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ABRIL
2016
Resumo
Este trabalho tem como objetivo realizar uma revisão bibliográfica sobre as técnicas de
segurança do trabalho envolvendo eletricidade. A eletricidade é dos fenômenos mais
importantes no processo de industrialização e desenvolvimento infraestrutural do Brasil e do
mundo. Porém, a eletricidade é também uma das maiores vilãs quando o assunto é segurança
no trabalho, devido à sua alta periculosidade que pode causar lesões muito graves e até a morte.
Existem normas regulamentadoras que definem os requisitos mínimos para a execução de
trabalhos em instalações elétricas, sendo elas a NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços
em Eletricidade, NBR 5410 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão e NBR 14039 – Instalações
Elétricas de Média Tensão. Estas normas definem também os EPIs – Equipamentos de Proteção
Individual e os EPCs – Equipamentos de Proteção Coletiva que devem ser utilizados durante
os serviços prestados em instalações elétricas. Por fim, este trabalho analisará as
responsabilidades sociais dos contratantes e dos contratados a fim de mostrar os direitos de cada
um quando ocorre um acidente no âmbito de trabalho.
This paper aims to develop a literature review on techniques of safety work involving
electricity. Electricity is the most important phenomena in the process of industrialization and
infrastructural development of Brazil and the world. However, electricity is also one of the
greatest villains when it comes to safety, because of its high hazard that can cause very serious
injuries and even death. There are regulatory standards that define the minimum requirements
for carrying out work on electrical installations, these being the NR 10 - Security in Facilities
and Services in Electricity, NBR 5410 - Electrical Installations for Low Voltage and NBR
14039 - Electrical Installations for Medium Voltage. These standards also define the PPE -
Personal Protective Equipment and CPEs - Collective Protective Equipment to be used during
services in electrical installations. Finally, this paper will examine the social responsibilities of
employers and employees in order to show the rights of each when an accident occurs in the
course of work.
1 Introdução ...................................................................................................... 7
5 Conclusões................................................................................................... 28
Figura 1: Modelo de átmo porposto pelo físico inglês Ernest Rutherford [10]. ....................... 10
Figura 2: Pirâmide de Bird [16]................................................................................................ 18
Figura 3: Correlação entre o ponto de contato e a porcentagem de corrente que circulará pelo
coração. .............................................................................................................................. 21
Figura 4: EPI contra risco de choques elétricos segundo NR 10 [7]. ....................................... 24
Figura 5: EPC contra risco de choques elétricos segundo NR 10 [7]. ..................................... 25
Lista de Tabelas
entanto, acidentes de trabalho são eventos que ocorrem e que poderia ser evitado de forma a ser
evitada a perda temporária ou permanente do trabalhador ou usuário e dessa forma reduzir os
custos sociais proporcionados pela ocorrência do acidente. Ainda pouco se conhece sobre o
custo real para o País da ocorrência de acidentes e doenças relacionados ao trabalho. Estimativa
recente avaliou em R$ 12,5 bilhões anuais o custo para as empresas e em mais de R$ 20 bilhões
anuais para os contribuintes [4].
A eletricidade é uma das fontes mais utilizadas no mundo moderno, seu transporte e
transformação em outros tipos de energia é relativamente simples e contribui para o
desenvolvimento socioeconômico. Ela é essencial a toda hora, sem interrupções, e ainda, é
considerada como serviço público. No entanto, a eletricidade pode comprometer a segurança e
a saúde das pessoas a ela expostas direta ou indiretamente, porque a eletricidade não é
perceptível aos sentidos do homem, ou seja, não é vista e nem sentida, em virtude disto, as
pessoas podem ser expostas a situações de risco ignoradas ou subestimadas [5].
A eletricidade constitui-se um agente de alto potencial de risco ao homem. Mesmo em
baixas tensões ela representa perigo à integridade física e saúde do trabalhador. Sua ação mais
nociva é a ocorrência do choque Elétrico com consequências diretas e indiretas (quedas, batidas,
queimaduras e outras). Também apresenta risco devido à possibilidade de ocorrências de
curtos-circuitos ou mau funcionamento do sistema elétrico originando grandes incêndios e
explosões. Os trabalhos com eletricidade e a maneira com que são realizados vem se
modificando e evoluindo, tornando tais serviços mais ágeis e seguros. Inicialmente, durante a
eletrificação, os cuidados com segurança eram pequenos, quase inexistentes, ocasionando um
elevado índice de acidentes [6].
