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5205/1981-8963-v12i2a25097p447-455-2018
ARTIGO ORIGINAL
A ALOPECIA NO CÂNCER DE MAMA
ALOPECIA IN BREAST CANCER
LA ALOPECIA EN EL CÁNCER DE MAMA
Ana Paula Alonso Reis1, Clícia Valim Côrtes Gradim2
RESUMO
Objetivo: conhecer o significado da alopecia para mulheres com câncer de mama em tratamento
quimioterápico. Método: estudo qualitativo, respaldado no referencial teórico do Interacionismo Simbólico e
metodológico da Teoria Fundamentada em Dados. Entrevistaram-se 13 mulheres por meio de roteiro de
entrevista semiestruturada e, após a análise das entrevistas, emergiu a categoria central <<A alopecia no
câncer de mama é um mal necessário que vem, marca, mas passa!>>. Resultados: verificou-se que o
enfrentamento da mulher apresenta pontos positivos e negativos, conforme a situação e a sua personalidade,
e que ela recorre a adornos, grupos, família para enfrentar a sociedade que a vê como doente. Conclusão: o
self construído nesse período foi individual de cada mulher e sofreu influência do meio e da família. Os
profissionais de Enfermagem necessitam ser mais atuantes no sentido de orientar as mulheres sobre a alopecia
e encaminhá-las aos grupos de apoio. Descritores: Neoplasias da Mama; Alopecia; Tratamento Farmacológico;
Saúde; Cuidados de Enfermagem; Mulheres.
ABSTRACT
Objective: to know the significance of alopecia for women with breast cancer undergoing chemotherapy.
Method: qualitative study, supported by the theoretical reference of Symbolic and Methodological
Interactionism of Data Based Theory. Thirteen women were interviewed through a semi-structured interview
script and, after the interviews were analyzed, the central category emerged. << Alopecia in breast cancer is
a necessary evil that comes, brand, but it passes! >>. Results: it was verified that the confrontation of the
woman presents positive and negative points, according to the situation and her personality, and that she
resorts to adornments, groups, family to face the society that sees her as ill. Conclusion: the self built in this
period was individual for each woman and was influenced by the environment and the family. Nursing
professionals need to be more active in guiding women about alopecia and refer them to support groups.
Descritores: Breast Neoplasms; Alopecia; Drug Therapy; Health; Nursing Care; Women.
RESUMEN
Objetivo: conocer el significado de la alopecia para mujeres con cáncer de mama, en tratamiento de
quimioterapia. Método: estudio cualitativo, respaldado en el referencial teórico del Interaccionismo
Simbólico y metodológico de la Teoría Fundamentada en Datos. Se entrevistó 13 mujeres por medio de un
guión de entrevista semiestructurada y, que después del análisis de las entrevistas, emergió la categoría
central <<La alopecia en el cáncer de mama es un mal necesario, que viene, señala pero pasa!>>.
Resultados: se verificó que el enfrentamiento de la mujer presenta puntos positivos y negativos, según la
situación y su personalidad, y que ella recurre a adornos, grupos, familia para enfrentar la sociedad que la ve
como enferma. Conclusión: el self construido en ese período fue individual de cada mujer y sufrió influencia
del medio y de la familia. Los profesionales de Enfermería necesitan ser más actuantes en el sentido de
orientar a las mujeres sobre la alopecia y encaminarlas a los grupos de apoyo. Descritores: Neoplasias de la
Mama; Alopecia; Tratamiento Farmacológico; Salud; Atención de Enfermería; Mujeres.
1
Mestra, Universidade Federal de Alfenas/UNIFAL. Alfenas (MG), Brasil. E-mail: apareis@bol.com.br ORCID iD: http://orcid.org/0000-
0001-9812-9344; 2Doutora, Universidade Federal de Alfenas/UNIFAL. Alfenas (MG), Brasil. E-mail: cliciagradim@gmail.com ORCID iD:
http://orcid.org/0000-0002-1852-2646
Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(2):447-55, fev., 2018 447
ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i2a25097p447-455-2018
Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(2):447-55, fev., 2018 448
ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i2a25097p447-455-2018
16 03 testes-piloto
Idade média: Predomínio
49 anos faixa etária de
Entrevistas 51 a 60 anos
13 compuseram o
estudo (38,46%)
Tratamento para o
câncer de mama
Níveis de escolaridade
variados
Predomínio da cirurgia tipo
mastectomia (53,85%)
Renda familiar: três ou
mais salários mínimos
Lateralidade da mama: 54%
esquerda e 46% direita
77% se autodeclararam
brancas
Todas realizaram tratamento
77% vivem com quimioterápico
companheiro
Figura 1. Representação gráfica das atrizes sociais participantes da pesquisa quanto a dados socioeconômicos
e dados da patologia. Passos (MG), Brasil, 2015.
