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Universidade Federal do Rio de Janeiro DRE:115037681

História Moderna I Período: 2019.2


Prof.ª Beatriz Catão
Ariane Maranha da Silva

Comentário do texto: ELLIOTT, John H. “Uma Europa de Monarquías compuestas” in:


España, Europa e Ultramar (1500-1800) Madrid: Santillana Ediciones Generales, 2010. p.
29-54.

No primeiro capítulo de "Espanã, Europa y el Mundo de Ultramar (1500-1800),


entitulado "Una Europa de Monarquías Compuestas", o historiador e hispanista britânico J. H.
Elliott analisa o processo de constituição e consolidação das três grandes monarquias da
Eruopa ocidental dos séculos XVI e XVII - França, Inglaterra e Castilla.
Conforme observa o autor em um breve balanço da historiografia da Europa moderna
nos séculos XIX e XX, algumas questões contemporâneas, como o ressurgimento de
nacionalidades "suprimidas" e de "identidades locales y regionales medio sumergidas", bem
como o aparecimento de organizações políticas e econômicas multinacionais, têm colocado
em debate a ideia segundo a qual o estado-nação seria "la culminación lógica, y de hecho
necesaria, de mil años de historia europea" - ideia esta que a Primeira Guerra Mundial e,
fundamentalmente, o princípio da nacionalidade, presente no Tratado de Versalhes, pareceram
subscrever (p.30). Na esteira desse processo, destaca-se o renovado interesse no conceito de
"Estado composto", cunhado, em 1975, por H. G. Koenigsberger, segundo quem "la mayoría
de los estados del período moderno fueron estados compuestos, los cuales incluían más de un
país bajo el domínio de un solo soberano" e que dividiam-se em duas categorias: 1) estados
compostos separados pelo mar ou por outros estados; 2) estados compostos contíguos.
Com base em tal conceito, Elliott constata que a Europa ocidental do século XVI era
formada por estados compostos e "una miríada de unidades territoriales y jurisdicionales más
pequeñas que guardaban celosamente su estatus independiente". O principal método de
anexação a que recorriam os estadistas da época era a união via aeque principaliter, fundada
no reconhecimento e conservação pelo soberano das leis e costumes da região anexada, o
que, se por um lado tornava menos hostis as relações entre governante e governados, por
outro, podia criar dificuldades a longo prazo.
O surgimento de unidades políticas mais amplas, como aquelas constituídas pelas
coroas francesa, inglesa e castelhana, antes de indicarem a inevitabilidade do sistema de
estados-nação do século XVIII, foi, portanto, conforme enfatiza o autor, um processo
permeado de dificuldades e contradições e um esforço de conciliação e interesses e
necessidades por vezes antagônicos.
Uma das principais dificuldades enfrentadas pelos monarcas quinhentistas era o
absenteísmo real, contornado mediante a criação de órgãos institucionais nas regiões anexadas
e o recurso à patronagem. Esta questão evidencia, segundo o autor, uma importante
característica das monarquias compostas, a existência de um "contrato mutuo entre la corona
y la clase diligente de sus diferentes provincias, que confería incluso a las unionesmás
artificiales y arbitrarias una cierta estabilidad y resistencia": ao mesmo tempo em que
assegurava às elites provincianas um certo grau de independência em relação ao centro, um tal
acordo tornava-as mais propensas a conservar o status quo do que a rompê-lo (p.39).
Na década de 20 do século XVII, surgiu no seio das monarquias compostas uma nova
geração de estadistas crítica ao pragmatismo e à tolerância à diversidade característicos do
método de anexação então hegemônico. Favorecidos por um contexto de crise econômica,
guerra e disputas religiosas, estes teóricos defendiam uma maior concentração de poderes no
soberano e a adoção de medidas voltadas à uniformização das estruturas estatais, o que, por
sua vez, gerava resistências na periferia das monarquias compostas examinadas, onde tais
esforços eram recebidos como ataques ao seu “sentido de identidad distintiva” mesmo (p.45-
46). De modo geral, segundo Elliott, a geração dos anos 20 fracassou em seus intentos – em
grande medida, porque os estados não dispunham então dos recursos militares e econômicos
necessários –, de modo que a tendência à criação de estados-nacionais unitários se realizaria
apenas no século XVIII. Para o autor, contudo, as monarquias ilustradas setecentistas
“siguieron siendo esencialmente compuestas”, marcadas pelas mesmas “oscilaciones
complejas e incesantes” que caracterizaram suas predecessoras. (p.53-54)

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