A NR 10 - Instalações e serviços em eletricidade, trata das diretrizes básicas para a
implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, destinados a garantir a
segurança e a saúde dos trabalhadores que direta ou indiretamente interajam em instalações
elétricas e serviços com eletricidade. Já a NR18 – Condições e meio ambiente de trabalho na
indústria da construção, é uma Norma para aplicação nos processos, nas condições e ambientes
de trabalho da construção civil, incluindo instalações elétricas provisórias. 18.21 – Instalações
elétricas (18.21.1 a 18.21.20) e ainda a NBR-5410 – Instalações elétricas de baixa tensão é um
a norma técnica específica em baixa tensão (50 Vca ou 120 Vcc até – 1000 Vca ou 1500 Vcc)
para garantir segurança das pessoas [7] [8] [9].
O que muitos dos usuários de uma instalação elétrica também desconhecem, é o tipo de
riscos em potenciais em eletricidade, que são os dos tipos diretos e dos tipos indiretos, sendo
2 Revisão Bibliográfica 9
este segundo tipo o mais perigoso, pois ao desconhecer onde está energizado os acidentes que
ocorrem pode causar impactos, queimaduras, ou mesmo incêndios ou explosões. Muitas
medidas podem ser tomadas para evitar os riscos de acidentes causados pela eletricidade, na
qual sempre começa por um planejamento e avaliação dos riscos, passando por uma contratação
de um profissional habilitado, e utilizando os EPI´s adequado para cada atividade específica.
2 Revisão Bibliográfica 10
2 Revisão Bibliográfica
2.1 Eletricidade
Figura 1: Modelo de átmo porposto pelo físico inglês Ernest Rutherford [10].
inimigo invisível, sentida pelo organismo humano apenas quando este encontra-se sob a sua
ação. Acidentes elétricos podem ocorrer nos mais diversos lugares, desde indústrias até nos
lares e locais de lazer. Podem causar graves lesões, levando muitas vezes o acidentado até
mesmo ao óbito.
O arco elétrico, por sua vez, é um fenômeno físico inerente a instalações e equipamentos
elétricos e ocorre sempre que há uma passagem de corrente elétrica por um meio não condutor
devido ao rompimento de suas características isolantes, normalmente envolve partes metálicas
que não estão em contato direto, porém apresentam diferença de potencial. Tal fenômeno tem
curta duração e consiste na transformação da energia elétrica em calor, energia acústica, onda
de pressão e energia luminosa. Arcos elétricos indesejáveis podem levar a deterioração de
sistemas transmissão de energia elétrica, equipamentos eletrônicos e consequências graves a
integridade física e saúde do homem [12]. Nas instalações elétricas, tais como, subestações de
baixa, alta e extra-alta tensão, podem ocorrer arcos elétricos em certas situações, tais como:
O termo campo indica que em um determinado espaço existe uma força que pode ser
responsável pelo movimento de corpos nele inseridos. O campo gravitacional da lua, que
determina a subida da maré, é um exemplo do conceito de campo. Além do campo
gravitacional, temos o campo elétrico, o magnético e eletromagnético [13]. Dois efeitos
ocorrem nos seres humanos a partir dos campos eletromagnéticos: o campo elétrico provoca a
formação de uma carga sobre a superfície da pele e o magnético causa fluxo de correntes
circulando em todo corpo. Normalmente estes efeitos não são prejudiciais aos seres humanos,
mas, quando muito intensos, decorrentes de campos muito intensos, podem ocorrer disfunções
em implantes eletrônicos (marca passo e dosadores de insulina) e a circulação de 22 correntes
em próteses metálicas, a ponto de provocar aquecimento intenso, o que acarreta lesões internas
[13].
elétricas para terra, através de um circuito de baixa impedância. Isso protegerá os funcionários
ou pessoas que possam vir a ter contato indireto com estruturas indevidamente energizadas
devido às descargas atmosféricas. Para-raios compostos por captadores e um conjunto de
pequenas hastes pontiagudas também fazem parte desse sistema de proteção e ficam localizados
no alto dos prédios [13].
Pode ser entendida como o conjunto de medidas que são adotadas visando minimizar os
acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade
de trabalho do trabalhador.
2.2.1 Prevenção
Os trabalhadores devem ter acesso às informais sobre os riscos e cuidados que envolvem
sua atividade, e participar nas medidas de promoção da saúde e prevenção dos acidentes.
