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A dimensão ética da psicologia analítica: individuação como "realização

moral"

The ethical dimension of analytical psychology: individuation as "moral


achievement"

Marco Heleno Barreto*

Psicólogo Analista e Professor Adjunto da Faculdade Jesuíta de Filosofia e


Teologia (FAJE) de Belo Horizonte

RESUMO

O artigo expõe a centralidade da dimensão ética inerente à Psicologia Analítica


de Carl Gustav Jung através de uma minuciosa referência a passagens
fundamentais do texto junguiano, frequentemente não percebidas na
importância que têm para uma correta compreensão da natureza
da praxis psicoterapêutica formulada por Jung. O autor sustenta ainda que a
(in)atualidade da clínica junguiana no cenário contemporâneo deve ser
pensada à luz da (in)compatibilidade entre esta dimensão ética específica e as
tendências que organizam hoje o modo humano de ser-no-mundo.

Palavras-chave: Jung; psicologia analítica; individuação; ética.

ABSTRACT

The article exposes the centrality of the ethical dimension in Carl Gustav Jung's
Analytical Psychology, through a careful reference to fundamental moments in
the Jungian text, which are often ignored as to the importance they have to a
correct understanding of the nature of the psychotherapeutic praxis proposed
by Jung. The author also claims that the validity of Jungian clinics nowadays
must be thought in the light of the (in)compatibility between this specific ethical
dimension and the major trends which mold today the human way of being-in-
the-world.

Keywords: Jung; analytical psychology; individuation; ethics.


Quem percorre a diversificada casuística clínica presente na obra de Carl
Gustav Jung depara-se com a história, narrada em três passagens diferentes
(Jung, [1934] 1969 [CW 8], § 685; [1946] 1954 [CW 17], §§ 182-183; [1935b]
1980 [CW 18], §§ 282, 284)1, de um homem de 30 anos, descrito por Jung
como sendo altamente inteligente e intelectualizado, que o procura trazendo
uma monografia acerca de sua neurose compulsiva, que ele próprio elaborara
rigorosamente, uma espécie de autobiografia psicanalítica de alto nível,
testemunhando uma admirável compreensão psicológica a respeito de seu
estado psicopatológico. O homem quer saber o motivo pelo qual, após uma
compreensão tão aprofundada dos mecanismos neuróticos que o
aprisionavam, ele continua neurótico. Jung lê com admiração o excelente e
volumoso manuscrito, considerando-o mesmo apto a publicação, e não vê
falhas na compreensão intelectual ali desenvolvida, também não entendendo o
por quê de a neurose não ter desaparecido. Faz, então, a anamnese do jovem
autor, e vem à tona um fato singular: ele mantinha uma relação amorosa com
uma mulher um pouco mais velha que ele, uma professora que vivia com os
modestos recursos de seu trabalho e que financiava as férias de seu amante
em Saint Moritz e Nice, passando mesmo por privações para sustentar o lazer
daquele com quem sonhava casar - sem ser nem mesmo remotamente
correspondida. Jung afirma então que a falta de consciência moral era a causa
da neurose, e por tal motivo a compreensão intelectual de nada servira em
termos terapêuticos. Comunica sua posição ao jovem, que a considera
chocantemente não-científica, uma vez que a moral nada tem a ver com a
ciência, e retira-se indignado com o que desqualifica como sendo uma postura
moralista de Jung, não sem antes contestar que o assunto já fora discutido com
sua amante, e que ambos não atribuíam importância àquela circunstância.

Refletindo sobre tal caso a partir do ponto de vista terapêutico, Jung afirma que
aquele jovem "era um dos muitos que acreditam que a moral não tem nada a
ver com a neurose, e que pecar intencionalmente não é de forma alguma
pecar, porque o pecado pode ser intelectualmente anulado" (Jung, [1946] 1954
[CW 17], § 182), declarando logo após que acredita "firmemente no poder e
dignidade do intelecto, mas somente se ele não violar os valores do
sentimento" (Jung, [1946] 1954 [CW 17], § 183) 2, e assim considera que "a
atitude moral é um fator real que o psicólogo deve levar em consideração, se
não quiser cometer os mais graves erros" (Jung, [1934] 1969 [CW 8], § 686).
Jung afirma, pensando na condição de possibilidade para que o tratamento
desse jovem tivesse alguma chance de sucesso, que seria necessário começar
enfocando "a base impossível de sua vida" (Jung, [1946] 1954 [CW 17], § 183).

Esta anedota clínica pode parecer isolada e dizer respeito tão-somente a um


aspecto dentre outros na perspectiva psicoterapêutica criada por Jung, por
exemplo ao assim chamado confronto com a sombra, entendida em sentido
restrito3. Mas, se rastrearmos atentamente o texto junguiano, perceberemos
que não é assim. O "fator moral" enraíza-se no centro mesmo da concepção
psicológica e terapêutica de Jung, e não seria exagerado afirmar que ele
constitui na verdade um de seus fundamentos irrenunciáveis. No atual clima
civilizacional, marcado por uma crise ética sem precedentes, que apresenta
suas credenciais sob a forma do relativismo moral dominante, e que molda o
espaço humano de maneira indelével, pensar a atualidade - ou inatualidade -
da clínica junguiana exige que nos detenhamos para refletir sobre a dimensão
ética da psicologia analítica. Cumprimentar

No que diz respeito à perspectiva psicoterapêutica que Jung funda a partir de


sua experiência de "crise criativa", vivida após a ruptura com Freud, a
confirmação do primado do ético pode ser encontrada em
suas Memórias,recolhidas e editadas por Aniela Jaffé (1982). O essencial
daquela experiência fundadora está registrado no capítulo "Confronto com o
Inconsciente", juntamente com reflexões de alcance geral, que especificam os
traços exemplares ou prototípicos daquele confronto, e portanto
da praxis psicoterapêutica a ele referida. A dada altura, Jung comenta:

Mesmo aquele que adquire uma certa compreensão das imagens do


inconsciente, acreditando porém que é suficiente ater-se a tal saber, torna-se
vítima de um erro perigoso. Pois quem não sente a responsabilidade ética que
seus conhecimentos comportam sucumbirá ao princípio de poder. Disso
poderão resultar efeitos destruidores não só para os outros como também para
a própria pessoa que sabe. As imagens do inconsciente impõem ao homem
uma pesada obrigação. Sua incompreensão, assim como a falta de sentido da
responsabilidade ética, privam a existência de sua totalidade e conferem a
muitas vidas individuais um cunho de penosa fragmentação (Jaffé, 1982: 171).

Por outro lado, sabemos que um momento fundamental do confronto com o


inconsciente em Jung consistiu na elaboração estética de suas fantasias e
imagens, registradas no conhecido Livro vermelho, sendo esta uma das
ferramentas privilegiadas do método da imaginação ativa, que ele desenvolve
no calor mesmo do embate com o inconsciente. Porém, assim como acontece
com a compreensão intelectual, também a elaboração estética deve
subordinar-se à dimensão ética, conforme Jung:

A elaboração estética do Livro vermelho foi-me necessária, por maior que


tenha sido a irritação que às vezes me causou; através dela cheguei à
compreensão da responsabilidade ética em relação às imagens. Esta atitude
influenciou a conduta de minha vida de modo decisivo. Compreendi que
nenhuma [linguagem], por mais perfeita que seja, pode substituir a vida. Se
procurar fazê-lo, não somente ela se deteriorará, como também a vida. Para
conseguir a liberação da tirania dos condicionamentos do inconsciente duas
coisas são necessárias: desincumbirmo-nos de nossas responsabilidades
intelectuais e também de nossas responsabilidades éticas (Jaffé, 1982: 167).

Jung alerta para o risco de um certo esteticismo, que ele atribui à influência
sugestiva da anima, sempre dando prioridade à atitude moral:
Se eu tivesse [tomado] as fantasias do inconsciente por manifestações
artísticas, tê-las-ia contemplado com meu olho interior ou deixado que elas se
desenrolassem como um filme. Não seriam mais convincentes do que qualquer
percepção dos sentidos e, por outro lado, não teriam despertado em mim
qualquer vestígio de dever moral (Jaffé, 1982: 166) 4.

Fica evidente, portanto, que o envolvimento moral nas experiências que


constituem o confronto com o inconsciente ocupa o primeiro plano na
concepção terapêutica de Jung, a tal ponto que ele define a cura da neurose
como uma realização moral5. Sempre apontando para a possibilidade de uma
dissociação entre o conhecimento intelectual e o compromisso ético que ele
traz consigo, Jung condiciona inquestionavelmente a cura da neurose à atitude
moral correspondente, vendo nisso o critério de legitimidade da experiência do
inconsciente:

Dado que o homem civilizado possui um grau de dissociabilidade muito


elevado e dele se utiliza continuamente a fim de evitar qualquer possibilidade
de risco, não é garantido que o conhecimento seja acompanhado da ação
correspondente. Pelo contrário, devemos contar com a extrema ineficácia do
conhecimento e insistir por isso numa aplicação significativa do mesmo. O
conhecimento por si mesmo não basta, nem implica alguma força moral.
Nestes casos vemos claramente como a cura da neurose é um problema moral
(Jung, [1954] 1968 [CW 9-i], § 84).

Wolfgang Giegerich (1999), talvez o mais consequente crítico de Jung na


atualidade, sustenta - acertadamente - que o autêntico conhecimento
intelectual é simultânea e indissoluvelmente uma "realização moral", apesar de
não usar esta expressão. A possibilidade de dissociação aventada por Jung,
nessa perspectiva, corresponde a uma forma de defesa, que mantém a
dissociação neurótica e que poderíamos classificar como racionalização, um
simulacro que distorce e deturpa a genuína compreensão intelectual, assim
como o esteticismo também deturparia o genuíno envolvimento estético. De
qualquer modo, persiste a exigência da presença da atitude moral efetiva como
critério de cura. Sem a "função moral", que Jung define como "lealdade a si
mesmo", a posição neurótica não pode ser ultrapassada 6.

Mas, devemos perguntar, o que concretamente significa tudo isso? Seria a


análise, então, uma forma velada ou explícita de aconselhamento moral? A
anedota clínica do homem que explorava a professora apaixonada poderia nos
levar a aceitar essa hipótese - afinal, infere-se que Jung limitou-se a confrontar
o jovem com a imoralidade de sua posição. Mas, por baixo dessa intervenção
clínica, não devemos perder de vista o rápido comentário de Jung a respeito da
"base impossível da vida" daquele homem, verdadeira raiz de sua neurose. Em
que sentido a atitude do jovem assentar-se-ia em uma "base impossível de
vida"?

Certamente, não pelo simples fato de colidir com a moralidade coletiva. Em


uma passagem em que aborda a questão da integração dos conteúdos do
assim chamado "inconsciente pessoal", e que tem um inequívoco caráter
aforístico com respeito à relação com o inconsciente em geral, Jung diz que a
perda de tais conteúdos inconscientes, integrantes da personalidade, produz
na consciência uma inferioridade moral, sinal de que deveríamos nos esforçar
para conscientizá-los, e conclui:

O sentimento de inferioridade moral não provém de uma colisão com a lei


moral geralmente aceita e de certo modo arbitrária, mas de um conflito com o
próprio si-mesmo (Selbst) que, por razões de equilíbrio psíquico, exige que o
déficit seja compensado. Sempre que se manifesta um sentimento de
inferioridade moral, aparece a necessidade de assimilar uma parte inconsciente
e também a possibilidade de fazê-lo. Afinal, são as qualidades morais de um
ser humano que o obrigam a assimilar seu si-mesmo inconsciente, mantendo-
se consciente, quer pelo reconhecimento da necessidade de fazê-lo, quer
indiretamente, através de uma penosa neurose. Quem progredir no caminho da
realização do si-mesmo inconsciente trará inevitavelmente à consciência
conteúdos do inconsciente pessoal, ampliando o âmbito de sua personalidade.
Poderia acrescentar que esta "ampliação" se refere, em primeiro lugar, à
consciência moral, ao autoconhecimento, pois os conteúdos do inconsciente
liberados e conscientizados pela análise são em geral desagradáveis e por isso
mesmo foram reprimidos (Jung, [1935a] 1966 [CW 7], § 218).

Tomando esta posição em seu alcance ampliado, extensivo via de regra a toda
situação envolvendo a tomada de consciência de quaisquer fatores
inconscientes, como fica claro pelas observações de Jung
nas Memórias,podemos referendar com segurança a afirmação de que
"consciência moral e autoconhecimento estão no fundamento de tudo aquilo
que se manifestará na análise" (Pieri, 2002: 463). Lembrando que para Jung o
autoconhecimento "nada tem a ver com o conhecimento subjetivo que o ego
tem de si", e que é "um estudo difícil e moralmente exigente" (Jung, [1951]
1968 [CW 9-ii], § 251)7, podemos então perceber como a primazia do "fator
moral" segundo Jung está indissoluvelmente vinculada às duas noções básicas
em torno das quais se organiza o campo psicoterapêutico na psicologia
analítica: as noções mutuamente remitentes de individuação e de Si
mesmo. Se definirmos a individuação como a realização do Si mesmo, em
suas múltiplas instâncias - o que implica entendermos o Si mesmo no sentido
lato, como a totalidade da psique -, então é perante tal realização que se impõe
o "dever moral" a que Jung se refere, e é por isso que ela é uma realização
moral.

Portanto, para além do âmbito circunscrito da cura de neuroses, é o próprio


processo de individuação que se afigura como uma realização moral na
perspectiva de Jung. Por isso, a razão mais profunda da neurose compulsiva
da anedota clínica que destacamos estaria na incompatibilidade entre a atitude
do sujeito e o impulso de individuação; assim, o tal jovem mantinha-se
neuroticamente numa posição infantil irrealista, já não mais condizente com a
sua realidade, que lhe impunha a responsabilidade adulta por sua própria vida.

No caso desse jovem explorador da professora, a "lealdade a si mesmo"


coincide com a "lei moral geralmente aceita e de certo modo arbitrária". Mas
essa situação não constitui uma regra. Pelo contrário: as situações que
revelam a extrema dificuldade e o tormento moral próprio da individuação são
aquelas em que a "voz interior" do Si mesmo entra em colisão com o código
moral coletivo, a "lei moral geralmente aceita", constituindo um
autênticoconflito ético.

Em um texto tardio, fundamental para a temática que estamos abordando,


intitulado "Uma visão psicológica da consciência moral", Jung ([1958] 1970)
estabelece uma distinção entre o código moral, que ele homologa ao superego
freudiano, e a consciência moral ou moralidade como tal, que é homologada ao
Si mesmo8. Ao passo que a consciência moral é um "atributo universal da
psique humana, o mesmo não pode ser sustentado de um código moral" (Jung,
[1958] 1970 [CW 10], § 833), que é portanto particular e, sendo histórico,
inevitavelmente relativo. No espaço aberto por esta distinção, a possibilidade
real do conflito ético é formulada com clareza:

A consciência moral - não importa em que seja baseada - ordena ao


indivíduo obedecer a sua voz interior, mesmo sob o risco de se extraviar.
Podemos recusar obedecer a esta ordem apelando ao código moral e às
visões morais nas quais ele se funda, embora com um sentimento
desconfortável de termos sido desleais (Jung, [1958] 1970 [CW 10], § 841;
grifos nossos).

Jung reiteradamente insiste na primazia da individuação como tarefa


psicológica sobre as convenções de um código moral coletivo: "o código moral
será, em certos casos, irremediavelmente abolido, e a decisão ética dependerá
do indivíduo" (Jaffé, 1982: 285). Mas assevera que a boa solução para tais
conflitos de dever entre a "voz interior" e a comunidade ética a que o indivíduo
pertence supõe suportar o conflito até o fim, e sua natureza "está em acordo
com as fundações mais profundas da personalidade assim como com sua
totalidade; ela abarca consciente e inconsciente e por conseguinte transcende
o ego" (Jung, [1958] 1970 [CW 10], § 856)9.

Porém é preciso insistir sobre o caráter doloroso do conflito ético e a


dificuldade de sua solução: o eu consciente não consegue se eximir do mesmo
de forma definitiva suprimindo um dos termos opostos, quer aderindo ao código
moral vigente, quer adotando uma atitude infantil que consiste em descartar-se
da responsabilidade da decisão entregando-se ao impulso provindo do
inconsciente. Nas Memórias, após afirmar que não devemos sucumbir nem ao
bem, nem ao mal, Jung diz: "Nada pode nos poupar do tormento da decisão
ética" (Jaffé, 1982: 285)10. A sua perene insistência sobre a importância
psicológica do problema do mal deveria nos alertar para isso. O impacto sobre
a individuação que, como Jung insiste, se dá sempre no mundo é evidente:

Não é preciso muita imaginação para ver o que esse envolvimento nos
caminhos do mundo significa no sentido moral. Só uma pessoa infantil pode
pretender que o mal não está em ação por toda parte, e quanto mais
inconsciente ela for, mais o diabo a comandará. [...] Somente o
autoconhecimento implacável na escala mais ampla, que vê o bem e o mal em
perspectiva correta e pode pesar os motivos da ação humana, oferece alguma
garantia de que o resultado final não será muito ruim (Jung, [1951] 1968 [CW 9-
ii], § 255; grifos nossos).
Portanto, Jung postula que o autoconhecimento é capaz de ver o bem e o mal
em perspectiva correta. Eis uma afirmação problemática, que necessita ser
temperada pela posição mais cautelosa de Jung - e também majoritariamente
predominante -, como quando ele afirma que "na questão do bem e do mal,
enquanto terapeuta pode-se apenas esperar que se esteja tomando os fatos de
modo correto, embora não se possa nunca estar seguro" (Jung, [1959] 1970
[CW 10], § 866). Não fosse esse índice ineliminável de incerteza, a decisão
ética não ofereceria tormento algum. É justamente pelo fato de a individuação
se dar necessariamente no mundo, reino da contingência e da variabilidade,
que a opacidade da situação prática é insuprimível, em maior ou menor grau.

