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SEMINÁRIO TEOLÓGICO BÍBLICO THOMPSON

DOUTRINA BÍBLICA – II SEMESTRE


PR. JOSÉ PEREIRA

DISPENSAÇÕES E DOUTRINA DA ELEIÇÃO

GABRIEL LIMA F. OLIVEIRA


13/12/2007
DISPENSAÇÕES

Definição: Dispensação é um termo grego, OIKONOMIA que significa "economia" ou


seja, é a boa ordem na administração. No uso Bíblico representa a administração que
Deus faz de sua grande obra.
Dispensação é uma forma específica de Deus agir junto ao homem por um determinado
período de tempo. Dispensação é o plano de conduta de Deus para com os homens.
Em geral, as Dispensações têm algumas características comuns, tais como: Aliança ou
Pacto entre Deus e os homens, Propósito especial de Deus, O descumprimento da
Aliança por parte do homem, O juízo declarado, Providência divina.

INOCÊNCIA

Inocência na concepção bíblica significa ausência de conhecimento do pecado.

Período É incerta a sua duração, pois não sabemos quanto tempo o homem viveu nesta
condição. Gênesis 1:26-31 à 3 : 6 – 7

A condição do homem O homem foi criado como coroa e glória de toda a criação. Foi
dotado de personalidade. Isto significa que possuía a tríplice capacidade de :
Pensar Intelecto Inteligência
Sentir Sensibilidade Emoções
Escolher Volição Vontade
Isto significa que o homem era o único ser criado por Deus que tinha condições de
administrar o mundo. Nesta ocasião Deus se apresentava ao homem de duas maneiras :
Pela palavra e pela presença

Propósito divino Esta Dispensação teve como propósito provar a capacidade do


homem em ser fiel a Deus em um clima de perfeição.

Aliança Conhecida como Aliança Edênica : Encher a Terra Gen. 1 : 28, Comer do fruto
da terra Gen. 1 : 29, Guardar o jardim Gen. 2 : 8 e Não comer do fruto do bem e do mal
Gen. 2 : 16
O homem foi dotado da capacidade de poder decidir ou seja poder tomar decisões
(Livre Arbítrio)

A queda do homem Gênesis 3 : 1 - 9 A desobediência está relacionada com o


comportamento pessoal com a Palavra de Deus, vejamos : Dúvida da Palavra de Deus
Gen. 3 : 2-3, Adição à Palavra de Deus Gen. 3:2-3, Contradição da Palavra Gen. 3 : 4,
Falsa interpretação Gen. 3 : 5, Tentação em desobedecer Gen. 3 : 6, Transgressão da
Palavra Gen. 3 : 6. Vejamos ainda os passos que foi dado rumo a queda espiritual : Ver,
Cobiçar, Tomar, Transmitir, Esconder-se e Morrer.
Os resultados da queda
Conhecimento do mal Ao desobedecer o homem adquiriu o conhecimento do efeito do
pecado e por esta razão foi lhe proibido o acesso à árvore da vida.
Perda da comunhão com Deus Havendo desobedecido a palavra de Deus, O homem
sentiu-se envergonhado, e podia mais falar com o criador de face a face.
Separação Até então Adão andava com Deus, passeando no jardim, porém a partir de
agora, o homem andará sozinho a não ser se Cristo o aproximar de Deus.
Morreu espiritualmente O espírito do homem é vivificado pela palavra de Deus.
Coração impuro, Sujeito as enfermidades, Escravo do pecado e etc..

O Juízo divino Sobre a mulher Gen. 3 : 16 Sujeição ao domínio do homem e um


aumento de dores durante o parto.
Sobre o homem Gen. 3 : 17 - 19 Sofrimento para manter-se vivo, Trabalho na lavoura
para poder comer.
Sobre a serpente Gen. 3 : 14 - 15 Condenada a rastejar-se sobre o ventre e a comer o pó
da terra. Haveria guerra perpetua entre ela e o homem

A provisão divina Pode ser chamada de " proto - evangelho " pois Deus prometeu a
semente da mulher, que dela mesma, nasceria aquele que esmagaria a cabeça da
serpente. Como sinal da providência Deus providenciou uma túnica de pele,
sacrificando algum animal, para cobrir-lhe a sua nudez.

CONSCIÊNCIA

Consciência, a voz secreta da alma, que aprova ou reprova os nossos atos.

Período Esta Dispensação abrange um período de 1656 anos, vai desde a queda de
Adão ate o ano 600 da vida de Noé

A condição do homem Separado do Criador estava privado da comunhão que tinha


anteriormente, isolado num mundo desconhecido, sujeito a Satanás e seus ataques
malignos, num mundo agora amaldiçoado que somente produzira se for cultivado,
porém Deus não tirou-lhes o direito de escolher entre o bem e o mal.

