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Demonstrações
Financeiras
ANÁLISE DE BALANÇO E
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Curitiba - PR
IMPORTANTE:
Este material já contempla as alterações trazidas pela Lei nº 11.638/2007 e pela Lei
11.941/2009; no entanto neste material, ainda são tratados alguns tópicos inerentes às
contas hoje extintas, justamente por tratar-se de um material aplicável inclusive às
demonstrações anteriores à atualização legal da Lei nº 6.404/1976.
As outras obras deste autor podem ser adquiridas pelo contato direto através da área de
contato do site Caderno de Negócios (www.cadernodenegocios.com.br).
SIGLAS UTILIZADAS
Sumário
Introdução ........................................................................................................................ 7
Introdução
Mais uma vez tenho o orgulho e a satisfação de prover aos interessados na ciência
contábil, profissionais que a utilizam diariamente e à comunidade em geral mais uma
publicação especial, que oferece aos seus interessados o estudo da Análise das
Demonstrações Contábeis, sua importância e limitações.
Esta obra está atualizada de acordo com a nova legislação contábil, que alterou a Lei das
Sociedades por Ações e prevê a internacionalização dos informes contábeis.
Desde já, coloco-me à disposição dos interessados para debater, receber sugestões e
críticas ou esclarecer eventuais dúvidas, com o objetivo de aperfeiçoar o material e
agregar conhecimentos correlatos. Jamais ousaria no sentido de buscar o esgotamento
de tão importante tema do conhecimento contábil e humano, restringindo-me, apenas,
ao básico desta relevante técnica da Ciência Contábil.
O Autor
1. Conceitos Introdutórios
A análise de balanços deve ser entendida e estudada de maneira abrangente, isto é, deve
ser designada mais propriamente como “Análise Contábil” ou “Análise das
Demonstrações Financeiras”, vez que a mesma tem como objeto de estudo, análise e
interpretação, não apenas o Balanço Patrimonial, como também todas as demais
demonstrações contábeis ou financeiras, elaboradas pela empresa e prescritas nos textos
legais.
1.1. Finanças
O mercado financeiro, assim como qualquer mercado (de peixe, barraquinhas, etc.), é
apenas uma forma de reunir compradores e vendedores. Nos mercados financeiros, os
produtos vendidos e comprados são títulos de dívida e ações. Os mercados financeiros,
no entanto, são diferentes entre si em alguns detalhes.
O mercado primário refere-se à venda original dos títulos por governos e empresas. O
mercado secundário é aquele onde os títulos são comprados e vendidos após a venda
O primeiro objetivo de uma bolsa de valores, por outro lado, é juntar os que desejam
vender àqueles que desejam comprar. Os distribuidores desempenham papel limitado.
A maior bolsa de valores do mundo é a Bolsa de Valores de Nova Iorque (NYSE = New
York Stock Exchange). No Brasil, a maior é a BOVESPA (Bolsa de Valores de São
Paulo).
Além das bolsas de valores, existe um grande mercado de balcão para negociação de
ações. A NASDAQ (National Association of Securities Dealers Automated Quotations)
que tem um número de empresas três vezes maior do aquele registrado na NYSE, mas o
valor total das ações do NASDAQ corresponde a apenas 20% do valor total das ações
da NYSE.
1.3. Dados
Representam algo puro cujo conteúdo não permitirá a compreensão e nem mesmo o
julgamento sobre determinado assunto e consistem em qualquer elemento identificado
em sua forma bruta, que por si só não conduz a uma compreensão de determinado fato
ou situação.
1.4. Informações
dados sobre algo ou sobre alguém, servirá de base para a tomada de alguma decisão ou
a execução de algumas ações;
É importante destacar que muitos dos usuários que utilizam estas informações, são
leigos, sendo assim, vários cuidados devem ser tomados quando da sua execução e
apresentação. Entende-se que dois pontos merecem ser referenciados:
a) O grau de excelência da Análise de Balanços é dado exatamente pela qualidade e
extensão das informações que conseguir gerar;
b) Os relatórios devem estar dotados de uma linguagem simples e descomplicada,
como se fossem dirigidos a leigos e, sempre que possível, estarem acompanhados de
gráficos.
Na maioria das ciências, ainda que cada uma tenha as suas especificidades, a sequencia
do processo decisório tem as seguintes etapas:
a) Escolha dos indicadores;
b) Comparação com padrões;
c) Diagnósticos ou conclusões; e
d) Decisões.
As formas para se realizar a análise é o que será visto a partir de agora. Neste estudo,
serão discutidas as análises vertical, horizontal, através de índices e através da taxa de
retorno sobre investimentos.
Tanto a prática como a literatura tem revelado que a análise financeira e de balanços é
uma das tarefas mais difíceis e complexas entre as inúmeras que os contadores possuem
na missão de contribuir para o desenvolvimento das empresas.
Enfim, é possível sintetizar ainda uma série de razões para realçar quão importante é
esta análise para as empresas:
Se bem manuseada, pode se constituir num excelente e poderoso "painel de
controle" da administração;
Se não for feita a partir de uma contabilidade "manipuladora" ou "normatizante",
pode trazer resultados bastante precisos;
É uma poderosa ferramenta à disposição das pessoas que se relacionam ou
pretendem relacionar-se com a empresa, ou seja, os usuários da informação contábil
ou financeira, sejam eles internos ou externos;
Permite diagnosticar o empreendimento, revelando os pontos críticos e permitindo
apresentar um esboço das prioridades para a solução dos problemas;
Permite uma visão estratégica dos planos da empresa, bem como estima o seu
futuro, suas limitações e suas potencialidades.
As receitas obtidas com as operações devem ser suficientes para cobrir todos os custos e
despesas incorridos e ainda gerar lucros. Paralelamente a esse fluxo econômico de
resultados, ocorre uma movimentação de numerário que deve permitir a liquidação dos
compromissos assumidos, o pagamento de dividendos e a reinversão da parcela
remanescente dos lucros.
Para ilustrar, considere duas empresas, a Merck e a General Motors (GM). No final de
1998, o valor de mercado total da Merck, uma grande empresa farmacêutica, era de
$153 bilhões. Durante a vida do negócio, os investidores da Merck investiram cerca de
$30 bilhões no negócio. Em outras palavras, os administradores criaram $123 bilhões
adicionais em riqueza para os acionistas.
A GM, por outro lado, estava avaliada em $ 67 bilhões no final de 1998; mas durante os
anos, os investidores da GM investiram realmente $85 bilhões - uma perda no valor de
$17 bilhões. Portanto, a Merck criou riqueza para os seus acionistas, enquanto a GM
perdeu riqueza dos acionistas.
Para o estudante de finanças pela primeira vez, isto pode soar um pouco preocupante.
Entretanto, como veremos, as técnicas e ferramentas introduzidas neste curso são todas
motivadas pelos princípios subjacentes que nos guiarão através dos processos de tomada
de decisão.
Para poder sobreviver e prosperar, uma empresa precisa satisfazer seus clientes. Ela
deve, também, produzir e vender produtos e serviços obtendo um lucro. Para poder
produzir, ela precisa de muitos ativos - fábrica, equipamentos, escritórios,
computadores, tecnologia, etc. A empresa precisa decidir quais ativos comprar e como
pagar por eles.
Não devemos nos esquecer ainda das atividades financeiras cotidianas, como cobrança e
pagamento a fornecedores. A administração destas atividades chama-se administração
de capital de giro.
Os recursos aplicados nos ativos não são encontrados em abundância e envolvem custos
financeiros e custos de oportunidade. Assim, é de se esperar que cada ativo contribua
direta ou indiretamente para a geração de receitas e, consequentemente, de lucros.
Quando alguém se dispõe a investir sua poupança em uma empresa, em vez de aplicá-la
em alternativas mais seguras, está disposto a assumir certo risco em troca de um
aumento no seu patrimônio ou riqueza pessoal. Assim, pode-se admitir que o objetivo
principal da empresa, e, por conseguinte, de todos os administradores e empregados, é o
de maximizar a riqueza de seus proprietários. A riqueza dos proprietários de uma
sociedade anônima é medida pelo preço da ação, representado pelo valor de mercado da
empresa, ou seja, pelo valor que seria alcançado na venda dos direitos de participação
no seu capital.
Cada decisão financeira deve ter como meta o aumento do valor da ação. Nessa busca,
duas variáveis conduzem as decisões: o retorno e o risco. São dois elementos
diretamente proporcionais: quanto maior o retorno esperado, maior o risco. Como
exemplo, podemos citar os investimentos em Caderneta de Poupança e em Ações.
Enquanto o primeiro tem menor retorno e menor risco, o segundo deve apresentar maior
retorno em função do risco maior.
O fato de uma empresa não ter ações cotadas em bolsa não constitui impedimento na
determinação de seu valor de mercado. Resumidamente, pode-se dizer que o valor de
mercado de uma empresa corresponde ao valor atual de seus lucros futuros. Desse
modo, o valor de mercado de uma empresa é determinado pela sua capacidade de gerar
lucros mediante o uso dos ativos, pela sua tecnologia e competência gerencial e pelo seu
conceito junto aos credores e clientes.
Exemplo: quatro anos atrás, o Sr. JK comprou uma ação da Cia. Alfa e uma ação da
Cia. Beta, cada uma ao preço de $100. Ambas as empresas operam no mesmo ramo de
negócio. Durante o período de quatro anos, cada uma das empresas pagou um dividendo
anual de $1 por ação. A Alfa obteve um lucro anual de $2 por ação, ao passo que o
lucro anual da Beta foi $3 por ação. Atribui-se a diferença nos lucros ao fato de que a
Alfa despendeu uma grande importância para desenvolver um produto inovador,
portanto baixando seus lucros. A ação da Alfa está atualmente sendo vendida por $130
enquanto a da Beta está sendo negociada por $110. Essa situação não é incomum,
reflete o fato de que, apesar dos maiores lucros da Beta, a ação da Alfa tem preço maior,
atribuído à expectativa de que a venda bem sucedida do novo produto gerará maiores
lucros futuros, o que mais do que compensará os baixos lucros experimentados durante
o período de desenvolvimento. A riqueza do Sr. JK na Cia. Alfa é maior do que sua
riqueza na Beta, apesar de os lucros da Beta serem maiores.
b) perspectiva de longo prazo: a empresa deve ser perpetuada e, para tanto, tem de
realizar investimentos em tecnologia, novos produtos, etc., que poderão sacrificar a
rentabilidade atual em troca de maiores benefícios futuros. A maximização do lucro é
uma abordagem de curto prazo; a maximização da riqueza considera o longo prazo. Do
exemplo anterior, deve-se depreender que o maior preço da ação da Cia. Alfa resultou
do fato de que suas decisões de curto prazo relacionadas com o desenvolvimento de
novo produto, embora baixando os lucros a curto prazo, produzirão maiores retornos
futuros.