Na vida e na praxis psicoterapêutica, o problema do bem e do mal será


enfrentado empiricamente, o que significa que na "realização moral" não se
pode recorrer a um acervo de normas éticas dadas a priori (nem mesmo
aquelas que se poderia desentranhar em mitos e contos de fadas, tão
estimados pelos junguianos). A singularidade da situação prática tem sempre
precedência sobre a universalidade de normas éticas de conteúdo definido.
Para Jung, não existem normas que
sejam absolutamente ou incondicionalmente válidas:

A formulação de normas éticas não é apenas difícil mas na verdade impossível,


porque dificilmente se pode pensar em uma única regra que não devesse ser
também invertida sob certas condições. Inclusive a simples proposição
"conscientizar é bom" só tem validade limitada, pois não raras vezes nós nos
defrontamos com situações em que a conscientização teria as piores
consequências possíveis. Por isso estabeleci como regra tomar a "velha
ética"11 como obrigatória apenas enquanto não houver evidência de seus
efeitos prejudiciais. Mas se houver ameaça de consequências perigosas,
estaremos diante de um problema de primeira ordem, cuja solução desafia
toda a personalidade, exigindo o máximo de atenção, paciência e tempo. De
acordo com a minha experiência, esta solução é sempre individual e apenas
subjetivamente válida (Jung, [1949] 1980 [CW 18], § 1413; grifos nossos).

Porém, é necessário atentarmos para o fato de que, por baixo dessa


variabilidade, há um critério normativo implicitamente assumido por Jung:
"evitar as piores consequências", os "efeitos prejudiciais". Se o conteúdo
concreto da efetivação dessa norma, vinculado ao julgamento moral
correspondente, é relativo à circunstância, variável, e portanto particular, a
normatividade moral em si mesma é universal:

A relatividade do "bem" e do "mal" não significa de forma alguma que essas


categorias não sejam válidas ou não existam. O julgamento moral existe
sempre e em toda parte, com suas consequências características. [...] São os
conteúdos do julgamento que mudam, submetidos às condições de tempo e de
lugar, e em consequência destes (Jaffé, 1982: 285).

Por esse motivo, é inevitável a adoção de uma "atitude empírica", que leve em
consideração, na conduta psicoterapêutica, o que os gregos antigos
designavam como kairos, ou seja, o complexo de variáveis temporais, locais,
relacionais e finais cambiantes e relativas que constituem a situação concreta
como um todo. Contudo, Jung afirma expressamente que:

[...] adotar uma atitude empírica não significa que eu relativize o bem e o mal
em si. Eu vejo muito claramente: isso é mau, mas o paradoxo é justamente que
para esta pessoa em particular, nesta situação particular, neste estágio de
desenvolvimento particular pode ser bom. Inversamente, o bem no momento
errado, no lugar errado, pode ser a pior coisa possível. Se não fosse assim,
tudo seria tão simples - simples demais (Jung, [1959] 1970 [CW 10], § 866).

Mas, devemos insistir, qual o fundamento que nos permite ajuizar sobre o que
é bom e o que é mau para um indivíduo numa situação particular? Segundo a
lição da ética filosófica, a inteligibilidade da praxis pressupõe a normatividade
imanente do fim pelo qual ela se orienta (Vaz, 2000), o que significa que, em
toda situação particular, a intenção de encontrar a melhor maneira possível de
realização de um determinado fim revela-se como intenção de
alcance universal. Aplicando este axioma ao nosso caso: se os caminhos da
individuação são tortuosos, paradoxais, contingentes, a própria individuação,
categoria que torna inteligível a praxispsicoterapêutica junguiana, ao mesmo
tempo apresenta-se como norma imanente e universal para a mesma.

Se refletirmos sobre os relatos fragmentários de intervenções e atitudes


clínicas de Jung, dispersos em suas obras, correspondência e nos
testemunhos de quem conviveu e trabalhou com ele, veremos com facilidade
que,na praxis psicoterapêutica, ele claramente orientava-se pelo critério da
individuação ou realização do Si mesmo, que representava assim o critério
universal que regia a consideração da relatividade inerente à situação prática. A
incerteza sempre presente na avaliação da direção apontada pelo impulso de
individuação, derivada da fragilidade cognitiva que não permite ao terapeuta
uma segurança absoluta na abordagem dos fenômenos anímicos, não suprime
a postulação de uma objetividade subjetiva do impulso de individuação como
critério normativo.

Tal objetividade, supostamente, manifesta-se em "certas linhas do


desenvolvimento psicológico, de natureza tanto individual como coletiva", sobre
as quais Jung afirma:

Não há conhecimento no mundo que possa provar a "certeza" dessas linhas; o


racionalismo, pelo contrário, pode provar facilmente que elas não são certas.
Seu valor, no entanto, é atestado pelo extremo valor vital dessas linhas. [...] O
traçado vital hermeneuticamente construído é breve, uma vez que a vida não
segue linhas retas, pressentidas num futuro distante. Diz Nietzsche que "toda
verdade é sinuosa". Os traçados de vida, portanto, nunca são princípios ou
ideais válidos para todos, mas pontos de vista e posições de validade efêmera.
A baixa de intensidade vital, a perda sensível da libido, ou ainda uma
impetuosidade excessiva indicam que o traçado foi abandonado e que se inicia,
ou deveria iniciar-se, um novo (Jung, [1916] 1966 [CW 7], § 493-501).

Evidentemente, "desenvolvimento psíquico" remete ao processo de


individuação, e as linhas vitais que o dirigem, com toda a sua "brevidade" e
"sinuosidade", orientam-se para a realização do Si mesmo, fim último visado
pelo impulso de individuação em seus "traçados de vida" 12. Cabe à psicoterapia
tentar "construir hermeneuticamente" esse traçado vital, que justamente só terá
validade individual e subjetiva. É por isso que, em se tratando dessa
"realização moral", "nenhuma teoria pode informar sobre as exigências últimas
da individuação, nem existem à disposição receitas que [possam] ser usadas
rotineiramente" (Jung, [1957] 1980 [CW 18], § 1172).

Estamos agora em condições de responder à pergunta levantada


anteriormente. A análise não é uma forma de aconselhamento moral 13. A sua
dimensão ética significa a exigência de uma forma específica de compromisso
moral por parte do sujeito com o conhecimento que se produz na sua
experiência das imagens do inconsciente 14. Porém esse compromisso já
pressupõe a integridade prévia do "fator moral", por ser definido como
"lealdade a si mesmo". Essa "realização moral" tem como princípio orientador
não o Eu consciente, com seus desejos e temores, mas o Si mesmo. E aqui
cabe lembrar que na experiência junguiana o impulso que comanda a
individuação frequentemente trabalha contra os interesses vitais do indivíduo,
do Eu consciente, expondo-o mesmo a riscos e perigos consideráveis (Jarret,
1988).

Por outro lado, é imperativo observar que o confronto entre Eu e Si mesmo tem
necessariamente como pano de fundo a comunidade ética a que o sujeito
solicitado pelo impulso de individuação pertence. Isso entranha duas
consequências: a primeira é que o abandono - doloroso, para um sujeito ético -
das diretrizes morais comunitárias não significa arbitrariedade ou anomia, mas
sim o encontro de uma lei que Jung afirma ser mais severa do que qualquer
outra lei: a lei que determina os contornos da própria individualidade (Jarret,
1988). A segunda - que nada mais é do que a outra face da primeira - é que a
anuência ao impulso de individuação, representando frequentemente uma
transgressão ou uma ultrapassagem dos valores estabelecidos que regem a
vida de uma comunidade ética 15, impõe ao indivíduo a dolorosa experiência de
sua própria solidão, consequência inevitável da ruptura da inconsciente adesão
ao grupo social. Evidentemente, isso não significa o cancelamento da
socialidade que define essencialmente o ser humano, mas a transformação da
relação intersubjetiva para o indivíduo: acirra-se a necessidade agudamente
sentida de comunicação em profundidade com o outro, e a construção dessa
comunicação aparece como uma exigência constitutiva da própria
individuação16. Jung reiteradamente insiste em que a individuação só pode se
dar no mundo e não leva a um isolamento do sujeito, implicando sempre a
interação intersubjetiva, a comunicação humana profunda. Mas ao mesmo
tempo experimenta-se a insuficiência dessa comunicação para remediar a
solidão mais abissal com que se depara o sujeito na experiência da
individuação: assim abre-se o espaço para a compreensão do sentido humano
profundo da experiência religiosa, enquanto experiência do "totalmente Outro".

Do que foi dito, percebe-se que a individuação, eixo-mestre


da praxis junguiana, pressupõe a disponibilidade para o autossacrifício - o
sacrifício do Eu em face das exigências do Si mesmo, o que implica
também disponibilidade para suportar o sofrimento, pois é preciso lembrar que
o tormento ético a que Jung se refere é constitutivo do "laborioso e muitas
vezes penoso trabalho de educação ética" (Vaz, 2000: 73) que revela a
dimensão fundamental do trabalho analítico/psicoterapêutico. Apresentações
adocicadas e inocentes da psicologia de Jung esquecem-se dessa dimensão
essencial, traindo o seu espírito profundo. Com o triunfo e as promessas da
tecnologia, tornamo-nos cada vez mais intolerantes a qualquer desconforto,
seja material, seja psicológico. Ora, se a terapêutica junguiana apresenta de
partida as exigências da integridade do "fator moral" e da disposição a suportar
o sofrimento (ambas em declínio em nossa civilização, sendo o hedonismo
amoral apenas uma das faces mais comuns e banais com que o niilismo
moderno ocupa o cenário social contemporâneo), então o destino de uma
proposta psicoterapêutica como a formulada por Jung é incerto, e sua
atualidade torna-se extremamente problemática.

O estranhamento com respeito às diretrizes impessoais que moldam o mundo,


já acusado e sentido por Jung, é o preço a ser pago por quem não se inclinar a
uma ou outra forma de aggiornamento de sua visão psicoterapêutica radical e
insistir na "lealdade a si mesmo" como condição para a legítima realização de
sua individualidade conforme a concepção própria da psicologia analítica. A
possibilidade de individuação, de realização do Si-mesmo,de "encontrar a
própria alma", condiciona-se nesse cenário à capacidade de ver no rosto do
outro um enigma, sua absoluta inutilidade no que concerne à realização dos
desejos pessoais e, por conseguinte, à capacidade de suportar o fracasso, a
dor, a solidão e, em boa medida, a falta de lugar. Contra essa possibilidade, o
mundo oferece exatamente as ilimitadas vias de realização dos desejos, do
aparente domínio sobre a própria existência, de instrumentalização da relação
com o outro, para assim evitar o lado atormentado e doloroso da experiência
da individuação. Nesse cenário, insistir na tentativa de individuação, com o
pesado ônus que ela impõe, pode aparecer como nostálgica e rematada
loucura. Mas é justamente a essencial dimensão ética da psicologia analítica
que nos obriga a meditar sobre tal situação, para à luz dela pensar a
(in)atualidade da praxis junguiana.
Jung, entrelinhas: reflexões sobre os fundamentos da teoria junguiana
com base no estudo do tema individuação em Cartas

Jung, between lines: considerations on the foundations of the jungian


theory departing from the study of the theme individuation in Letters

Jung, entre líneas: reflecciones sobre los fundamentos de la teoría


junguiana desde el estudio del tema individuación en Cartas

Paola Vieitas Vergueiro

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Endereço para correspondência

RESUMO

O presente artigo é uma contribuição para o campo da Psicologia Analítica. O


escopo do trabalho é a análise do conceito de individuação de Carl Gustav
Jung. O objetivo do estudo é apontar alguns dos fundamentos científicos de
sua teoria, bem como tecer considerações sobre certas questões conceituais.
Para isso, analisaram-se os trechos associados aos conceitos “individuação” e
“processo de individuação”, ao longo dos três volumes deCartas, de Jung. A
técnica utilizada para efetuar o exame desses volumes foi a de análise de
conteúdo. Identificaram-se, nesses volumes, categorias com base nas quais se
abordaram os conceitos. Os resultados evidenciam aspectos do conceito de
individuação, assim como outros conceitos ainda não esclarecidos. Um
resultado relevante é a coerência dos fundamentos do paradigma junguiano,
encontrado nos volumes analisados

Palavras-chave: Psicologia Analítica, Individuação, Ciência, Paradigma


junguiano.

ABSTRACT
This article is a contribution to the maturity of Analytic Psychological. The article
intended to analyze Carl Gustav Jung’s individuation concept. It was intended to
clarify some of the scientific foundations of his theory, as well as to weave
considerations about some conceptual failures was analyzed fragments
associated to the themes of “individuation” and “individuation process” across
the three volumes of Letters, by Jung. . It was identified, through those volumes,
The results evidence aspects of the individuation concept and other concepts.
Some important result is the coherence of the Jungian paradigm foundations,
which can be found through the analyzed volumes.

Keywords: Analytic Psychology, Individuation, Science, Jungian paradigm.

RESUMEN

Este artículo se propone aclarar algunos de los principios del paradigma


junguiano con el fin de contribuir a la madurez de la ciencia psicológica. Por
medio de la análise de lo concepto de individuación de Carl Gustav Jung se
propone aclarar tanto algunos de los fundamentos científicos de su teoría,
como tejer consideraciones sobre sus fallas conceptuales. Realiza este objetivo
mediante el análisis de trechos asociados al tema “individuación” y “proceso de
individuación” a lo largo de los tres volúmenes de Cartas, de Jung. Identifica en
los mismos categorías, a partir de las quales aborda lo concepto. Los
resultados muestran aspectos del concepto de individuación así como otros
conceptos no esclarecidos todavia. Un resultado relevante es la coherencia de
los fundamentos del paradigma junguiano encontrado en los volúmenes
analizados.

Palabras clave: Psicología Analítica, Individuación, Ciencia, Paradigma


junguiano.

Introdução

A leitura do tema “individuação”, nas Cartas de Jung, promove um efeito


curioso. Se, por um lado, conhecimentos acrescentam-se sobre o tema, por
outro, instalam-se algumas questões. Jung parece-nos contraditório: ao mesmo
tempo em que é dedicado e cuidadoso com muitos aspectos da sua construção
teórica, deixa dúvidas conceituais.

A Psicologia nasce da filosofia no século VII a.C. A Psicologia Científica, por


sua vez, é jovem; nasce no século XIX, com Wundt e experimentos
laboratoriais. Desde então, busca apresentar teorias cada vez mais
consistentes (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2002). O fato de ser uma ciência
jovem é um dos motivos que faz com que a Psicologia tenha diferentes
modelos teóricos para explicar o mesmo fenômeno e poucas definições
consensuais acerca do funcionamento psíquico.

Outro fator que favorece a diversidade de abordagens é que, dada a natureza


de seu objeto de estudo, a Psicologia não possui, como área da ciência, a
possibilidade de visualizar ou mesmo de comprovar diretamente seu
conhecimento da psique. Assim, cada modelo teórico propõe uma forma de
conceber o funcionamento psíquico baseando sua metodologia em
fundamentos ontológicos e epistemológicos que oferecem sustentação às
diferentes metodologias (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2002).

O desconhecimento que as diferentes abordagens possuem umas das outras


pouco favorece a Psicologia em geral, que pode evoluir como ciência mediante
a compreensão e a investigação de limites e possibilidades dos diferentes
modelos. Quanto maior a abertura para tais esclarecimentos e para o debate,
maior o ganho em compreensão dos modelos teóricos psicológicos. Nessa
direção, a Psicologia como área de produção científica depende de produções
críticas de diferentes modelos para ganhar em consistência teórico-prática.
Este artigo, portanto, tem a finalidade de colaborar com a área de produção
científica, buscando aclarar alguns dos fundamentos e aspectos conceituais da
teoria junguiana.

Com esse propósito, tomou-se o estudo do conceito individuação como


primeiro foco deste artigo. Realizou-se uma seleção das cartas de Jung em que
o conceito é abordado e, em seguida, um estudo é feito. Entre as mais de mil
cartas publicadas nos três volumes de Cartas, há 43 que tratam diretamente do
tema individuação ouprocesso de individuação. Procuramos citar todas as 43
para oferecer ao leitor um panorama o mais abrangente possível das idéias de
Jung sobre o assunto.