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Família
Redes de apoio
Figura 2. Diagrama da categoria central (teoria fundamentada em dados): A alopecia no câncer de mama é um mal necessário que vem, marca,
mas passa! Passos (MG), Brasil, 2015.
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ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i2a25097p447-455-2018
Ao se analisar os dados gerados das sujeito, a partir da interação que faz com ele
entrevistas, utilizando a metodologia próprio e com os outros considerando o que
proposta, surgiu a teoria: “A alopecia no acontece no presente.8 Esse fato pode ser
câncer de mama é um mal necessário que encontrado na fala das atrizes sociais:
vem, marca, mas passa!”. Para chegar a essa Igual à sobrancelha, eu falo, nossa! Eu vou
teoria, analisaram-se as várias subcategorias fazer porque pode ser que mês que vem eu
que emergiram da fala das atrizes. não tenha (risos). Nas axilas [...], na perna,
ainda está nascendo, está normal! Nesses eu
DISCUSSÃO achei foi até bom (risos), não precisa
depilar. O problema é só o cabelo mesmo e
O enfrentamento da vivência da alopecia
a sobrancelha. A sobrancelha, até então, a
foi declarado pelas mulheres, pois elas minha não caiu. (E2)
esperavam que isso fosse acontecer depois O pelo da vagina caiu, o da perna eu achei
que iniciaram a quimioterapia. Relataram-se que fosse cair, tem pouco, mas caiu,
várias modalidades de enfrentamento frente à debaixo do braço também não está
alopecia e cada atriz buscou, de acordo com a nascendo, mas a sobrancelha caiu pouco.
sua realidade, um tipo de enfrentamento para Não liguei porque eu depilava! Foi ele
passar esse período. [marido] que percebeu porque eu nem olho,
Pensa que é uma fase, passa! De perda para nem percebi! (E3)
o bem, mas [...] é difícil, mas tem que Da axila deu uma diminuída, mas não caiu,
passar, faz parte do tratamento. (E2) não! A gente fica preocupada com o cabelo
Dá um baque! Mas [...] tem que passar [...] da cabeça, o resto [...] está mais
cabelo cresce de novo! Cabelo cresce! (E4) escondidinho. (E4)
Eu acho, assim, que é uma coisa passageira, É[...] Caiu tudo! É [...] tudo! [pelos
vai passar, vai nascer, todo mundo falando pubianos]. O corpo eu não tive preocupação
que vai nascer três vezes mais forte, mais muito, não! Eu vou ser sincera, foi o cabelo
bonito, mais grosso, meu cabelo era muito da cabeça e sobrancelha menos, mas o
fininho (risos), vai nascer mais bonito! (E5) cabelo da cabeça que eu senti muito mesmo,
Falei: Eu, não! Para que eu vou chorar, ué!? dos outros eu não importei, não! (E6)
Tem cura, a gente faz o possível e o Você valoriza o cabelo que antes você não
impossível para tratar, o cabelo vai nascer valorizava tanto. Você fala assim: “Eu vou
de novo! Não sei se vai nascer mais feio ou valorizar a minha sobrancelha porque eu
se mais bonito, mas que vai nascer, vai não sei se eu vou ficar sem ela também!”
(risos)! Então, eu estou tranquila! (E8) Acho que tudo bem, se cair, a gente passa
Cai, mas nasce outro! O importante é sarar! um lapisinho. (E13)
Cabelo, nasce outro, né!? Cabelo, nasce Apesar de estarem cientes de que a
outro! Demora a nascer, mas nasce! (E11) alopecia iria ocorrer após o início da
O cabelo eu acho que foi o de menos, a quimioterapia, a maioria das mulheres relatou
mama eu acho que é pior porque o cabelo que utilizou alguma estratégia para disfarçar
vai nascer outro [...], a mama, eu vou ter ou esconder a queda dos cabelos. Os adereços
que colocar outra. (E13) como lenços, perucas, chapéus, bonés, toucas
Essas mulheres se apegam na condição de foram citados, a escolha esteve relacionada
que a perda do cabelo é para o seu bem, pois, ao tipo de acesso e à adaptação da mulher e
sem o tratamento, não haverá a cura e, sem a os relatos mostraram que a busca de artefatos
cura, elas estão condenadas à morte. Mas foi necessária para esconder a alopecia
mesmo elas sabendo que o cabelo da cabeça perante a sociedade.
