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QUE ASSIM SEJA ETERNAMENTE: O MAÇO, O CINZEL E A RÉGUA

Este presente trabalho busca a reflexão das ferramentas do Maço, Cinzel e


Régua e seus significados ao aprendiz maçom. Estas ferramentas são apresentadas
como instrumentos de trabalho do aprendiz, no 1º e 2º grau de instrução de Aprendiz,
no Ritual de Aprendiz maçom do Rito Escocês Antigo e Aceito, onde é dito que o
ensinamento neste simbolismo é difícil resumir em poucas palavras. Como ferramenta
de análise utiliza-se a etimologia, que apresenta origem das palavras e proporciona a
análise semântica da origem do seu significado, conforme o pensamento vigente. Se na
maçonaria operativa estas ferramentas eram apenas instrumentos de ofício, para a
maçonaria especulativa estes são repletos de simbolismos a espera de serem
recodificados.

Maço ou Malho tem raiz etimológica no latim mallieus (de malhar, golpear).
O malho é associado ao trabalho na matéria. Já matéria, em grego, é hylé, com
significado antagônico à forma, em grego: morphe. Portanto Hylé é a algo amorfo ou,
em outras palavras: sem forma. Segundo Vilém Flusser, em “uma filosofia sobre o
Design” é dito que os construtores gregos recebiam a matéria em suas oficinas sob a
denominação de hylé e através de seus desígnios, vontade e mãos
transformavam/materializavam seus pensamentos na forma de algo novo. Logo, o maço
trabalha a matéria ainda amorfa, com mil possibilidades de entalhe, através da vontade,
firmeza e perseverança. Nas iconografias o malho é um martelo ou conjunto de gravetos,
representando o dito popular “a união faz a força”, tal qual no império Romano pois:
“um graveto pode ser quebrado, mas todos juntos são invencíveis”.

Já o Cinzel, do latim cisellius (cortar, cingir) transfere precisão da FORÇA


do malho para o ponto preciso da nova forma ser esculpida. O cinzel deve ser
empunhado com a mão esquerda, que por sua vez é controlado pelo hemisfério direito
do cérebro nosso lado que “controla” a CRIATIVADE, o DESENHO, a MÚSICA. A beleza
da pedra bruta lavrada surge do fio de sua ação. Requer destreza, repertório,
conhecimento anterior. É com o cinzel e esta destreza que o construtor irá transformar
a matéria amorfa da pedra bruta em uma nova forma. É bom lembrar que a Beleza grega
advém das formas proporcionais e geométricas.

Já a Régua, do latim regula (vara de medida) serve para desenhar e aferir


o trabalho feito. Esta ação não é realizada com força, ou destreza. E, sim, com Sabedoria.
O desenho/desígnio nasce no espírito e sua iconografia é a representação do
pensamento do geômetra. Assim a precisão da linha reta limita o pensamento ilimitado.
Na idade média o bastão ou vara eram utilizados pelo mestre. A régua maçônica ,
segundo Luiz Franklin de Mattos Silva, em “O CONCEITO FILOSÓFICO DE TEMPO E A
RÉGUA DE 24 POLEGADAS”, é um segmento infinito, buscando retidão. Ela também
representa o dia, a passagem do tempo e por isto o dia tem 24 horas e a régua maçônica
24 polegadas. Um maçom, segundo o autor, deve usar, no cotidiano de sua existência,
as 24 polegadas como representação de 24 horas, divididas em três partes de 8 horas:
descanso, trabalho e solidariedade. O dia é único mas ao final deste haverá outro e
outros. É um eterno rio onde, ao fim do dia, tudo se renova. Tal conceito associa-se à
Heráclito, a uroboros, à filosofia Taoísta e À Platão e seu ciclo mítico do eterno retorno.
Demonstra simplesmente uma sabedoria universal. É dito na 2ª instrução: “Sabedoria é
prudência e só é prudente o que sabe medir”.

SILVA afirma que a régua é o caminho filosófico de equilíbrio entre a


passividade do cinzel e a atividade do maço, indicando a construção do ser humano, a
lapidação da forma bruta em nova forma em busca da perfeição. Essa auto construção
é o saber de si socrático e, provavelmente, o mais importante significado da maçonaria
ao formar construtores. As interpretações da tríade: régua, cinzel e maço tendem a ter
infinitas explicações e comparações, como por exemplo: “conhecer, sentir e querer”;
“ciência, emoção e atividade”, “espirito, alma e corpo”. Mas o que se pode notar é que
todas as interpretações tríades são um sistema único tripartido, onde um depende
intimamente do outro.

Sendo o Simbolismo infinito e passível de várias reflexões e, com o perdão


da palavra, de especulações, este presente trabalho conclui que:

1. O malho é força. A força do jovem aprendiz. A força é o Capitel Dórico,


por isto seu lugar é no Norte, junto ao primeiro vigilante.
2. O Cinzel é Beleza. Não a beleza física, mas a beleza do pensamento. A
beleza é o grau de companheiro e a beleza é o capitel Coríntio, por isto
seu lugar é no Sul, junto ao segundo vigilante.
3. A Régua é utilizada por quem sabe medir. Não adianta ter força. Não
adianta ter conhecimento. Pois o manuseio da régua é adquirido com o
tempo e ela designa a sabedoria. É a Sabedoria do Mestre e a Sabedoria
é o Capitel Jônico, por isso seu lugar é no oriente junto ao venerável
mestre.

A maçonaria é permeada de símbolos alegóricos. São apenas matéria,


limitadas pelo seu formato, peso, cor (...) podem ser pesadas, podem ser medidas,
comparadas. Mas a sabedoria ilimitada que surge ao confrontá-los de frente é, com toda
certeza incomensurável. No Rito de York a régua de 24 polegadas está associada ao
“martelo e corte”, um instrumento muito mais apropriado ao trabalho no “desbastar” da
Pedra Bruta. Logo o conhecimento adquirido nestas três ferramentas é cíclico, já que a
Pedra Bruta será desbastada ao longo de toda a vida. Logo a régua maçônica nos
acompanha para sempre – para desenhar e aferir. Logo eu sou apenas um aprendiz,
mas ao final todos seremos...

A M Rafael Rodrigues de Moraes

Londrina, 2 de novembro de 2014

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