Uma empresa que deseja maximizar lucros poderia comprar maquinaria de baixa
qualidade e usar materiais também de baixa qualidade, ao mesmo tempo em que faria
um tremendo esforço de vendas dos seus produtos por um preço que rendesse um
elevado lucro por unidade. Essa estratégia de curto prazo poderia resultar em lucros
elevados para o corrente, porém, em anos subsequentes, os lucros declinariam
significativamente, pois os compradores constatariam a baixa qualidade do produto e o
alto custo de manutenção associado à maquinaria de baixa qualidade.
d) risco: o retorno deve ser compatível com o risco assumido. Maior risco implica a
expectativa de maior retorno. A maximização do lucro não considera o risco, porém a
maximização da riqueza considera explicitamente diferenças no risco. Uma premissa
básica na Administração Financeira é de que existe uma relação entre risco e retorno; os
acionistas esperam perceber maiores retornos de investimentos de maior risco, e vice-
versa. Os administradores financeiros precisam, portanto, levar em conta o risco ao
avaliar investimentos potenciais;
Tendo em vista que os acionistas exigem maiores retornos para maiores riscos, é
importante que o administrador financeiro considere adequadamente o impacto do risco
sobre os retornos deles. A abordagem da maximização da riqueza considera o risco,
somente uma pequena parcela dos lucros, a empresa ficará menos dependente das fontes
onerosas de recursos e ampliará a participação do capital próprio na estrutura financeira.
Quando a empresa pertence a reduzido número de pessoas, essas decisões são tomadas
por consenso ou por imposição do sócio majoritário. A dificuldade surge quando existe
grande número de acionistas, e as ações são negociadas nas bolsas de valores. Nesse
caso, a política de dividendos estará orientada para a maximização das cotações,
devendo basear-se na avaliação das expectativas do mercado acionário, que são
influenciadas por diversos fatores conjunturais.
Com a publicação das novas normas contábeis por força da Lei 11.638/2007, foi
alterado, dentre outros, o artigo 176 da Lei das S/A, sendo que desta forma as
demonstrações contábeis obrigatórias a partir de 01.01.2008 são: o balanço patrimonial,
a demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados, a demonstração do resultado do
Para elaboração do balanço patrimonial devem ser efetuados vários ajustes na contas
patrimoniais, entre os quais citamos os mais comuns:
De acordo com o artigo 179 da Lei das S/A, no Ativo as contas serão classificadas do
seguinte modo:
De acordo com o artigo 180 e seguintes da Lei nº 6.404/76, no passivo as contas são
classificadas da seguinte forma:
Para efeitos de registro contábil das obrigações, a empresa deve obedecer ao princípio
contábil da competência de exercícios e serão avaliados de acordo com os critérios
estabelecidos no artigo 184 da Lei nº 6.404/76, ou seja:
Dentro do ativo, outra mudança proposta pela Deliberação 488 e que busca a
aproximação da contabilidade internacional, é a classificação no circulante. Para ser
circulante, se espera que o ativo seja realizado, ou mantido para venda, negociação ou
consumo dentro dos 12 meses seguintes à data do balanço; ou, quando é um ativo em
dinheiro ou equivalente, cuja utilização não está restrita.
O artigo 187 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (Lei das Sociedades por
Ações), instituiu a Demonstração do Resultado do Exercício.
Critério Adotado
Nesta conta registra-se a receita bruta das vendas de bens e serviços prestados em
operações realizadas pela empresa.
I - Faturamento bruto
I - Vendas Canceladas
Nessa conta serão registrados os descontos concedidos aos clientes relativos às vendas e
serviços que devem ser excluídos da Receita Bruta.
A receita bruta deve ser registrada pelos valores totais, incluindo os impostos sobre ela
incidentes (exceto IPI), que são registrados em contas devedoras. Desta forma os
valores dos impostos incidentes sobre as vendas, tais como: ISS, ICMS, ISS, PIS,
COFINS, serão diminuídos da receita bruta.
A apuração dos custos dos produtos vendidos está diretamente relacionada aos estoques
da empresa, pois representa a baixa efetuada nas contas dos estoques por vendas
realizadas no período. Nas empresas comerciais a apuração dos custos pode ser feita
através da seguinte fórmula:
CMV = EI + C - EF
Onde:
CMV = Custo das Mercadorias Vendidas
EI = Estoque de Mercadorias no Início do Período
C = Compras ou Entradas no Período
EF = Estoque de Mercadorias no Final do Período
Fazem parte deste grupo as receitas e despesas operacionais, as despesas com as vendas,
as despesas financeiras, deduzidas das receitas financeiras, as despesas administrativas e
outras despesas enquadradas como operacionais.
a) Despesas com o pessoal da área de vendas: salários, gratificações, férias, 13º salário,
encargos sociais, assistência médica, comissões sobre vendas;
b) Propaganda e publicidade;
c) Gastos com garantia de produtos
d) Utilidades e serviços: transporte, depreciação e manutenção de bens, energia
elétrica, telefone, água.
II - Despesas administrativas
Nesse grupo são segregados os resultados não operacionais, ou seja, aqueles decorrentes
de outras operações não ligadas às atividades principais ou acessórias da empresa, tais
como:
Nessas contas devem ser registrados o valor relativo à Contribuição Social Sobre o
Lucro e do Imposto de Renda devido sobre o resultado.
9. Participações e Contribuições
De acordo com o artigo 189 da lei das S/A, do resultado do exercício serão deduzidos,
antes de qualquer participação, os prejuízos acumulados e a provisão para o imposto
sobre a renda.
Dessa forma, toma-se o lucro líquido depois do imposto de renda e contribuição social,
antes das participações e dele se deduz o saldo eventual de prejuízos acumulados,
apurando-se assim a base inicial de cálculo das participações.
Ressalte-se que o cálculo das participações não é feito sobre o mesmo valor. Deve ser
calculado extra contabilmente, primeiramente a participação das debêntures, do lucro
remanescente se calcula a participação dos empregados, do lucro remanescente desse
cálculo, se calcula a participação dos administradores e do saldo, a participação das
partes beneficiárias.
Exemplo:
Descrição Valor - $
Lucro após Imposto de Renda e Contribuição Social 100.000,00
(-) prejuízo acumulado 20.000,00
(=) Base de cálculo das participações 80.000,00
(-) Debêntures = 5% de $ 80.000,00 4.000,00
(=) Nova base de cálculo 76.000,00
(-) Empregados = 5% de $ 76.000,00 3.800,00
(=) Nova base de cálculo 72.200,00
(-) Administradores = 5% de $ 72.200,00 3.610,00
(=) Nova base de cálculo 68.590,00
(-) Partes beneficiárias = 5% de $ 68.590,00 3.429,50
(=) Lucro líquido após as participações 65.160,50
O lucro por ação é apurado, pela divisão do lucro líquido de exercício pelo número de
ações em circulação do capital social:
Por ser uma demonstração mais completa e abrangente, uma vez que evidencia a
movimentação de todas as contas do patrimônio líquido durante o exercício social,
inclusive a formação e utilização das reservas não derivadas do lucro, observam-se,
anualmente, em virtude desse aspecto positivo, que a maioria das empresas opta pela
sua elaboração.
As contas que formam o Patrimônio Líquido podem sofrer variações por inúmeros
motivos, tais como:
Deve-se utilizar um papel de trabalho, utilizando uma coluna para cada uma das contas
do patrimônio da empresa e abrindo uma conta total, que representa a soma dos saldos
ou transações de todas as contas individuais. Essa movimentação deve ser extraída das
fichas de razão dessas contas.
As transações e seus valores são transcritos nas colunas respectivas, mas de forma
coordenada. Por exemplo, se temos um aumento de capital com lucros e reservas, na
linha correspondente a essa transação, transcreve-se o acréscimo na coluna de capital
pelo valor do aumento e, na mesma linha, as reduções nas contas de reservas e lucros
utilizados no aumento de capital pelos valores correspondentes.
Esta demonstração possibilita uma avaliação precisa das alterações ocorridas no saldo
da conta de lucros ou prejuízos acumulados em relação aos dois últimos exercícios
sociais.
De acordo com o artigo 186, parágrafo 2º da Lei nº 6.404/76, a companhia poderá, à sua
opção, incluir a demonstração de lucros ou prejuízos acumulados nas demonstrações das
mutações do patrimônio líquido.
1. Conceito
Os registros dos fatos contábeis são suscetíveis de erros, que poderão ou não interferir
na apuração do resultado e, consequentemente, na base imponível do Imposto de Renda
relativo ao exercício em determinado período.
Segundo a Lei da S/A, o lucro líquido do exercício não deve estar influenciado por
efeitos que pertençam a exercícios anteriores, ou seja, deverão transitar pelo balanço de
resultados somente os valores que competem ao respectivo período.
É necessária bastante cautela e prudência para registrar ajustes por erros de exercícios
anteriores diretamente na conta de Lucros Acumulados, não oferecendo esse tratamento
a pequenos valores.
Regra geral, os erros cometidos com contas patrimoniais, tais como inversão de
lançamento, contrapartida a débito em conta indevida ou contrapartida a crédito em
conta indevida, não provoca influência na determinação do lucro e, por inferência, no
resultado tributável do exercício.
Fora os casos retro descritos, é óbvio, existem outros que podem causar distorções na
determinação do resultado.
Supondo-se que os erros que provocam aumento indevido do resultado tenham sido
detectados após o encerramento do período, o procedimento contábil a ser seguido pela
empresa será o seguinte:
Exemplo:
Histórico: Valor relativo baixa da duplicata nº ..... referente a nota fiscal nº ..... de ........,
cancelada.
Histórico: Valor relativo Imposto de Renda calculado sobre o valor contido no resultado
do ano-calendário de XXX1 ($ 60.000,00 x 15%).
Caso não haja saldo na conta de provisão para Imposto de Renda, em virtude da
empresa já ter efetuado o pagamento do mesmo, o ajuste deverá ser efetuado, tendo
como contrapartida a conta de impostos a recuperar no Ativo Circulante.
Por sua vez, os erros de natureza contábil que implicam redução indevida do resultado,
via de regra, são ocasionados por:
Supondo-se que os erros que provocam a redução indevida do resultado tenham sido
detectados após o término do exercício, o procedimento contábil a ser seguido pela
empresa será o seguinte:
Exemplo:
No exercício seguinte, o erro foi detectado e o ajuste contábil foi procedido da seguinte
forma:
Histórico: Valor relativo nota fiscal nº .... de ....... da ........... Ltda. referente a reforma do
veículo marca.....tipo.....motor......
Reversões de Reservas
São as apropriações do lucro feitas para a constituição das reservas patrimoniais, tais
como: reserva legal, reserva estatutária, reserva de lucros a realizar, reserva para
contingências.
Em virtude das normas do artigo 188 da Lei das Sociedades por Ações não preverem
um número bastante amplo de ajustes do Resultado Líquido do Exercício de elementos
que não influenciam o Capital Circulante Líquido, exceto depreciação, amortização,
exaustão e variações nos resultados de exercícios futuros, muitas empresas têm
apresentado a DOAR de forma incorreta, afetando sua finalidade na análise financeira.
Forma de Apresentação
a) Dividendos distribuídos;
b) Aquisição de direitos do ativo imobilizado;
c) Aumento do ativo realizável a longo prazo, dos investimentos e do ativo diferido
(vigente até 04.12.2008);
d) Redução do passivo exigível a longo prazo.
