mandado de injunção.


2. Art. 37, X, da Constituição Federal. 3. Não cabe mandado de injunção
para proceder à revisão geral anual. Precedentes. 4. Embargos
protelatórios. 5. Ausência de omissão, contradição ou obscuridade. 6.
Acórdão embargado suficientemente motivado. 7. Manifesto intuito
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procrastinatório. 8. Embargos de declaração rejeitados" (MI 4.506 AgR-ED,
Relator Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, DJede 29/06/2017).

Embargos de declaração em embargos de declaração no mandado de do


de injunção. 2. Art. 37, X, da Constituição Federal. 3. Não cabe mandado
de injunção para proceder à revisão geral anual. Precedentes. 4.
Embargos protelatórios. 5. Ausência de omissão, contradição ou
obscuridade. 6. Acórdão embargado suficientemente motivado. 7. Manifesto
intuito procrastinatório. 8. Embargos de declaração rejeitados" (MI 6.088
ED-ED, Relator Ministro GILMAR MENDES, TRIBUNAL PLENO, DJe de
09/11/2017).

No mais, a Corte de origem asseverou que "o art. 8º exige, como condição
para o conhecimento do writ, o reconhecimento do estado de mora legislativa da
autoridade impetrada, no caso o Governador do Estado, pressuposto não caracterizado
nesta ação" (fl. 460e).
Nesse contexto, considerando a fundamentação do acórdão objeto do
Recurso Especial, os argumentos utilizados pela parte recorrente somente poderiam ter
sua procedência verificada mediante o necessário reexame de matéria fática, não
cabendo a esta Corte, a fim de alcançar conclusão diversa, reavaliar o conjunto probatório
dos autos, em conformidade com a Súmula 7/STJ.
Outrossim, seria inviável a análise do ponto, ante o óbice da Súmula
280/STF: "Por ofensa a direito local não cabe recurso extraordinário".
Ante o exposto, com fundamento no art. 255, § 4º, I, do RISTJ, não conheço
do Recurso Especial.
Não obstante o disposto no art. 85, § 11, do CPC/2015 e no Enunciado
Administrativo 7/STJ ("Somente nos recursos interpostos contra decisão publicada a partir
de 18 de março de 2016 será possível o arbitramento de honorários sucumbenciais
recursais, na forma do art. 85, § 11, do NCPC"), deixo de majorar os honorários
advocatícios, tendo em vista que, na origem, não houve prévia fixação de honorários
sucumbenciais.
I.
Brasília (DF), 18 de setembro de 2019.

MINISTRA ASSUSETE MAGALHÃES


Relatora

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