Segundo Sharp (1991), a individuação é um processo de diferenciação


psicológica que tem como finalidade o desenvolvimento da personalidade
individual. Esse objetivo, todavia, é alcançado por meio de informações
arquetípicas e depende da relação vital existente entre ego e inconsciente.
Para Samuels, Shorter e Plaut (1988), individuação é um processo em que a
pessoa torna-se si mesma, inteira, indivisível e distinta de outras pessoas ou da
psique coletiva. Os autores consideram que individuação é um conceitochave
da teoria de Jung que trata do desenvolvimento da personalidade. Dada a
importância do conceito, dedicaremo-nos a explorar a abordagem de Jung,
nas Cartas, segundo esse aspecto.

A maior parte das cartas que tratam deste conceito aborda, também, questões
epistemológicas bastante polêmicas. Por isso, elegeu-se um segundo foco para
este estudo: a compreensão da essência da postura do autor, de seus
princípios e recortes epistemológicos. Nesse sentido, será tomada
como figura a investigação do tema individuação e, como fundo, a concepção
de ciência de Jung e a forma como ele se propôs a investigar o psiquismo. Por
meio da relação de uma com a outra, visamos evidenciar um quadro mais
completo de compreensão da teoria junguiana.
Os textos de Cartas têm a particularidade, por serem parte de um processo de
comunicação via carta, de deixarem o contexto dos textos nebuloso, pois não é
possível ter contato com todas as cartas enviadas e recebidas. Muitas cartas
são respostas a outras cujo conteúdo é desconhecido pelo leitor. Em razão
disso, somente o conteúdo de algumas delas pode ser entendido. Por sua vez,
a linguagem é mais direta que a dasObras completas, e, por isso, de mais fácil
compreensão.

O fato de este artigo ser baseado em escritos que não fazem parte da obra
principal de Jung não parece fazer grande diferença no que tange ao rigor do
pensamento científico ou à fidelidade aos princípios norteadores de sua obra.
Examinando as cartas de Jung, visa-se acrescentar alguns elementos ao
entendimento de sua concepção sobre o processo de individuação, bem como
de sua orientação científica.

Método

O artigo teve como objetivos realizar uma revisão teórica do tema individuação
nos três volumes de Cartas, de Jung (1999, 2002, 2003) e identificar os
pressupostos científicos do tema por meio da análise. Diferentemente do uso
do método experimental, o método clínico, que embasa a pesquisa qualitativa,
pressupõe que o ser humano seja descrito do ponto de vista histórico-
antropológico, de maneira que possam ser captados aspectos específicos dos
dados do contexto em que eles acontecem. Essa abordagem qualitativa parte
do fundamento de que há uma relação dinâmica entre mundo real e sujeito,
uma interdependência viva entre o sujeito e o objeto, um vínculo indissociável
entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito (TRINCA, 1997;
CHIZZOTTI, 1995; ALVES-MAZZOTTI; GEWANDSZNAJDER, 1999; BARDIN,
2002; SERAPIONI, 2000).

A técnica utilizada para abordar o conceito de individuação foi a Análise de


Conteúdo proposta por Bardin (2002, p. 42). De acordo com a autora, a análise
de conteúdo é um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando
obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo
das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência
de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção ( variáveis
inferidas) dessas mensagens.

Dessa maneira, objetivou-se evidenciar os conteúdos relacionados ao conceito


que o autor abordou, elegendo as categorias de análise com base nos textos
selecionados. Por meio dos trechos que tratam do conceito, discutem-se
categorias temáticas emergentes, tendo sido a análise do conteúdo realizada
com base nas seguintes categorias: individuação e religiosidade, definição de
individuação, a meta da individuação, trabalho necessário para a individuação
e modelos de individuação. Finalmente, são discutidos fundamentos científicos
da teoria por meio das proposições de Penna (2003, 2006).
Discussão de resultados

Das 43 cartas que tratam do tema individuação ou processo de individuação,


uma grande parte é endereçada a pastores e padres de diferentes países ou
trata diretamente do tema da religiosidade. Esse fato é, por si só, um indicador
da forte relação entre os dois temas. Para Jung, a religiosidade é o caminho
para a realização da personalidade total ou do si mesmo. Uma vez que a
realização é também a meta da individuação, a compreensão da relação entre
os dois conceitos reveste-se de especial importância.

Categoria: individuação e religiosidade

O sentido original de religiosidade, para Jung, pode ser esclarecido pela origem
latina da palavra religare. Esta nos remete à capacidade humana de religar,
reconectar dimensões da personalidade que tendem a um natural afastamento,
especialmente na primeira metade da vida. Ou seja, a religiosidade é, para
Jung, a capacidade de religar a dimensão do ego, centro do campo da
consciência, à do si mesmo, totalidade psíquica. Uma vez desenvolvida e
exercida esta religação, o ego pode realizar as demandas do si mesmo, que
visam à individuação. Em suas cartas a pastores e religiosos, esclarece alguns
dos aspectos da relação entre individuação, religião e religiosidade.

Particularmente ao pastor Hans Wegmann de Zurique, Jung (1999, p. 401)


afirma ser a individuação um processo religioso, mas não dependente de uma
Igreja. Acaba por indicar sua independência em relação a qualquer Igreja: “O
processo de individuação é um desenvolvimento no solo nativo do cristianismo.
Mas ele não é uma Igreja, nem será Igreja, muito menos uma anti-Igreja, ainda
que tenha suas raízes na Igreja, na Igreja primitiva e em sua tradição”.

Ao se referir à Igreja primitiva e à sua tradição, Jung remete-se às origens da


Igreja, quando o herege, ao se ligar a ela, sente-se conectado a um solo
materno e a toda a cristandade. Ao longo da carta, dedica-se ao argumento de
que tanto o protestantismo como o catolicismo estão afastados desse sentido
original dado à Igreja primitiva. Sua análise busca demonstrar como o sentido
original da religiosidade está sendo perdido nas igrejas atuais.

Apesar de sua concepção de religiosidade não depender de religião formal,


Jung não nega a importância dessa última, isto é, da ligação a uma Igreja.
Assim, a escolha de qualquer religião depende de cada ser e pode
desempenhar uma função importante no processo de individuação.

Em carta escrita em 11 de junho de 1960, Jung (2003) fica curioso em relação


à seguinte frase do reverendo norte-americano Keneth Gordon Lafleur: “Espero
que o senhor não desanime diante da possibilidade de a religião desempenhar
um papel no processo necessário da individuação da personalidade”. Jung não
entende a razão dessa colocação, uma vez que foi o primeiro a afirmar a
relação entre psicoterapia e religião no que se refere aos aspectos práticos e à
importância da religião no processo de individuação. Foi, também, acusado de
ser ateu, agnóstico, materialista e místico. Precisou de coragem e ânimo para
enfrentar todos esses mal-entendidos. Em resposta ao reverendo, pede para
se explicar melhor.

Categoria: definição de individuação

A definição de individuação aparece em uma carta a Hélène Kiener, de


Estrasburgo. Nela, explica como a psicologia compreende a imagem de Deus e
sua importância. Acaba por definir individuação como, em última análise, um
processo religioso que exige atitude religiosa correspondente: a vontade do eu
de submeter-se ao si mesmo. Em 15 de junho de 1955, escreve (JUNG, 2002,
p. 432):

“Si-mesmo” é algo que podemos verificar psicologicamente. Nós


experimentamos “símbolos do si-mesmo” que não se deixam distinguir dos
“símbolos de Deus”. Não posso provar que o si-mesmo e Deus sejam idênticos,
mesmo que na prática pareçam idênticos. Naturalmente, individuação é em
última análise um processo religioso que exige uma atitude religiosa
correspondente – a vontade do eu de submeter-se à vontade de Deus. Para
não provocar mal-entendidos digo si-mesmo em vez de Deus. Empiricamente
também é mais exato. A psicologia analítica ajuda-nos a conhecer as
potencialidades religiosas [...].

Nesse trecho, Jung afirma que a individuação é o processo que ocorre a partir
da aceitação, por parte do ego, das orientações de uma dimensão da
personalidade que denomina “si-mesmo”, que, por sua vez, traz informações
simbólicas acerca do caminho da realização plena da personalidade.

Fica claro quanto Jung reconhece a importância da religiosidade para a


individuação. Também fica claro o seu rigor científico, pois toma o cuidado de
conceituar o processo por meio da Psicologia. Exemplo disso é o fato de
nomear as expressões psíquicas da totalidade como “símbolos do si-mesmo”,
em vez de utilizar “símbolos de Deus”, embora eles pareçam idênticos na
prática.

Essas afirmativas explicitam o que, para Penna (2003, p. 110), caracteriza um


rigor científico invejável, pois ele “distingue o aspecto metafísico e teológico da
religião de seu papel psicológico”. A autora considera a relação entre psicologia
e religião um dos assuntos mais controversos para um pesquisador de ciências
humanas.

A individuação é um processo psicológico da máxima importância. Ela consiste


no desenvolvimento pessoal e na realização o mais plena possível da
personalidade, representada pelo “si-mesmo”. Jung (2003, p. 124) escreve a
Jaffé, em 1958, frisando a importância desse processo, como se mostra a
seguir: “Parece que a individuação é uma tarefa impiedosamente importante,
em vista da qual tudo o mais vai para segundo plano”. É, também, uma meta
transcendental, em parte consciente e em parte inconsciente. Em parte mística
e numinosa e em parte racional. Essa experiência não pode ser traduzida e
jamais será de todo conhecida. Além disso, essa passa a ser uma das
dificuldades encontradas para a compreensão do pensamento de Jung, já que,
para ele, o enigma é parte da vida. Esse é um dos fundamentos
epistemológicos fundamentais da teoria, para a qual a realidade inconsciente
jamais será conhecida como um todo, pois a consciência é limitada em relação
a ela (PENNA, 2003).

Categoria: a meta da individuação

Ao diferenciar as metas da teologia e da psicologia médica, Jung acaba por


definir a meta desta última. Em carta ao doutor Joseph Rudin de Zurique,
enviada em 30 de abril de 1960, explicita a diferença de metas das duas áreas
de conhecimento e afirma que onde o doutor Rudin aplica Deus, Jung
aplica Anthropos. Jung (2003, p. 251) busca sempre uma ponte entre as duas
disciplinas, que visam à cura animarum:

A diferença de nosso point de départ, de nossos clientes e de suas


experiências espirituais implica uma “diferença exterior” de nossas metas. Sua
orientação teológica se pauta pelos eixos da Igreja enquanto eu me vejo
forçado a seguir as linhas imprevisíveis do caminho da individuação e de seu
simbolismo; isto é, onde o sr. fala Cristo eu devo empregar Anthropos, pois este
possui uma história de mais de 5.000 anos como arquétipo.

Também em relação à meta da individuação, escreve ao pastor Werner


Niederer, em 26 de março de 1951. Na carta, aborda a diferença entre
perfeição e totalidade, apontando essa última como a meta da individuação
(JUNG, 2002, p. 189-190):

O “mérito” psicológico (melhor: significado) de Cristo consiste em ser ele, como

“primogênito”, o protótipo do , do ser humano integral. Conforme


testemunho da história, esta imagem é numinosae, por isso, só pode ser
respondida por outra numinosidade. Ela atinge a imago Dei, o arquétipo do si
mesmo em nós, e assim desperta este último. Torna-se “constelado” e, devido
à sua numinosidade, força a pessoa à totalidade, isto é, à integração do
inconsciente ou à subordinação do eu à vontade integral que, com razão, é

entendida como “vontade de Deus”. No sentido psicológico, a , significa


uma integralidade e não uma perfeição da pessoa. A totalidade não pode ser
consciente, pois abrange também o inconsciente.

Para o Monsieur le Pasteur William Lachat, Jung escreve, em 29 de maio de


1955, sobre o tema. Pode-se observar como, neste texto, enfatiza a união da
luz com as trevas e a presença do erro e do pecado na busca da experiência
de graça (JUNG, 2002, p. 435):

Do ponto de vista psicológico, a vida de Cristo em nós é idêntica à aspiração


do inconsciente à individuação, e isto devido ao fato de a luz de Cristo ser
acompanhada pelas “trevas da alma”, da qual fala S. João da Cruz e que os
agnósticos de Irineu chamavam “umbra Christi”; estas escuridões são idênticas
ao aspecto ctônico do qual já falei. É ele que nos obriga a viver totalmente
nossa vida, uma aventura muitas vezes heróica e trágica. Sem erro e sem
pecado não há nenhuma experiência de graça, isto é, nenhuma união entre
Deus e os homens.

Um dos fundamentos ontológicos e epistemológicos de sua obra está aqui


esclarecido. O desenvolvimento obriga a uma vivência total da vida, que inclui
aspectos trágicos e sombrios. Diante disso, a meta da individuação é a
realização plena de sentido, o que inclui erros. Isso nos remete à união de
opostos, como meta da individuação. Em diversos momentos, Jung (2002,
2003) refere-se à união de luz e sombra, sofrimento e alegria, masculino e
feminino, entre tantos outros.

Categoria: trabalho necessário para a individuação

O primeiro estágio deste processo é o confronto com a sombra. O


reconhecimento do desconhecido em nós mesmos é, muitas vezes, tarefa
desagradável e dolorosa. Isso se dá porque o conteúdo desconhecido é
freqüentemente a expressão do mal em nós. Jung 2002) explicita essa
concepção em carta ao Father Victor White, escrita em 24 de novembro de
1953:

Quando um paciente sai de seu estado de inconsciência defronta-se


imediatamente com sua sombra e deve decidir-se pelo bem, caso contrário
estará perdido. O primeiro passo na tarefa da individuação consiste em
diferenciar entre ele e a sombra. Neste estágio o bem é a meta da individuação
e Cristo representa o si-mesmo.

Reconhecer a sombra significa admitir aspectos desconhecidos e


freqüentemente indesejáveis de nós mesmos. A admissão de tais elementos de
nossa própria personalidade é tarefa nem sempre fácil ou agradável. Trata-se,
contudo, de tarefa imprescindível para o desenvolvimento pessoal, mediante o
qual a personalidade desenvolve-se. A confrontação com a sombra é uma das
tarefas impostas pelo si-mesmo no processo de individuação.

Outro fator que fica claro em suas cartas é o de que o relacionamento concreto
é necessário para a individuação. No entanto, às vezes a distância é
necessária, como afirma, em 20 de setembro de 1928, em carta para Oscar
Shmitz (JUNG, 2003): “Diminuir a distância entre as pessoas é um dos pontos
mais difíceis e mais importantes do processo de individuação. O perigo é
suprimir a distância unilateralmente, causando violação ou ressentimento. Todo
relacionamento tem seu ponto ótimo em distância”.

Por sua vez, a solidão também tem o seu papel. A Robert Rock escreve, em 11
de novembro de 1969, sobre a importância da solidão como forma de encontrar
certo conteúdo necessário ao relacionamento:

St Louis (Mo.)/EUA

Dear Sir, concordo com o Sr. Sem o relacionamento, a individuação é quase


impossível. [...] Se alguém procurar, encontrará certamente o interlocutor
conveniente. É sempre importante ter um conteúdo para trazer para um
relacionamento e, muitas vezes, é na solidão que podemos encontrá-lo.

A compreensão do símbolo é uma das demandas do processo de individuação.


Ela faz a ponte entre as polaridades psíquicas, promovendo a sua união, e traz
à consciência parte do conteúdo desconhecido pelo ego. Dessa maneira, o
ego, centro do campo da consciência, pode manter-se em contato com a
dimensão do si-mesmo.

Quando a imagem de Deus se presentifica, ela remete o sujeito ao seu


processo de individuação. Trata-se da aparição da dimensão arquetípica
mediante o símbolo de Deus. Nesse sentido, o entendimento do símbolo pode
servir ao processo de individuação (JUNG, 2003, p. 61): “No que se refere à
integração das partes da personalidade, é preciso ter em mente que a
personalidade do eu como tal não contém os arquétipos, mas é apenas
influenciada por eles, pois os arquétipos são universais e pertencem a uma
psique coletiva sobre a qual o eu não pode dominar”.

Nesse momento, Jung indica que a imagem de Deus é arquetípica, e não


pertence à dimensão egóica. O arquétipo é uma potência psíquica respaldada
na experiência da humanidade e que serve à sua individuação quando aparece
como símbolo. Certas imagens remetem o sujeito à dimensão coletiva e
arquetípica da psique distinta da pessoal, que pertence ao ego.

Ao Pater Lucas Menz, da Alemanha, Jung reafirma, em 1955, que se tornar “si-
mesmo” é tornar-se inteiro, embora isso não signifique estar livre de opostos.
Ao contrário, conforme explicita em outras cartas (como na enviada ao
professor Karls Schmid, em 25 de fevereiro de 1958), o princípio da
individuação é a conciliação suprema de opostos. Deus é a imagem da
conciliação suprema de opostos. A C. H. Josten, afirma, em carta de 3 de maio
de 1952, a importância do relacionamento do homem com o feminino,
sinalizando, mais uma vez, a importância da integração de polaridades (no
caso, a integração entre o masculino e o feminino).

Em carta a James Kirsh, de 16 de fevereiro de 1954, afirma que não acredita


que os judeus devam aceitar o Deus cristão, pois ao quererem transformar
Javé num Deus moral do bem, separaram-se os opostos que estavam unidos
em Deus. Cabe ao ego humano decidir entre o bem e o mal, e essa
diferenciação moral é imprescindível no caminho da individuação.