Origens de Recursos
Os empréstimos feitos e pagáveis a curto prazo, não são considerados como origem de
recursos para fins dessa demonstração, pois não alteram o Capital Circulante Líquido.
Nesse caso há um aumento de disponibilidades e, ao mesmo tempo, do Passivo
Circulante.
Aplicações de Recursos
a) Imobilizações
c) Remuneração de dividendos
Isso ocorre quando a empresa está operando com prejuízo. Entretanto, se a empresa está
com prejuízo, mas em decorrência dos ajustes citados, as operações próprias apresentam
uma origem de recursos (lucro), a apresentação do prejuízo e de seus ajustes deve ser no
agrupamento das origens.
dos ajustes citados, as operações próprias apresentam uma origem de recursos (lucro), a
apresentação do prejuízo e de seus ajustes deve ser no agrupamento das origens.
Modelo do Demonstrativo
Devemos ressaltar que esse modelo, não deve inibir a apresentação de demonstração
mais detalhada e melhor adaptada ao segmento de negócio da empresa. Caso a empresa
julgue necessária, poderá apresentar essas informações também em notas explicativas às
demonstrações contábeis.
Descrição Valor - $
1. Origens de Recursos
Das Operações
Lucro Líquido do Exercício
(+) Depreciação, Amortização e Exaustão
(+) Variações Monetárias de Empréstimos a Longo Prazo
(+) Perda por Equivalência Patrimonial
(+) Prejuízo na Venda de Bens do Ativo Permanente
(+) Recebimentos no Período Classificados como REF
(-) Ganhos por Equivalência Patrimonial
(-) Lucro na Venda de Bens do Ativo Permanente
(-) Transferência de REF para o Resultado do Exercício
(±) Outras Despesas e Receitas que não afetam o CCL
Dos Proprietários
(+) Realização do Capital Social
De Terceiros
(+) Redução do Ativo Realizável a Longo Prazo
(+) Valor de alienação de Bens do Ativo Permanente
(+) Aumento do Passivo Exigível a Longo Prazo
2. Aplicações de Recursos
Dividendos Pagos, Creditados ou Propostos
Aumento do Ativo Realizável a Longo Prazo
Aquisição de Bens do Ativo Permanente
Redução do Passivo Exigível a Longo Prazo
3. Variação do Capital Circulante Líquido
De forma condensada, esta demonstração indica a origem de todo o dinheiro que entrou
no caixa em determinado período e, ainda, o Resultado do Fluxo Financeiro. Assim
como a Demonstração de Resultados de Exercícios, a DFC é uma demonstração
dinâmica e também está contida no balanço patrimonial.
A Demonstração dos Fluxos de Caixa irá indicar quais foram às saídas e entradas de
dinheiro no caixa durante o período e o resultado desse fluxo.
Dentre as transações realizadas pela empresa, algumas não afetam o caixa, isto é, não há
encaixe e nem desencaixe de dinheiro, como por exemplo: - Depreciação, amortização e
exaustão; - Provisão para devedores duvidosos; - Correção monetária de balanço; -
I - Atividades Operacionais;
II - Atividades de Investimento;
a) Método Direto
Pelo Método Direto a empresa fará o confronto direto entre as contas da Demonstração
de Resultado e as contas do Balanço Patrimonial, detalhando as entradas e saídas de
caixa.
Descrição Valor - $
1. Das Atividades Operacionais
(+) Recebimentos de Clientes e outros
(-) Pagamentos a Fornecedores
(-) Pagamentos a Funcionários
(-) Recolhimentos ao Governo
(-) Pagamentos a Credores Diversos
2. Das Atividades de Investimentos
(+) Recebimento de Venda de Imobilizado
(-) Aquisição de Ativo Permanente
(+) Recebimento de Dividendos
3. Das Atividades de Financiamentos
(+) Novos Empréstimos
(-) Amortização de Empréstimos
(+) Emissão de Debêntures
(+) Integralização de Capital
(-) Pagamento de Dividendos
4. Aumento/Diminuição Nas Disponibilidades
b) Método Indireto
Primeiro passo: Os itens operacionais que não usaram dinheiro, mas foram deduzidos
como despesas devem ser acrescentados de volta ao lucro do exercício. Exemplo:
depreciação.
Descrição Valor - $
1. Fluxo de Caixa Operacional Líquido
Lucro Líquido
(-) Aumento de Estoques
(+) Depreciação
(-) Aumento de Clientes
(+) Pagamento a Funcionários
(+) Contas a Pagar
(+) Pagamentos de Impostos e Tributos
(+) Aumentos de Fornecedores
2. Das Atividades de Investimentos
(+) Recebimento de Venda de Imobilizado
(-) Aquisição de Ativo Permanente
(+) Recebimento de Dividendos
3. Das Atividades de Financiamentos
(+) Novos Empréstimos
(-) Amortização de Empréstimos
(+) Emissão de Debêntures
(+) Integralização de Capital
(-) Pagamento de Dividendos
4. Aumento/Diminuição Nas Disponibilidades
Todos estes ajustes fazem parte das atividades operacionais. As demais atividades de
investimento e de financiamento serão elaboradas nos mesmos moldes do Método
Direto, usando-se para tanto os dados do Balanço Patrimonial.
Conclusão
Dessa maneira, deverá sempre ser comparada com o efetivo desempenho de Caixa da
empresa para poder alcançar toda a sua utilidade nas previsões orçamentárias e de
investimentos, assim como ser aperfeiçoada para tornar-se cada vez mais objetiva e
próxima da realidade.
O Valor Adicionado constitui-se da receita de venda deduzida dos custos dos recursos
adquiridos de terceiros. É, portanto, o quanto a entidade contribuiu para a formação do
Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Desde 1992, a CVM tem apoiado e estimulado a divulgação da DVA, por meio do
Parecer de Orientação CVM nº 24/92. No Ofício Circular CVM/SNC/SEP/ no 01/00, a
CVM sugeriu a utilização de modelo elaborado pela Fundação Instituto de Pesquisa
Contábeis, Atuariais e Financeiras da USP (FIPECAFI).
Modelo do Demonstrativo
Devemos ressaltar que esse modelo não deve inibir a apresentação de demonstração
mais detalhada e melhor adaptada ao segmento de negócio da empresa. Caso a empresa
julgue necessária, poderá apresentar essas informações em notas explicativas às
demonstrações contábeis.
Descrição Valor - $
1. Receitas
1.1. Vendas de mercadorias, produtos e serviços
1.2. Provisão para Credito de Liquidação Duvidosa
1.3. Não Operacionais
2. Insumos Adquiridos de Terceiros
2.1. Materias Primas Consumidas
2.2. Custo da Mercadoria e dos Serviços
2.3. Materiais, Energia, Serviço de Terceiros e Outros
2.4. Perda / Recuperação de Valores Ativos
3. Valor Adicionado Bruto (1-2)
4. Retenções
4.1. Depreciação, Amortização e Exeustão
5. Valor Adicionado Líquido Produzido (3-4)
6. Valor Recebido em Transferência
6.1. Resultado de Equivalência Patrimonial
6.2. Receitas Financeiras
7. Valor Adicionado Total a Distribuir (5+6)
8. Distribuição do Valor Adicionado
8.1. Pessoal e Encargos
8.2. Impostos Taxas e Contribuições
8.3. Juros e Aluguéis
8.4. Juros sobre o Capital Próprio e Dividendos
8.5. Lucros Retidos / Prejuízo do Exercício
Obs: O valor apurado a distribuir (item 7), deve ser totalmente distribuido (item 8).
Pode-se verificar a utilização do critério de cálculo do valor adicionado com base nas
vendas, o que torna mais simples a elaboração da DVA e mais fácil seu entendimento,
uma vez que, assim, o valor adicionado fica relacionado com os princípios contábeis
utilizados nas demonstrações contábeis tradicionais, possibilitando sua conciliação com
a demonstração do resultado. Parte-se, desse modo, das receitas brutas e subtrai-se o
valor dos bens adquiridos de terceiros que foi incorporado ao produto final alienado ou
serviço prestado, para que se conheça o valor efetivamente gerado pela companhia.
Deve-se destacar, ainda, que a depreciação de ativos avaliados pelo custo de aquisição
deve ser subtraída do valor adicionado bruto para se calcular o valor adicionado líquido,
não devendo ser classificados tais valores como retenções do lucro do período.
Desde o advento da Lei nº 6.404/76, a CVM vem examinando o conteúdo dos relatórios
apresentados anualmente pelas companhias abertas, e tem sido expressivo o número de
empresas que o apresentam de modo sucinto utilizando diversas justificativas, dentre as
quais a de que os informes necessários para análise de todos os aspectos, estão contidos
nas notas explicativas.
Este procedimento, além de infringir a lei, não é compatível com a postura que se espera
de uma companhia aberta, acarretando a perda de uma valiosa oportunidade da
companhia ser mais bem conhecida e avaliada pelo público investidor, por seus clientes,
fornecedores e credores.
Outro ponto que deve ser observado na confecção dos relatórios diz respeito ao
conteúdo. Não é válida a simples apresentação de percentuais que podem ser obtidos
por qualquer leitor das demonstrações financeiras, visto que as informações realmente
relevantes ao usuário são os comentários e apreciações dos fatores que influenciaram as
variações ocorridas.
Deve ser redigido com simplicidade de linguagem para ser acessível ao maior número
possível de leitores, devendo ser evitados adjetivos e frases tais como "excelente
resultado", "ótimo desempenho", "baixo endividamento", "excelentes perspectivas", a
menos que corroborado por dados comparativos ou fatos.
a) Descrição dos negócios, produtos e serviços: histórico das vendas físicas dos
últimos dois anos e vendas em moeda de poder aquisitivo da data do encerramento
do exercício social. Algumas empresas apresentam descrição e análise por segmento
ou linha de produto, quando relevantes para a sua compreensão e avaliação.
b) Comentários sobre a conjuntura econômica geral: concorrência nos mercados, atos
governamentais e outros fatores exógenos relevantes sobre o desempenho da
companhia.
c) Recursos humanos: número de empregados no término dos dois últimos exercícios e
"turnover" nos dois últimos anos, segmentação da mão de obra segundo a
localização geográfica; nível educacional ou produto; investimento em treinamento;
fundos de seguridade e outros planos sociais.
d) Investimentos: descrição dos principais investimentos realizados, objetivo,
montantes e origens dos recursos alocados.
e) Pesquisa e desenvolvimento: descrição sucinta dos projetos, recursos alocados,
montantes aplicados e situação dos projetos.
f) Novos produtos e serviços: descrição de novos produtos, serviços e expectativas a
eles relativas.
g) Proteção ao meio-ambiente: descrição e objetivo dos investimentos efetuados e
montantes aplicados.
h) Reformulações administrativas: descrição das mudanças administrativas,
reorganizações societárias e programas de racionalização.