Propósito divino O propósito desta Dispensação era provar a capacidade do homem


manter-se fiel a Deus num clima de liberação e segundo a sua própria consciência.

Aliança O sacrifício realizado por Deus no Édem, para cobrir a nudez do homem,
deveria ter continuidade. A maneira correta do Homem se aproximar de Deus era
através da fé sacrificial, assim como fez Abel. Heb. 11 : 4

A queda do Homem A genealogia da época aponta homens mui pecadores, de Caim a


Lameque existe um aumento muito grande e progressivo da desobediência.
Jabal Destacou-se como sendo o primeiro homem a trabalhar na agropecuária. (carne e
leite)
Jubal Foi o inventor dos instrumentos musicais, cujas músicas não foram entoadas para
louvor do Senhor.
Tubal-Caim Era fabricante de artefatos de ferro e cobre.Possivelmente foi o primeiro a
forjas armas. Gen.6:13
Lameque Foi o primeiro polígamo, Gen. 4 : 23-24.
As mulheres Gen. 4 : 19-22 Ada = Adorno, Zilá = Sombra, Naamás = Esbelta. Nomes
para exaltar a feminilidade
Evidentemente, os descendentes de Sete ( Gen. 4 : 26 ) foram sendo absorvidos pela
linha ímpia de Caim. Em Gen. 6 : 2 Descreve como a descendência de Sete foi
corrompida.
O Juízo divino O juízo de Deus manifestou-se através do dilúvio, que caiu sobre a
terra. Gen. 6:3 a 8: 14

A provisão divina Deus orientou a Noé a construir uma arca. O que seria o único meio
de salvação.
Hoje se sabe que as mediadas da arca é exatamente à proporção que usa para
construções dos navios.
Outra provisão foi a providência tomada quanto a preservação dos animais vivos.

GOVERNO HUMANO

Depois do dilúvio deu-se início ao período onde o homem iria governar-se como
sociedade constituída.

Período Gen. 8 : 15 a 11 : 32 Este período durou cerca de 427 anos, desde o dilúvio até
a torre de Babel ou melhor até a dispersão dos povos pela confusão das línguas.

A condição do homem O mundo foi povoado pelos descendentes de Noé, durante 350
anos seus filhos foram ensinados e orientados pelo próprio pai.Ha de ressaltar-se que
Nóe conviveu diretamente com o seu avô, Metusalem, que por sua vez conviveu direto
com Adão.

Propósito divino Provar a capacidade do homem manter-se fiel e servir a Deus num
sistema de consciência coletiva, isto é, como sociedade organizada.

Aliança Gen. 8 : 21 Envolvia 3 aspectos :

Deus não mais amaldiçoaria a terra.


Deus não mais acabaria com o homem como o fez.
A terra seria frutífera.

Como sinal Deus faria aparecer o Arco-íris.


Nesta ocasião foi autorizado o comer carne.

A queda do Homem Deus havia ordenado que o homem devia espalhar-se pelo mundo,
mas Ninrode um líder popular, induziu o povo a construir a torre de Babel. Gen. 10:10-
11, Gen. 11: 4

O Juízo divino Veio na forma de confusão de línguas, forçando os homens a se


espalharem pela terra. Imaginemos tos os moradores desta terra, num só lugar ?
A dispersão dos povos não significou o fim da Dispensação do Governo Humano, esta
durou até a chamada de Abraão.

PROMESSA

Período Esta Dispensação teve seu início com a chamada de Abraão, vai de Gen. 12 : 1
a Ex. 18 : 27, quando Israel saiu do Egito. Durou cerca de 430,
Condição do homem O pecado tornou-se tão forte e agressivo que ameaçava de
extinção a linhagem de Sem, Abraão era descendente de Sem. Exemplo desse
crescimento do pecado vemos no texto descrito sobre Sodoma e Gomorrra. Nesse
ambiente, começaram a adorar os deuses.

Propósito divino Provar a capacidade do homem manter-se fiel a Deus, pertencendo a


uma nação separada exclusiva para Deus.

Aliança Gen. 12 : 2-7, 13:14-16, 15:1-5, 17:4-8 Nestes textos encontramos a aliança
feito com Abraão e está se divide em 3 tópicos principais:
Durante sua vida : Abençoar-te-ei, Far-te-ei uma benção, Abençoarei os que te
abençoares, Amaldiçoareis os que te amaldiçoares, Dar-te-ei a terra de Canaã, Proteger e
Ser o seu Deus. No futuro de Abraão Fazer grande o sue nome, Faze-lo frutífero, Pai de
uma grande nação, Pai de muitas nações, Faze-lo uma benção para as famílias da terra.
Para sua descendência Possuirão a terra de Canaã, Jeová seria o seu Deus, Possuiria
seus inimigos, Através de sua descendência seria abençoada todas as nações da terra.
Obrigações impostas a Abraão Separação de Ur e depois de Harã Gen. 12 : 1-4, Morar
em Canaã Gen. 12:1, Circuncisão Gen. 17 : 9-14, Crer na promessa de um filho Gen.
17:15-17, Sacrifício de Isaque Gen. 22 : 1-2.
Passos de fé de Abraão Separou-se de sua terra, Permaneceu em Canaã, cumpriu com a
circuncisão, Creu no nascimento de Isaque, Creu na ressurreição do filho Isaque.