À pastora Dorothee Hoch, da Basiléia, escreve, em 3 de julho de 1952, que,


sob todos os aspectos, a vida de Cristo é um protótipo de individuação e por
isso não pode ser imitada. Só podemos viver a nossa própria vida com todas
as suas conseqüências (JUNG, 2002, p. 250):

E nós? Nós imitamos a Cristo e esperamos que ele nos livre de nosso próprio
destino. Nós seguimos como ovelhinhas o pastor, naturalmente para boas
pastagens. Não se fala nada em unir o nosso em cima com o embaixo! Ao
contrário, Cristo e sua cruz nos libertam de nosso conflito, que nós deixamos
simplesmente como está. Nós somos fariseus fiéis à lei e à tradição;
enxotamos a heresia e só pensamos na imitatio Christi, mas não na realidade
que nos foi imposta, na união de opostos em nós; preferimos acreditar que
Cristo já o fez por nós.

O trabalho psicológico para realizar o processo de individuação é um opus


divinum que consiste em uma série de atos simbólicos que aproximam
polaridades. Do ponto de vista psicológico, a vida de Cristo, em nós, é idêntica
à aspiração do inconsciente à individuação. Cristo é um modelo da realização
integral da personalidade, meta da individuação.

Categoria: modelos de individuação

O autor não esclarece se considera a individuação um processo que acontece


em todo o ser humano, de maneira natural, ou se, para que ela ocorra, é
necessário que a consciência e o inconsciente se aproximem. Há a hipótese de
compreender o processo de individuação como de todos, mas indicar que os
conscientes ganham algo.

Em carta ao Mr O, de 1947, por exemplo, Jung sugere a imaginação ativa para


o diálogo entre o consciente e o inconsciente e descreve como pode ser
realizada. Em seguida, comenta a importância desse diálogo para o processo
de individuação (JUNG, 2002, p. 66): “[...] Assim poderá não apenas analisar o
seu inconsciente, mas também dará uma chance ao seu inconsciente de
analisar o senhor. Assim, o senhor criará aos poucos a unidade do consciente e
do inconsciente, sem a qual não haverá individuação alguma” (grifo nosso).

Nesse texto, a individuação aparece como um processo que só ocorrerá se


houver unidade entre a consciência e o inconsciente. Diferentemente disso, o
texto a seguir aborda o processo de individuação como sendo de todos,
permitindo um diferencial àqueles que usam a consciência em seu benefício
(JUNG, 2002, p. 48):

Ao Mr Erlo van Waveren, em Nova Iorque

Poderíamos dizer que o mundo todo, com seu tumulto e miséria, está num
processo de individuação. Mas as pessoas não se dão conta disso, e esta é a
única diferença. Se soubessem disso, não estariam em guerra uns com os
outros, pois quem tem a guerra dentro de si, não tem tempo nem prazer de
lutar com os outros. A individuação não é uma coisa rara ou luxo de poucos;
mas aqueles que sabem que estão nesse processo devem ser considerados
felizes. Eles ganham alguma coisa, caso sejam conscientes o bastante. [...] A
individuação é a vida comum e aquilo de que temos consciência (grifo nosso).

Ou seja, a vinculação do processo à consciência dá a chance da cura pela


individuação. Em carta a Jolande Jacobi (12 de junho de 1945), afirma o
mesmo. A Joaquim Knopp, de Dusseldorf, em 10 de julho de 1946, reafirma
esse ponto, enfatizando que quando se toma consciência do sentido da
doença, ela passa a ter um sentido mais amplo (JUNG, 2002, p. 33):
Não se pode dizer que todo sintoma seja um desafio e que toda cura ocorra no
espaço intermediário entre o psíquico e o físico. Pode-se dizer, apenas, que é
aconselhável abordar toda doença também do ponto de vista psicológico,
porque isto pode ser de suma importância também para o processo de cura.
Quando esses dois aspectos atuam juntos, pode facilmente acontecer que a
cura se dê no espaço intermediário, ou, em outras palavras, que ela consista
numa complexio oppositorum, como o lápis. Neste caso a doença é um estágio
do processo de individuação no sentido mais pleno (grifo do autor).

Nesse mesmo sentido, afirma ao seu primo, Rudolf Jung (em 11 de maio de
1956), que o carcinoma pode ser a expressão de um processo de individuação
que parou em algum lugar essencial, e não consegue vencer o obstáculo.
Nesse caso, a constituição está no fim das suas possibilidades, mas isso não
quer dizer que esses casos sejam acessíveis à psicoterapia (JUNG, 2003, p.
22):

Assim como o carcinoma pode surgir por razões psíquicas, também pode
desaparecer por razões psíquicas. Casos semelhantes foram constatados com
certeza. Isto, porém, não quer dizer que estes casos sejam incondicionalmente
acessíveis à psicoterapia ou que se possa impedir seu surgimento através de
um desenvolvimento psíquico especial.

Também em carta a Kesser, em 1949, a individuação aparece, como, a um só


tempo, fatalidade e realização (JUNG, 2002, p. 136): “A individuação é tanto
fatalidade quanto realização. A psicologia do si-mesmo não é filosofia, mas um
processo empiricamente constatável que, enquanto processo natural, poderia
transcorrer harmoniosamente se não recebesse uma conotação trágica no ser
humano pela colisão com a consciência”.

Isto é, a consciência é importante e favorece a individuação. Em função disso,


toda análise está a caminho da meta longínqua da individuação, mas não a
garante. Nesse sentido, permanece uma dúvida conceitual, pois Jung afirma
tanto que ela é um processo natural, como que só ocorrerá se houver unidade
entre a consciência e o inconsciente. Não obstante, fica claro que a
consciência torna o processo tanto mais difícil como mais vantajoso para o
desenvolvimento.

Ao abordar processos psíquicos, ressalta a importância da vivência de fatos,


incluindo do processo de individuação e da assimilação da sombra. Enfatiza
ser a experiência aquela que dá sentido à vida. Em carta à baronesa Vera Von
Der Heydt, de 1958, isso fica claro (JUNG, 2003, p. 178):

Sua pergunta provém certamente de um ambiente onde soam muitas


palavras. Não se pode esclarecer a verdadeira situação apenas com conceitos,
mas com experiência interior correspondente. Com os conceitos, entra-se num
beco sem saída porque eles não são idéias filosóficas, mas simples nomes das
experiências. Por isso, quando se fala a partir do lado experimental, as coisas
que antes pareciam confusas se tornam de repente claras (grifo nosso).
A experiência interior é essencial para Jung. Sem ela, não há aprendizagem. E,
sem aprendizagem, não há individuação. Ao ressaltar a necessidade da
experiência, esclarece um aspecto epistemológico de sua abordagem. O ato de
conhecer depende da experiência, sem a qual não há construção de
conhecimento pessoal. Em carta de 22 de dezembro de 1958, faz a seguinte
afirmação à baronesa Vera Von Heyt, de Londres (JUNG, 2003, p. 179):
“Também é óbvio que toda introspecção naquilo que chamo de sombra é um
passo no caminho da individuação, sem que se deva chamar isso de processo
de individuação”.

Há uma nota do revisor técnico nesta carta à baronesa Von Heydt. Na nota, ele
entende por “individuação” o desenvolvimento natural do indivíduo, e por
“processo de individuação” o respectivo desenvolvimento, enquanto observado
e estimulado pela consciência. Em seus escritos, usa os dois conceitos como
sinônimos.

Levantou-se a hipótese de que o revisor das publicações de Cartas tenha


buscado normatizar o conceito de individuação, tarefa para a qual Jung não se
dedicou em especial. Parece mais adequado que se permaneça com as
afirmações de Jung, com suas contradições e direções, e que se busque, por
meio dessas, um sentido.

Em sua obra, Jung discute, extensa e detalhadamente, as premissas


epistemológicas da psicologia analítica (PENNA, 2003). Além de suas
preocupações, há, em sua obra, formulações aparentemente contraditórias,
que mantêm questões abertas.

Antecipando, talvez, a necessidade de esclarecimento de suas palavras, na


carta de 1958 à baronesa, faz a seguinte afirmação (JUNG, 2003): “Dessas
discussões se vê o que me espera depois que me tornei póstumo. Então, tudo
o que foi fogo e vento será espírito e reduzido a preparados sem vida. Os
deuses serão enterrados em ouro e mármore, e os simples mortais como eu
em papel”.

Seu receio de ser transformado em preparados sem vida e de ser enterrado em


papel revela o imenso perigo que vê para o futuro de sua obra. Reconhece, em
sua teoria, aspectos vitais passíveis de serem perdidos por estarem escritos.
Com isso, sinaliza que a vitalidade da obra independe da maneira como foi
registrada.

A dúvida essencial que permanece refere-se à função da consciência no


processo de individuação. É curioso observar como a concepção de
individuação (processo que pode ser iluminado pela consciência e, ao mesmo
tempo, desenrolar-se naturalmente) retoma o paradoxo
consciência versus inconsciente como fundamento da teoria. Jung, portanto,
levanta a questão da função da consciência no desenvolvimento humano.
Análise dos fundamentos científicos do conceito de individuação

Tem-se como meta, neste momento, sinalizar, mesmo que de maneira breve,
alguns aspectos dos fundamentos científicos da obra de Jung, mediante a
análise de seus escritos sobre o conceito individuação, reunidos nos três
volumes de Cartas. Procura-se, com isso, esclarecer alguns dos princípios do
paradigma junguiano e demonstrar sua coerência com o modelo de ciência
pós-moderno.

Não se pretendeu, com este estudo, esgotar o debate sobre os fundamentos


científicos da obra de Jung. Buscou-se apenas sinalizar sua aproximação a um
paradigma contemporâneo de ciência, que envolve dada complexidade e
atualidade das quais vale a pena se aproximar.

Vasconcelos (2007) sugere que o paradigma da complexidade de Edgard Morin


pode favorecer as construções científicas do mundo atual, à medida que
contempla uma visão de mundo e de homem compatível com os fenômenos
contemporâneos. A abordagem de Jung apresenta forte coerência com esse
paradigma, tendo anunciado, desde o início, fundamentos divergentes dos da
ciência da época. Dados os limites deste artigo, não se deterá à descrição de
complexidade de Edgard Morin, mas se irão sugerir as perguntas iniciais de
Vasconcelos (2007, p. 23) que podem nos aproximar do paradigma junguiano:

Como vemos o mundo em que vivemos? Em que medida somos originais ou


apenas reprodutores de uma percepção pré-fabricada e padronizada dos
diversos fenômenos e elementos do ambiente que nos cerca, induzida pela
cultura hegemônica, por uma forma rotinizada de vivenciar o mundo, e por uma
subjetividade pessoal medrosa, defensiva, que teme a variação, o novo, a
ventura interior e a ousadia de transformar a história?

Sugere-se a leitura de Jung com esse olhar. Talvez seja possível identificar, em
alguns conceitos junguianos, uma visão de mundo inovadora e incompatível
com a ciência convencional. Segundo Penna (2003, p. 40) as principais
características do pós-modernismo são: “pluralidade, imprecisão,
paradoxalidade, incerteza, relatividade com ênfase na polivalência do
significado e a integração da individualidade na coletividade”.

A autora (PENNA, 2003) cita vários autores, como Boaventura Santos, Tarnas,
Roland Omnés, Dora Fried Schnitman e Christopher Hauke, dentre outros que
têm se dedicado à análise da crise epistemológica no panorama científico
atual. Diversos fatores vêm interferindo para inserir, na ciência contemporânea,
essas noções de mundo e de homem. A partir da segunda metade do século
XX, surgem importantes movimentos que abalam os principais pilares daquele
paradigma que buscava a objetividade, a observação, a exclusividade do
pensamento dedutivo e a ênfase na quantificação. Ainda coloca:

Os horizontes da cientificidade parecem estar se ampliando em relação aos


limites estritos propostos pela filosofia iluminista e pelo rigor científico do
positivismo lógico. Estes têm se mostrado não somente insuficientes e
insatisfatórios, mas, sobretudo, impeditivos para o desenvolvimento do
conhecimento (PENNA, 2003, p. 40).

A abordagem de Jung antecipa, já na segunda metade do século XX, algumas


formulações epistemológicas e metodológicas contemporâneas. Uma vez que
o objeto de estudo da psicologia do inconsciente é distinto do das ciências
naturais e exatas, há particularidades ontológicas, epistemológicas e
metodológicas.

Penna (2003) analisa a obra de Jung à luz do conceito atual de paradigma


científico, no qual as perspectivas ontológica, epistemológica e metodológica
articulam-se de modo que formem um todo. Define-se, assim, pela perspectiva
simbólico-arquetípica que norteia o tratamento metodológico dispensado ao
material psicológico. Nas palavras de Penna (2003, p. 214), a perspectiva
simbólico-arquetípica pode ser comparada ao olhar da águia, que é ao mesmo
tempo abrangente para contemplar panoramas amplos, e focalizada para se
concentrar e ver com nitidez o que é essencial e importante. A denominação
simbólico-arquetípica sintetiza e abarca diversas características do método
junguiano analisadas neste estudo e expressa sua essência e amplitude.

Uma vez que as perspectivas ontológica, epistemológica e metodológica


articulam-se na composição do conceito atual de paradigma, esses três
aspectos são contemplados na presente análise do paradigma junguiano, com
base na autora e na obra supra citada.

Perspectiva ontológica

A perspectiva ontológica refere-se ao ser em geral, e o termo ontologia refere-


se ao estudo do ser. A perspectiva ontológica de um paradigma levanta
questões básicas sobre a natureza da realidade.

A Psicologia de Jung compreende o mundo e o ser humano como unidades


indissolúveis. A conseqüência dessa visão está na compreensão de que cada
aspecto relacionase ao todo, tanto em termos de ontogênese, como em
termos de filogênese. Cada aspecto da existência está, portanto, ligado a
outros extratos.

Observa-se, nas citações, a concepção de que a realidade é primariamente


inconsciente e depende da consciência para constatá-la, averiguá-la e fazer
uso dela para o seu desenvolvimento. Esse princípio ontológico fundamental é
bastante importante, pois é dele que surgem outros dois princípios
fundamentais: 1. o inconsciente dá origem à consciência, e, portanto, é ele que
está mais próximo da origem e da fonte de informações; 2. a consciência, que
aparece em um estágio posterior do desenvolvimento, exerce um papel
fundamental, pois, sem ela, não há discriminações e evolução na construção
de conhecimento.

Desse modo, fica claro o modo como se dá o trabalho na teoria: ambas as


dimensões, a consciente e a inconsciente, são importantes para a individuação.
É importante considerar que toda informação original, uma vez traduzida pela
consciência, perde sua integridade. O trabalho psicológico sofre dessa
limitação. Em função disso, há um cuidado especial de Jung em diferenciar as
dimensões da realidade: consciente e inconsciente.

É de extrema importância a discriminação feita por Jung dos critérios adotados


pela ciência da época para validar a investigação científica. Grande parte da
ciência da época e da ciência de hoje, de acordo com o que afirma Zoja (2005),
não se propõe à investigação subjetiva, realizada por Jung. Nesse sentido,
observa-se que, na perspectiva de Jung, subjetividade é um dos aspectos da
realidade.

Outro aspecto abordado na citação de Jung é o de que a ciência da época não


se ocupava dos indivíduos em sua singularidade. Dedicava-se, na verdade, à
abordagem quantitativa que buscava uma média nas ocorrências. Tal aspecto
também nos remete ao aspecto ontológico da perspectiva, demonstrando o
contraponto existente entre uma visão de mundo calcada na singularidade de
cada ser humano e na singularidade dos fenômenos observados e uma
abordagem calcada na visão global, que busca uma média. Nesse sentido,
observa-se uma enorme diferença entre a teoria de Jung e a ciência do seu
tempo, mas uma aproximação dela em relação aos paradigmas atuais.

Perspectiva epistemológica

Entende-se epistemologia como o estudo dos fundamentos, da origem, da


natureza, do valor e do limite dos conhecimentos dentro de um modelo
científico filosófico. Ela busca diferenciar a realidade em si da sua percepção.

Para Jung, a realidade em si não é diretamente acessível ao homem. Em


função disso, em psicologia analítica não se falou, por exemplo, de Deus, mas
da imagem de Deus. Por outro lado, as percepções de imagens, sentimentos e
pensamentos são a maneira pela qual temos acesso ao mundo interior. Em
função disso, Jung enfatiza a importância de se lidar com fatos e experiências.
Sua metodologia de trabalho é, portanto, baseada na observação e na
comprovação, guardadas as limitações de uma ciência que tem como foco de
investigação a psique, já que se parte do princípio de que não acessamos o
inconsciente diretamente.

Aqui, se observa um dado epistemológico da teoria que tem implicação direta


na metodologia.