Convém observar que essas são apenas sugestões coletadas em publicações diversas e
de grande importância, mas elas não devem inibir a criatividade da administração em
elaborar um relatório próprio e personalizado.
a) Contexto operacional;
b) Declaração quanto à base de preparação das demonstrações contábeis;
c) Menção das bases de avaliação de ativos e passivos e práticas contábeis aplicadas;
d) Informações adicionais para itens apresentados nas demonstrações contábeis,
divulgadas na mesma ordem.
e) Outras divulgações, incluindo:
Contingências e outras divulgações de caráter financeiro; e
Divulgações não financeiras, tais como riscos financeiros da entidade, as
correspondentes políticas e objetivos da administração, que não se confundam
A nota explicativa inicial que geralmente inicia a lista das notas trata das operações ou
do contexto operacional e declara o objetivo social da empresa. O objetivo declarado
nas notas deve manter coerência com os objetivos declarados no estatuto social da
empresa, que estabelece a relação contratual entre os acionistas e é o principal
documento sobre as regras de governança da sociedade. A nota sobre o contexto
operacional deve incluir aspectos que sejam relevantes sobre a continuidade normal dos
negócios e da utilização da capacidade de produção e/ou prestação de serviços.
Critérios de Avaliação
Diante do exposto, verifica-se que existe uma extensa gama de informações que devem
constar de Notas Explicativas e que precisam, portanto, ser cuidadosamente analisadas
por ocasião da elaboração das demonstrações financeiras; é necessário verificar que
tipos de informações devem constar dessas notas, não se restringindo apenas aos
requisitos mínimos da Lei das S/A, mas considerando ainda informações
complementares necessárias a um melhor esclarecimento da posição patrimonial e
financeira e dos resultados das operações da empresa, particularmente no que se refere à
práticas contábeis específicas no ramo de atividades da empresa.
O auditor deve ter como base e fazer referência aos Princípios Fundamentais de
Contabilidade como definidos e aceitos em nosso país.
O auditor deve, no seu parecer, declarar se o exame foi efetuado de acordo com as
normas de auditoria. Normas de auditoria significam aquelas emitidas ou aprovadas
pelo Conselho Federal de Contabilidade. Na ausência de disposições específicas,
prevalecem as normas já consagradas pela Profissão Contábil, formalizadas ou não
pelos seus organismos próprios.
O parecer deverá, ainda, conter a descrição concisa dos trabalhos executados pelo
auditor, compreendendo: planejamento dos trabalhos; avaliação do sistema contábil e de
controles internos da entidade; execução dos exames com base em testes; avaliação das
práticas e das estimativas contábeis adotadas, bem como da apresentação das
demonstrações contábeis tomadas em conjunto.
O parecer deve ser datado, visando informar ao leitor que o auditor considerou o efeito,
sobre as demonstrações contábeis e sobre seu parecer, de eventos ou transações da
entidade, dos quais ele teve conhecimento, ocorridos entre a data de encerramento do
período a que se referem às demonstrações contábeis e a data do parecer.
Tipos de Parecer
O parecer sem ressalva é emitido quando o auditor está convencido sobre todos os
aspectos relevantes dos assuntos tratados no âmbito de auditoria, O parecer do auditor
independente deve expressar essa convicção de forma clara e objetiva.
O parecer com ressalva é emitido quando o auditor conclui que o efeito de qualquer
discordância ou restrição na extensão de um trabalho não é de tal magnitude que
requeira parecer adverso ou abstenção de opinião.
O auditor dever emitir parecer adverso quando verificar que as demonstrações contábeis
estão incorretas ou incompletas, em tal magnitude que impossibilite a emissão do
parecer com ressalva.
Cada empresa tem as suas peculiaridades próprias, o que leva o analista a partir de
processos ou aspectos gerais no seu trabalho, tendo-se a cautela em considerar:
Caracterização da Análise
Econômico-Financeira
Conhecimento da Situação
Exame dos Dados e
Julgamento da Realidade
Análise comparativa
É aquela desenvolvida com a finalidade de estabelecer comparações dos índices ou
elementos apresentados pela empresa com dados históricos, orçamentos e outros da
mesma natureza, visando a definição de um juízo de valor.
Valores diretos, é o método das diferenças absolutas, sem se preocupar com eventuais
variações decorrentes de índices inflacionários;
Quocientes, é o método dos índices financeiros, que demonstra a relação numérica entre
dois elementos;
Para que se constituam em base válida e permitam ao analista atingir seu objetivo, as
demonstrações financeiras devem contar com as condições naturais e fundamentais
preconizadas pela ciência contábil, destacando-se as que seguem:
Essas condições naturais e essenciais têm sido prejudicadas por fatores voluntários,
onde o empirismo sobrepõe a ciência, em função do despreparo do profissional em
muitas ocasiões, e por fatores compulsórios, onde se assiste a uma forte interferência da
legislação tributária na implementação das técnicas de escrituração e evidenciação dos
fatos econômicos produzidos pelo patrimônio da empresa.
Reclassificação de contas, por este ajuste o analista deve buscar atingir um alto grau de
precisão nas classificações de contas, evitando classificações de elementos fora de seus
grupos ou subgrupos originais, o que pode causar distorções nos resultados da análise,
como por exemplo, investimentos permanentes classificados no ativo circulante;
despesas do exercício classificadas em despesas do exercício seguinte, ativo diferido
(vigente até 04.12.2008) que deveria ser despesa prontamente apropriável ao resultado;
e empréstimos a curto prazo classificados no longo prazo, etc.;
Esta análise visa avaliar a composição de itens em relação a um todo considerado como
100% onde cada conta contribui para a formação de todo o investimento. Procurando-se
focar as contas com saldos mais representativos deste percentual. É realizada sobre o
balanço patrimonial e o demonstrativo de resultados de um período.
Para o balanço patrimonial, cada item é expresso como uma porcentagem do total do
ativo ou do passivo ou como uma porcentagem de seu grupo, de acordo com a seguinte
fórmula:
Para o demonstrativo de resultados, de modo geral, cada item é expresso como uma
porcentagem em relação à receita operacional líquida (receita líquida de vendas), e pode
ser assim obtido:
Salientamos que para a elaboração deste exemplo, utilizamos apenas as contas sintéticas
dos demonstrativos contábeis, o que não significa que as contas analíticas não devam
ser cuidadosamente analisadas, até porque é através da apuração destas que poderemos
identificar mais precisamente onde estão as grandes discrepâncias.
Por exemplo, a critério da análise horizontal, toma-se como período base, o exercício
mais antigo do intervalo que se queira analisar. Nesse momento lhe é atribuído um fator
de 100% que através de cálculos financeiros mostrará um percentual de aumento ou de
redução em cada conta e em relação a períodos distintos. Assim apurado na fórmula:
Para se ter uma ideia mais clara é preciso levar em consideração os vários tipos de
índices, antes de serem tomadas conclusões antecipadas. O contador ou analista com
seus conhecimentos procurará auxiliar o diretor financeiro a como proceder em toda
essa sistemática.
Para que haja fidedignidade aos parâmetros da análise horizontal, a base escolhida é de
alta relevância, o componente deve ser “100” ou “1,00”. Se acaso for feita a opção por
um período com base a evidenciar crescimentos nos períodos seguintes, cujos dados não
tenham suficiente representatividade, todo o processo de análise fica comprometido.
Assim, cada grupo de interessados pode solicitar as informações conforme lhe convêm.
O acionista vai precisar de um tipo de informação, como rentabilidade e retorno do
capital investido, já as instituições financeiras necessitam avaliar outros pontos de vista
e resultados apurados para decidir sobre as linhas de crédito, enquanto os fornecedores
necessitam das informações sobre a capacidade de pagamento. É por isso que quando se
trata de licitações, os órgãos licitantes definem não só os indicadores a serem avaliados,
mas também o índice mínimo desejável para cada operação.
O objetivo básico dos índices que serão apurados nesta etapa da análise é de evidenciar
a posição da empresa no cenário atual e ao mesmo tempo projetar cenários que
refletirão a situação da empresa nos períodos subsequentes se a situação assim
permanecer ou se decisões estratégicas interferirem o andamento dos negócios.
6.4. EBITDA
a) Conceito
b) Cálculo do EBITDA
Outra conta que deve ser acrescentada no EBITDA é a despesa financeira líquida, que
foge do escopo de análise do indicador, ou seja, de efetivo desempenho operacional. Ou
seja, para o cálculo do EBITDA, adicionam-se os juros, depreciação e amortização ao
Lucro Operacional Líquido antes dos impostos.
Vale lembrar que muitas empresas já publicam diretamente o indicador, que não é de
divulgação obrigatória de acordo com as regras da CVM. Isso tende a facilitar a análise,
embora muitos analistas critiquem as diferentes metodologias adotadas, principalmente
em relação a itens extraordinários.
Com base nesta demonstração de resultados veja como ficaria o cálculo do EBITDA:
Note que a DRE fora reproduzida até o resultado apurado antes dos impostos e só então
foram registrados os valores que alteram este indicador para a apuração final. Neste
nosso caso consideramos que as depreciações estavam registradas dentro no grupo de
despesas administrativas nos valores de R$ 1.500,00 e R$ 2.000,00 para os anos de
2006 e 2007, respectivamente.
Enfim, existem outras maneiras de se demonstrar este indicador, como por exemplo,
partindo do resultado operacional e retirando somente as depreciações e amortizações
apuradas. Alguns autores demonstram o EBITDA onde o resultado financeiro aparece
depois do indicador, juntamente dos valores econômicos para só então apontar então o
verdadeiro resultado líquido antes dos impostos.
Acabei optando por esta forma um pouco mais repetitiva para facilitar a visualização e o
entendimento deste importante índice financeiro.
c) Aplicação do EBITDA
O indicador pode ser utilizado na análise da origem dos resultados das empresas e, por
eliminar os efeitos dos financiamentos e decisões contábeis, pode medir com mais
precisão a produtividade e a eficiência do negócio.
Como percentual de vendas, ou margem EBITDA, pode ser utilizado para comparar as
empresas quanto à eficiência dentro de um determinado segmento de mercado. Além
disso, a variação do indicador de um ano em relação a outro mostra aos investidores se
uma empresa conseguiu ser mais eficiente ou aumentar sua produtividade.
Por outro lado, como ressalva, vale lembrar que o EBITDA pode dar uma falsa ideia
sobre a efetiva liquidez da empresa. Além disso, o indicador não considera o montante
de reinvestimento requerido (pela depreciação), fator especialmente crítico nas
empresas que apresentam ativos operacionais de vida curta. Assim, o EBITDA é um
indicador financeiro muito relevante, mas que deve ser utilizado combinado com outros
indicadores de desempenho para fornecer uma visão mais apropriada da performance da
empresa. Ainda assim, é certamente o mais acompanhado pelos analistas e acaba
ganhando bastante importância também na análise de crédito e nos múltiplos de
avaliação de empresas.
b) Não tem em conta a capacidade de a empresa cobrar as suas dívidas (isto é, para o
seu cálculo não interessa saber se os clientes pagam à empresa – não constituirá
grande novidade dizer que “vender é fácil; já receber é mais difícil”);
c) Não considera os níveis de estoques existentes na empresa (quanto mais estoques
existirem, maior o capital “empatado”, o que pode ser sintoma de dificuldades
comerciais e, mais tarde ou mais cedo, de tesouraria);
d) Em sentido inverso, esquece que as empresas podem gerar fundos pela simples
negociação de melhores condições de pagamento com os seus fornecedores (este
ponto é especialmente importante no caso dos “hipermercados” que, como se sabe,
tendem a receber a vista e a pagar a prazo).