A queda do Homem Abraão deixou em sua história 3 passos de desobediência. Desceu


ao Egito, tomou Agar por mulher e mentiu à Abimeleque.

Juízo divino Podemos considerar as pragas do Egito.

A provisão divina Podemos considerar o nascimento de Moisés.

LEI

Período A Dispensação da Lei durou de Moisés a Cristo. Isto representa um período de


1430 anos.
João 1 : 17 Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de
Jesus Cristo.

Propósito divino É testar a obediência de Israel à Lei de Moisés e avaliar a capacidade


de Israel tornar se uma nação líder e ser o porta-voz de Deus numa preparação para a
vinda do Messias.
Ex. 19 : 5 Deus quer fazer de Israel uma propriedade peculiar ou seja um povo especial.
Ex. 19 : 6 Fazer de Israel um reino sacerdotal para pudesse interceder pelas outras
nações.
Ex. 19 : 6 Fazer de Israel uma nação santa, ou seja uma nação orientada pelo próprio
Deus.
Ex. 15 : 26 Um povo curado das enfermidades
Para entendermos melhor esta Dispensação deveríamos estudá-la em sete etapas
separadas, como segue :
Época da peregrinação, Época da conquista, Época dos juizes, Época do reino unido,
Época do reino dividido, Época do cativeiro, Época interbíblica.
Aliança Esta aliança chama-se aliança Mosaica Êxodo 19 a 32. E contempla 3 aspecto :

1º Os 10 mandamentos, para atividades gerais , alei moral que expressava a vontade de


Deus.
2º Os estatutos, que regulamentavam as leis cívil que tinha como base a interpretação
dos mandamentos.
3º Cerimonial, alusiva a adoração e culto, são as instruções religiosas.

A queda do Homem A atitude de Israel para com Deus foi de ingratidão:


Israel abandonou a Deus de tal forma que o próprio Deus ameaçou cancelar a aliança e
destruir o povo israelita, porém com a intervenção de Moisés Deus perdoou a Israel.
Vejamos quais os pecados da Nação Israelita :
Adorou um bezerro de ouro. Ex.32, Cobiçou a carne. Nm. 11, Recusou entrar em Canaã.
Nm. 14, Moisés feriu a rocha. Nm. 20:7, Serviram a outros deuses. Juízes, Recusaram a
deus como rei. I Sm.8, E outros tais como : Pecado de Davi, idolatria de salomão,
Jeroboão, Impiedade de Acaz, etç...

O Juízo divino Há várias fases o juízo divino :

Vários períodos de cativeiro, 400 anos sem a voz de Deus, Israel deixou de ser o centro
das atenções de Deus que passou a ser para a igreja. Como nação que rejeitou a Cristo,
Israel foi punido com rejeição de Deus, perda do seu reino. No ano 70 AD ocorreu a
destruição de Jerusalém, onde morreu cerca de 1 milhão e iniciou a dispersão.

A provisão divina A redenção plena e maravilhosa de Cristo no calvário.

GRAÇA

Período O período que compreende esta Dispensação é indeterminado, começa com a


crucificação de Cristo e vai até o arrebatamento da Igreja.

Propósito divino Separar do mundo um povo para obediência e comunhão com Cristo.
Atos 15 : 14, I Pedro 1 : 2
Eleita antes da fundação do mundo. Efésios 1:4 - 5
Inaugurada no Pentecostes. Atos 2
Tríplice tarefa da Igreja :
Consigo mesma é a Comunhão
Com relação a Deus é a Adoração
Com relação ao mundo a evangelização

Aliança Esta aliança tem caráter universal. Lucas 24 ; 47 é considerada um novo


concerto uma nova aliança na pessoa de Jesus Cristo.
Hebreus 8 : 6, Mateus 26 : 28 As promessas são superiores:

Remissão de pecados Heb. 8 : 12


Novo coração Heb. 8 : 10
Concede o Espírito Santo Jo. 14:16-17
A revelação Tem três aspectos:
Os evangelhos revelam a Cristo
O Espírito Santo revela o caminho
A Palavra revela a vontade de Deus

O Juízo divino Vem através da Grande tribulação.