irá cair, elas vão vivenciar a perda de outros Eu pensava: “Se eu colocar a peruca
pelos do corpo como os pubianos, os axilares, ameniza um pouco” [...]. A peruca foi
os das pernas e os das sobrancelhas. Nessa assim: umas amigas minhas que cortaram o
etapa do tratamento quimioterápico, a mulher cabelo e me deram e uma mulher daqui que
aprende a vivenciar um corpo desnudo e fez. Precisa de muito cabelo. Então, foi
transformado e passa a realizar cinco pessoas que cortaram. Ela é do
enfrentamentos para passar esse período com tamanho do meu cabelo. A peruca é bem
parecida com meu cabelo. Ela é lisa, até a
menos desconforto.
cor [...], ela não chega a ser preta, é mais
Assim, frente à alopecia, as mulheres
clara, sabe? Mas foi da cor do meu cabelo,
utilizaram as três premissas que fundamentam não precisou pintar [...] é um castanho
o Interacionismo Simbólico: o sentido que as assim! (E2)
coisas têm para o ser humano; as coisas Não, não quis! Meu marido quis comprar, eu
passam a ter um sentido para o indivíduo a falei assim: [...] “Não, não quero isso
partir de sua interpretação e o sentido que as [peruca], não!” Ah! Não! Muito feio, não
coisas têm para ele devido à sua interação gosto daquilo lá, não! (E3)
com o outro. Isso possibilitou a construção do Ah! Eu sempre vejo as mulheres aí e não
conhecimento, baseado na realidade do gostei muito não [peruca]! Ah, parece que
achei esquisito, um cabelo esquisito! (E7)
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ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i2a25097p447-455-2018
Eu uso [peruca], só que eu não uso direto Eu andar sem nada? Ah! Eu acho que eles
porque esquenta muito! Eu sinto diferente, vão ficar olhando porque vai pensar assim
eu sinto, parece que estou com o meu [...]: “O que que aconteceu com o cabelo
cabelo, aí eu reparo e vejo que não é o meu! dela? Ela tinha um cabelo comprido!" (risos).
Aí eu vejo que está torto, eu vejo o corte (E1)
diferente, não é igual. Só que eu prefiro Causa-me angústia as pessoas ficarem
mais é o chapéu mesmo. O chapéu corre ar! questionando, sabe! Aí quer saber de tudo
(E10) [...]. Fala: “Ah! [...] E o seu cabelo?”
Até arrumei uma peruca, mas não quis Sempre tem uns inconvenientes. Eu não
colocar! Ah! Não tenho costume, é um trem importo desde que seja alguém conhecido
desajeitado, fica até bonitinho o cabelo, o meu. Agora, de fora, aí eu não gosto. Eu
cabelo fica parecendo igual, mas eu prefiro falava assim [...]: “Nossa, eu não quero sair
o lenço do que a peruca. É porque as na rua e as pessoas me falarem [...]: ‘Ah!
mulheres mais põem lenço, a gente vê mais Coitadinha [...], está fazendo
lenço. Eu fico assim, ah, eu vou usar a tratamento!’”. Tem pessoa que não
minha peruca, depois eu ponho ela na conversa com a gente e, nessa fase, é [...],
cabeça e tiro [...] Ah! Não! Não vou usar, aproxima às vezes para ajudar, às vezes de
não! Quando eu ponho ela até que não fica curioso. Então, eu não gostava mais de sair.