Um exemplo do rigor de Jung (2003, p. 60) ao abordar fatos da perspectiva


psicológica é a carta que escreve, em 1957, a uma destinatária suíça não
identificada:

Muito obrigada pela carta cujo conteúdo me interessou bastante. Impressionou-


me, sobretudo, o fato de, na discussão entre a senhora e a senhora X, sempre
se falar de “Deus”, do que ele faz ou que ele é. Sinto falta aqui de um
reconhecimento explícito do limiar epistemológico. Não podemos falar de
“Deus”, mas apenas de uma imagem de Deus que nos apresenta ou que nós
fazemos.

Esse esclarecimento torna clara a postura de Jung. Ele aborda o universo


psíquico do ser humano com base naquilo que se apresenta a ele. Pauta-se
nas expressões do mundo interno, das imagens e de relatos de experiências.

Ao dr. Joseph Goldbrunner Stockdorf bei Munchen, Jung afirma, em carta de


14 de maio de 1950, que é obrigação moral não se fazerem afirmações sobre o
que não se pode ver nem comprovar. Fazê-lo seria uma transgressão
epistemológica. Em função disso, não há, em seus trabalhos, afirmações
metafísicas nem negações das afirmações metafísicas. Na individuação, o
sujeito expõe-se a forças desconhecidas. Não afirma nem nega o metafísico
por se pautar numa ciência empírica. Em função disso, afirma sua postura
epistemológica (JUNG, 2003, p. 61):

[...] Isto são naturalmente problemas que permanecem indiscutíveis se


abstrairmos da epistemologia. Eles nos tornam acessíveis só quando nos
lembramos constantemente da crítica epistemológica, isto é, quando se
esquece que a realidade absoluta só é imaginável psicologicamente. E, assim,
a psique, ou melhor, a consciência introduz na imagem as condições do
conhecimento, isto é, a distinção de particularidades que não estão separadas
no mundo em si mesmo.

A afirmação “a consciência introduz na imagem” deixa bem claro um aspecto


do enfoquede Jung: o conhecimento construído com base na imagem é distinto
do original. O que a imagem comunica é total, diz respeito ao mundo em si
mesmo. A consciência permite a discriminação de aspectos da realidade e a
construção de certo conhecimento, que nunca será igual ao original. Ao mesmo
tempo em que a análise (entendida como distinção de particularidades e
estabelecimento de relação entre elas) permite uma ampliação da
compreensão, ela também nos afasta do mundo em si.

Em carta à pastora Dorothee Hoch, de 28 de maio de 1952, Jung (2002, p.


240) deixa isso claro:

Considero uma desgraça que a maioria dos teólogos acreditem que tenham
realmente mencionado Deus quando dizem a palavra “Deus”. [...] Diante
dessas circunstâncias um tanto dolorosas, o empírico, em detrimento de suas
convicções religiosas, não tem outra escolha senão lidar com idéias de Deus,
sem abordar a questão metafísica. Ele não toma decisões com base na fé.

Sendo empírico, o cientista não toma decisões com base na fé. As palavras do
cientista reconhecem sua limitação ao descreverem aquilo com que entraram
em contato e a forma como este se deu, em vez de considerarem comunicar
sobre a realidade em si. Sabem que nos remetem a uma realidade intangível,
que é intermediada pela consciência humana. Essa mesma noção apresenta-
se na carta enviada ao dr. Ph.D. Med Albert Jung em 21 de dezembro de 1960
(JUNG, 2000, p. 312): “O processo de individuação, isto é, tornar-se totalidade,
inclui por definição o todo do fenômeno humano e o todo do enigma da
natureza, cuja divisão em aspectos físicos e espirituais é mera discriminação
que serve aos elevados interesses do conhecimento humano” (grifo nosso).

Nela, Jung parte da premissa de que a natureza pura é integrada. A


consciência discrimina aspectos da realidade para poder examinar suas partes.
O exame da ciência dominante, por sua vez, busca a média, trabalha
estatisticamente os dados, adotando uma análise quantitativa. Contudo, não é
essa a atitude de Jung. Ao professor Henry Murray, de Boston, escreve sobre
isso em agosto de 1956 (JUNG, 2003, p. 43-44):

A ciência só se ocupa com a idéia média de um carvalho, de um cavalo, ou de


uma pessoa, mas não com sua singularidade. Além disso, é quase impossível
descrever um ser humano individualizado, uma vez que não temos pontos de
referência fora da esfera humana. Por isso, não sabemos o que é o ser
humano. Do ponto de vista da ciência, o indivíduo é desprezível ou mera
curiosidade. Mas do ponto de vista subjetivo, isto é, do ponto de vista do
próprio indivíduo, ele é o mais importante, pois é o portador da vida, e seu
desenvolvimento e aperfeiçoamento são de suprema importância. [...] Todos os
critérios da individuação são necessariamente subjetivos e estão fora dos
propósitos da ciência(grifo nosso).

Aqui, fica claro que Jung não se dispõe a descrever uma pessoa
individualizada porque, do ponto de vista geral, ela não existe. O que existe são
pessoas, particulares e diferentes entre si, fato que, para a ciência de seu
tempo, não tem valor nenhum.

Perspectiva metodológica

O método de investigação e análise da psique de Carl Gustav Jung é revelador


do paradigma que o sustenta. Para compreender esse paradigma, são válidos
alguns esforços de aproximação à sua trajetória de construção de
conhecimentos com base no que propõe Penna (2003). Ela afirma que as
investigações de Jung, desde o seu início, direcionam-se ao método
construtivo sintético e evoluem a partir de suas observações empíricas, clínicas
e culturais. Propõe uma compreensão de seu desenvolvimento por meio das
seguintes etapas, aqui descritas sinteticamente.

1. Fraternidade Zofingia – 1896-1900. Nesse período, ainda muito jovem (entre


21 e 24 anos), Jung já propunha, nas palestras do seu grupo Zofingia, críticas
veementes ao materialismo da época. Sua erudição é patente nas
conferências, o que demonstra, desde já, a capacidade de fazer articulações
entre diversas áreas do conhecimento.

2. Burgholzli – 1900-1909. Nesse período, Jung estudou e utilizou o método


experimental, prevalente em seu tempo, concluindo, por fim, a sua
inadequação para a psicologia do inconsciente. Por meio do teste de
associação de Wundt, chega à concepção de complexos de tonalidade afetiva
de origem inconsciente.
3. Freud e a psicanálise (1906-1912) – Trata-se de um método interpretativo e
associativo. Período de consolidação e investigação do inconsciente na
psicologia profunda.

4. Divergências com a psicanálise (1909-1913). Jung firma as seguintes


noções básicas de Psicologia Analítica nesse período: a ontogênese repete a
filogênese, a simultaneidade de causa e finalidade nas ocorrências simbólicas
e a libido não exclusivamente sexual. Amplia suas pesquisas do material
mitológico. Rompe com Freud após sete anos de amizade e cooperação
profissional.

5. Psicologia Analítica (1914-1928). Nesse período extremamente produtivo,


Jung estabelece as bases fundamentais de seu modelo psicológico. A
abordagem simbólica do material psíquico abarca tanto a leitura causal como a
final. Afirma, também, as bases ontológicas da teoria da totalidade que abrange
mundo subjacente, manifesto e principais conceitos; e formula seu método de
investigação da psique, sintético, hermenêutico e construtivo.

6. Revisão, ampliação e consolidação do método (1930-1949). Nesse período,


Jung realiza uma ampla revisão de textos anteriores e reformula alguns
conceitos, como os de complexo, inconsciente coletivo e arquétipo. Retoma a
natureza e a dinâmica da psique. As pesquisas sobre arquétipos são
intensificadas por conta dos estudos sobre alquimia e religião ocidental e
oriental. A relação entre psicologia e cultura é abordada mediante a arte,
eventos históricos relevantes e outros campos da ciência. O termo
“amplificação” é cunhado em 1930, e remete ao embasamento de suas
postulações conceituais no campo da cultura.

7. A síntese final (1950-1961). Nesse período, Jung reformula alguns de seus


estudos pela última vez, lapida conceitos. A sincronicidade amplia e conclui o
método junguiano. De maneira mais sintética, pode-se afirmar, com base em
Stein (2006), que os primeiros 30 anos da sua vida profissional foram
profundamente criativos e geraram elementos básicos de uma teoria
psicológica. Dedicou-se intensamente à atividade clínica e psiquiátrica. Nesses
anos, destacam-se a observação e a descrição de fatos que, unidos a uma
visão do todo, que lhe era particular, indicavam um modelo de funcionamento
psíquico. Nos 30 anos subseqüentes, de 1930 a 1961, Jung buscou
aprofundamento e validação de hipóteses anteriores. Segundo Stein (2006,
p.14), na segunda metade da vida, “ampliou ainda mais suas teorias para
incluir estudos de história, cultura e religião, e para riar uma ligação essencial
com a física moderna”, aplicando o chamado método hermenêutico e
construtivo.

Algumas cartas que tratam do conceito da individuação demonstram aspectos


de seu método de trabalho. De acordo com ele, não há postulações que partam
das idéias, contudo, por meio de suas observações clínicas, tem condição de
lançar hipóteses sobre o funcionamento psíquico. Em relação ao seu método
de trabalho, afirmou a dra. Jolande Jacobi, em 1956 (apud Jung, 2003, p. 18),
que a idéia de “totalidade da psique”, que levou Jung mais tarde à concepção
do processo de individuação e aos métodos que o tornam eficaz, foi desde o
início fator determinante de sua visão psicológica.

Jung (1956, p. 18), no entanto, discorda dessa afirmação, esclarecendo suas


bases epistemológicas e metodológicas:

Esta idéia é incorreta. A idéia de totalidade não me levou à concepção do


processo de individuação.O processo de individuação não é uma concepção,
mas designa uma série de fatos observados; e, em segundo lugar, não existe
método algum no mundo que possa tornar eficaz o processo de
individuação. Este é a experiência de um processo natural que pode ser
percebido ou não pela consciência. A “idéia de totalidade” é uma expressão
que usei – e só nos últimos anos – para descrever, por exemplo, o si-
mesmo. Conceitos não têm muita importância para mim, porque não faço
pressuposições filosóficas; por isso nunca parti de uma “idéia de
totalidade” (grifo nosso).

Jung observa e se relaciona com os fatos, e por meio deles elabora uma teoria.
Enfatizando a experiência e o dado empírico, reforça essa idéia em carta de
1950 ao dr. Joseph G oldbrunner (JUNG, 2002, 164-165):

No sentido estrito, a psicologia é a ciência dos conteúdos da consciência. Seu


objeto, portanto, não é metafísico, caso contrário ela seria uma metafísica.
Pode-se acusar a física de não ser uma metafísica? É evidente que todos os
objetos da física sejam fenômenos físicos. Por que seria a psicologia a única
exceção dessa regra? [...] Estou profundamente impressionado com o fato de
as pessoas estarem tão sujeitas ao erro e à ilusão. Acho, portanto, ser
obrigação moral não fazer afirmações sobre aquelas coisas que não podemos
ver nem comprovar, e acho que é uma transgressão epistemológica fazê-lo
assim mesmo. Estas regras valem para a ciência empírica (grifo nosso).

Conclusão

O conceito de individuação de Jung permite, desse modo, evidenciar


pressupostos de sua teoria que caracterizam determinado paradigma científico,
cujo conhecimento pode colaborar na compreensão de sua obra e na
comparação desta com outras abordagens. De acordo com o que foi exposto
ao longo deste estudo, em sua visão, o mundo externo e o interno compõem
uma unidade indissolúvel. Além disso, outras polaridades psíquicas,como o ego
e o self, masculino e feminino, o pessoal e o universal, são interligadas, e cada
aspecto do psiquismo está ligado aos demais. Aspectos paradoxais na teoria
são freqüentes, uma vez que diferentes dimensões da psique coexistem. Como
exemplo, a realidade psíquica, que se origina do inconsciente e passa a ser
consciente com o desenvolvimento. A consciência é fundamental para a
individuação e distingue o homem dos outros animais. No entanto, deve se
manter sempre conectada à fonte original de informações, o inconsciente. À
medida que o inconsciente é, também, coletivo, a atividade do cientista da
psique exige o reconhecimento tanto da particularidade de cada ser como de
sua ligação com o coletivo.

Essas afirmativas são concordantes com Penna (2006), para quem o


paradigma junguiano apresenta uma proposta de construção de conhecimento
afinada com a epistemologia científica pós-moderna em vários aspectos.

A relatividade do conhecimento humano diante da infinitude do inconsciente


coletivo, a busca de interação dos opostos sem anular as diferenças, a
aceitação de paradoxos e contradições inerentes à diversidade e complexidade
da natureza humana são alguns dos aspectos do paradigma junguiano
afinados com as características da ciência pós-moderna.

Acredita-se que a complexidade e a abertura para o desconhecido, dentro da


visão de Jung, devem ter favorecido a existência de algumas lacunas
conceituais. Entretanto, como Jaffé apontou (1995, p. 31), compreende-se que,
diante da importância e da coerência da teoria de Jung, “a ocasional falta de
uniformidade terminológica, de formulação clara ou de precisão não é,
realmente, anulada por isso, mas perde sua importância básica”.

Os fundamentos da abordagem demonstram coerência interna e com o mundo


atual e uma abertura para as mutações permanentes em nossa realidade. A
complexidade a aproxima dos paradigmas contemporâneos, cientes de seus
limites em relação a afirmações absolutas e da interdependência entre os
diversos aspectos da realidade.

Olá Shanti tudo bem?

Olha foi maravilhoso ter feito o Sannyas. Sei que tenho muito para se trabalhar
em cima de tudo que foi dito pelo Prem. Só que sai com uma pequena dúvida.
O meu novo nome a partir do Sannyas é “Veresh Das” (Coragem e
Devoção). Eu tentei baixar alguns conteúdos a fim de ter maiores informações
sobre este dois nomes, mas não achei nada, está correta a grafia, ou não tem
mesmo muitos conteúdos a respeito destes dois nomes, na internet ? Se você
souber ou puder perguntar para o Prem, onde obtenho maiores informações
sobre este meu novo nome, ou se realmente esta correta à grafia, ficarei muito
grato. Outra coisa, eu agradeço a sua forma gentil de me tratar desde a
primeira ligação, quando obtive informações sobre o Sannyas.Eu pensei em te
convidar para almoçar na sexta feira, no intervalo do curso, mas fiquei com
receio rs. Tenho certeza que você é uma pessoa muito agradável e bacana
para trocar idéias e conversar.

Paz Profunda
“Aniquiladores de sonhos” e os que “Terceirizam frustrações”

Cuidado com os famosos “Aniquiladores de sonhos” e os que “Terceirizam


frustrações”, eles podem te colocar no chão. Quando escutar um conselho,
seja criterioso, não que muitas vezes eles não sejam necessários como auxílio.
Só que conforme a pessoa a te ofertar tais conselhos, estes podem estar
escondidos os medos, frustrações dela, e até certa indignação em relação a
você, mesmo que tais atitudes não sejam conscientes. Mas quando
conscientes, as verdadeiras intenções por traz destes conselhos, podem vir
carregados do seguinte conceito: “Se eu que me considero mais esperto não
sou tão livre assim, porque esse coitado pode ser”.
Vivemos em uma sociedade onde está tudo muito limitado, e quando alguém
ousa em sair do script, é taxado de perturbado, alienado ou coisa que o valha.
Mas quando mergulhamos de cabeça na mediocridade deste aglomerado para
sermos aceitos, podemos até de imediato ter a sensação de estarmos
integrados, mas com tempo surge um desconforto, um vazio que com os anos
vão crescendo, porque a nossa alma não está ali, muito pelo contrário, se
encontra presa e é substituída pelas investidas do ego, sempre ávido por ter e
não ser.
Entretanto, ao estarmos numa procura espiritual maior, podemos com o
decorrer do tempo, nos sentirmos felizes e preenchidos de alma, quando nos
relacionamos com outros que estão na mesma via de busca.
Hoje em dia é assim: se é um pouco mais gordinho, ou se não tem o corpinho
estilo anoréxico esta fora, se não exerce mais o menos meia dúzia de
profissões tidas como normais, então você é taxado de sonhador e lunático. O
paradoxal é que atualmente temos uma porção de leis que punem pessoas
preconceituosas, claro é muito justo, mas estas atingem as consequências, e
não as causas. Se por um lado aumentou as chances de punir os indivíduos
preconceituosos, por outro lado, temos de seguir rótulos ou modelos de
comportamento estabelecido pela sociedade, se não somos rejeitados, parece
contraditório não acham?
Por isso os que não embarcam nos conceitos limitantes dos: “Aniquiladores
de sonhos” e os que “Terceirizam frustrações”, são desconsiderados ou até
ridicularizados. Por outro lado, estes buscadores seguem o que as vossas
almas determinam, ou seja, vão atrás dos seus dharmas (caminhos), é
exatamente isso que importa, e tampouco se deixam cair na energia negativa
comum em nosso mundo.
Este deveria ser o ideal dos verdadeiros espiritualistas, ou mesmo daqueles
apenas desejosos por elevar sua consciência, sem incluir algo metafísico,
confesso ainda estar no caminho para encontrar esta paz, que pode ser
simbolizada por que não, como a verdadeira pedra filosofal.

Inconsciente

Inconsciente, só flui através do incomodo consciente


As palavras vindas dele são e não são

Escorrega por caminhos de espinhos


Para um dia com muita sorte desaguar
Em mares um pouco menos revoltos

Seu sonho pode ser livre ou escravizado


Sua lógica, que lógica?