A provisão divina A Segunda vinda de Jesus Cristo para arrebatar a sua Igreja.
A volta gloriosa do Senhor para implantar o milênio.

MILÊNIO

Período Esta Dispensação terá a duração de 1000 anos, vai desde a manifestação em
glória do senhor Jesus cristo até Trono Branco.

Propósito divino Estabelecer o governo divino na terra, restaurar o povo de Israel,


exaltar os santos, Aprisionar satanás e estabelecer a Paz.

Aliança Será o derramamento do Espírito Santo, não podemos confundir com Batismo
com o Espírito Santo.

O Juízo divino Será por meio do fogo que descerá do céu para consumir os que
aderiram a rebelião de satanás.
A forma do governo será o " Teocrático" isto é, o próprio Deus governará o mundo na
pessoa de Jesus Cristo.

Características especiais do Milênio :

Cristo reinará sobre o mundo. Apoc. 11 : 15, Zac. 14 : 9


Satanás será preso por mil anos. Apoc. 20 : 1 - 2
Cristo será reconhecido como Rei dos reis. Apoc. 19 : 16
Será um reinado de paz.
Os armamentos serão destruídos Ezeq. 39 : 9 - 10
Algumas serão transformadas. Isaías 2 : 4, Miq. 4 : 3 - 4
Jerusalém será a capital do reino. Isaías 2 : 2 - 3
Haverá o julgamento das nações. Mat. 25 : 31 - 32
Conf. o tratamento que deram a Israel. Joel 3 : 2
O grande enterro dos mortos. Ezeq. 39 : 11 - 15
Os homens serão poucos no início. Isaías 13 : 12
A maldição da terra será tirada. Isaías 29 : 17
O mar morto terá vida. Ezeq. 36 : 29 - 30, 47 : 9 - 10
Não haverá doenças. Isaías 29 : 17 - 19, 35 : 5 - 6
A idade será prolongada. Isaías 65 : 19 - 20
A morte será em pequena escala. Isaías 65 : 20
Todos conhecerão a Cristo. Mat. 24 : 14, Isaías 11 : 9
Haverá salvação no milênio. Isaías 65 : 23 - 24
Não haverá mais crises. Isaías 65 : 21 – 23
BIBLIOLOGIA

Apostila de Dispensações
IBES
Ouro Para te Enriquecer
Myer Pearlman
Manual Bíblico
H.H.Halley
Edições Vida Nova
Conhecendo as Doutrinas da Bíblia
Myer Pearlman
Editora Vida
Espada Cortante
O . S . Boyer
Pequena Enciclopédia Bíblica
O . S . Boyer
Teologia Sistemática
A . B . Langston
Juerp
Examinai as Escrituras V1 e V2
J. Sidlow Baxter
Mundo Cristão
O Novo Comentário da Bíblia
Davidson
Edições Vida Nova
Dicionário Internacional de Teologia
Lothar Coenen
Edições Vida Nova
Plano Divino Através dos Séculos
N. Lawrence Olson
CPAD

A DOUTRINA DA ELEIÇÃO
Calvinismo, arminianismo e o equilíbrio da doutrina batista.

Algumas questões metodológicas

Em primeiro lugar devemos ver a relação entre teologia e doutrina. A teologia é


uma construção racional, lógica, que parte de dois princípios: o princípio arquitetônico,
que é a revelação, a palavra de Deus; e o princípio hermenêutico, instrumental, que
fornece equipamento técnico para a análise do texto escriturístico.
A teologia serve assim, a partir desses dois princípios, um divino e outro
humano, para contextualizar a palavra de Deus e responder aos desafios do tempo
presente, armando e fortalecendo a igreja.
Já a doutrina é fundamento bíblico que norteia nossa fé e ordem. Não tem base
nos arrazoados de grandes teólogos, mas na revelação. Nesse sentido, teologia e
doutrina são diferentes. E nós devemos entender isso.
Em segundo lugar, devemos saber que quando o infinito cruza com o finito
surgem questões impossíveis de serem respondidas a contento a partir de nossa
perspectiva finita. Entre esses podemos citar a encarnação, a kenosis e a ressurreição de
Cristo. Uma outra questão difícil, por implicar nesse cruzamento da infinitude da
soberania de Deus e a liberdade de escolha da imago Dei, é a teologia da eleição.
Nesse sentido, há teologias, como a calvinista, que olham esta questão difícil da
eleição a partir do infinito, de cima, exclusivamente. E há outras teologias, como a
arminiana, que olham esta questão difícil da eleição apenas a partir do finito, de baixo.
Mas há uma outra maneira de olhar a questão da eleição, a partir da humildade
do reconhecimento que estamos diante de um cruzamento do divino com o humano, do
infinito com o finito, daquilo que está em cima com aquilo que está em baixo. E é
exatamente esta perspectiva, humilde, bíblica e, por isso, doutrinária que orienta o
pensamento batista nesta difícil questão.

