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PALESTRAS LOCUS TRIADIS ‫بسم اهلل الرحمن الرحيم‬   ‫يا مريم عليك السالم‬ 2014

Para além
da Teologia
Trinitária: o
retorno do
politeísmo
Leila Victória de
Oliveira.

A recuperação filosófica do conceito de politeísmo pode ser muito positiva, mas não é isenta de
problemas, principalmente quando acaba por herdar uma certa série de elementos típicos do
romantismo que acabam por dar ao mesmo um subtexto político potencialmente nocivo que, no
contexto do pensamento pós-secular, tende a, paradoxalmente, esvaziar de todo seu conteúdo
teológico. Do pluralismo político ao ressurgimento do etno-identitarismo, o politeísmo é mutilado e
utilizado como um recurso estético que, na melhor das hipóteses, acaba por pressupor uma
metafísica pobre e ingênua, na qual uma série de conceitos mal definidos e examinados flutuam
ao redor de uma aura destituída de qualquer senso de profundidade genuína, desrespeitando
tanto a racionalidade filosófica quanto a intuição religiosa. O pensamento romântico pode muitas
vezes acertar, dentre fabricações e idealizações, em determinados juízos valorativos positivos da
cosmovisão politeísta. Mas a questão do politeísmo está para além dos debates culturais, sociais
ou políticos, e não pode deixar ser reduzida a qualquer um deles. Minha posição sobre a questão
do politeísmo nasceu do meu antigo contexto católico1 , mas não das ingênuas condenações
apologéticas e sim das reflexões trinitarianas. Um cristão pode muito bem protestar que
trinitarianismo não é triteísmo ou politeísmo, mas este protesto ignora qual o verdadeiro locus da
questão politeísta: a pluralidade de pessoas divinas. É notável que as abordagens cristãs-
apologéticas do politeísmo façam um uso muito pobre de conceitos metafísicos como pluralidade e
unidade, enquanto que as abordagens teológicas cristãs sobre a Trindade acabam por dar a esses
mesmos conceitos um tratamento muito mais sofisticado. Essa confusão conceitual é facilmente
resolvida quando compreendemos que a pluralidade em um contexto teológico deve ser
compreendida como uma pluralidade de pessoas. Partindo de Gregório de Nissa e Tomás de
Aquino buscarei explorar os diversos sentidos adquiridos pelos termos “unidade" e “pluralidade" na
reflexão trinitária, utilizando isto para dissolver as confusões que a idéia de pluralidade divina tem
nos contextos apologéticos anti-politeístas. Por fim, argumento que a teologia trinitária é limitante,
e que uma teologia plenamente plural poderia emergir se revogássemos a limitação da pluralidade
a somente três pessoas. Também falarei do meu novo projeto Theokrasis.

1 um contexto que permanece atual fora do meu nom de plume.

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