Às vezes insinua aquilo que você deveria considerar


Em outros momentos te joga num desfiladeiro, onde se cai por etapas
Mas quem de nós não vive nesta dicotomia
Melhor será decifrá-lo ou morrerás preso a ignorância

SADISMO E MASAQUISMO

Vou expor algumas ponderações sobre a questão do sadismo e masoquismo,


sem pretensão científica nenhuma, apenas baseado em reflexões minhas.
Vamos a um exemplo: Uma pessoa sádica que supostamente se coloca acima
dos outros e destila todo seu veneno, apenas com a intenção de demolir o
emocional do outro.

Na verdade se observamos no fundo, há um alguém frágil, que necessita deste


jogo, para fazer de conta estar no ápice, enquanto a sua “vitima” se submete
porque se encontra em contradição no tangente aos seus verdadeiros valores.

No fundo nesta relação desencontrada temos duas faces da mesma moeda.


Um se permite achar melhor do que o outro em função de circunstâncias
momentâneas favoráveis, sempre tendo em vista o “ ter e não ser ”.

Por outro lado, o masoquista que se encontra com baixa auto-estima, pensa só
ser possível se ver de modo mais positivo, quando refletido em alguém. Este
pelo menos é sincero, na medida em que realmente se enxerga desprovido de
valor por si só. O sádico também necessita de aprovação externa, entretanto,
consegue disfarçar esta fraqueza.

O sádico embora tenha uma capacidade de dissimulação em relação ao seu


emocional, se expondo como supostamente forte, e por conta da
superficialidade que vivemos, acaba sendo aceito como tal, no fundo sente-se
tão fraco quanto o masoquista, se por acaso perdesse tudo aquilo que o faz
estar neste pedestal de vidro, com certeza cairia numa depressão até pior do
que o masoquista.

E o mais incrível que muitas vezes em função da lei da atração, estas duas
pessoas faces da mesma moeda ( o sádico e o masoquista), se atraem porque
no frigir dos ovos, ambos possuem a mesma baixa auto estima. O que os
separam é o faz de conta.

É comum em todas as relações, sejam pessoais ou profissionais, coletivas, ou


mais reservadas, serem pautadas por este tipo de antagonismo. A competição
desenfreada em que experimentamos nos dias de hoje também nos
impulsionam para vivermos estes opostos ( sadismos x masoquismo).
“ Bonzinho + útil = a trouxa ”.

Muitas pessoas teve ou tiveram o incômodo rótulo de “ bonzinho”. No jargão


popular é o famoso “ trouxa”. Uma coisa é você ser uma pessoa de caráter, isto
é até louvável e esperado por uma sociedade harmoniosa. Outra coisa é o
cidadão estar fraco, subserviente, e bajulador pela insegurança.

Ocorre em diversas circunstâncias da vida do indivíduo, por temor e pela falta


de firmeza em seus próprios valores, acaba por se tornar útil aos outros. É
como se este infeliz andasse de um lugar ao outro, apenas pelo dever de ir e
vir, e não pela consciência deste deslocamento. “ Não sei por que obedeço,
mas é melhor obedecer ”.

Às vezes não há nem sequer nenhum tipo de ameaça, mas ele cumpre um
dever, quiçá, lhe falte coragem para se dirigir a sua moral e nem tanto a dos
outros, como dizia “ Carl Gustav Jung, sobre o processo de individuação,
trecho extraído do livro ( Pensar Jung – Marco Heleno Barreto – Editora Loyola
– Página 92), diz: “ Jung estabelece a distinção entre código moral, que ele
homologa ao superego Freudiano, e a consciência moral ou moralidade como
tal, que é homologada ao Si mesmo”.

Não que se deva ignorar o altruísmo, ao contrário, pois, este só se torna


verdadeiro, quando se tem a consciência e a vontade própria de vivenciá-lo.

Para quem for usufruir do “ bonzinho”, este na maioria da vezes, é um ser útil,
alguém que possa estar a disposição para lhe satisfazer e pronto, sem pensar
se tal atitude será prejudicial ou não a ele. É como se houvesse determinados
papéis a cumprir, e cada um desempenhasse mecanicamente como robô.

Aqui diferentemente do sádico e o masoquista, não se trata de um jogo pré


engendrado, com o intuito de rebaixar ninguém, mas de atitudes de um
subestimar natural, ou seja, “eu mando e ele faz”.

Há uma diferença entre o bom caráter, o altruísta que sabe temperar a


bondade com a busca de seus verdadeiros desejos.

Este ao contrário do bonzinho, não cede o que excede o bom senso, para
agradar vontades ou caprichos alheios, vou dar um exemplo mais claro. Vamos
imaginar a seguinte situação.
O chefe chega e diz a um subordinado: “– fulano tenho aqui um serviço urgente
para você fazer. Aí chega uma outra subordinada deste mesmo chefe e diz: -
Beltrano faça um favor de ir em tal lugar para mim”. Se for o rapaz bom caráter
do exemplo citado acima ele dirá: “- Olha fulana, agora tenho uma tarefa
urgente designada pelo nosso chefe, se der eu irei depois ok”. Já o bonzinho
faria o oposto: “ - a beltrana pode deixar eu vou”.

Claro que por esta atitude temerária do bonzinho poderia prejudicá-lo na


conclusão da tarefa deixada pelo chefe, ele se arriscaria a atrasar um trabalho
importante solicitado pelo patrão, para satisfazer pela fraqueza uma exigência
de alguém, que está na mesma situação hierárquica dele.

Apesar da possibilidade desta outra funcionária fazer qualquer tipo de intriga,


caso haja a recusa em satisfazer a seu pedido, o prejuízo é bem menor do que
a probabilidade de demora ou falta de término de uma tarefa urgente requerida
pelo chefe

Este texto está incompleto vou postá-lo no meu blog, mas terá continuidade.

Homenagem lady sweet Jane Duboc

Sua voz é um Oasis, um bálsamo para nossos ouvidos


Um alento em tempos de pedras brutas e vozes sem emoção
A doçura do seu canto amansa até uma psique caída
Alivia quem diria? A alma de um racional agnóstico
Alegra alguém que veleja em mares revoltos
Onde uma onda te joga aos pés de tuas canções
Para reviver o que sempre continuou a existir
Em nossos corações, sua voz seu talento e sua beleza
Se faz presente nas nossas doces recordações
Ao som de sua voz mágica e terapêutica
Viva sweet lady Jane Duboc

Eu, você e nós

Se eu verdadeiramente te amar
Tem de ser a partir do meu amor próprio
Se não vira sombra onde só deve haver Luz
Se olhar através deste espelho é não se ver

É tocar numa faísca, quando se pode


Tocar um universo inteiro
E nos vermos como metade de um todo
Que já está em nosso self

Você é que bom! Eu também já sou que bênção!


E daí nós podemos ser um todo de tudo
E uma parte deste todo que, além de tudo, é individual também
Nesse imenso inconsciente coletivo amorfo
Cabe antes a consciência de si
Para que possamos primeiro velejar nas encostas
Antes de adentramos em mares mais profundos

Homenagem lady sweet Jane Duboc

Sua voz é um Oasis, um bálsamo para nossos ouvidos


Um alento em tempos de pedras brutas e vozes sem emoção
A doçura do seu canto amansa até uma psique caída
Alivia quem diria? A alma de um racional agnóstico

Alegra alguém que veleja em mares revoltos


Onde uma onda te joga aos pés de tuas canções
Para reviver o que sempre continuou a existir

Em nossos corações, sua voz seu talento e sua beleza


Se faz presente nas nossas doces recordações
Ao som de sua voz mágica e terapêutica
Viva sweet lady Jane Duboc
“ Si mesmo x Os valores externos

Hoje via de regras as pessoas não nos impõem nada. Mas insinuam, nos
persuadem até você deixar o seu sonho, e cair na mesmice de todos.
É claro que em determinados momentos de nossa vida podemos e até
devemos fazer reavaliações de nossa rota.

Só que mesmo a despeito de escutarmos conselhos dos outros e porque não


considerá-lo, sobretudo, em última análise estes devem passar pelo crivo de
nossa avaliação, antes de colocarmos ou não em prática.

Mais uma vez eu retorno aos conceitos do grande psiquiatra e psicólogo Suíço
“ Carl Gustav Jung, para justificar a aceitação de nossos verdadeiros
valores, e o faço através de um trabalho científico publicado pelo revista
“Scielo” através da Psicóloga analítica Paola Vieitas Vergueiro -
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (Psicol. teor.
prat. v.10 n.1 São Paulo jun. 2008), ela diz:

“Nesse trecho, Jung afirma que a individuação é o processo que ocorre a partir
da aceitação, por parte do ego, das orientações de uma dimensão da
personalidade que denomina “si-mesmo”, que, por sua vez, traz
informações simbólicas acerca do caminho da realização plena da
personalidade”

Uma grande questão que me aflige, é saber o quanto em determinadas


circunstâncias estamos inteiros em nossas decisões, e esta plenitude
também leva em consideração o ponto de vista do outro, partindo dos
nossos valores, ou cairmos mesmo que inconscientemente, na vala
banal dos sensos comuns e dos rótulos, violentando nossos verdadeiros
desejos, em troca de uma estabilidade corriqueira, porém relativa, ou em
virtude de uma aceitação social, que invariavelmente poderá ser
hipócrita ou/e restritiva quanto aos nossos valores mais sublimes.

No meu ponto de vista estes conflitos entre considerar o si mesmo e a


influência do outro nas nossas deliberações o que hoje em dia é plenamente
banal, principalmente quando tendemos a sucumbir a pressões externas, se
torna um substrato muito perverso, mas eficiente para o surgimento de várias
doenças psíquicas – emocionais, tais como: (depressão, síndrome do pânico,
toc, entre outras), claro que cominado com outros fatores.
Outra complicação acometida pelo indivíduo ao abrir mão de sua
individualidade, consiste em se tornar pessoas cheias de máscaras a tal ponto
que em casos extremos, o sujeito pode se confundir ao tentar saber qual
destas personas de fato se parece com o que ele realmente é.

Isso quando o indivíduo tem alguma noção, da sua verdadeira identidade


psicológica. E esta falta de conexão com a nossa individualidade, dificulta até
na hora de verificarmos se a aceitação de determinadas máscaras faz ou não
sentido para nosso eu superior.

Este texto terá continuação.


Olha do jeito que a coisa ta feia demais em termos de segurança pública, daqui
a pouco um grupo de indivíduos, vão exigir a volta da ditadura militar neste
país. Será que como diz um trecho da canção “ Podres Poderes” de Caetano
Veloso “vamos precisar sempre de ridículos tiranos“? Por que não se consegue
equilibrar a democracia com ordem pública em nosso pais? Eu sinceramente
desejo viver num pais onde haja o equilíbrio entre democracia e ordem publica,
por enquanto isso é sonho!
Entretanto, os membros do nosso “nobre” congresso ao invés de estarem
reunidos para discutir mudanças das leis do código penal claramente
ultrapassadas, no sentido de endurecê-las para punir exemplarmente estes
animais boçais, bandidos que praticam esses crimes hediondos, e também se
debater a questão da redução da maioridade penal, de modo concreto, assim
como clama a sociedade como um todo, estão mais preocupados em aprovar
uma lei para subjugar as decisões do STF ao congresso nacional. E o nosso
incompetente governador de SP por outro lado, além de pagar mal os policiais,
fica enganando o povo do nosso estado, divulgando estatísticas furadas, que
não reflete a realidade da violência em todo estado de São Paulo. Chega. Fora
com esta gente incompetente e hipócrita !
Elite Opressora

O meu entendimento em função do livro (Faoro, Raimundo. Os donos do


poder: Formação do patronato político brasileiro. 3ªed. Rev. São Paulo: Globo,
2001.), fala sobre a questão da desunião das classes oprimidas, sua falta até
de reconhecimento de suas forças, e o quanto são pacificamente manipuláveis,
pela própria elite,e também pelos meios de comunicação, impondo-lhes mesmo
que de modo dissimulado, quais as informações poderão ser acessadas por
eles ou não.

Por outro lado os membros desta elite, esperam que esta situação não se
altere, muito ao contrario, desejam sim é manter este “status quo”, de forma
perpétua.

E mais, muitos pertencentes a esta elite, se quer consideram os desfavorecidos


como pessoas pensantes e com algum tipo de individualidade os tratam de
forma fria e desprezível. Como será confirmado por um trecho do livro ( O Povo
Brasileiro – Darcy Ribeiro – Companhia das Letras – 1995 – capítulo -
CLASSE, COR E PRECONCEITO página 217):

“A classe dominante bifurcou sua conduta em dois estilos contrapostos. Um,


presidido pela mais viva cordialidade nas relações com seus pares; outro,
remarcado pelo descaso no trato com os que lhe são socialmente inferiores.
Assim é que na mesma pessoa se pode observar a representação de dois
papéis, conforme encarne a etiqueta prescrita do anfitrião hospitaleiro, gentil e
generoso diante de um visitante, ou o papel senhorial, em face de um
subordinado. Ambos vividos com uma espontaneidade que só se explica pela
conformação bipartida da personalidade.”

Ainda a partir da minha compreensão sobre o livro ( O Povo Brasileiro – Darcy


Ribeiro – Companhia das Letras – 1995 – capítulo - CLASSE, COR E
PRECONCEITO): Conceituava que apesar do Brasil ter passado de império
para república as desigualdades permaneceram ianlteradas.

No caso dos escravos que ganharam a liberdade um ano antes da


proclamação da república (1888), quando se viram livres, a fim de gozar de sua
recém libertação se organizavam em terrenos baldios, com o intuito de plantar
para subsistências deles, logo eram expulsos pelos fazendeiros de fazendas
vizinhas a estes terrenos.

Outro tópico importante retirado de meu entendimento do livro acima, dá conta


do lado apenas utilitário que os oprimidos representavam para os membros da
elite, quando por algum motivo, esses desvalidos se tornavam inválidos para o
trabalho, eram substituídos feito peças de máquina.

Normalmente em função do pavor da perda do emprego, o explorado se


submetia e não enfrentava seu algoz. Aqueles mais rebeldes que se
arriscavam nesta empreitada, ou caiam na marginalidade, ou acabavam
retornando para mãos de patrões semelhantes, àqueles deixados por eles.
Esta circunstância, segundo o livro citado acima, ocorria muito nas grandes
fazendas no Brasil rural.

Ainda por conta do meu entendimento do livro mencionado acima, a conjuntura


dos bóias – frias, as domésticas, as prostitutas, além de todo o preconceito que
sofriam, ainda corriam riscos de adquirir doenças em função de suas próprias
atividades, ( a prostituta de adquirir AIDS e os bóias – frias, pelo uso precário
ou não utilização de equipamentos de segurança, para o exercício de suas
atividades), as empregadas domésticas por sua vez, tinham poucos diretos
trabalhistas.

Os bóias – frias ainda se deslocavam para onde estivesse necessidade, e em


virtude do colheita, principalmente o da cana de açúcar.

Outro tópico importante é que desde os primórdios das eleições no Brasil, a


elite negou a eles uma participação mais efetiva nas decisões, seja pela
manipulação dos seus votos, ou como acontece até hoje, se aproveitando da
ignorância e pela falta de informação e instrução, acabam por eleger pessoas
pertencentes ou bajuladores da elite.

E por falar nisso, uma das formas de manterem estes oprimidos neste mesmo
patamar, é os deixarem sem acesso a uma educação qualificada.