Uma empresa utiliza, para sustentar seu processo produtivo, recursos ditos permanentes
que têm um período de renovação mais lento, tais como imóveis, máquinas, instalações
e também recursos de renovação mais acelerada, como os estoques, disponibilidades
financeiras e as contas a receber que formam o seu capital circulante.
Quando o capital circulante líquido – CCL é positivo, significa que o maior valor está
localizado no ativo circulante e portando os bens de curto prazo são maiores que as
obrigações, também de curto prazo. Neste caso a empresa está financiando parte de seu
capital de giro com recursos de longo prazo.
Por outro lado, quando o CCL é negativo, as obrigações sobrepõem-se aos recursos de
curto prazo, então denota uma situação em que a empresa está financiando parte de seus
ativos permanentes com a utilização de recursos de curto prazo.
De modo geral, as alterações se processam de forma gradual, razão pela qual estes
indicadores devem estar sempre atualizados, pois o acompanhamento sistemático destes
sinalizadores é de vital importância para a alta administração. Lembrando sempre que
acontecimentos extraordinários podem afetar estes indicadores fazendo com que a
situação evidenciada não reflita a normalidade da empresa e acarrete mudanças bruscas.
a) Liquidez Corrente
Ativo Circulante
Liquidez Corrente =
Passivo Circulante
O ponto de parâmetro é que o resultado obtido da aplicação desta fórmula deve ser
sempre superior a “1,00” sendo classificado, na maioria dos casos, como ótimo o índice
a partir de “1,50”. É importante lembrar a qualidade dos valores apurados a receber,
bem como a relevância dos saldos em estoque.
Quando o valor foi inferior a “1,00”, significa que está faltando recursos para cumprir as
obrigações de curto prazo. Por exemplo, se o resultado for de “0,80”, a empresa dispõe
de apenas 80% do valor das dívidas vencíveis a curto prazo, faltando então R$ 0,20 para
cada R$ 1,00 de dívida assumida.
b) Liquidez Seca
Este indicador tem o mesmo objetivo do anterior, no entanto para este cálculo é
excluído o valor dos estoques do total do ativo circulante. Este indicador é um pouco
mais rigoroso que a Liquidez Corrente, no sentido de que a exclusão dos estoques
transforma a parcela restante do ativo apenas em valores recebíveis, considerando que
nada mais será comercializado pela empresa.
A forma de cálculo é igual a anterior, apenas deduzindo o valor dos estoques do ativo
circulante, ficando assim representada:
c) Liquidez Imediata
Então, para este cálculo são excluídos os estoques e demais valores a curto prazo,
restando somente às disponibilidades para serem confrontadas com as obrigações de
curto prazo, da seguinte forma:
Disponibilidades
Liquidez Imediata =
Passivo Circulante
Assim, o indicador aqui localizado indicará apenas quanto a empresa possui de recursos
financeiros disponíveis de forma imediata para o pagamento das contas a curto prazo,
não existindo um referencial para este indicador, já que inúmeros fatores alteram estes
valores diariamente e numa velocidade que muitas vezes foge do controle da
administração da empresa.
d) Liquidez Geral
O índice apurado significa quanto a empresa possui de bens e direito para saldas todas
as suas dívidas de curto e longo prazo e é assim calculada:
Assim, torna-se o ponto especial deste indicador, além do que já tratamos na liquidez
corrente e seca, a qualidade dos itens de longo prazo, bem como o perfil do exigível a
longo prazo. Se o exigível a longo prazo é apurado para os próximos 2 anos, a análise é
diferente de, se por outro lado, ele for resgatado, por exemplo, em dez anos. O que irá
validar um resultado inferior a “1,00” é a capacidade de geração de lucros da empresa
que deve ser analisada paralelamente a este indicador.
e) Endividamento
Em outras palavras, significa quanto a empresa tem de capital de giro próprio para
garantir as dívidas contratadas e os financiamentos, por isso o confronto dos valores a
pagar é realizado diretamente com o patrimônio líquido da sociedade:
Neste caso um ponto referencial é que este indicador deva ser sempre inferior a “1,00”,
pois valores superiores a este limite sugerem excesso de endividamento da empresa
através de empréstimos e financiamentos já assumidos.
Disponibilidades
Indice de Participação das Disponibilidades =
Ativo Circulante
O índice de participação dos estoques mostra o peso desse item em relação ao capital de
giro. Um índice elevado pode indicar uma má gestão dos estoques.
Estoques
Indice de Participação dos Estoques =
Ativo Circulante
Quando este indicador é muito elevado, pode indicar uma política de concessão de
crédito muito flexível o que aumenta o risco de inadimplência.
Contas a Receber
Indice de Participação do Contas a Receber =
Ativo Circulante
d) Financiamento
Financiamentos
Indice de Participação dos Financiamentos =
Ativo Circulante
a) Giro de Estoques
O indicador de giro dos estoques mostra o número de vezes ao ano que o estoque girou
por causa das vendas. Sempre que ocorrer uma venda, há uma saída do estoque, e esse
valor transforma-se em custo dos produtos vendidos.
O prazo médio de renovação dos estoques mostra o número de dias entre a entrada da
matéria-prima (ou mercadoria a ser revendida) e sua venda no mercado.
Este índice indica quantas vezes ao ano a empresa gira suas contas a receber, ou seja,
está relacionada ao tempo médio que uma duplicata emitida pela empresa fica em
cobrança.
Em princípio, quanto mais alto esse índice, melhor. Ele deve ser apurado da seguinte
forma:
360
Prazo Médio de Recebimento =
Giro do Contas a Receber
A finalidade desse indicador é mostrar o prazo médio que a empresa consegue para
pagar seus fornecedores de materiais e serviços. Para esta análise a empresa depende da
política de crédito adotada pelos seus fornecedores.
Quanto maior é o giro de conta a pagar, menores os tempos médios que ela utiliza para
pagar seus fornecedores.
Compras
Giro do Contas a Pagar =
Contas a Pagar Médio
O valor de contas a pagar inicial está registrado em contas a pagar no balanço do ano
anterior, e o contas a pagar final é o valor dessa conta no balanço do ano atual. Compras
é igual ao custo dos produtos vendidos apurado na DRE somados ao estoque final e
deduzido do estoque inicial.
O prazo médio de pagamento indica o número de dias que a empresa gasta, em média,
para pagar seus fornecedores. Considera-se como o tempo decorrido entre a compra da
matéria-prima ou mercadoria e o efetivo pagamento da fatura do fornecedor.
360
Prazo Médio de Pagamento =
Giro do Contas a Pagar
É importante salientar que tanto a análise do giro de contas a receber como de contas a
pagar pode ser realizada individualmente, por cliente ou fornecedor, se a empresa
necessitar de uma análise mais detalhada para rever ou renegociar as políticas de crédito
com cada grupo de interessados.
d) Posicionamento Relativo
O posicionamento relativo, como o próprio nome já diz, é a relação direta entre o prazo
médio de recebimento e o prazo médio de pagamento.
Esse índice deve, preferencialmente, ser inferior a “1,00”, para não comprometer de
maneira negativa o fluxo de caixa da empresa, gerado pelo descompasso entre os
recebimentos e os pagamentos efetuados. É apurado utilizando-se a seguinte expressão:
Lucro (ou Prejuízo) – Pode-se dizer que seja o valor que sobra das receitas, depois
de abatidos todos os custos, despesas e os impostos.
Índices de Lucratividade – Fornecem uma medida comparativa desses lucros.
Rentabilidade – Está associada aos ganhos obtidos pela empresa e seus investidores
pela aplicação de recursos no negócio.
A margem de lucro bruto mede o percentual da receita operacional líquida que sobra
após o pagamento dos custos dos produtos comercializados. Quanto mais alto for este
indicador, melhor, pois menor será o custo relativo dos produtos analisados.
Lucro Bruto
Margem de Lucro Bruto =
Receita Operacional Líquida
O lucro bruto e a receita operacional líquida (conhecida como receita de vendas) serão
obtidos diretamente no demonstrativo de resultados emitido pela contabilidade.
Lucro Operacional
Margem de Lucro Operacional =
Receita Operacional Líquida
Lucro Líquido
Margem de Lucro Líquido =
Receita Operacional Líquida
O lucro por ação – LPA indica, em unidades monetárias, o quanto realmente rendeu
cada ação para o acionista. Deve-se notar que o lucro por ação não significa dinheiro
efetivamente repassado aos acionistas, mas sim a quantia que estaria disponível para
isso. Os valores efetivamente pagos aos detentores de ações são registrados como
dividendos por ação.
Lucro Líquido
Lucro por Ação =
Número de Ações em Circulação
Lucro Líquido
Retorno Sobre o Ativo Total =
Ativo Total
O resultado, apresentado na forma decimal, deve ser lido sob a forma de porcentagem
(multiplicando o resultado por cem). Quanto mais alto o valor, melhor o resultado.
O ROA pode ser decomposto, para que se possa examinar a influência da margem
líquida e do giro do ativo na formação do retorno sobre os ativos. Para isso é preciso
conhecer o índice de giro dos ativos, que não é um indicador de lucratividade, mas sim
de eficiência.
Um indicador elevado demonstra que a empresa usou seus ativos com eficácia para
gerar vendas. Um índice baixo pode indicar que a empresa não está utilizando toda a
capacidade de seus ativos e deve aumentar esforços de vendas ou então desfazer-se de
alguns de seus ativos.
Apelidado de ROE - return ou common equity, este indicador mede o retorno obtido no
investimento do capital dos acionistas da empresa, que é o capital próprio e está
representado contabilmente nas contas do patrimônio líquido no balanço patrimonial.
Também nesse caso, para se obter maior precisão no resultado, deve-se utilizar o valor
do patrimônio líquido médio, considerando-se dois exercícios seguintes ou doze meses
consecutivos para o primeiro ano de análise.
Lucro Líquido
Retorno do Capital Próprio =
Patrimônio Líquido
O resultado, apresentado na forma decimal, deve ser lido sob forma de porcentagem
(multiplicado seu resultado por cem). E o resultado deve ser o maior possível.
O ROE também pode ser decomposto, para facilitar a análise do índice obtido, de tal
forma que se possa identificar a influência do retorno sobre os ativos (ROA) e da
utilização de capital de terceiros para a formação do retorno sobre o patrimônio líquido.
Ativo Total
Multiplicador de Alavancagem Financeira =
Patrimônio Líquido
Assim podemos reescrever a fórmula do ROE como sendo: ROE = ROA x MAF,
representado da seguinte maneira:
b) A lucratividade sobre vendas, ou seja, o quanto a empresa consegue obter para cada
valor faturado, evidenciando a estrutura ótima de despesas e custos;
c) A estrutura ótima de passivo, ou seja, o mínimo de recursos próprios utilizado para
financiar os ativos, obtendo o máximo rendimento do capital próprio investido.