Dentre todos os procedimentos de prevenção, os mais importantes referem-se ao ambiente e à
organização do trabalho. Um ambiente confortável propicia mais estímulo ao trabalho e um
cuidado maior com as atividades perigosas.
2.2.2 Risco
ser trivial, aceitável, moderado, substancial ou inaceitável com base na importância do risco e
nível de mitigação. Os riscos podem ser de natureza ambiental, física, química, biológica ou
ergonômica;
A análise preliminar de risco tem por objetivo conhecer os perigos de uma determinada
tarefa e os meios de eliminar, minimizar ou controlar os riscos. É utilizada para conscientizar
os empregados da importância de se conhecer os perigos e as formas de reduzí-los, antes da
realização das tarefas [14].
A NR-10 faz referência a tabela I do anexo IV da NR-5 no que diz respeito aos riscos
ocupacionais, que são agentes existentes nos ambientes de trabalho, capazes de causar danos a
saúde do trabalhador, também previstos no quadro 2. São classificados em grupos de acordo
com a natureza e da padronização das cores correspondentes, didaticamente os riscos são
divididos em: riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e acidentes. Conforme quadro
abaixo:
Análise de Modos de Falha e Efeitos (FMEA): É uma ferramenta que procura evitar,
por meio da análise das falhas potenciais e propostas de ações de melhoria, que ocorram falhas
no projeto do produto ou do processo;
Os riscos de acidentes com eletricidade são de fato uma abordagem importante no dia a
dia dos trabalhadores, pois de acordo com Ministério do Trabalho a segunda maior causa de
acidente no trabalho é com eletricidade visto o descaso que as instalações elétricas são
encontradas [15].
Fator pessoal de insegurança: causa relativa ao comportamento humano, que pode levar
à ocorrência do acidente ou à pratica do ato inseguro;
Ato inseguro: ação ou omissão que, contrariando preceito de segurança, pode causar ou
favorecer a ocorrência de acidente;
Lesão com afastamento: Lesão incapacitante ou lesão com perda de tempo, lesão pessoal
que impede o acidentado de voltar ao trabalho no dia imediato ao acidente ou de que resulte
incapacidade permanente.
Lesão sem afastamento: Lesão não incapacitante ou lesão sem perda de tempo, lesão
pessoal que não impede o acidentado de voltar ao trabalho no dia imediato, desde que não haja
incapacidade permanente;
Entre 1967 e 1968, Frank Bird realizou uma análise na qual 297 companhias norte
americanas foram investigadas, envolvendo 170.000 pessoas de 21 grupos diferentes de
trabalho. Nesse período, houve 1.753.498 acidentes comunicados e estes foram classificados
por Bird, que constatou que para que ocorra um acidente grave incapacitando o trabalhador,
devem o ocorrer 600 incidentes sem danos pessoais e/ou materiais [16].
A NBR 5410 chamada Instalações Elétricas de Baixa Tensão fixa as condições a que
devem satisfazer as instalações com tensão até 1 kV em corrente alternada e 1,5 kVs em corrente
contínua.
Tetanização;
Parada respiratória;
Fibrilação ventricular;
ligados à respiração e/ou à paralisia dos centros nervosos que comandam a função respiratória.
Se a corrente permanece, o indivíduo perde a consciência e morre sufocado [12].
O fenômeno fisiológico mais grave que pode ocorrer quando há passagem de corrente
elétrica pelo corpo humano é a fibrilação ventricular. Se a atividade elétrica fisiológica normal
sobrepõe uma corrente elétrica de origem externa, e muitas vezes maior que a biológica, as
fibras do coração passam a receber sinais elétricos excessivos e irregulares, as fibras
ventriculares ficam estimuladas de maneira caótica e passam a contrair-se de forma
desordenada, uma independente da outra, dificultando o funcionamento correto do coração [12].
Figura 3: Correlação entre o ponto de contato e a porcentagem de corrente que circulará pelo coração.