Por tudo isto que foi exposto e finalizando este tópico “Elite Opressora”, de
acordo com o pensamento do autor citado acima, se faz urgente haver uma
mobilização dos oprimidos para em conjunto tentarem mudar toda uma
situação histórica de exploração aos oprimidos no Brasil!
A Seleção de Parentesco baseia-se na premissa de que quanto maior for
o grau de parentesco entre dois indivíduos, maior será o compartilhamento
de material genético. Assim, um gene, que produza, como um de seus efeitos,
um aumento das chances de sobrevivência de cópias de si mesmo presentes
em outros indivíduos, pode ser favorecido pela Seleção Natural. Dessa forma,
espera-se que comportamentos altruísticos, ou seja, que aumentem as
chances de sobrevivências de outros indivíduos em detrimento do indivíduo
altruísta, sejam mais freqüentes entre parentes próximos. Isto torna possivel a
explicação de atos altruísticos com individuos aparentados sem que seja
necessário evocar processos de seleção de níveis superiores.
[editar]Grande paradoxo do altruísmo
Segundo Darwin, a seleção de parentesco, devido ao altruísmo de alguns
membros, favorecia um decréscimo da aptidão individual se ela aumentasse a
sobrevivência e o sucesso reprodutivo dos parentes próximos.
A seleção de parentesco é muito utilizada para explicar o altruísmo entre seres
do mesmo grupo. Uma boa explicação é devido aos ganhos indiretos na
aptidão, como a reprodução adicional por parentes possibilitada pelo individuo
altruísta.
Hamilton desenvolveu um modelo genético que demonstrava como o alelo do
altruísmo se disseminava, através de sua formula onde o coeficiente de
parentesco era o r, onde este é a probabilidade de que os alelos homólogos em
dois indivíduos sejam idênticos por origem. Para que o gene do altruísmo se
dissemine precisa que seja, Br-C>0, onde B é o beneficio para o receptor, C o
custo para o gene e B e C são medidos em unidades de sobrevivência da
prole, r é o coeficiente de parentesco.
Segundo Robert Trivers existe o altruísmo recíproco sendo conhecido como
reciprocidade direta e é conhecido como uma Mão lava, este fato faz com que
se pense no dilema do prisioneiro.
Esse dilema é r>c/b sendo r o coeficiente de parentesco, c o custo da
cooperação e b o beneficiam da cooperação.
Hamilton reconheceu outro mecanismo que poderia levar um alelo de altruísmo
a uma alta frequência, o Dawkins chamou tal mecanismo de efeito barba verde,
onde imaginou um alelo que faz seus portadores terem barba verde, se
reconheçam e se comportem de forma altruística entre si.
Sobre o efeito barba verde os alelos de altruísmo não precisam jogar com
probabilidades, já apostando com o vencedor garantido. Esse efeito exige que
um único alelo gere três fenótipos diferentes e complexos, sendo eles, a barba
verde, a capacidade de reconhecimento e o altruísmo discriminante.
David Quellar e os colaboradores estudaram o mofo de lodo Dictyostelium
discoideum, no qual seus indivíduos germinam de esporos e vivem a maior
parte de sua vida como amebas unicelulares de vida livre no solo. Caso o
alimento fique escasso elas emitem sinais químicos e isso promove a junção e
consequente firmação de massa, esta sendo chamada de pedúnculo e que
serve de sustento ao corpo frutificador e este tem a função de formar esporo e
promover a dispersão, este caso faz parte do mecanismo de barba verde.
[editar]Reciprocidade direta e indireta

síndrome do sábio1 , síndrome do idiota-prodígio2 3 ou savantismo (do


francês savant, "sábio") é considerado um distúrbio psíquico com o qual a
pessoa possui uma grande habilidade intelectual aliada a um déficit de
inteligência. Tais habilidades são sempre ligadas a uma memória
extraordinária, porém com pouca compreensão do que está sendo descrito. 4
Índice
[esconder]

1 Caracterização
2 Casos mais conhecidos
3 Ver também

4 Referências
[editar]Caracterização
Encontrada em mais ou menos uma em cada 10 pessoas com autismo e em,
aproximadamente, uma em cada 2 mil com danos cerebrais ou retardamento
mental, a síndrome do sábio é citada na literatura científica desde 1789,
quando Benjamim Rush, o pai da psiquiatria americana, descreveu a incrível
habilidade de calcular de Thomas Fuller, que de matemática sabia pouco mais
do que contar. Em 1887, no entanto, John Langdon Down, mais conhecido por
ter identificado a síndrome de Down, descreveu 10 pessoas com a síndrome do
sábio, com as quais manteve contato ao longo de 30 anos – como
superintendente do Earlswood Asylum (Londres). Langdon usou o termo idiot
savant (idiota-prodígio), para identificar a síndrome, aceito na época em que
um idiota era alguém com QI inferior a 25.4
Atualmente, graças aos cerca de cem casos descritos na literatura científica,
sabe-se muito mais sobre esse conjunto de habilidades - condição rara
caracterizada pela existência de grande talento ou habilidade, contrastando
fortemente com limitações que, geralmente, ocorrem em pessoas com QIs
entre 40 e 70 – embora possa ser encontrado em outras com QIs de até 114. 4
Há ainda muito a ser esclarecido sobre a síndrome do sábio. Os avanços das
técnicas de imageamento cerebral, entretanto, vêm permitindo uma visão mais
detalhada da condição, embora nenhuma teoria possa descrever exatamente
como e por que ocorre a genialidade no savantista. 4
Mais de um século, desde a descrição original de Down, especialistas vêm
acumulando experimentos. Estudos realizados por Bernard Rimland, do Autism
Research Institute (Instituto de Pesquisa do Autismo), em San
Diego, Califórnia, vêm corroborar a tese de que algum dano no hemisfério
esquerdo do cérebro faz com que o direito compense a perda. Rimland possui
o maior banco de dados sobre autistas do mundo, com informações sobre 34
mil indivíduos. Ele observa que as habilidades presentes em autistas-prodígio
são mais freqüentemente associadas às funções do hemisfério direito (incluem
música, arte, matemática, formas de cálculos, entre outras aptidões), e as
habilidades mais deficientes são as relacionadas com as funções do hemisfério
esquerdo (incluem linguagem e a especialização da fala). 4
A síndrome do sábio afeta o sexo masculino com frequência quatro a seis
vezes maior e pode ser congênita ou adquirida após uma doença (como a
encefalite) ou algum dano cerebral.
[editar]Casos mais conhecidos

Quando o Juiz do jogo do time da globo contra o S.Paulo no campeonato


paulista, amarrou o jogo do tricolor, não expulsou jogadores do Corinthians e
não voltou o pênalti que o Cássio também se adiantou, esta imprensa esportiva
vendida não disse nada. Agora hoje realmente os caras foram prejudicados.
Mas o time da globo e do governo não pode ser prejudicado, que a imprensa
esportiva só faltaram descer no vestiário para bater no juiz. Chupa
gambáaaaaaaaa. kkkkkkkk. O time do apito amigo reclamando de arbitragem.
Piada. Chupa gambá! RIDÍCULA ESTA IMPRENSA ESPORTIVA.

Hoje vendo melhor as imagens do jogo de ontem, realmente o Corinthians foi


roubado no jogo contra Boca. Talvez um dos maiores roubos da estória do
futebol. Tanto quanto a Portuguesa, numa semifinal do Campeonato paulista de
1998 contra o CORINTHIANS, foi assaltada vergonhosamente por um juiz
também Paraguaio chamado Castrilli, bem como o Inter de Porto Alegre foi
também vergonhosamente assaltado em 2005 no campeonato brasileiro num
jogo contra o CORINTINAHS, através de uma arbitragem vergonhosa do Sr.
Marcio Rezende de Freitas, o mesmo que afanou vergonhosamente o Santos
em 1995 na final do Brasileiro, contra o Botafogo no Pacaembu. Como os
amigos do facebook podem verificar só nestes exemplos de roubos
indiscutíveis no futebol brasileiro, o time do apito amigo foi beneficiado em duas
vezes. Isto que ocorreu ontem, chama-se LEI DO RETORNO
A importância do imprinting na natureza

No ambiente natural, o imprinting comportamental atua como um instinto


para a sobrevivência em recém nascidos. O filhote deve imediatamente
reconhecer seus pais, por causa da probabilidade de ocorrerem eventos
ameaçadores pouco depois do nascimento, tais como o ataque por um
predador ou por outros adultos que poderiam ocorrer. Dessa forma, o
imprinting é muito confiável para induzir a formação de uma forte ligação
social entre o filhote e a mãe, mesmo que seja a mãe errada.

Esta é a única de muitas formas de imprinting que tem sido estudada, e é


chamada de imprinting filial. Outra forma é o imprinting sexual, no qual as
aves aprendem as caracteristícas de seus irmãos de ninhada, as quais
posteriormente irão influênciar suas preferências sexuais como adultos.
Em gansos cinzentos, o imprinting filial e sexual ocorrem quase
simultaneamente, mas em outros animais existe um claro intervalo entre
os dois processos.

Imprinting em mamíferos é um processo mais raro. Primatas são animais


altriciais, ou seja, eles nascem em um estado "incompleto", com o
cérebro ainda imaturo, e que levará muitos meses para se tornar
completamente operacional, alerta e ativo com todos seus sentidos e
ações. Assim, a mãe é a suprema protetora. A ligação mãe-filho acontece
por outros processos que não o imprinting. Não existe pressa, por assim
dizer.

Padrões fixos de ação e imprinting

Outros pioneiros da etologia, tais como Niko Tinbergen (que ganhou o


Prêmio Nobel no mesmo ano que Lorenz), estudou outro importante
fenômeno no comportamento animal, que ele denominou de Padrão Fixo
de Ação, ou PFA. Esta é uma sequência comportamental de atos motores
mais elementares, os quais formam um padrão com uma função clara na
vida do a

Por exemplo, quando um ovo rola para fora do ninho, a pata mãe o
recupera através de uma elaboradasequência de movimentos de sua
cabeça e bico. A prova de que é um padrão fixo é que, se o ovo escapa do
bico, a pata continua a executar o movimento estereotipadamente até que
ele alcance o ninho; somente então começará tudo novamente.

Assim, ao descobrir o imprinting, Lorenz na verdade demostrou como a


experiência pode direcionar um padrão fixo de ação. Ele acreditava que o
imprinting é o resultado da interação entre instinto e aprendizagem. Na
sua época havia um debate caloroso entre os etólogos sobre a
importância dos dois fatores no comportamento animal. Este debate foi
chamado de "Nature x Nurture" (Natureza x Criação). Lorenz forneceu
evidências de que este na verdade, era um dilema falso: em quase todos
os comportamentos animais existe uma mistura de ambos.

Entretanto, Lorenz achava que o imprinting diferia da aprendizagem


associativa de várias formas. Primeiro, porque existe um período crítico
restrito, ou tempo fixo, para ele acontecer. Com poucas exceções isto não
vale para aprendizagem associativa. Segundo, porque o imprinting parece
ser irreversível, e novamente, a aprendizagem associativa é altamente
volátil, geralmente desaparecendo com o tempo (o processo de
"esquecimento"). Terceiro, porque Lorenz propôs que o imprinting não é
um processo individual de memória, o qual é restrito somente ao animal
que experimenta a aprendizagem, mas que seria um tipo de
condicionamento supra-individual, ou seja, "além e acima do indivíduo",
ou de um grupo de organismos. Em outras palavras ele é espécie-
especifíco, e não um processo geral tal como a aprendizagem associativa.
O imprinting hoje

Estudos recentes tem mostrado que a visão tradicional do imprinting


proposta por Lorenz e seus seguidores pode ser incompleta ou mesmo
incorreta. Lorenz estudou os animais principalmente em seus ambientes
naturais, uma vez que esta é uma das principais premissas da etologia,
entretanto, pesquisadores modernos o imprinting em um contexto de
laboratório mais controlado rigorosamente. O objetivo desta abordagem é
estudar o papel de formas especiais de aprendizagem, tais como
reconhecimento visual de memória que opera no impringting.

No laboratório, as situações de criação e testes para todos os sujeitos


são mais facilmente estruturadas e controladas, tais como o ambiente
onde os ovos são colocados antes que o nascimento aconteça. Por
exemplo, a temperatura e iluminação são constantes, as paredes e
assoalhos de todos os aparatos são pretas, nenhum alimento ou água é
disponível durante o experimento, e o manuseio dos animais é mínimo.

Essas investigações tem mostrado que o imprinting não é nem rápido e


nem irreversível, e também não é restrito a um período crítico, como foi
proclamado por Lorenz e seus seguidores. Foi também descoberto que o
imprinting ocorre em outras espécies, e que os componentes do
aprendizado são mais importantes do que aqueles previamente pensados
(Hoffman, 1996). Existe evidência de que este processo acumulativo está
vinculado a liberação de endorfinas no cérebro.

Assim, tem sido feita a hipótese por alguns autores que o estimulo de imprinting fornece
uma retroalimentação confortadora através da liberação cerebral de endorfinas, agindo
assim para fixar a associação com o objeto. Outro importante re-exame das teorias da
era Lorenz é que o periodo crítico pode resultar da não interferência do período em que
começa o medo do desconhecido, quatro ou cinco dias depois da ninhada. Desta forma,
não existe competição com as respostas de medo, e o estimulo ambiental se torna um
alvo para a ligação social.

Existem áreas particulares no cérebro responsáveis pelo imprinting ?

Parece que sim. Diversos estudos usando diferentes técnicas


neurobiológicas têm implicado a parte intermediária e medial de uma
estrutura chamada hiperestriado ventral (IMHV) em ambos os lados do
cérebro, como sendo uma das provavéis estruturas para o
armazenamento da associação do imprinting (Horn, 1985). A crista
ventricular dorsal (do inglês dorsal ventricular ridge, ou DVR) é uma
estrutura apresentada unicamente em pássaros e répteis. Em pássaros, a
DVR inclui o hiperestriado ventral, e uma outra área chamada wulst. O
wulst parece ser parte de um sistema que se assemelha ao substrato da
memória em mamífero.

Evidência experimental sobre o papel do IMHV foi obtida por Horn e seus
colaboradores em uma série de trabalhos científicos. Eles mostraram que
pintinhos que tinham seu IMHV removido cirurgicamente em ambos os
lados não podiam mais reter e nem reconhecer o imprinting.

A contribuição do imprinting para a ciência

Em conclusão, o imprinting é um exemplo maravilhoso da interação de


comportamento inato espécie-específico, e as propriedades específicas
de aprendizagem, as quais tem sido chamadas aprendizagem
"perceptual" (Bateson, 1966). Estes estudos afirmam que as espécies
animais são geneticamente construidas para capacitá-las a aprender tipos
específicos de comportamento que são importantes para a sobrevivência
das espécies. Imprinting é uma dessas formas de comportamento.

Finalmente, devemos mencionar que os criadores de patos e gansos são


bem conscientes da existência do imprinting, e algumas vezes eles tiram
vantagem disso. Infelizmente, a prática intensiva de exploração
econômica de aves de corte tem levado ao processo de incubação
artificial de ovos em ambientes estéreis e não naturais. Isto, em
conseqüência, produz milhões de pintinhos, gansinhos e patinhos
"órfãos", os quais são privados de seu desenvolvimento comportamental
natural.

Sou Astrólogo. Trabalho com muita honestidade e precisão.

Consultas. 11 97277 4614. www.tarologo1971.wix.com/jc

Quando iniciei minhas atividades de esotérico, o fiz como tarólogo, embora,


tivesse feito o curso de astrologia em primeiro lugar. Naquele momento eu
sentia mais confiança no trato com os arcanos do taro.

Aos poucos foram aparecendo alguns pedidos de Mapa Astral Natal. E aí fui
adquirindo mais desenvoltura, conforme surgiam os mapas para serem
interpretados.

De modo resumido um Mapa Astral Natal é como se fosse a foto dos astros no
céu no exato momento de nascimento de um indivíduo. Daí seu caráter
atemporal e preciso. Num mapa astral são verificados doze aspectos da vida
da pessoa entre eles: família, relacionamento, trabalho, espiritualidade entre
outros.

Hoje noventa por cento dos meus trabalhos são através de encomendas de
Mapa Astral. Quanto mais interpreto Mapa, fico espantado com seu caráter
exato.

Outro dia fazendo um mapa de um amigo, verifiquei que na casa quatro, a da


família, ele possuía virgem como signo desta casa e plutão retrógado, como
planeta presente nesta mesma casa também. Através destas informações
percebi ter havido um rompimento abrupto com mãe ou pai, com o rapaz indo
embora de sua casa, em seu passado.

Antes de entregar o Mapa sem saber deste fato é lógico, comentei com ele
esta particularidade presente em seu mapa, o moço ficou atônico, e perguntou-
me como sabia? Eu disse: este fato estava contido no seu mapa. E depois me
confirmou que além de eu ter sido certeiro quanto a esta questão, este
desentendimento ocorrera com o pai dele.

Além de acertar estas e outras questões pontuais, não por mágica, mas por
conhecimento e intuição, verifico os pontos positivos do consulente o
incentivado a aperfeiçoá-los, ou os negativos persuadindo-o a amenizá-los, ou
saná-los. E como auxilio para tanto, proponho exercícios de visualização
criativa, que costuma quando feito de modo adequado, dar ótimos resultados.

Meus Mapas também têm finalidades terapêuticas.

