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Para Sanguin, a paisagem política é formada pelas consequências diretas e indiretas

de processos políticos como as eleições, as leis, os governos nacionais, regionais


e municipais, a defesa nacional ou a gestão do território (p.24). A paisagem
política é a impressão de uma ideologia sobre a paisagem.
Temática que surge nos anos 1930, mas se desenvolve a partir dos anos 1960 com as
análises das marcas geográficas produzidas por governos religiosos na paisagem.
Roger Brunet (1974), ao relacionar a análise da paisagem e a semiologia faz
referência ao tema. Enquanto Rimbert (1973) desenvolve a noção de paisagem
legislativa.
produção de marcas espaciais é realizada por atores diversos, que buscam produzir
vínculos entre o espaço e suas identidades, restringindo a presença de outros
grupos nesses espaços (Veschambre, 2008). No caso da paisagem do Recife, foi
observado que a produção de diferentes marcas transformou os objetos geográficos já
existentes pela adição de novos sentidos ou pelo apagamento de antigos olhares,
vistos como retrógrados e necessários de esquecer. No presente texto, serão
trabalhadas as marcas simbólicas realizadas por intelectuais e viajantes que
deixaram relatos significativos sobre a área e que foram apropriados em trabalhos
futuros sobre o centro do Recife, como, por exemplo, os de Gilberto Freyre ou de
Vamirieh Chacon (1959).
Diante disso, torna-se importante compreender como essa paisagem foi lida ao longo
em diferentes momentos mantendo, porém, um fio condutor de interpretação, onde
objetos culturais e naturais são destacados em narrativas oficiais, acadêmicas e
poéticas. Assim, a presença material desses objetos influencia diretamente nas
construções simbólicas existentes, estabelecendo um sistema simbólico com
significativos reflexos materiais.
Foram observados três momentos de construção de uma narrativa sobre a paisagem do
Recife. O primeiro momento é caracterizado pela construção de um sentido histórico-
geográfico, onde acadêmicos buscaram através da análise de documentos oficiais
reconstruir uma paisagem até então desconhecida, mas que seria dominada aos poucos.
Nesse momento o Recife assume um caráter de Vila/Cidade produzida pela conjunção de
elementos naturais, como a Maré, os Rios com ações culturais, como as pontes, os
aterros e as obras arquitetônicas. Um segundo momento é caracterizado pelos relatos
de viajantes que chegavam ao Recife e observaram o período de modernização da
cidade, onde um deleite pela dinamicidade do século XIX contrastava com a tristeza
frente à pobreza, sujeira e escravidão. Por fim, um terceiro momento é aquele
produzido já no século XX quando um grupo específico de intelectuais se
(des)encantam com a modernidade e lutam pelo retorno de certas tradições.
Apesar de estabelecerem marcas simbólicas distintas, essas narrativas se baseiam
nos mesmos elementos: o Rio, as Pontes e a vegetação/mangue, constituindo aos
poucos a metonímia geográfica da cidade. Destaca-se, porém, que não há aqui uma
busca por apresentar todas as produções de marcas na paisagem do Recife ao longo da
história. O objetivo é destacar como a produção de marcas por atores diversos
contribuíram para a construção das metonímias geográficas da cidade.

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