Esta figura é como uma espécie de “mapa do lucro”, auxiliando o analista financeiro a
identificar os componentes chaves na formação do lucro e suas contribuições ou
problemas para a formação dos resultados obtidos.
8. Estudo da Alavancagem
A alavancagem, ainda na área econômica, também pode ser definida como importante
ou elevada parcela de recursos financeiros de terceiros, utilizada na estrutura de capital
de uma empresa, tal como a captação de recursos no mercado de capitais efetuado pelas
sociedades anônimas de capital aberto.
Por isso podemos dizer que a alavancagem financeira e operacional é uma faca de dois
gumes. Tanto pode trazer o sucesso como a falência. O principal exemplo desse
insucesso oriundo da alavancagem financeira e operacional é a VARIG e outro exemplo
foi o Banco Santos.
A maioria das pequenas e médias empresas fecha nos seus dois primeiros anos de vida
justamente por essa razão de inconsequente alavancagem financeira e operacional sem
os necessários controles contábeis para se saber se o negócio está dando lucro ou
impingindo prejuízo.
Porém, muitos aventureiros, que iniciaram seus negócios sem dinheiro, pedindo
emprestado, ficaram ricos. Estes são minoria. Desses aventureiros, os que faliram,
deixaram o prejuízo para quem lhe emprestou o dinheiro. É o que está acontecendo com
algumas empresas estatais privatizadas, que em pouco tempo mudaram de proprietários
várias vezes e algumas estão sobrevivendo com a obtenção de recursos governamentais.
Sempre que essa relação resultar em um número maior que “1,00”, há alavancagem
operacional. O lucro operacional irá aumentar na razão do aumento percentual da
receita operacional líquida multiplicado pelo GAO.
Quanto maior for o Grau de Alavancagem Operacional, maiores serão os riscos, pois o
Resultado Operacional ficará muito sensível a qualquer variação na Receita Bruta, tanto
para mais como para menos. Em épocas de dificuldades de vendas, a empresa sentirá
fortemente os reflexos.
Outra forma de calcular o GAO, para um dado nível de referência de receita operacional
líquida, é a seguinte:
Deve-se ter em mente que o valor do grau de alavancagem operacional não é uma
constante. De fato, ele se altera conforme são alterados os valores das receitas
operacionais líquidas; quanto mais se elevarem as receitas, menor ficará o GAO.
Vale lembrar que, para obter lucro, qualquer empresa precisa gerar um volume de
receitas operacionais líquidas que ultrapasse a soma dos custos, despesas e impostos.
Então, somente a partir de um determinado volume de receitas é que obterá lucro.
A parte fixa (custo fixo), que é aquela cujos valores não são influenciados pelo
volume de vendas, ou seja, que não alteram com o aumento ou redução da
quantidade comercializada;
A parte variável (custo variável), que está diretamente relacionada ao volume de
vendas. Se este sobe, a parte variável dos custos também sobe; se o volume de
vendas cai, a parte variável dos custos também sobre uma queda.
Outro conceito importante é o de margem de contribuição, que nada mais é que o valor
que sobra da receita operacional líquida após serem deduzidos os custos e despesas
variáveis. É o valor que resta para fazer frente aos custos e despesas fixas. Assim temos:
Se formos colocar esta fórmula em termos percentuais teremos uma nova fórmula,
assim representada:
Margem de Contribuição
Margem de Contribuição % =
Receita Operacional Líquida
Custos Fixos
Receita Operacional Líquida =
Margem de Contribuição %
90.000
80.000
70.000
60.000
50.000
40.000
30.000
20.000
10.000
-
1 2 3 4 5 6 7
Receita Operacional Líquida 50.000 55.000 60.000 65.000 70.000 75.000 80.000
Custos Variáveis 35.000 38.500 42.000 45.500 49.000 52.500 56.000
Custos Fixos 21.000 21.000 21.000 21.000 21.000 21.000 21.000
M argem de Contribuição 15.000 16.500 18.000 19.500 21.000 22.500 24.000
Capital de giro é o conjunto de valores necessários para a empresa fazer seus negócios
acontecerem (girar). Existe a expressão "Capital em Giro", que seriam os bens
efetivamente em uso.
Redução de vendas
Crescimento da inadimplência
Aumento das despesas financeiras
Aumento de custos
O Capital de Giro pode ser negativo. Neste caso, as aplicações permanentes são maiores
do que as fontes permanentes, significando que a empresa financia parte de seu ativo
não circulante com fundos de curto prazo. Embora esta condição aumente o risco de
insolvência, a empresa poderá se desenvolver, desde que sua Necessidade de Capital de
Giro seja, também negativa.
O Ciclo Financeiro pode ser definido ainda como sendo o prazo médio desde a
aquisição da mercadoria até a venda aos clientes, chamado Prazo Médio de Renovação
de Estoques, mais o Prazo Médio concedido aos clientes para Recebimento das Vendas,
menos o Prazo Médio recebido do fornecedor para Pagamento das Compras, assim:
Exemplo:
O ciclo operacional (CO) é mais amplo, englobando desde a data das compras até o
recebimento de clientes, sem descontar o PMPC, sendo representado da seguinte forma:
CO = PMRE + PMRV
Exemplo:
Pode-se dizer que o ciclo operacional é o período em que são investidos recursos nas
operações, sem que ocorram entradas de caixa correspondentes. Parte desse capital de
giro é financiado pelos fornecedores que concederam prazo para pagamento (PMPC).
Após o pagamento a fornecedores, a empresa terá que financiar as operações com seu
próprio capital de giro, uma vez que o numerário destinado aos fornecedores, que estava
sendo utilizado na manutenção das atividades, já terá sido pago. O período em que ela
efetua este financiamento com recursos próprios é justamente o ciclo financeiro da
empresa.
Neste caso, precisaríamos de 75.000 para financiar nossas operações, antes dos
primeiros recebimentos.
operacional é lembrar que durante este período a empresa continua tendo que cumprir
outras obrigações, como pagamento de salários, impostos etc. Assim, enquanto não
ocorre o recebimento de clientes, estas despesas terão que ser honradas, seja pelo uso de
recursos operacionais de terceiros, durante o PMPC, seja pelo uso de recursos
operacionais próprios, durante o ciclo financeiro. Note que estamos considerando
apenas os recursos gerados pelas operações (fornecedores e recebimento de clientes),
sem levar em conta recursos que podem ser obtidos no sistema financeiro, como os
empréstimos, por exemplo.
Embora incomum, é possível termos AC = FC ou mesmo AC < FC. Nestes casos, não
haverá necessidade de a empresa buscar novas fontes de financiamento para suas
operações. A necessidade de capital de giro (NCG) pode ser calculada pela utilização
dos saldos das contas cíclicas, constantes do Balanço Patrimonial, conforme a definição
acima.
Resumindo:
O efeito tesoura ocorre quando a empresa expande demasiadamente suas vendas, sem
que o capital de giro disponível cresça na mesma proporção. O crescimento das vendas
faz com que a NCG aumente também. Se não houver o suporte de capital de giro (saldo
de tesouraria) necessário à manutenção deste novo patamar operacional, o crescimento
exagerado poderá deixar a empresa em dificuldades financeiras, podendo mesmo levá-la
à falência.
Uma empresa que tenha um saldo de tesouraria insuficiente ou negativo precisará tomar
recursos a curto prazo no sistema financeiro, com taxas de juros altas. As despesas
financeiras crescerão além do suportável, comprometendo a organização.
Exemplo:
Veja que o indicador “T/NCG” está crescendo negativamente, ao longo dos anos, neste
caso a empresa está sofrendo o chamado “Efeito Tesoura”.
É importante descobrir os caminhos que levam à crise, à morte dos planos empresariais,
e ao não cumprimento equilibrado dos dois principais mandamentos. Normalmente eles
estão ligados a RENTABILIDADE e LIQUIDEZ, que futuramente ocasionam a
deficiência econômico-financeira que por sua vez se não for detectada e analisada a
tempo, leva a sociedade a falência.
Dois são os caminhos principais que levam à crise e são conhecidos nos meios
empresariais por:
a) Overtrading
b) Undertrading
Quando uma empresa tem um volume de vendas inferior ao que sua estrutura permite,
encontra-se em situação de “undertrading”, isto é, com lucros menores do que poderia
obter se utilizasse toda a sua capacidade e, portanto, com a rentabilidade sobre o capital,
inferior do que a que lhe é possível obter.
Para cada caso particular existem diversas soluções e aspectos a serem analisados de
acordo com o problema específico.
Para cada solução existem considerações, por exemplo, o aumento do capital deve ser
proporcionar uma redução nas despesas financeiras de tal ordem que proporcione um
acréscimo na rentabilidade sobre o capital agora aumentado.
O orçamento de capital requer uma estimativa de fluxos de caixa livres que serão
obtidos com o projeto de análise. As previsões de investimentos em ativos, de vendas,
também de preços, de custos e despesas devem ser elaboradas da forma mais realista a
acurada possível.
Independentes – são aqueles cujos fluxos de caixa não estão relacionados entre si, de
modo que a aceitação de um não elimina os outros; cada projeto será analisado de
forma separada.
Mutuamente excludentes – são aqueles que competem entre si, de tal maneira que
apenas um deles poderá ser escolhido; assim a aceitação de um elimina os demais.
1 2 3 4 5
(5.000)
Por outro lado, um fluxo de caixa não convencional apresenta alternância entre
desembolsos e receitase tem mais de umainversão de sinal, como no exemplo a seguir.
(2.000) (2.000)
Payback;
Payback descontado;
Valor presente líquido – VPL;
Taxa interna de retorno – TIR.
A taxa ‘i’ deve ser aquela que corresponde ao custo médio ponderado de capital da
empresa, mas como em algumas situações esse custo é desconhecido, algumas empresas
podem arbitrar um valor para essa taxa. Também é conhecida como taxa mínima de
atratividade (TMA), taxa de desconto, retorno exigido ou, ainda, custo de oportunidade.
10.3. Payback
Ecomomias estáveis significam menor grau de risco e podem favorecer projetos com
payback maior. Por outro lado, economias instáveis pedem projetom com payback
menor. E quando uma empresa enfrenta problemas de liquidez, procura dar prioridade a
projetos com retorno mais rápido.
Dito de um outro modo, não existe uma regra clara ou fórmula para se determinar um
período máximo aceitável de recuperação, ficando sujeito a um alto grau de
subjetividade.
Não considera o valor do dinheiro no tempo, pois trabalha com os valores nominais
do fluxo de caixa;
Exige que se estabeleça arbitrariamente um limite de tempo dentro do qual se aceita
um determinado projeto;
Despreza, para a tomada de decisões, os fluxos de caixa que ocorrem após o período
de payback.
1 2 3 4 5
(50.000)
O fluxo de caixa do projeto apresentado acima tem um período de payback de três anos,
pois (50.000) + 10.000 + 20.000 + 20+000 = 0
Se esse período de tempo está enconformidade com o padrão estabelecido pela empresa,
o projeto é aceito, caso contrário será rejeitado.