A teologia da eleição segundo Lutero

A compreensão de Lutero tem por base a sua leitura da Carta de Paulo aos
Romanos, e a partir daí de sua teologia da cruz. Segundo Walther von Loewenich, um
especialista na vida e obra de do reformador alemão, “a teologia da cruz é o princípio de
toda a teologia de Lutero. Ela não pode ser limitada a um período particular de sua
teologia”.1 Nessa teologia, Deus vem até aqui embaixo e a expiação acontece quando
Deus chega até o ser humano, que vive sob a ira da lei. Deus é satisfeito, aplacado,
quando o movimento divino em direção ao humano resulta em fé. Ocorre, então, uma
“alegre troca”: Jesus toma a natureza pecaminosa e entrega ao ser humano sua vida justa
e imortal. E nessa teologia da cruz de Lutero está embutida a primeira compreensão que
a Reforma fez da eleição de Deus.
Para Lutero, conforme expôs no Prefácio a Carta de Paulo aos Romanos, “você
deve seguir o raciocínio desta carta na ordem em que é apresentada. Fixe sua atenção,
primeiro que tudo no Evangelho de Cristo, de maneira que você possa reconhecer seu
pecado e a Sua graça. Então lute contra o pecado, conforme os capítulos de um a oito
tem lhe ensinado a fazer. Finalmente, quando você chegar ao capítulo 8, debaixo da
sombra da cruz e do sofrimento, passe para os capítulos de 9 a 11 que lhe ensinarão
sobre a providência e o conforto que ela é”.
Assim, para Lutero, a eleição era uma garantia, era esperança. Pois, nos
momentos de sofrimento, de cruz e das angústias da morte, é a providência divina,
através da eleição, que nos dá garantia da presença da graça em nossas vidas. É por isso
que ele disse: “Há uma medida adequada, hora e idade para o entendimento de toda
doutrina”.
Dessa maneira, para o reformador, o caminho cristão começa com o ato de ouvir
o Evangelho, com o reconhecimento de nosso pecado, mas também da graça de Deus,
em Cristo, derramado sobre nós. Continua no correr de nossa vida com a luta contra o
pecado e, finalmente, quando debaixo da sombra da cruz e do sofrimento, é a
providência de Deus, manifesta na eternidade, através da eleição, que garante a
esperança e nos dá conforto.

A teologia da eleição segundo Calvino

Calvino partiu dos mesmos textos de Lutero, principalmente da Carta de Paulo


aos Romanos, mas inverteu a maneira de ver de Lutero. Se para Lutero, o ser humano
não tem como discutir e mergulhar na compreensão da soberania de Deus e “teologizar”
sobre ela e, por isso, a eleição deve ser vista como garantia de nossa esperança,
principalmente nos momentos de dificuldades e sofrimentos, para Calvino a base da
vida cristã é a escolha eterna de Deus. Assim, na teologia, não seria fim, mas começo e
centralidade.
Tanto em seu Comentário sobre a Carta aos Romanos, como nas Instituições da
Igreja Cristã, Calvino constrói uma teologia da eleição que tem por base a soberania de
Deus. E olha a eleição sempre do “ponto de vista” de Deus, de cima, descartando uma
leitura a partir da imago Dei e a possibilidade de escolha humana.
Segundo o teólogo batista Timothy George 2, a doutrina da predestinação em
Calvino pode ser definida em três palavras: absoluta, particular e dupla. É absoluta já
que não está condicionada a nenhuma contingência finita, é particular no sentido que
pertence a indivíduos e não a grupos. E, por fim, é dupla: Deus, para o louvor de sua
misericórdia, elegeu uns para a vida eterna, e, para o louvor de sua justiça, outros para a
perdição eterna.
A posição de Calvino, quando relaciona eleição e salvação, pode ser traduzida
no seguinte silogismo: (1) A certeza da salvação depende do decreto eterno de Deus; (2)
aqueles que crêem foram escolhidos por Deus desde a eternidade; (3) se eu creio, logo
serei salvo, porque fui escolhido.
A historiografia dos séculos 16 e 17 mostra que a doutrina da predestinação
absoluta defendida por Calvino enfrentou séria oposição não somente nos meios
teológicos, mas de pastores e crentes. Entre esses opositores podemos citar Erasmus 3, o
movimento anabatista e dois fundadores do pensamento batista na Inglaterra: John
Smyth 4 e Guilherme Dell 5. Mas, historicamente, seu opositor mais conhecido foi
Jacobus Arminius.
Apesar da oposição que a leitura de Calvino produziu no mundo protestante, sua
leitura da eleição, para seus defensores, deve ser entendida como uma garantia nos
momentos de provação e uma confissão à graça de Deus.
A teologia da eleição segundo Arminius