feio, não, fica bom, mas eu não tive É [...] a curiosidade é que incomoda! (E2)
coragem de sair com ela, não! É porque o Eu fui para casa e, no dia, eu fiquei um
lenço eu achei mais fácil! Põe o lenço e já pouco abatida. Assim, é uma coisa
sai, a peruca e o chapéu eu achei mais diferente! Você pensa como que as pessoas
estranho. O chapéu até que não, eu já saí na vão te olhar, mas, depois, numa boa! Nos
rua com ele. (E11) primeiros dias que a gente sai de casa, não
A mulher, frente à alopecia, pode nutrir tem aquele impacto? Tem! Algumas pessoas
sentimentos negativos em relação a si mesma, perguntam [...]. (E5)
pois se sente feia e diferente das demais A sociedade acaba por estigmatizar essa
pessoas. Neste estudo verificou-se, pelas falas mulher, pois os olhares com expressões
apresentadas, que os sentimentos negativos indicadoras de pena, desaprovação, reparo e
foram relatados por essas mulheres e esse curiosidade acabam levando-a ao isolamento
fato as levou a utilizar artifícios, como lenço social, o que foi também evidenciado em
e/ou peruca, para a melhoria de sua imagem outro estudo.9
corporal, principalmente na presença de De acordo com a perspectiva psicossocial, a
pessoas que não fazem parte de sua rede estigmatização se refere à perda de status e
familiar ou de amizade. consequente desvalorização do indivíduo
Em relação aos aspectos negativos, devido à atribuição de estereótipos negativos
observou-se, pela fala das mulheres, a relação em função de características pessoais e físicas
do corpo transformado pela falta de cabelo e que ele possui que não são socialmente
pelos devido ao efeito do medicamento aceitas. Essa situação leva a consequências
quimioterápico, o que gerou angústia, tristeza negativas devido à internalização do estigma,
e afastou a mulher do convívio social por à medida que o indivíduo se torna consciente
entender que ela está fora dos padrões de sua situação de saúde, e do estigma
aceitos pela sociedade. O ser “diferente” relacionado a essa condição, quando ele passa
gerou curiosidade, implicou comentários e a concordar com este e a aplicar estereótipos
olhares de desaprovações de sua nova negativos a si próprio.10
imagem, ou mesmo sentimento de piedade, o Essa estigmatização acarreta danos
que lhe gerava sofrimento. irreparáveis ao indivíduo como perda da
Em seus depoimentos, as atrizes sociais identidade, oportunidades de vida, esperança,
revelaram que a sociedade influencia na entre outros, o que se evidencia neste estudo,
maneira como a mulher, com câncer de uma vez que os olhares de desaprovação da
mama, agirá frente à sua alopecia. sociedade, diante da nova condição física da
Eu só não ando sem lenço na rua porque é mulher, afastaram-na do convívio com as
feio. Eu ando lá perto de casa, mas falar outras pessoas e promoveram mudanças em
assim para você, que eu saio num lugar seus hábitos e estilo de vida.
assim [...]. É feio e as pessoas parecem que O que chamou a atenção e ficou bem
ficam olhando para você. Não sei [...], não é retratado é que as mulheres acharam que a
que você sente que está olhando para você
perda do cabelo e das sobrancelhas, que
[...]. Parece que incomoda. (E3)
socialmente são exibidos como símbolo de
O convívio social causou angústia nas
feminilidade, foi o que gerou sofrimento por
mulheres, pois a curiosidade e os comentários
estes estarem em locais visíveis e difíceis de
foram considerados inconvenientes e
ser disfarçados. No entanto, a perda dos pelos
desnecessários.
das regiões pubiana, axilar, das pernas e
braços não gerou sofrimento, pois estas são
Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 12(2):680-5, fev., 2018 452
ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i2a25097p447-455-2018
Foi a família a principal fonte de apoio que grupos para vivenciar esse período com menos
as atrizes citaram corroborando estudo que sofrimento, angústia e isolamento social. Estar
relata que a paciente deve participar junto a outras mulheres que estão vivenciando
ativamente no enfrentamento das a mesma situação é importante, pois a troca
dificuldades, despertando coragem e de experiências e de conhecimentos pode
esperança, e, ainda, que o apoio dos filhos fazer toda a diferença na maneira como será
acontece por meio de gestos de afeto, de vivenciada e superada a alopecia.
aceitação e de ajuda; e do companheiro, por Faz-se necessário o aprofundamento sobre
meio da participação ativa no tratamento e na a problemática em questão, com a ampliação
retomada da vida conjugal.13 da amostra e repetição em outros locais, para
Receber carinho e afeto, muitas vezes, que o conhecimento seja ampliado e
relacionados a vivenciar junto e compartilhar modificado com novas informações, além de
da mesma dor, como, por exemplo, quando estudos de novas tecnologias que possam
entes familiares resolveram raspar o cabelo impedir a queda do cabelo durante o
para ficar iguais às mulheres submetidas à tratamento quimioterápico.