Nem sempre o período de payback resulta em um número inteiro. Por exemplo, qual o
período de payback po projeto apresentado abaixo?
Ao final do ano 3 o capital ainda não havia sido recuperado; faltando R$ 250.000 para
igualar as entradas de caixa ao investimento inicial. Porém, o fluxo de caixa livre do ano
4 supera este valor. O payback, neste caso, está entre o ano 3 e o ano 4.
Como o flxo de caixa esperado para o ano 4 é de R$ 650.00, teremos o seguinte cálculo:
Assim, o período de payback é de 3,3846 anos. Como o ano tem 12 meses, teremos:
0,3846 x 12 = 4,6152
0,6152 x 30 = 18,456
FCn / (1 + i)n
Onde:
Assim, o período de payback é de 3,5690 anos. Como o ano tem 12 meses, teremos:
0,5690 x 12 = 6,8280
0,8280 x 30 = 24,84
Neste caso analisdo, para o fluxo de caixa com valores nominais o período de payback é
de 3 anos;. Já para o fluxo de caixa descontado o período de payback descontado é de 3
anos, 6 meses e 25 dias.
O cálculo do valor presente líquido – VPL, leva em conta o valor do dinheiro no tempo.
Portanto, todas as entradas e saídas de caixa são tratadas no tempo presente. O VPL de
um investimento é igual ao valor presente do fluxo de caixa líquido do projeto em
análise, descontado pelo custo médio ponderado de capital.
Onde:
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(100.000)
Um gráfico de perfil de VPL pode ser traçado, de modo que possa ajudar o analista
financeiro conhecer os diversos VPL que serão obtidos para as diversas taxas de
desconto, conforme iluistra o esquema a seguir:
40.000
30.000
20.000
10.000
(10.000)
(20.000)
1 2 3 4 5
VPL 34.426,36 18.026,37 4.578,19 (6.572,80) (15.913,58)
TMA 10% 15% 20% 25% 30%
O valor do VPL será positivo para taxas superiores a aproximadamente 22%, que é o
ponto em que a curva do VPL intercepta o eixo X. Para as taxas de desconto superiores
a 22%, o valor do VPL será negativo. Então, este projeto somente será viável se a traxa
de desconto utilizada for inferior a 22% ao ano.
Projetos com VPL positivo são vantajosos, pois oferecem um retorno superior ao
investimento, considerada a taxa de desconto aplicada. Em outras palavras, o projeto
remunera o investimento pela taxa exigida e ainda produz um excedente e não
havendo outra condição a ser considerada, um projeto com VPL positivo pode ser
aceito.
Projetos com VPL igual a zero remuneram o investimento exatamente pela taxa
exigida, sem excedente, e também podem ser aceitos.
Projetos com VPL menor que zero devem ser descartados, pois sequer remuneram o
investimento pela taxa exigida.
Ao examinarem-se projetos mutuamente excludentes, deve-se optar pelo que
apresente o maior valor de VPL.
A Taxa Interna de Retorno é a taxa i que se iguala as entradas de caixa ao valor a ser
investido em um projeto. Em coutras palavras, é a taxa que iguala o VPL de um projeto
a zero.
É dita interna no sentido de que depende somente dos fluxos de caixa do projeto em
análise, sem vínculos com taxas do mercado ou com a TMA. Sua expressão é:
Onde:
Não existe fórmula simples para se calcular a TIR. Dada a dificuldade de se calcular
manualmente a TIR, seu uso apenas se difundiu com o avanço da tecnologia, por
intermédio da utilização de computadores, planilhas eletrônicas e calculadoras
financeiras. A maioria das planilhas eletrônicas tem uma fórmula simplificada onde
basta digitar “=TIR(célula inicial:célula final)”.
Um problema com a TIR é que quando o fluxo de caixa não é convencional, existirá
mais de uma TIR, dificultando a decisão.
Outro aspecto que deve ser considerado é que a utilização exclusiva da TIR como
ferramenta de análise pode levar ao equívoco de se aceitar projetos que não remuneram
adequadamente o capital investido, por isso deve ser uma ferramente complementar à
análise.
Projeto TIR
Projeto A 18,00% ao ano
Projeto B 15,00% ao ano
Projeto C 19,00% ao ano
Para análise da TIR, o projeto escolhido seria o C, que apresenta a maior taxa interna de
retorno.
Entretanto, se o custo de capital da empresa for de 20% ao ano, este não seria um bom
projeto, pois seu retorno não seria suficiente para cobrir o custo do capital (TMA), o que
significa um VPL negativo.
Assim, para decisão, a TIR deve ser utilizada apenas para fluxos de caixa convencionais
e será avaliada do seguinte modo:
Vale ainda notar que todos os projetos que tenham VPL positivo, têm também a TIR
maior que a TMA.
Existem ainda outros fatores internos e externos que precisam ser considerados para
uma adequada análise das demonstrações financeiras. Pontuamos alguns deles.
Existe uma relação entre o retorno e o risco de uma empresa. O retorno, nesse contexto,
é medido pelas receitas menos os custos, enquanto o risco é medido pela probabilidade
de a empresa tornar-se tecnicamente insolvente (incapaz de pagar suas contas no
vencimento).
Os custos podem ser reduzidos pagando-se menos por um item ou serviço ou usando-se
os recursos existentes de maneira mais eficiente. Qualquer redução nos custos deve
aumentar o lucro de uma empresa. O lucro pode também ser aumentado investindo-se
em ativos mais rentáveis, que possam gerar níveis mais elevados de receitas. É
fundamental compreender como o lucro é aumentado e reduzido para se ter idéia da
relação entre retorno e risco.
Uma das formas mais comuns de se mensurar o risco de insolvência técnica é por meio
do montante do capital circulante líquido (CCL) ou do índice de liquidez corrente.
Supõe-se que quanto maior o montante de CCL possuído pela empresa, menos risco ela
apresenta. Em outras palavras, quanto mais CCL ela tiver, mais líquida será e, portanto,
menor será a probabilidade de insolvência técnica. O oposto também é considerado
verdadeiro: níveis baixos de liquidez estão relacionados a altos níveis de risco da
empresa. A relação entre CCL, liquidez e risco é tal que, se o CCL ou a liquidez
aumentarem, o risco da empresa diminuirá, e vice-versa.
b) A capacidade de gerar lucros: espera-se que uma empresa industrial possa ganhar
mais com seus ativos permanentes do que com seus ativos circulantes. Os ativos
permanentes (consistem basicamente em imobilizado e investimentos) representam
os verdadeiros ativos rentáveis da empresa. Terrenos, prédios, máquinas e
equipamentos possibilitam à empresa elaborar seus produtos acabados que
finalmente possam ser vendidos com lucro.
Caso uma empresa queira aumentar seu retorno, é necessário também aumentar seu
risco. Se quiser reduzir o risco, vai precisar diminuir o retorno. A relação entre essas
variáveis é de tal natureza que, independentemente de como a empresa aumenta seu
retorno por meio da manipulação do capital de giro, a conseqüência é um acréscimo
correspondente no risco, medido pelo nível de CCL.
O valor do LAJI deve ser suficiente para cobrir os custos financeiros fixos e, após o
Imposto de Renda, restar a parcela que corresponderá ao Lucro Líquido do Período.
A análise dos efeitos da alavancagem sobre os resultados baseia-se nas mesmas relações
entre os custos, o volume e o lucro. Os custos fixos permanecem constantes dentro de
intervalos de variação do volume de operações. Mantidos os preços de venda dos
produtos, verificamos que, para cada intervalo, a um acréscimo de volume
Contudo, a maior absorção dos custos fixos fará que o lucro cresça mais do que
proporcionalmente. Por outro lado, uma queda nas vendas acarretaria decréscimos
muito maiores nos lucros.
A ação de uma alavanca também provoca respostas mais do que proporcionais à força
empregada. Assim, os efeitos de alavancagem sobre os resultados da empresa decorrem
da existência de custos fixos que figurativamente correspondem ao fulcro ou ponto de
apoio da alavanca. Nesse raciocínio, temos:
Simbologia Adotada
Juros Simples
Aqui, os juros de cada período são calculados sempre em função do capital inicial
empregado. O crescimento do dinheiro se dá segundo uma linha reta, o que nos leva a
fazer as seguintes afirmativas:
a) A juros simples, o dinheiro cresce linearmente ao longo do tempo;
b) A juros simples, o dinheiro cresce em progressão aritmética ao longo do tempo.
Fórmulas: S = P(1 + i . n) ou P = S / (1+i . n)
Juros Compostos
Já aqui, os juros de cada período são calculados sempre em função do saldo existente no
início do período correspondente. Comparativamente ao regime de juros simples, temos
que:
a) O dinheiro cresce mais rapidamente a juros compostos do que a juros simples;
b) A juros compostos, o dinheiro cresce exponencialmente ao longo do tempo;
c) A juros compostos, o dinheiro cresce em progressão geométrica ao longo do tempo.
Fórmulas: S = P(1 + i)n ou P = S / (1 + i)n
No regime de juros compostos, após cada período, os juros são incorporados ao saldo
anterior e passam, por sua vez, a render juros. A esse processo dá-se o nome de
capitalização de juros, e o período de tempo considerado é denominado período de
capitalização. Assim, a juros simples, apenas o principal rende juros, ao passo que a
juros compostos os rendimentos são calculados sobre os montantes, havendo, portanto,
uma incidência de juros sobre juros.
Obviamente isto não acontece com as demonstrações financeiras, que não apresentam
nenhuma preocupação nesse sentido, já que são elaborados por técnicos do assunto e
exclusivamente para outros técnicos, assim normalmente estão carregadas de termos
usuais de contabilidade e no mercado financeiro, a tal ponto de permitirem frequentes
manipulações. Assim, o relatório de análise de balanços deve assumir também o papel
de tradutor dos elementos contidos nas demonstrações financeiras.
Além destes pré-requisitos, é preciso entender qual é o raciocínio que o analista deve
seguir para poder analisar as demonstrações. A análise de Demonstrações Financeiras
baseia-se em raciocínio científico, tendo como objetivo a conversão das demonstrações
contábeis em relatórios de linguagem simples, clara e direta.
a) Situação financeira;
b) Situação econômica;
c) Desempenho;
d) Eficiência na utilização dos recursos;
e) Pontos fortes e fracos;
f) Tendências e perspectivas;
g) Quadro evolutivo;
h) Adequação das fontes às aplicações dos recursos;
i) Causas das alterações na situação financeira;
j) Causas das alterações na rentabilidade;
k) Evidências de erros da administração;
l) Providências que deveriam ser tomadas e não foram;
m) Avaliação de alternativas econômico-financeiras futuras.
a) Caracterização da empresa;
b) Mercado;
c) Aspectos internos da empresa;
d) Aspectos contábeis;
e) Análise econômico financeira;
f) Conclusão.
Para que se possa realizar a análise das demonstrações financeiras, é fundamental que o
analista tenha pleno conhecimento das demonstrações contábeis, das técnicas de análise,
de como elaborar e interpretar uma análise, enfim, dos conceitos que foram
especificados neste material.