Já a doutrina da predestinação defendida por Jacobus Arminius 6 (1560-1609)


parte de uma perspectiva diferente: o papel da graça diante da depravação humana, a
eleição condicional, a graça resistível, a expiação não limitada -- Cristo morreu por
todos -- e a possibilidade de perda da salvação. Assim, para o arminianismo a eleição é
condicionada pela fé.
Em sua Declaração de Sentimentos, apresentada à igreja holandesa em 30 de
outubro de 1605, ele sintetizou a sua posição em cinco pontos:
1 - Capacidade humana e liberdade de escolha:
Todos os homens embora sejam pecadores, ainda são livres para aceitar ou recusar a
salvação que Deus oferece;
2 - Eleição condicional
Deus elegeu os homens que ele previu que teriam fé em Cristo;
3 - Expiação ilimitada
Cristo morreu por todos os seres humanos, em todas as épocas e lugares;
4 - Graça resistível
Os homens podem resistir à Graça de Deus para não serem salvos;
5 - Decair da Graça
Homens salvos podem perder a salvação caso não perseverem na fé até o fim.
Arminius defendeu uma posição sublapsariana, alertando para o fato de que
Deus não predetermina ninguém para a perdição.
Segundo Arminius, Deus em seu decreto escolheu seu Filho como Salvador para
mediar a favor daqueles pecadores que se arrependem e crêem em Cristo, e para
administrar os meios eficientes e eficazes para a fé de cada um deles. Assim, para ele,
Deus decreta a salvação e a perdição de pessoas em particular com base na onisciência
divina da fé e perseverança de cada indivíduo.
Na verdade, a tensão da discussão entre predestinação absoluta ou predestinação
condicional gira ao redor da compreensão de duas doutrinas: graça e eleição. Tomamos
por base, a partir de Arminius, o arrazoado que o apóstolo Pedro faz em sua segunda
epístola, explicando esta questão. Ele nos mostra que a expiação não tem limites:
“Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada, pelo
contrário, ele é longânime para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que
todos cheguem ao arrependimento”. 2Pe 3.19 e também 1Jo 2.2 e 2Co 5.19.
A graça e a expiação têm eficiência e eficácia ilimitadas, mas há uma chave para
que a função graça e função expiação sejam plenamente exercidas. E essa chave está no
final do versículo acima citado: “que todos cheguem ao arrependimento”.
O sacrifício pleno, eficiente e eficaz de Cristo (graça não limitada) deve ser
somado ao arrependimento, produzindo então a salvação. Ou seja: expiação não
limitada mais arrependimento = salvação. O sacrifício pleno, eficiente e eficaz de Cristo
(graça não limitada) sem o arrependimento produz justiça. Ou seja: expiação não
limitada menos arrependimento = justiça.
A verdade, para Arminius, é que o valor da cruz não é limitado, mas sua
aplicação sim. Para ele, todos estão predestinados à salvação, mas a eleição depende do
arrependimento. Por isso, para Arminius, que Deus decreta a salvação e a condenação
de pessoas em particular com base no conhecimento divino da fé e perseverança de cada
um em particular.
A partir desse pastor holandês, podemos dar uma explicação lógica e plausível
para o texto de 2Pe 2.1: “Assim como no meio do povo surgiram falsos profetas, assim
também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão dissimuladamente
heresias destruidoras, até a ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou,
trazendo sobre si mesmos repentina destruição”.
A teologia de Jacobus Arminius ressalta a liberdade humana. Acreditava no
pecado original, considerava que a vontade do homem natural caído está degenerada,
incapacitada para produzir qualquer bem espiritual. Nesse sentido seu conceito de
liberdade humana diferia da visão de Pelágio.
Jacobus Arminius influenciou profundamente a teologia de John Wesley, o
metodismo e o protestantismo de missões. É interessante notar, também, que o
pensamento de Arminius antecede os padrões de pensamento do Iluminismo.
Em resposta às críticas do arminianismo, a Igreja Reformada da Holanda se
reuniu em concílio, e assim os presbiterianos produziram um documento que ficou
conhecido como:
Os cinco pontos do Calvinismo

O termo Calvinismo é dado ao sistema teológico exposto e defendido por João


Calvino (1509-1564). Seu sistema de interpretação bíblica, no entanto, sofreu uma
releitura ao ser resumido em cinco pontos, conhecidos como "os cinco pontos do
Calvinismo" ou TULIP, em inglês.
De 13 de novembro de 1618 a 9 de maio de 1619 reuniu-se na cidade de Dort, na
Holanda, um concílio presbiteriano para discutir a controvérsia entre arminianos e
calvinistas. Arminius (1560-1609) já tinha morrido e, logicamente, Calvino também
(1509-1564). O concílio analisou cinco questões: predestinação, expiação, fé, graça e
perseverança dos santos. Ao final do Concílio de Dort, os presbiterianos aprovaram os
“cinco pontos do calvinismo”.
TULIP:

1 - Total Depravity (Depravação total)


Todos os seres humanos nascem totalmente depravados, incapazes de se salvar ou de
escolher o bem em questões espirituais;
2 - Unconditional Election (Eleição incondicional)
Deus escolheu dentre todos os seres humanos decaídos um grande número de pecadores
por graça pura, sem levar em conta qualquer mérito, obra ou fé prevista neles;
3 - Limited Atonement (Expiação limitada)
Jesus Cristo morreu na cruz para pagar o preço do resgate somente dos eleitos;
4 - Irresistible Grace - (Graça Irresistível)
A Graça de Deus é irresistível para os eleitos, isto é, o Espírito Santo acaba
convencendo e infundindo a fé salvadora neles;
5 - Perseverance of Saints (Perseverança dos Santos)
Todos os eleitos vão perseverar na fé até o fim e chegar ao céu. Nenhum perderá a
salvação.
Essa leitura do calvinismo é chamada por alguns teólogos batistas de
hipercalvinismo, e se caracteriza pela negação da idéia de que a chamada do Evangelho
se destina àqueles que não são eleitos. É a negação da idéia de que a fé é o dever de
cada um que ouve o Evangelho. Ou seja, é a crença de que Deus planejou o mundo de
tal forma que causas secundárias, ou seja, nossas ações, não são necessárias de modo
algum, pois, se Deus já escolheu quem vai ser salvo, não é necessário pregar o
Evangelho. Esta visão não reflete o calvinismo histórico.
A doutrina batista da eleição

A partir do tudo isso, podemos dizer que existem três tendências no pensamento
teológico em relação à doutrina da eleição, em especial à tensão existente entre a
soberania de Deus e a liberdade de consciência e ação e ao uso pleno da razão por parte
do ser humano:
A tendência chamada minimalista, que olha a questão de cima, a partir da
soberania de Deus, e nega toda a possibilidade da liberdade humana, de consciência
livre e escolha. A tendência chamada maximalista, que olha a questão de baixo, a partir
de nossa humanidade, e não vê limitação à possibilidade do ser humano responder de
forma livre ao chamado de seu Criador.
Mas há uma superação dialética dessa contradição, que defende que o ser
humano pode e deve apoiar sua resposta à eleição e ao chamado de Deus em sua
liberdade de ação e consciência, assim como no uso da razão, embora tal processo deva
ter como ponto de partida a revelação. O pensamento doutrinário batista diz:

“Eleição é a escolha feita por Deus, em Cristo, desde a eternidade, de pessoas


para a vida eterna, não por qualquer mérito, mas segundo a riqueza da sua graça.
Antes da criação do mundo, Deus, no exercício de sua soberania divina e à luz de sua
presciência de todas as coisas, elegeu, chamou, predestinou, justificou e glorificou
aqueles que, no correr dos tempos, aceitariam livremente o dom da salvação. Ainda
que baseada na soberania de Deus, essa eleição está em perfeita consonância com o
livre-arbítrio de cada um e de todos os seres humanos. A salvação do crente é eterna.
Os salvos perseveram em Cristo e estão guardados pelo poder de Deus. Nenhuma força
ou circunstância tem poder para separar o crente do amor de Deus em Cristo Jesus. O
novo nascimento, o perdão, a justificação, a adoção como filhos de Deus, a eleição e o
dom do Espírito Santo asseguram aos salvos a permanência na graça da salvação”.