Corrente contínua (CC): As intensidades de corrente contínua deverão ser mais elevadas
que as de CA, para ocasionar sensações de choque, mas também são muito perigosas e podem
ocasionar queimaduras de graus elevados;
Para que isso aconteça, não é necessário contato direto da pessoa com partes
energizadas, basta uma descarga elétrica em caso de proximidade da pessoa com partes
eletricamente carregadas. A eletricidade pode produzir queimaduras de diversas formas, que
podem ser classificadas conforme [17]:
Queimaduras por arco voltaico: O arco elétrico caracteriza-se pelo fluxo de corrente
elétrica através do ar. Suas consequências são queimaduras de segundo e terceiro grau, e possui
energia suficiente para queimar as roupas, provocar incêndios, emitir vapores de material
ionizado e raios ultravioletas;
Por estas razões é que o subitem 10.2.9.2 da NR 10 torna obrigatório o uso e classifica
as vestimentas de trabalho como EPI, para proteção do tronco e membros superiores e inferiores
contra diversos riscos elétricos. Estas vestimentas precisam atender a requisitos de
condutibilidade, inflamabilidade e influências eletromagnéticas.
Referências Bibliográficas 23
Visando controlar os riscos elétricos deve ser desenvolvida uma série de medidas
preventivas. Com elas as chances de que um trabalhador seja submetido a um campo
eletromagnético, arco ou choque elétrico serão reduzidas substancialmente (BARROS, 2010).
Para que se dê início a uma tarefa em uma instalação elétrica, a NR-10 estabelece uma série de
ações que devem ser adotadas. A primeira medida de proteção coletiva é a desenergização da
instalação, que é realizada a partir de uma sequência de atividades descrita no item 10.5.1 da
referida NR, são elas: o seccionamento, o impedimento da reenergização, a instalação de um
aterramento temporário, a proteção dos elementos energizados existentes nas zonas controladas
e a instalação da sinalização de impedimento de reenergização [18].
Além das medidas de proteção coletiva, durante serviços em eletricidade devem ser
utilizados equipamentos de proteção individual adequados às diretrizes da NR-6, sendo que as
vestimentas devem proteger o trabalhador contra a condutibilidade, inflamabilidade e
influências eletromagnéticas, sendo vedado o uso de adornos pessoais, sendo todos estes itens
obrigatoriamente fornecidos gratuitamente pelo empregador [19].
3.4 Sinalização
trabalho. Deve ser adotada a partir da fase de projeto das instalações elétricas e constarem no
memorial descritivo.
Travamento e Bloqueios;
Delimitações de áreas;
3.5 Aterramento
Aterrar o sistema, ou seja, ligar intencionalmente um condutor fase ou, o que é mais
comum, o neutro à terra, tem por objetivo controlar a tensão em relação à terra dentro de limites
previsíveis. O aterramento também fornece um caminho para circulação de corrente que irá
permitir a detecção de uma ligação indesejada entre os condutores vivos e a terra. Isso provocará
a operação de dispositivos automáticos que removerão a tensão nesses condutores.
O controle dessas tensões em relação à terra limita o esforço de tensão na isolação dos
condutores, diminui as interferências eletromagnéticas e permite a redução dos perigos de
choque elétrico para as pessoas que poderiam entrar em contato com os condutores vivos.
A conexão dos equipamentos elétricos ao sistema de aterramento deve permitir que,
caso ocorra uma falha na isolação dos equipamentos, a corrente de falta passe através do
Referências Bibliográficas 27
condutor de aterramento ao invés de percorrer o corpo de uma pessoa que eventualmente esteja
tocando o equipamento.
O aterramento é sem dúvida umas das medidas mais importantes de proteção contra
choque elétrico, porém foi verificado em que em muitas industrias o sistema de aterramento
não está corretamente especificado, contribuindo para o risco de choque elétrico [15].
O contratante pode ser acionado pelo não-cumprimento das normas de segurança por
parte de seus contratados. Porém, para evitar que isso ocorra o contratante dispõe de ferramentas
legais, como a advertência, a suspensão e a demissão por justa causa do empregado em casos
de reincidência. Tais ferramentas podem ser aplicadas, por exemplo, aos contratados que
deixarem de utilizar EPIs fornecidos pela empresa. Simultaneamente, pode-se propor ação civil
na justiça comum, onde os contratados podem ser acionados pelo contratante para ressarcir
danos em decorrência de uma ação ou omissão, resultante de conduta dolosa ou culposa, através
do “direito de regresso”.
5 Conclusões
Infelizmente, o que se percebe é que muitas empresas e setores industriais que trabalham
com eletricidade não atendem a 100% dos requisitos exigidos pelas normas regulamentadoras
e pelas práticas de segurança no trabalho. Isso faz com que haja um número muito grande de
Referências Bibliográficas 29
acidentes, que além das lesões corporais, ainda são agravados pelos direitos do trabalhador e
do contratante, que vão à justiça cobrar pelos danos causados.
Referências Bibliográficas 30
Referências Bibliográficas