A Contabilidade deve servir não apenas como controle patrimonial, mas como
ferramenta gerencial nas empresas. Com a aplicação das técnicas de análise
apresentadas, aliada a capacidade de interpretação do analista, a qual deve ser adequada
à realidade da empresa analisada, ou do usuário que está solicitando a análise, pode-se,
então, elaborar relatórios os quais traduzam a situação econômico-financeira da
empresa, podendo, assim, a administração ter um auxílio para a tomada de decisões.
Apesar de algumas limitações por ser feito com base em fatos já ocorridos, tais
informações proporcionam comparativos entre períodos, preferencialmente no menor
período possível, mês a mês, já que algumas informações contábeis são apropriadas
mensalmente. Com base nos fatos ocorridos torna possível projetar os fatos futuros,
avaliando os ocorridos e os projetados ou orçados.
Para facilitar o entendimento dos conceitos abordados neste material e sua devida
aplicação prática, foi desenvolvido um estudo de caso onde serão aplicadas as fórmulas,
os indicadores e os métodos de análise financeira.
Segundo seus levantamentos a demanda desse mercado, na sua cidade, cresce a uma
taxa de 10% ao ano. Entretanto os preços permaneceram constantes, pelo menos nos
primeiros dois anos, em função da concorrência, que ainda tende a aumentar e
principalmente porque a diretoria sabe que nesse mercado, além da qualidade, os preços
são decisivos na hora da compra.
Para iniciar o nosso relatório de análises, optamos pela realização das análises diretas do
Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício, através da
aplicação das análises vertical e horizontal.
Para a análise vertical foram utilizados como valores base, os saldos totais dos grupos
“ativo” e “passivo”. Lembrando que esta análise também pode ser calculada utilizando
como valor de referência o valor de cada subgrupo a que a conta patrimonial pertence.
Para a realização desta análise, utilizamos sempre como valor base o valor da “Receita
Operacional Líquida”, pois é a partir dela que efetuaremos quase que a totalidade das
nossas análises as contas de resultado.
Indicamos que sempre seja utilizada esta forma de cálculo para dar a imediata
visualização do resultado obtido pela aplicação da fórmula devida a esta questão.
Neste tópico iremos analisar os indicadores financeiros passíveis de cálculo através das
informações disponibilizadas nas demonstrações contábeis da empresa “Miska Indústria
de Calçados Ltda.”, conforme orientações e fórmulas descritas nos capítulos anteriores.
- Fórmula:
- Resolução:
Assim podemos notar que nos dois anos a empresa tinha um capital de giro líquido
positivo e que mesmo em 2007 quando as obrigações de curto prazo foram majoradas, o
resultado foi compensado pelo aumento proporcional dos direitos de curto prazo.
Podemos afirmar então que, dos valores de curto prazo em 2006, temos um resultado
positivo de 62,67% (= 77.832 / 124.187) e em 2007 o saldo positivo passa a ser de
72,28% (= 98.271 / 135.963). Esta é a proporção da sobra de recursos em caixa,
considerando o pagamento de todas as obrigações de curto prazo.
- Liquidez Corrente:
A interpretação deste indicador mostra que no momento em que foi apurado o Balanço
Patrimonial de 31/12/2006, a empresa possuía R$ 2,60 para cada real que possuía em
dívidas de curto prazo. Para o demonstrativo de 2007, o valor disponível para a quitação
completa das obrigações de curto prazo era de R$ 2,38 para cada real de obrigações.
- Liquidez Seca:
Este índice também apresenta o valor disponível para a quitação das obrigações de curto
prazo, no entanto, este indicador é um pouco mais rigoroso por não considerar o valor
dos estoques no cálculo. Sendo assim a empresa teria para cada um real de dívida de
curto prazo, o valor de R$ 1,86 para saldá-las em 2006 e R$ 1,70 no ano de 2007,
considerando que nenhuma das mercadorias constantes no estoque seja comercializada.
- Liquidez Imediata:
Com a análise deste indicador não podemos refletir qualquer situação da empresa já que
inúmeros fatores são responsáveis por mudanças significativas que ocorrem diariamente
nas contas dos recursos disponíveis.
- Liquidez Geral:
Importante salientar que para este cálculo foram utilizados os recursos totais de curto e
longo prazo da mesma forma como ocorreu com as obrigações.
- Endividamento:
A melhoria deste indicador de 2006 para 2007 indica que a empresa está reduzindo o
seu grau de endividamento através de empréstimos e financiamentos assumidos, quando
comparados com o capital de giro próprio. Sendo assim o parâmetro de garantia dos
credores foi melhorado de um ano para o outro mesmo sem o aumento do capital social.
Os números resultantes evidenciam claramente o reflexo positivo das políticas de
alavancagem financeira utilizadas pela empresa.
b) Índices de Estrutura
Existe uma relação direta com o indicador de liquidez imediata que também sofreu uma
pequena queda pelo mesmo motivo, a representatividade dos valores disponíveis,
mesmo com seu aumento financeiro percebido de um exercício social para o outro
imediatamente posterior.
Assim nota-se que apesar do aumento no volume monetário dos estoques, eles seguiram
mais ou menos a mesma proporção do aumento ocorrido no total do Ativo Circulante e
por isto os indicadores sofreram uma variação quase que imperceptível.
No caso das contas a receber existiu um pequeno aumento no índice que, aliás,
representa o maior montante registrado nas contas dos bens e direitos de curto prazo.
Como em nosso caso não foram demonstrados estes valores no curto prazo, significa
que o capital de giro da empresa e totalmente financiado pelo capital próprio, ou seja, a
empresa não está dependendo de empréstimos bancários para custear suas atividades a
curto prazo e desta forma o indicador não pode ser calculado.
Antes de apurar o valor do Giro dos Estoques é necessário efetuar o cálculo do estoque
médio e para isto consideramos o valor dos estoques inicial e final de acordo com o
saldo contábil. Assim o saldo do estoque inicial para o ano de 2006 era zero, já que as
atividades da empresa tiveram início em janeiro deste exercício e o saldo final foi o
apurado em 31/12/2006, que consequentemente também será o saldo inicial em 2007,
tendo como valor final o saldo da conta em 31/12/2007.
Percebemos assim, que o indicador de 2006 foi superior ao giro no exercício de 2007 e
isto pode ser comprovado através do cálculo do prazo médio de renovação doe estoques
apurado a seguir e de acordo com a metodologia estudada nos capítulos anteriores.
O prazo médio de renovação dos estoques demonstra que de 2006 para 2007 os estoques
passaram a girar de forma mais lenta, gerando um aumento na ordem de 27 dias, se
comparado ao saldo apurado no ano anterior. Assim temos a evidência de uma queda na
eficiência da empresa em gerir estes ativos, que desta forma, estão sendo transformados
em receita mais lentamente. A leitura do indicador demonstra que no ano de 2007, por
exemplo, o estoque levou em torno de 71 dias para girar completamente, ou seja,
passaram-se 71 dias desde o momento da compra da matéria prima (ou produto para
revenda) até a venda final do produto no mercado consumidor.
Assim como no caso dos estoques, para o correto cálculo do giro de Contas a Receber, é
necessário anteriormente calcular o saldo do contas a receber médio utilizando-se de
seus saldos iniciais e finais. Lembrando sempre que a empresa analisada iniciou suas
atividades no exercício de 2006 e, portanto seu saldo inicial deste período era zero.
Este índice evidencia que no ano de 2007 a empresa demorou cerca de 38 dias a mais
para receber os saldos escriturados. No ano de 2006 uma venda que levava em torno de
78 dias para se ter a completa realização passou a levar 116 dias para transformar-se em
dinheiro efetivo e disponível completamente no caixa da empresa. Percebe-se então que
quanto maior o índice de giro, menor será o prazo médio para recebimento.
O valor do contas a pagar para a apuração do contas a pagar médio é apurado pela soma
das contas de fornecedores com o saldo da conta “contas a pagar” e assim, como
aconteceu no giro do contas a receber, o indicador de 2006 foi maior que o valor
apurado no ano de 2007, significando um maior prazo médio em 2007 se comparado
com o exercício social imediatamente anterior.
Neste caso, o aumento no prazo médio significa um benefício que a empresa conseguiu
obter com os fornecedores, estendendo seu prazo de pagamento em cerca de 21 dias e
passando a pagar suas faturas em uma médias de 64 dias. É necessário notar que a
empresa está tendo um menor prazo de pagamento se comparado com o tempo que está
concedendo para receber seus valores negociados.
- Posicionamento Relativo:
Verificamos que o nosso indicador nos dois anos foi basicamente o mesmo, se
arredondado, é claro.
Se este problema não tiver uma rápida solução, certamente irá ocorrer a redução do
capital de giro da empresa, inclusive das aplicações financeiras que terão de suprir esta
lacuna até o real recebimento dos valores; interferindo negativamente nos indicadores
de liquidez, estrutura, eficiência e na própria rentabilidade da empresa em análise.
d) Índices de Rentabilidade
Da mesma forma que a margem de lucro bruto, este indicador apresentou um aumento
em 2007, comparado ao período anterior. Significa que após o pagamento dos custos de
produção e das despesas operacionais, restam 12,13% da receita operacional líquida.
Para este indicador não são considerados as despesas com juros sobre empréstimos e
também o pagamento do imposto de renda provisionado.
Neste caso podemos verificar que o indicador apresentou uma melhora no exercício de
2007 já que o indicador que era de 3,77% em 206, passou a representar 5,17%,
aumentando a lucratividade da empresa com relação ao período anterior e que é
refletido diretamente no resultado final apurado pela empresa.
Neste indicador também nota-se o aumento obtido de 2006 para 2007 e neste caso o
retorno positivo foi para o acionista que retirou o valor em espécie ou reinvestiu na
sociedade.
Para este cálculo utilizamos os dados fornecidos no Contrato Social, onde estão
previstas 12.000 (doze mil quotas) no valor nominal de R$ 1,00 (um real) ou mesmo de
24.000 e desta forma calcula-se que os acionistas estarão recebendo R$ 1,8435 para
cada quota que lhe pertencer.
A mesma análise realizada nos dois indicadores anteriores pode ser obtido pelo Sistema
DuPont que representamos graficamente, conforme ilustração detalhada dos valores
utilizados que foram descritos no capítulo 7.5 deste material.
Para análise deste sistema destacamos os valores utilizados em cada quadro de dados,
conforme relacionado:
131.055
153.177
Existem diversas análises que podem ser feitas com a obtenção de dados gerenciais e
analíticos que compõem as demonstrações contábeis encerradas em 2006 e 2007.
Com fins a detalhamento e cálculo destes indicadores detalhamos alguns valores que
não podemos constatar na simples análise dos demonstrativos anteriormente descritos.
- Despesas Operacionais:
Custo Contas
Custos Fixos Despesas Administrativas + Despesas Financeiras
Custos Variáveis Custo dos Produtos Vendidos + Despesas com Vendas
a) Alavancagem Operacional
b) Ponto de Equilíbrio
Em nosso caso prático, não temos dados suficientes para a análise dos indicadores que
envolvem a necessidade de capital de giro, no entanto para os relatórios gerenciais, é de
grande importância que estes resultados constem na íntegra e devidamente analisados.