Vejo que existe uma tensão entre infinito e finito, entre o que está em cima e o
que está embaixo. Mas, vejo que a doutrina da eleição é o resumo, que equilibra a
tensão. Dessa maneira, segundo Sua graça imerecida, Deus opera a salvação em e
através de Cristo, de pessoas eleitas desde a eternidade, chamadas, predestinadas,
justificadas e glorificadas à luz de Sua presciência e de acordo com a opção de escolha
de cada um e de todos. [I Pe 1.2; Rm. 9.22-24; I Ts 1.4; Rm. 8.28-30; Ef.1.3-14].
Entendo que salvação implica em regeneração, que é ato inicial em que Deus faz
nascer de novo o pecador perdido. É obra do Espírito Santo, quando o pecador recebe o
perdão, a justificação, a adoção de filho de Deus, a vida eterna e o dom do Espírito
Santo. Neste ato de regeneração, o novo crente é batizado com o Espírito Santo e é por
ele selado para o dia da redenção final, liberto do castigo eterno de seus pecados.
Há duas condições para o pecador ser regenerado: arrependimento e fé. O
arrependimento implica em mudança radical do homem interior, que significa afastar-se
do pecado e voltar-se para Deus. A fé é a confiança e aceitação de Jesus Cristo como
Salvador e a total entrega da personalidade do pecador a Ele. Nessa experiência de
conversão o ser humano perdido é reconciliado com Deus, que lhe concede perdão,
justiça e paz.
Assim, a partir da consistência do homem enquanto ser, somos levado à
necessidade de uma análise do ser humano para a teologia. Quando descartamos a
reflexão sobre o ser humano a quem Deus fala, temos um discurso meramente
ideológico, distanciado do homem e da mulher verdadeiros e da realidade em que vivem
e transformam. Temos, então, um ser humano-mito, onde os fatos, natural e histórico
transformam-se em alegoria.
O pressuposto fundamental dessa reflexão acerca do ser humano para a teologia
é a tradução de que a compreensão de Deus, através de seu Cristo, leva à compreensão
do ser humano e de sua razão de existir. Não se trata de conhecer o ser humano para
conhecer a Deus, porque o homem não é Deus. Nesse sentido, o estudo acerca do ser
humano parte da revelação. Não utilizamos o conceito do teólogo Tomás de Aquino de
analogia em seus dois sentidos, como se fosse possível ao homem conhecer a Deus a
partir de si próprio, mas as necessidades e anseios do espírito humano apontam para
aquilo que ele perdeu.
Se a revelação é uma conversa entre Deus e o ser humano, em Cristo, é a partir
desse diálogo que temos os elementos fundamentais para conhecer aquilo que Deus
deseja que sejamos. Nesse sentido, por mais decaído que esteja o ser humano, lhe resta,
em Cristo, a liberdade de consciência necessária para aceitar esse diálogo proposto pelo
Criador.
Por isso, considero que a missão do povo de Deus é a evangelização do mundo,
visando a reconciliação do ser humano com Deus. É dever de todo discípulo de Jesus
Cristo e das igrejas proclamarem, pelo exemplo e pelas palavras, a realidade do
evangelho, fazendo novos discípulos de Jesus Cristo em todas as nações. Cabe às igrejas
batizá-los, ensinando-os a observar o que Jesus ordenou. A responsabilidade da
evangelização estende-se até os confins da terra e, por isso, as igrejas devem promover a
obra de missões, pedindo a Deus que envie obreiros para a sua seara.
Notas:

1 Walther von Loewenich, A Teologia da Cruz de Lutero, São Leopoldo,


Sinodal, 1988, pp. 11 e 12.
2 Timothy George, Teologia dos Reformadores, São Paulo, Edições Vida Nova,
1994, p.232.
3 Desidério Erasmus (1486-1536) teólogo e erudito, em 1524 escreveu, em
polêmica com Lutero, Diatribe sobre o Livre Arbítrio. Carl Bangs, Arminius, A Study
in the Dutch Reformation, NY, Abingdon Press, 1971, pp. 90 e 102.
4 John Smyth (1610-1612), primeiro pastor batista na Inglaterra, levantou a
bandeira da “liberdade de consciência absoluta” in Zaqueu Moreira de Oliveira,
Liberdade e Exclusivismo: Ensaios sobre os Batistas Ingleses. Rio de Janeiro:
Horizonal; Recife: STBNB Edições, 1997, p. 83.
5 Pensador batista inglês, “Dell usou cada oportunidade que teve para
defender a liberdade de consciência. Ele considerou o uso de coação uma invenção
humana, algo deletério que não tinha lugar no reino de Cristo”.Zaqueu Moreira de
Oliveira, op. cit., p. 104-106. Dell escreveu Uniformidade Examinada e apoiou a
revoluçãoinglesa (1642-1649), dirigida por Oliver Cromwell.
6 Obras de Jacobus Arminius: Exame do Panfleto de Perkins, Declaração de
Sentimentos, Controvérsias Públicas, Setenta e Nove Controvérsias Particulares in
Carl Bangs, Arminius, A Study in the Dutch Reformation, NY, Abingdon Press, 1971,
pp.206-221; 307-316; e Arminianismo e Jacobus Arminius, in Enciclopédia Histórico-
Teológica, São Paulo, Edições Vida Nova, 1993, pp. 112-114.
7 Júlio Andrade Ferreira (org.), Antologia Teológica, São Paulo, Novo Século,
2003, p. 698.
8 Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira, “Eleição”, in Rumo
e Prumo, terceira edição, Ordem dos Pastores Batistas do Brasil, secção do Estado de
São Paulo, dezembro de 2004, p. 26.
9 “Salvação”, in Rumo e Prumo, terceira edição, Ordem dos Pastores Batistas
do Brasil, secção do Estado de São Paulo, dezembro de 2004, p. 25.
10 “Evangelização e Missões”, in Rumo e Prumo, op. cit., p. 28.

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