terapêutica quimioterápica, é uma
REFERÊNCIAS
demonstração de apoio. Esse fato fortaleceu e
fortificou a paciente que está lutando contra 1. Flores F. Quimioterapia e beleza. São
uma doença tão temida e enfrentando as Paulo: Jardim dos Livros; 2013.
repercussões que esta luta implica sobre seu 2. Silva LL, Brito MB, Sampaio KSNL, Feitosa
corpo, ou seja, as transformações físicas ANA, Sousa MNA, Pessoa YSRQ. Worker’s
impostas pelo tratamento. health in the chemotherapy sector:
Verifica-se, na categoria central, que a occupational risks in the management of
alopecia, no cotidiano da mulher em chemotherapeutics. J Nurs UFPE Online. 2015
tratamento quimioterápico, é passada sobre Nov; 9(Suppl. 9):9971-7. Doi:
aspectos de enfrentamentos diversos https://doi.org/10.5205/1981-8963-
interligando a família, as redes de apoio, a v9i9a10795p9971-9977-2015
sociedade que ora atua como pontos positivos, 3. Cardano, M. Manual de pesquisa
ora como negativos. Esse período da qualitativa: a contribuição da teoria da
quimioterapia e da alopecia deve ser argumentação. Petrópolis: Vozes; 2017.
destacado e reforçado, pois é um cotidiano 4. Blumer H. A natureza do interacionismo
repleto de significações devido à problemática simbólico. Teoria de comunicação: textos
estar atrelada às dimensões que perpassam as básicos. São Paulo: Mosaico; 1980.
informações previamente fornecidas à mulher 5. Strauss A, Corbin J. Técnicas e
que está vivenciando essa situação. procedimentos para o desenvolvimento de
CONCLUSÃO teoria fundamentada. 2nd ed. Porto Alegre:
Artmed; 2008.
Nos estudos que abordam a questão do 6. Ministério do Planejamento, Orçamento e
câncer de mama, observou-se que o tema Gestão (BR), Instituto Brasileiro de Geografia
alopecia sempre foi citado, mas, na maioria e Estatística. População e domicílios: divisão
das vezes, como um efeito colateral do territorial. Cidades. Minas Gerais. 2010
tratamento quimioterápico, e as informações [Internet]. Rio de Janeiro: IBGE; 2010 [cited
acerca da maneira de como esse evento 2017 May 17]. Available from:
repercute na vida dessa mulher não são https://ww2.ibge.gov.br/home/estatistic
contempladas. a/populacao/censo2010/caracteristicas_d
Verificou-se, neste estudo, que as mulheres
a_populacao/caracteristicas_da_populaca
com câncer de mama e em quimioterapia
o_tab_municipios_zip_xls.shtm
estavam cientes do que iria ocorrer mais por
7. Ministério da Saúde (BR), Conselho Nacional
experiência de vida do que por orientação dos
de Saúde. Resolução nº 466 do Conselho
profissionais da saúde e que, apesar de
Nacional de Saúde de 12 de dezembro de
usarem subsídios para disfarçar a falta de
2012. Aprova as diretrizes e normas
cabelos e pelos, encararam essa etapa como
regulamentadoras de pesquisas envolvendo
uma fase dura, que tinha que ser enfrentada e
seres humanos [Internet]. Brasília: Ministério
que, apesar do sofrimento que estavam
da Saúde; 2012[cited 2017 Dec 14]. Available
passando, sabiam que ela teria fim.
from:
Observou-se ainda, neste estudo, que há a
necessidade de que os profissionais da
http://conselho.saude.gov.br/ultimas_not
Enfermagem sejam mais atentos para esse icias/2013/06_jun_14_publicada_resoluca
efeito colateral da quimioterapia e orientem o.html
essas mulheres a buscarem ajuda e apoio dos
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ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i2a25097p447-455-2018
Submissão: 11/10/2017
Aceito: 10/01/2018
Publicado: 01/02/2018
Correspondência
Ana Paula Alonso Reis
Rua Doutora Izabela de Túlio Guimarães, 44
Bairro Ouro Verde 3
CEP: 37800-000 Guaxupé (MG), Brasil
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