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1) O historiador J.H. Elliott analisa o processo de constituição das monarquias compostas da Europa Ocidental nos séculos XVI-XVII, como França, Inglaterra e Castilha. 2) Estas monarquias anexavam novos territórios respeitando suas leis e costumes, mas enfrentavam dificuldades como o absenteísmo real. 3) Na década de 1620 surgiu uma nova geração de estadistas que defendiam a uniformização dos estados, gerando resistência nas periferias destas monarquias
1) O historiador J.H. Elliott analisa o processo de constituição das monarquias compostas da Europa Ocidental nos séculos XVI-XVII, como França, Inglaterra e Castilha. 2) Estas monarquias anexavam novos territórios respeitando suas leis e costumes, mas enfrentavam dificuldades como o absenteísmo real. 3) Na década de 1620 surgiu uma nova geração de estadistas que defendiam a uniformização dos estados, gerando resistência nas periferias destas monarquias
1) O historiador J.H. Elliott analisa o processo de constituição das monarquias compostas da Europa Ocidental nos séculos XVI-XVII, como França, Inglaterra e Castilha. 2) Estas monarquias anexavam novos territórios respeitando suas leis e costumes, mas enfrentavam dificuldades como o absenteísmo real. 3) Na década de 1620 surgiu uma nova geração de estadistas que defendiam a uniformização dos estados, gerando resistência nas periferias destas monarquias
Universidade Federal do Rio de Janeiro DRE:115037681
História Moderna I Período: 2019.2
Prof.ª Beatriz Catão Ariane Maranha da Silva
Comentário do texto: ELLIOTT, John H. “Uma Europa de Monarquías compuestas” in:
España, Europa e Ultramar (1500-1800) Madrid: Santillana Ediciones Generales, 2010. p. 29-54.
No primeiro capítulo de "Espanã, Europa y el Mundo de Ultramar (1500-1800),
entitulado "Una Europa de Monarquías Compuestas", o historiador e hispanista britânico J. H. Elliott analisa o processo de constituição e consolidação das três grandes monarquias da Eruopa ocidental dos séculos XVI e XVII - França, Inglaterra e Castilla. Conforme observa o autor em um breve balanço da historiografia da Europa moderna nos séculos XIX e XX, algumas questões contemporâneas, como o ressurgimento de nacionalidades "suprimidas" e de "identidades locales y regionales medio sumergidas", bem como o aparecimento de organizações políticas e econômicas multinacionais, têm colocado em debate a ideia segundo a qual o estado-nação seria "la culminación lógica, y de hecho necesaria, de mil años de historia europea" - ideia esta que a Primeira Guerra Mundial e, fundamentalmente, o princípio da nacionalidade, presente no Tratado de Versalhes, pareceram subscrever (p.30). Na esteira desse processo, destaca-se o renovado interesse no conceito de "Estado composto", cunhado, em 1975, por H. G. Koenigsberger, segundo quem "la mayoría de los estados del período moderno fueron estados compuestos, los cuales incluían más de un país bajo el domínio de un solo soberano" e que dividiam-se em duas categorias: 1) estados compostos separados pelo mar ou por outros estados; 2) estados compostos contíguos. Com base em tal conceito, Elliott constata que a Europa ocidental do século XVI era formada por estados compostos e "una miríada de unidades territoriales y jurisdicionales más pequeñas que guardaban celosamente su estatus independiente". O principal método de anexação a que recorriam os estadistas da época era a união via aeque principaliter, fundada no reconhecimento e conservação pelo soberano das leis e costumes da região anexada, o que, se por um lado tornava menos hostis as relações entre governante e governados, por outro, podia criar dificuldades a longo prazo. O surgimento de unidades políticas mais amplas, como aquelas constituídas pelas coroas francesa, inglesa e castelhana, antes de indicarem a inevitabilidade do sistema de estados-nação do século XVIII, foi, portanto, conforme enfatiza o autor, um processo permeado de dificuldades e contradições e um esforço de conciliação e interesses e necessidades por vezes antagônicos. Uma das principais dificuldades enfrentadas pelos monarcas quinhentistas era o absenteísmo real, contornado mediante a criação de órgãos institucionais nas regiões anexadas e o recurso à patronagem. Esta questão evidencia, segundo o autor, uma importante característica das monarquias compostas, a existência de um "contrato mutuo entre la corona y la clase diligente de sus diferentes provincias, que confería incluso a las unionesmás artificiales y arbitrarias una cierta estabilidad y resistencia": ao mesmo tempo em que assegurava às elites provincianas um certo grau de independência em relação ao centro, um tal acordo tornava-as mais propensas a conservar o status quo do que a rompê-lo (p.39). Na década de 20 do século XVII, surgiu no seio das monarquias compostas uma nova geração de estadistas crítica ao pragmatismo e à tolerância à diversidade característicos do método de anexação então hegemônico. Favorecidos por um contexto de crise econômica, guerra e disputas religiosas, estes teóricos defendiam uma maior concentração de poderes no soberano e a adoção de medidas voltadas à uniformização das estruturas estatais, o que, por sua vez, gerava resistências na periferia das monarquias compostas examinadas, onde tais esforços eram recebidos como ataques ao seu “sentido de identidad distintiva” mesmo (p.45- 46). De modo geral, segundo Elliott, a geração dos anos 20 fracassou em seus intentos – em grande medida, porque os estados não dispunham então dos recursos militares e econômicos necessários –, de modo que a tendência à criação de estados-nacionais unitários se realizaria apenas no século XVIII. Para o autor, contudo, as monarquias ilustradas setecentistas “siguieron siendo esencialmente compuestas”, marcadas pelas mesmas “oscilaciones complejas e incesantes” que caracterizaram suas predecessoras. (p.53-54)