A minha consulta de taro tem por finalidade promover o Auto Conhecimento


dos consulentes. Existe um mundo rico e inexplorado na maioria das vezes,
chamando inconsciente. E as lâminas do taro quando sobrepostas à mesa,
refletem o que a alma do consulente quer dizer, e não conseguia de outro
modo se fazer entender ao individuo. Cabe ao tarólogo, ser esta ponte a re-
ligação entre o indivíduo e seu interior. Na minha opinião o inconsciente longe
de conter apenas conteúdos recalcados e de cunho sexual como conceituava
Freud, muito mais que isso e aí Jung seu discípulo até um certo ponto, foi mais
além, aventado a grande possibilidade de haver em nosso inconsciente, uma
infinidade de símbolos, mitos, e conteúdos que nos re – conectam a nossas
origens ao nosso “ si mesmo” a “ verdade única de cada indivíduo”, embora
estejamos todo unidos a uma só origem, para si chegar a esta um dia, é
necessário nos conhecer profundamente de modo absolutamente individual. E
o taro é uma excelente ferramenta para esta dura, mas essencial empreitada.
E aí você meu futuro consulente pode me perguntar?Mas o que tudo isso tem a
ver com meu cotidiano objetivo ?
Eu respondo, tudo, pois, quando por exemplo: o consulente me aparece com
uma questão sobre relacionamento. Se ele for ao tarólogo com a intenção de
buscar um amadurecimento espiritual, certamente ao começar atingir esta meta
de se elevar espiritualmente, com certeza estas questões “ menores” como
aquelas relacionadas ao amor, sem dúvida tirará de letra. Ao passo que se
este individuo for ao terapeuta dos arcanos apenas com o propósito de resolver
a questão amorosa citada acima, é bem provável que não consiga solucioná-la.
Geralmente, quando o sujeito vai ao consultório esotérico com estas questões
objetivas, querem dos tarólogos uma solução mágica, e de curto prazo.
Acontece que estas não existem, ao menos para os terapeutas e esotéricos
sérios.
Quando trazemos a responsabilidade dos acontecimentos para nossas mãos, e
decidimos agir por nós mesmos e deixamos de colocar a nossa felicidade nas
mãos de outrem, todas as áreas da nossa vida tendem a fluir de modo
harmônico e positivo. Então a pergunta não será mais: “quando vai pintar uma
pessoa na minha vida”?, e sim a resposta será:” quanto mais cedo eu devolver
a mim o poder que nunca deveria ter saído das minhas mãos, agora sim, é só
correr atrás e acreditar no universo e no meu poder pessoal”. Logo irei ter êxito
em muitas áreas da minha vida!.É claro que o exemplo do relacionamento, vale
para as demais demandas de nossas vidas.Em suma, se as lâminas do taro
pudessem de fato prever de modo constante algo positivo a ocorrer no futuro
do consulente, de nada adiantaria, porque provavelmente ele não estaria
preparado para esta situação favorável, em virtude da super expectativa que a
maioria das pessoas destinam ao externo, em detrimento do seu interior. Ou
seja, uma boa parte dos indivíduos da nossa sociedade demonstram o seguinte
raciocínio: “não quero nem saber se estou ou não preparado para tal
circunstâncias, mas o tarólogo, Deus ou seja quem for têm a obrigação de me
mostrar através do taro ou de outro modo qualquer, algo positivo em meu
futuro”. E o caminho é justamente o oposto, quando o sujeito se auto conhecer
de modo profundo, passará a ter a devida tranquilidade de saber que
naturalmente as oportunidades agradáveis chegarão até ele numa boa! E aí
entra as terapias, as consultas de taro entre outros, como potentes
ferramentas.Trabalho como Astrólogo também, sempre com o mesmo objetivo
do taro, ou seja, proporcionar um auto conhecimento com um viés terapêutico
ao consulente.
De todas as ciências esotéricas, a astrologia é a mais certeira, porque parte de
critérios matemáticos.Quando iniciei minhas atividades de esotérico, o fiz como
tarólogo, embora, tivesse feito o curso de astrologia em primeiro lugar. Naquele
momento eu sentia mais confiança no trato com os arcanos do taro.Aos poucos
foram aparecendo alguns pedidos de Mapa Astral Natal. E aí fui adquirindo
mais desenvoltura, conforme surgiam os mapas para serem interpretados.
De modo resumido um Mapa Astral Natal é como se fosse a foto dos astros no
céu no exato momento de nascimento de um indivíduo. Daí seu caráter
atemporal e preciso. Num mapa astral são verificados doze aspectos da vida
da pessoa entre eles: família, relacionamento, trabalho, espiritualidade entre
outros.
Hoje noventa por cento dos meus trabalhos são através de encomendas de
Mapa Astral. Quanto mais interpreto Mapa, fico espantado com seu caráter
exato.Outro dia fazendo um mapa de um amigo, verifiquei que na casa quatro,
a da família, ele possuía virgem como signo desta casa e plutão retrógado,
como planeta presente nesta mesma casa também. Através destas
informações percebi ter havido um rompimento abrupto com mãe ou pai, com o
rapaz indo embora de sua casa, em seu passado.
Antes de entregar o Mapa sem saber deste fato é lógico, comentei com ele
esta particularidade presente em seu mapa, o moço ficou atônico, e perguntou-
me como sabia? Eu disse: este fato estava contido no seu mapa. E depois me
confirmou que além de eu ter sido certeiro quanto a esta questão, este
desentendimento ocorrera com o pai dele. Além de acertar estas e outras
questões pontuais, não por mágica, mas por conhecimento e intuição, verifico
os pontos positivos do consulente o incentivado a aperfeiçoá-los, ou os
negativos persuadindo-o a amenizá-los, ou saná-los. E como auxilio para tanto,
proponho exercícios de visualização criativa, que costuma quando feito de
modo adequado, dar ótimos resultados. Meus mapas também têm finalidades
terapêuticas.
Feira Mística Cigana em Osasco que participei dia 25/11/12

Agora eu quero falar da satisfação que tive de ter participado, deste


extraordinário evento místico ocorrido em Osasco, no dia 25/11/12.
Pela primeira vez adentrei o mundo dos ciganos e suas tradições. Embora, eu
utilize o taro e não do baralho cigano, admiro e respeito muito este Oráculo, tão
importante quanto o taro, quando usado para o bem.
Tenho certeza que a Santa Sara Kali me auxiliou a ter uma grande participação
neste evento, com os atendimentos, pois, participei como Oraculista. Bem
como aos demais profissionais da feira mística também.
As danças. os expositores, o acolhimento, tudo mais colaborou para o
momento de plenitude que senti ao participar deste evento. Quero estender
esta satisfação, com meus consulentes, parentes, amigos e apreciadores do
meu trabalho. Foi mais um tijolinho construído nesta casa, que ao final estará à
feição de meus verdadeiros desejos.
Quero deixar meu agradecimento profundo à Maria Tereza e a Vanessa e a
todos as pessoas do Espaço Vida e Magia, que organizaram a feira mística,
aos expositores, aos demais Oraculistas, que dividiram brilhantemente o
espaço destinado para nós no evento.
E fica uma certeza, de que vale a pena apostar nos nossos sonhos, mesmo se
a caminhada for difícil, o contentamento de se chegar ou vislumbrar a
possibilidade de êxito na sua empreitada, já justifica o enfrentamento de todos
os obstáculos!
Paz
O mito de Caprinórnio

O mito que mais caracteriza o signo de Capricórnio é o de Cronos (Saturno), o


Senhor do Tempo. Saturno era um velho Rei, o arquétipo do Pai. Era filho de
Urano e Gaia, respectivamente o Céu e a Terra.
Cronos, combinado com sua mãe Gaia, castrou o próprio pai, destronando-o, e
atirou seus genitais ao mar. Da espuma nasceu Afrodite, deusa do amor.
Casou-se com Réa e de sua união teve muitos filhos e devorou um a um para
não perder o trono. Mas Réa conseguiu salvar três deles: Zeus, Hades e
Possêidon, que, destronando Cronos ou Saturno, tornaram-se respectivamente
o rei dos deuses, o rei dos infernos ou do mundo subterrâneo e o deus dos
oceanos.
Zeus o derrotou e o prendeu no Tártaro, uma região infernal situada ainda
abaixo do reino de Hades. E quando foi libertado, ele se tornou aquele que dá
forma ao mundo. Graças à sua influência o homem consegue concretizar, dar
forma a seus projetos e ter a paciência da Mãe Terra para a execução de suas
tarefas.

Característica: cauteloso, responsável, digno de confiança, determinado,


ambicioso, sério, convencional, conservador, prudente, disciplinado, contido
emocionalmente.
Este signo que por coincidência é o deste Astrólogo que vos escreve, nos
remete através de seu mito ser a paciência e a persistência duas armas
poderosas, para aqueles que desejam chegar ao cume da montanha, seja em
quais níveis forem. Mas por outro lado, tem de saber dosar calma organização,
com uma pitada de ousadia que ocorre, por exemplo, quando marte transita por
capricórnio exaltando a audácia e coragem, mas como bem ensina o mito
deste signo, deve ser cuidadoso ético e paciente também.

As emoções são o ponto fraco deste signo, por vezes os nativos de capricórnio
são pessoas frias, mas que podem se tornar mais calorosas e amorosas. E
aqui vai uma dica valiosa, para os capricornianos ou não menos amorosos:
ouçam músicas que tragam emoção e sentimento, mas não aquelas apelativas
e piegas, mas músicas de relaxamento, clássicas ou de conteúdos suaves,
mas profundas ou, por exemplo, músicas celtas como esta que escuto,
enquanto escrevo este texto ( circle of life).
E se puderem tenham um animal de estimação, isso vai amolecer o coração de
um capricorniano frio, ou de pessoas frias de um modo geral!

A Estrela Arcano dezessete ( taro Hanson Hoberts )

A estrela nos aponta no sentido da fé, mas não a fé no outro, mas aquela que
está dentro de nós. Que em muitos pontos nos levam para outros lugares
diversos do lado externo.
Vamos dizer não a pressa egóica, a querer ter coisas antes de sentir
verdadeiramente o que realmente se deseja. Deixa as águas deste arcano
levar a futilidade, a arrogância. Seja original saia do “ normal ” medíocre
apregoado pela nossa sociedade, como abaliza o signo regente deste arcano,
que é aquário. Se há situações que você não controla, deixe as águas deste
arcano trazer o sentido destas circunstâncias para o seu consciente no
momento certo.
Vou dar um exemplo real sobre a fé e esperança contidas neste arcano perante
a uma situação difícil que foi a seguinte: uma criança estava com dificuldades
para escrever, e os país preocupados a levaram para um psicopedagogo. E
este profissional fez uma pergunta simples a ela, e foi esta: “do que você
gosta?”.
E a criança disse que gostava do Corinthians, e escreveu toda a escalação
deste time naquela época. Ou seja, diante de uma circunstância complicada a
psicopedagoga usou de uma fé inabalável nas habilidades daquela
criança,mesmo que a princípio tenha sido inconsiente esta crença, mas isso fez
toda a diferença. Para resumir hoje este rapaz é um profissional de sucesso, e
um professor de uma Universidade pública bem conhecida.
Esta é a mensagem da semana para vocês. Todas estas mensagens vale para
mim também!

O Brasil acordou

Diziam que eles eram alienados


Tachados de desinteressados
Mas são eles que estão
Dando um ar mais jovial e lutador

A este país que acordou


Para a poesia, mas também
Para levantar as bandeiras
Da luta perdida em uma época de breu

Seu sonho esta renovado de democracia e luz


Mas com um jeito de quem despertou da letargia
De tanto que foi fustigado pela indiferença e ironia
Daqueles que achavam que isso só acontecia
Pela bola ou via meia dúzia de abnegados

Ironia Triste

Acordar é assumir e não sumir


Diante da névoa dos indecisos
Mesmo correndo riscos de ser
Você mesmo
É ai que ultrapassamos as linhas
E nos lançamos num abismo
Que só “ o louco” se joga
Saindo do mecanicismo
Típico do vendedor de pamonha
A repetir a engrenagem de ontem
Para que na mesmice
Descansemos em nossas sombras desajustadas
A nos jogar no maniqueísmo
Que sempre nos coloca em permanente insegurança
Afastando-nos de nossa totalidade
Para que os chistosos nos ironizem as escuras
E mesmo em função dos seus breus inconscientes
Porém este seu “gozo” é deslocado de afeto e objeto
Pois, no fundo riem aqui e choram ali suas impotências
Choram bem mais suas inexistências

lucia.s.s@uol.com.br

Olá Lúcia
Eu só quero saber se você, está satisfeita por ter me reprovado. E pensar que
tudo isso começou, por conta de uma brincadeira boba, que fiz com você. Eu
sou gordo, portanto, não tem sentido eu ser irônico com alguém em virtude de
excesso de peso ou coisa que o valha. Nem acho que você seja gorda. Agora
eu fiquei chateado mesmo, em função da apresentação do trabalho do meu
grupo “ Patronato”, você só elogio a Bia, com todo merecimento é claro, mas
TODOS, eu Bia, Romildo e Daniel nos dedicamos. Tanto é que todos do grupo
apresentaram o trabalho neste dia.

Aí eu percebi algumas situações estranhas, e no dia da AV2, acabei explodindo


mesmo.
Não gosto de injustiças. Foi exatamente por conta de ter ignorado eu, o
Romildo e o Daniel, no dia da apresentação do nosso trabalho, é que não
compareci mais a quase nenhuma outra apresentação. Quanto a AV2, de fato
fui mal, e não tenho nada a reclamar. Quanto a AV3, fiquei por meio ponto. E
tenho certeza, pois, estudei exaustivamente para esta prova que um ponto a
mais eu mereceria, aliás, eu li todos os textos indicados por você, e fiz
resumos.

Mas não tem problema, a tua consciência vai lhe acusar. E isto não vai me
impedir de me formar!

Olá Marco Aurélio Cunha tudo bem?

Aqui quem escreve é o filho do conselheiro José Paulo


Leal Ferreira Pires, o João Carlos. Primeiramente vou ser bem sincero contigo,
não sei se meu pai vai apoiá-lo, na sua empreitada para ser presidente do São
Paulo.
Desculpe o fato de enviar este e-mail para seu
endereço eletrônico da Câmara Municipal, pois, não tenho nenhum outro e-mail
do senhor.

Senão me engano você terá de ser eleito conselheiro,


antes de disputar a eleição para presidente.

Se for via conselho deliberativo conte com meu voto,


como sócio, e mais me coloco-me à disposição para ajudar no que for preciso,
e estiver ao meu alcance. Inclusive no dia da eleição do conselho, para no
corpo a corpo, conseguir votos a mais.

O São Paulo precisa de um dirigente que tenha uma


visão moderna e dinâmica, fato este que hoje com o Juvenal Juvêncio, embora
reconheça o seu valor, principalmente em termos de passado, mas
infelizmente, está se equivocando demais em todos os sentidos na
administração do São Paulo Futebol Clube.

Outrora e não faz muito tempo, o São Paulo era um


time vencedor e detentor de uma estrutura invejada até pelos outros clubes.
Lamentavelmente hoje se tornou um clube perdedor e
com uma estrutura arcaica. Enquanto o senhor Juvenal manda embora,
profissionais do calibre do Senhor Rosan e Turíbio entre outros, o nosso
grande rival do momento, o Corinthians, além de estar à frente do São Paulo
nos dias de hoje em termos administrativos, conta até com um trabalho super
moderno de biofeedback, que o senhor como uma pessoa atualizada, deve
saber bem do que se trata.

Nem sei se o senhor Juvenal Juvêncio, sabe alguma


coisa a respeito destas técnicas modernas de psicologia e neurociência, quiçá
pensar que ele poderia disponibilizá-las para o São Paulo Futebol Clube.

Fora, as mas contratações a os arroubos de arrogância


e onipotência do senhor Juvenal, no qual contradiz com uma administração
moderna e descentralizada existente nos melhores clubes do mundo.

Por estas e outras razões é que estou à disposição


para auxiliá-lo na medida das minhas limitações em sua campanha, para ser o
novo presidente do São Paulo.

Imagino ser o senhor uma alternativa viável, através de


sua eleição o São Paulo Futebol Clube, passará a ter um administração
descentralizada, dinâmica e moderna, e em função disso o nosso tricolor
voltará a ocupar um lugar vitorioso e de destaque!

Um Abraço Fraternal de

João Carlos Leal Ferreira Pires

Jornada
( Veresh Das)

Vou me calar por alguns momentos


Quero me ouvir, como só os surdos podem
Não posso buscar mais o que já tenho
E este algo simples vai se revelar
Calmo sereno como a luz
Depois de integrada também pela sombra

A verdadeira poesia longe das imperfeições


De outras supérfluas será um dos meus guias
Nesta jornada rumo por hora
Ao que eu não sei
Detalhes da conta bancária do beneficiário. Nome do beneficiário:
TBL

Número de Identificação: CNPJ/MF - 17.958.856.0001 - 77

Nome do Banco: BANCO ITAU

Número de Conta: Agencia: 0383 | Conta Corrente: 05776-7

Referência do Cliente: getiton:24600010_27500:9930741

: 991099101 – Sandra

953512464 romantika9345@hotmail.com Eliane SP

Eu vou aproveitar este final de ano e o início do ano que vem, para botar muita
coisa em ordem na minha vida. Tocar um projeto voluntário, durante as férias.
Algumas atitudes minhas serão revistas. Agora não vou voltar mais atrás no
lance de me bancar e de viver as experiências que forem para serem
vivenciadas na prática. E muito pouco vou escrever durante meu período no
qual vou estar revestido da energia do arcano dois do taro: “ A sacerdotisa” .
O momento claramente para mim é de reflexão, silêncio e quietude.
Preciso voltar para meus estudos esotéricos, e retomar de modo mais continuo
este caminho!
Um Mar de Aventuras e Maturidade
( JC Veresh Das)

Muito eu já fiz, mas sei que é pouco


Para Minha essência
Este meu barco ainda não
Fez a verdadeira travessia
Ainda não amou coma a leveza
Das calmas marés
Que sabe que apesar
Da agitação das águas
Tudo se assenta após a arrebentação

Eu quero viver a aventura


Dos marinheiros
Que apesar da agitação
Das águas sabem que vão
Aportar em terras confortáveis
Para depois se aventurarem outra vez

Quero amar como netuno


Mas ao mesmo tempo
Tendo os pés em saturno

Apenas acompanhado sem intervir


Por que afinal das contas
Hoje sei dosar júpiter com saturno

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